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SUBDOMÍNIO D1

Desenvolvimento económico, relações sociais e poder


político nos séculos XII a XIV
SUBDOMÍNIO D1 | Desenvolvimento económico, relações sociais
e poder político nos séculos XII a XIV

Entre o século XII e o início do século XIV,


verificou-se um aumento da população europeia
devido a vários fatores.

Clima de paz
Aumento da Diminuição da
Progressos técnicos produtividade fome e das
agrícola epidemias
Melhorias climáticas

AUMENTO DA
POPULAÇÃO
O DINAMISMO DO MUNDO RURAL NOS SÉCULOS XII E XIII

HISTÓRIA | 7.° ANO


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e poder político nos séculos XII a XIV

O crescimento demográfico permitiu


não só a expansão da população
europeia para zonas até aí desertas,
mas também um alargamento das
áreas cultivadas, através das arroteias.

O DINAMISMO DO MUNDO RURAL NOS SÉCULOS XII E XIII

HISTÓRIA | 7.° ANO


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e poder político nos séculos XII a XIV

Os arroteamentos foram acompanhados


por um conjunto de inovações e pela introdução
de novas técnicas agrícolas, Reconstituição
de um ferreiro.

que permitiram aumentar as colheitas:

→ utilização de ferro nos instrumentos agrícolas, como o arado e a


charrua;
→ introdução do moinho de vento e de água para a moagem dos
cereais;

→ aperfeiçoamento das técnicas de rega, como a nora e os canais


de irrigação, e melhoria na adubação dos campos;

→ introdução do afolhamento trienal.

O DINAMISMO DO MUNDO RURAL NOS SÉCULOS XII E XIII

HISTÓRIA | 7.° ANO


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A partir do século XI os transportes terrestres, marítimos


e fluviais conheceram também algumas melhorias.

Nos transportes terrestres, destacam-se:

→ a utilização da ferradura nos cascos dos


animais;
→ a atrelagem em fila dos cavalos e bois, que
aumentava a sua capacidade de tração;
→ a adoção da coelheira, que permitia aos
cavalos fazerem esforço sem lhes dificultar a
respiração.

Atrelagem
O DINAMISMO DO MUNDO RURAL NOS SÉCULOS XII E XIII em fila.

HISTÓRIA | 7.° ANO


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e poder político nos séculos XII a XIV

Os progressos
A partir do séculotécnicos e o desenvolvimento
XII, os mercados dos
e as feiras tornaram-se
nostransportes contribuíram
principais locais para europeu.
de comércio a
reanimação da atividade comercial na Europa.

MERCADOS
Locais ou regionais, eram frequentados por
habitantes das localidades próximas, para
venderem os seus excedentes e
comprarem os bens de que necessitavam.

ano.
Mercado urb rtas ao público, as
abe
Com as lojas cidades eram muito
mas
ruas de algu
itorescas.
coloridas e p

A PASSAGEM DE UMA ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA


PARA UMA ECONOMIA URBANA

HISTÓRIA | 7.° ANO


SUBDOMÍNIO D1 | Desenvolvimento económico, relações sociais
e poder político nos séculos XII a XIV

A partir do século XII, os mercados e as feiras tornaram-se


nos principais locais de comércio europeu.

e.
d e um almocrev
Recon stitu iç ão
va m d e terr a em terra a
Os almocrev
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a
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ão ALMOCREVES
vender os se o L it
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oral e tinham cias.
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entre o Inte o de notí
p o rt an te n a transmissã O comércio interno era também
papel im
assegurado pelos almocreves, que
transportavam mercadorias entre as
diferentes regiões, utilizando animais de
carga.

A PASSAGEM DE UMA ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA


PARA UMA ECONOMIA URBANA

HISTÓRIA | 7.° ANO


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e poder político nos séculos XII a XIV

A partir do século XII, os mercados e as feiras tornaram-se


nos principais locais de comércio europeu.

FEIRAS
Constituíam grandes acontecimentos.
Ofereciam uma enorme variedade de
produtos e atraíam mercadores de várias
localidades europeias.

lo XIV)
d e L e n d it, França (sécu
Feira possível
o c en tr o d a imagem, é a
N
liz a r o B isp o a abençoar
visua
feira.
realização da

A PASSAGEM DE UMA ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA


PARA UMA ECONOMIA URBANA

HISTÓRIA | 7.° ANO


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e poder político nos séculos XII a XIV

