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Contabilidade

Gerencial

Versão 2020
SUMÁRIO

SUMÁRIO ..................................................................................................................... 2

AULA 1 .........................................................................................................................
5

1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE ........................................................................ 5

1.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ......................................................................................... 5


2. NOÇÕES DE CONTABILIDADE .............................................................................. 8

2.1 CONCEITO ......................................................................................................................


8 2.2 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE
............................................................................................ 8 2.3 OBJETO DA
CONTABILIDADE .............................................................................................. 9 2.4
OBJETIVO DA CONTABILIDADE ...........................................................................................
9 2.5 FINALIDADE DA CONTABILIDADE
......................................................................................... 9
2.6 AS TÉCNICAS UTILIZADAS NO TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA SÃO : ................................ 9
2.7 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ......................................................................................... 10
2.8 APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE NAS EMPRESAS ............................................................ 11
2.9 PERFIL DO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE ..................................................................... 11
2.10 PRINCIPAIS TAREFAS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA:.............................................................
11 2.11 PRINCIPAIS DISPOSITIVOS LEGAIS:
................................................................................... 12 2.12 CONTEXTO EMPRESARIAL
.............................................................................................. 12
3. TIPOS DE EMPRESA .......................................................................................... 13

3.1 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL (ART. 966 DO CÓDIGO CIVIL) ........................................................


13
3.2 DIFERENÇA ENTRE MICRO E PEQUENA EMPRESA .................................................................
13
3.3 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI (LEI COMPLEMENTAR Nº 128/08) ...........................
14
3.4 SOCIEDADE LIMITADA (ART. 1.052 DO CÓDIGO CIVIL) .......................................................... 14
3.5 SOCIEDADE ANÔNIMA (LEI 6.404/76, LEI 11.638/07, LEI 11.941/09) ................................ 15
3.6 SOCIEDADE COOPERATIVA (LEI 5.764/76) ........................................................................ 15
AULA 2 .......................................................................................................................
16

4. CONCEITO DE PATRIMÔNIO .............................................................................. 16

4.1 BENS .......................................................................................................................... 16


4.2 DIREITOS ..................................................................................................................... 16
4.3 OBRIGAÇÕES ................................................................................................................ 16
4.4 ASPECTOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS ........................................................................ 17
OBRIGAÇÕES ............................................................................................................. 17
DIREITOS ...................................................................................................................
17 BENS
.......................................................................................................................... 17

4.5 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO BALANÇO PATRIMONIAL ......................................................... 18


4.6 DEFINIÇÃO DE ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................. 19
AULA 3 .......................................................................................................................
20

5. ESTUDO DAS CONTAS ....................................................................................... 20

5.1 CONCEITO .................................................................................................................... 20


5.2 CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................................
20 5.3 PLANO DE
CONTAS......................................................................................................... 21 5.4 TIPOS
DE CONTAS.......................................................................................................... 22 5.5
FUNÇÕES DAS CONTAS ................................................................................................... 25
5.6 CONTAS RETIFICADORAS (REDUTORAS) .............................................................................
28
6. QUADROS CONTÁBEIS .......................................................................................
28

6.1 BALANÇO PATRIMONIAL (BP) ........................................................................................... 29


6.2 DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ....................................................... 30
6.3 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DO RAZÃO ............................................................................ 32
AULA 4 .......................................................................................................................
34

7. NOÇÕES DE DÉBITO E CRÉDITO ....................................................................... 34

7.1 CONTAS DO ATIVO ......................................................................................................... 34


7.2 CONTAS DO PASSIVO ...................................................................................................... 34
7.3 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................... 34
7.4 CONTAS DE RESULTADO ................................................................................................. 34
AULA 5 .......................................................................................................................
35

8. ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTOS CONTÁBEIS ................................................. 35

8.1 ESCRITURAÇÃO ............................................................................................................. 35


8.2 LIVROS UTILIZADOS NA ESCRITURAÇÃO ................................................................................ 35
8.3 MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS ................................................................................ 37
9. OPERAÇÕES DE ABERTURA DE EMPRESAS ...................................................... 38

10. LANÇAMENTO CONTÁBIL – MECANISMO DO DÉBITO E DO CRÉDITO ............... 39

10.1 PASSOS PARA SE EFETUAR UM LANÇAMENTO ..................................................................... 40


10.2 FUNÇÕES DO LANÇAMENTO ........................................................................................... 41
10.3 ELEMENTOS DOS LANÇAMENTOS .................................................................................... 42
AULA 6 .......................................................................................................................
43
11. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS – COMPRAS E VENDAS ................................ 43

11.1 COMPRA DE MERCADORIAS ........................................................................................... 43


11.2 VENDAS DE MERCADORIAS ......................................................................................... 46
12. OPERAÇÕES ENVOLVENDO JUROS E DESCONTOS ............................................ 49
AULA 7
....................................................................................................................... 52

13. RAZONETES ...................................................................................................... 52

13.1 INTRODUÇÃO AOS RAZONETES ....................................................................................... 52


14. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DO RAZÃO DE SEIS COLUNAS ........................... 54

AULA 8 .......................................................................................................................

56 EXEMPLO PRÁTICO ...................................................................................................

56

14.1 LANÇAMENTOS DO LIVRO DIÁRIO .................................................................................... 56


14.2 LANÇAMENTOS DO LIVRO RAZÃO .................................................................................... 58
14.3 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO ......................................................................................... 59
14.4 DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ..................................................... 60
14.5 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................ 60
15. EXEMPLO PRÁTICO E COMPLETO - FECHAMENTO DRE E BP - LEIS 11.638/07 E

11.941/09 ..................................................................................................................
61

16. AS DEMONSTRAÇÕES COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO ................................ 63

16.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................. 63


16.2 ESTRUTURAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................... 64
17. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ................................................................................ 65
17.1 Análise Financeira .............................................................................................. 65
17.2 Análise Econômica .............................................................................................. 66
17.3 Análise Vertical ................................................................................................... 67
17.4 Análise Horizontal ............................................................................................... 67
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 68
AULA 1

1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE

1.1 História da Contabilidade

A origem da Contabilidade estava ligada inicialmente ao comércio suprindo as


necessidades de registros do patrimônio. Há indícios de que as primeiras cidades
comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo
exercida nas principais cidades da antiguidade.
As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro
iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais,
transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas.
Pode-se citar, entre outras contas: conta de pagamento de escravos; conta de
vendas diárias; conta sintética mensal dos tributos diversos, etc. Tudo indica que
foram os egípcios os primeiros povos a utilizarem o valor monetário em seus registros.
Usava-se como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata. Os gregos, baseando-
se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de
Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para
apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a
escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e
bancária.
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a
necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que
se pudesse prestar conta da coisa administrada. É importante lembrarmos que
naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista.
Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida
ou quitação. O desenvolvimento do papiro no Egito antigo facilitou
extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.
Período que vai de 1.202 da Era Cristã até 1.494, quando apareceu o Tratactus
de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas). Nesta obra
publicada em 1.494, um monge italiano chamado Luca Pacioli, escreveu um livro
chamado “Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornalità” (coleção de
conhecimentos de aritmética, geometria, proporção e proporcionalidade), onde
descrevia todos esses métodos de contabilização que existiam espalhados, seja
através de relatos verbais que chegavam ao seu conhecimento, seja através destes
pequenos livros que ensinavam como fazer o registro dos bens e
das mercadorias que eram negociadas pelos mercadores ou
outros negociantes da época. A contabilidade com suas partidas
dobradas foi utilizada então, para exemplificar a matemática.
A obra enfatizava que a teoria contábil do débito e do
crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, contribuindo para
inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. O comércio exterior
incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das
necessidades da época, o LIVRO CAIXA, que recebia registros de recebimentos e
pagamentos em dinheiro, despesas e receitas. Já se utilizavam, de forma
rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e
referindo-se, inicialmente, às pessoas.
No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta "Capital",
representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família
proprietária. O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não
se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros
livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da
Contabilidade de Custos. No início do Século XIV, já se encontravam registros
explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de
aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital referente ao período
transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão de obra direta
agregada; armazenamento e tingimento.
A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por
exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi um dos grandes
motivos do estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem correta
interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em
qualquer parte do mundo. No início do século XX, com o surgimento das gigantescas
corporações, aliado ao desenvolvimento do mercado de capitais, constituiu um campo
fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que atualmente
o mundo possui inúmeras obras contábeis de origem norte-americanas que tem
reflexos diretos nos países de economia.

Figura 2 – História em Quadrinhos representativa da evolução da contabilidade.


2. NOÇÕES DE CONTABILIDADE

A seguir apresentamos alguns conceitos sobre Contabilidade segundo a visão dos


principais autores da área.

2.1 Conceito

A Contabilidade é uma ciência que possibilita por meio de suas técnicas,

manter o controle permanente do Patrimônio da empresa.

“Osni Moura Ribeiro”.

A Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no


patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação
desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio,
suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica.

“Hilário Franco”.

2.2 Funções da Contabilidade

As principais funções da Contabilidade são:


Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor
monetário.
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa.
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de
demonstrativos a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa.
Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração
dos resultados obtidos pela empresa.
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e
alertando para eventuais problemas.
A Contabilidade registra, estuda e interpreta os fatos financeiros e ou
econômicos que afetam a situação patrimonial de determinada pessoa física ou
jurídica, utilizando as demonstrações contábeis tradicionais e relatórios específicos
para determinadas finalidades.
2.3 Objeto da Contabilidade

É o estudo do PATRIMÔNIO das entidades em seus aspectos qualitativos e

quantitativos.

2.4 Objetivo da Contabilidade

É o de apresentar demonstrativos e relatórios condizentes com os estudos que


os usuários pretendem efetuar, contendo os elementos informativos que os mesmos
consideram importantes para as suas decisões.
Seus elementos informativos e/ou documentais são: contrato social, notas
fiscais, escritório imóvel, faturas, notas promissórias, etc.

Quadro 1 – Diferença entre objeto e objetivo da Contabilidade


OBJETO DA CONTABILIDADE OBJETIVO DA CONTABILIDADE

O PATRIMÔNIO CONTROLAR O PATRIMÔNIO.

2.5 Finalidade da Contabilidade

Registrar os fatos e produzir informações que possibilitem ao administrador


planejar e controlar suas ações, para alcançar os fins da entidade.
A informação contábil se expressa por diferentes meios, como:
Demonstrações contábeis; Escrituração ou registros permanentes e sistemáticos;
Documentos; Livros contábeis; Planilhas; Listagens; Notas explicativas; Mapas de
cálculo; Pareceres dos contabilistas; Laudos dos contabilistas; Diagnósticos de
experts; Prognósticos; Descrições críticas; ou quaisquer outros utilizados no
exercício profissional ou previstos em legislação.

2.6 As técnicas utilizadas no trabalho dos profissionais da área são:

 Escrituração: registro dos fatos.


 Demonstrações contábeis: demonstração expositiva dos fatos.
 Auditoria: confirmação dos registros.
 Análise de Balanços: Análise e interpretação dos balanços.
2.7 Usuários da Contabilidade

Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam


pela situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas.
Podem ser divididos em: usuários internos e externos.

2.7.1 - Usuários Internos


São todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que
tem facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:
Gerentes: para a tomada de decisões.
Funcionários: com interesse em pleitear melhorias.
Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais.
O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a alta
administração que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração de
relatórios específicos para auxiliar na gestão do negócio.
Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de
informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber,
aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de
funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo
(semana, quinzena, mês, etc.), de acordo com as necessidades administrativas.

2.7.2 - Usuários Externos


São todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto
às informações, mas que as acessam através de publicações das demonstrações pela
entidade, tais como:
Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a
concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital
emprestado.
Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder
atuar no mercado.
Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para
poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne à sua parcela de
tributação.
Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a garantia
de recebimento futuro.
Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que
seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.

2.8 Aplicabilidade da Contabilidade nas Empresas

A área contábil é capaz de ajudar entidades econômico-administrativas, com fins


lucrativos ou não, a controlar suas atividades, ou seja, mostrar se o comportamento
está de acordo com os planos traçados, além de ajudar no planejamento fornecendo
informações para as futuras tomadas de decisão do gestor.

2.9 Perfil do Profissional da Contabilidade

A Contabilidade depende de alguns fatores importantes, como: capacidade de


interpretar corretamente a legislação, principalmente a societária e tributária (que se
modifica com frequência), manter um senso de organização e controle, domínio da
informática e visão gerencial.
Muitos profissionais estão lidando com a informática da melhor maneira
possível, fazendo bom uso do computador. Este novo profissional tem um perfil
diferente daquele de alguns anos atrás, eram os chamados guarda-livros.

CONTABILIDADE ATUA L Atender a fiscalização, ao mercado e,


principalmente, ao empresário.

CONTABILIDADE A NTIGA Atender somente a fiscalização.

