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-1- MANOEL LUIZ CORRÊA LEITE - ADVOGADO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA MM. 4ª VARA CÍVEL DO FÓRUM


REGIONAL DE PINHEIROS - SÃO PAULO - SP.

PROCESSO CAUTELAR N° 114814-8


N° DE ORDEM 1669/2008

AMADEU DA COSTA OLIVEIRA, português,


divorciado, empresário, portador do RNE/MJ n° V535762-V, cadastrado no CPF/MF
sob o n° 232.670.488-69, residente e domiciliado na Rua Madre Maria Angélica de
Resende, n° 41, Vila Madalena, São Paulo – Capital, vem, por seu procurador adiante
assinado ( doc. 01 ), com escritório na Av. Pereira Barreto, nº 1395, sala 121 – Torre
Sul, Santo André – SP.por seu advogado adiante subscrito, vem, mui
respeitosamente, à presença de V. Exa. propor AÇÃO DECLARATÓRIA C/C
COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS contra CIA
ITAULEASING DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, inscrita no CNPJ/MF
sob nº 049.925.225/0001-48, com endereço na Rua Antonio Massa, nº 361 – Centro –
Poá – CEP 08550-000 - SP., pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe:

1- DOS FATOS

a)- O ora Autor é pessoa de reputação ilibada,


sendo que até a presente data nunca passou por nenhum constrangimento desta
espécie,salientando que em tempo algum, deu causa à restrição para apontamento
junto ao SERASA, ou qualquer outro órgão de proteção ao crédito.

b)- Ainda, Exa., deve-se deixar consignado que o


Autor no mês de abril deste ano, foi vítima de um assalto em sua residência, de
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sérias proporções, no que tange a bens materiais, conforme se pode apurar pelo BO
1851/2008 ( doc. 02 ), elaborado pelo 91° DP, que transferiu o caso para a 14° DP
responsável pela circunscrição da ocorrência, que também elaborou os BO’s
3332/2008 e 3874/2008 ( docs. 03/04 ), ficando esta como responsável pela
investigação da autoria delituosa, sendo que existem alguns pertences que já
haviam sumido da residência do Autor e que ele só está dando pela falta, quando
os procura.

c)- Ainda, vale salientar que o Autor ajuizou a


competente ação cautelar inominada e este douto juízo concedeu a liminar para que
a restrição ficasse sobrestada até final decisão, cujo processo foi autuado pelo nº
2008 - 114.814-8, ordem 1669/2008, onde o digno prolator da decisão aduziu que:
“os documentos juntados a referida cautelar trazem severos indícios que o
contrato em pauta não foi firmado pelo autor (...)”, o que em sede primária de
cognição demonstra a verossimilhança, inegável, das assertivas trazidas com a
demanda prima facie.

d)- Vale relembrar que ao ser comunicado pela


requerida de que havia formalizado negócio jurídico para a aquisição de um carro
novo, imediatamente, entrou em contato com o telefone constante do já citado
documento, manifestando a sua discordância com tal comunicado, pois não havia
feito nenhum contrato de arrendamento mercantil com tal instituição, alegando que
deveria existir algum equivoco por parte do Banco Réu.

e)- Foi-lhe pedido então que entrasse em contato


com o Departamento de Risco Operacional do Banco Réu, o que em ato contínuo
foi feito, conforme documentos de correio eletrônico ( docs. 06/07 ), sendo que no
referido departamento pediram-lhe que fizesse uma declaração de próprio punho
( doc. 08 ), juntando, também, alguns documentos e enviasse-os para o endereço
Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, n° 100, Torre B- 12° andar - Jabaquara -
São Paulo – CEP 04344-902,a fim de se apurar, em tese, a fraude aplicada, o que
foi feito em 08/07/08, como prova do envio junta-se o Aviso de Recebimento SQ
322853627 ( doc. 09 ).

