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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

CURSO: CONTABILIDADE E FISCALIDADE

DISCIPLINA: Sistema Financeiro

TEMA
Riscos Financeiros e Bancários

Discente:
Eduardo Inácio Vilanculo
Luísa Ana Manuel
Regina Daniel Chaúque
Vanessa Agostinho Langa

Docente: Euclides Pepane

Maputo, Dezembro de 2021


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................. 3
2. Risco financeiro .................................................................................................................................... 4
2.1. Fases da Gestão de Risco .................................................................................................................. 4
2.2. Tipos de Riscos Financeiros .................................................................................................................. 5
2.2.1. Risco de Liquidez ........................................................................................................................... 5
2.2.2. Risco de Crédito .............................................................................................................................. 5
2.2.3. Risco Operacional ........................................................................................................................... 6
2.2.4. Risco de Mercado ........................................................................................................................... 7
2.2.5. Risco Cambial ................................................................................................................................. 7
2.2.6. Riscos da Taxa de juros .................................................................................................................. 8
2.2.7. Risco de Financiamento .................................................................................................................. 8
2.2.8. Risco Regulatório ou Legal............................................................................................................. 9
2.2.9. Risco Moral..................................................................................................................................... 9
2.10. Risco Sistêmico ................................................................................................................................ 9
2.11. Risco Estratégico ........................................................................................................................... 10
2.12. Risco de Reputação ........................................................................................................................ 10
2.13. Risco de solvabilidade ................................................................................................................... 10
2.14. Risco trabalhador/funcionário ........................................................................................................ 10
3. Conclusão............................................................................................................................................ 11
4. Referência Bibliográfica ..................................................................................................................... 12
1. Introdução
No âmbito da Licenciatura em Contabilidade e Fiscalidade, no segundo semestre do segundo ano,
no ISCAM, temos a cadeira de Sistema Financeiro, onde tem como a definição, o conjunto de
instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes
econômicos, superavitários para os deficitários.

Neste presente trabalho visamos abordar sobre os riscos financeiros e bancários, debruçar sobre os
tipos bem como as fases da gestão de risco bancário e tem como objectivo mostrar a importância
da gestão de risco nas instituições financeiras.

Toda empresa enfrenta certos tipos de riscos financeiros. Tais riscos têm a ver com as operações
financeiras da organização e envolvem retornos em investimentos e negociações abaixo das
expectativas, além de problemas na gestão do fluxo de caixa.
2. Risco financeiro
O Risco Financeiro é a possibilidade de prejuízo em decorrência de transações financeiras e
operações de investimentos, sejam os agentes pessoa física ou jurídica.

A gestão dos riscos no sector bancário normalmente associada a uma unidade dentro da
organização com reporte directo à administração é ou deve ser uma das principais atribuições de
fiscalização efectiva dos reguladores bancários pelo potencial de destruição de uma instituição ou
de um sector sensível, como é o financeiro.

A gestão de riscos financeiros é importante para proteger a operação do empreendimento, atuando


de forma preventiva e corretiva, combatendo a probabilidade de prejuízos e implementando
soluções rápidas e eficientes, caso eles se concretizem.

2.1.Fases da Gestão de Risco


Existem algumas fazes a considerar na gestão de riscos a saber:

 Definição, identificação e classificação da exposição e das fontes dos factores de risco;


 Análise, natureza, gradação e quantificação da exposição ao risco;
 Alocação dos diferentes riscos às unidades de negócio, como riscos comuns e riscos
específicos, comparados entre as diferentes unidades e tipos de risco, sendo proporcional
ao risco aceitável e à alocação do risco de capital, mas que reflicta o custo do capital;
 Decisão se um novo cliente ou uma nova transacção deve ser aceite a partir da óptica do
perfil e do know your customer, do risco legal, do risco reputacional e do risco retorno;
 Limitação, restrição ou eliminação da aceitação do risco;
 Controlo do risco através de acções preventivas e repressivas de gestão de riscos,
permitindo assim o incremento de procedimentos, de métodos e de instrumentos que
impeçam o erro, o abuso, a manipulação, a má conduta, a infracção e o crime;
 Avaliação inicial, complementar e contínua da performance por forma a interligar as acções
de gestão de riscos aos objectivos corporativos e aos limites regulatórios.
2.2. Tipos de Riscos Financeiros

2.2.1. Risco de Liquidez

O risco de liquidez é o tipo mais comum de risco. Relaciona-se com o descasamento de fluxos
financeiros ativos e passivos e seus reflexos sobre a capacidade financeira da instituição em obter
ativos e honrar suas obrigações.