2.10 Principais tarefas dos profissionais da área:

Escriturar as operações.
Elaborar as demonstrações contábeis.
Elaborar o planejamento tributário da entidade.
Elaborar as informações anuais das empresas, Imposto de renda, pessoa jurídica
entre outras obrigações.
2.11 Principais dispositivos legais:

Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conhecida como a Lei das Sociedades


por Ações.
Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, convergentes às Normas
Internacionais de Contabilidade.
Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, que promoveram alterações na Lei das
Sociedades por Ações.
Lei Complementar nº 128/08, cria a figura do microempreendedor individual –
MEI
Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016, altera a Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia
de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis
n.ºs 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de
11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Conforme o Código Civil Brasileiro, empresa é a organização dos fatores de


produção (natureza, capital e trabalho) no exercício da atividade econômica que
promove a produção e a circulação de bens ou de serviços, com a finalidade lucrativa
e legalmente registrada. Para que seja considerada uma empresa formal, o
empresário (autônomo ou em sociedade com outras pessoas) deverá fazer a
legalização da mesma.

Legalização: ato de registro/inscrição nos órgãos competentes (Junta Comercial, Receita


Fede ral, Receita Estadual, Prefeitura, Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Caixa

Econô mica Federal (CEF), Sindicatos e outros (dependendo da atividade da empresa) - site:
rec eita.fazenda.gov.br

Quando é feita a inscrição na Receita Federal para obter-se o Cadastro Nacional


de Pessoa Jurídica (CNPJ), o empresário fará um requerimento que contenha:
I. o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e o regime de bens.
II. a firma, com a respectiva assinatura autógrafa (registro de autenticação
cartorial/tabelionato).
III. o capital social.
IV. o objeto e a sede da empresa.

OBSERVAÇÃO: a empresa somente adquire personalidade jurídica com a inscrição

de seus a tos constitutivos. Sem essa inscrição, ter-se-á sociedade irregular ou de fato.

Ou seja, sociedades não personificadas são as que não adquiriram personalidade

jurídica própria por não terem registro na Junta Comercial do Estado, que são as empresas que
vivem na informalidade.

3. TIPOS DE EMPRESA

Destacaremos o Empresário Individual, o Empreendedor Individual, a Sociedade


Limitada (Ltda.), a Sociedade Anônima (S.A).

3.1 Empresário Individual (Art. 966 do Código Civil)

Conforme o art. 966 do Código Civil considera-se empresário quem exerce


profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação
de bens ou de serviços. Trata-se de uma empresa que possui apenas um sócio (o
proprietário responde ilimitadamente por suas dívidas – não há separação jurídica
entre seus bens e os do negócio).

3.2 Diferença entre Micro e Pequena Empresa


O que diferencia uma pequena empresa de uma microempresa é o seu
faturamento anual. O enquadramento tributário das empresas pode ser encontrado na
Lei Complementar 155, de 27 de outubro de 2016.
Microempresa: fatura (bruto) até R$ 360.000,00 por ano. (Inalterado)
Empresa de Pequeno Porte - EPP receita bruta superior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais).

É interessante perceber que o porte da empresa não está residente no seu


tamanho físico, no número de funcionários ou ainda no capital social, mas sim no
faturamento previsto.
3.3 Microempreendedor Individual - MEI (Lei Complementar nº 128/08)

O empreendedor Individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se


legaliza. A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para
que o trabalhador conhecido como informal, possa se tornar um Empreendedor
Individual legalizado.
É aquele que fatura (bruto) até R$ 81.000,00 por ano (novo teto a partir de janeiro
2018, Lei Complementar 155), não participa em outra empresa como sócio ou titular e
poderá ter apenas um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso
da categoria. Não tem mais a obrigatoriedade de se cadastrar e pagar a anuidade em
órgãos de conselho de classe profissional, desde que seja inscrito como pessoa física.
Empreendedor da área rural que atue com industrialização, comercialização ou
prestação de serviços, também pode se enquadrar como MEI.

Para saber sobre os valores simbólicos pagos por este empreendedor individual
visite a página do empreendedor – www.portaldoempreendedor.gov.br

3.4 Sociedade Limitada (art. 1.052 do Código Civil)

Cada sócio entra com uma parcela do capital social, ficando responsável
diretamente pela integralização da cota que subscreveu, e indiretamente ou
subsidiariamente pela integralização das cotas subscritas por todos os outros sócios.
Não podem responder por seus bens particulares, a responsabilidade, é, portanto,
limitada à integralização do capital social.
Sociedade limitada é aquela que realiza atividade empresarial, formada por
dois ou mais sócios que contribuem com moeda ou bens avaliáveis em dinheiro para
formação do capital social. Antes da vigência do Código Civil de 2002, este tipo de
empresa era designado como Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada
(Decreto 3.708/1919, revogado pela Lei 10.406/2002), substituído pelo termo
Sociedades Limitadas, que pode ser empresária ou simples.
Nesse tipo de pessoa jurídica, exige-se a pluralidade de sócios, isto é, não
menos que dois, sejam pessoas físicas ou jurídicas, integralização de capital social,
sem definir de valor mínimo ou máximo, a responsabilidade do sócio é limitada as
quotas do capital, pode sofrer procedimentos falimentares, pode usar firma ou
denominação na constituição do nome, devendo acrescer a frente a palavra Limitada
ou a expressão LTDA.
A sociedade empresária limitada está prevista entre os artigos 1052 a 1087
do Código Civil, e utiliza nas omissões a regras da sociedade simples e
supletivamente as disposições da Sociedade anônima, prevista na Lei 6.404/76.
A sociedade empresária limitada poderá optar por se enquadrar como
microempresa ou empresa de pequeno porte, se atendido as exigências contidas
em lei.
A forma de constituição se dá por meio de contrato, que pode ser público ou
privado, observado o disposto do art. 997 da Lei 10.406/2002.
A forma de dissolução é por meio de distrato social. As sociedades
empresárias limitadas são registradas no registro mercantil, isto é, nas Juntas
Comerciais.

3.5 Sociedade Anônima (Lei 6.404/76, Lei 11.638/07, Lei 11.941/09)

Também chamada de Sociedade por Ações possui o capital dividido em partes


iguais chamadas cotas e tem a responsabilidade de seus sócios ou acionistas
limitadas ao preço de emissão destas cotas subscritas ou adquiridas.
Os sócios têm responsabilidade, em princípio, limitada à integralização das
ações por ele subscritas. Mas, os acionistas controladores, porém, que são
majoritários e que usam efetivamente seu poder, bem como os administradores,
poderão responder pessoalmente pelos danos causados por atos praticados com
culpa ou dolo ou com abuso de poder.

3.6 Sociedade Cooperativa (Lei 5.764/76)

As sociedades cooperativas tem por finalidade a prestação de serviços aos


associados para o exercício de uma atividade comum, econômica, sem que tenham
objetivo de lucro.
É uma estrutura de prestação de serviços voltada ao atendimento de seus
associados sem finalidade lucrativa.
Sociedade cooperativa é a modalidade de sociedade de pessoas com forma e
natureza jurídica próprias, não sujeitas à falência, e de natureza civil.
AULA 2

4. CONCEITO DE PATRIMÔNIO

O Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa,


avaliado em moeda.

4.1 Bens

São as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e suscetíveis de


avaliação econômica. Existem 3 tipos de Bens:
 Bens de Uso: cadeiras, mesas, lixeiras, ...
 Bens de Consumo: café, papel, material de expediente, ...
 Bens de Troca: objetos de venda.

4.2 Direitos

Todos os valores que a empresa tem a receber de terceiros. Geralmente


aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão A RECEBER ou A
RECUPERAR.
Exemplos: duplicatas a receber, aluguéis a receber, promissória a receber, impostos
a recuperar.

4.3 Obrigações

Todos os valores que a empresa tem a pagar para terceiros. Geralmente


aparecem com os nomes dos elementos seguidos da expressão A PAGAR OU A
RECOLHER.
Exemplos: fornecedores, impostos a pagar salários a pagar, impostos a recolher.
Quadro 2 – Bens Tangíveis e Bens Intangíveis
Bens Tangíveis (materiais) Bens Intangíveis (imateriais)

Tem existência física, existem como coisa Inexistem como coisa; não palpáveis não
ou objeto; são os que possuem corpo, constituídos de matéria.
matéria. Exemplos: Marcas de Indústria, Patentes,
Exemplos: Máquinas, Equipamentos, Ponto, Pesquisas, Direitos autorais,
Veículos, Estoques de Mercadorias, softwares, etc.
Imóveis, Dinheiro, Móveis, Materiais de
Consumo, e etc.

4.4 Aspectos quantitativos e qualitativos

Existe a necessidade de ressaltar dois aspectos que a Contabilidade leva em


conta para representar adequadamente os elementos que compõem o Patrimônio: o
qualitativo e o quantitativo.
Aspecto qualitativo: consiste em qualificar os bens, direitos e obrigações.
Exemplo: Patrimônio

BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES


Dinheiro Duplicatas a receber Duplicatas a pagar
Veículos Clientes Impostos a pagar

Aspecto quantitativo: consistem em dar a esses bens, direitos e


obrigações seus respectivos valores, levando-nos a conhecer o valor do patrimônio da
empresa. Exemplo: Patrimônio
BENS DIREITOS OBRIGAÇÕES

Dinheiro R$ 5.000 Duplicatas a receber R$ 3.000 Duplicatas a pagar R$ 8.000

Veículos R$ 49.000 Clientes R$ 9.000 Impostos a pagar R$ 4.000

4.5 Representação Gráfica do Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
APLICAÇÕES DOS ORIGENS ou FONTES DOS
RECURSOS RECURSOS
OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS
Recursos Externos

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
BENS E DIREITOS
ORIGENS ou FONTES DOS
RECURSOS
OBRIGAÇÕES COM SÓCIOS
Recursos Próprios

4.5.1 Ativo
O lado esquerdo do gráfico é chamado de lado positivo, demonstra onde foram
aplicados os recursos financeiros, acolhem os Bens e Direitos a disposição da
empresa, elementos com expectativa de realização futura.
Lembrar que uma empresa é sempre uma “azienda”, ou seja, algo a fazer.

4.5.2 Passivo
O lado direito do gráfico é chamado de lado negativo, representa o conjunto de
Obrigações assumidas pela empresa com terceiros. Indica qual a origem ou fontes
dos recursos financeiros investidos na organização.

4.5.3 Patrimônio Líquido


Igualmente colocado no lado direito do gráfico, mas representando os recursos
próprios investidos na empresa, originários dos recursos financeiros dos sócios,
dos investidores e dos resultados obtidos pela empresa nos períodos anteriores.
Indica quanto o total dos Bens e Direitos são efetivamente próprios.

4.6 Definição de Atos e Fatos Administrativos

Existem dois tipos de acontecimentos no cotidiano das empresas, que são:


4.6.1 Atos Administrativos
São os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam
alterações no Patrimônio. Alguns Atos poderão, no futuro, provocar alterações no
Patrimônio da empresa. Esses Atos são considerados relevantes, motivo pelo qual
devem ser registrados pela Contabilidade
Exemplo: admissão de empregados, assinatura de contratos de compras, de vendas
e de seguros, aval de títulos, finanças em favor de terceiros, etc.
.

4.6.2 Fatos Administrativos


São os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais,
podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Devem ser registrados na contabilidade.
AULA 3

5. ESTUDO DAS CONTAS

5.1 Conceito

É através das Contas que a Contabilidade consegue desempenhar o seu papel.


Por isso elas devem ser tratadas de forma especial pelos contadores. Todos os
acontecimentos que ocorrem na empresa, como as compras, as vendas, os
pagamentos, os recebimentos, são registrados em livros próprios através das Contas.

5.2 Classificação

As contas podem ser classificadas em 2 tipos:

Contas PATRIMONIAIS Alocadas no BALANÇO PATRIMONIAL.

Alocadas no DEMONSTRATIVO DE
Contas de RESULTADOS RESULTADO DO EXERCÍCIO
(Receitas, Despesas e Custos)

Contas Patrimoniais - são as contas representativas dos bens, dos direitos e das
obrigações das entidades. E, por serem consideradas patrimoniais, são alocadas no
Balanço Patrimonial (BP).
Contas de Resultado - são as que representam variações no patrimônio da
entidade, que são apresentadas no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE),
pois o objetivo deste demonstrativo é demonstrar o resultado auferido pela empresa
no período. Elas SEMPRE devem ser zeradas no final do exercício social.
São divididas em:
 Receitas – normalmente, são decorrentes da venda de produtos de
mercadorias ou da prestação de serviços.
Entretanto, existem outras formas de geração de receitas nas empresas,
vejamos as mais comuns:
• Aluguéis recebidos.
• Juros recebidos.
• Comissões recebidas.

 Despesas - caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de


serviços, com o objetivo de obter receitas. Como exemplo, podemos citar a energia
elétrica consumida, o material de expediente, os salários, etc.
Vejamos algumas contas que representam despesas:
• Água e Esgotos pagos.
• Aluguéis pagos.
• Descontos Concedidos.
• Despesas Bancárias.
• Fretes e Carretos pagos.
• Impostos pagos.
• Material de Expediente comprado.
• Juros pagos.
• Luz e Telefone pagos.
• Material de Limpeza comprados.

 Custos – correspondem aos gastos realizados pelas empresas decorrentes


da fabricação de produtos ou na aquisição de mercadorias ou na prestação do serviço.
Exemplos:
• Matéria Prima.
• Depreciação de Máquinas e Equipamentos.
• Aluguel da fábrica.
• Mão-de-Obra Direta na produção.
• Utilizados na produção.
• Serviços de Terceiros.

