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Direito Tributário

Sumário
1. CONCEITO DE TRIBUTO .......................................................................... 3
2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS.......................................................................... 3
3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA .................................................................... 3
3.1 Competência Tributária X Competência para legislar o Direito
Tributário. ................................................................................................... 3
3.2 Características da Competência Tributária ......................................... 4
3.3 Competência Tributária de acordo com cada ente. ............................. 5
3.3.1 Impostos ...................................................................................... 5
3.3.2 Taxas ........................................................................................... 6
3.3.3 Contribuição de Melhoria ............................................................. 6
3.3.4 Contribuição ................................................................................ 6
3.3.5 Empréstimo Compulsório ............................................................. 6
3.4 REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS ..................................... 6
3.5 Exercício da Competência Tributária .................................................. 7
3.6 Limites ao Poder de Tributar .............................................................. 8
4. Princípios Tributários ............................................................................... 8
4.1 Legalidade .......................................................................................... 9
4.1.1 Mitigações do Principio da Legalidade .......................................... 9
4.2 Isonomia .......................................................................................... 10
4.3 Irretroativadade ................................................................................ 10
4.4 Anterioridade do Exercício e Anterioridade Nonagesimal .................. 10
4.5 Não Confisco .................................................................................... 11
4.6 Uniformidade Geográfica .................................................................. 11
4.7 Capacidade Contributiva .................................................................. 11
5. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA ....................................................................... 11
5.1 Imunidade Recíproca ........................................................................ 11
5.2 Imunidades Dos Templos de Qualquer Culto .................................... 12
5.3 Imunidade Recíproca ........................................................................ 12
5.4 Imunidade Objetiva .......................................................................... 13
5.5 Imunidade da EC n 75/13 ............................................................... 13
6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS........................................................................ 13
6.1 Empréstimo Compulsório ................................................................. 13
6.2 Contribuição de Melhoria ................................................................. 14
6.3 Taxas ............................................................................................... 14
6.4 Contribuição .................................................................................... 15
6.4.1 Contribuições Sociais ................................................................. 15
6.4.2 CIDE : Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico ..... 15
6.4.3 Contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica
16
6.4.4 COSIP ........................................................................................ 16
7. IMPOSTOS.............................................................................................. 16
7.1 Impostos Municipais ........................................................................ 16
7.1.1 IPTU (Imposto sobre a propriedade predial territorial urbana) .... 16
7.1.2 ITBI – Imposto sobre a transmissão de bens imóveis por título
oneroso 17
7.1.3 ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza ...................... 19
7.2 Impostos Estaduais .......................................................................... 21
7.2.1 ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação ........ 21
7.2.2 ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação........................................................... 22
7.2.3 IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores. ..... 23
7.2.4 ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação ........ 24
7.3 Impostos Federais ............................................................................ 24
7.3.1 Importação, Exportação, IOF...................................................... 24
7.3.2 IPI- Imposto sobre produtos industrializados ............................. 24
7.3.3 Imposto de renda – Auferir Renda .............................................. 24
7.3.4 ITR: Imposto territorial rural ...................................................... 26
7.3.5 Imposto sobre Grandes Fortunas ............................................... 26
7.3.6 Imposto Extraordinário (Guerra) Art. 154, II da CF .................... 26
7.3.7 Imposto Residual Art. 154, I da CF ............................................ 26
8. PROCESSO TRIBUTÁRIO........................................................................ 26
8.1 Ação de Restituição .......................................................................... 27
8.2 Ação Declaratória ............................................................................. 29
8.3 Ação Anulatória ................................................................................ 29
8.4 Embargos à Execução ...................................................................... 30
8.5 Exceção de pré-executividade ........................................................... 30
1. CONCEITO DE TRIBUTO
Art. 3º do CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.

2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Impostos.
Taxas.
Contribuição de Melhoria.
Empréstimo Compulsório.
Contribuições.

3. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Competência Tributária é a outorga de poder concedido pela Constituição
Federal aos Entes Federativos para que eles possam criar, instituir e majorar
tributos. Somente os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios)
apresentam competência tributária, pois os tributos só podem ser instituídos
por meio de lei.
A Constituição Federal não cria tributos, ela apenas outorga poderes para os
entes federativos criarem e majorarem tributos.

3.1 Competência Tributária X Competência para legislar o Direito


Tributário.
A competência para legislar sobre Direito Tributário é concorrentes entre os
entes federativos, porém, cabe exclusivamente a União legislar sobre as
normas gerias do Direito Tributário, cabendo aos demais entes (Estados e DF)
legislar de forma suplementar (caso do IPVA, por exemplo), ou seja, nas
lacunas da legislação Federal.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário,
econômico e urbanístico;

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-


se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a


competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a


eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Os Municípios tem competência para legislar o direito tributário sobre


assuntos de interesse local e para suplementar a legislação federal e estadual
no que couber.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

3.2 Características da Competência Tributária


a) Indelegabilidade: O Ente Federativo não poderá transferir a sua
competência tributária para nenhum outro Ente.
A competência tributária que consiste na criação, instituição e majoração de
tributo é indelegável. Contudo as funções administrativas de arrecadar,
fiscalizar tributos e executar leis que compreendem a capacidade ativa
tributária podem ser delegável.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que
competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da
pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – CAPACIDADE ATIVA TRIBUTÁRIA –
INDELEGÁ-VEL! PODE SER DELEGÁVEL
Criar, instituir, Majorar. Arrecadar, Fiscalizar Tributos e
Executar Leis
b) Facultatatividade:
Os Entes Federativos não estão obrigados a instituir os tributos, cuja
competência tributária lhe foi atribuída pela Constituição Federal. O art. 145
da CF determina que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios
“poderão”, e não “deverão” instituir tributos. A doutrina diz que a competência
tributária no Brasil é facultativa.
Atenção: Se o ente não criar todos os impostos a ele competentes, ele não
poderá receber as transferências voluntárias dos outros entes. Não se aplica
nas transferências obrigatórias.
As transferências obrigatórias só não serão repassadas nos casos do ente não
estar aplicando os percentuais mínimos na saúde ou caso o ente esteja
devendo ao outro.
c) Incaducabilidade: O direito do Ente Federativo instituir o tributo pode ser
exercido a qualquer tempo. O fato da União não ter instituído o IGF, em 1988,
quando da promulgação da Constituição Federal, não lhe retira o direito de
institui-lo agora, passados mais de 20 anos.
d) Inalterabilidade: a competência tributária não pode ser alterada por lei
infraconstitucional. Assim, quando a Constituição, no art. 156, I prevê que o
IPTU irá incidir sobre a propriedade de imóvel urbano, não pode uma lei
modificar tal competência ao ponto de determinar que o IPTU tenha como
hipótese de incidência, fato gerador a mera posse de imóvel urbano.
e) Irrenunciabilidade: A competência tributária é irrenunciável, o Ente
Federativo não pode jamais renunciar sua competência tributária em favor de
outro Ente, ele pode apenas deixar de exercê-la. Assim, o fato da União não ter
criado ainda o IGF não confere o direito dos Estados, por exemplo, instituírem
esse imposto, porque a competência é Irrenunciável.

