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Felipe David Moreira

Frederico Antunes

Icaro Souza

Renato Calais Lisboa Silva

Diagnóstico Situacional eSF


Eldorado II

MONTES
CLAROS
JUNHO/2022
Diagnóstico Situacional eSF Eldorado II

ESF: Eldorado II
Acadêmicos:
Felipe David Moreria
Frederico Antunes
Icaro Souza
Renato Calais Lisboa Silva

Coordenadora da Disciplina Renata Francine Rodrigues


Lima

Cirurgião-dentista Supervisor Local: Juliano Magno de Valadares Bicalho


Enfermeiro Local: Ana Clara Fonseca
Médico Local: Priscila Araújo Alcântara
Referência Técnica de Saúde Bucal do Município: Guilherme Gonçalves da Silva
Secretário(a) Municipal de Saúde: Dulce Pimenta Gonçalves
Prefeito(a): Humberto Guimarães Souto

Montes Claros

Junho/2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

2. METODOLOGIA 4

3. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 4

3.1 HISTÓRICO DE TERRITÓRIO 4

3.2 DESCRIÇÃO COMPLETA DO TERRITÓRIO 6

3.3 DESCRIÇÃO DEMOGRÁFICA DO TERRITÓRIO 20

3.4 DESCRIÇÃO PERFIL SOCIOECONÔMICO 22

3.5 DESCRIÇÃO DO QUADRO EPIDEMIOLÓGICO DO TERRITÓRIO 25

3.6 SISTEMA LOCAL DE SAÚDE 29

4.0 INTEGRAÇÃO COM OUTROS CURSOS DE GRADUAÇÃO 45

5.0 PROBLEMAS IDENTIFICADOS 46

6.0 PÚBLICO ALVO 47

ANEXOS 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55
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INTRODUÇÃO

A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no


âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em
equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais
assume a responsabilidade sanitária, considerando o dinamismo existente no
território em que vivem essas populações.

A Atenção Básica é a principal porta de entrada e o centro articulador do


acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às Redes de Atenção
à Saúde, orientada pelos princípios da acessibilidade, coordenação do cuidado,
vínculo, continuidade e integralidade. Para atender esses princípios, a Atenção
Básica desenvolve programas e ações, considerando a diversidade das
necessidades de saúde dos usuários.

No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à


atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que
leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades Básicas
de Saúde (UBS), por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e
outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas UBS. As Unidades
Básicas de Saúde são, portanto, locais de atuação das equipes de Atenção
Básica. Essas equipes utilizam tecnologias de cuidado complexas e de baixa
densidade, ou seja, maior conhecimento e pouco equipamento, que possibilita o
manejo das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e
importância no território. Propõe organizar as práticas de saúde evidenciando o
caráter multiprofissional e interdisciplinar das equipes de saúde da família.

A Atenção Básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes


de Consultórios na Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa
Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de
saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que
busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades
etc.
2

Figura 01. Linha cronológica do Programa Brasil Sorridente

Fonte: Ministério da Saúde, 2022.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa a reorganização da atenção


básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida
pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de
expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os
princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a
resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades,
além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. Um ponto
importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional (equipe de
Saúde da Família – eSF) composta por, no mínimo: (I) médico generalista, ou
especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II)
enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou
técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde. Podem ser
acrescentados a essa composição os
3

profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em


Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.

Intrínseco na equipe de saúde da família existe a idéia da


territorialização, que considera como princípios do Sistema Único de Saúde a
regionalização e a descentralização. O processo de territorialização e
regionalização, com vistas à integralidade do cuidado físico e mental dos
usuários do SUS, através da qualificação do trabalho na atenção básica permite
individualizar e avaliar os principais elementos e relações existentes em uma
população, os quais determinam uma escala de qualidade de vida populacional.

Segundo o Ministério da saúde, a territorialização pressupõe uma


análise dos atributos sociais, demográficos e epidemiológicos que impactam, de
forma favorável, as condições de saúde da população adscrita. O exercício de
territorialização possui três componentes básicos: o primeiro remete à
demarcação de limites das áreas de atuação dos serviços; o reconhecimento do
ambiente; e estabelecimento de reações horizontais com outros serviços, além
de um mapeamento das áreas de risco de doenças.

Assim, a territorialização representa um instrumento relevante de


organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, posto que as
ações de saúde sejam praticadas a partir de uma base territorial que possui uma
delimitação previamente definida.

O diagnóstico situacional ou organizacional como o resultado de um


processo de coleta, tratamento e análise dos dados colhidos no local onde se
deseja realizá-lo. Esses dados são oriundos da participação efetiva das pessoas
que atuam no local de estudo.

O diagnóstico pode ser considerado como uma das mais importantes


ferramentas de gestão. É uma pesquisa das condições de saúde e risco de uma
determinada população, para posteriormente planejar e programar ações.
Portanto, o diagnóstico situacional é de fundamental importância para o
levantamento de problemas que, por sua vez, fundamenta o planejamento
estratégico situacional, que permite desenvolver ações de saúde mais efetivas
em relação aos problemas encontrados.
4

METODOLOGIA

Este estudo foi realizado na UBS - Unidade Básica de Saúde Eldorado


II, que se localiza à Rua Antônio Moreno, n° 417, Bairro Jardim Eldorado, a fim
de conhecer o território e o processo de trabalho da sua área de abrangência,
em Montes Claros, Minas Gerais.

O processo de construção do Diagnóstico Situacional ocorreu através da


coleta de informações na UBS e no território, a partir da observação de campo,
análise de documentos presentes na UBS, de documentos e relatos fornecidos
por vários profissionais da UBS, pesquisa de dados, por meio dos sistemas E-
SUS, VIVVER, do site oficial do Ministério da Saúde e, por fim, através da
estimativa rápida com alguns informantes-chave, seguindo todos os protocolos
de distanciamento e proteção que estão sendo preconizados, devido à
Pandemia da Covid-19.

3. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

3.1 Histórico de território

A região do ”Grande Eldorado” surgiu na década de 60, no local onde


existia uma fazenda do Senhor Lauro Azevedo Maia. Na área tinha apenas
vegetação com árvores grandes, capim vermelho e barrancos. Ao passar do
tempo o fazendeiro decidiu lotear, vender e em alguns casos, doar as terras.

Os primeiros moradores foram migrantes de cidades próximas e da zona


rural que vieram em busca de trabalho e melhores condições de vida para seus
familiares. Encontramos relatos de que o proprietário das terras cedeu lotes para
alguns trabalhadores, como forma de pagamento por anos de serviços
prestados. Esse “acordo trabalhista” entre o fazendeiro e trabalhadores
incentivou o início do povoamento da
5

área. Uma parte dessas propriedades rurais foram áreas de invasão, entretanto,
os moradores conseguiram termo de posse posteriormente.

No início, começaram a surgir as primeiras casas, que ficavam distantes


umas das outras. Era um total de três casas bem antigas que pertenciam à Dona
Santa com suas filhas.

Segundo os moradores, não existiam ruas no bairro e eles denominaram


como “caminhos” que foram abertos no meio da vegetação para dar acesso às
casas, a única rua existente era onde hoje é a Avenida João XXIII que dava
acesso ao centro e a algumas cidades vizinhas como Januária, Maria da Cruz,
São Francisco, além de outras. Naquela época essa rua era de cascalho e terra;
levava até o local onde hoje é o Hospital Aroldo Tourinho - que não existia - e
continuava à direita, onde hoje está localizada o bairro Vila Brasília. Assim, as
pessoas tinham que atravessar o Rio Vieira e, como não existia ponte, era
necessário andar sobre duas “tábuas”. Hoje, nesse lugar se encontra a Avenida
Sanitária.

A evolução do bairro se deu com a construção de casas na rua que


dava acesso ao centro e também com a chegada de empresas. Os
trabalhadores dessas empresas compraram os lotes para construção das novas
casas dando formato ao bairro. A primeira foi a Pavisan, empresa especializada
em construção civil, foi a pioneira no setor empregatício. Depois de algum tempo
o Senhor Braulino comprou parte do terreno da Pavisan, às margens da estrada
e construiu a sua residência e o primeiro comércio local do bairro. Após, vieram
outras empresas, como Lafarge (empresa especializada em cimento, concretos
e agregados para a construção civil), Minaspuma (empresa de espumas para
colchões), Coca cola e a Biodiesel.