5.3 Plano de Contas

Trata-se de um conjunto de contas que objetivam uniformizar os registros


contábeis.
Cada empresa deve ter um plano de contas que atenda as suas necessidades.

Código e Grau da Conta


O código da conta é o nº que é utilizado para facilitar o manuseio, e é
encontrado à esquerda de cada conta.
Quadro 3 – Código e grau das contas
CÓDIGOS CONTAS

1 Contas do Ativo
2 Contas do Passivo
3 Contas de Despesas
4 Contas de Receitas
5 Contas de Custos, Deduções e Prejuízo Bruto.
6 Contas de Receita Bruta, Deduções e Lucro Bruto.
7 Contas de Apuração de Resultado.

5.4 Tipos de Contas

Conta Sintética:
São os grandes grupos de contas e estão destacadas na cor verde, sendo que
na cor azul escuro são os subgrupos de contas e na cor azul claro subitens dos
subgrupos de contas.
Exemplos: Ativo Circulante, Disponibilidades, Direitos Realizáveis, Despesas do
Exercícios Seguinte, Ativo Não Circulante, Realizável a Longo Prazo, Investimento,
Imobilizado, Intangível e Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio
Líquido.
Conta Analítica
São as contas que realmente recebem lançamentos, sendo destacadas na cor
branca.
Exemplos: Caixa, Bancos, Móveis e Utensílios, Duplicatas a Pagar, Salários a Pagar,
Impostos a Recolher, Impostos a Recuperar, Capital Social.
Plano de Contas Referencial
(ABAIXO É APENAS UMA PARTE DO PLANO DE CONTAS REFERENCIAL, INTEGRALMENTE SÃO 82 PÁGINAS) (SITE:
www.cosif.com.br)
CÓDIGO
CONTA
DESCRIÇÃO ORIENTAÇÃO

1 ATIVO
1.01 CIRCULANTE

1.01.01 DISPONIBILIDADES

Contas que registram valores em dinheiro e em cheques em caixa, recebidos e ainda


1.01.01.01.00 Caixa
não depositados, pagáveis irrestrita e imediatamente.
1.01.01.02.00 Bancos Contas que registram disponibilidades, mantidas em instituições financeiras.

Contas que registram disponibilidades, nas instituições imunes ou isentas de recursos


1.01.01.05.00 Contas Bancárias – Doações
de aplicações vinculadas ao objeto das doações, mantidas em instituições financeiras.
1.01.03 DIREITOS REALIZAVEIS

1.01.03.01 ESTOQUES

Contas que registram o valor do saldo das contas de estoques de mercadorias para
revenda, na data de apuração dos resultados. Observar, quanto aos estoques, as
1.01.03.01.01 Mercadorias para Revenda
orientações contidas na Instrução Normativa SRF nos 51, de 1978, e no PN CST nos 6,
de 1979.
Contas que registram o valor do saldo das contas de estoques de matérias primas e
materiais diretos, na data de apuração dos resultados. Observar, quanto aos
1.01.03.01.02 Insumos (materiais diretos)
estoques, às orientações contidas na Instrução Normativa SRF nos 51, de 1978, e no
PN CST no 6, de 1979.
Contas que registram o valor do saldo das contas de estoques de produtos acabados,
1.01.03.01.04 Produtos Acabados na data de apuração dos resultados. Observar, quanto aos estoques, às orientações
contidas na Instrução Normativa SRF nos 51, de 1978, e no PN CST nos 6, de 1979.
1.01.03.02 CRÉDITOS

Contas que registram as contas a receber com vencimento até o final do


1.01.05.02.00 Clientes (Ativo gerador de receita)
anocalendário subsequente.

1.01.07 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE

Contas correspondentes a pagamentos antecipados, cujos benefícios ou prestação de


1.01.07.01.00 Despesas do Exercício Seguinte serviços à pessoa jurídica ocorrerão durante o exercício seguinte. São valores relativos
a despesas que efetivamente pertencem ao exercício seguinte.
1.01.09 CONTAS RETIFICADORAS

Contas que registram parcelas a serem subtraídas do circulante, correspondentes a


valores que retificam este grupo, tais como: duplicatas descontadas, provisões para
1.01.09.01.00 (-) Contas Retificadoras
créditos de liquidação duvidosa, provisões para ajuste do estoque ao valor de
mercado, quando este for inferior, contas redutoras dos créditos.
Contas que registram parcelas a serem subtraídas do circulante, correspondentes a
1.01.09.01.01 (-) Duplicatas Descontadas
valores das duplicatas descontadas que retificam este grupo.
1.07 NÃO CIRCULANTE

1.07.00 REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO

Contas que registram os bens ou valores a receber de terceiros, relativos a eventuais


1.07.00.01.00 Clientes contas de clientes, títulos a receber, adiantamentos, etc... Com prazo de recebimento
posterior ao exercício seguinte à data do balanço.
Contas correspondentes a vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades
Créditos com Pessoas Ligadas
1.07.00.02.00
(Físicas/Jurídicas) coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes da empresa, que não
constituam negócios usuais na exploração do objeto social da pessoa jurídica.
1.07.01 INVESTIMENTOS

1.07.01.01.00 Participações Permanentes em Coligadas Contas que registram investimentos permanentes, na forma de participação em
ou Controladas outras sociedades coligadas e/ou controladas, ainda que se trate de investimento não
relevante.
1.07.04 IMOBILIZADO

Contas que registram os terrenos de propriedade da pessoa jurídica utilizados nas


operações, ou seja, onde se localizam a fábrica, os depósitos, os escritórios, as filiais,
as lojas, etc., inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
1.07.04.01.00 Terrenos benefícios, riscos e controle desses bens.
Atenção: o valor do terreno onde está em construção uma nova unidade que ainda
não esteja em operação também deve ser informada nesta conta. Ou no caso de haver
despesa com compra, registrar como despesa.
Contas que registram os edifícios, melhoramentos e obras integradas aos terrenos, e
os serviços e instalações provisórias, necessários à construção e ao andamento das
obras, tais como: limpeza do terreno, serviços topográficos, sondagens de
1.07.04.02.00 Edifícios e Construções reconhecimento, terraplenagem, e outras similares, inclusive os decorrentes de
operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens
Atenção: As construções em andamento devem ser informadas na conta Construções
em Andamento.

Contas que registram os equipamentos, máquinas e instalações industriais utilizados


Equipamentos, Máquinas e Instalações
1.07.04.03.00
Industriais. no processo de produção da pessoa jurídica, inclusive os decorrentes de operações
que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
Contas que registram os veículos de propriedade da pessoa jurídica. Inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle
1.07.04.04.00 Veículos desses bens.
Atenção: Os veículos de uso direto na produção, como empilhadeiras e similares,
devem ser informados na conta Equipamentos, Máquinas e Instalações Industriais.
1.07.05 INTANGÍVEL

1.07.05.01.00 Concessões Contas que registram os custos com aquisição de concessões


1.07.05.03.00 Marcas e Patentes Contas que registram os custos com aquisição de marcas e patentes
1.07.05.05.00 Direitos Autorais Contas que registram os custos com aquisição de direitos autorais
1.07.05.90.00 (-) Amortização do Intangível Contas correspondentes à amortização das contas do ativo intangível

2 PASSIVO
2.01 CIRCULANTE

2.01.01 OBRIGAÇÕES DE CURTO PRAZO

Conta que registra o valor a pagar correspondentes à compra de matérias-primas,


2.01.01.01.00 Fornecedores bens, insumos e mercadorias. (Podem ser informados, também, os adiantamentos de
clientes efetuados até 31.12.2008)
2.01.01.01.01 Adiantamentos de Clientes Contas que registram o valor correspondente a adiantamentos de clientes.
Conta que registra as obrigações da pessoa jurídica relativas a impostos, taxas e
contribuições.
Impostos, Taxas e
2.01.01.03.00 Contribuições a
Recolher. Atenção: não incluir, nesta conta, o valor do FGTS, do PIS, da COFINS e das
Contribuições Previdenciárias a recolher e o valor correspondente à provisão para a
contribuição social sobre o lucro líquido e para o imposto de renda.
Conta que registra o valor correspondente aos salários, ordenados, horas extras,
2.01.01.07.00 Salários a Pagar
adicionais e prêmios a serem pagos no período próximo.
2.03 NÃO CIRCULANTE

2.03.01 OBRIGAÇÕES EM LONGO PRAZO

Contas que registram valores a pagar relativos à compra de matérias-primas, bens,


2.03.01.01.00 Fornecedores insumos e mercadorias e o valor correspondente a adiantamentos de clientes, com
prazo de pagamento posterior ao exercício seguinte à data do balanço.
Contas que registram os credores por financiamentos em longo prazo, obtidos junto
ao Sistema Financeiro Nacional, encargos financeiros a transcorrer e juros a pagar de
Financiamentos em Longo Prazo -
2.03.01.02.01
Sistema Financeiro Nacional empréstimos e financiamentos. Atenção: as obrigações resultantes de operações de
Arrendamento Mercantil (Leasing Financeiro) devem ser informadas na conta
Financiamentos em Longo Prazo – Brasil – Outros
2.03.03. RECEITAS DIFERIDAS

Saldo remanescente da conta Resultado de Exercícios Futuros onde a pessoa jurídica


que explore as atividades de compra e venda loteamento, incorporação e construção
de imóveis indicava o valor contratado das vendas a prazo ou a prestação para
2.03.03.01.00 Receitas Diferidas.
recebimento após o término do ano-calendário subsequente, no caso de atividade
imobiliária. Também se consideravam como receitas de exercícios futuros os juros e
demais receitas financeiras recebidas antecipadamente em transações financeiras.
(-) Custos Correspondentes às Receitas Contas correspondentes aos custos e despesas de exercícios futuros correspondentes
2.03.03.03.00
Diferidas às receitas indicadas na conta precedente.
2.07 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.07.01 CAPITAL REALIZADO

Capital Subscrito de Domiciliados e


2.07.01.01.00 Residentes no País
Contas correspondentes ao capital subscrito de domiciliados no País.
(-) Capital a Integralizar de Domiciliados e Contas correspondentes ao capital social subscrito de domiciliados no País que não
2.07.01.02.00
Residentes no País tenha sido integralizado.
2.07.04 RESERVAS

Contas correspondentes às reservas constituídas pela correção monetária do capital,


2.07.04.01.00 Reservas de Capital por incentivos fiscais, por ágio na emissão de ações, por alienação de partes
beneficiárias.
Contas correspondentes aos saldos dos reservas de reavaliação ainda não realizadas,
2.07.04.02.00 Reservas de Reavaliação decorrentes de reavaliação de ativos próprios e de ativos de coligadas e controladas,
estes avaliados pelo método da equivalência patrimonial.
Contas correspondentes às reservas constituídas pela destinação de lucros da
empresa, tais como: reserva legal, reservas estatutárias, reserva para contingências,
2.07.04.03.00 Reservas de Lucros reserva de lucros a realizar, reserva de lucros para expansão, reserva especial para
dividendo obrigatório não distribuído e reserva de exaustão incentivada de recursos
minerais.
2.07.05 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

Contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo


e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta
Ajustes às Normas Internacionais de
2.07.05.01.00
Contabilidade Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na
competência conferida pelo § 3o do art. 177 da Lei 6.404/76 (enquanto não
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência,)
2.07.07 OUTRAS CONTAS

Lucros Acumulados e/ou Saldo à Contas correspondentes aos lucros acumulados ou do saldo à disposição da
2.07.07.01.00
Disposição da Assembleia assembleia.
3 RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO


3.01 ANTES DO IRPJ E DA CSLL - ATIVIDADE
GERAL
3.01.01 RESULTADO OPERACIONAL

3.01.01.01 RECEITA LIQUIDA

3.01.01.01.01 RECEITA BRUTA

5.5 Funções das Contas

ATIVO CIRCULANTE
É uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro em
curto prazo. Os ativos que podem ser considerados como circulantes incluem: as
disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as
aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
Em síntese,pode se dizer que serão classificados no ativo circulante:
 dinheiro ou numerário em caixa.
 conta movimento em banco (conta-corrente).
 aplicações financeiras (sem carência, ou de curto prazo).
 contas a receber.
 Estoques.
 despesas antecipadas pagas, pois são um direito.
 depósito bancário.
 mercadorias.
 matérias-primas e títulos de resgate sem carência, ou de curto prazo.

Caixa – conta utilizada para registrar todas as disponibilidades da empresa, tais


como:
 Recursos em espécie.
 Depósitos no caixa em cheques.
Esta conta é movimentada a débito quando há entrada de recursos na empresa
(recebimentos) e movimentada a crédito quando há saída de recursos da empresa
(pagamentos).

Banco – Segunda conta do ativo da empresa dentro do Balanço Patrimonial.


Pois é a segunda com maior liquidez. Esta conta representa todas as contas bancárias
que a empresa tiver. Se a empresa tiver mais de uma conta ela pode ser classificada
em Banco 1, Banco 2, Banco 3 etc.

