Você está na página 1de 80

Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco

Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde


Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco

Curso Introdutório ao SUS


Livro didático do curso autoinstrucional

Pernambuco
Secretaria Estadual de Saúde
2023
Governo do Estado de Pernambuco
Governadora | Raquel Teixeira Lyra Lucena
Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
Secretária | Zilda do Rego Cavalcanti
Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde
Secretária Executiva | Chrystiane Kelli de Araújo Barbosa
Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco
Diretora | Célia Maria Borges da Silva Santana
Gerente | Luciana Camêlo de Albuquerque
Coordenação de Educação Permanente em Saúde da Escola de Governo em Saúde Pública de
Pernambuco
Coordenadora | Emmanuelly Correia de Lemos
Coordenação de Ensino à Distância da Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco
Coordenadora | Thalia Ariadne Peña Aragão
Equipe Técnica da Coordenação de Educação Permanente em Saúde
Andréa Fernanda de Oliveira | Bárbara Paloma Marques de Luna | Natália Nunes de Lima |
Nathalia Ingrid dos Santos Silva Lucena | Tereza Adriana Miranda de Almeida
Equipe Técnica da Coordenação de Ensino à Distância
Adnan Gomes de Morais | Arnaldo César Alencar da Boaviagem | Maria Inez Nogueira Lima de Oliveira
Autoras
Natália Nunes de Lima | Glaucia Vivana Campos Xavier | Thalita Milena Araújo Xavier de Amorim |
Nathalia Ingrid dos Santos Silva Lucena | Bárbara Paloma Marques de Luna
Revisão
Emmanuelly Correia de Lemos | Luciana Camêlo de Albuquerque
Colaboradores que ministraram as aulas virtuais do curso
Garibaldi Dantas Gurgel Junior | Itamar Lages | João Carlos Batista Santos |
Priscilla Viégas Barreto de Oliveira | Eugênio Vilaça Mendes
Projeto Gráfico e Capa
Glaucia Vivana Campos Xavier | Bárbara Paloma Marques de Luna | Emmanuelly Correia de Lemos
SUMÁRIO

Módulo 1: História do Sistema Único de Saúde 8

Aula virtual módulo 1: História do Sistema Único de Saúde 60


Material complementar módulo 1 64

Módulo 2: A Organização do Sistema Único de Saúde 67

Aula virtual 1 módulo 2: Regionalização em saúde 133


Aula virtual 2 módulo 2: Redes de Atenção à Saúde 133
Material complementar módulo 2 140

Módulo 3: Planejamento, Governança e Financiamento 142


do Sistema Único de Saúde
Aula virtual 1 módulo 3: Instrumentos de planejamento 189
Aula virtual 2 módulo 3: Governança no SUS 190
Aula virtual 3 módulo 3: Financiamento do SUS 190
Material complementar módulo 3 196

Módulo 4: Democracia e Controle Social no Sistema 200


Único de Saúde
Aula virtual módulo 4: Democracia e Controle social no 228
Sistema Único de Saúde
Material complementar módulo 4 231
67
Módulo 2 – A Organização do SUS

1. Objetivos de aprendizagem:

a) Compreender o histórico da regionalização em


saúde, assim como sua correlação com a
municipalização e descentralização das Ações e
Serviços Públicos de Saúde (ASPS);

b) Compreender os principais instrumentos de


efetivação da regionalização;

c) Conhecer a estruturação das Regiões de Saúde


no Estado;

d) Conhecer a estruturação das Redes de Atenção à


Saúde e as redes prioritárias.

68
Módulo 2 – A Organização do SUS

O que é Regionalização em Saúde?

A Regionalização em Saúde é uma diretriz do


SUS que visa promover organização do território
em regiões, compartilhando recursos e políticas
públicas de saúde, de forma articulada, integrada e
solidária, com a otimização dos recursos financeiros,
buscando máxima efetividade e eficiência nas
respostas das demandas e necessidades da
população, visando à melhoria do acesso a oferta de
serviços de saúde, nos diversos níveis de atenção,
favorecendo os princípios de equidade e
integralidade (BRASIL, 2020; PERNAMBUCO, 2021).
O Conselho Nacional de Saúde (CONASEMS,
2019) enfatiza a importância do processo de
regionalização ao proclamar que:
[...] A garantia do direito à saúde requer a
organização de uma rede que responda ao
perfil epidemiológico e integre as ações de
promoção, proteção, tratamento e

69
Módulo 2 – A Organização do SUS

reabilitação, articulando as ações de


âmbito local, microrregional, regional,
macrorregional estadual, interestadual e
nacional, e assegurando a coordenação da
gestão descentralizada. Diferentes perfis
de necessidades demandam ações e
serviços de saúde de composição
diferenciada, exigindo uma perspectiva de
base local ascendente que integre
sucessivamente os níveis superiores até
que se atinja a possibilidade máxima de
cobertura alcançável com os recursos
disponíveis.
Portanto, é aceito que o processo de
regionalização implica na subdivisão do universo
espacial e populacional, objeto de um Sistema de
Saúde, correspondente e inserido num processo de
descentralização/centralização que garanta sua
operacionalização, em termos de cobertura e acesso,
com ações de saúde que responda às reais
necessidades populacionais, com eficiência e
impacto nas condições de saúde. No entanto, para o

70
Módulo 2 – A Organização do SUS

seu desenvolvimento, é preciso considerar a


instituição de uma rede de serviços de saúde
hierarquizada, a existência de um planejamento
regional integrado, assim como, garantir o acesso a
todos os níveis de atenção considerando os riscos da
população, evitando a fragmentação da rede de
serviços (CONASEMS, 2019).
Segundo Guimarães (2005), o processo de
regionalização deve ser dividido em dois momentos:
a. o processo de regionalização dos serviços, que é a
tentativa de organizar os serviços como forma de
torná-los mais eficientes e eficazes, ou seja,
conseguir atingir os objetivos do SUS de
universalização, integralidade e equidade com maior
qualidade e ao menor custo financeiro; b. e a criação
de Regiões de Saúde, a partir das características
epidemiológicas de determinada população vivendo
em determinado espaço e tempo.
O princípio da regionalização está diretamente
relacionado com o da descentralização, o qual

71
Módulo 2 – A Organização do SUS
determina distribuição de competências e
responsabilidades para as esferas governamentais
(União, Estados e Municípios), tornando-as
autônomas no processo de gestão. Porém, para que
ocorra a regionalização, faz-se necessário a
articulação entre as três esferas de governo e
internamente entre cada uma delas. Dessa forma, a
regionalização e a hierarquização são consideradas
instrumentos importantes para o alcance dos
princípios fundamentais do SUS - universalidade,
integralidade e equidade (CONASEMS, 2019).
Diante do apresentado, o processo de
regionalização, através de seus atributos essenciais
(Figura 1), tem como principal desafio a
transformação do sistema de saúde para enfrentar a
situação epidemiológica e demográfica da sociedade
brasileira e suas necessidades de saúde.