Trata-se de um risco altamente vulnerável as corridas bancárias, já que é proibido à instituição


financeira suspender saques, mesmo à custa de sua solvência.

Os controles de risco de liquidez foram objeto de estudos, que determinou que as instituições
financeiras deveriam manter sistemas de controle estruturados em consonância com seus perfis
operacionais, que permitam o acompanhamento permanente das posições assumidas em todas as
operações praticadas nos mercados financeiro e de capitais, de forma a evidenciar o risco de
liquidez decorrente das atividades por elas desenvolvidas.

A Resolução determina ainda que as instituições financeiras devem estar capacitadas a identificar
os riscos da cada instituição individualmente, bem como os riscos do conglomerado.

2.2.2. Risco de Crédito

Um dos tipos de risco financeiro mais significativos é aquele relacionado ao crédito. Esse risco
tem a ver com a confiabilidade financeira que uma empresa apresenta diante de um credor, ou seja,
às perdas que o credor possa ter ao fornecer crédito a um devedor inadimplente, que não honre
seus compromissos na data ajustada.

A importância na gestão de risco de crédito faz com que os bancos analisem o cliente antes da
concessão do crédito, para que possam minimizar os riscos da operação de crédito e por
consequência garantir maior lucro, premissa básica das Instituições Financeiras.

Sabe-se que os riscos nas operações de crédito estão diretamente ligados às taxas de juros
praticadas no mercado. Em uma época em que há um grande incentivo à tomada de crédito para
aquecer a economia, e que as Instituições Financeiras tentam atrair cada cliente com oferta de juros
menores, essa análise de crédito tem que ser cada vez mais precisa, para que possa minimizar os
riscos e assim competir com juros mais baixos, ganhando mercado.

Os riscos de crédito podem ser divididos em subáreas que são:

a. Risco de inadimplência: relacionada ao não-pagamento de juros e principal de


empréstimos;
b. Risco de degradação de crédito: relacionada à reclassificação, para pior, do
nível de risco do tomador de recursos (Exemplo: risco A para C);

c. Risco de degradação de garantias: perda de qualidade das garantias


vinculadas ao empréstimo quer por desvios de garantias ou depreciação;

Para Saunders (2000), sistemas especialistas, sistema de classificação e sistemas de pontuação


de crédito, são modelos que processam o risco de crédito.

Sistema especialista, a decisão fica a cargo do gerente de crédito que analisa cinco fatores:
caráter, capacidade, capital, garantia e condições de pagamento, e atribui um peso subjetivo a
cada fator, que formará a decisão de crédito (Saunders 2000).

2.2.3. Risco Operacional

Entre os tipos de risco financeiro, também há o operacional.

Quando falamos em riscos operacionais em uma empresa, estamos nos referindo a prejuízos
advindos de funcionários, sistemas, processos e factores externos.

Atente-se para o bom funcionamento e a boa qualidade dos equipamentos utilizados, a eficiência
dos funcionários e, em especial, para a área de tecnologia: ela é um fator muito importante
actualmente, ou seja, é o risco dos impactos directos e indirectos, resultantes de factores humanos,
da inadequação ou falha de processos e da ausência de sistemas internos ou da ocorrência de
eventos externos, designadamente naturais, mas não só.
2.2.4. Risco de Mercado

O risco de mercado relaciona-se a prejuízos potênciais decorrentes de mudanças em factores de


risco como taxas de juros e de câmbio, índices e preços. É definido, como a possibilidade de
ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições detidas por uma
instituição financeira.