f)- Com a entrega da documentação exigida e,


principalmente sabendo que não havia feito nenhum contrato, não deu mais
atenção ao caso, certo de que tudo se resolveria. Ledo engano, pois em 25 de julho
pp., o autor recebeu comunicado do escritório ADVOCACIA HERNANDES
BLANCO, representante do Banco Réu ( doc. 10 ), datado de 26 de junho de 2008,
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com a finalidade de negociar a dívida constante do contrato em discussão e uma


outra vinda do SERASA ( doc. 11 ), com a data de postagem de 02/07/08 e, ainda,
uma datada de 17/07/08, do SPC ( doc.12 ) e outra através do Telegrama postado
eletronicamente em 18/07/2008 ( doc. 13 ), tendo em comum somente a coação
para o pagamento do que não deve e o constrangimento a que seria submetido.
g)- Na segunda feira seguinte ao recebimento das
comunicações já citadas anteriormente, o Autor se dirigiu a um estabelecimento
bancário, onde é correntista e lá chegando foi impedido de retirar um talonário de
cheques em razão de ter o seu nome com restrição de crédito, pedido feito com
embasamento no contrato junto à empresa Banco Itauleasing S/A, detentora do
contrato de leasing de n° 3271952-8 datado de 09/04/08, sendo que a prestação
mensal é de R$ 1.487,97, e o valor total do contrato é de R$ 55.000,00.

h)- O que causa revolta e indignação é o fato de


que, mesmo sem ter dado qualquer posição às comunicações enviadas pelo Autor,
que se preocupou em alertar sobre o grande erro a ser cometido pela instituição ré,
e ainda pior, sem ter entrado com qualquer ação de cobrança ou mesmo execução
do contrato, o Banco Réu numa atitude imperialista, enviou indevidamente o nome
do Autor aos serviços de proteção ao crédito, como já relatado.

i)- Inconformado com a situação, mormente por


nunca ter financiado qualquer veículo com a empresa Ré, de posse das informações
procurou resguardar seus direitos com a propositura da cautelar alhures informada,
pois além de ter sofrido uma dilapidação no seu patrimônio com os furtos que estão
sendo apurados, ainda está, indevidamente amargando dissabores com o seu nome
no cadastro de maus pagadores, enviado indevidamente pela instituição ré.

j)- O contrato firmado entre o Banco Réu e um


suposto arrendatário, deverá ser minuciosamente discutido em ação específica para
tal, pois o Autor nunca assinou, nem tampouco compareceu à qualquer agência do
referido banco com o intuito de realizar a operação de leasing.

2- O Dever de indenizar

2.1- Do Fundamento Jurídico do Pedido

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a)- Na Constituição Federal:

a.1)- A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º,


incisos V e X, consagrou definitivamente a indenização por dano moral, eliminando
ao menos teoricamente as controvérsias sobre sua admissibilidade, e estendendo-a às
hipóteses não-enumeradas expressamente em textos de leis. Mais recentemente, o
Código de Defesa do Consumidor (artigo 6º, incisos VI e VII) e o Código Civil de
2002 (artigos 186, 927 e 942) também resguardaram a reparação econômica dos
danos morais.

a.2)- A visão hoje predominante é a de que, embora a


dor não tenha preço e nem seja mensurável, os danos morais são plenamente
reparáveis. A indenização em dinheiro não visa à restituição absoluta do statu quo da
vítima anterior ao dano e nem à recomposição total da dor e da angústia por ela
vivenciadas. O seu escopo é o alívio, a amenização, a diminuição dos sentimentos
negativos suportados pelo lesado, sob uma perspectiva de “correspondência” ou
“proporcionalidade”, e não de “equivalência”, buscando ainda sancionar o lesante a
fim de que ele não reitere a conduta ofensiva.

a.3)- Assim, num contexto mais amplo, consiste o


objetivo dessa reparação pecuniária na defesa dos valores essenciais à preservação da
personalidade humana e do convívio social, atribuindo à vítima algum tipo de
compensação, bem como lhe devolvendo, na medida do possível, sua integridade
física, psicológica e emocional.
 
“Art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V - é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.”
 
b)- No Código de Defesa do Consumidor:
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Art. 6 º - São direitos básicos do consumidor:

VII - o acesso aos órgãos judiciários e


administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos, assegurada a proteção jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;

ART.14 O fornecedor de serviços responde, 


independentemente  da existência   de  culpa,  pela  reparação  dos  danos  
causados   aos consumidores  por  defeitos relativos à prestação dos  serviços, 
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.
Parág.1º  -  O serviço é defeituoso quando  não 
fornece  a segurança   que  o  consumidor  dele  pode  esperar,  levando-se   em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
 

I - o modo de seu fornecimento;


 
II  -  o resultado e os riscos que  razoavelmente 
dele  se esperam;
 
III - a época em que foi fornecido.