72
Módulo 2 – A Organização do SUS

Figura 1- Atributos essenciais da regionalização

73
Módulo 2 – A Organização do SUS

74
Módulo 2 – A Organização do SUS
Você sabe como ocorreu o processo de
Regionalização da Saúde no Brasil?

O processo de regionalização da saúde no Brasil


nos remete à discussão sobre a descentralização, ou
seja, a necessidade de assegurar a autonomia
municipal, que no nosso país foi o evento que
precedeu o processo em questão (CARDOSO et al.,
2016).
Em 1891, a tripartição é instituída e o município
passa a ser considerado autônomo, apesar do poder
de decisão ainda ficar concentrado nas mãos do
Estado (BRASIL, 1891; FIGUEIREDO et al., 2013).
Essa autonomia municipal é reafirmada em 1934,
embora a competência de cuidar da saúde e
assistência pública fosse ainda privativa dos estados
(BRASIL, 1934; CARVALHO, 2005). No ano de 1946,
foi promulgada a nova Constituição que assegura a
autonomia dos municípios através da organização
dos serviços públicos locais, em contrapartida
destaca-se um alto grau de autoritarismo na

75
Módulo 2 – A Organização do SUS

implementação de políticas públicas de saúde


(BRASIL, 1946; CARVALHO, 2005).
Anos mais tarde, em 1988, foi promulgada a
Constituição Cidadã, quando a saúde passou a ser um
direito garantido, ficando os municípios responsáveis
por prestar serviços de atendimento à saúde da
população (BRASIL, 1988).
Nesse contexto, em 1990, é instituído o Sistema
Único de Saúde, através da Lei 8.080, que apresenta
como princípios organizativos: a regionalização,
preconizando que a rede de serviços do sistema deve
ser organizada de forma que permita o maior
conhecimento dos problemas de saúde da população
em uma área delimitada; a hierarquização que
respeita a divisão dos níveis de atenção à saúde e
viabiliza o acesso a serviços de saúde, a depender da
complexidade das necessidades de cada caso; a
descentralização político-administrativa, que admite a
redistribuição das responsabilidades das ações e
serviços de saúde entre as três esferas de governo a
partir do pressuposto de que quanto mais próximo o

76
Módulo 2 – A Organização do SUS
gestor estiver dos problemas de um território, mais
chances ele terá de acertar na resolução deles; e a
participação da comunidade, entendida como um
processo que garante o direito da sociedade de
participar no processo de formulação das políticas de
saúde e do controle de sua execução (BRASIL, 1988;
ORTIGA E CONILL, 2009; DOURADO E ELIAS, 2011).
A partir da definição da responsabilidade
municipal, tornou-se evidente a necessidade de
estabelecer normas e procedimentos que regulassem
o processo de descentralização das ações e serviços
de saúde. Portanto, partir de 1991, são editados
diversos instrumentos normativos que davam
continuidade ao processo de regulamentação da
organização do SUS, entre as quais, as Normas
Operacionais Básicas (NOBs), sendo elas a NOB 91,
que evidencia o processo de municipalização
(BRASIL, 1991); a NOB 93, que definiu
explicitamente o município como gestor específico
das ações e serviços de saúde (BRASIL, 1993); e a
NOB 96, que consolidou a política de
municipalização, estabelecendo o pleno exercício do

77
Módulo 2 – A Organização do SUS
poder municipal, cuja função era gerir a atenção à
saúde no seu território (BRASIL, 1996).
Nos anos 2000, o processo de regionalização
avançou com mais clareza a partir da Norma
Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), de 2001
e 2002, que organizou o território de forma a
contemplar espaços supramunicipais, onde se
articularam as redes de assistência à saúde (BRASIL,
2002; VIANA et al., 2008; MACHADO, 2009).
Seguindo nessa perspectiva, em 2006, surge o
Pacto pela Saúde que avança ao apontar a
regionalização como eixo estruturante para gestão
do SUS e estabelece novas diretrizes às esferas
gestoras para implementação das políticas de saúde.
Em 2011, o decreto 7.508 admite as regiões de
saúde como espaços privilegiados para garantia da
integralidade na atenção à saúde da população e
apresenta as Redes de Assistência à Saúde como
proposta para a regionalização da saúde.

78
Módulo 2 – A Organização do SUS

Após 6 anos, em 2017, é publicada a Resolução


da Comissão Intergestores Tripartite N° 23 de 2017,
que estabelece as diretrizes para o processo de
regionalização, o planejamento regional integrado e
a governança das redes de atenção à saúde. Em
seguida, em 2018, é divulgada a Resolução da
Comissão Intergestores Tripartite N° 37 que dispõe
sobre o processo de planejamento regional integrado
e a organização de macrorregiões de saúde. No ano
de 2019 é anunciada a Resolução da Comissão
Intergestores Tripartite N° 44 que define que o
acordo de cooperação entre os entes federados será
expresso no planejamento regional integrado. A
Figura 2 apresenta uma linha do tempo do processo
de regionalização em saúde.

79
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 2- Linha do tempo: Regionalização da Saúde no Brasil. 1981 a 2109

80
Módulo 2 – A Organização do SUS

Agora, é importante que você conheça os


instrumentos que contribuem para a efetivação da
regionalização em saúde

Para auxiliar no processo de planejamento,


existem diversos instrumentos que devem ser
utilizados pelos gestores para nortear a base
orçamentária dos municípios e estados e organizar a
rede regionalizada.
Plano Diretor Regional (PDR)
Instituído pela NOAS 01/2001, o Plano Diretor de
Regionalização (PDR) tem como função organizar a
rede regionalizada dos Estados e do Distrito Federal
da assistência da saúde, garantindo o acesso da
população aos serviços em todos os níveis de
complexidade.
Os objetivos do PDR são os seguintes:
● Aumentar a capacidade de gestão do SUS;
● Trabalhar de acordo com as necessidades da
saúde e não em função das pressões de oferta;

81
Módulo 2 – A Organização do SUS

● Incrementar as relações cooperativas e


complementares entre gestores do sistema, com
melhor definição de responsabilidades e dos
compromissos estabelecidos;
● Fortalecer os instrumentos de consolidação dos
pactos entre gestores do sistema; e
● Melhorar o acesso de todos os cidadãos a todos
os níveis de atenção à saúde.
Este instrumento deve ser pactuado entre os
gestores municipais e sua respectiva secretaria
estadual de saúde, e posteriormente aprovado pelo
conselho estadual de saúde. A sua estruturação
permite definir as regiões de saúde, tendo como
referência as características
territoriais-populacionais, de maneira a promover a
resolutividade dos problemas de saúde da
população.
Mas o que deve estar presente num PDR?

No esquema abaixo podemos observar as

82
Módulo 2 – A Organização do SUS

características, previstas na lei, que devem estar


contidas num PDR (Figura 3).