Trata-se de um risco intimamente ligado com a internacionalização e aumento de complexidade


dos mercados, já que tais factores aumentam a sua volatilidade e potencializam possíveis
desequilíbrios a saber:

I - políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de mercado claramente documentadas, que


estabeleçam limites operacionais e procedimentos destinados a manter a exposição ao risco de
mercado em níveis considerados aceitáveis pela instituição;

II - sistemas para medir, monitorar e controlar a exposição ao risco de mercado, tanto para as
operações incluídas na carteira de negociação quanto para as demais posições, os quais devem
abranger todas as fontes relevantes de risco de mercado e gerar relatórios tempestivos para a
diretoria da instituição;

III - realização, com periodicidade mínima anual, de testes de avaliação dos sistemas de que trata
o inciso II;

IV - identificação prévia dos riscos inerentes a novas atividades e produtos e análise prévia de sua
adequação aos procedimentos e controles adotados pela instituição;

V - realização de simulações de condições extremas de mercado (testes de estresse), inclusive da


quebra de premissas, cujos resultados devem ser considerados ao estabelecer ou rever as políticas
e limites para a adequação de capital.

2.2.5. Risco Cambial

Em termos de riscos financeiros de uma empresa, o mercado cambial não pode ser minimizado,
visto que é o maior mercado financeiro existente.
Este mercado realiza operações através dos maiores bancos comerciais do mundo, sendo a taxa de
câmbio correspondente ao valor obtido na troca de uma moeda por outra.

Riscos do mercado financeiro de câmbio são ligados às oscilações nas taxas de câmbio, que
ameaçam as finanças das empresas nacionais em negociações com o Exterior. Ou seja: a incerteza
quanto ao valor de uma moeda é o maior risco.uma das formas de diminuir esse risco é fazendo
Planeamento estratégico e gerenciamento eficaz que propiciam maior segurança em negociações
envolvendo moedas diferentes, com redução de custos e mais lucros.

2.2.6. Riscos da Taxa de juros

O impacto potencialmente negativo no resultado líquido, estando relacionado com a


vulnerabilidade de uma instituição financeira relativamente ao movimento das taxas de juro A
variação das taxas em um investimento, relacionado à possibilidade de perda de potencial em razão
de oscilações nas taxas de juros, é outro dos tipos de risco financeiro.Quem determina a
rentabilidade dos fundos prefixados são os Bancos Centrais, através da variação dos preços dos
títulos em carteira de cada fundo. Quando a taxa de juros aumenta, o valor dos títulos prefixados
diminui. Essa redução, por sua vez, incide sobre o valor da cota e a rentabilidade do fundo. Caso
as taxas de juros sejam diminuídas, ocorre um aumento do valor dos títulos em carteira.

2.2.7. Risco de Financiamento

Qualquer financiamento envolve riscos, tanto para quem o concede como para quem o contrata.
Por isso, esse é mais um dos tipos de risco financeiro que qualquer empresa enfrenta.

As instituições financeiras, em geral, são rigorosas ao analisar pedidos de financiamentos e de


empréstimos, considerando minuciosamente os riscos financeiros do negócio.

Aqui entra a confiabilidade da empresa e também a responsabilidade de seus negociadores de


conhecer os perigos e viabilidades da transação, estando aptos a obter linhas de crédito com taxas
de juros mais acessíveis e prazos mais longos.

Enfim, é impossível evitar certos riscos financeiros de uma empresa, mas é possível gerenciá-los,
avaliá-los e mensurá-los. Esse processo pode ser realizado com probabilidades e estatísticas que
identifiquem processos e situações problemáticos.
2.2.8. Risco Regulatório ou Legal

O risco regulatório ou legal se verifica quando as mudanças de legislação ou regulamentação das


actividades das instituições financeiras, provocam oscilações inesperadas para mais ou para menos
em valores de activos ou passivos.

Trata-se de um risco diretamente ligado ao Banco Central e ao Conselho Monetário Nacional, que
devem se precaver de todas as formas antes de promoverem alterações na política do Sistema
Financeiro Nacional.

2.2.9. Risco Moral

O conceito de risco moral (moral hazard) se refere à possibilidade de que um agente econômico
mude seu comportamento de acordo com os diferentes contextos nos quais ocorre uma transação
econômica. Corresponde ao comportamento do agente econômico de assumir mais riscos, tanto
quanto maior for o aparato de proteção.

Trata-se de um tema bastante controvertido. Até que ponto, ao socorrer os bancos, o governo
estimularia esses agentes a proceder com outros empréstimos inviáveis, na expectativa de que, se
algo der errado, eles voltarão a ter ajuda do Estado?

A questão voltou à tona recentemente com a crise americana, quando o FED (Federal Reserve),
que é o Banco Central americano, injetou alguns milhões de dólares nas instituições financeiras,
visando evitar a quebra de alguns bancos que apresentavam risco de liquidez.