Duplicatas a receber – conta utilizada para registrar os valores a receber de


clientes, decorrentes de vendas realizadas a prazo. Também costuma ser chamada
de Clientes.
Esta conta é movimentada a débito quando a empresa realiza uma venda a prazo
(obtendo uma duplicata a receber) e movimentada a crédito quando ocorre o
respectivo pagamento por parte do cliente (recebimento da duplicata).

Mercadorias ou Estoques – conta utilizada para registrar os estoques de


mercadorias para revenda.
Esta conta é movimentada a débito por ocasião da compra de mercadorias e
movimentada a crédito por ocasião da venda de mercadorias.

ATIVO NÃO CIRCULANTE

São incluídos nesse grupo todos os bens de permanência duradoura,


destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim
como os direitos exercidos com essa finalidade. O Ativo Não Circulante será composto
dos seguintes subgrupos:
 Realizável em Longo Prazo.
 Investimentos.
 Imobilizado.
 Intangível.

Veículos – conta utilizada para registrar os veículos da empresa para realizar


suas atividades.
Esta conta é movimentada a débito por ocasião da aquisição de um automóvel
e movimentada a crédito por ocasião da venda ou da depreciação (perda gradual de
valor) de um automóvel.

Imóveis – conta utilizada para registrar os imóveis (terrenos e prédios)


utilizados pela empresa para realizar suas atividades.
Esta conta é movimentada a débito por ocasião da aquisição de um imóvel e
movimentada a crédito por ocasião da venda de um imóvel.

PASSIVO CIRCULANTE

São as obrigações, que normalmente são pagas dentro de um ano: contas a


pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou matérias-primas, etc.. São
considerados exemplos de passivo circulante:
 Fornecedores ou duplicatas a pagar.
 Empréstimos bancários de curto prazo.
 Títulos a pagar.
 Encargos sociais a pagar.
 Salários a pagar.
 Impostos a pagar.

Fornecedores – conta utilizada para registrar os valores a pagar aos


fornecedores da empresa, decorrentes de compras efetuadas a prazo.
É movimentada a crédito quando a empresa efetua uma compra e movimentada
a débito quando a empresa efetua o pagamento junto ao fornecedor.

PASSIVO NÃO CIRCULANTE


Representa as obrigações com prazo de vencimento após 12 (doze) meses.
Exemplos: Financiamentos de longo prazo, Fornecedores de longo prazo e alugueis
recebidos antecipadamente.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO - Representa o capital que pertence aos proprietários.


Exemplos: capital social, reservas de capital, reservas de lucros ou prejuízos
acumulados.
Capital Social – conta utilizada para registrar o valor investido, em
dinheiro ou bens, na empresa pelos seus sócios.
(-) Capital a Integralizar – é a parte da obrigação ainda não cumprida
relativa ao comprometimento assumido pelos sócios ou acionistas
quando da subscrição, ou seja, a parte que um dos sócios ainda não
integralizou na empresa e deve ser entregue à empresa.
Reservas de capital – representam valores recebidos pela entidade que
não transitam pelo resultado da companhia como receitas ou ganhos, ou
seja, não foram obtidas por meio das operações normais da empresa.

5.6 Contas Retificadoras (Redutoras)

ATIVO: as contas do Ativo são de natureza devedora (DÉBITO). Entretanto, por


força de lei, existem contas que embora de natureza credora (crédito), devem figurar
no Ativo, retificando seus valores para menos. Desta forma as referidas contas
permanecem no Ativo, porém com sinal de menos.
Exemplos:
 (-) Provisão de Créditos de Liquidação Duvidosa
 (-) Depreciação Acumulada  (-) Amortização
Acumulada.

PASSIVO: são contas de natureza devedora que devem figurar no Passivo,


retificando seus valores.
Exemplos: Prejuízos Acumulados e Capital a Integralizar.
Também usam um sinal de (-).

6. QUADROS CONTÁBEIS

Nesse tópico serão apresentados modelos de Balanço Patrimonial (PB) e


Demonstrativo de Resultado de Exercício (DRE).
Observe-os atentamente, para fins de entendimento da construção de tais
demonstrações contábeis.

6.1 Balanço Patrimonial (BP)

QUADRO 4 - MODELO DAS CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL PELA LEI 11.638/07 E LEI 11.941/09.
1. ATIVO 2. PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
DISPONIBILIDADES Fornecedores
Caixa Contas a pagar
Bancos Financiamento a pagar
Aplicações Liquidez Imediata Dividendos a pagar
DIREITOS REALIZÁVEIS Energia elétrica a pagar
Clientes Telefone a pagar
(-) Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD) Prêmio de seguros a pagar
Estoques Provisão para Imposto de Renda
Animais para abate Contribuição social a pagar
Adiantamento a fornecedores Encargos sociais a pagar
Adiantamento de viagem Participações a pagar
Cheques a receber Salários a pagar
Imposto a recuperar Imposto a pagar
DESPESAS DO EXERCICÍO SEGUINTE Adiantamento de clientes
Prêmios seguros pagos antecipadamente NÃO CIRCULANTE
Assinaturas pagas antecipadamente Fornecedores LP
NÃO CIRCULANTE Financiamento LP
REALIZAVEL A LONGO PRAZO Alugueis recebidos antecipadamente
Deposito judiciais PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Empréstimo compulsórios CAPITAL SOCIAL
Adiantamento a controladas Capital subscrito
Adiantamento a diretores (-) Capital a integralizar
INVESTIMENTOS RESERVAS DE CAPITAL
Participações em controladas AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
Participações em outras empresas RESERVAS DE LUCROS
Participações para incentivos fiscais Reserva legal
Obras de arte Reserva estatutária
Imóveis para renda Reserva de contingências
(-) Depreciações acumuladas imóveis para renda Reserva de incentivos fiscais
IMOBILIZADO Reserva de lucros a realizar
Prédios (imóveis em uso) Reserva de retenção de lucros
Terreno (em uso) (-) ações em tesouraria
Móveis e utensílios Lucros ou prejuízos acumulados
Instalações
Máquinas e equipamentos
Equipamentos informática
Veículos
Animais de tração
Animais de reprodução
Floresta formada
(-) Depreciações acumuladas de máquinas e equipamentos
(-) Depreciações acumuladas imóveis de uso
(-) Depreciações acumuladas de veículos
(-) Exaustões acumulados
INTANGÍVEL
Marcas e Patentes
Fundo de Comercio
Direitos Autorais
(-) Amortização acumuladas
TOTAL ATIVO
TOTAL DO PASSIVO

6.2 Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)


Essa demonstração evidencia o resultado que a empresa obteve (lucro ou
prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado exercício
social, período máximo de 1 (um) ano.
DRE  Demonstrativo de Resultado do Exercício
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma peça contábil
dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício
(lucro ou prejuízo), através do confronto das receitas, custos, despesas e resultados.
Observe o modelo construído abaixo:
Quadro 5 – MODELO DO DEMONSTRATIVO DE RESULTADO EXERCÍCIO (DRE)
(+) RECEITA BRUTA Receita
de vendas
Receita de prestação de serviço
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS
Devoluções de vendas
ICMS sobre vendas
PIS sobre vendas
COFINS sobre vendas
ISS sobre serviço
(=) RECEITA LÍQUIDA
(-) CMV ou CSP
(=) LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS COM VENDAS
Despesa com pessoal
Despesa com frete
Despesas com encargos social
Despesa com Aluguel
(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Despesa com pessoal
Despesa com Aluguel
Despesa com Material De expediente
Despesa Com energia
(-) DESPESAS FINANCEIRAS
Despesa com juros
Desconto concedido
VMP (Valor Monetário Passivo)
(+) RECEITAS FINANCEIRAS
Receitas com juros
Descontos recebidos
VMA (Valor Monetário Ativo) Rendimentos
de Aplicações
(+/-) OUTRAS REC. DESP. OPERACIONAIS
Dividendos recebidos
Equivalência patrimonial
(=) RESULTADO OPERACIONAL
(-) OUTRAS DESPESAS
Perdas de Capital
(+) OUTRAS RECEITAS
Ganho de capital
(=) RESULTADO ANTES DO IRPJ e CSLL
Contribuição Social (9% no valor informado no exercício)
Provisão de Imposto de Renda (15% no valor informado)
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debentures (10%)
(-) Empregados (10%)
(-) Administradores (10%)
(-) Partes Beneficiárias (10%)
(=) LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO

Descrição das Contas do DRE


1. Receita Operacional Bruta: são valores correspondentes às vendas de produtos
no mercado nacional e no exterior, bem como da prestação de serviços.
2. Deduções e abatimentos: valores referentes aos impostos que incidem sobre as
vendas, vendas canceladas e descontos concedidos.
3. Receita Operacional Líquida: advém da seguinte subtração (Receita
Operacional Bruta – Deduções e Abatimentos).
4. Custos Operacionais: diz respeito aos custos com manutenção de estoques,
matéria prima, embalagens etc.
5. Lucro Operacional Bruto: advém da seguinte subtração (Receita Operacional
Líquida – Custos Operacionais).
6. Despesas Operacionais: correspondem às:
Despesas com vendas: salários, comissões, propaganda e publicidade.
Despesas Financeiras: juros de empréstimos, despesas bancárias, descontos
concedidos a clientes por pagamento antecipado.
Receitas Financeiras: descontos obtidos, juros recebidos, receitas de
investimentos.
Despesas Administrativas: salários, energia elétrica, água, telefone, correio,
fretes, material de escritório, lanches, viagens etc.
7. Outras Receitas Operacionais: participação nos resultados de outras empresas,
dividendos e rendimentos.
8. Lucro (Prejuízo ) operacional: considera-se a seguinte equação (Lucro
Operacional Bruto – Despesas Operacionais + Outras Receitas Operacionais).
9. Receitas não operacionais: ganhos oriundos de atividades diferentes daquelas
que a empresa exerce.
10. Despesas não operacionais: gastos oriundos de atividades diferentes daquelas
que a empresa exerce.
11. Resultado do exercício antes do IRPJ e CSLL1: obtém-se através da seguinte
equação (Lucro Operacional + Receitas não operacionais – Despesas não
operacionais + ou – Correção Monetária).
12. Provisão para CSLL: (Resultado do exercício antes do IRPJ e CSLL * % CSLL)
13. Provisão para IRPJ: (Resultado do exercício antes do IRPJ e CSLL * % IRPJ) 14.
Resultado do exercício após o IRPJ e CSLL: Resultado do exercício antes do
IRPJ e CSLL – Provisões IRPJ e CSLL).
15. Participações: as Participações correspondem às parcelas do Resultado do
Exercício destinadas aos proprietários de debêntures, empregados, administradores,
partes beneficiárias, instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados.
– Debentures
– Empregados
– Administradores
– Partes Beneficiárias
– Contr. p/ Inst. Ou Fundos Assist. ou Prev. Empregados
16. Reversão de Juros Sobre o Capital Próprio: trata-se de uma exigência da
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que deve ser observada pelas sociedades
anônimas de capital aberto.
17. Lucro Líquido do Exercício: corresponde ao resultado do exercício após o
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).
18. Lucro Líquido ou Prejuízo por Ação do Capital: será informado o valor do
Lucro Líquido do Exercício correspondente a cada ação em circulação que compõe o
Capital da sociedade (quando se tratar de Sociedade por Ações)

6.3 Balancete de Verificação do Razão

1 IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
Também conhecido como Balancete de Verificação ou apenas Balancete é um
demonstrativo auxiliar de caráter não obrigatório, que relaciona os saldos das contas
remanescentes.
O balancete de verificação é uma demonstração parecida com o balanço no
início, ou seja, apresenta o saldo de todas as contas patrimoniais, e ainda apresenta
o saldo das contas de resultado, num único demonstrativo.
Para saber se o DRE e o BP “fechará” de acordo com o Método das Partidas
Dobradas, utiliza-se o Balancete.
É um demonstrativo muito útil apesar de, por vezes, negligenciado; o que pode
prejudicar TODO o processo de sucesso da contabilidade.
Nesse tipo de instrumento, as contas ficam misturadas e através do balancete
de verificação, separa-se e efetua o somatório das contas, afim de observar se todos
os valores “fecham” tanto à débito quanto à crédito. Essa separação é importante, pois
fica claro quais os grupos de contas que deverão ser direcionados para o BP e aqueles
que deverão ser direcionados para o DRE.

Veja na sequência um modelo.


QUADRO 6 – BALANCETE DE VERIFICAÇÃO - MODELO DE SEIS COLUNAS
SALDO ANTERIOR MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL
CÓDIGO CONTAS
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

SOMA TOTAL

Embora o modelo do Quadro 6 seja de seis colunas, existem outros formatos


em maior ou menor número de colunas, dependendo da necessidade de
informações a serem evidenciadas.
AULA 4

7. NOÇÕES DE DÉBITO E CRÉDITO

7.1 Contas do Ativo

São DEBITADAS quando bens e direitos ENTRAM no patrimônio.


São CREDITADAS quando bens e direitos SAEM do patrimônio.

ATIVO
DÉBITO CRÉDITO

7.2 Contas do Passivo

São CREDITADAS quando a entidade ASSUME obrigações.