O bairro não possuía água tratada e os moradores conseguiam água


nos córregos da Rolinha e no Alfeirão, que passava no local, onde hoje está
instalado o Campus Amazonas das Faculdades Unidas do Norte de Minas -
FUNORTE. Os moradores lavavam roupas e carregavam água em latas de
alumínio para realizar essas tarefas. Por volta de 1975, havia um “chafariz” (Rua
Sebastião Ribeiro dos Santos, que, atualmente, não existe e, no lugar, há uma
farmácia pertencente à eSF Santa Eugênia), que era o único local de
abastecimento de água para consumo. Com a chegada de novos moradores,
por
6

volta de 1980, chega o abastecimento de água, que antigamente era realizada


pela empresa Companhia de água e esgoto de Montes Claros- CAEMC, após foi
substituída pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA
assume o abastecimento. Da mesma forma, o acesso à energia elétrica era
restrito, uma vez que as instalações elétricas não eram disseminadas na região,
sendo limitado apenas a uma pequena parcela da comunidade da época.

Como infraestrutura, podemos falar que as ruas foram abertas pela


prefeitura, dando formato ao bairro, mas não eram asfaltadas, pois, a
pavimentação iniciou na década de 80. Em 1978, a única opção de comércio era
a “vendinha” do Senhor José Gonçalves, que existe até os dias atuais.

De acordo com informações colhidas em conversas com usuários, na


UBS, naquela ocasião, quando adoeciam, os moradores procuravam Irmã Irene,
na Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, para serem encaminhados por
ela aos médicos ou procuravam o Hospital Santa Terezinha e a Faculdade de
Medicina (FAMED), criada em 1969 e pertencia à Fundação Norte Mineira de
Ensino Superior (FUNM), que, posteriormente, se transformou na Universidade
Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), em 1990. Como não possuíam
acesso local a serviço de saúde, para imunização, a população direcionava-se
ao Centro de Saúde do Bairro Santos Reis.

3.2 Descrição Completa do Território

No processo de desenvolvimento da comunidade, a maioria dos


moradores mais antigos colaboraram no processo de crescimento do território
através da participação em Associações do bairro, grupos ou ajudando a buscar
melhorias.

As maiores necessidades do bairro, citadas pelos usuários ouvidos,


foram principalmente na infraestrutura: a construção da uma casa lotérica, que
existia no bairro, mas devido ao grande número de assaltos, foi retirada.
7

Os entrevistados citaram a necessidade da criação de uma agência dos


Correios porque a mais próxima fica localizada no centro da cidade, dificultando
o acesso; a criação de novos pontos de comércio (padarias, farmácias,
supermercados), criação de espaço para velórios (recentemente construído na
Rua Celestino Ferreira, porém, área coberta pela ESF Eldorado I), criação de
uma área de lazer, quadras de esportes porque os moradores do Eldorado II
têm que se deslocar para bairros vizinhos para usufruir de locais de lazer, como
o calçadão para caminhadas que fica no Distrito Industrial; Criação de mais
creches para comportar o número de criança que precisam estudar. É quase
unânime a importância da criação de um Posto Policial, que na visão deles,
deixaria o bairro mais seguro e mais completo.

Necessidade na melhoria da sinalização das ruas, na rede pluvial e


drenagem de água no período chuvoso porque as ruas e as casas ficam
inundadas; manutenção do asfalto por causa de buracos; melhorias no
transporte público, com a criação de novas linhas de ônibus. No campo social, é
necessária a criação de mais emprego e de programas para a juventude,
segundo os usuários é grande o número de jovens que não tem ocupação.

Em relação ao acesso à UBS e aos serviços ofertados, disseram que


conhecem o horário de funcionamento, têm acesso fácil às informações com
seus ACS, mas não têm suas dúvidas totalmente esclarecidas quando são
atendidos na recepção da UBS. A percepção da grande maioria dos usuários,
quanto aos serviços prestados por todos os profissionais, é muito boa e ainda
agradecem a existência/presença do SUS no território.

Os principais problemas de saúde no território adstrito foram


identificados pelos entrevistados, em suas falas, como sendo a presença de
doenças crônicas (diabetes e hipertensão) ;
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problemas nas vias respiratórias. Destacamos o alcoolismo, drogas, violência


doméstica, presente com muita frequência nas falas dos entrevistados. Houve
referência também a problemas estruturais da sociedade que interferem nas
condições e qualidade de vida. Neste sentido, ao analisarmos os discursos
encontramos questões relacionadas à falta de saneamento e à dificuldade
financeira.

Sobre os serviços de saúde ofertados aos usuários, foram reconhecidos


pela maioria, a consulta com o médico clínico geral, seguido pela entrega de
medicamentos, aferição da pressão arterial, tratamento odontológico, vacinação
e consultas com a enfermeira. Alguns citaram os atendimentos com o psicólogo.
Houve relatos sobre dificuldades na acessibilidade dos usuários aos
atendimentos e a todos os processos internos da UBS Eldorado II, mas,
atualmente, existe uma gerente para tentar minimizar essas questões.

A respeito do atendimento odontológico, informaram conhecer o serviço


ofertado e que é realizado em bom nível. Relataram também sobre a quantidade
de equipes odontológicas que trabalham no mesmo espaço, dizendo que falta
privacidade para profissionais e usuários durante as consultas e atendimentos.
Houve relato de utilizarem, por opção, os serviços privados e de instituições
educacionais (Funorte, Unimontes, NASPP e Associação Brasileira de
Odontologia – ABO). Os serviços odontológicos mais percebidos por eles foram:
profilaxia, restaurações e extração de dentes. Citaram a demora para se
conseguir Próteses Odontológicas Totais Removíveis e Próteses Parciais
Removíveis.

As principais conquistas da comunidade citadas pelos usuários foram: A


Escola Estadual Maria da Conceição Avelar e a Escola Municipal Jair de
Oliveira, o CEMEI Casinha Feliz, a Igreja Católica São José Operário. Estas
duas últimas, apesar de não estarem no território da eSF Eldorado II, atendem
à comunidade sob a responsabilidade da eSF. Citaram também como
conquistas, a UBS Eldorado, o asfaltamento das ruas, a variedade do comércio
e a chegada de algumas empresas (Supermercado BH Atacarejo e uma
unidade do Supermercado Mart Minas). Assim, a maioria das pessoas falou
sobre a satisfação com o bairro, no presente momento e, disseram que houve
uma grande evolução e crescimento do território.
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Culturalmente, o bairro mantém tradições religiosas, como a festa do


padroeiro, São José Operário, que é comemorado no dia primeiro de maio de
todos os anos, onde a comunidade se reúne e faz barraquinhas, almoço
comunitário, bingos e leilões para arrecadar fundos para a igreja católica
desempenhar algumas de suas ações. Nos dois últimos anos a festa esteve
suspensa por causa da Pandemia de Covid-19, mas, em 2022, acontecerá
novamente.

As principais ocupações dos moradores são: Aposentados,


comerciantes, professores, domésticas, pedreiros, motoristas, mecânicos,
moto-taxistas, costureiras, balconistas, funcionários públicos.

O comércio é variado, mas não atende totalmente a demanda da


comunidade, pois não tem agências bancárias, fazendo com que as pessoas
tenham que se deslocar a bairros vizinhos ou ao centro da cidade. Possui lojas
diversificadas, como padarias, mercearias, farmácias, Pet Shops, consultórios
odontológicos, sorveterias, bares, lanchonetes, lava-jatos, sacolões e salões de
beleza. Estão sendo construídos uma unidade do Supermercado BH e outra
unidade do Mart Minas, que, apesar de estarem no Distrito Industrial, se
localizam muito próximo ao Eldorado, o que suprirá essa demanda por um
hipermercado na região. A maioria dessas lojas se localiza nas ruas João
Ferreira e Caravelas.