Para memorizar, a competência tributária é: 1) Indelegável 2) facultativa 3)


Incaducável 4) Inalterável 5) Irrenunciável.

3.3 Competência Tributária de acordo com cada ente.

3.3.1 Impostos
União: Art. 153 da CF.
IPI
IE
IR
II
ITR
IOF
IGF
Art. 154 da CF:
Imposto Residual
Imposto extraordinário guerra.
Estados: Art. 155 da CF.
IPVA.
ICMS.
ITCMD.
DF: Art. 155 da CF.
IPVA.
ICMS.
ITCMD.
Art. 147 da CF: ao Distrito Federal cabem os impostos municipais, seja,
também pode instituir e majorar o IPTU, ISS e ITBI.
Municípios: Art. 156 da CF.
IPTU
ISS
ITBI

3.3.2 Taxas
A competência para criar taxas é comum, podendo todos os entes cria-las.

3.3.3 Contribuição de Melhoria


A competência para criar as contribuições de melhoria é comum, podendo
todos os entes cria-las.

3.3.4 Contribuição
São 4.
I. Sociais;
II. De interesse de categoria profissional ou econômica;
III. De intervenção no domínio econômico;
IV. De custeio do serviço de iluminação pública.
Via de regra, somente a União poderá cria contribuição.
Porém, existem duas exceções.
1ª: Contribuição Previdenciária do Servidor Público (o ente que o servidor está
vinculado deverá criar a contribuição previdenciária)
2ª: Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública): É de
competência dos Municípios e DF.

3.3.5 Empréstimo Compulsório


É de competência privativa da União.

3.4 REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS


A Constituição Federal prevê algumas hipóteses de transferência obrigatória
da arrecadação dos impostos, conforme os artigos 153, § 5º, 157, 158 e 159.
No art. 153,§ 5º da CF – A União é obrigada a repassar 30% da arrecadação do
IOF incidente sobre o ouro ativo financeiro para o Estado, conforme a origem e
70% para o Município, conforme a origem.
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o
inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota
mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da
arrecadação nos seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme
a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.
De acordo com o art. 157 da CF competem aos Estados e Distrito Federal:
a) 100% da arrecadação do IR incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, pelos Estados, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;
b) 20% do produto da arrecadação do imposto residual.
Nos termos do art. 158 da CF competem aos Municípios:
a) 100% da arrecadação do IR incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, pelos Municípios, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;
b) 50% do ITR, como via de regra, e 100% do ITR quando o Município detiver a
capacidade ativa tributária, ou seja, a função de arrecadar, fiscalizar esse
imposto.
c) 50% do IPVA.
d) 25% do ICMS.
O art. 159 da CF, prevê que a União entregará 49% da arrecadação do
Imposto sobre Renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos
industrializados (IPI) da seguinte forma:
a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições
financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de
desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de dezembro de cada ano
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será
entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano.
Os incisos II e III do art. 159 da CF determinam que:
a) 10% da arrecadação do Imposto sobre produtos industrializados será
repassado aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das
respectivas exportações de produtos industrializados.
b) 29% do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio
econômico prevista no art. 177, § 4º aos Estados e o Distrito Federal,
distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II,
c, do referido parágrafo.

3.5 Exercício da Competência Tributária


Os Entes Federativos irão criar, instituir e majorar os tributos apenas por
meio de lei e via de regra lei ordinária.
A lei ordinária é o instrumento por excelência da imposição tributária. Para
efeito de votação parlamentar, indica um quorum de maioria simples, o voto
favorável de mais da metade do número de parlamentares presentes no dia da
votação.
Existem 4 tributos, todavia, que só podem ser instituídos ou majorados por
meio de Lei Complementar, que são:
Contribuição Social Residual (art. 195,§ 4º da CF).
Empréstimo Compulsório (art. 148 da CF).
IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas – Art. 153, VII da CF).
Imposto Residual (art. 154, I da CF).
Dizemos aqui, para fins mnemônicos que os tributos que só podem ser
instituídos e majorador por meio de LC é o CEGI! Contribuição Social Residual
Empréstimo Compulsório IGF Imposto Residual.
Segundo a literalidade do art. 62, § 2º da CF Medida Provisória, que é um
instrumento normativo, com força de lei, poderá instituir e majorar impostos.
Primeira Observação: Ainda que o art. 62, § 2º da CF estabeleça que a Medida
Provisória poderá instituir e majorar impostos, o STF tem entendimento de
que as Medidas Provisórias podem instituir ou majorar outras espécies tribu-
tárias, desde que essas não necessitem de Lei Complementar para sua
instituição.
A Medida Provisória, no entanto, para instituir ou majorar impostos deverá
observar dois requisitos:
Primeiro: Que o Imposto possa ser instituído por meio de Lei Ordinária, pois o
art. 62, § 1º, III da CF, veda a MP tratar sobre matérias reservadas à Lei
Complementar.
Segundo: Em se tratando de impostos, excepcionados o Imposto
Extraordinário Guerra, Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a
Exportação (IE), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto sobre
produtos industrializados (IPI — tem que esperar 60 dias), é necessário que a
medida provisória que os criar seja convertida em lei até o final do exercício
financeiro, para que possa produzir efeitos no exercício subsequente.

3.6 Limites ao Poder de Tributar


Os limites ao exercício da competência tributária podem ser dois: Limites
genéricos e limites específicos.
Limites genéricos: são os limites trazidos pela Constituição Federal e pelo Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. Nenhum tributo poderá
ser instituído sem observar a Constituição Federal e a ADCT.
Limites Específicos: São os princípios e Imunidades, que se encontram
praticamente nos artigos: 145, §1º, 150, 151 e 153 da Constituição Federal.

4. Princípios Tributários
Legalidade
Uniformidade Geográfica
Capacidade Contributiva
Irretroatividade
Isonomia
Anterioridade do Exercício
Não Confisco
Anterioridade Nonagesimal
4.1 Legalidade
O tributo somente pode ser instituído ou majorado por lei.
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o
disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou
de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo,
que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em
função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras
de interpretação estabelecidas nesta Lei.