2.10. Risco Sistêmico

O risco sistêmico caracteriza-se quando a instituição financeira que não tenha recursos suficientes
deixa de pagar outra, causando o chamado efeito dominó, levando ao colapso todo o sistema
financeiro.
2.11. Risco Estratégico

Risco decorrentes de eventuais alterações no enquadramento económico e político da empresa e


que, nestes termos, resulta das decisões empresariais adversas ou ineficientes, derivadas de planos
empresariais inapropriados ou das falhas na resposta a alterações nos ambientes competitivos, nos
ciclos de negócio, nas preferências dos clientes, dos produtos obsoletos ou do sistema regulatório.

2.12. Risco de Reputação

Considerado geralmente como a maior ameaça das instituições financeiras, pelo cariz fiduciário
das operações com os clientes, credores e o mercado em geral. Traduz-se na probabilidade de
ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, decorrentes de uma percepção
negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por parte de clientes,
fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de comunicação social ou
pela opinião pública em geral.

2.13. Risco de solvabilidade

O risco de solvabilidade traduz a incapacidade da instituição financeira em absorver, através do


capital disponível, as perdas geradas por todos os tipos de risco.

2.14. Risco trabalhador/funcionário

Risco proveniente da actuação do funcionário ou trabalhador da instituição financeira que pode


pôr em causa a solvabilidade ou reputação da mesma. Este risco é colmatado por controlos de
actividade e/ou pelo estabelecimento de normas de conduta e deveres a que os trabalhadores ou
funcionáios se encontram legal e contratualmente adstritos.
3. Conclusão
As instituições financeiras possuem a maior parte dos seus lucros gerados através da concessão
de crédito a quem precisa, e através dos anos veem procurando mecanismos para gerir de forma
mais eficiente os riscos demandados desta actividade.

Além dos riscos que ocorrem na concessão do crédito, há os riscos que existem até que o tomador
honre com todos os compromissos assumidos, até que o tomador pague a última parcela. Um
crédito concedido sem uma análise precisa traz para a instituição financeira perdas no patrimônio
da instituição, traz um provisionamento de devedores duvidosos, seu esforço para captar recursos
no mercado, aplicar estes recursos, gerar receitas, vai ser prejudicado pela perda dos valores
concedidos. A participação da inadimplência na composição da sua taxa de juros vai aumentar, e
ela será obrigada a diminuir seu ganho líquido ou aumentar a taxa de juro praticada, o que a faria
perder receita e também perder mercado, já que o que mais diferencia uma instituição financeira
de outra nos dias de hoje são as taxas por elas praticadas.
As Instituições Financeiras vêm com o passar dos anos aprimorando sua forma de gestão de riscos,
e essa reestruturação está deixando cada fez mais complexa essa atividade. Estas Instituições
Financeiras são muito importantes tanto para as empresas como para a sociedade em geral, pois
movimentam os recursos financeiros do mercado, disponibilizando-os para os toabalhmadores que
deles necessitam (VIEIRA, 2007).

Outro ponto importante demonstrado foi o provisionamento de valores decorrentes das operações
de crédito. Estes provisionamentos podem ser sobre as operações normais que apesar de recolher
uma porcentagem da operação, não impacta de forma tão significativa para a instituição já que à
medida que as parcelas vão sendo quitadas os valores vão diminuindo até seu saldo zerar.
4. Referência Bibliográfica

AMARAL, Isis de Castro. NEVES, Mateus de Carvalho Reis. FREITAS, Alan Ferreira de.
BRAGA, Marcelo José. Gerenciamento dos Riscos Operacionais: Os métodos utilizados
por uma cooperativa de crédito. Revista USP: São Paulo, 2009.

BLATT. Adriano. Avaliação de risco e decisão de crédito: um enfoque prático. São Paulo:

Nobel, 1999.

CAPE – Instituto Centro de Capacitação e Apoio Empreendedor. Manual do Agente de


Microfinanças. Belo Horizonte: Sebrae, 2000.

FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro – produtos e serviços. São Paulo: Qualitymark,


2011. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008.

https://www.webartigos.com/artigos/riscos-bancarios/11583

https://finnet.com.br/5-tipos-de-riscos-financeiros-para-voce-ter-sob-controle/

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