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SAÚDE

- Direito de TODOS e DEVER do Estado;


- Realizada por meio de políticas sociais e
econômicas visando à redução dos RISCO DE
DOENÇAS e de outros agravos;
Acesso UNIVERSAL e IGUALITÁRIO por
meio de ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação;

- Regulamentos: arts. 196 a 200 CF/88;


- É organizado pelo um Sistema Único de Saúde – SUS, que
deve ser financiado com recursos de todos os entes Federativos;

-Tem como diretrizes:


I – descentralização administrativa com direção única em
cada unidade federativa;
II – atendimento integral, com prioridade para as
ATIVIDADES PREVENTIVAS, sem prejuízo dos serviços
assistenciais; (PROMOVER, PROTEGER E RECUPERAR)
III – participação da comunidade.

- Art. 198, § 2°, determina que os mínimos legais de aplicação


para União, Estados/DF e Municípios – EC 86/2015
SISTEMA
ÚNICO
DE
SAÚDE –
SUS

O Sistema Único de Saúde


(SUS) é a instituição criada para
assegurar os meios
necessários à efetivação do
direito à saúde no país;

Faz parte do federalismo sanitário brasileiro e


legítima a autonomia dos três níveis de governo na
sua gestão das ações e serviços em seus território;

Desde sua criação pela Lei 8.080/90 em conjunto com a edição da L.O.S
pela Lei 8.142/90, vivenciou momentos de desenvolvimento de
municipalização chegando na atualidade no que vem sendo conhecido
como regionalização do SUS;
Regionalização do SUS

- A regionalização é uma diretriz do SUS que decorre da


necessidade de integrar seus componentes, orientando-se
pela hierarquização da rede de serviços, cuja execução está
baseada na delimitação de áreas de gestão sanitária de
crescente suficiência assistencial, designando figuras regionais
não coincidentes com os entes federados. Pelo arcabouço
organizacional do sistema, isso só pode ser concretizado
mediante arranjos institucionais estabelecidos entre os diferentes
níveis de governo no federalismo sanitário. (Dourado e Dallari,
2019)
Município Região Estado União
Divisão de Competências do SUS

- A Lei no 8.080/90 estabelece que as competências são


comuns aos três níveis (Art. 15) e de competências específicas
da União (Art. 16), dos estados (Art. 17), dos municípios (Art. 18)
e do Distrito Federal(41). Podendo ser assim resumidas:

a) À direção nacional do SUS formular políticas e executar as ações e


serviços de saúde de interesse nacional, bem como coordenar a
articulação com as esferas subnacionais;

b) Estadual: exercer um papel complementar ou suplementar ao


dos municípios na maior parte das funções sanitárias (quando o
município não os realizar), além de coordenar e “gerir sistemas
públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional” .
Divisão de Competências do SUS

c) À direção municipal do SUS são atribuídas as funções de


execução das ações e serviços de saúde, as responsabilidades de
planejamento, organização, controle e avaliação do subsistema
municipal, além da obrigatoriedade de cooperar e participar das
atividades de planejamento e organização da rede regionalizada e
hierarquizada, em articulação com a direção estadual, e de
colaborar com a União nas atividades exercidas pela direção
nacional do SUS;
SAÚDE E A INICIATIVA PRIVADA

-- A assistência a saúde é livre a iniciativa privada;

- Poderá ser firmado contratos e convênios entre o SUS a iniciativa


privada de forma complementar ao SUS, mas os recursos públicos só
poderão ser destinados às instituições sem fins lucrativos ou
filantrópicas;

-É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capital


estrangeiro na assistência à Saúde do país; (art.199, § 3)

“A preocupação é que a saúde possa se tornar um bem comerciável, limitando o


acesso a quem tem dinheiro, com valorização de lucros em detrimento do
Sistema Único de Saúde, público, universal, um direito conquistado de todos os
cidadãos.”
SAÚDE E A INICIATIVA PRIVADA