São DEBITADAS quando se LIQUIDAM obrigações.

PASSIVO
DÉBITO CRÉDITO

7.3 Contas do Patrimônio Líquido

São DEBITADAS quando há REDUÇÃO de Patrimônio Líquido.


São CREDITADAS quando há AUMENTO de Patrimônio Líquido.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DÉBITO CRÉDITO

7.4 Contas de Resultado

RECEITAS – sempre são CREDITADAS


DESPESAS E CUSTOS – Sempre são DEBITADOS
AULA 5

8. ESCRITURAÇÃO E LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

8.1 Escrituração

É o registro dos fatos contábeis em livros especiais, em linguagem própria,


seguindo princípios e legislações específicos.
Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que modifiquem ou possam
modificar a situação patrimonial devem ser registrados.

8.2 Livros Utilizados na Escrituração

Dos vários livros utilizados pelas empresas, serão abordados apenas os livros
utilizados para a contabilização dos Fatos Administrativos, bem como dos Atos
Administrativos (aqueles que podem provocar alterações futuras no Patrimônio). Os
livros são divididos em Obrigatórios e Auxiliares, conforme serão descritos adiante.
Fato Administrativo é ação efetuada pela empresa que não movimenta
dinheiro diretamente. Exemplo: assinatura de um contrato.
Ato Administrativo é ação desempenhada pela empresa que envolva dinheiro.
Exemplo: pagamento de salário dos funcionários.

8.2.1 Livro Diário


É considerado o livro obrigatório, pois é exigido por lei, nos casos de empresas
regidas pelo Regime Geral. É utilizado pela contabilidade para registrar e controlar
todas as operações que ocorrem diariamente nas organizações, utilizando apenas
duas letras fundamentalmente: D e C (Débito e Crédito) conforme modelo abaixo.
Figura 3 – Modelo de Livro Diário

DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

Porto 1.01.01.01.00 Caixa Suprimentos de Caixa, nesta data. R$ 55.000,00


Alegre 01/05/XX
1.01.01.02.00 Bancos R$ 55.000,00

Algumas de suas características são:


a) Suas folhas devem ser numeradas tipograficamente em ordem cronológica; caso
seja feito em folhas.
b) Nele deve conter os termos de abertura e de encerramento; carimbados e
assinados pelo Administrador da Empresa, e pelo Contador.
c) Deve ser registrado em órgão competente, na Receita Federal.
d) Não deve conter erros ou rasuras.
e) Não pular linha, não escrever na última linha e nem nos cantos da página.

Exemplo de página do livro diário - informatizado:

8.2.2 Livro Razão

Trata-se, também, de um livro obrigatório da escrituração contábil. Mostra-se


fundamental para a correta escrituração dos fatos contábeis, pois nele os saldos de
cada uma das contas movimentadas são facilmente identificados, já que cada conta
tem a sua folha neste livro, conforme modelo abaixo.
OBS.: Do livro razão deriva o razonete (ambos têm a mesma finalidade),
tratando-se apenas de um formato simplificado.

Figura 4 – Modelo de Livro Razão

RAZÃO

Conta: CAIXA
MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL
DATA CÓDIGO
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

Saldo $ 500
$ 3.000
01/05/20XX 1.01.01.01.00 $ 3.500

No exemplo acima a empresa possuía na conta Caixa (saldo inicial de $ 500),


entrou no caixa o valor de $ 3.000, assim o saldo final ficou $ 3.500.

8.2.3 Livro Caixa

Esse é um dos inúmeros livros auxiliares, utilizado obrigatoriamente pelas


empresas optantes pelo imposto “Simples”; também recomendado para os
profissionais liberais e os autônomos. São livros que auxiliam as informações mais
relevantes, nele serão registrados todos os Fatos Administrativos que envolvam
entradas e saídas de dinheiro (despesas e receitas). Esse livro deve ser escriturado
oportunamente.

8.3 Métodos das Partidas Dobradas

O significado desse método é que para cada lançamento de DÉBITO deve haver
um ou mais CRÉDITOS de mesmo valor ou vice-versa.
Busca comprovar, também, que sempre que houver uma origem de recursos,
concomitantemente, haverá uma aplicação de recursos.
Em linhas gerais, indica que não há conta devedora sem conta credora.
Toda a escrituração contábil está baseada no método das partidas dobradas,
que consiste que em qualquer lançamento contábil são utilizadas no mínimo duas
contas, uma para débito e outra para crédito no mesmo valor.

DICAS PARA REALIZAR OS LANÇAMENTOS

1. Identificar as contas envolvidas.


2. Mensurar o aumento ou redução do Ativo ou Passivo.
3. Mensurar o aumento ou redução da Receita ou da Despesa.
4. Lançar o mesmo valor à débito e à crédito.

9. OPERAÇÕES DE ABERTURA DE EMPRESAS

Na fase de constituição de uma empresa, quando o proprietário entrega para a


empresa o dinheiro ou vários Bens e Direitos correspondentes ao valor do Capital,
dizemos que ocorre realização ou integralização de Capital.
 Capital realizado em dinheiro: a Conta Caixa será debitada, pois é uma
Conta de Ativo.
E a Conta de Capital será creditada, pois é uma Conta do grupo do
Patrimônio Líquido.

 Capital realizado em Bens e Direitos: as Contas que envolvem os Bens


e Direitos serão debitadas.
E a Conta de Capital será creditada, pois é uma Conta do grupo do
Patrimônio Líquido.

 Capital realizado em parcelas: débito na conta de Capital a Realizar e


crédito na Conta de Capital.

Exemplo:
Roberto, 01.05.20x0, entrou na sociedade com R$ 55.000,00 em dinheiro.
O valor que Roberto investiu na empresa entrará no caixa debitando e a origem
no passivo se dará com capital social creditando.
Lembrando que este lançamento será feito com o contrato social em mãos.

Abertura da empresa em dinheiro no valor de R$55.000,00:

Lançamento do Livro Diário


DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

1.01.01.01.00 Caixa Ingresso de recursos R$ 55.000,00


Porto financeiros oriundo de
01/05/X0 investimento na empresa.
Alegre
2.07.01.01.00 Capital Social R$ 55.000,00

Lançamento do Livro Razão


RAZÃO

Conta: CAIXA
MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL
DATA CÓDIGO
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

01/05/20X0 1.01.01.01.00 $ 55.000 $ 55.000

RAZÃO

Conta: CAPITAL SOCIAL


MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL
DATA CÓDIGO
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

01/05/20X0 2.07.01.01.00 $ 55.000 $ 55.000

Lançamento de Balanço Patrimonial:


BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

Caixa R$ 55.000,00 Capital Social R$ 55.000,00

TOTAL R$ 55.000,00 TOTAL R$ 55.000,00

10. LANÇAMENTO CONTÁBIL – Mecanismo do Débito e do Crédito


Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças
na composição do patrimônio da entidade), efetuados de acordo com o método das
partidas dobradas. É feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada técnica.

O lançamento é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do


ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, e nas contas de Resultado,
representadas pelas RECEITAS e DESPESAS.
As contas de ATIVO, por terem saldo de natureza devedora, são aumentadas
de valor por DÉBITO e diminuídas por CRÉDITO.

As contas de PASSIVO e de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, por apresentarem saldo


de natureza credora, são aumentadas de valor por CRÉDITO e diminuídas por
DÉBITO.

As contas relativas às RECEITAS e DESPESAS, por afetarem diretamente o


PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL), são, respectivamente, CREDITADAS (porque
aumentam o PL) e DEBITADAS (porque diminuem o PL).

O quadro 7 demonstra de forma resumida a operacionalidade acima:

QUADRO 7 – RESUMO

NATUREZA PARA O SALDO

DAS CONTAS DO SALDO AUMENTAR DIMINUIR

Ativo = Bens e Direitos D D C

Passivo = Obrigações C C D

Patrimônio Líquido C C D

Receitas C C D

Despesas e Custos D D C

Contas Retificadoras do Ativo C C D

Contas Retificadoras do Passivo D D C

Legenda: D = débito C = crédito


10.1 Passos para se efetuar um Lançamento

Dado um fato contábil, devemos seguir alguns passos para efetuar seu devido
lançamento.
Exemplo: Compra de um veículo à vista em dinheiro no valor total de $ 1.000,00

1º passo – identificar as contas envolvidas no fato.

Caixa (valor em dinheiro).

Veículo (bem).

2º passo – Identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem:


Ativo (A); Passivo (P); Patrimônio Líquido (PL); Receitas (R); ou Despesas (D).

Caixa – conta do Ativo (A).


Veículo – conta do Ativo (A).

3º passo – identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o
saldo aumentará ou diminuirá, no exemplo:

Caixa (A) o saldo diminuirá (retirou dinheiro do caixa)


Veículos (A) o saldo aumentará no mesmo valor (não possuía veículo, agora possui)

4º passo – efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas,


com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e crédito, da seguinte
forma:

DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO

CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO

Lançamento:
Débito – Veículo – R$ 1.000,00
Crédito – Caixa – R$ 1.000,00
10.2 Funções do Lançamento
Ao conjunto de lançamentos denomina-se ESCRITURAÇÃO. O lançamento é
uma parcela da Escrituração, e a semelhança desta apresenta duas funções:
10.2.1 Função Histórica
Consiste em narrar o fato contábil em ordem cronológica, discriminando o que
efetivamente ocorreu de forma objetiva e prática.
10.2.2 Função Monetária
Compreende o registro da expressão monetária dos fatos e seu agrupamento
segundo a natureza de cada um.
10.3 Elementos dos Lançamentos

São 5 (cinco) os elementos de um lançamento:


1. Local e data – Local da empresa, dia, mês e ano da ocorrência do registro.
2. Conta devedora – é a conta debitada. Vem sempre em primeiro lugar.
3. Conta credora – é a conta creditada, que vem acompanhada da preposição
acidental “a” ao invés de “C”;
4. Histórico – é a narração do fato ocorrido, a qual deve ser resumida, mas
exprimindo bem a operação.
AULA 6

11. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS – COMPRAS E VENDAS

11.1 Compra de Mercadorias

Uma compra significa uma aquisição de matéria prima, materiais auxiliares ou


mercadorias prontas para revenda. O custo unitário da compra de um determinado
item para estoque é obtido pelo valor total das mercadorias compradas, líquidas de
impostos e fretes.

Exemplo:
A empresa decidiu adquirir 100 peças de determinado produto, NF 45, no valor
total de R$ 400,00, Imposto: R$ 48,00 e Frete: R$ 36,50. a) Apurando o valor líquido
da operação:
Nota fiscal = R$ 400,00 (-) impostos R$ 48,00 (-) frete R$ 36,50
Nota fiscal = R$ 315,50

b) Valor a ser contabilizado: R$ 3,15 por peça (315,50 /100 peças)

c) Tributos – são impostos pagos por pessoas físicas ou jurídicas para um governo
(União, Estado ou Município), a partir de uma base de cálculo, para que esse valor
se reverta em benefícios públicos.

ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) - é um imposto


de competência estadual que incide (base de cálculo) sobre:
Circulação de mercadorias.
Prestações de serviços.
Transporte interestadual ou intermunicipal.
Comunicações.
Energia elétrica.
Incide, também, sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados
no exterior.
O fato gerador é a saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte,
fornecimento de refeições, prestação de serviços de transporte, entre outros.
Cada Estado da Federação tem liberdade para adotar regras próprias relativas à
cobrança desse imposto, respeitados os requisitos mínimos fixados na Constituição
Federal e pelo Código Tributário Nacional. Veja algumas alíquotas vigentes para
estados destinatários:
As alíquotas do ICMS variam conforme a maior ou menor essencialidade das
mercadorias ou serviços, sendo que, no Estado do Rio Grande do Sul. Desde de 1º
de janeiro de 2016 estão em vigorar no Rio Grande do Sul as novas alíquotas de
ICMS, passou de 17% para 18% na categoria geral e de 25% para 30% sobre os
chamados produtos e serviços seletivos.

11.1.1 Exemplos de operações com compras de mercadorias

Aquisição de mercadoria – de forma sintética.