4.1.1 Mitigações do Principio da Legalidade


A Constituição Federal, em seu artigo 153, § 1º prevê alguns impostos que
podem ter as alíquotas alteradas, desde que observados os limites e condições
estabelecidos em lei, por meio de ato do Poder Executivo, o que se dá
comumente por decreto presidencial ou por portaria do Ministro da Fazenda.
São eles:
Imposto sobre a Importação (II)
Imposto sobre a Exportação (IE)
Imposto sobre produtos Industrializados (IPI)
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF)
O art. 177, § 4º, I, “b” da CF também possibilita ao Poder Executivo reduzir e
restabelecer as alíquotas da Contribuição de intervenção no domínio
econômico Combustível – CIDE COMBUSTÍVEL, por meio de ato próprio, no
caso, o decreto presidencial.
O art. 155, § 4º, IV, “c” da CF possibilita ao Poder Executivo reduzir e
restabelecer as alíquotas do ICMS incidência monofásica, nas operações com
combustíveis e lubrificantes previstos em lei complementar federal.
4.2 Isonomia
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II da CF).

4.3 Irretroativadade
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar
tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentados. (art. 150, III, “a” da CF).
A lei tributária NÃO pode retroagir, salvo em três situações:
1) Em se tratando de lei expressamente interpretativa, desde que não comine
penalidade (art. 106, I do CTN).
2) Em se tratando de ato NÃO definitivamente julgado, vier uma lei que excluir
infrações ou reduzir penalidades (art. 106, II do CTN) (Lembrar que em direito
tributário penalidade é multa!).
3) Em se tratando de lançamento, vier uma lei que crie novos critérios de
fiscalização ou apuração (art. 144, § 1º do CTN).

4.4 Anterioridade do Exercício e Anterioridade Nonagesimal


O tributo que for instituído ou majorado nesse exercício financeiro, (coincide
com o ano civil, inicia no dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31 de
dezembro), somente poderá ser exigido no próximo exercício e desde que
tenham transcorridos 90 dias da data da publicação da lei que houver
instituído ou majorado o tributo. (art. 150, III, “b” e “c” da CF).
Nem todos os tributos precisam respeitar o princípio da anterioridade, temos
várias exceções a esse princípio. As exceções encontram-se nos arts. 150, § 1º,
155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” e 195,§ 6º da CF.
a) Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício e nem 90
dias, ou seja, o tributo pode ser cobrado: IMEDIATAMENTE!!!!
São eles:
- Imposto extraordinário guerra (IEG).
- empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública.
- Imposto sobre importação (II),
- Imposto sobre exportação (IE)
- Imposto sobre operações financeiras (IOF)
b) Existem tributos que não precisam aguardar o próximo exercício, MAS
precisam aguardar 90 dias, para poder ser exigido, são:
IPI - casos de redução e restabelecimento das Alíquotas da CIDE Combustível
e do ICMS Combustível (155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” da CF.
Contribuição Social (195,§ 6º da CF).
Existem tributos que devem respeitar o Princípio da Anterioridade (do
Exercício), mas não precisam respeitar 90 dias, são:
IR.
Alteração de Base de cálculo do IPTU e do IPVA.

4.5 Não Confisco


O tributo não pode inviabilizar o direito de propriedade.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; O STF tem frequentemente
demonstrado avesso às multas com caráter confiscatório.

4.6 Uniformidade Geográfica


O princípio da uniformidade geográfica veda a União “instituir tributo que não
seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes
regiões do País”. (art. 151, I da CF).

4.7 Capacidade Contributiva


O princípio da capacidade contributiva é princípio basilar do Direito Tributário
e está preceituado no art. 145, §1º da Constituição Federal:
Art. 145 - (...)
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

5. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

5.1 Imunidade Recíproca


A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, “a” da CF,
consequência do modelo Federal de Estado, cujas bases repousam na
necessária igualdade política-jurídica entre as unidades que compõe O Estado
Federal, veda a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem
impostos sobre o patrimônio, renda e serviços um dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (STF entendeu que não
pagam impostos de qualquer tipo, independentemente de não ser patrimônio,
renda ou serviços).
De acordo com o § 2º, § 3º do art. 150 da CF a imunidade recíproca é
extensiva às AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS desde que cumpram 4
requisitos:
Cumpram suas finalidades essenciais ou qualquer uma delas decorrentes;
Sejam instituídas e mantidas pelo Poder Público;
Não cobrar preços e nem tarifas;
Não entrar na concorrência privada.

Atenção: Os entes federativos não tem imunidade tributária recíproca nos


impostos indiretos.

O Supremo Tribunal Federal tem entendido que algumas empresas públicas,


bem como algumas sociedades de economia mista são merecedoras da regra
imunizante, quando prestam serviço público de caráter obrigatório e de
forma exclusiva.
Obs: A isenção por prazo certo é irrevogável. (não se enquadra aqui, mas a
titulo de memorização).

5.2 Imunidades Dos Templos de Qualquer Culto

O art. 150, VI, “b” da CF veda aos Entes Federativos instituírem IMPOSTOS
sobre os templos de qualquer culto.
A imunidade dos templos de qualquer culto visa tutelar a liberdade religiosa, e
por essa razão tudo, exatamente tudo que estiver em nome da instituição
religiosa e cumprir sua finalidade essencial terão imunidade.

5.3 Imunidade Recíproca


São 04 imunidades:
a) Imunidade das Entidades de Assistência Social Sem Fins Lucrativos;
Conceito de “Assistência Social” está no art. 203, CF/88.
Importante: Além de não pagar imposto, também não pagam Contribuição
Social, nos termos do art. 195, §7º, CF/88).
b) Imunidades das Entidades de Educação Sem Fins Lucrativos;
Educação é em sentido lato, quer dizer, qualquer tipo de educação.
Exemplos: Pré-escolas, Faculdades, Cursos de Capacitação, etc.
Importante: somente aquelas que não visem lucro, ou seja, se enquadrem no
CTN, art. 14.
c) Imunidade dos Partidos Políticos e de suas Fundações;
A jurisprudência entende que devem preencher 02 requisitos para ser imune a
cobrança de impostos. São eles: a) estar registrado perante o TSE; e, b) não
atentar contra os princípios e bons costumes do Estado brasileiro.
d) Imunidade dos Sindicatos de Trabalhadores;
Só não paga imposto.
As pessoas do art. 150, VI, “c” da CF para gozarem da imunidade tributária
devem cumprir os requisitos do art. 14 do CTN:
Não distribuir lucro entre seus associados;
Não remeter valores para o Exterior;
Manter a escrituração contábil em dia.

5.4 Imunidade Objetiva


Dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão. Art. 150,
VI, d, CF/88.
Só não paga imposto.
O Supremo Tribunal Federal afirma que:
“Livro” é em qualquer formato com conteúdo de livro.
Jornais e Periódicos são imunes se, e somente se, não forem eminentemente
publicitários os encartes.
Revistas de qualquer gênero;
Histórias em quadrinhos, mesmo que pornográficas;
Catálogos não possuem imunidade. Exceção: Listas telefônicas, pois, tem
caráter informativo.
Cuidado: A imunidade se refere tão somente ao papel utilizado para
impressão, a tinta não está imune. Do mesmo jeito, Editora e Gráfica não são
imunes, mas sim o próprio papel utilizado.