Figura 3- Características que compõem o Plano Diretor de


Regionalização

83
Módulo 2 – A Organização do SUS
Além do que foi apontado acima, o Plano Diretor
de Regionalização é essencial para a elaboração da
Programação Pactuada Integrada (PPI), o
instrumento que estudaremos a seguir.
Programação Pactuada Integrada (PPI)

Assim como o PDR, a Programação Pactuada


Integrada foi instituída pela NOAS 01/2001, e dentro
do processo de planejamento, como o próprio nome
indica, programa as ações que serão realizadas, uma
vez definidas as prioridades no Plano de Saúde. O PPI
permite conhecer e mensurar a demanda dos
serviços de saúde necessários para a população
residente em cada território. É por meio da PPI que
as pactuações das referências intermunicipais são
efetuadas, segundo a articulação entre os gestores
municipais.
Sendo assim, garante que usuários possam
acessar serviços de média complexidade não
disponíveis em seu município de residência, devendo
orientar a alocação de recursos e definição de limites

84
Módulo 2 – A Organização do SUS
financeiros para todos os municípios do estado,
independente de sua condição de gestão.
Abaixo estão os principais objetivos da
Programação Pactuada e Integrada:
● Estimular o processo de planejamento e
programação integrada entre os gestores
municipais e o gestor estadual, por intermédio de
instâncias integradas de planejamento e de
acordos;
● Orientar a organização do sistema de saúde e das
redes de referência de caráter microrregional,
regional ou estadual, de acordo com as
necessidades identificadas;
● Explicitar os fluxos de referências
intermunicipais, acordados entre os gestores, de
forma a garantir o acesso de toda a população a
todos os níveis de atenção;
● Orientar a alocação de recursos financeiros pela
lógica das necessidades de saúde da população e
de acordo com as prioridades estabelecidas pelos
gestores, em detrimento da lógica de alocação
de recursos orientada pela oferta de serviços;

85
Módulo 2 – A Organização do SUS
● Orientar a alocação de recursos financeiros entre
municípios, por meio da adoção de critérios
claros e adequados de definição de limites
financeiros, para custeio da assistência
ambulatorial e hospitalar, em todos os
municípios e da explicitação da parcela
correspondente às referências intermunicipais
pactuadas entre os gestores municipais.

Plano Diretor de Investimentos (PDI)

É no PDI que deve-se refletir as possibilidades de


negociação de prioridades regionais e expressar os
recursos de investimento tripartite que visam a
superação das desigualdades de acesso e à garantia
da integralidade da atenção à saúde em consonância
com o planejamento estadual e regional. No âmbito
regional, deve refletir as necessidades para o alcance
de suficiência na atenção à saúde, incluindo as ações
de vigilância e promoção em saúde, segundo as
características peculiares de cada região ou
macrorregião de saúde.

86
Módulo 2 – A Organização do SUS

Os planos de investimento serão discutidos e


aprovados na Comissão Intergestores Bipartite (CIB),
sendo que seu desenho final pode conter os recursos
financeiros de investimento destinados:
● ao processo de regionalização;
● ao desenvolvimento de ações de promoção à
saúde;
● à recuperação, readequação, expansão e
organização da rede física de saúde;
● para aquisição de equipamentos;
● ao desenvolvimento de ações de vigilância à
saúde;
● à constituição dos espaços de regulação;
● à promoção da equidade inter-regional;
● a outras necessidades pactuadas regionalmente.
As dificuldades para garantir o compromisso de
acesso a todas as necessidades de saúde em cada
região de saúde (até o limite definido pelo PDR e pela
PPI) são indicadores de oportunidades de
investimento para superar a carência de serviços ou o
subdimensionamento de equipamentos.

87
Módulo 2 – A Organização do SUS
Destaca-se que o PDI é parte fundamental do
Plano Diretor de Regionalização, orientando as
propostas orçamentárias e a elaboração dos planos
plurianuais.

Planejamento Regional Integrado (PRI)

O Planejamento Regional Integrado (PRI) é uma


estratégia apontada na legislação do SUS, desde a
sua concepção. A Norma Operacional da Assistência
à Saúde (NOAS) 01 de 2001/2002 já trazia a
necessidade de um planejamento integrado como
um instrumento para efetivar a regionalização, com
foco na organização da oferta, das redes e dos fluxos
intermunicipais, em busca da integralidade e da
equidade.
O Pacto pela Saúde explicitou que o
Planejamento Regional Integrado, mais que uma
exigência formal, deveria expressar as
responsabilidades dos gestores com a saúde da
população do território e o conjunto de objetivos e

88
Módulo 2 – A Organização do SUS

ações que contribuem para a garantia do acesso e


da integralidade da atenção, devendo as
prioridades e responsabilidades definidas
regionalmente estarem refletidas no Plano de
Saúde de cada município e do estado.
Já o Decreto n° 7.508/2011 define que o processo
de planejamento da Saúde deve ser ascendente e
integrado, do nível local até o federal, ouvidos os
respectivos Conselhos de Saúde,
compatibilizando-se as necessidades das políticas de
saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.
Mais recentemente, a Resolução CIT n° 23/2017
foi responsável por estabelecer as diretrizes para o
Planejamento Regional Integrado e Governança das
RAS e, posteriormente, a Resolução CIT n° 37/2018
que dispõe sobre o PRI e a organização das
Macrorregiões de Saúde. Esta última resolução
orienta que a Macrorregião de Saúde é o espaço
regional ampliado que garante a resolubilidade das
RAS e deve ser instituído pelas CIB no processo de
Planejamento Regional Integrado (BRASIL, 2018;
2020).
89
Módulo 2 – A Organização do SUS

Para monitorar, acompanhar, avaliar e propor


soluções para o adequado funcionamento da RAS,
inseridas nas macrorregiões de saúde, é necessário
instituir o Comitê Executivo de Governança da RAS
(CEGRAS), um órgão de natureza técnica e
operacional, vinculado à CIB. Diversos atores estão
envolvidos no funcionamento e resultados do
Comitê Executivo, incluindo os prestadores de
serviços, o controle social e representantes do
Ministério da Saúde.
Cabe ao estado a responsabilidade de coordenar
o processo do planejamento regional integrado, mas
sua elaboração envolve todos os Municípios que
compõem a Região de Saúde, o Estado, por meio da
Secretaria Estadual de Saúde, e a União, por meio do
Ministério da Saúde. Por sua vez, o processo de
pactuação, monitoramento e avaliação é realizado
no âmbito da Comissão Intergestores Regional (CIR).

90
Módulo 2 – A Organização do SUS
Um dos produtos desse processo de
planejamento é o Plano Regional, e este será a base
para a construção do Plano Estadual de Saúde,
conforme disposto na Lei Complementar nº
141/2012, e deve expressar:
a. A identificação do espaço regional ampliado;
b. A identificação da situação de saúde no território,
das necessidades de saúde da população e da
capacidade instalada;
c. As prioridades sanitárias e respectivas diretrizes,
objetivos, metas, indicadores e prazos de execução;
d. As responsabilidades dos entes federados no
espaço regional;
e. A organização dos pontos de atenção da RAS para
garantir a integralidade da atenção à saúde para a
população do espaço regional;
f. A programação geral das ações e serviços de saúde;
g. A identificação dos vazios assistenciais e eventual
sobreposição de serviços orientando a alocação dos
recursos de investimento e custeio da União,
estados, municípios, bem como de emendas
parlamentares.

91
Módulo 2 – A Organização do SUS
Depois de compreender o que é um
Planejamento Regional Integrado, vamos entender o
processo para estruturação deste instrumento,
apresentado na figura a seguir.
Figura 4- Passos para o desenvolvimento do Planejamento Regional
Integrado

92
Módulo 2 – A Organização do SUS
É importante ressaltar que o PRI deve estar em
consonância com os instrumentos formais de
planejamento do SUS e com os instrumentos de
planejamento governamental, conformando um
ciclo, que visa a promover a equidade regional,
contribuindo assim para a concretização do
planejamento ascendente do SUS.