Art. 42. Na cobrança de débitos o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

b.1)- A norma tem caráter civil e assim deve ser


interpretada, não utilizando-se para interpretá-la o que dispõe a norma de caráter
penal, contida no art. 71. Ora, civilmente o exercício de um direito não constitui
coação ou constrangimento; logo improcedem as afirmações radicais de que a norma
do art. 42 impediria a cobrança de dívidas no Brasil, a partir da entrada em vigor do
CDC. A norma do art. 42 do CDC constitui um mínimo ético de conduta, qual seja
não expor o consumidor a ridículo, não ameaçá-lo com meias-verdades- como
aquelas comuns em cartas de cobrança.

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b.2)- Ao exigir um tratamento mais leal e


transparente, impôs o Judiciário brasileiro através da interpretação teleológica do
CDC um novo paradigma de boa-fé nas relações de consumo, caracterizado pela
aceitação do dever de cuidado do fornecedor ao cobrar suas dívidas ou movimentar
seus auxiliares, suportando o risco profissional de ter causado dano moral ao
consumidor em caso de cobrança indevida, registro indevido de seu nome no SPC,
ou de protesto indevido de título abstrato."

c)- Ainda, no Código Civil Brasileiro:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar dano à outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.  

2.1- O dano causado pelos agentes com dolo


(prejuízo intencional, por ação ou omissão) ou culpa (violação do direito alheio, por
negligência, imperícia ou imprudência) configura o ato ilícito, que impõe a reparação.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

2.2- O requerido, não se olvide, agiu com tamanha


imprudência, e até mesmo negligência, no caso em apreço, uma vez que sabedor da
ação de inescrupulosos, que de determinada maneira logrou conseguir crédito com
a utilização criminosa de documentos pessoais do autor e ao ser alertado, sequer se
mostrou interessado em consertar a situação, ao contrário, tratou de coagir o autor
com a negativação de seu bom nome e o constrangeu com avisos de cobrança de
por parte de serviços jurídicos terceirizados.

2.2- Por haver agido com negligência e imprudência,


o requerido colocou o autor em situação de grave risco, tanto financeiro como
emocional, pois ao aceitar que pessoas inescrupulosas concretizassem negócio
jurídico de grande monta, sem ao menos se preocupar em verificar a origem dos
mesmos, demonstração de que as instituições financeiras pouco se importam com as
nefastas conseqüências que seus atos podem causar a outrem, devendo rever seus
procedimentos administrativos para que cessem os casos como o aqui relatado.

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2.3- Não se negue que a negligência do requerido


colocou o autor em situação de extremo constrangimento, sem saber como e porquê
seu bom nome foi manchado por operação financeira que não contratou, teve crédito
negado no mercado, operações profissionais canceladas etc., tudo por culpa do réu,
que não se acautelou das normas de segurança que sua atividade-fim exige e que são
reguladas pelo Banco Central do Brasil.

2.4- Afora o atingimento dessa honra objetiva,


também a subjetiva pode vir a ser comprometida seriamente, porquanto é de esperar
que a pessoa se veja vulnerada no sentimento que tem a respeito de sua dignidade e
decoro procure ser reparado.

2.5- Esse dano moral, assim, traduz-se empiricamente


na reação psíquica, no desgosto experimentado pela pessoa humana, ficando de pés e
mãos amarradas não sabendo a quem se dirigir e a toda evidencia como a experiência
dos Tribunais na missão de julgar, sujeitam à composição de perdas e danos, na
medida que geram esse abalo de crédito, POIS SEU CRÉDITO FINDOU-SE.  Tal
abalo configura modalidade de dano, inclusive moral, porquanto encerra os prejuízos
que alguém sofre na alma, no corpo ou em seus bens.

2.6- Esse abalo de crédito, a implicar danos na esfera


jurídica e não somente jurídico-patrimonial do ofendido, é, a propósito, versado
explicitamente com essa amplitude eficácia no sistema jurídico positivo brasileiro,
como se pode verificar nas inúmeras jurisprudências e julgados em fatos anômalos. 