Figura 02. Comércio mais antigo do bairro Eldorado

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


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A eSF Eldorado II está inserida na Unidade Básica de Saúde do Eldorado,


localizada à Rua Antônio Moreno, 417, mas quando se trata de território de
saúde, pertence à microárea 02 da eSF Nova Morada.

O território possui discreto declive em algumas de suas ruas. A parte que


compreende uma parte do bairro Santa Eugênia é plana, já a parte que
abrange a porção do bairro Nova Morada é mais acidentada. Presença de um
leito de córrego não canalizado, que só enche na época das chuvas, situado na
microárea 01 da eSF. O acesso à UBS é facilitado pelo tipo de relevo do bairro
e pela não existência de barreiras geográficas.

O transporte público é realizado por três linhas de ônibus urbanos: Linha


Castelo Branco, Vila Cedro, Eldorado respectivamente (1702, 5101 e 7103)
que atendem parcialmente à demanda dos moradores para o centro de Montes
Claros e outras localidades. Não existe acesso a ferrovia no território, sendo a
malha viária de expressão mais próxima, a Avenida Amintas Jacques de
Morais, também conhecida como Avenida João XXIII, que dá acesso à BR 135,
importante via rodoviária de Montes Claros e todo o norte de Minas.

O território possui um consultório odontológico particular, situado na


microárea 06, duas escolas, uma de ensino médio, a Escola Estadual
Conceição Rodrigues Avelar, localizada à Rua Antônio Moreno, 285 -
Microárea 04 e outra, apenas de ensino fundamental, a Escola Municipal Jair
de Oliveira, situada à Rua Celestino Ferreira, 326 - Microárea 02. O território
não possui área de aglomeração urbana (área de risco) e todas as vias são
pavimentadas.
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Figura 03. Escola Municipal Jair de Oliveira


Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

Figura 04. Escola Estadual Maria Conceição Rodrigues Avelar

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


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Em relação a espaços religiosos, a área de abrangência da eSF 24 possui cinco igrejas


evangélicas, todas elas na microárea 02:
⮚ Igreja Batista Jardim Eldorado;
⮚ Ministério Petencostal Renascer da Glória de Deus;
⮚ Assembleia de Deus;
⮚ Assembleia de Deus; Grande é o poder
⮚ Ministério Petencostal Primitiva;

Figuras 05. Igreja Evangélica.

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

No território da eSF Eldorado não existe igreja católica, sendo a mais


próxima, a Igreja de São José Operário, situada à Rua Caravelas, 689 -
microárea 03 da eSF Santa Eugênia.
São entidades representativas da comunidade, o Conselho Gestor de
Saúde, a Associação de moradores do bairro, a Associação dos Vicentinos, que
ajuda nas despesas das pessoas cobertas pela Legião de Maria, a Legião de
Maria, que faz visitas semanais às pessoas, para fazer orações, acolhimento de
usuários de drogas, enfermos, busca ativa de pessoas que não são casadas,
batizadas, idosos, crianças, mães solteiras, além da Pastoral da Criança e
grupos de jovens de várias igrejas.
A área de abrangência da eSF Eldorado II possui localização urbana, na
região Noroeste de Montes Claros, distante do centro de Montes Claros a 4,7
Km. Engloba parte dos bairros Nova Morada, Santa Eugênia e todo o bairro
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Jardim Eldorado. O território delimita-se com os bairros Vila Atlântida, Santa


Eugênia, Nova Morada, Distrito Industrial e Vila Áurea.

Descrição das microáreas que compõem a ESF Eldorado II

No tocante à descrição das microáreas, cabe ressaltar que todas são


predominantemente residenciais, sendo que a 1 e a 6 caracterizam-se por
possuir grande parte dos comércios locais, uma vez que compreende parte das
ruas mais importantes e movimentadas do bairro.
A microárea 1 é assistida pela ACS Maria Creuza Santos Pereira, sendo
composta por 123 famílias, 165 domicílios, 457 pessoas, que se distribuem no
território da seguinte maneira: Rua Ana Teixeira: 85 ao 251;

⮚ Rua Caravelas: 02 ao 165;


⮚ Rua H: 121 ao 221;
⮚ Rua Maria Teixeira (Antiga Rua G): 07 ao 74;
⮚ Rua Victor Cassimiro: 111 ao 265.
Na Microárea 01, observa-se seis casas vazias, dois terrenos baldios e onze
pontos comerciais - refrigeração, sacolões, lava-jato, lojas variadas, ponto de
Moto-taxi.

Figura 06. Ponto Comercial Microárea 01

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


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A microárea 2 é assistida pela ACS Maria Aparecida Ribeiro Soares


Gusmão e é formada por 124 famílias, 141 domicílios, 458 pessoas, que estão
no território da seguinte forma:

⮚ Avenida João XXIII: 3721 ao 3741;


⮚ Rua Abel Sena: 250 ao 311;
⮚ Rua Caravelas: 411 ao 599F;
⮚ Rua Celestino Ferreira: 311 ao 335F;
⮚ Rua Sinval Pereira Fialho: 27 ao 304 F;
⮚ Rua Victor Cassimiro da Costa: 577 ao 613.
Na microárea 02, observa-se quinze casas vazias, cinco igrejas evangélicas,
uma escola, dezesseis pontos comerciais e três terrenos baldios.

Figura 07 e 08. Pontos Comerciais micro área 02


15

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

A microárea 3 é de responsabilidade da ACS Aline Franciel Fonseca Maia,


sendo composta por 111 famílias, 133 domicílios, 370 pessoas, cadastradas
com a seguinte disposição:

⮚ Rua Ana Ferreira: 22 ao 51;


⮚ Rua Av. João XXIII: 3617 ao 3459F;
⮚ Rua Celestino Ferreira: 10 ao 129;
⮚ Rua José Braga: 10 ao 261;
⮚ Rua Victor Cassimiro Costa: 279 ao 403.

Na microárea 03, observa-se quatro casas em construção, doze pontos


comerciais (um restaurante, duas lanchonetes, um hotel, dois bares).

Figuras 9 e 10. Pontos Comerciais Microárea 03

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


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A ACS que assiste a microárea 04 é Sthefany Lorrane Ferreira Borges.


Essa microárea é composta por 114 famílias, 128 domicílios, 432 pessoas,
dispostas no território da seguinte maneira:

⮚ Rua Antônio Moreno: 17F ao 326;


⮚ Rua Caravelas: 190 ao 309;
⮚ Rua Celestino Ferreira: 57 ao 203;
⮚ Rua José Braga: 317 ao 355;
⮚ Rua Sebastião Ribeiro: 8 ao 66;
⮚ Rua Victor Cassimiro: 170 ao 465.

Na microárea 04, observa-se dezenove pontos comerciais: uma garagem


de ônibus de turismo, três barbearias, quatro bares, uma escola, uma padaria,
uma sorveteria, um supermercado, uma loja de assistência técnica, dois salões
de beleza, além de vários outros pontos comerciais fechados. A microárea
possui um terreno baldio.

Figura 11. Ponto de Eventos Microárea 04

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


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Figura 12. Ponto comercial microárea 04

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

A microárea 05 ficou descoberta de agosto de 2017 a agosto de 2018. Atualmente, é de


responsabilidade da ACS Aline Rodrigues Pereira (afastada por licença maternidade) e
possui 109 famílias, 130 domicílios, 412 pessoas, cadastradas. Sua abrangência
corresponde a:
⮚ Avenida João XXIII: 3693 ao 3705;

⮚ Rua Celestino Ferreira: 263 ao 272;

⮚ Rua Luiz José Barbosa: 22E ao 412;

⮚ Rua Sebastião Ribeiro dos Santos (antiga Rua K): 102 ao 257;

⮚ Rua Victor Cassimiro da Costa: 541 ao 565F.