Programação Geral das Ações e Serviços de


Saúde (PGASS)

A Programação Geral das Ações e Serviços de


Saúde é uma das etapas do PRI, e consiste em um
processo de negociação e pactuação entre os
gestores, em que são definidos os quantitativos
físicos e financeiros das Ações e Serviços Públicos de
Saúde a serem desenvolvidos, no âmbito da
Macrorregião de Saúde, buscando a otimização dos
recursos e contribuindo para a conformação e
organização da RAS.

93
Módulo 2 – A Organização do SUS
Desta forma, relaciona-se com as Diretrizes,
Objetivos, Metas e Indicadores do Plano de Saúde e
com as ações e recursos orçamentários e financeiros
da Programação Anual de Saúde, ambos são
instrumentos de planejamento do SUS que veremos
no módulo seguinte.
Abrange as ações de assistência à saúde
(atenção primária, urgência e emergência, atenção
psicossocial e atenção ambulatorial especializada e
hospitalar), de promoção, de vigilância (sanitária,
epidemiológica, da saúde do trabalhador e
ambiental) e de assistência farmacêutica, de
interesse regional, constantes na Relação Nacional
de Ações e Serviços de Saúde (Renases) e na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), a
serem realizadas no território.
A PGASS enfatiza também o papel organizativo
da rede de atenção, uma vez que a metodologia
proposta incorpora ferramentas de apoio à
reorganização dos serviços de saúde, partindo de

94
Módulo 2 – A Organização do SUS
estimativas de necessidades em saúde, que apontam
para investimentos, antes de promover a alocação
dos recursos de custeio, invertendo a lógica
hegemônica que privilegia meramente a distribuição
do dinheiro. Em outras palavras, o modelo do PGASS
assume, como princípio, a orientação para as
necessidades de saúde da população.

Como está configurado o processo de


Regionalização no Estado de Pernambuco?

No início de 2009, em Pernambuco, foi


deflagrado o movimento de construção da
regionalização da saúde. O processo foi iniciado pela
necessidade de redefinir a conformação territorial do
Estado, reorganizando as regiões de saúde a partir da
elaboração de um novo Plano de Regionalização da
Saúde (PDR), de modo a subsidiar a organização da
saúde de forma regionalizada, solidária,
hierarquizada e resolutiva (PERNAMBUCO, 2011).

95
Módulo 2 – A Organização do SUS
Neste mesmo ano foram priorizadas oito linhas
de cuidado (cardiologia, oncologia,
urgência/emergência com ênfase em traumas,
materno infantil, nefrologia, saúde mental, saúde
bucal e oftalmologia) a serem trabalhadas de acordo
com perfil epidemiológico do Estado e as
necessidades assistenciais com maior impacto na
saúde da população. Em 2011, a nova gestão incluiu
duas novas linhas de cuidado: a
neurologia/neurocirurgia e a vigilância em saúde.
A partir da publicação do Decreto nº 7.508 de 28
de junho de 2011, e considerando suas diretrizes para
a configuração de uma região de saúde, o desenho
proposto do PDR passou por readequação. Neste
processo de readequação para definição das 12
regiões de saúde do Estado de Pernambuco foram
levados em consideração alguns critérios conforme a
Figura 5, a seguir.

96
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 5- 6 critérios para definição das regiões de saúde

Após a obtenção de consenso nas oficinas


macrorregionais, em 19 de setembro de 2011, foi
homologado na Comissão Intergestores Regional
(CIR) a nova conformação territorial da saúde que
organiza o Estado de Pernambuco em 04
macrorregiões, 12 regiões e 11 microrregiões de

97
Módulo 2 – A Organização do SUS

saúde (Figuras 6 e 7). Em continuidade ao


movimento de construção do regionalização, em
2012, o primeiro mapa de saúde das regiões de saúde
de Pernambuco foi construído.

Figura 6- Distribuição das macrorregiões de saúde. Pernambuco, 2011

Fonte: https://dgmog.saude.pe.gov.br/mapas/mapa-pe/pernambuco

98
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 7- Distribuição das regiões de saúde. Pernambuco, 2011

Fonte: https://dgmog.saude.pe.gov.br/mapas/mapa-pe/pernambuco

No ano de 2018, concomitante a publicação da


Resolução da Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
N° 37, são publicadas as Resoluções da Comissão
Intergestores Bipartite (CIB) N° 4.086 que estabelece
metodologia e cronograma do processo de
Planejamento Regional Integrado (PRI) e ratifica a
conformação territorial de saúde do Estado de
Pernambuco em quatro macrorregiões, e a Nº 5.045
que institui o grupo condutor central do PRI, o qual
no ano seguinte, em 2019 (Resolução CIB Nº 5.171), é

99
Módulo 2 – A Organização do SUS
recomposto com participação de gestores municipais
representando as quatro macrorregiões, assessoria e
representantes estaduais.
Seguindo nessa perspectiva, em 2020, inicia-se a
execução da primeira fase do projeto do PRI e no
ano seguinte, 2021, a segunda fase do processo de
regionalização, no qual ocorreu: a definição das
diretrizes, a atualização da metodologia e
cronograma do processo do Planejamento Regional
Integrado e a ratificação da conformação territorial
da saúde em quatro macrorregiões (Resolução CIB
Nº 5.613); o acolhimento dos novos gestores
municipais; a execução do curso de planejamento e
orçamento voltado para os gestores municipais,
regionais e estaduais com o objetivo de promover
um alinhamento conceitual e metodológico sobre o
PRI no estado; a revisão dos mapas regionais de
saúde, atualização da composição e atribuições do
grupo condutor central do PRI (Resolução CIB Nº
5.622); homologação dos grupos condutores

100
Módulo 2 – A Organização do SUS
regionais e a definição das atividades a serem
desenvolvidas no PRI no Estado (Resolução CIB Nº
5.624); a composição e atribuição dos grupos
condutores macrorregionais (Resolução CIB Nº
5.638).
No ano de 2022, inicia-se um novo processo de
revisão do PDR; continuidade do processo de revisão
dos mapas de saúde regionais e construção dos
mapas macrorregionais, com a construção de
instrutivos; a execução do curso de Governança no
SUS, que teve um papel estratégico de fomentar a
continuidade do processo de alinhamento para
implantação e discussão das fases do PRI nas 12
regiões de saúde; e a primeira roda de conversa
virtual entre o grupo condutor central e os grupos
condutores macrorregionais. A Figura 8 apresenta
uma linha do tempo do processo de regionalização
em saúde.

101
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 8- Linha do tempo: Regionalização da Saúde em Pernambuco -
2009 a 2022

102
Módulo 2 – A Organização do SUS

Redes de Atenção à Saúde (RAS)

O que vem à cabeça quando você pensa no


conceito de redes? As imagens abaixo ilustram
algumas possibilidades:

Fonte: imagens do Google.