5.5 Imunidade da EC n 75/13

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

(...)

VI - instituir impostos sobre:

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo


obras musicais ou literomusi-cais de autores brasileiros e/ou obras em
geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela
EC nº 75).

6. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

6.1 Empréstimo Compulsório


Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observado o disposto no art.. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Competência da União, instituída só mediante lei complementar, pressupõe
devolução e não pode ter qualquer parcela de sua arrecadação desvinculada
da lei de criação. Pode ser de duas espécies:
-Extraordinário - Guerra- não respeita anterioridade, publicou passa a exigir
imediatamente.
-Normal - investimento público de caráter urgente. Mesmo que urgente
respeita a anterioridade! Respeita a anterioridade de exercício e os 90 dias.

6.2 Contribuição de Melhoria

Prevista no art. 145, III da CF e arts. 81 e 82 do CTN. É de competência


comum e será instituída em caso de investimento público com valorização
imobiliária.

Deve respeitar dois limites: limite global e individual.

Limite global corresponde o quanto foi gasto efetivamente com a obra.

Limite individual corresponde o quanto valorizou o imóvel para cada


contribuinte.

6.3 Taxas
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos
aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das
empresas.
Podem ser instituídas por qualquer ente da federação mediante lei ordinária.
A CF indica quais são as espécies, porém, o art.. 77 do CTN é que traz quais
as espécies de taxas. Sejam elas:
Pelo exercício do poder de policia
Pela utilização (efetiva OU potencial) de serviços públicos específicos E
divisíveis prestados pelo sujeito passivo (ou postos a sua disposição)
Taxas pelo exercício de poder de polícia: Art. 78, do CTN.
Poder de policia é uma limitação imposta pelo poder público de direitos e
liberdades individuais em prol da coletividade.
B) Taxas pela prestação de serviços públicos: Art. 79, do CTN.
Serviços públicos - em caráter geral ou universal (uti universi) são prestados
à coletividade em geral (polícia e iluminação publica , por ex), nesta caso, não
é possível especificar qual é o destinatário do serviço; já os uti singuli é
possível identificar a quem destina este serviço prestado e o custo da atividade
estatal direcionado àquela pessoa (taxa de lixo domiciliar, por ex)
Especificidade porque o serviço é prestado em caráter individual, sendo
possível identificar quem é o interessado e o custo em relação àquela pessoa
especifica.
Quanto à potencialidade da utilização de serviços públicos, para fins de
exigência de taxa:
Art.. 145, §2 CF, As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos.
Prestar: específico e divisível.
Utilizar: efetiva ou potencialmente.
Taxa- lançamento de ofício.

6.4 Contribuição

6.4.1 Contribuições Sociais


Primeira informação: Previsão: Arts. 149 e 195 da CF.
Segunda informação: Competência privativa da União, salvo a contribuição
social previdenciária do servidor público, que será criada pelo ente a que
pertencer o servidor, conforme previsão no art. 149, § 1º da CF.
Terceira informação: As contribuições sociais serão criadas, via de regra, por
lei ordinária, salvo a contribuição social residual, que nos termos do art.
195, § 4º da CF será criada por lei complementar.

Requisitos para ser criada a Contribuição Social Residual:


1) Somente a União poderá criar
2) Deve ser por Lei Complementar
3) Deve ser não-cumulativa
4) Deve ter base de cálculo e fato gerador diferente das contribuições já
existentes na CF.

Quarta informação: Tem por finalidade custear a previdência, assistência


social e saúde.

6.4.2 CIDE : Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico


Primeira informação: Previsão: Art. 149 da CF
Segunda informação: Competência privativa da União
Terceira informação: Podem ser criadas por Lei ordinária
Quarta informação: Serão criadas para intervir no domínio econômico
Destaque para as Cides Combustíveis – Art. 177, § 4º da CF.
As alíquotas da CIDE combustíveis podem ser reduzidas ou restabelecidas
por decreto do poder executivo. Nessa hipótese só precisam respeitar a
anterioridade nonagesimal, os 90 dias.

6.4.3 Contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica


Primeira informação: Previsão: Art. 149 da CF.
Segunda informação: Competência privativa da União.
Terceira informação: Pode ser criada por lei ordinária.

As contribuições de interesse de categoria profissional ou econômica são


tributos que decorrem mediatamente do desempenho da atividade profissional
e imediatamente da consequente filiação compulsória à entidade corporativa.
Importante ressaltar que o universo dos sujeitos passivos não é restrito
àqueles que, por vontade própria, filiaram-se ao sindicato.
Ressalta-se que a partir da reforma trabalhista, a contribuição sindical
tornou-se facultativa, nos termos do art. 579 da CLT, sendo descontada dos
funcionários mediante autorização prévia e por escrito dos mesmos.

6.4.4 COSIP
Primeira informação: Previsão: Art. 149-A da CF.
Segunda informação: Competência Privativa dos Municípios e Distrito
Federal.
Terceira informação: Pode ser criada por lei ordinária.
Quarta informação: Será criada para custear o serviço de iluminação pública.

7. IMPOSTOS

7.1 Impostos Municipais

7.1.1 IPTU (Imposto sobre a propriedade predial territorial urbana)


Previsão: Art. 156, I da CF e arts. 32 a 34 do CTN
Critério Material/fato gerador:
Art. 156, I da CF: Ser proprietário de imóvel urbano.
Art. 32 do CTN: Ser proprietário, possuidor ou detentor de domínio útil de
imóvel urbano.
Segundo entendimento dos Tribunais Superiores, quem deve pagar o IPTU é o
proprietário, possuidor ou detentor de domínio com animus domini.
Imóvel urbano: Regra localização!!!
Se estiver dentro da zona urbana, trata-se de imóvel urbano e, portanto, deve-
se pagar o IPTU e se estiver dentro da zona rural, será recolhido o ITR.
Nos termos do art. 32, § 1 do CTN, a Lei Municipal irá determinar o que é zona
urbana, mas desde que cumpra no mínimo dois dentre os cinco
melhoramentos mencionados pelo § 1º do art. 32 do CTN:
Meio fio ou calçamento com canalização de aguas pluviais;
Abastecimento de agua;
Sistema de esgoto;
Iluminação pública;
Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 km do
imóvel.
Exceção!!!! Se o imóvel estiver dentro da zona urbana, mas tiver destinação
econômica rural será devido o ITR, nos termos do art. 15 do DL 57/66:
Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não
abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração
extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sobre o
mesmo, o ITR e demais tributos com os mesmo cobrados. (Revogação suspensa
pela RSF nº 9, de 2005)
Critério Temporal (FATO GERADOR):
1º de janeiro de todo ano.
Critério Espacial (FATO GERADOR):
Município em que estiver localizado o imóvel.
Critério Pessoal:
Sujeito Ativo: Município em que estiver localizado o imóvel.
Sujeito Passivo: proprietário, possuidor ou detentor de domínio com animus
domini.
Critério Quantitativo:
Base de cálculo: Valor venal do imóvel, nos termos do art. 33 do CTN:
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o
valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no
imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou
comodidade.
Alíquotas:
Tributo Progressivo: Art. 182, § 4º, II da CF e art. 156, § 1º, I da CF
Art. 182, § 4º, II da CF: Progressividade no tempo, extrafiscal para estimular o
cumprimento da função social.
Art. 156, § 1º, I da CF: Progressividade fiscal, em razão do valor venal do
imóvel.