 2.7- Em se dano essa hipótese, não se há demandar à


pessoa lesada qualquer alegação e prova de dano também material, porque temos a
regra jurídica do inc. X, do art. 5°, da Constituição Federal, a garantir não somente o
direito à honra e à imagem das pessoas como, ainda e por conseqüência inafastável à
efetivação desse direito mesmo, a assegurar o direito à indenização pelo dano moral
decorrente de sua violação, pelos fatos  exaustivamente narrados nesta exordial.

2.8- Visando demonstrar o prejuízo sofrido pelo autor,


junta-se aos autos cópia de contrato mercantil com a empresa portuguesa
INTERPRIME S/A ( doc. 14 ), o qual contém cláusula punitiva (3.6) de € 300.000,00
(trezentos mil euros), quantia que será executado, haja vista a correspondência da
lavra da causídica responsável pela empresa que rescindiu unilateralmente o contrato
por conta da restrição comandada pelo requerido ( doc. 15 ).

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2.9- Além disso, deixou auferir, através da


comercialização de produtos de sua atividade profissional (transações de exportação
de madeiras) o valor de R$ 246.701,25, posto que ficou alijado da comercialização
da madeira com clientes internacionais, circunscrito tão somente ao mercado interno,
cujo valor, notoriamente, é inferior à cotação internacional, conforme explicitado no
cálculo que segue com esta inicial e desta faz parte integrante.

2.10- Carlos Alberto Bittar, em sua obra “Reparação


Civil por Danos Morais”, 2ª ed., Editora Revista dos Tribunais, preleciona:
  Pág. 11.-“Tem-se por assente, neste plano, que
ações ou omissões lesivas rompem o equilíbrio existente no mundo fático, onerando,
física, moral ou pecuniariamente, os lesados, que, diante da respectiva injustiça,
ficam, “ipso facto”, investidas de poder para defesa dos interesses violados, em níveis
diverso e à luz das circunstâncias do caso concreto. É que ao direito compete
preservar a integridade moral e patrimonial das pessoas, mantendo o equilíbrio no
meio social e na esfera individual de cada um dos membros da coletividade, em sua
busca incessante pela felicidade pessoal”.

“Por isso é que há certas condutas com as quais a


ordem jurídica não se compraz, ou cujos efeitos não lhe convém, originando-se daí,
por força de sua rejeição, proibições e sancionamentos aos lesantes, como
mecanismos destinados a aliviar a respectiva ocorrência, ou a servir de resposta à sua
concretização, sempre em razão dos fins visados pelo agrupamento social e dos
valores eleitos com nucleares para sua sobrevivência”.
 
Pág. 12.- Suporta o agente, na área da
responsabilidade civil, efeitos vários de fatos lesivos que lhe possam ser imputáveis,
subjetiva ou objetivamente, criando, desse modo, com o ônus correspondentes, tanto
em seu patrimônio, com em sua pessoa, ou em ambos, conforme a hipótese”.

Pág. 13.- “Induz, pois, a responsabilidade a


demonstração de que o resultado lesivo (dano) proveio de atuação do lesante (ação ou
omissão antijurídica) e como seu efeito ou conseqüência (nexo causal ou etiológico)”.

Págs. 15/16.- “NECESSIDADE DE


REPARAÇÃO: A TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVIL. Havendo dano,
surge a necessidade de reparação, como imposição natural da vida em sociedade e,
exatamente, para a sua própria existência e o desenvolvimento normal das
potencialidades de cara ente personalizado. É que investidas ilícitas ou antijurídicas
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no circuito de bens ou de valores alheios perturbam o fluxo tranquilo das relações


sociais, exigindo, em contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para a
restauração do equilíbrio rompido”.

Pág. 26.- “Atingem as lesões, pois, aspectos materiais


ou morais da esfera jurídica dos titulares de direito, causando-lhes sentimentos
negativos; dores; desprestígio; redução ou diminuição do patrimônio, desequilíbrio
em sua situação psíquica, enfim transtornos em sua integridade pessoa, moral ou
patrimonial”.