Na microárea 05, observa-se quatorze pontos comerciais variados,


contando com centro automotivo, salões de beleza, papelaria, bares, lojas de
variedades, açougue, além de dois terrenos baldios.
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Figuras 13 e 14. Pontos comerciais microárea 05

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

A microárea 06 é acompanhada pela ACS Flor de Maio Barbosa Dias. É


constituída por 105 famílias, 122 domicílios, 342 pessoas, dispostas no território
da seguinte forma:

⮚ Rua Caravelas: 337 ao 400;


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⮚ Rua João Ferreira (Antiga Rua D): 89 ao 329;

⮚ Rua Luiz José Barbosa (Antiga Rua U): 323 ao 376;

⮚ Rua Sebastião Ribeiro dos Santos (Antiga Rua K): 360 ao 369;

Rua Sinval Pereira: 358 ao 418.

Na microárea 06, observa-se dezoito pontos comerciais distribuídos em padaria,


serralheria, mercearia, salões de beleza, açougue, depósito de materiais de construção, lojas
e lanchonetes. A microárea não possui terrenos baldios.

Figuras 15 e 16. Pontos Comerciais Microárea 06

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


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DESCRIÇÃO DEMOGRÁFICA DO TERRITÓRIO

O território de abrangência da equipe de Saúde da Família - eSF Eldorado II, de


acordo com dados mais recentes, é divido em seis microáreas, sendo composto por uma
média de 685 famílias, 817 domicílios e um total de 2469 pessoas, sendo 1207 do sexo
masculino e 1262 do sexo feminino. Destas pessoas cadastradas, 266 pessoas possuem o
plano de saúde ativado, correspondente a 10,77% da população total do território; 2.093
pessoas não possuem e 110 pessoas não informaram. Com relação a serem usuários do
SUS, 89,42% da população cadastrada na eSF Eldorado II é usuária do Sistema Único de
Saúde.

Figura 17. Mapa do território da eSF Eldorado II


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Fonte: Própria da eSF Eldorado II.


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A distribuição da população de acordo com as faixas etárias está


configurada conforme tabela a seguir:

Tabela 01. População de acordo com faixa etária e sexo.

Dados Gerais
Descrição Quantidade
Cidadãos ativos 1893
Saída de cidadãos do cadastro 576
Total 2469

Sexo
Descrição Quantidade
Masculino 1207
Feminino 1262
Total 2469

Faixa Etária
Descrição Masculino Feminino Total
Menos de 01 ano 8 5 13
01 ano 14 10 24
02 anos 13 13 26
03 anos 17 15 32
04 anos 7 15 22
05 a 09 anos 66 73 139
10 a 14 anos 79 68 147
15 a 19 anos 93 86 179
20 a 24 anos 102 116 218
25 a 29 anos 115 98 213
30 a 34 anos 97 110 207
35 a 39 anos 101 99 200
40 a 44 anos 86 100 186
45 a 49 anos 95 87 182
50 a 54 anos 75 77 152
55 a 59 anos 58 66 124
60 a 64 anos 50 63 113
65 a 69 anos 38 46 84
70 a 74 anos 39 40 79
75 a 79 anos 18 28 46
80 anos ou mais 36 47 83
Total 1207 1262 2469

Fonte: SISTEMA VIVER, 2021


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3.3 DESCRIÇÃO PERFIL SOCIOECONÔMICO

Espera-se que a Estratégia da Saúde da Família impulsione um


movimento de mudança no modo de se produzir o cuidado em saúde. Um dos
dados mais importantes é o grau de escolaridade dos chefes de família. O
número de chefes de família analfabetos no território adscrito é relativamente
alto: 5%, com maior predominância na microárea 3, seguida da microárea 6,
dado que chama atenção, pois as respectivas microáreas possuem a maior
parte das famílias do território, com renda familiar menor que um salário
mínimo.

Com relação à renda das famílias do território da eSF Eldorado II,


correspondem à categoria “não informado” o total de 103 famílias; outros
valores correspondentes são: um quarto de salário mínimo: 6 famílias; meio
salário mínimo: 6 famílias; um salário mínimo: 238 famílias; dois salários
mínimos: 333 famílias; três salários mínimos: 99 famílias; quatro salários
mínimos: 19 famílias e, acima de quatro salários mínimos: 2 famílias.

Tabela 02. Renda Familiar

Renda Familiar
Descrição Quantidade
¼ SALÁRIO MÍNIMO 6
½ SALÁRIO MÍNIMO 6
1 SALÁRIO MÍNIMO 238
2 SALÁRIOS MÍNIMOS 333
4 SALÁRIOS MÍNIMOS 19
ACIMA DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS 2
3 SALÁRIOS MÍNIMOS 99
Total 818

Fonte: Sistema Mais Saúde Digital, 2022.

Todas as famílias da área estão classificadas por risco. A classificação


por grau de risco deve cumprir o objetivo de educar as famílias, além de
levantar os dados para o planejamento das intervenções necessárias. As
classificações existentes são: Sem Risco (cor azul), Baixo Risco (cor
vermelha), Médio Risco (cor verde) e Alto Risco (cor roxa).

Os critérios utilizados são: 1. Fatores socioeconômicos: alfabetização


dos chefes de família, renda familiar, abastecimento de água. 2. Presença de
24

condições ou patologias crônicas e prioritárias: crianças com situação de risco


do grupo II; Adolescentes de alto risco; Adultos com risco para Diabetes;
Adultos com alto risco para Tuberculose ou Hanseníase; Adultos com risco
grave para saúde mental; Gestantes de alto risco; idosos com alto risco e
outras condições patológicas crônicas definidas como prioritárias pela equipe
de saúde (ESPMG, 2008).

De acordo com a última classificação de risco realizado na equipe, foi


observado que a eSF Eldorado II possui 356 famílias classificadas sem risco,
demonstrando que nenhum dos componentes familiares tem alguma condição
crônica ou patologia crônica; 145 famílias cadastradas com Baixo Risco, onde
apenas um dos componentes tem uma patologia ou condição crônica; 132
famílias cadastradas com Médio Risco, pois, dois ou mais componentes têm
uma patologia ou condição crônica; dez famílias cadastradas com Alto Risco,
onde um ou mais componentes têm, concomitantemente, duas ou mais
condições e/ou patologias crônicas.

Tabela 03. Distribuição das famílias, segundo o grau de risco e suas respectivas
microáreas.

Classificação de Risco
80

70

60

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6

Sem risco Baixo Risco Mé dio Risco Alto Risco

Fonte: Arquivo de Classificação de Risco da eSF Eldorado II, 2019.

As principais modalidades de comércio local existentes dentro da área de


25

abrangência da eSF Eldorado II são: comércio ambulante e outros tipos de


comércios varejistas, como lojas de roupas, mercearias, açougues, farmácias,
bares e lanchonetes.

Outras atividades menos frequentes, mas que também estão presentes


no território são: atividades de atenção ambulatorial executada por
odontólogos, comércio de peças, acessórios e serviços para veículos
automotores, comércio de material de construção, salão de beleza, academia,
lava-jato e moto-taxi.

O território da eSF Eldorado II não possui espaço ou área de lazer. A


população utiliza a praça da Igreja Católica para conversas informais, o
calçadão e a academia ao ar livre do bairro vizinho, Nova Morada, para a
prática de caminhadas e outras atividades físicas.

Figuras 18 e 19. Calçadão para caminhadas e academia ao ar livre


26

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

3.4DESCRIÇÃO DO QUADRO EPIDEMIOLÓGICO DO TERRITÓRIO

Por meio do diagnóstico situacional da área de abrangência da eSF Eldorado,


com a ajuda dos profissionais: enfermeira, médica e dentista, foram
identificados os seguintes problemas relacionados à saúde:

l Alta incidência de Doenças Respiratórias Agudas;


l Alta prevalência de Diabetes Mellitus;
l Alto percentual de pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica;
l Pouca adesão dos hipertensos aos tratamentos propostos;
l Obesidade;
l Alto índice de cárie em crianças;
l Alto índice de Pacientes com necessidade de Próteses Odontológicas
(Totais e Parciais)

l Conforme relato do Cirurgião-dentista responsável pela Equipe de


Saúde Bucal (ESB) da eSF Eldorado II, com relação à saúde bucal das
crianças, há maior prevalência da doença cárie na faixa etária de 5 a 8
anos, talvez pelo fato de, nessa idade, os pais darem muita autonomia
aos filhos para realizarem, sozinhos, sua higiene bucal sem supervisão
de um responsável, pois os pais saem para trabalhar e deixam os filhos
com parentes e vizinhos, além, dos fatores socioeconômicos dessa
população.