COMPRAS A VISTA:
a) Lançamento – registro da aquisição
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

1.01.03 Estoques Compra de material à vista R$ 5.000,00


Porto para estoque, conforme
25/01/XX nota fiscal 7.865.
Alegre
1.01.01.01.00 Caixa R$ 5.000,00

b) Lançamento – desdobramento do lançamento de aquisição


Nos exemplos “a” e “b”, desdobramos o lançamento de aquisição de compra para
informar a carga tributária desta movimentação e outros custos adicionais, assim como
movimentamos a conta “caixa”, por ser aquisição à vista.
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

1.01.03 Estoques Compra de material R$ 3.637,50


1.01.05.05.01 ICMS a Recuperar à vista para estoque, R$ 900,00
conforme nota fiscal
1.01.05.05.02 PIS a Recuperar 7.865 e recuperação R$ 82,50
1.01.05.05.03 COFINS a Recuperar do ICMS 18%, PIS R$ 380,00
1,65% e COFINS
7,6%.
Porto
Alegre 25/01/XX
1.01.01.01.00 Caixa R$ 5.000,00

Onde:
ICMS  5000 x 18% = 900,00
PIS  5.000 x 1,65% = 82,50
COFINS  5000 x 7,6% = 380,00
Estoque  5000 – 900,00 – 82,50 – 380,00 = 3.637,50
Ativo Passivo
C - Caixa (R$ 5.000,00)
D - Estoque R$ 3.637,50
D = ICMS a Recuperar R$ 900,00
D = PIS a Recuperar R$ 82,50
D = COFINS a Recuperar R$ 380,00

COMPRAS A PRAZO:
c) Lançamento
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

1.01.03 Estoques Compra de material R$ 3.637,50


1.01.05.05.01 ICMS a Recuperar a prazo para R$ 900,00
estoque, conforme
1.01.05.05.02 PIS a Recuperar R$ 82,50
nota fiscal 7.865 e
1.01.05.05.03 COFINS a Recuperar recuperação do ICMS R$ 380,00
18%, PIS 1,65% e
COFINS 7,6%.
Porto
Alegre 25/01/XX
2.01.01.01.00 Fornecedor R$ 5.000,00

No exemplo “c” desdobramos o lançamento de aquisição de compra para


informar a carga tributária desta movimentação e outros custos adicionais, assim como
movimentamos a conta “fornecedor”, por ser aquisição à prazo.
Ativo Passivo
D – Estoque R$ 3.637,50 C - Fornecedor R$
D = ICMS a recuperar R$ 900,00 5.000,00

D = PIS a recuperar R$ 82,50


D = COFINS a recuperar R$ 380,00

OUTROS LANÇAMENTOS:
d) Lançamento
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

1.01.01.02.00 Bancos Abertura de Conta da R$ 500,00


Porto Empresa no Banco Y, com
25/01/XX
Alegre depósito inicial no valor de
1.01.01.01.00 Caixa R$ 500,00. R$ 500,00

e) Lançamento
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

Despesas Pagamento de despesas


1.01.01.02.00 Administrativas R$ 25,00
administrativas com
Porto (motoboy).
25/01/XX motoboy para envio de
Alegre
documentos para o
1.01.01.02.00 Banco Y contador. R$ 25,00

11.2 Vendas de mercadorias


A receita proveniente da venda de produtos, serviços ou mercadorias em uma
empresa é o item de maior importância nos demonstrativos contábeis.
O registro na contabilidade da empresa deve ser realizado no momento em que
são transferidas as mercadorias ou produtos ao cliente (o momento em que esse
reconhecimento é realizado pode variar dependendo da atividade da empresa).
No momento em que a venda é registrada devem ser observados e registrados
na contabilidade da empresa: o valor da venda, impostos incidentes sobre as vendas
e o custo das mercadorias que estão no estoque da empresa.

Exemplo 01: Vamos supor uma venda de mercadorias com recebimento à vista com
os seguintes valores presentes na nota fiscal nº 100 em 09/03/xx
Valor das mercadorias: R$ 100.000,00
ICMS (18%): R$ 18.000,00 (R$ 100.000,00 x 18%)
PIS (1,65%): R$ 1.650,00 (R$ 100.000,00 x 1,65%)
COFINS (7,6%): R$ 7.600,00 (R$ 100.000,00 x 7,6%)
As mercadorias que estão sendo vendidas estão registradas no estoque pelo valor de
custo de R$ 59.000,00.

VENDAS COM RECEBIMENTO A VISTA:


a) Lançamento referente ao reconhecimento da receita e recebimento:
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

Caixa Valor referente a venda de R$ 100.000,00


Porto mercadorias a vista
09/03/xx Receita sobre conforme NF 100.
Alegre vendas
R$ 100.000,00

b) Lançamento referente aos impostos sobre as vendas:


Nos lançamentos abaixo serão reconhecidos os impostos sobre as vendas
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO
ICMS sobre vendas Valor referente aos R$ 18.000,00
impostos da venda
ICMS a pagar R$ 18.000,00
de mercadorias NF
PIS sobre vendas nº 100 (ICMS 18%, R$ 1.650,00
PIS a pagar PIS 1,65% e COFINS R$ 1.650,00
7,6%.)
COFINS sobre vendas R$ 7.600,00
Porto
Alegre 09/03/xx
COFINS a pagar R$ 7.600,00

c) Lançamento referente a baixa de estoque:


Abaixo serão realizados os lançamentos da baixa do estoque dos produtos
vendidos bem como o custo dos mesmos para a empresa.
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

Estoque Valor referente a baixa de R$ 59.000,00


estoque e reconhecimento
CMV (Custo do CMV referente a venda
Porto
09/03/xx das de mercadorias conforme
Alegre
mercadorias NF 100.
vendidas)
R$ 59.000,00
Ativo Passivo
D – Caixa R$ 100.000,00 C – ICMS a pagar R$ 18.000,00
C – Estoque (R$ 59.000,00) C – PIS a pagar R$ 1.650,00
C – COFINS a pagar R$ 7.600,00

DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercícios)


C – Receita R$ 100.000,00
D - CMV (R$ 59.000,00)
D - ICMS s/ vendas (R$ 18.000,00)
D - PIS s/ vendas (R$ 1.650,00)
D - COFINS s/vendas (R$ 7.600,00)

Exemplo 02: Suponha uma venda de 50 peças de determinada mercadoria com


recebimento a prazo com os seguintes valores presentes na nota fiscal nº 101 em
09/03/xx
Valor das mercadorias: R$ 400,00
ICMS (18%): R$ 72,00 (R$ 400,00 x 18%)
PIS (1,65%): R$ 6,60 (R$ 400,00 x 1,65%)
COFINS (7,6%): R$ 30,40 (R$ 400,00 x 7,6%)
As mercadorias que serão vendidas estão registradas no estoque pelo valor de
custo de R$ 3,15 cada peça, considere que foram vendidas 50 peças.
R$ 3,15 (custo unitário) x 50 (quantidade peças vendidas) = R$ 157,50

VENDAS COM RECEBIMENTO A PRAZO:


a) Lançamento referente ao reconhecimento da receita e recebimento:
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

Clientes Valor referente a venda de R$ 400,00


Porto mercadorias a prazo
09/03/xx Receita sobre conforme NF 101.
Alegre
vendas
R$ 400,00
b) Lançamento referente aos impostos sobre as vendas:
Nos lançamentos abaixo serão reconhecidos os impostos sobre as vendas
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO
ICMS sobre vendas Valor referente aos R$ 72,00
impostos da venda
ICMS a pagar R$ 72,00
de mercadorias NF
PIS sobre vendas nº 101 (ICMS 18%, R$ 6,60
PIS a pagar PIS 1,65% e COFINS R$ 6,60
7,6%.)
COFINS sobre vendas R$ 30,40
Porto
Alegre 09/03/xx
COFINS a pagar R$ 30,40

c) Lançamento referente a baixa de estoque:


Abaixo serão realizados os lançamentos de reconhecimento da baixa de estoque
dos produtos vendidos bem como o custo dos mesmos para a empresa.
DIÁRIO
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

Estoque Valor referente a baixa de R$ 157,50


Porto CMV (Custo estoque e CMV referente
09/03/xx das mercadorias a venda de mercadorias
Alegre conforme NF 101.
vendidas)
R$ 157,50

Ativo Passivo
D – Clientes R$ 400,00 C – ICMS a pagar R$ 72,00
C – Estoque (R$ 157,50) C – PIS a pagar R$ 6,60
C – COFINS a pagar R$ 30,40

DRE (Demonstrativo de Resultado do


Exercícios)
C – Receita R$ 400,00
D - CMV (R$ 157,50)
D - ICMS s/ vendas (R$ 72,00)
D - PIS s/ vendas (R$ 6,60)
D - COFINS s/vendas (R$ 30,40)

12. OPERAÇÕES ENVOLVENDO JUROS E DESCONTOS

Em se tratando de juros (pagamos e recebemos) e os descontos (obtemos


e fornecemos) e, tais ações necessitam ser escrituradas contabilmente.

12.1 OPERAÇÕES ENVOLVENDO JUROS

Antes de mais nada é importante ter claro que:


Juro = Receita, para quem empresta dinheiro
Juro = Despesa, para quem toma emprestado o dinheiro.

É comum, nas empresas, o pagamento ou recebimento de juros pelo


atraso no cumprimento de uma Obrigação ou pelo atraso no recebimento de
um Direito. Portanto, podemos pagar juros ou podemos recebê-los.
Quando pagamos juros, ocorre uma DESPESA (juros passivos).
Quando recebemos juros, ocorre uma RECEITA (juros ativos)

EXEMPLOS PRÁTICOS

1° CASO: Quando nós PAGAMOS juros (Despesa).


Histórico: Pagamento em dinheiro da Duplicata n° 201/01, ao Sr. Kyromana, no
valor de R$ 1.000,00, com 2% de juros pelo atraso.
D - Duplicatas a pagar..............................................1.000,00
D - Despesa com juros passivos.............................. 20,00
C - Caixa........................................................................................1.020,00

OBS.: devemos colocar no histórico o máximo de informações a respeito do


documento que está sendo registrado.

2° CASO: Quando nós RECEBEMOS juros (Receita).


Histórico: Recebemos a duplicata n° 1.032/04, da Sra. Toplídia, no valor de R$
1.000,00 com juros de 5% pelo atraso.
C - Duplicatas a receber.................................................................1.000,00
C - Receitas com juros ativos......................................................... 50,00
D - Caixa...................................................................1.050,00

12.2 OPERAÇÕES ENVOLVENDO DESCONTOS


Podem ocorrer dois tipos de descontos: obtidos e concedidos.
Ganhamos o desconto = Desconto Obtido
Lançar valor como RECEITA,
Oferecemos o desconto = Desconto Concedido
Lançar valor como DESPESA

EXEMPLOS PRÁTICOS
1° CASO: Quando nós GANHAMOS o desconto (Receita: Descontos
Obtidos).
Histórico: Pagamento, em dinheiro, da Duplicata n° 2.051/02 à Casa Baiana, no
valor de R$ 5.000,00 com desconto de 10%.
D – Duplicatas a pagar ............................................5.000,00
C - descontos obtidos................................................................500,00
C - caixa..................................................................................4.500,00

2° CASO: Quando nós OFERECEMOS o desconto (Despesa: Descontos


Concedidos).
Histórico: Recebemos do Sr. Trello Jr, em dinheiro, a importância correspondente a
Duplicata de nossa emissão n°: 321/05, no valor de R$ 5.000,00, com 10% de
desconto.
D - Caixa...................................................................4.500,00
D - Despesa com descontos concedidos....................500,00
C - Duplicatas a receber................................................................5.000,00
AULA 7

13. RAZONETES

13.1 Introdução aos Razonetes

O Razonete é de grande utilidade no ensino didático da Contabilidade, pois,


através dele, é possível controlar o movimento de todas as Contas utilizadas na
escrituração, de maneira simplificada.
Sendo assim, para controlar o movimento das Contas, podem ser utilizados
gráficos em T, em número igual ao de Contas existentes na escrituração.
Os Razonetes são gráficos em forma de T, na parte de cima fica o nome da
conta. No lado esquerdo são lançados os valores a débito (saldos devedores) e, do
lado direito são lançados os valores a crédito (saldos credores).
Nome da conta
D C

Então:
Lado esquerdo – lado do débito
Lado direito = lado do crédito

Depois de elaborados os Razonetes, somam-se os movimentos de cada Conta,


e levanta-se o Balancete de Verificação do Razão, a fim de verificar se os lançamentos
do Livro Razão estão corretos. É um passo MUITO IMPORTANTE que não deve ser
negligenciado.
Exemplo:
Entrada de dinheiro no valor de R$ 5.000,00 (débito).
Pagamento de despesa em dinheiro, no valor de R$ 400,00 (crédito).
CAIXA

Débito Crédito

R$ 5.000,00 R$ 400,00
R$ 4.600,00

O Razonete acima representa a conta caixa com um saldo positivo (Débito).


Como anteriormente falamos, o lado esquerdo contempla os valores positivos da
empresa (débitos) enquanto que o direito os valores negativos (créditos), ou seja,
os pagamentos efetuados para fornecedores, impostos, tributos, taxas, etc.

Usa-se um Razonete para cada conta para facilitar no controle.


BANCOS
Débito Crédito
R$ 45.000,00 R$ 15.000,00

R$ 30.000,00

Na representação da conta Bancos, o saldo dessa conta será positivo (Débito)


porque se tem uma entrada (depósito de recursos) maior do que a saída (Crédito) logo
o saldo positivo da conta será de R$ 30.000,00.
O Razonete é um l i vr o razão simplificado, pois seus lançamentos são
extraídos do livro diário.

Lembr e-se que:


 Para cada movimentação, devemos lançar no mínimo duas contas, registrando um valor
a DÉBITO numa conta e o mesmo valor a CRÉDITO numa outra conta.

 Contas do Ativo sempre devem fechar saldo à debito, enquanto que contas do Passivo

e PL sempre devem fechar saldo á crédito, caso contrário rever os lançamentos.

Praticando...!
A empresa MM conta com as seguintes informações para março de 20XX:
a) Investimento inicial dos sócios na empresa em dinheiro R$ 60.000,00.