103
Módulo 2 – A Organização do SUS
A ideia de rede enquanto princípio organizativo
ou explicativo de fenômenos está presente em
muitas áreas do conhecimento moderno. O conceito
é considerado polissêmico, pois abarca múltiplas
definições, com importância e relativos efeitos de
verdade em vários campos da ciência.
Consultando o dicionário da língua portuguesa
(HOUAISS, 2001), o significado da palavra “rede” faz
referência a um “entrelaçado de fios (...), cordões,
arames etc., formando uma espécie de tecido de
malha aberto”, ou ainda a ideias como: “conjunto de
pontos que se comunicam entre si”; e “conjunto de
pessoas ou estabelecimentos que mantêm contato
entre si, geralmente organizadas e sob um único
comando”. Nessas acepções, ficam evidentes, então,
as noções de ligação, comunicação, articulação,
interdependência e conjunto. Amaral e Bosi (2016, p.
2) concluem que na semântica da palavra “rede” está
incutida a ideia de algo “criado por meio de
comunicação, contato, entrelaçamento ou outras
formas de relação entre elementos, estabelecendo

104
Módulo 2 – A Organização do SUS
novas possibilidades com base na estrutura assim
produzida”.
Nas imagens acima vemos a expressão da ideia
aqui trabalhada. A rede de proteção, de pesca, e de
dormir, as redes sociais, de comunicação e de
internet ilustram estruturas compostas por pontos
que se comunicam entre si. É essa comunicação
fundamental que estrutura e dá função à rede: seja
para oferecer proteção, promover interação à
distância, garantir a pesca, ou até mesmo um sono
tranquilo.
Além do aspecto material e funcional, as redes
guardam consigo o grande potencial de comportar
uma quantidade quase ilimitada de conexões em
diferentes pontos. As redes são sistemas
estruturados, mas abertos, com possibilidade de
expansão ilimitada, desde que os novos pontos de
conexão compartilhem códigos numa linguagem
comum. Assim, as redes são passíveis de serem
construídas, desconstruídas e reinventadas, de

105
Módulo 2 – A Organização do SUS
acordo com condições contextuais e não
necessariamente apriorísticas, respeitando os
códigos comuns como fundamento para a conexão
entre os nós.
No campo das Políticas Públicas, as redes têm
sido propostas para administrar políticas e projetos
quando os recursos são escassos e os problemas
complexos; onde há interação de agentes públicos e
privados, centrais e locais; onde se manifesta uma
crescente demanda por benefícios e por participação
cidadã (FLEURY; OUVERNEY, 2007, in MENDES,
2011). Para garantir uma eficácia da gestão de redes,
é necessário um trabalho rotineiro na produção de
consensos; a operação com situações em que todos
os atores envolvidos ganhem; a harmonia entre
decisores políticos e administrativos; a negociação
de soluções; além do monitoramento e avaliação
permanente dos processos.
As redes não são meros arranjos poliárquicos
entre diferentes atores que possuem certa
autonomia. O conceito se aproxima mais de um

106
Módulo 2 – A Organização do SUS
sistema que busca, de maneira deliberada e no plano
institucional, aprofundar e estabelecer padrões
estáveis de inter-relações (MENDES, 2011).

Mas, afinal de contas, o que são as Redes de


Atenção à Saúde (RASs)?

Podemos entender as RASs como “redes de


organizações que prestam um contínuo de serviços
para garantir a integralidade do cuidado a uma
população definida e que se responsabilizam pelos
resultados clínicos, financeiros e sanitários relativos a
essa população”, através de um sistema técnico,
logístico e de gestão (SHORTELL et al.,1996 in
MENDES, 2011, p. 80).
As RAS organizam-se com base em pontos de
atenção à saúde, isto é, locais onde são ofertados
serviços de saúde que determinam a estruturação
dos pontos de atenção em diferentes níveis. Nessa
rede, a Atenção Primária à Saúde (APS) é o centro de
comunicação e também a ordenadora do cuidado.

107
Módulo 2 – A Organização do SUS
Isso quer dizer que a APS é a porta de entrada
prioritária do usuário no sistema de saúde, e será ela
também a responsável por ordenar o cuidado deste,
a partir da definição do itinerário terapêutico do
usuário nos diversos pontos de atenção da RAS, de
acordo com suas necessidades e possibilidades de
oferta local.

Figura 9- A APS é o centro de comunicação e também a ordenadora


do cuidado

Fonte: https://repocursos.unasus.ufma.br/redes-atencao-saude-2018/modulo1/ebook/13.html

108
Módulo 2 – A Organização do SUS
Dentre os componentes operacionais expressos
na estrutura operacional das RASs, podemos citar os
principais: centro de comunicação (Atenção Primária
à Saúde); pontos de atenção (secundários e
terciários); sistemas de apoio (diagnóstico e
terapêutico, de assistência farmacêutica, de
teleassistência e de informação em saúde); sistemas
logísticos (registro eletrônico em saúde, prontuário
clínico, sistemas de acesso regulado à atenção e
sistemas de transporte em saúde); e sistema de
governança (da rede de atenção à saúde) (MENDES,
2011).
As RASs surgem na década de 1920, no Reino
Unido, com a produção do Relatório Dawson, que é
fruto de um grande debate político de mudanças no
sistema de proteção social daquela união política,
num contexto pós 1ª Guerra Mundial. No Relatório
constava a primeira proposta de organização de
sistemas regionalizados em saúde, cujos serviços
deveriam ser ofertados por meio de uma organização
ampliada, que visasse o atendimento às

109
Módulo 2 – A Organização do SUS
necessidades da população, de maneira eficaz e
resolutiva. Esses serviços deveriam ser acessíveis a
todos e oferecer cuidados tanto preventivos, quanto
curativos à população, seja em domicílio, ou em
centros de saúde secundários, geralmente vinculados
a hospitais (UFMA/UNA-SUS, 2016).
Após a reunião de Alma-Ata (1978), houve uma
intensificação na discussão sobre a reestruturação
dos sistemas de saúde, de acordo com a lógica de
RAS. Na década de 1990, os Estados Unidos da
América retomaram a discussão com o objetivo de
superar a fragmentação do sistema de saúde vigente.
A partir de então, houve um investimento na oferta
contínua de serviços a uma população específica,
territorialmente delimitada, focada na APS, de
maneira interdisciplinar e com integração entre os
serviços de saúde e sistemas de informação.
Experiências parecidas foram registradas no Canadá,
alguns países da Europa e, de maneira mais
incipiente, em países da América Latina, como o
Chile.

110
Módulo 2 – A Organização do SUS
A literatura internacional aponta que os sistemas
de saúde organizados em RASs estruturadas numa
APS forte, resolutiva e coordenadora do cuidado,
apresentam melhores resultados do que aqueles que
têm uma APS fragilizada. Uma APS fortalecida pode
implicar num sistema de saúde mais efetivo, menos
custoso, mais satisfatório à população e mais
equânime, mesmo diante de desigualdades sociais
(UFMA/UNA-SUS, 2016).
No Brasil, foi somente em 2010 que houve uma
preocupação formal com a organização das Redes de
Atenção em Saúde no país, quando o Ministério da
Saúde estabeleceu as diretrizes para a organização
da RAS, por meio da Portaria nº 4.279/2010. Mendes
(2011) afirma que, para haver uma organização
efetiva, eficiente e com qualidade, as RASs têm de
estruturar-se com base nos seguintes fundamentos:
economia de escala, disponibilidade de recursos,
qualidade e acesso; integração horizontal e vertical;
processos de substituição; territórios sanitários; e
níveis de atenção.

111
Módulo 2 – A Organização do SUS
Existem 5 Redes Temáticas de Atenção à Saúde
no SUS, as quais são: Rede de Atenção Materna e
Infantil (Rami); Rede de Cuidados à Pessoa com
Deficiência; Rede de Atenção Psicossocial; Rede de
Urgência e Emergência e Rede de Atenção às
Pessoas com Doenças Crônicas.