Nos adultos, através de observação clínica durante alguns atendimentos


na UBS, além da doença cárie, também é alto o índice de pacientes
acometidos por doença periodontal. Juntas, essas são as principais causas de
perda dental, levando a um alto índice de usuários necessitados de prótese
total.

Em relação a doenças reemergentes no território da eSF Eldorado II,


podemos citar, mesmo que em baixa prevalência, a Doença de Chagas, Febre
Amarela, Sarampo e a Tuberculose. A Dengue aparece em uma maior
prevalência que as demais enfermidades citadas anteriormente.
Quanto ao relatório de cobertura vacinal das vacinas de rotina, foi
solicitado junto às Coordenações de Epidemiologia e Imunização, dados
concretos, porém, sem sucesso. No Sistema mais Saúde Digital, essas
informações requerem autorização prévia das coordenações supracitadas, o que
27

não foi conseguido para a construção desse trabalho.

Tabela 04 - QUADRO DE VACINAS DE ROTINA

VACINA COBERTURA

BCG Tuberculose (Ao


nascer)
DTP Tétano

Febre Febre Amarela


Amarela
Hepatite A Hepatite A

Hepatite B Hepatite B

PENTA Difteria, tétano,


coqueluche,
catapora e caxumba
PNEUMO 10 Pneumonia

Varicela Catapora

VIP (Vírus Paralisia infantil


inativo)
VOP Paralisia infantil

Influenza* Gripe

Fonte: Própria da UBS Eldorado II.

*A vacina da Influenza não consta no calendário vacinal de rotina, sendo


uma vacina de campanha, porém, devido à sua importância, está citada
nesse trabalho.

A Covid-19 é uma doença emergente caracterizada por infecção


respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente
grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.
28

O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus descoberto em amostras de


lavado broncoalveolar obtidas de pacientes com pneumonia de causa
desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, em dezembro
de 2019. Pertence ao subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e é o
sétimo coronavírus conhecido a infectar seres humanos.

A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato


próximo por meio de:

l Toque do aperto de mão contaminadas;


l Gotículas de saliva;
l Espirro;
l Tosse;
l Catarro;
l Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres,
maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.

Diante da emergência ocasionada pelo coronavírus SARS-CoV-2, o


reconhecimento da pandemia pela OMS e a declaração de Emergência de
Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), o Ministério da Saúde (MS)
tem estabelecido sistematicamente medidas para resposta e enfrentamento da
covid-19.

Entre as medidas indicadas pelo MS, estão as não


farmacológicas, como distanciamento social, etiqueta respiratória e de
higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfeção de ambientes,
isolamento de casos suspeitos e confirmados e quarentena dos contatos dos
casos de covid-19, conforme orientações médicas.

No mais, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação contra a covid-


19, conforme o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação. Estas
medidas devem ser utilizadas de forma integrada, a fim de controlar a
transmissão do SARSCoV-2, permitindo também a retomada gradual das
atividades desenvolvidas pelos vários setores e o retorno seguro do convívio
social.
29

Desde março de 2020, início da Pandemia da Covid-19, até a presente


data, a eSF Eldorado II registrou 869 pacientes sintomáticos, 09 óbitos e 272
pacientes testaram positivo para a doença e 307 pacientes testaram negativo.
A diferença entre o número total de pacientes sintomáticos e o de pacientes
positivos/negativos se dá pelo motivo de que no início da pandemia a maioria
dos pacientes não realizava testes.

Atualmente, a UBS Eldorado realiza diariamente, uma média de 5 a 10


testes rápido-antígeno/dia, com uma margem de resultados para 90% Não-
Reagente. O paciente obtém o resultado em aproximadamente 15 minutos.
Percebe-se, no momento, uma redução na procura dos usuários pela
realização do referido teste, devido à estabilização da doença, decorrente do
avanço na vacinação da população.

Como estratégias de monitoramento, inicialmente, o Telemonitoramento é


realizado diariamente, por um período de dez dias ou enquanto o paciente
permanecer sintomático. Há casos em que o usuário necessita retornar à UBS
para ser reavaliado e, por determinação médica, continuará a ser monitorado
por telefone. Em caso de impossibilidade do paciente acessar a UBS para
reavaliação, este receberá uma visita domiciliar médica/enfermeira para
acompanhamento, além do telemonitoramento. Outra forma, menos usual,
porém, importante, é colher informação do paciente sintomático através do
Agente Comunitário de Saúde de referência, uma vez que os pacientes têm o
contato direto dos ACS e quase sempre se reportam a eles para queixas e e/ou
demandas do serviço de saúde.

A cobertura vacinal para Covid-19, na ESF Eldorado II segue o


cronograma do Ministério da Saúde,tendo uma adesão significativa de adultos
e idosos, porém, nota-se uma adesão baixa na faixa etária de 5 a 12 anos, com
apenas 42 crianças recebendo a primeira dose da vacina.

Em relação às notificações para a covid-19 da ESF Eldorado II, foram


notificados na própria UBS 560 pacientes; notificações recebidas de plantões
noturno foram de 47 pacientes; notificações oriundas de hospitais foram 53
pacientes e notificações de outras fontes (farmácias/Laboratórios) foram 64
pacientes.
30

3.5 SISTEMA LOCAL DE SAÚDE

Em 1986 já existia o Centro de saúde localizado na rua João Ferreira, no


fundo da Igreja Católica, os atendimentos eram realizados pelos profissionais:
Médico- Clínico Geral, Dentista e Técnico de enfermagem. Com base em
informações de funcionárias que acompanharam as mudanças, e que estão há
aproximadamente vinte anos na UBS, no ano de 1989 para 1990, ocorreu a
mudança de local de atendimento do Centro de Saúde para a rua Antônio
Moreno, número 417, Bairro Eldorado, permanecendo até os dias atuais.

Em 1999 ocorreu uma negociação da Residência Médica em Saúde da


Família-Unimontes, com a Secretaria de Saúde, para transferir o campo de
prática da residência, da cidade de Itacambira para Montes Claros. Ao mesmo
tempo, havia uma cobrança da comunidade, nas pessoas do presidente e vice-
presidente do Conselho Gestor local, para a implantação de três equipes de
estratégia da saúde da família na região do “Grande Eldorado”. O Centro de
Saúde do Eldorado, que já existia na época, seria essa área que abrigaria essas
três ESF. Foi realizada a visita in loco e decidiu-se que ali se daria a residência.

O segundo passo foi a realização de uma reunião com os informantes-


chaves da comunidade e o Conselho Gestor local para esclarecer o que seriam
as eSF que estavam prestes a serem implantadas no Centro de Saúde.
Simultaneamente a essas negociações, ocorreu também uma sensibilização e
esclarecimento aos funcionários do Centro de Saúde, quanto a não haver
demissões e nem transferências, ou seja, as equipes viriam para somar e, não,
substituir.

O terceiro passo foi a escolha dos informantes-chaves que iriam


acompanhar os residentes na realização do reconhecimento do território, com a
contagem das residências para a confecção do croqui das áreas. Também
utilizaram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, mapas
da prefeitura, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais- Copasa e, só
assim foram delimitados os bairros para a liberação do edital de seleção dos
Agentes Comunitários de Saúde- ACS, profissionais
31

que seriam fundamentais nas equipes e, portanto, deveriam residir na área de


abrangência, pois seriam um elo entre a comunidade e as equipes de saúde.

Para a seleção dos ACS, foi montado o edital de seleção e divulgado nos
bairros, em pontos estratégicos, e no centro de Saúde do Eldorado. As provas
foram realizadas na Escola Municipal Jair de Oliveira. Após a divulgação da lista
dos classificados, os ACS participaram de treinamentos introdutórios no salão
comunitário da associação e da igreja católica São José Operário. Esses
treinamentos tiveram duração de duas semanas, tendo como facilitadores e
avaliadores, os residentes e os enfermeiros da secretaria municipal de saúde.
Em seguida, passaram por entrevistas com o secretário municipal de saúde e
secretário adjunto de saúde. Divulgado o resultado final, foram contratados os
ACS para compor as três equipes formadas na época: Eldorado I, Santa
Eugênia e Nova Morada.