A partir do século XII, os mercados e as feiras tornaram-se


nos principais locais de comércio europeu.
Carta de feira da Covilhã (1260)
Afonso, pela graça de Deus rei de Portugal, a todos os do
CARTAS DE FEIRA
meu reino e de todos os outros reinos (…) que esta carta
virem, saúde. Sabei que mando fazer uma feira em cada ano Em Portugal, as fontes históricas registam a
na minha vila da Covilhã pela festa de Santa Maria de agosto existência de feiras desde o século XII.
e mando que essa feira dure oito dias (…). Todos que vierem
a esta feira por conta própria, para vender ou para comprar, Os monarcas portugueses incentivaram a
fiquem seguros na ida e na volta, que não se penhoram no sua criação através de cartas de feira, nas
meu reino por qualquer dívida desde o oitavo dia antes de quais eram estabelecidos os dias da sua
começar a feira até trinta dias depois, a não ser por dívida realização e os direitos e obrigações dos
que for feita em dinheiro na dita feira. feirantes.
Chancelaria de D. Afonso III (adaptado)

A PASSAGEM DE UMA ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA


PARA UMA ECONOMIA URBANA

HISTÓRIA | 7.° ANO


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O ressurgimento económico permitiu a reanimação das


cidades, o aparecimento de novos ofícios e de um novo
grupo social, associado ao burgo: a burguesia.

BURGUESES
e d e Fle ur s , França p as s ou a atrair
Cidad c id ad e
Dedicavam-se,
além d os b urgueses, afundamentalmente,
d as d ificuldades d
o ao
Para q u e fug ia m
comércio oneses, ofíciosau(artesanato).
muitos campe aos , a s s im , um mento da
cou-se u em
campo. Verifi a, parte da qual se instalo
rban
população u o burgo, centro urbano na
Habitavam
Idade s novos.
burgoMédia.

O aumento da população urbana


obrigou à construção ou
ampliação de novas muralhas, de
modo a oferecer proteção e defesa
aos seus habitantes.
A PASSAGEM DE UMA ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA
PARA UMA ECONOMIA URBANA

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e poder político nos séculos XII a XIV

Durante a Reconquista,
os reis portugueses doaram senhorios
à nobreza e ao clero.

Senhorios laicos ou honras Senhorios eclesiásticos ou coutos

Norte do país Centro e Sul do país

Podemos afirmar que, durante o processo da Reconquista,


o poder senhorial se foi reforçando e ganhando autonomia.

OS SENHORIOS E OS CONCELHOS EM PORTUGAL

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SUBDOMÍNIO D1 | Desenvolvimento económico, relações sociais
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Senhorios laicos ou honras Senhorios eclesiásticos ou coutos

Norte do país Centro e Sul do país

OS SENHORIOS E OS CONCELHOS EM PORTUGAL

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Ao longo dos séculos XII e XIV,


sobretudo por iniciativa régia, foram
criados inúmeros concelhos.

CONCELHOS

Comunidades socialmente hierarquizadas


de homens livres, chamados vizinhos, com
autonomia administrativa e jurídica e, em
alguns casos, fiscal.

Distribuição dos
concelhos na
Idade Média.

OS SENHORIOS E OS CONCELHOS EM PORTUGAL

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Ao longo dos séculos XII e XIV, foram


criados inúmeros concelhos, Carta de foral da Covilhã (1186)
sobretudo por iniciativa régia. Eu, o rei D. Sancho, e minha mulher, rainha D. Dulce,
queremos restaurar e povoar Covilhã. Ordenamos que duas
CONCELHOS
partes dos cavaleiros vão ao fossado [serviço militar] do rei
(…). E quem a ele não for pagará cinco soldos.
Eram criados através de cartas de foral, O que tiver um casal, uma junta de bois, quarenta ovelhas e
concedidas pelos reis ou pelos senhores, duas camas deve comprar cavalo (…).
que reconheciam um concelho e Os de fora da vila paguem portagem: de panos de lã, um
estabelecia a sua administração, definindo soldo; de carneiro, três mealhas [moeda de cobre].
os direitos e deveres dos seus moradores. (…) Os servos que habitarem na vila durante um ano fiquem
livres. (…)
Carta de foral da Covilhã (adaptado)

O selo era um dos símbolos


OS SENHORIOS E OS CONCELHOS EM PORTUGAL do poder local.

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Para limitar o poder dos nobres e dos clérigos,


a Coroa portuguesa tomou várias medidas, introduzidas
lentamente e sempre com a resistência dos senhores.

D. Afonso II (1211-1223)

Das medidas que tomou durante o seu


reinado, destaca-se a publicação das Leis
Gerais, destinadas a acabar com os abusos
senhoriais.

O FORTALECIMENTO DO PODER RÉGIO

HISTÓRIA | 7.° ANO


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Para limitar o poder dos nobres e dos clérigos,


a Coroa portuguesa tomou várias medidas, introduzidas
lentamente e sempre com a resistência dos senhores.

D. Afonso III (1238-1279)

A administração
Publicou a Lei dascentral foi reestruturada:
Almotaçarias, fixando os
asalários
Cúria eRégia deu origem ao Conselho do
os preços.
Rei (assembleia consultiva com elementos
escolhidos
Promulgou aspelo rei)
Inquirições e às emCortes
Gerais todo
(assembleia de carácter
reino, para averiguar consultivo,
a situação dos
convocada
senhorios eapenas pordo
das terras motivos gerais, tais
rei, obrigando ao
como decidir
confisco a paz ou
de todos osa que
guerra).
tivessem sido
ocupados ilegalmente e confirmando os
que eram válidos (Confirmações).
O FORTALECIMENTO DO PODER RÉGIO

HISTÓRIA | 7.° ANO


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Para limitar o poder dos nobres e dos clérigos,


a Coroa portuguesa tomou várias medidas, introduzidas
lentamente e sempre com a resistência dos senhores.