7.1.2 ITBI – Imposto sobre a transmissão de bens imóveis por título oneroso
Previsão: art. 156, II da CF e arts. 35 a 42 do CTN
Fato gerador/ critério material:
Pode-se dizer que o legislador, ao disciplinar sobre o ITBI, pode contemplar as
três variáveis contidas no protótipo constitucional, vale dizer, erigir por
hipótese de incidência desse imposto:
transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física;
transmissão de direitos reais sobre imóveis exceto os de garantia;
cessão de direitos à sua aquisição.

Imunidades específicas:
O § 2º, inciso I, do artigo 156 da Constituição Federal prevê que o ITBI não
deverá incidir sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil.
Critério temporal:
Inscrição do título no registro de imóveis competente.
Critério espacial:
Pode-se dizer que sendo o ITBI, imposto de competência dos municípios, o
local da ocorrência do fato gerador é o do município onde se localiza o imóvel
objeto de transmissão, ou ao qual está ligada a cessão de direitos.
Critério Pessoal:
Sujeito ativo:
Município de situação do imóvel.
Sujeito passivo:
Segundo o artigo 42 do CTN, as leis municipais podem escolher como
contribuinte do imposto qualquer das partes envolvidas na operação
tributária.
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada,
como dispuser a lei.
Dessa forma, a lei municipal pode estabelecer que o contribuinte do imposto
de transmissão seja o comprador ou o vendedor do bem. A maioria da
legislação dos Municípios tem eleito como contribuinte do ITBI o comprador.
Critério Quantitativo:
Base de cálculo:
Extrai-se do artigo 38 que a base de cálculo do ITBI é o valor venal dos bens
ou direitos transmitidos.
O valor venal corresponde ao valor de mercado do imóvel. Dessa forma, a base
de cálculo do imóvel não irá, necessariamente, corresponder ao valor pelo qual
se efetuou a transação.
Alíquotas:
Súmula 656 do STF: É inconstitucional alíquotas progressivas no ITBI.
7.1.3 ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza
Previsão: Art. 156, III da CF e LC nº 116/03.
Fato Gerador/critério material:
Nos termos do art. 156, III:
1) prestar serviços (obrigação de fazer).
2) não ser serviço já sujeito à incidência do ICMS (não pode incidir ISS sobre
serviços de transportes interestaduais ou intermunicipais e nem sobre
serviços de comunicação, pois já estão sujeitos à incidência do ICMS, nos
termos do art. 155, II da CF).
3) Deve ser serviço previsto em lei complementar.
A LC 116/2003 contém uma relação de serviços passiveis de tributação por
via do ISS.
Critério Temporal:
O ISS incide sobre a prestação de serviço realizada.
Critério Espacial
Regra: art. 3º da LC nº 116/03 – Município em que estiver localizado o
estabelecimento do prestador de serviço, se não houver no município de
domicílio do prestador do serviço, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I
a XXV, quando o imposto será devido no local:
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o
desta Lei Complementar;
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso
dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19
da lista anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista
anexa;
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento,
reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos
quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros
públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso
dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no
caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes
físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da
lista anexa;
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
XII - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de
solo, plantio, silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura,
exploração florestal e serviços congêneres indissociáveis da formação,
manutenção e colheita de florestas para quaisquer fins e por quaisquer meios;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18
da lista anexa;
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços
descritos no subitem 11.01 da lista anexa;
XVI - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados,
segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da
lista anexa; (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do
bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e
congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o
12.13, da lista anexa;
XIX - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos
serviços descritos pelo item 16 da lista anexa; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 157, de 2016) www.cers.com.br
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos
pelo subitem 17.05 da lista anexa;
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo
subitem 17.10 da lista anexa;
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou
metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09;
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XXIV - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas
administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem
15.01; (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
XXV - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 10.04 e 15.09.
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Critério Pessoal:
Sujeito ativo: coincide com o critério espacial
Sujeito Passivo: Prestador do serviço
Critério Quantitativo:
Base de cálculo: valor da prestação do serviço
Alíquota: mínima de 2% e máxima de 5% (arts. 8º e 8º - A da LC nº 116/03).
7.2 Impostos Estaduais

7.2.1 ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação


Critério material:
O comportamento humano suscetível de tributação pelo ITCMD é a
transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos.
Quanto à transmissão causa mortis, é o próprio falecimento que determina a
imediata transmissão desses bens ou direitos aos seus herdeiros ou legatários.
Isto porque no nosso ordenamento jurídico não se admite que um bem não
tenha proprietário ou possuidor.
Assim, pode-se afirmar que o fato gerador do ITCM ocorre na abertura da
sucessão.
Critério temporal:
Com relação à doação pode-se afirmar que o ITCMD deve ser recolhido no
momento em que há a efetiva transmissão de propriedade. Assim, se for doado
um bem móvel só haverá transmissão da propriedade quando for realizada a
tradição.
Agora, se a doação versar sobre bens imóveis, o momento para o recolhimento
do ITCMD será do registro desses bens no Cartório de Registro de Bens
imóveis, pois só a partir desse momento é que se verifica a transmissão de
propriedade, conforme previsão no art. 1.245 do Código Civil.
O recolhimento do ITCMD, em virtude da transmissão de bens em decorrência
de óbito, ocorre somente após a homologação do cálculo, pois em que pese a
abertura da sucessão ser o fato gerador do imposto de transmissão causa
mortis, neste momento não se faz surgir ainda o crédito tributário líquido e
certo.
Por essa razão, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 114 que
estabelece: “O Imposto de Transmissão Causa Mortis não é exigível antes da
homologação do cálculo"
Critério espacial:
Pode-se afirmar que quando o ITCMD, previsto no artigo 155, inciso I da Carta
Magna, incidir sobre a transmissão de bens imóveis, competirá o seu
recolhimento ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal, conforme
previsto no parágrafo primeiro do artigo ora mencionado. Se o de cujus
possuía bens em vários Estados, a cada um deles competirá o imposto,
relativamente à transmissão do bem nele situado.
Se a transmissão for de bens móveis, títulos e créditos, a competência para a
cobrança do respectivo imposto será do Estado onde se processar o
inventário ou arrolamento, ou onde tiver domicílio o doador, ou do Distrito
Federal.
Critério Pessoal:
O sujeito ativo do respectivo imposto é o Estado onde se encontrar o bem,
quando o fato gerador de incidência desse tributo recair sobre bem imóvel.
Com relação aos bens móveis, títulos e créditos, o sujeito ativo dessa relação
será o Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou ainda, onde
tiver domicílio o doador.
Sujeito Passivo:
O artigo 42 do CTN autoriza as leis dos Estados a elegerem qualquer das
partes envolvidas no negócio como contribuintes do imposto.
Entretanto, em se tratando de causa mortis, somente poderão ser
contribuintes do tributo os herdeiros ou legatários, isto é, os beneficiados pela
transmissão hereditária.
Critério Quantitativo:
Base de cálculo:
A base de cálculo do ITCMD será o valor venal dos bens ou direitos
transmitidos. O valor venal do bem é aquele valor pelo qual este pode ser
negociado no mercado.
Porém, em se tratando de causa mortis, se no curso do inventário o Poder
Público conferir novo valor venal ao imóvel, será válido aquele em vigor na
data da avaliação.
Aliás, neste sentido tem-se a Súmula 113 do Supremo Tribunal Federal: “O
imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na
data da avaliação”.
Alíquotas:
Da análise do artigo 155, § 1º, inciso IV da Constituição Federal, constata-se
que as alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado Federal.
Neste sentido, o Senado Federal, na Resolução 9/92 determina que a alíquota
máxima para o ITCMD seja de 8%, autorizando dessa forma a progressividade
do imposto.
Segundo entendimento do STF: O ITCMD pode ser progressivo!