Atributos, objetivos e caracterização da RAS


no Brasil

A referida Portaria (BRASIL, 2010) também


explicita os atributos para um bom funcionamento
de uma RAS, quais sejam:
● População e território definidos com amplo
conhecimento de suas necessidades e preferências
que determinam a oferta de serviços de saúde;
● Extensa gama de estabelecimentos de saúde que
presta serviços de promoção, prevenção,
diagnóstico, tratamento, gestão de casos,
reabilitação e cuidados paliativos, e integra os

112
Módulo 2 – A Organização do SUS
programas focalizados em doenças, riscos e
populações específicas, os serviços de saúde
individuais e os coletivos;
● Atenção Primária em Saúde estruturada como
primeiro nível de atenção e porta de entrada do
sistema, constituída de equipe multidisciplinar
que cobre toda a população, integrando,
coordenando o cuidado, e atendendo às suas
necessidades de saúde;
● Prestação de serviços especializados em lugar
adequado;
● Existência de mecanismos de coordenação,
continuidade do cuidado e integração
assistencial por todo o contínuo da atenção;
● Atenção à saúde centrada no indivíduo, na
família e na comunidade, tendo em conta as
particularidades culturais, gênero, assim como a
diversidade da população;
● Sistema de governança único para toda a rede
com o propósito de criar uma missão, visão e
estratégias nas organizações que compõem a
região de saúde; definir objetivos e metas que

113
Módulo 2 – A Organização do SUS
devam ser cumpridos no curto, médio e longo
prazo; articular as políticas institucionais; e
desenvolver a capacidade de gestão necessária
para planejar, monitorar e avaliar o desempenho
dos gerentes e das organizações;
● Participação social ampla;
● Gestão integrada dos sistemas de apoio
administrativo, clínico e logístico;
● Recursos humanos suficientes, competentes,
comprometidos e com incentivos pelo alcance
de metas da rede;
● Sistema de informação integrado que vincula
todos os membros da rede, com identificação de
dados por sexo, idade, lugar de residência,
origem étnica e outras variáveis pertinentes;
● Financiamento tripartite, garantido e suficiente,
alinhado com as metas da rede;
● Ação intersetorial e abordagem dos
determinantes da saúde e da equidade em
saúde;
● Gestão baseada em resultado.

114
Módulo 2 – A Organização do SUS
Com base nesses atributos, o Ministério da
Saúde define as Redes de Atenção à Saúde como
“arranjos organizativos de ações e serviços de saúde,
de diferentes densidades tecnológicas, que integradas
por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”.
(BRASIL, 2010, p. 1).
De acordo com esse mesmo documento, a RAS
tem o objetivo de promover a integração sistêmica,
de ações e serviços de saúde com garantia de
atenção contínua, integral, de qualidade, responsável
e humanizada, além de fortalecer o desempenho do
Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
clínica e sanitária, e eficiência econômica.
Assim a RAS terá características como: as
relações horizontais entre os pontos de atenção com
o centro de comunicação na APS, a centralidade nas
necessidades de saúde de uma população, a
responsabilização por uma atenção contínua e
integral, o cuidado multiprofissional, e o

115
Módulo 2 – A Organização do SUS
compartilhamento de objetivos e compromissos com
os resultados sanitários e econômicos (MENDES,
2011).

A RAS e os níveis de atenção à saúde

A RAS organiza-se a partir da relação horizontal


entre os níveis de atenção primário, secundário e
terciário. Como mencionado anteriormente, a APS é
o primeiro nível de atenção, que carrega consigo a
função resolutiva dos cuidados primários sobre
problemas mais comuns de saúde, e a partir do qual
se coordena e organiza o cuidado em todos os
pontos de atenção da rede. Os pontos de atenção à
saúde são espaços de oferta de serviços de saúde,
por meio de uma produção singular (BRASIL, 2010).
Estes podem ser os domicílios, as unidades básicas
de saúde, as clínicas especializadas, os centros de
apoio psicossocial, dentre outros.

116
Módulo 2 – A Organização do SUS
Vale ressaltar que o que diferencia um nível de
atenção do outro são os diferentes graus de
densidade tecnológica necessários aos serviços de
saúde em cada nível. Nesse sentido, não existe uma
hierarquia entre os níveis, mas sim uma
complementaridade conformada numa rede
horizontal entre pontos de atenção à saúde de
distintas densidades tecnológicas e seus sistemas de
apoio, sem ordem e sem grau de maior importância
entre eles. Dessa forma, todos os pontos de atenção
à saúde são igualmente importantes para o
cumprimento dos objetivos da RAS e a garantia de
uma atenção integral ao usuário.

117
Módulo 2 – A Organização do SUS

118
Módulo 2 – A Organização do SUS

Na figura a seguir podemos visualizar, à


esquerda, uma organização hierárquica de rede que
deve ser evitada, pois acaba por fragmentá-la, a
partir da percepção de que existem níveis de
complexidades maiores que devem ser priorizados
em detrimento dos demais, e estariam assim, “no
topo” da pirâmide. Os níveis de atenção secundários
e terciários constituem-se de tecnologias de maior
densidade tecnológica, mas não necessariamente de
maiores complexidades. Já à direita, podemos
visualizar a proposta atual de Rede de Atenção à
Saúde: uma organização poliárquica, que através de
ações cooperativas e interdependentes, rompe com
relações verticalizadas, a partir da APS como centro
de comunicação da rede.

119
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 10- Sistemas de organização de redes de saúde

A organização em rede apresenta algumas


vantagens, tais como: a capacidade de
aprendizagem, o funcionamento como canais de
difusão de conhecimentos e a utilização das
informações existentes para produzir novos
conhecimentos; a criação de vínculos diversificados
entre atores e organizações, que permite reduzir as

120
Módulo 2 – A Organização do SUS

incertezas nas políticas e nos programas; e os


benefícios econômicos oriundos das relações de
intercâmbio, que possibilitam ganhos de escala, com
redução de custos e melhoria da qualidade
(PODOLNY E PAGE, 1998).
Por outro lado, certas características das redes
limitam sua eficácia ou criam dificuldades para sua
gestão: o envolvimento de numerosos atores
dificulta a prestação de contas (accountability); o
processo de negociação e de formação de consensos
pode ser lento; a diluição de responsabilidades pode
interferir no alcance dos objetivos; pode se dar a
exclusão de atores sociais ou regiões importantes em
função da fragilidade dos critérios de participação; e
as dificuldades de controle e coordenação das
interdependências tendem a gerar problemas na
gestão (FLEURY; OUVERNEY, 2007).