2.11-   Casam-se como luvas em mãos,


jurisprudências de decisões de nossos Egrégios Tribunais de Justiça do :

Súmula nº 37 do STJ - São cumuláveis as


indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.

“DANO PATRIMONIAL E DANO MORAL -


Indenização. Caso de indevido registro negativo no SPC. Procedência da ação
que se confirma. (TJRS - AC 590.019.196 - 5ª C. - Rel. Des. Sérgio Pilla da Silva -
J. 08.05.90) (RJ 160/96)”

2.12- Por tudo isso, o autor requer seja o requerido


condenado a pagar-lhe indenização por danos morais, que sugere-se o importe
correspondente a 10 vezes o valor da transação ilícita, que gerou 60 (sessenta)
parcelas de R$ 1.487,97, em nome do autor (R$ 89.278,20 x 10 = R$ 892.782,00),
tendo em vista a condição econômica da Ré e a gravidade do dano causado, como
também, à titulo de indenização por danos matérias, a quantia R$ 756.000,00
(correspondente à € 300.000,00 da multa contratual ), acrescidos do valor de
R$ 246.701,25, referente ao prejuízo que teve de suportar pelo impedimento de
comercializar no mercado externo ( doc.16 ) , montando o valor de R$ 1.002.701,25,
o que certamente fará o requerido repensar suas ações administrativas e evitar que
outros cidadãos passem pelo constrangimento aqui narrado.

3- CONCLUSÃO

Assim, seu um estabelecimento bancário envia


indevidamente nomes para os cadastros de restrição ao crédito, deve pagar pelo erro,
o dano é irreversível, e deve o responsáveL ser obrigado a ressarcir tanto os danos
materiais como o moral, os prejuízos advindos dessa atividade bancária dão lastro ao
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correlativo direito de indenização, e obviamente havendo pagamentos com o fito de


sustar cheques, protestos e empréstimos para restabelecer o seu crédito, deve o
responsável ser punido, pois a segurança necessária não se fez presente, devendo  o
réu ser responsabilizado pelo ato ilícito praticado.

Diante do exposto, requer se digne V. Exa. em


determinar a expedição de mandado de citação ao requerido, através de seu
representante legal ou quem suas vezes fizer, para que, se quiser, apresente sua
defesa no prazo legal, sob pena dos efeitos da revelia, sendo ao final, a presente ação
julgada PROCEDENTE para declarar a inexistência de relação jurídica entre as
partes e ainda condenar o requerida a indenizar o autora pelo danos morais que lhe
provocou, em quantia a ser arbitrada por esse Douto Juízo, que a título de sugestão o
Autor quantifica em 10 vezes o valor da operação, e ainda a indenizar os danos
matérias R$ 1.002.701,25, a contar da data da indevida negativação, com
acréscimo de juros e correção monetária e, ainda, a suportar as custas, despesas
processuais, honorários advocatícios à base de 20% sobre os valores envolvidos e
demais consectários legais.

Protesta por provar o alegado por todos os meios de


provas em direito admitidos, em especial pelo depoimento pessoal do representante
legal do Requerido, sob pena dos efeitos da confissão, provas testemunhais, orais,
periciais, documentais, juntada ulterior de documentos e tudo que vier a se tornar
necessário para o esclarecimento dos fatos.

Requer, outrossim, se digne V. Exa. em conceder o


diferimento das custas processuais, consoante se infere no artigo 5º, I,II,III e IV, da
Lei 11.608/03, tendo em vista o gargalho econômico-financeiro pelo qual passa o
autor, em função do evento criminoso alhures informado, bem como pela situação
gerada pelos indevidos apontamentos. A presente concessão não se confunde com
isenção processual, mas sim como benefício momentâneo para não obstar o
constitucional acesso à Justiça.

Dá-se à causa, nitidamente para efeitos legais, o valor


de R$ R$ 1.002.701,25 (hum milhão, dois mil e setecentos e um reais e vinte e cinco
centavos).

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Termos em que,
pede deferimento.
Santo André, 08 de setembro de 2.008.

MANOEL LUIZ CORRÊA LEITE


Advogado
OAB/SP Nº 150.316

Av. Pereira Barreto, n.º 1395 / sala 121 - Torre Sul – Vila Gilda – CEP. 09040-901 – Santo André - São
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