D. Dinis (1279-1325)

Promulgou as Leis de Desamortização, que


proibiam o clero de herdar bens de outros
clérigos e de ordens religiosas, bem como
de comprarem bens imobiliários, para não
se retirarem impostos à Coroa.

O FORTALECIMENTO DO PODER RÉGIO

HISTÓRIA | 7.° ANO


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O dinamismo comercial que se fez sentir na Europa


durante o século XIII e inícios do século XIV originou o
desenvolvimento de uma complexa rede comercial.

GRANDES CENTROS COMERCIAIS EUROPEUS


França Norte da Flandres Liga
Itália Hanseática
Em especial, Génova, Com Cidades
as cidades Veneza, destaque alemãs, como
da região de Milão e para a Lubeque e
Champagne. Florença, cidade de Hamburgo.
cidades Bruges.
entre o
Vinha na região de Ch
Ocidente e o ampagne (atualidade
).
Oriente.

ÁREAS E ROTAS DO COMÉRCIO EUROPEU Ven


Haez
mb urg
a (a
Bruges tuoal(atuale)ida
idad
(atualidade).. de).
NOS SÉCULOS XIII E XIV

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Com o desenvolvimento do comércio à


distância e com o ressurgimento
da economia monetária, surgiram mulher
bs.ista e a sua e avaliavam as
O c am
novos meios de pagamento. ir o
Banque istas pesavdaomvolume de
Os camb m o eleva
Surgiramdacsodos dif. eEremnpteres stpaavísaems.
moe iais
trocas comerc a do pagamento de
troc
dinheiro em
juros.

Letra de câmbio

Espécie de cheque que facilitava os


pagamentos e evitava o transporte de
grandes somas de dinheiro.

ÁREAS E ROTAS DO COMÉRCIO EUROPEU


NOS SÉCULOS XIII E XIV

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No século XIII, Lisboa passou a ser


escala de uma das mais importantes
rotas marítimas da época.
→ A sua localização geográfica foi determinante Vista geral de
Lisb oa (atualidade)
.
para que os seus portos se tornassem locais de
passagem para barcos que asseguravam o comércio IMPORTAÇÕES
• Vinho
entre o Sul e o Norte.
• Azeite
→ Eram muitos os comerciantes estrangeiros que • Cortiça
• Tecidos
afluíam à cidade e aí se estabeleciam com os seus • Frutos secos
• Metais
negócios. • Sal
• Armas
Hora
→ Portugal mantinha relações comerciais, sobretudo •
do DESAFIO!
Madeira
com o Norte da Europa, a Itália e o Norte de África. EXPORTAÇÕES • Especiarias

ÁREAS E ROTAS DO COMÉRCIO EUROPEU


NOS SÉCULOS XIII E XIV

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1. Nos séculos XII e XIII, o aumento da produção agrícola deveu-se…

a) à fuga da cidade para os campos.

b) à expansão da área agrícola e às inovações técnicas.

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2. Um dos progressos técnicos registados na agricultura foi a utilização…

a) da madeira nos instrumentos agrícolas.

b) do ferro nos instrumentos agrícolas.

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3. O clima de paz que se vivia na Europa e o aumento da produtividade


agrícola permitiu…

a) o aumento da população.

b) a diminuição da esperança média de vida.

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4. A partir do século XII, assistiu-se…

a) ao crescimento dos núcleos urbanos.

b) ao crescimento das aldeias.

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5. Em Portugal, os reis incentivaram a criação e organização de feiras


através de…

a) cartas francas.

b) cartas de feira.

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6. Ao longo dos séculos XII e XIV, sobretudo por iniciativa régia, foram
criados inúmeros concelhos através de…

a) cartas francas.

b) cartas de foral.

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7. Os senhorios que pertenciam à nobreza designavam-se…

a) senhorios eclesiásticos ou coutos.

b) senhorios laicos ou honras.

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8. As Inquirições foram inquéritos realizados no processo de


fortalecimento…

a) do poder da nobreza.

b) do poder régio.

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9. Os principas centros de comércio da Europa eram…

a) a França, a Itália e a Flandres.

b) Portugal, a Inglaterra e a Espanha.

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10. Entre os séculos XII e XIV, Lisboa era…

a) uma cidade economicamente atrasada, à


margem do comércio europeu.

b) um importante e dinâmico ponto de passagem


do comércio europeu.

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Próxima apresentação multimédia:


Subdomínio D2
A cultura portuguesa face aos modelos europeus

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