121
Módulo 2 – A Organização do SUS
Vamos conhecer a Atenção Primária à Saúde?

Como já foi explicitado, os níveis de Atenção à


Saúde no Brasil foram estabelecidos pela Portaria nº
4.279/2010 em: Atenção Primária, Secundária e
Terciária. A APS caracteriza-se por um conjunto de
ações de saúde, tanto no âmbito individual, quanto
coletivo, que abarca a promoção e a proteção à
saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a
manutenção da saúde, objetivando o
desenvolvimento de uma atenção integral que
impacte positivamente na situação de saúde de uma
população.
A APS desenvolve-se com o mais alto grau de
descentralização e capilaridade, em locais mais
próximos da vida das pessoas. A Estratégia de Saúde
da Família (ESF) é a principal estratégia
governamental que orienta a oferta de serviços
multidisciplinares nas comunidades, por meio das
Unidades de Saúde da Família (USF), que muitas
pessoas conhecem como os antigos “postinhos de

122
Módulo 2 – A Organização do SUS
saúde”. Nesses espaços é possível ter acesso a
exames e consultas com equipes multiprofissionais,
que trabalham para garantir atenção integral à saúde
no território.
Contudo, os profissionais da APS não restringem
sua atuação às USFs. Devido ao caráter
territorializado da APS, é fundamental que os
profissionais desse nível de atenção articulem-se
com outros equipamentos sociais e espaços públicos
do território, tais como equipamentos da Assistência
Social, templos religiosos, e organizações sociais,
para a realização de ações de saúde.
Mais do que prover assistência clínica, o objetivo
da APS é estar próximo às pessoas e promover a
saúde e a qualidade de vida da comunidade. Esse
trabalho preventivo e de orientação é importante,
inclusive, para a otimização dos recursos utilizados
em internações e tratamentos nos setores
secundário e terciário, pois garante cuidado e
prevenção a muitas doenças e agravos comuns,
como a hipertensão ou diabetes.

123
Módulo 2 – A Organização do SUS
Além das Equipes de Saúde da Família, a APS
conta com profissionais alocados em outras equipes
como: Saúde da Família Ribeirinhas, Prisionais,
Consultório na Rua, Saúde Bucal, dentre outras.
Observe a figura abaixo para compreender os
atributos e funções da APS.
Figura 11- Atributos e funções da Atenção Primária à Saúde

124
Módulo 2 – A Organização do SUS
Uma APS fortalecida, em consonância aos seus
atributos e funções, pode proporcionar benefícios
como: garantia da promoção da saúde e prevenção
de doenças e agravos; gestão precoce dos problemas
de saúde; facilitação do acesso aos serviços
necessários e melhoria na qualidade do cuidado;
contribuição à redução da atenção desnecessária ou
iatrogênica no setor secundário; fomento a ações de
saúde mais adequadas, organizadas a partir das
necessidades da população adscrita; promoção de
maior equidade e integralidade na atenção aos
usuários.

125
Módulo 2 – A Organização do SUS
E os níveis Secundário e Terciário?

A Atenção Secundária é composta por serviços


especializados em nível ambulatorial e hospitalar,
com densidade tecnológica intermediária,
historicamente conhecida como “média
complexidade” (mas aqui você já aprendeu que, não
necessariamente, há uma hierarquia correspondente
entre os níveis de atenção e aumento da
complexidade, não é mesmo?). O nível Secundário
compreende os serviços médicos especializados, de
apoio diagnóstico e terapêutico, além dos
atendimentos de urgência e emergência.
Já a Atenção Terciária corresponde ao conjunto
de terapias e procedimentos de alta especialização,
comumente chamada de “alta complexidade”.
Pauta-se em procedimentos que envolvem
tecnologias duras e/ou de alto custo, como
oncologia, cardiologia, transplantes, partos de alto
risco, diálise, dentre outros. Geralmente, os pontos
de Atenção Secundária e Terciária voltam-se às ações
de diagnóstico, tratamento e reabilitação.

126
Módulo 2 – A Organização do SUS
O itinerário do usuário pelos pontos de
atenção da rede

Para que você tenha uma noção dos caminhos


que o usuário pode seguir dentro do SUS, vamos
ilustrar a partir da exemplificação da Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS). A RAPS é composta por
equipamentos localizados nos três níveis de atenção,
como podemos ver na figura 12.
Existe o fluxo “esperado” do usuário nessa rede,
que consiste no encaminhamento a partir da APS
para pontos especializados, como os CAPS ou as
Unidades ambulatoriais especializadas. Esses pontos
de atenção devem comunicar-se entre si, a partir de
processos de referência e contrarreferência, que
servem para fortalecer o vínculo
usuário-profissional-território, e garantir um cuidado
integral e continuado.
Além da entrada do usuário na rede pela APS,
ainda é possível que ele ingresse por meio dos
serviços de urgência ou emergência, como as UPAs,

127
Módulo 2 – A Organização do SUS

no caso de uma "situação de crise”, ou diretamente


pelo CAPS, visto que, apesar de ser equipamento do
setor secundário, é porta aberta à população, ou seja,
não necessita de um acesso regulado por
profissionais em níveis anteriores de atenção.
Em conformidade às conquistas oriundas da luta
antimanicomial, existem os chamados serviços
substitutivos, que são pontos de atenção orientados
por estratégias de desinstitucionalização. Esses
serviços surgiram em contraposição ao antigo
modelo que centralizava o cuidado em hospitais
psiquiátricos, apostando, desta vez, num cuidado
territorial, de base comunitária e em liberdade. Para
que esse novo paradigma de cuidado em saúde
mental e atenção psicossocial dê certo, é
imprescindível a comunicação efetiva entre os
diversos pontos de atenção da rede, para que sejam
construídas e articuladas conjuntamente
possibilidades de cuidado congruentes, de acordo
com as necessidades do usuário e potencialidades do
território.

128
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 12- Organização da Rede temática de Atenção Psicossocial
(RAPS)

Fonte: Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (NESCON), 2020

129
Módulo 2 – A Organização do SUS
Em conformidade às conquistas oriundas da luta
antimanicomial, existem os chamados serviços
substitutivos, que são pontos de atenção orientados
por estratégias de desinstitucionalização. Esses
serviços surgiram em contraposição ao antigo
modelo que centralizava o cuidado em hospitais
psiquiátricos, apostando, desta vez, num cuidado
territorial, de base comunitária e em liberdade. Para
que esse novo paradigma de cuidado em saúde
mental e atenção psicossocial dê certo, é
imprescindível a comunicação efetiva entre os
diversos pontos de atenção da rede, para que sejam
construídas e articuladas conjuntamente
possibilidades de cuidado congruentes, de acordo
com as necessidades do usuário e potencialidades do
território.

Como garantir a continuidade do cuidado nos


níveis Secundário e Terciário no contexto da RAS?

A RAS, a partir dos seus elementos, deve ser


capaz de garantir um sistema integrado para a

130
Módulo 2 – A Organização do SUS
continuidade do cuidado em saúde em qualquer
ponto da rede. Essa integração se faz principalmente
através de sistemas logísticos potentes (cartão de
identificação das pessoas usuárias, prontuário clínico
eletrônico, sistema de acesso regulado à atenção e
sistema de transporte em saúde).
Os pontos de atenção secundária de uma rede,
por exemplo, operam com prontuários que devem
circular, concomitantemente, em todos os níveis do
sistema. Esses prontuários são familiares, o que
viabiliza a incorporação, nos cuidados, dos
instrumentos potentes da abordagem da medicina
familiar. Além disso, permitem registrar todos os
portadores de uma determinada condição crônica,
por riscos socioeconômicos e sanitários, enviar
alertas e dar feedbacks aos profissionais e às pessoas
usuárias. Por fim, viabilizam as comunicações,
registradas formalmente, entre as equipes da
atenção secundária e da APS, garantindo uma
comunicação adequada entre generalistas e
especialistas.