O PSF do Eldorado surgiu em março de 2000, apesar de ter sido


formalizada em 1998, numa perspectiva de reestruturação do nível primário de
saúde, proporcionando uma abordagem biopsicossocial do ser humano no
contexto familiar (NARCISO, 2006).

Durante todo o processo, a comunidade foi envolvida e, no final, ocorreu


a apresentação dos novos profissionais, no salão comunitário. A partir desse
momento, cada agente de saúde iniciou o processo de territorialização de sua
área, com contabilização das residências, estabelecimentos escolares,
religiosos e de saúde, observação de limites, barreiras geográficas, áreas de
risco, enfim, tudo deveria ser colocado em um mapa.

Depois desse processo iniciou-se o cadastramento das famílias, com


levantamento dos principais problemas sociais e de saúde. Após alguns anos de
atuação dos PSF, constatou-se a necessidade de criação de mais uma equipe,
pois o número de famílias atendidas por cada agente estava maior que o
preconizado pelo Ministério da Saúde.

Funcionavam as equipes do Eldorado I, Nova Morada e Santa Eugênia e,


em julho de 2004, foi implantada a equipe do Eldorado II, também conhecida
como equipe 24, pois era comum as equipes serem conhecidas por seu número,
na ordem de
32

implantação pela Secretaria Municipal de Saúde, ou seja, a eSF Eldorado II foi a


vigésima quarta equipe da Estratégia da Família a ser implantada em Montes
Claros. Quando criada, a eSF Eldorado II se instalou no Centro de Saúde do
Eldorado na rua Antônio Moreno, 417, no Bairro Eldorado.

Em 01 de agosto de 2005, foram implantadas as Equipes de Saúde Bucal


- ESB do Eldorado II, Santa Eugênia e Nova Morada, que passaram a fazer
parte de suas respectivas eSF. A eSB Eldorado II é a única equipe classificada
como modalidade II, pois é composta por um cirurgião-dentista, uma auxiliar em
saúde bucal (ASB) e uma técnica em saúde bucal (TSB). As demais equipes
são classificadas como modalidade I, sendo compostas por um cirurgião-
dentista e uma auxiliar em saúde bucal. A implantação das ESB foi uma
conquista para a população, que era tão carente desse tipo de serviço
(NARCISO, 2006). Em março de 2018, foi implantada a ESB da Vila Áurea.

Esse relato sobre a implantação das eSF do “Grande Eldorado” é muito


importante porque ficou claro que se tratava de uma necessidade da população
que foi atendida, e, não apenas uma imposição administrativa. Esse anseio da
comunidade que foi atendido mostra a efetividade do controle social, dá
credibilidade a todo o processo de implantação e facilita parcerias para definir
estratégias e ações de saúde no território.

Figura 20. Entrada da Unidade Básica De Saúde Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


33

Figura 21. Recepção da Unidade Básica De Saúde Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

Figura 22. Espaço de Convívio da Unidade Básica De Saúde Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


34

Figura 23. Jardim da Unidade Básica De Saúde Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

Figura 24. Espaço de Convívio da Unidade Básica De Saúde Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


35

Figura 25, 26 e 27. Consultório Odontológico da UBS Eldorado II.

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


36

Figura 28. Consultórios médicos da UBS Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

Figura 29. Espaço Vazio da UBS Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.

A eSF Eldorado II possui localização urbana, na região Noroeste de


Montes Claros, distante do centro de Montes Claros a 4,7 Km. Engloba parte
dos bairros Nova Morada, Santa Eugênia e todo o bairro Jardim Eldorado. O
território delimita-se com os bairros Santos Reis, Santa Eugênia, Nova Morada,
Cidade Industrial e Vila Áurea. A eSF Eldorado II se localiza, juntamente com
mais três eSF, na UBS do Eldorado. O acesso é facilitado pela proximidade do
território adscrito à UBS, que se localiza no bairro Eldorado, porém, pertence
ao território de saúde da microárea 02 da eSF Nova Morada.
37

Figura 30. Mapa Do Bairro Eldorado

Fonte: Google Maps, 2022.

A UBS Eldorado II aderiu ao Programa Saúde na Hora, lançado pelo


Ministério da Saúde em maio de 2019, na categoria de UBS 60 horas semanais
com Saúde Bucal. O Programa visa a implantação do horário estendido de
funcionamento das UBS em todo o território nacional, com a finalidade de
favorecer o acesso dos usuários aos serviços de saúde ofertados pela Atenção
Primária de Saúde (APS), após o horário de trabalho e na hora do almoço
desses usuários.

O horário de funcionamento da UBS é das 07:00 horas às 19:00 horas


ininterruptamente, de segunda a sexta-feira. A carga horária de trabalho de
todos os profissionais é de 40 horas semanais.

A eSF Eldorado II é formada por uma equipe multidisciplinar composta


pelos profissionais:

⮚ Ana Clara Fonseca, Enfermeira – contratada, trabalha há dois ano na Unidade;


⮚ Priscila Araújo Alcântara, Médica Residente – trabalha há sete anos na Unidade;
38

⮚ Màrcia de Souza Gomes, Técnica de Enfermagem – contratada,


trabalha há um ano na Unidade;
⮚ Maria Creuza Santos Pereira, Agente Comunitário de Saúde - efetiva,
trabalha há vinte e um anos na Unidade;
⮚ Maria Aparecida Ribeiro Soares Gusmão, Agente Comunitário de Saúde
– efetiva, trabalha há dezessete anos na Unidade;
⮚ Aline Franciel Fonseca Maia, Agente Comunitário de Saúde – efetiva,
trabalha há dezenove anos na Unidade;
⮚ Sthefany Lorrane Ferreira Borges, Agente Comunitário de Saúde –
contratada, trabalha há quatro anos na Unidade;
⮚ Aline Rodrigues Pereira, Agente Comunitário de Saúde – contratada,
trabalha há três anos na Unidade(afastada por licença maternidade)
⮚ Flor de Maio Barbosa Dias, Agente Comunitário de Saúde – efetiva,
trabalha há dezesete anos na Unidade;
⮚ Juliano Magno de Valadares Bicalho, Cirurgião-Dentista – Efetivo,
trabalha há quatro anos na Unidade;
⮚ Margarida Gonçalves Batista, Técnica em Saúde Bucal – efetiva,
trabalha há dezessete anos na Unidade;
⮚ Aparecida Solange Gonçalves dos Santos, Auxiliar em Saúde Bucal –
contratada, trabalha há dezesseis anos na Unidade.

Figura 31. Equipe De Saúde da Família Eldorado II

Fonte: Relatório de Territorialização – ESF Eldorado II, 2022.


39

A Unidade Básica de Saúde Eldorado II foi caracterizada de acordo com


o padrão mínimo determinado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas
Gerais (MINAS GERAIS, 2004), cuja resolução dispõe sobre o projeto físico
para unidades básicas de saúde. Em março de 2018 iniciou-se o projeto de
ampliação da UBS, criando um anexo com dois novos consultórios médicos,
uma sala de vacinas e um Depósito de Materiais de Limpeza - DML.
Atualmente, a unidade possui uma recepção, uma sala de gerência, seis
consultórios médicos, quatro consultórios de enfermagem, dois banheiros para
funcionários, dois banheiros para usuários, dois consultórios odontológicos,
uma copa, uma sala de curativo, uma sala de vacinas, uma sala de
esterilização, uma sala de expurgo, duas salas de procedimentos, uma área de
convívio, um almoxarifado, uma sala de reuniões, uma sala de sistemas de
informação, uma farmácia e um DML.
A maior parte dos equipamentos e materiais da unidade está em bom
estado de conservação, porém, existem alguns equipamentos estragados
como cadeiras, mesas e fechaduras de portas.