7.2.2 ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e


sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação
Previsão: Art. 155, II da CF e LC 87/1996.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir ICMS, nos termos do Art.
155, II e § § 2.º e 3º da CF.
Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal.
Fato Gerador:
1) Operações de circulação de mercadoria;
2) prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal;
3) serviço de comunicação;
4) energia elétrica;
5) importação de mercadoria, ainda que o importador não seja
contribuinte habitual do ICMS.

Imunidade Específica:
1) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
2) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia
elétrica;
3) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
4) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
Sobre o ICMS é importante destacar que existem dois princípios que devem
ser observados:
Princípio da Não Cumulatividade (Art. 155, §2.º da CF e Art. 19 da LC
87/1996): significa dizer que o ICMS será compensado em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte
interestadual ou intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado
nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Vale destacar que
esse princípio, em casos de isenções ou não incidência, não implica em crédito
para compensação com o montante devido nas operações seguintes e
acarretará em anulação do crédito relativo às operações anteriores;
Princípio da Seletividade (Art. 155, §2.º, da CF): tem como função orientar a
estipulação das alíquotas diferenciadas de ICMS, utilizando por base a
seletividade, em função da essencialidade do produto. Esse princípio é
utilizado para justificar a redução da carga tributária dos produtos
considerados essenciais. No ICMS PODE ser Seletivo.

7.2.3 IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.


Trata-se de Imposto de competência estadual e distrital, que poderá ser
exigido em 1.º de janeiro de cada exercício, sendo devido no local do registro
do veículo. Esse imposto pode ser criado por lei ordinária.
Tem como característica respeitar o princípio da Anterioridade do exercício e a
nonagesimal, todavia, em relação à base de cálculo, esta respeita apenas a
anterioridade do exercício.
Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal.
Sujeito Passivo: Proprietário de veículo automotor de qualquer espécie, não se
aplicando às aeronaves.
Fato Gerador: A propriedade sobre veículos automotores. Ocorre, por ficção
jurídica em 1.º de janeiro de cada ano. Todavia, em caso de veículo zero KM
ocorre no momento da aquisição.
Base de Cálculo: Valor venal do veículo ou preço do mercado.
Alíquotas: Será estabelecida em lei ordinária estadual. Não há limite máximo,
no entanto, o Senado Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as
alíquotas mínimas, nos termos do Art. 155, §6.º, I da CF. Ademais, o IPVA
poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo,
nos termos do Art. 155, §6.º, I e II da CF. Lançamento de ofício.
7.2.4 ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação
Imposto de competência dos Estados e DF, instituído por meio de lei ordinária,
segue anterioridade do exercício e nonagesimal.
Alíquota máxima fixada por resolução do Senado Federal.

7.3 Impostos Federais

7.3.1 Importação, Exportação, IOF


Competência exclusiva da União, instituídos por lei ordinária, NÃO respeitam
as anterioridades – Cobrança Imediata. Alíquotas alteradas por decreto do
poder executivo nos termos do Art.. 153, § 1º da CF.

7.3.2 IPI- Imposto sobre produtos industrializados


O IPI não respeita a anterioridade do exercício, mas respeita 90 dias!
As alíquotas podem ser alteradas por meio de ato do PE, nos termos do art.
153, § 1º da CF.
A legislação do IPI estabelece que é possível ao presidente alterar as alíquotas
para reduzir até zero ou aumentar dentro de certo limite, de 30 unidades
percentuais, acima da alíquota originalmente estabelecida em lei.
Respeita:
a) Não cumulatividade – art. 153, §1, II da CF. Em cada operação desconta-se
o imposto incidente na operação anterior – utiliza-se como crédito o IPI pago
na operação anterior.
b) Seletividade – art. 153, §3, I da CF. Haverá uma seleção dos produtos pelo
critério de sua essencialidade; quanto mais essencial para a vida do povo,
menor será a tributação. O IPI DEVE ser Seletivo
IPI possui Lançamento por homologação.