CAPITAL SOCIAL CAIXA


Débito Crédito Débito Crédito
(SI) R$ 60.000,00
(SI) R$ 60.000,00

(S) R$ 60.000,00
(S) R$ 60.000,00
S = Saldo.
(SI) = Saldo Inicial.

Nesse caso é lançado um crédito contra a conta Capital, para registrar o investimento
dos sócios e um débito na conta Caixa para registrar a aplicação do recurso já que o
investimento foi
em dinheiro.
b) Compra de um veículo a vista no valor de R$ 40.000,00.

VEÍCULOS CAIXA
Débito Crédito Débito Crédito
(b) R$ 40.000,00 (a) R$ 60.000,00 (b) R$ 40.000,00

(S) R$ 40.000,00 (S) R$ 20.000,00

Nesse caso é lançado um DÉBITO contra a conta veículos, para registrar a aquisição
desse bem, e um CRÉDITO na conta caixa

para registrar a saída do dinheiro já que o pagamento foi à vista.

c) Depósito efetuado no Banco R$ 5.000,00.

BANCO CAIXA
Débito Crédito Débito Crédito
(c) R$ 5.000,00 (a) R$ 60.000,00 (b) R$ 40.000,00
(c) R$ 5.000,00
(S) R$ 5.000,00 (S) R$ 15.000,00

Nesse caso é lançado um DÉBITO na conta Banco, para registrar


essa entrada de dinheiro via depósito, e um CRÉDITO na conta caixa
para registrar a saída do dinheiro.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
CAIXA R$ 15.000,00
BANCO R$ 5.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
VEÍCULOS R$ 40.000,00 CAPITAL SOCIAL R$ 60.000,00
TOTAL DO ATIVO R$ 60.000,00 TOTAL DO PASSIVO/PL R$ 60.000,00
14. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DO RAZÃO DE SEIS COLUNAS

É uma relação de Contas, com seus saldos devedores e credores. A soma dos
saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores.
QUADRO 8 – BALANCETE DE VERIFICAÇÃO SEIS COLUNAS
SALDO ANTERIOR MOVIMENTO DO MÊS SALDO ATUAL
CÓDIGO CONTAS
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO

SOMA TOTAL

Contas de ATIVO e DESPES AS Natureza


(CUSTOS)

Contas de PASSIVO, PL e Natureza


RECEIT AS. CREDORA

No Balancete de duas Colunas, temos a utilização de uma coluna para os


saldos devedores e outra para saldos credores (de todas as contas da empresa, sejam
elas: Patrimoniais ou de Resultado).

QUADRO 9 - EXEMPLO DE BALANCETE DE DUAS COLUNAS:

CONTAS VALOR SALDO DEVEDOR SALDO CREDOR

CAIXA 5.520,00 5.520,00


MÓVEIS & UTENSÍLIOS 1.500,00 1.500,00
MERCADORIAS 5.000,00 5.000,00
CARNÊS A RECEBER 500,00 500,00
NOTAS PROMISSÓRIAS A RECEBER 4.000,00 4.000,00
DUPLICATAS A PAGAR 500,00 500,00
CARNÊS A PAGAR 6.000,00 6.000,00
CAPITAL 10.000,00 10.000,00
JUROS PAGOS 50,00 50,00
JUROS RECEBIDOS 50,00 50,00
DESCONTOS CONCEDIDOS 30,00 30,00
DESCONTOS OBTIDOS 50,00 50,00

SOMA 16.600,00 16.600,00


Acompanhe no Material de Apoio (Apostila e vídeo-aulas)
para maiores entendimentos.

AULA 8

EXEMPLO PRÁTICO

Com base nos fatos contábeis ocorridos adiante, elabore: a)


Os lançamentos do Livro DIÁRIO.
b) Os lançamentos do Livro RAZÃO.
c) O Balancete de Verificação do Razão. (BV)
d) O Demonstrativo de Resultado do Exercício. (DRE)
e) O Balanço Patrimonial. (BP)

Em 2 de janeiro de 20X1, na cidade de Porto Alegre, RS, Alberto constituiu um negócio denominado
Sapataria São Jorge. Nesta mesma data, foi elaborado o contrato social da organização, tendo sido
constituído o capital social de $ 85.500,00.

Abaixo são apresentadas, cronologicamente, as transações comerciais realizadas pela empresa


durante o primeiro mês de vida.
03/01 – A empresa comprou sapatos para estoque, a vista, conforme NF nº 76.865 no valor de R$
18.890,00.
10/01 – Foram vendidos sapatos, conforme NF nº 000.001 para uma escola de dança, à vista, no valor
de R$ 11.890,00 com CMV de R$ 500,00.
11/01 – Foi efetuado abertura de conta no banco, com depósito no valor de R$ 1.000,00.
18/01 – Pagamento de despesa com transporte com do Banco no valor total de R$ 600, através do
cheque n 000.002.

14.1 Lançamentos do Livro Diário

DIÁRIO (1º lançamento, relativo a Constituição da Empresa) (1)


CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO $ CRÉDITO $

Constituição da Empresa
Caixa 85.500,00
Sapataria São Jorge, cuja
Porto integralização ocorreu através
Alegre 02/01/X1 de dinheiro.

Capital Social 85.500,00

DIÁRIO (2º lançamento, aquisição de material para estoque) (2)


CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO $ CRÉDITO $

Estoque Valor relativo à aquisição


de materiais para estoque, 13.742,47
à vista, conforme NF
Porto
76.865.
Alegre 03/01/X1 ICMS à recuperar
(18%) 3.400,20
PIS à recuperar
(1,65%) 311,69
COFINS à recuperar
(7,6%) 1.435,64
Caixa 18.890,00

DIÁRIO (3º lançamento, venda de mercadorias) (3)


CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO $ CRÉDITO $

Caixa Valor relativo à venda de


sapatos, conforme NF nº 11.890,00
Porto 0004 para uma escola de
Alegre 10/01/X1 dança, à vista.
Receita de vendas 11.890,00
ICMS sobre vendas
(18%) 2.140,20
ICMS à pagar (18%) 2.140,20
PIS sobre vendas
(1,65%) 196,19
PIS à pagar (1,65%) 196,19
COFINS sobre vendas
(7,6%) 903,64
COFINS à pagar
(7,6%) 903,64
CMV 500,00
Estoque 500,00
DIÁRIO (4º lançamento, abertura de conta no Banco) (4)
CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO $ CRÉDITO $

Abertura de conta da
Banco 1.000,00
empresa, com depósito no
Porto
Banco.
Alegre 11/01/X1
Caixa 1.000,00

DIÁRIO (5º lançamento, despesas com transporte) (5)


CIDADE DATA CÓDIGO CONTAS HISTÓRICO DÉBITO $ CRÉDITO $

Despesa com Valor relativo ao pagamento


transporte da despesa de transporte, via 600,00
Porto Banco.
Alegre 18/01/X1
Banco 600,00

14.2 Lançamentos do Livro Razão

CAIXA ESTOQUE
Débito Crédito Débito Crédito
(1) 85.500,00 (2) $ 18.890,00 (2) 13.742,47 (3) 500,00
(3) 11.890,00 (4) $ 1.000,00 CAPITAL SOCIAL
Débito Crédito (S) 13.242,47
(1) 85.500,00

(S) 85.500,00 COFINS RECUPERAR


/ PAGAR
(S) 77.500,00
PIS Débito Crédito
ICMS RECUPERAR/ RECUPERAR/PAGAR (2) 1.435,64 (3) 903,64
PAGAR Débito Crédito
Débito Crédito (2) 311,69 (3) 196,19 (S) 532,00
(2) 3.400,20 (3) 2.140,20
(S) 115,50
(S) 1.260,00

Lembrete: Os saldos correspondem à diferença entre os lançamentos do débito e o crédito.


RECEITA DE VENDAS CMV
Débito Crédito Débito Crédito
(3) 11.890,00 (3) 500

(S) 11.890,00 (S) 500,00

ICMS SOBRE VENDAS PIS SOBRE VENDAS


Débito Crédito Débito Crédito
(3) 2.140,20 (3) 196,19

(S) 2.140,20 (S) 196,19

COFINS SOBRE VENDAS BANCO DESPESAS COM


Débito Crédito
Débito Crédito TRANSPORTE
(3) 903,64 (4) 1.000,00 (5) 600,00 Débito Crédito
(5) 600,00
(S) 903,64 (S) 400,00
(S) 600,00

Lembrete:
Pode-se zerar as contas de resultados, criando uma conta chamada Resultado e efetuar os
lançamentos de cada conta de despesas, receitas e custos.
Também, de forma mais, pode-se efetuar a separação de Despesas e Receitas (conforme
abaixo) para apuração do Lucro ou Prejuízo. Esse valor de saldo (ou seja, a diferença) será o
mesmo constante no DRE, o qual deverá ser alocado no Balanço Patrimonial (BP).

RESULTADO
Débito Crédito
500,00 11.890,00
2.140,20
196,19
903,64
600,00

(S) 7.549,97

14.3 Balancete de Verificação

Saldo
Código Contas
Débito Crédito
Caixa 77.500,00
ICMS a recuperar/pagar 1.260,00
PIS a recuperar/pagar 115,50
COFINS a recuperar/pagar 532,00
Capital Social 85.500,00
Estoque 13.242,47
Receita de Vendas 11.890,00
Custo da Mercadoria Vendida
Bancos 400,00
Despesas com transportes 600,00
ICMS sobre vendas 2.140,20
PIS sobre vendas 196,19
COFINS sobre vendas 903,64
CMV 500,00
TOTAL 97.390,00 97.390,00
Lembrete:
O BV poderá ser em um número maior de colunas, utilizando-se por exemplo, o saldo anterior
de cada conta, os movimentos do período e o saldo final.
Nele deverá constar todas as movimentações realizadas.

14.4 Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE


ITENS DO RESULTADO VALOR ($)
1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA Receita de $ 11.890
Vendas de Mercadorias $ 11.890
2. IMPOSTOS ($ 3.240,03)
ICMS sobre vendas ($ 2.140,20)
PIS sobre vendas ($ 196,19)
COFINS sobre vendas ($ 903,64)
3. RECEITA LÍQUIDA $ 8.649,97
Custo das Mercadorias Vendidas ($ 500)
4. LUCRO BRUTO $ 8.149,97
5. DESPESAS Operacionais Despesas com ($ 600)
Transportes ($ 600)
6. LUCRO O LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 7.549,97

Atenção:
Observem que nesse demonstrativo considera-se apenas as contas de resultado, ou seja, as
despesas, os custos e as receitas movimentadas no período e que os dados são extraídos do
BV.
14.5 Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

CONTAS VALOR ($) CONTAS VALOR ($)


CIRCULANTE 93.049,97 CIRCULANTE -
Disponibilidades 77.900,00
Caixa 77.500,00
Bancos 400,00 NÃO CIRCULANTE -

Direitos Realizáveis 15.149,97 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 93.049,97


Estoques 13.242,47 Capital Social 85.500,00
ICMS a recuperar 1.260,00 Lucro do Exercício 7.549,97
PIS a recuperar 115,50
COFINS a recuperar 532,00
NÃO CIRCULANTE
-
Imobilizado
-
TOTAL DO ATIVO 93.049,97 TOTAL DO PASSIVO/PL 93.049,97

Atenção:
Observem que nesse demonstrativo considera-se apenas as contas de patrimônio, ou seja,
os bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido.
Os dados são igualmente extraídos do BV e, o resultado do DRE (lucro ou prejuízo) deverá
ser alocado nesse demonstrativo.