Tabela 05. Quadro de equipamentos da UBS

Equipamentos da UBS

Quant. Materiais Presentes Estado de


Conservação

15 Cadeira Estrutura Metálica Bom

14 Armário Vitrine Regular

03 Banco de madeira com Regular


encosto
03 Mesa estrutura Metálica Regular

02 Quadro de aviso branco Bom

04 Banco Estrutura Metálica Bom

03 Balança Adulto Bom

02 Balança infantil Ótimo

02 Autoclave Bom
40

13 Arquivo em aço Regular/Bom

01 Mesa para exame Bom


ginecológico
01 Negatoscópio Bom

01 Nebulizador Regular

03 Detector fetal portátil Bom

16 Microcomputador CPU + Bom


Monitor +
Estabilizador
09 Banco Longarina Bom

04 Extintor de incêndio Bom

05 Geladeira Ótima

08 Mesa de exames Bom

02 Suporte para soro Bom

15 Lixeira Bom

01 Biombo Bom

09 Escada 2 degraus Bom

01 Escada 5 degraus Bom

01 Escaninho Regular

06 Armário de aço Regular/Bom

06 Estante de aço Regular/Bom

01 Fogão Regular

02 Bebedouro Bom

01 Botijão de gás Bom

04 Caixa térmica Regular

07 Ultrassom odontológico Bom

03 Compressor odontológico 1 Bom


1 Estragado
1 Ruim
03 Amalgamador Bom
41

04 Aparelho Fotopolimerizador Bom

10 Mocho Odontológico Bom

04 Consultórios odontológicos Bom


completos
01 Mini incubadora Nova

02 Bomba a vácuo Bom “nova”

02 Cuba ultrassônica Bom “nova”

03 Seladoras Bom

23 Mesa escritório de madeira Bom

21 Cadeira estofada Ótimo

03 Armário escritório de madeira Bom

03 Impressora Regular

18 Cadeira estrutura metálica Bom “novas”


plástica
08 Banco alvenaria Bom

04 Maca com armário embutido Bom

02 Frigobar Bom

02 Destilador Novo

Organização do acesso à demanda aguda e crônica

Considerando o momento anterior à pandemia da Covid-19, as


demandas agudas (espontâneas) odontológicas e as demandas crônicas
(programadas) têm horários e formas de agendamento orientadas pela
coordenação municipal de saúde bucal.
A equipe de saúde bucal (ESB) da eSF Eldorado II é caracterizada
como modalidade II, pois é composta por um Cirurgião-Dentista, uma Auxiliar
de Saúde Bucal e uma Técnica de Saúde Bucal. Esta equipe realiza o
acolhimento às demandas agudas de segunda a sexta-feira, das 07:00 horas
às 08:30 horas, no turno da manhã e, no turno da tarde, das 13:30 horas às
14:30 horas. São disponibilizadas duas vagas pela manhã e duas vagas no
período da tarde, mas, dependendo da disponibilidade da agenda do cirurgião-
42

dentista, um montante maior de pacientes pode ser atendido. Esse acolhimento


é realizado pela técnica em saúde bucal e/ou pela auxiliar em saúde bucal.
Apesar da plena consciência de que “urgência” não tem hora para ocorrer, um
dos problemas detectados no atendimento odontológico, no SUS, é que os
usuários simulam queixas de demanda aguda para terem acesso ao serviço
odontológico. Percebe-se que o usuário queixa dor no momento do
acolhimento às demandas agudas, porém, no momento do atendimento, o
paciente solicita profilaxia ou algum procedimento restaurador, considerado
eletivo. De acordo com o cirurgião-dentista da eSF Eldorado II, essa conduta
de limitar o número de atendimento às demandas agudas é para não esvaziar
as vagas na agenda para a demanda programada. Cabe ressaltar que todos os
usuários que procuram a UBS, com queixa de demanda aguda, são acolhidos
e avaliados, mas dependendo da disponibilidade da agenda, naquele
momento, o usuário será imediatamente medicado e agendado em um período
máximo de 24 horas para ser atendido efetivamente.

Na demanda aguda, são realizados os procedimentos: exodontia de


elementos permanentes e decíduos, acesso endodôntico, drenagem de
abcesso, selamento provisório, prescrição medicamentosa e orientações de
higiene oral.

A demanda crônica funciona de segunda a sexta-feira, e, conforme


orientação da Coordenação Municipal de Saúde Bucal, deverão ser agendados
quatro pacientes no turno da manhã e quatro pacientes no turno da tarde. Esse
agendamento deverá ser feito, respeitando os grupos prioritários (hipertensos,
diabéticos, gestantes, pacientes oncológicos).

São ofertados como procedimentos da demanda crônica: exodontia de


elementos permanentes e decíduos, acesso endodôntico, selamento provisório,
prescrição medicamentosa, profilaxia, raspagem supra e sub-gengival,
aplicação de flúor, restaurações de resina composta, cimento de ionômero de
vidro e amálgama, remoção de sutura e orientação de higiene oral,
atendimento odontopediátrico.
Uma demanda importante é a dificuldade de adesão das pacientes
gestantes ao tratamento odontológico, talvez por aspectos psicológicos com
ansiedade, medos, mitos. A adoção do Pré-natal odontológico como ação
constante das equipes de saúde bucal (ESB) do município é um momento
importante para a troca de informações entre profissionais e as pacientes
43

gestantes, favorecendo uma mudança de comportamento dessa fatia


específica da população.

Todos os procedimentos odontológicos que requerem intervenção de


especialistas são referenciados para a Atenção Secundária, que, na
odontologia, são ofertados pelos Centros de Especialidades Odontológicos
(CEOs). Os pacientes são atendidos na Atenção Primária, avaliados, têm sua
adequação de saúde bucal realizada, são lançados no Sistema Mais Saúde
Digital para agendamento de consulta odontológica para atenção especializada
e, assim que a vaga é disponibilizada pelo sistema, é realizado o
referenciamento desses pacientes. O município de Montes Claros é assistido
por três CEOs:

- CEO Santos Reis (Tipo I): possui, no mínimo, 3 cirurgiões-dentistas;

- CEO Hospital Universitário (Tipo II): possui, no mínimo, 4 cirurgiões-


dentistas

- CEO Dr. Manoel Brito Júnior/FAMED (Tipo III): possui, no mínimo, 7


cirurgiões-dentistas.
As especialidades ofertadas são: Cirurgia BucoMaxilo-facial,
Endodontia, Estomatologia, Prótese Removível, Periodontia, Odontologia para
Pessoas com Necessidades Especiais (PNE sem sedação).

Figura 32. Fluxograma de Referência/Contra referência Odontológica no


SUS
44

Fonte: Ministério da Saúde, 2019.

Os pacientes que requerem sedação são referenciados para o


atendimento odontológico a nível hospitalar, que ocorre na Santa Casa de
Montes claros, conforme fluxograma a seguir:
Figura 33. Fluxograma para Atendimentos Odontológicos a Nível Hospitalar

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, 2022.

Exames solicitados para o risco cirúrgico: Eletrocardiograma, Raio-x do


tórax, Hemograma Completo, Coagulograma e Glicemia.

Após a realização da “Consulta W” hospitalar (avaliação obrigatória do


paciente pelo médico e Cirurgião odontológico) e de posse da AIH (Autorização
de Internação Hospitalar), o paciente e/ou responsável deverá comparecer à
45

Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros (SMS) para carimbá-la.


Deverá retornar ao hospital para o agendamento da cirurgia e em um prazo de
até dez dias antes da cirurgia, deverá comparecer novamente à SMS para
finalizar o processo de fluxo de referência para atendimento odontológico
hospitalar.

Em relação à alimentação do Sistema de Informação do SUS, a UBS


Eldorado II passou a utilizar, obrigatoriamente, o sistema de prontuário
eletrônico (SOAP) a partir de março de 2022 , onde é lançada toda a produção
ambulatorial odontológica, ações coletivas, ações de educação em saúde e
educação continuada. Através desses dados são realizadas as ações de
monitoramento do serviço odontológico, além de serem referência para o
financiamento das ESF em todo o município.