7.3.3 Imposto de renda – Auferir Renda


Quanto aos princípios especiais – art.. 153 §2, I CF. O princípio da
universalidade se aplica às rendas – todas as rendas devem ser alcançadas
pelo IR. Isso acontece hoje embora haja o fato do IR não tributar todas as
rendas com a mesma proporcionalidade. Há algumas distinções dependendo
do tipo de rendimento. Os países menos desenvolvidos tendem a tributar mais
o trabalho do que o capital porque é mais fácil controlar este.
Outro princípio é o da generalidade, que diz respeito aos contribuintes. Todos
os contribuintes devem ser alcançados na medida de sua capacidade
contributiva. Aqueles que não possuem capacidade alguma não devem ser
alcançados.
O princípio da progressividade. O IR sempre foi progressivo; Hoje possuímos
4 alíquotas, porém, continua existindo a alíquota máxima de 27,5%.
O IR tem como fato gerador (hipótese de incidência) a aquisição da renda ou
de proventos de qualquer natureza, entendidos como acréscimos
patrimoniais não incluídos no primeiro. O legislador encara tanto renda
como proventos como acréscimo patrimonial.
Critério espacial - 2 adotados: territorial e renda universal. Fala-se em
tributação da renda na fonte quando se considera apenas a renda obtida de
fontes. A tributação na renda mundial considera na renda adquirida de
qualquer lugar do país. Hoje, adota-se o critério da universalidade.
Possui lançamento por homologação.
O IR respeita a anterioridade do exercício e não respeita 90 dias!!
Súmulas Importantes do IR:
STJ Súmula nº 125
O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está
sujeito à incidência do Imposto de Renda.
STJ Súmula nº 136
O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não
está sujeito ao imposto de renda.
STJ Súmula nº 184
A microempresa de representação comercial é isenta de imposto de renda.
STJ Súmula nº 215
A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão
voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda.
STJ Súmula nº 262
Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras
realizadas pelas cooperativas.
STJ Súmula nº 386
São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o
respectivo adicional.
STJ Súmula nº 394
É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de
renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na
declaração anual.
STJ Súmula nº 386
São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o
respectivo adicional.
STJ Súmula nº 447
Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de
imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.
STJ Súmula nº 463
Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização
por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo
coletivo.
STJ - Súmula nº 498:
Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.
7.3.4 ITR: Imposto territorial rural
Competência da União. Deverá ser instituído por lei ordinária. Segue o
princípio da anterioridade.
Não incide sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando quem as
explore não tenha outro imóvel.
Lançamento por homologação e pode ser fiscalizado e arrecadado pelos
Municípios, desde que haja convênio com a União, sendo que neste caso
100% da arrecadação ficarão com o Município. Se não houver convênio 50%
da arrecadação é destinada para o Município e os outros 50% para a União.
Alíquotas variando conforme a função social da terra.

7.3.5 Imposto sobre Grandes Fortunas


Competência da União podendo ser criado somente por lei Complementar.

7.3.6 Imposto Extraordinário (Guerra) Art. 154, II da CF


Competência da União podendo ser criado por lei ordinária, não segue o
princípio da anterioridade.

7.3.7 Imposto Residual Art. 154, I da CF


Competência da União somente criado por lei Complementar, deve ser não-
cumulativo e não pode ter base de cálculo ou fato gerador de impostos já
existentes.

8. PROCESSO TRIBUTÁRIO
Antes de falarmos sobre processo tributário, vamos comentar sobre a
instituição de tributos.
A criação de tributos ocorrerá, via de regra, por meio de Lei Ordinária. No
entanto, existem as exceções de tributos que poderão ser instituídos por meio
de Lei Complementar (são eles: Contribuição Social Residual, Empréstimo
Compulsório, Imposto sobre Grandes Fortunas e Imposto Residual). Ainda, de
acordo com o artigo 62 § 2.º da CF, a Medida Provisória poderá instituir
tributo.
A Lei, quando instituir tributo, deverá estabelecer tudo o que for necessário
para que ocorra no caso concreto. Portanto, deverá estabelecer o fato gerador
(verbo a ser praticado no “mundo concreto”), para assim nascer a obrigação
tributária.
A obrigação pode ser Principal ou Acessória.
A obrigação principal consiste em pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária. Já a obrigação acessória consiste em deveres formais que o
sujeito passivo está obrigado, a fim de facilitar a arrecadação e a fiscalização.
Com a obrigação tributária, surgem os sujeitos da relação jurídico-tributária,
quais sejam: ativo e passivo.
Sujeito Ativo: aquele que tem o direito subjetivo de exigir o cumprimento da
obrigação tributária.
Sujeito Passivo: aquele que tem o dever de pagar o tributo, ou seja, que
deverá cumprir a obrigação tributária. O sujeito passivo pode ser o
contribuinte (que possui relação direta e imediata com o fato gerador) ou o
responsável (pelo qual, sem revestir a condição de contribuinte, possui uma
relação indireta com o fato gerador, a lei impõe a ele o dever de pagar o
tributo).
Por meio da ocorrência do fato gerador, surge o crédito tributário. Assim,
pode-se afirmar que o Sujeito Ativo possui um crédito tributário para com o
Sujeito Passivo. Esse Crédito Tributário é constituído por meio do lançamento.
O lançamento tributário pode ser: de ofício, por declaração ou por
homologação.
Uma vez constituído o crédito tributário esse poderá ser exigido pelo sujeito
ativo, vez que a obrigação torna-se líquida, certa e exigível. Assim, o sujeito
passivo deverá pagar o crédito, sob pena de sofrer os efeitos de mora.