131
Módulo 2 – A Organização do SUS
Figura 13- Componentes do Sistema Logístico da RAS

Além disso, os sistemas de apoio são os lugares


institucionais das redes em que se prestam serviços
comuns a todos os pontos de atenção à saúde. Como
mostrado anteriormente, se constituem nos campos
do apoio diagnóstico e terapêutico, da assistência
farmacêutica e dos sistemas de informação em
saúde. Para se ter uma ideia da importância e
complexidade dos sistemas de apoio, os
medicamentos, por exemplo, constituem o segundo
maior item de despesa dos sistemas de atenção à
saúde.

132
Módulo 2 – A Organização do SUS
Seguem abaixo duas aulas virtuais para um
maior aprofundamento dos conteúdos abordados
no módulo 2:
Aula virtual: Regionalização em saúde
Professor João Batista - SES/PE

Assista a aula por meio do link: https://youtu.be/WJbN5xdkjwM

Aula virtual: Redes de Atenção à Saúde


Prof. Eugênio Vilaça

Assista a aula por meio do link: https://youtu.be/-fxwfBarH4s

133
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de
1891. Brasília: Diário Oficial da União, 1891.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de


1934. Brasília: Diário Oficial da União, 1934.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de


1946. Brasília: Diário Oficial da União, 1946.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de


1988. Brasília: Diário Oficial da União, 1988.

BRASIL Decreto nº. 7508, de 26 de junho de 2011. Regulamenta


a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento
da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e
dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2011.

BRASIL. Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre


as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o financiamento dos serviços correspondentes e
dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde/INAMPS. Resolução n° 273, de 17


de julho de 1991. Reedita a Norma Operacional Básica/SUS Nº
01/91.

134
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 95, de 26 de janeiro de
2001. Aprova a norma operacional da assistência à saúde - NOAS
SUS 01/01. Brasília: Diário Oficial da União, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 399, de 22 de fevereiro


de 2006. Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do
SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto.
Brasília: Diário Oficial da União, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 545, de 20 de maio de


1993. Estabelece normas e procedimentos reguladores do
processo de descentralização da gestão das ações e serviços de
saúde, através da Norma Operacional Básica - SUS 01/93.

BRASIL. Manual de Planejamento no SUS / Ministério da


Saúde, Fundação Oswaldo Cruz. – 1. ed., rev. Brasília: Ministério
da Saúde, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Intergestores Tripartite


Resolução Nº 23, de 23 de Agosto de 2017. Estabelece diretrizes
para os processos de Regionalização, Planejamento Regional
Integrado, elaborado de forma ascendente, e Governança das
Redes de Atenção à Saúde no âmbito do SUS.

BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Intergestores Tripartite


Resolução Nº 37, de 22 de Março de 2018. Dispõe sobre o
processo de Planejamento Regional Integrado e a organização de
macrorregiões de saúde.

135
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Comissão Intergestores Tripartite
Resolução Nº 44, de 23 de Agosto de 2019. Define que o acordo
de colaboração entre os entes federados, disposto no inciso II do
art. 2º do Decreto nº 7.508/2011, é resultado do Planejamento
Regional Integrado.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.203, de 5 de


novembro de 1996. Norma Operacional Básica do Sistema
Único de Saúde (NOB-96). Brasília: Diário Oficial da União, 1996.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de


dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da
Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Regionalização da assistência à


saúde: Norma Operacional da Assistência à Saúde, 2002. Brasília:
Ministério da Saúde; 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Regionalização se faz


regionalizando: fortalecimento dos processos de governança,
organização e integração da rede de atenção à saúde / Ministério
da Saúde. Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2021.

136
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva.


Departamento de Apoio à Descentralização. Regionalização
solidária e cooperativa: orientações para sua implementação no
SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema


Único de Saúde (SUS): instrumentos de gestão em saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

CARDOSO, M. de C. B; MATTOS, A. I. S.; SANTOS, A. S. S.;


CORDEIRO, T .M. S. C. Processo de regionalização na saúde:
perspectivas históricas, avanços e desafios. Enfermagem Brasil,
2016; 15(4):227-35.

CARVALHO, A. C. D. Saúde pública: centralização, autoritarismo


e expansão dos serviços - São Paulo nas décadas de 1930 e 1940.
Revista de História Regional, 2005; 10(1):09-25.

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de


Saúde. Regionalização da saúde: posicionamento e orientações.
Brasília, 2019.

DOURADO, D. A.; ELIAS, P. E. M. Regionalização e dinâmica


política do federalismo sanitário brasileiro. Revista de Saúde
Pública, 2011; 45(1):204-11.

137
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, N. M. V.; SILVA, P. F.; ROSA, L. C. S.; CUNHA, C. L.
F.; SANTOS, R. V. S. G. O processo histórico de construção do
Sistema Único de Saúde brasileiro e as novas perspectivas.
Revista Âmbito Jurídico, 2010.

GUIMARÃES, R. B. Regiões de saúde e escalas geográficas.


Cadernos de Saúde Pública, 2005; 21(4):1017-25.

MACHADO, J. A. Pacto de gestão na saúde: até onde esperar


uma “regionalização solidária e cooperativa”?. Revista Brasileira
de Ciências Sociais, 2009; 24(71):105-19.

ORTIGA A. M. B.; CONILL, C. L. M. Municipalização da saúde: a


trajetória no Estado de Santa Catarina. Revista de Saúde Pública
de Santa Catarina, 2009; 1(1):23-30.

PERNAMBUCO. Alinhamento Conceitual e Metodológico do


Planejamento Regional Integrado / Grupo Técnico do
Planejamento Regional Integrado, Secretaria Estadual de Saúde,
Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Pernambuco,
Ministério da Saúde, 1ª Edição, Pernambuco, 2021.

PERNAMBUCO. Governo do Estado. Secretaria de Saúde do


Estado de Pernambuco. Secretaria Executiva de Regulação em
Saúde. Plano Diretor de Regionalização, 2011.

138
REFERÊNCIAS
SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo;
Coordenadoria de Planejamento de Saúde – CPS; Coordenadoria
de regiões de saúde - CRS. Instrumentos de planejamento de
saúde, 2017.

VAINER, B. Z. Breve histórico acerca das constituições do Brasil e


do controle de constitucionalidade brasileiro. Revista Brasileira
de Direito Constitucional – RBDC, n. 16, 2010.

VIANA, A. L. A.; IBANEZ, N.; ELIAS, P. E. M.; LIMA, L. D. de;


ALBUQUERQUE, M. V. de; IOZZI, F. L. Novas perspectivas para a
regionalização da saúde. São Paulo em Perspectiva, 2008;
22(1):92-106.

139
Módulo 2 – A Organização do SUS
Material Complementar
Para dar apoio aos seus estudos sobre a “A
organização do SUS”, disponibilizamos aqui, outros
materiais para complementar os estudos:

● BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde.


CONASS Debate – Governança Regional das Redes
de Atenção à Saúde. Brasília: CONASS, 2016. 118p.
(CONASS Debate, 6)

● ENSP Fiocruz. Os desafios da regionalização com a


professora Ana Luiza d'Ávila Viana. Disponível em:
Desafios da Regionalização - Ana Luiza d'Ávila Viana

● Plataforma Região e Redes +10. Regionalização pode


diminuir desigualdades. [Entrevista]. Disponível em:
https://www.resbr.net.br/regionalizacao-deve-diminuir
-desigualdades/#.YOjnRuhKjIU

● SUS e as Redes de Atenção à Saúde com o professor


Eugênio Vilaça. Disponível em: SUS e as Redes de
Atenção à Saúde

141

Você também pode gostar