O exercício da odontologia expõe toda a equipe a riscos ocupacionais


frequentemente. Observa-se na UBS Eldorado II, que os consultórios
odontológicos são compartilhados, ou seja, três consultórios em um mesmo
espaço físico de aproximadamente 40 metros quadrados, com um fluxo muito
grande de pacientes e funcionários ao mesmo tempo, no mesmo ambiente. O
ruído de compressores, de várias pessoas conversando ao mesmo tempo, de
várias canetas de alta rotação funcionando ao mesmo tempo é um dos riscos
ocupacionais vivenciados. A ergonomia também é uma condição que se
apresenta com muita frequência, devido ao grande número de equipamentos,
mesas, armários e mochos, o que limita o espaço de deslocamento e
posicionamento dos profissionais para o atendimento clínico. Por fim, o alto
risco de doenças infecto-contagiosas devido às secreções e fluidos decorrentes
dos procedimentos clínicos e do aerossol produzido pelas canetas de alta e
baixa rotação.

Em relação ao Processo de Trabalho, a ESBSF Eldorado II realiza grupos


operativos para gestantes, Hiperdia (Hipertensos/diabéticos), tabagistas,
escovação supervisionada (escolares de 12 a 15 anos), participa de atividades
no grupo de saúde mental, onde realizam momentos de recreação (pintura em
tecidos, “roda de conversa”, lanches) com idosos e pacientes especiais que se
enquadram na proposta do grupo, que é oferecer momentos de descontração e
relaxamento a seus componentes. A equipe realiza também atividades de
Educação em Saúde e Educação
46

Permanente, atividades administrativas (controle de estoque de insumos,


instrumentais, equipamentos, alimentação de sistemas de informação,
classificação de risco das famílias da área adscrita), visitas domiciliares a
pacientes impossibilitados de acessarem a UBS, além de todos os
procedimentos clínicos que são de responsabilidade da ESB. Neste momento
atípico de Pandemia, a Equipe de Saúde Bucal se envolveu também no
processo de Telemonitoramento da Covid-19, na notificação de pacientes
sintomáticos, agendamento de testes rápido-antígeno, além da alimentação da
Planilha de controle dos pacientes sintomáticos da eSF Eldorado II.

4.0 INTEGRAÇÃO COM OUTROS CURSOS DE GRADUAÇÃO

Realizamos, juntamente com os acadêmicos do nono período de


odontologia da UniFipMoc, eSF Vila Áurea, um grupo com gestantes, onde foi
abordada a importância do Pré-natal odontológico, além de orientações de
saúde bucal para a gestante e para os bebês. Foi realizado a distribuição de
brindes para todas as gestantes.

Figura 34 e 35. Grupo de gestantes (integração com acadêmicos do nono


período).
47

Fonte: Grupo de Gestantes – ESF Eldorado II, 2022.

5. PROBLEMAS IDENTIFICADOS

Percebe-se uma falta de comunicação efetiva, às vezes, falta de


informação das recepcionistas para a orientação dos usuários. Exemplo disso é
a presença constante dos usuários na sala de reunião ou no consultório
odontológico, procurando informações sobre localização da sala de vacinas,
sobre onde estaria determinado ACS, sobre renovação de receita médica, que
poderiam ser esclarecidas na recepção da UBS. Mediante essa demanda
observada, seria necessária uma qualificação dos profissionais da recepção
tornando-a mais facilitadora, acolhedora, com escuta qualificada, respeito e
atenção.

Há um lote vago no fundo da UBS que poderia ser utilizado como


estacionamento para funcionários ou para a construção de um novo espaço
para “desafogar” a atual sala de reuniões.

Os consultórios odontológicos funcionam em um espaço compartilhado


(três consultórios) que possui divisórias, porém, sem portas, o que torna o
ambiente organizado, mas, deixando os atendimentos sem privacidade para os
pacientes e para os profissionais.
O espaço da sala de reuniões, além de ser utilizado para essa finalidade,
também possui outras utilidades (funcionários fazem refeição, local de
descanso, pesagem de crianças, além de sala de arquivos). O espaço fica
muito desorganizado, pois possui muitas cadeiras e mesas. Talvez uma
48

adaptação da UBS de modo a se criar um espaço para refeitório, uma sala


específica para os Agentes de Saúde (ACS) e uma sala para armazenar os
equipamentos em desuso seria de grande valia. Esse novo espaço poderia ser
criado onde há um lote vago na UBS.

Os consultórios e banheiros não são adaptadas para receber Pessoas


com Necessidades Especiais (PNE), pois possuem degraus para acesso e,
não, rampas de acesso. A acessibilidade da pessoa com deficiência deveria
ser garantida.

Os muros e grades da UBS são muito baixos e não oferecem segurança


à estrutura física do prédio. No início de 2021, pessoas entraram e roubaram o
computador da sala do enfermeiro de uma das eSF e a televisão da UBS. Nos
fins de semanas fazem uso de drogas no espaço da UBS, deixam lixos,
preservativos, enfim, a UBS é totalmente vulnerável à marginalidade. Ações
voltadas para a segurança seriam necessárias, como aumentar a altura das
grades da UBS.

6. PÚBLICO ALVO

População em geral que utiliza os serviços da UBS como porta de entrada do


SUS e os profissionais que lá trabalham.
49

ANEXOS

Anexo 1. Documento de Referência Odontológica para a Atenção Secundária

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.


50

Anexo 2. Documento de Contra Referência Odontológica da Atenção Secundária

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.


51

Anexo 3. Comprovante de agendamento de consulta odontológica para a


Atenção Secundária

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.

Anexo 4. Ficha clínica odontológica


52

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.

Anexo 5. Solicitação de consulta odontológica na Atenção Secundária (CEO)

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.


53

Anexo 6. Lançamento da produção odontológica no Sistema de Prontuário Eletrônico


(SOAP)

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.


54

Anexo 7. Ficha de telemonitoramento da COVID-19.

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.


55

Anexo 8. Ficha de notificação para Covid-19

Fonte: Arquivo próprio da eSF Eldorado II, 2022.


56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção
Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_201
7.ht ml. Acesso em 14 mar. 2021.
2. SECRETARIA DA SAÚDE. Atenção Básica ou Primária - Principal
porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível
em: https://saude.rs.gov.br/atencao-basica-ou-primaria-principal-porta-
de-
entrada-para-o-sistema-unico-de-saude-sus.Acesso em: 15 mar. 2021.
3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil Sorridente. Disponível em:
https://aps.saude.gov.br/ape/brasilsorridente. Acesso em: 16 mar. 2021.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Documento Síntese para Avaliação
Externa do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade
da Atenção Básica (PMAQ). Brasília-DF, 2012.
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_pmaq_ate
ncao
_basica.pdf. Acesso em 14 mar. 2021.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 866, de 03 de maio de
2012. Altera o prazo para solicitação da avaliação externa no Programa
Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ-AB) e as regras de classificação da certificação das equipes
participantes do Programa. Saúde Legis, 2012.
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0866_03_05_2012
_co mp.htm. Acesso em: 15 mar. 2021.
6. CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA, Diretrizes do NASF. Núcleo de
apoio á saúde da família. Brasília- DF, v.1.
2009. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_di
retriz es_nasf. pdf Acesso em 20 mar. 2021.
7. CADERNO DE SAÙDE PÚBLICA, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 898-
906, maio-jun. 2005. Disponível: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_serial&pid=0102- 311X&lng=en&nrm=iso . Acesso em: 20
mar. 2021.
8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO
DE 2017. Disponível
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https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/
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57

9. CAMPOS, Gastão. Manual de Práticas em atenção básica: Saúde


ampliada e compartilhada. Disponível
em:
http://andromeda.ensp.fiocruz.br/teias/sites/default/files/biblioteca_home/
m anual_das_praticas_de_atencao_basica%5B1%5D.pdf . Acesso em 4
abr. 2021.
10. CASANOVA, A.O; OLIVEIRA, C.M; Vigilância da saúde no espaço de
práticas da atenção básica; Ciências &. Saúde Coletiva, v.14, n.3,
Rio de Janeiro Maio/Jun., 2009.
11. GUIA MAIS MAPAS. Eldorado II. Disponível
em: https://mapas.guiamais.com.br/montes-claros-mg/eldorado . Acesso
em: 13 abr. 2021.
12. PENSE SUS. Atenção básica. Disponível
em: https://pensesus.fiocruz.br/atencao-basica. Acesso em: 5 abr. 2021.

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