--Em meados de janeiro de 2015, foi publicada a Lei nº  13.097/15,


que, dentre diversos assuntos, alterou o art. 23, da Lei nº 8.080/90,
permitindo, agora, que empresas estrangeiras participem, inclusive
como controladoras, dos empreendimentos de assistência à saúde.
Vejamos o disposto nesse novo artigo:
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de
capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos:
I – doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de
entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;
II – pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e
clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
III – serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento
de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social;
IV – demais casos previstos em legislação específica.
A COMPETÊNCIA AMPLIADA DA SAÚDE NO BRASIL
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento
básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e
a inovação;         
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL

- A judicialização é uma forma de acesso às ações e aos serviços


públicos de saúde, como forma de garantia constitucional ao direito à
Saúde. O tema tem sido debatido exaustivamente ao longo dos últimos
anos, sendo considerado como um direito indispensável para garantia
efetiva do direito à VIDA. Por outro lado, quando utilizada de forma
indevida, gera efeitos negativos, com impactos orçamentários e
financeiros capazes de afetar a execução das políticas públicas de
saúde, destacando-se as ações judiciais na área de assistência
farmacêutica, consultas e procedimentos.
OS GASTOS EM DECISÕES JUDICIAIS SÃO MAIORES DO
QUE A RECEITA PLANEJADA

- Tal fenômeno colocou o tema no alvo de debates entre gestores e juízes.


Afinal, o aumento da procura impacta diretamente os cofres públicos.

- A União possui um orçamento financeiro para cada pasta. Um exemplo é o


estado de São Paulo, um dos que mais possuem processos desse tipo, que
em 2015 gastou o equivalente a 1 bilhão em despesas judiciais médicas,
enquanto havia destinado apenas 600 milhões para a pasta.

- Isso faz com que a escolha se torne difícil para juízes. Afinal, eles precisam
decidir a liberação de uma alta verba que irá desequilibrar o orçamento e será
destinado apenas a uma ou poucas pessoas. Por outro lado, isso é essencial
para a sobrevivência do paciente.
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PERSPECTIVAS PARA MELHORIA DO ACESSO A SAÚDE
- O problema atual em relação ao acesso a saúde não é o de justificá-lo como um
direito de todos, mas sim o de realmente protegê-lo e fornecê-lo com qualidade a
todos que o buscam.

-O Congresso Nacional de Justiça, diante das crescentes demandas,


vem promovendo audiências públicas, jornadas e seminários para discutir o
assunto com o intuito em aperfeiçoar os procedimentos e prevenir novos conflitos
na área. É importante salientar o quanto o sistema e a judicialização da saúde
contribuem diretamente para a vida dos cidadãos.

- Pois, no Estado de Direito contemporâneo em que vivemos, essa discussão


permeia os não somente cuidados do Estado, como o princípio da dignidade da
pessoa humana, e também a questão da melhor adequação e aproveitamento
dos recursos econômico-financeiros dos entes públicos e privados.
PERSPECTIVAS PARA MELHORIA DO ACESSO A SAÚDE
-Apesar de se mostrar complexo, ao mesmo tempo, esse fenômeno pode ser
superado. É necessário reconhecer a saúde como campo de direitos e ações que
precisa da ação e reconhecimento das várias disciplinas – Saúde, Gestão
Pública, Direito e outras – além da atuação conjunta das instituições – Município,
Estado, Sistema de Justiça e seus operadores. Sem essa visão ampliada de
necessidades, as estratégias de diminuição da judicialização tendem a falhar.

-Uma forma de diminuir os gastos gerados pelo fenômeno, inicialmente, é, além


de adotar uma gestão eficiente que evite a falta de medicamentos previstos no
SUS, a inclusão de novos tratamentos na rede pública de saúde.

- Pois, é possível compreender neste âmbito que a recusa de integrações por


parte do Ministério da Saúde acaba por estimular a judicialização e obriga o
Estado a adquirir produtos ou tratamentos paliativos com preços mais altos.
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