15. Exemplo Prático e completo - Fechamento DRE e BP - Leis


11.638/07 e 11.941/09

(+) RECEITA BRUTA 61.850,00


Receita de vendas 61.850,00
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS -8.720,00
Devoluções de vendas 4.100,00
ICMS sobre vendas 2.800,00
PIS sobre vendas 870,00
COFINS sobre vendas 950,00
(=) RECEITA LÍQUIDA 53.130,00
(-) CMV ou CSP -25.930,00
(=) LUCRO BRUTO 27.200,00
(-) DESPESAS COM VENDAS -5.675,00
Despesa com pessoal 1.220,00
Despesa com frete 2.130,00
Despesas com encargos social 1.300,00
Despesa com Aluguel 1.025,00

(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS -12.239,00


Despesa com pessoal 6.300,00
Despesa com Aluguel 1.030,00
Despesa com Mat. De expediente 3.009,00
Despesa com energia 1.900,00

(-) DESPESAS FINANCEIRAS -26.265,00


Despesa com juros 3.010,00
Desconto concedido 1.055,00
VMP (Valor Monetário Passivo) 22.200,00

(+) RECEITAS FINANCEIRAS 30.203,00


Receitas com juros 9.522,00
Descontos recebidos 3.720,00
VMA (Valor Monetário Ativo) 11.881,00
Rendimentos de Aplicações 5.080,00
(+/-
) OUTRAS REC. DESP. OPERACIONAIS 335,00
Dividendos recebidos 335,00 Equivalência patrimonial
(=) RESULTADO OPERACIONAL 13.559,00
(-) OUTRAS DESPESAS -1.500,00
Perdas de Capital 1.500,00
(+) OUTRAS RECEITAS 2.500,00
Ganho de capital 2.500,00
(=) RESULTADO ANTES DO IR E CS 14.559,00
Contribuição Social (9%) -1.310,31
Provisão de Imposto de Renda (15%) -2.183,85
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 11.064,84
(-) Debentures (10%) 1.106,48
(-) Empregados (10%) 995,84
(-) Administradores (10%) 896,25
(-) Partes Beneficiárias (10%) 806,63
(=) LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO 7.259,64

MEMORIA DE CALCULO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR


CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL = R$ 1.310,31 ( 14.559,00 * 9%)
PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA (IR) = R$ 2.183,85 ( 14.559,00 *15% )

MEMORIA DE CÁLCULO DAS PARTICIPAÇÕES


( =) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES R$ 11.064,84
( - ) Debentures R$ 11.064,84 *10% R$(1.106,48)
(-) Empregados R$ 9.958,36* 10% R$ (995,84)
(-) Administradores R$ 8.962,52 *10% R$ (896,25)
Partes Beneficiárias R$ 8.066,27 * 10% R$ (806,63)
( =) Lucro Líquido do Período R$ 7.259,64

ATIVO 271.398,00
ATIVO CIRCULANTE 96.830,00
DISPONIBILIDADE 52.020,00
Caixa 29.340,00
Banco 14.560,00
(-)
Aplicações de Liquidez Imediata 8.120,00
DIREITOS REALIZAVEIS 43.535,00
Adiantamento de viagem 0,00
PCLD -550,00
Adiantamento de viagem 5.861,00
Adiantamentos de fornecedores 4.680,00
Estoques 7.860,00
Cheques a receber 6.875,00
Clientes 12.509,00
Animais para abate 6.300,00
DESPESAS EXERCÍCIO SEGUINTE 1.275,00
Seguros pagos antecipadamente 980,00
Assinaturas pagas antecipadamente 295,00
ATIVO NÃO CIRCULANTE 174.568,00
REALIZAVEL A LONGO PRAZO 54.933,00
Títulos a receber
Depósitos Judiciais 50.350,00
Adiantamentos de diretores 4.583,00
INVESTIMENTOS 42.725,00
Participações em controladas 5.150,00
Participações outras empresas 8.300,00
Imóvel de renda 33.510,00
(-) Depreciação de imóvel de renda -4.235,00
IMOBILIZADO 63.510,00
Floresta formada 2.400,00
Máquinas e equipamentos 5.610,00
Imóvel de uso 44.135,00
Animais de tração 1.710,00
Móveis e utensílios 16.505,00
(-) Depreciação imóvel de uso -3.190,00
(-) Depreciação de móveis e utensílios -3.660,00
INTANGÍVEL 13.400,00
Marcas e patentes 13.400,00

PASSIVO 271.398,00
PASSIVO CIRCULANTE 129.293,36
Fornecedores 78.550,00
Contas a pagar 9.865,00
Energia elétrica 2.800,00
Encargos sociais a pagar 4.300,00
ICMS a pagar 6.300,00
Financiamentos 14.800,00
Telefones a pagar 1.489,00
Salários a pagar 3.890,00
Impostos a pagar (IR e C.S.) 3.494,16
Participações 3.805,20
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 47.220,00

Fornecedores a longo prazo 26.780,00


Alugueis recebidos antecipadamente 6.800,00
Financiamentos a longo prazo 13.640,00
PL 94.884,64
CAPITAL SOCIAL 47.700,00
Capital Subscrito 55.000,00
Capital a integralizar -7.300,00
RESERVA DE CAPITAL 13.155,00
RESERVA DE LUCROS 34.029,64
Reserva de lucros a realizar 8.510,00
Reserva Legal 2.300,00
Reserva estatutária 2.950,00
Reserva de Contingência 7.745,00
Reserva de Reavaliação 5.265,00
Lucros acumulados 7.259,64

16. AS DEMONSTRAÇÕES COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO

16.1 Considerações Iniciais

Gerir uma organização, independentemente de ser com ou sem fins lucrativos,


requer do gestor habilidades sobre a interpretação dos dados disponibilizados pela
contabilidade. Com a perfeita avaliação dos dados contábeis, permite que o gestor
tome as decisões adequadas ao sucesso empresarial, seguindo ou mudando suas
estratégias predeterminadas.
Os demonstrativos contábeis, em especial na figura do Balanço Patrimonial, que
vem a ser o patrimônio existente na organização, e o Demonstrativo de Resultado do
Exercício, que mostra qual o resultado, de lucro ou prejuízo, obtido pela empresa,
oportuniza que o gestor verifique possíveis desvios de objetivos estabelecidos e atua
de forma pontual na solução dos problemas porventura existentes.

16.2 Estruturas das Demonstrações Contábeis


Se observarem com detalhe, tanto o Balanço Patrimonial (BP) como o
Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) apresentam estruturas que facilitam
a análise e a respectiva comparação com períodos anteriores.
Balanço Patrimonial: como visto em aulas anteriores, esse demonstrativo é a
representação sintética dos elementos que formam o patrimônio da organização, que
se modificam durante a vida da empresa, evidenciando a situação financeira da
organização, sendo dividido em três partes, conforme abaixo:
ATIVO PASSIVO

São os compromissos assumidos pela


empresa perante terceiros.

Exemplo de contas:
Recursos de
a) FORNECEDORES Terceiros
São os Bens
 Disponibilizam matéria-prima ou mercadoria Fontes
disponíveis para
Externas
Uso e os Direitos de para revenda para a empresa.
Créditos Realizados
pela Empresa. Mais b) EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS
teoricamente diz-se  Aquisição de recursos financeiros em
que o Ativo Bancos.
comporta
elementos com
expectativa de PATRIMÔNIO LÍQUIDO
realização futura. São as
São as
Origens ou
aplicações de
Fontes de
recursos Exemplo de contas: São os Recursos Existentes na Recursos
financeiros
Empresa. Financeiros
a) CLIENTES A Decorrentes dos investimentos dos
RECEBER sócios, das reservas de recursos e RECURSOS
 Valores dos lucros auferidos pela empresa. PRÓPRIOS -
decorrentes das EX.: Fontes
vendas realizadas
pela empresa. Internas
a) CAPITAL SOCIAL:
Investimentos financeiros realizados
b) VEÍCULOS
pelos sócios.
 a serem utilizados
pela empresa.
b) RESERVA DE CAPITAL:
Recursos guardados pela empresa,
para eventuais necessidades.

c) LUCRO DO EXERCÍCIO: é o
valor que sobrou da operação total da
empresa.
As contas do Balanço Patrimonial são classificadas e agrupadas de maneira a
facilitar a análise financeira da organização. Essas análises são realizadas através da
relação do grupo de contas do ATIVO com as contas do grupo do PASSIVO e do
PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

16.2.1 Demonstrativo de Resultado do Exercício - DRE


Esse demonstrativo é elaborado com a finalidade essencial, como o próprio
nome sugere mostrar o resultado obtido pela organização em determinado ano
(exercício social).
Sua estrutura é muito interessante, pois através dela podemos identificar e
avaliar o desempenho econômico da empresa ou, em outras palavras, como se
chegou ao resultado obtido pela organização, em determinado exercício social.
Facilitando, sobremaneira, a identificação pelo gestor de quais os elementos
operacionais (receitas, custos e despesas) que contribuíram para a formação do
resultado, que pode ser positivo ou negativo, atingido pela organização.
A equação fundamental para o entendimento do DRE:

𝐑𝐄𝐒𝐔𝐋𝐓𝐀𝐃𝐎 = (𝐑𝐄𝐂𝐄𝐈𝐓𝐀𝐒 − (𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎𝐒 + 𝐃𝐄𝐒𝐏𝐄𝐒𝐀𝐒))

A contabilidade de custos integra a contabilidade gerencial, como norteador dos


dispêndios financeiros que acontecem na empresa, principalmente nas indústrias.
Nesse sentido, se faz necessário abordarmos algumas noções de análises
econômico-financeira.

17. Análise Econômico-Financeira

Esse processo envolve as análises dos demonstrativos financeiros da empresa,


para fins de monitorar sua “saúde financeira”.

17.1 Análise Financeira


Também conhecido como ANÁLISE DE SOLVABILIDADE2 é o meio pelo qual os
gestores identificam, através dos INDICADORES FINANCEIROS, qual a capacidade
que a organização possui em honrar ou não seus compromissos (PASSIVO)
assumidos com terceiros.
Para se realizar os estudos desses indicadores financeiros é fundamental
relacionarmos os grupos, as classificações ou subgrupos de contas do ATIVO com os

2 SOLVABILIDADE – Termo de origem francesa “solvabilité”. O mesmo que solvibilidade é a


relação existente entre Capitais Próprios e de Terceiros aplicados em uma organização, quanto maior
a participação de capitais próprios maior será a solvência da empresa. Em finanças usa-se o termo
para indicar que a empresa tem capacidade de pagamento de suas dívidas assumidas com terceiros.
grupos, as classificações e subgrupos de contas do PASSIVO ou PATRIMÔNIO
LÍQUIDO.
Dessa forma podemos afirmar que o Balanço Patrimonial é a principal fonte de
informações para a elaboração do estudo da Análise Financeira de uma organização,
pois são os dados deste demonstrativo que sustentam os cálculos efetuados.
Tais estudos e formulações serão mais aprofundados nas disciplinas específicas
sobre o respectivo assunto, inclusive estudando casos práticos sobre a análise
financeira.

17.2 Análise Econômica


Essa análise tem por finalidade avaliar qual a capacidade que a organização
possui para gerar lucro ou desempenho positivo, em determinado exercício social.
Muito embora se utilize dados existentes no Balanço Patrimonial, o
Demonstrativo de Resultado do Exercício que é a principal fonte de informações para
se efetuar o estudo da Análise Econômica de uma organização.
A Análise Econômica permite estabelecermos as relações necessárias para a
obtenção da:
 Lucratividade – permite ao gestor identificar as várias formas e maneiras de
se avaliar os lucros que foram atingidos pela organização em determinado período,
verificando qual foi o desenvolvimento dos lucros no período avaliado e qual a
tendência de resultados da empresa para exercícios sociais futuros.
 Rentabilidade – a principal finalidade deste estudo será avaliar o desempenho
econômico ou o retorno que foi obtido no exercício social pela organização. A
referência será o lucro final atingido pela empresa comparando com os principais
patrimônios existentes na empresa, bem como aos recursos investidos pelos
principais investidores.
 Taxa de Retorno sobre o Investimento – esse estudo visa demonstrar o
retorno que a organização oportunizou aos principais investidores de capitais na
empresa, considerando essencialmente o lucro operacional, ou seja, aquele
relacionado diretamente com o negócio ou sua atividade fim.
17.3 Análise Vertical
Usualmente conhecido também como ANÁLISE DE ESTRUTURA oportuniza ao
gerente saber qual a participação, em termos percentuais, de cada conta, grupo ou
subgrupo de contas patrimoniais ou de resultados, em relação ao total ao qual faz
parte.
Essa análise facilita ao gestor identificar os principais componentes
organizacionais, constantes no Demonstrativo de Resultado do Exercício, que
influenciaram no resultado obtido pela empresa em determinado período.

17.4 Análise Horizontal


Essa análise visa demonstrar o desempenho evolutivo ou não, em termos
percentuais, das contas, grupos e subgrupo de contas, sejam patrimoniais ou de
resultados, ocorridas em determinado período de tempo.
Esse instrumento de gestão permite, ainda, que o gerente visualize as tendências
de direcionamento futuro da organização, oportunizando a correção de eventuais
desvios dos objetivos propostos pela cúpula diretiva da empresa.

Considerações Finais

Em resumo as análises Econômico-Financeiras das demonstrações contábeis


oferecem aos gestores meios de reavaliar ou mudar o negócio realinhando de acordo
com as estratégias estabelecidas pelos administradores da organização.
Além disso, elas facilitam a avaliação dos Administradores sobre o seu
desempenho bem como de seus gerentes no exercício de suas funções profissionais,
além de permitir a tomada de decisão dos atuais e/ou futuros investidores de recursos
financeiros no desenvolvimento da empresa.

REFERÊNCIAS

IUDÍCIUS, Sergio. Contabilidade. Ed. Atlas, São Paulo.


LOPES DE SÁ, A. et ali. Dicionário de Contabilidade. São Paulo/1995. 9ª edição.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. São Paulo/1999 - Editora Saraiva.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Comercial Fácil. São Paulo/2009.16ª edição – Editora
Saraiva.
SANTOS, José Luiz; SCHMIDT, Paulo. Introdução à Contabilidade. São Paulo/2011. 2 ª
edição – Editora Atlas.
VIEIRA, Ignara, & WÜNSCH, Paulo. Apostila de Contabilidade. 2ª Edição. Revisão 2013.
Contabilidade. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br> Acesso em:
jan/2013.
http://www.portaldoempreendedor.gov.br/legislacao/sociedade-empresaria-limitada
https://www.sefaz.rs.gov.br/site/montaduvidas.aspx?al=l_icms_faq
http://www.rs.gov.br/conteudo/224785/novas-aliquotas-de-icms-sao-decisivas-ao-equilibriofiscal-
do-estado

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