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O MODERNISMO

Surge no século XX, novas maneiras de revelar a realidade. A literatura toma

vários caminhos revolucionários. Nasce o Modernismo, um dos mais fecundos e soberbos

movimentos literários do Ocidente.

Há várias manifestações modernistas, comecemos por falar do Hermetismo, em

que o poeta busca ser claro, diferente do hermetismo dos simbolistas.

O Futurismo foi que provocou primeiramente as agitações culturais. Surge

através do Manifesto do Futurismo, que propõe: uma poesia voltada para a revolução;

exaltação da agressividade; a velocidade; ruptura com o passado; a guerra etc. É este

primeiro manifesto que causa maior indignação.

Aparece também o Cubismo, que tem sua maior realização nas artes plásticas.

Devido à sua forte influência sobre a nova estética, o Cubismo foi logo atribuído à

literatura, cujas características são: procura da verdade centrada na realidade pensada e não

na aparente; a obra de arte deve bastar-se a si mesma; eliminação do anedótico e do

descritivo; preocupação com o presente etc.

Como manifestação modernista temos ainda o Dadaísmo, apresentando:

tentativa de demolição; abolição da lógica; total liberdade da criação; criação de uma

linguagem nova e inusitada; antigramaticalismo etc. O Dadaísmo foi um movimento de

protesto.

Por último, o Surrealismo. O Surrealismo também apresentou seus manifestos.

Suas propostas: conflito entre a vida vivida e a vida pensada; desejo de redenção

psicológica, social e universal do ser humano; ilogismo; valorização do inconsciente etc.


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Após conhecermos as manifestações modernistas, vejamos o Modernismo em

Portugal. O primeiro grupo modernista no referido país aparece em meio às revistas:

Orpheu, Portugal Futurista e Athena. Os maiores representantes foram Mário de Sá

Carneiro e Fernando Pessoa. Podemos citar ainda: Antônio Boto, Raul Leal, Mário Saa,

Almada Negreiros. Outro grupo se formou em torno das revistas: A Águia e Revista de

Portugal. Aqui aparecem os nomes de José Régio, Vitorino Nemésio, Adolfo Casais

Monteiro, Miguel Torga, Carlos Queirós, Branquinho da Fonseca.

A agitação espiritual que tomou conta de Portugal e de toda Europa, repercutiu

no Brasil.

Vivia-se um clima de inconformismo. A revolução era inevitável e traria a

mesma renovação artística da Europa; uma série de fatores contribuíram para isto, entre

eles a Semana de Arte Moderna. Inicialmente a reação não foi violenta, porém quando o

movimento começa a firmar-se é que torna-se forte.

A insatisfação no meio artístico era geral. Foi justamente do encontro e da

consciência de insatisfações, que nasceu o modernismo brasileiro. Necessitava-se de algo

novo, de uma ruptura de barreiras; que só poderia ser conseguida pelo esforço coletivo.

Exatamente assim, que surgiu o Modernismo.

O público não compreendeu, escandalizou-se, irritou-se. Depois as “novidades”

despertaram para algo que paulatinamente iria se impor com suas próprias características,

revelando a realidade brasileira.

Era preciso o impacto para que houvesse a mudança. O Brasil estava

mergulhado no comodismo e indiferença e nas idéias pré-estabelecidas pelos políticos. Os

modernistas vieram para dizer “não” a tudo isso.


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Assim, a nova estética se mostra contra o passado; contra a eloqüência, a

oratória, o hieratismo parnasiano; contra o tradicionalismo; contra os tabus e preconceitos.

Aos poucos, o grupo que formara-se para a Semana de Arte Moderna, em 1922,

vai desagregando-se. Pois, após atingirem os objetivos, cada um seguiu o seu caminho.

Apareceram, portanto, algumas correntes com suas próprias características, teorias e

representantes.

Alguns escritores não se filiaram a qualquer grupo ou corrente, foram

independentes, como Manuel Bandeira, Jackson Figueiredo, Tristão de Athayde, Sérgio

Milliet, Rubem Borga de Morais, Prudente de Morais Neto (revista Estética), Rodrigo

Mello Franco de Andrade (Revista do Brasil).

Podemos considerar que o Modernismo no Brasil passou por três fases: 1ª –

1922 a 1930; 2ª – entre 1930 a 1945 e a 3ª – entre 1945 e a atualidade.

A partir da Semana de Arte Moderna, percebeu-se a grande importância do

movimento modernista para a literatura brasileira, que pôde ser entendida como tal.

As manifestações contemporâneas são: o Concretismo, que centraliza-se na

palavra entendida como “coisa”; a Literatura-práxis, surgida da ruptura no grupo

concretista, aparecendo a “palavra-energia” e o Movimento do Poema-processo, que traz

uma nova linguagem, baseada no poema sem palavras.

Mesmo diante de todas as manifestações, a literatura atual vive uma hora de

transição. Não só o Brasil como o mundo passa por muitas mudanças, é o progresso, é a

tecnologia, a quebra de tabus, as crises da juventude, as guerras etc, que deixam em aberto

na literatura a sua nova estruturação.

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