8.1 Ação de Restituição


A ação de restituição tem cabimento no caso de pagamento a maior ou
indevido, em virtude de inconstitucionalidade de lei, ou equívoco da
autoridade administrativa ou do próprio sujeito passivo. Nesse sentido, o art.
165 do CTN estabelece:
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto,
à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência
de qualquer documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
Cumpre informar que quando o legislador utilizou o termo “edificação” no
inciso II do art. 165 do CTN, quis dizer, na verdade, erro na identificação do
sujeito passivo.
Ressalta-se que apenas o sujeito passivo poderá pedir a restituição do tributo
pago indevidamente. O sujeito passivo consiste naquele que tem o dever de
pagar o tributo, sendo o contribuinte ou o responsável, nos termos do art. 121
do CTN. Essa informação tem considerável importância, visto que alguns
tributos permitem o repasse do encargo financeiro para um próximo da
cadeia, como é o caso do IPI e ICMS, que são tributos indiretos. Nos casos de
tributos indiretos a restituição deverá observar o art. 166 do CTN:
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove
haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro,
estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
A título de exemplo, considere que uma empresa (contribuinte de direito), ao
industrializar determinado produto, deverá recolher o IPI, mas repassa o
encargo financeiro até o consumidor final (contribuinte de fato). Ao descobrir
que recolheu indevidamente o IPI, em virtude de decisão que declara
inconstitucional a lei que aplica a alíquota do tributo, somente o contribuinte
de direito poderá pedir a restituição, tendo em vista que foi este que praticou
o fato gerador, no entanto, deverá comprovar o atendimento dos requisitos do
art. 166 do CTN.
Assim, pode-se concluir que o contribuinte de fato não participou da relação
jurídico tributária, não podendo pedir a restituição.
Quanto a esse entendimento, o STF entendia que nos casos de tributos
indiretos, não caberia a restituição, pois caracterizaria o enriquecimento
ilícito. Existia a Súmula 71 sobre esse assunto. Com o passar do tempo, foi
modificado o entendimento do STF, pois verificou-se que não são todos os
contribuintes que repassam o encargo dos tributos. Por esse motivo, o STF
emitiu a súmula 546:
STF - Súmula 546 - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente,
quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou
do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.
Até pouco tempo, o STJ entendia que caberia ao contribuinte de fato restituir,
no entanto, atualmente é unânime o entendimento de que o contribuinte de
fato não pode requerer a restituição. Para contribuir no entendimento do
acima alegado, segue a jurisprudência do STJ - Resp 903394 do STJ:
Processo civil. Recurso especial representativo de controvérsia. Artigo 543-c,
do CPC. Tributário. Ipi. Restituição de indébito. Distribuidoras de bebidas.
Contribuintes de fato. Ilegitimidade ativa ad causam. Sujeição passiva apenas
dos fabricantes (contribuintes de direito). Relevância da repercussão
econômica do tributo apenas para fins de condicionamento do exercício do
direito subjetivo do contribuinte de jure à restituição (artigo 166, do CTN).
Litispendência. Prequestionamento. Ausência. Súmulas 282 e 356/stf.
Reexame de matéria fático-probatória. Súmula 7/STJ. Aplicação.(Resp 903394
/ AL, Ministro LUIZ FUX (1122), S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 26/04/2010).
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL.
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO INDIRETO. PARCELA DE PREÇO
ESPECÍFICA - PPE. DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEIS. CONTRIBUINTE
DE FATO.
ILEGITIMIDADE ATIVA. MATÉRIA DECIDIDA EM RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTRO-VÉRSIA (REsp 903.394/AL). AGRAVO NÃO
PROVIDO.
1. A Primeira Seção, ao julgar o REsp 903.394/AL (Rel. Min. LUIZ FUX, DJe
26/4/10), sob o regime do art. 543-C do CPC, decidiu no sentido de que tão
somente o contribuinte de direito tem legitimidade para figurar no polo
ativo de ações de repetição de indébito referente a tributo indireto.
2. Prevalece o entendimento segundo o qual somente aquele que tem relação
pessoal e direta com o fato gerador, que recolhe o tributo indireto, o
consumidor de direito, de que cuida o art. 121, parágrafo único, I, do CTN,
pode figurar no polo ativo de ação de repetição de indébito tributário; b) o
consumidor de fato, aquele que suporta o ônus financeiro do tributo,
insusceptível de figurar no polo passivo de uma eventual execução fiscal, caso
não ocorra o recolhimento do tributo indireto nos moldes legais, não pode
pleitear a restituição desse de tipo de exação.
3. No tocante à Parcela de Preço Específica - PPE, exigida por ocasião da
aquisição de combustíveis da refinaria, a distribuidora de combustíveis, por
ser contribuinte de fato, não possui legitimidade para figurar no polo ativo de
ação de repetição de indébito. Precedente.
4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 987.358/AL, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011).
OBS: Não esquecer que na hipótese de restituição do ICMS na energia
elétrica, pode o consumidor final (contribuinte de fato) requerer a
restituição, trata-se de exceção, segundo entendimento do STJ.
Quanto ao prazo para requerer a restituição, o CTN estabelece em seu art. 168
que extingue-se com o decurso de 5 (cinco) anos, contados:
i. Da extinção do crédito tributário, nas hipóteses de cobrança ou pagamento
espontâneo de tributo indevido, maior ou erro na identificação do sujeito
passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do
débito, na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento e;
ii. Contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou
passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado
ou rescindido a decisão condenatória, nas hipóteses de reforma, anulação,
revogação ou rescisão de decisão condenatória.

8.2 Ação Declaratória


Tem por finalidade buscar o Poder Judiciário para declarar sobre a existência
ou inexistência de relação jurídica. Está prevista no art. 19 do CPC.

8.3 Ação Anulatória


A ação anulatória tem previsão no art. 38 da Lei nº 6.830-80 e visa
desconstituir um crédito tributário já devidamente constituído, por meio do
lançamento, por estar eivado de ilegalidade, inconstitucionalidade ou outros
vícios.
Por essa razão, para o cabimento desta ação, deve-se partir do pressuposto da
existência de lançamento ou de ato administrativo de cobrança (autuação,
notificação, CDA, guias de pagamento, carnê de imposto ou de decisão
administrativa).
A sentença proferida na ação anulatória tem natureza declaratória e
constitutiva negativa, uma vez que visa desconstituir o lançamento tributário.
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de exigência de
depósito para admissibilidade de ações. Por essa razão, não é necessário
realizar o depósito do montante exigido pelo fisco para ajuizar uma ação
anulatória, pois não é mais condição de sua admissibilidade.
STF - Súmula Vinculante nº 28 - É inconstitucional a exigência de depósito
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade do crédito tributário.
A realização de depósito pelo contribuinte não é condição de admissibilidade
da ação anulatória, conquanto, vale ressaltar que a mera propositura dessa
demanda não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Assim, como já
existe um lançamento tributário, ainda que seja proposta ação anulatória, o
fisco poderá ajuizar uma execução fiscal.
Para suspender a exigibilidade do crédito tributário, e assim evitar a
propositura de execução fiscal, o contribuinte deverá conseguir a concessão de
tutela antecipada ou realizar o depósito do montante integral do crédito.

8.4 Embargos à Execução


Os Embargos à execução é a defesa do contribuinte frente à execução fiscal.
Trata-se de uma ação autônoma, distribuída por dependência aos autos de
execução fiscal e visa desconstituir o título executivo fiscal. Tem previsão no
art. 16 da Lei nº 6.830-80.
Para sua propositura, é necessário que seja realizada a garantia prévia do
juízo, nos termos do art. 16, da Lei n° 6.830/80, através de penhora, carta-
fiança ou depósito integral.
O prazo para oferecer os embargos é de 30 dias a contar da intimação da
penhora, da juntada da carta-fiança ou da efetivação do depósito integral,
conforme art. 16, da Lei nº 6.830/80.

8.5 Exceção de pré-executividade


A exceção de pré-executividade é outra modalidade de defesa do contribuinte
frente à propositura de execução fiscal pelo fisco.
Esse instrumento permite ao executado formular defesa dentro do processo de
execução, por meio de simples petição, evitando a obrigatoriedade de garantir
o juízo.
A exceção de pré-executividade tem fundamento legal no art. 5.°, XXXIV, “a” e
XXXV, da CF e súmula 393, do STJ.
É necessário que a matéria abordada na exceção de pré-executividade seja
conhecida de ofício pelo juiz, e não comporte dilação probatória.
STJ – Súmula 393 - A exceção de pré-executividade é admissível na execução
fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória.
A título de exemplo, podemos citar que as matérias que podem ser conhecidas
de ofício são:
(i) Na hipótese de faltar certeza, liquidez e inexigibilidade do título executivo,
art. 204, do CTN;
(ii) Quando presentes as causas impeditivas do crédito tributário: imunidade,
isenção ou anistia, nos termos do art. 175, do CTN;
(iii) Casos de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, V, do CTN.
(iv) Tributo declarado inconstitucional pelo STF

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