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A CULTURA DA CATEDRAL

A Europa das cidades


A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Situação de paz e estabilidade política;


 Melhoria climática;

 Progressos técnicos na agricultura;


A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII
 Melhores condições agrícolas:
- maior aproveitamento dos solos;
- melhor alimentação;
- aumento da produtividade;
- excedentes de produção.

 Progressos:
- Arroteamentos;
- Afolhamento trienal;
- Uso do ferro;
- Utilização de moinhos de vento ou
água;
- Técnicas de irrigação;
- Adubagem de terras;
- Atrelagem em fila de bois e cavalos.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Aumento demográfico;
 Maior dinamismo comercial e
artesanal:
- Surgem as feiras (Feiras de
Champagne).
- Em Portugal, as feiras francas são
instituídas por D. Dinis.
- São fonte de receita (impostos).
 Melhoria das condições de vida da
população.
RESSURGIMENTO DAS CIDADES LIGADO AO COMÉRCIO
RESSURGIMENTO DAS CIDADES: A LIGAÇÃO COM O
COMÉRCIO

 Onde nascem as cidades?


- Nas rotas comerciais, entre o Oriente e a
Europa Ocidental;
- Portos do mar Mediterrâneo, Atlântico ou
Báltico;
- Confluência dos caminhos de peregrinação;
- Percursos dos Cruzados.

 Cidades que se tornaram importantes


centros comerciais:
- Itália: Veneza, Génova, Milão e Florença;
- Flandres: Bruges e Gand;
- França: Paris e Marselha;
- Inglaterra: Londres, Bristol e Iorque;
- Alemanha: Frankfurt e Nuremberga.
RESSURGIMENTO DAS
CIDADES
O RESSURGIMENTO DAS
CIDADES
 Cidades transformam-se em importantes
centros manufatureiros e de indústrias
Comerciante de especiarias artesanais.
 É necessário organizar os ofícios e gerir o
exercício das profissões.
 Surgem as guildas (corporações de ofícios):
- Organizadas, hierarquicamente, em
mestres, oficiais e aprendizes;
- Membros pagavam quantia regularmente;
- Gerem as atividades laborais;
- Representam e defendem os interesses dos
seus artesãos e comerciantes;
- Exercem influência junto do poder político
e financeiro.
O RESSURGIMENTO DAS
CIDADES

 O que faziam as Guildas?


Fabricantes de vinhos
- Regularizar as atividades;
- Evitar a concorrência;
- Manter a qualidade dos produtos;
- Zelar pelos interesses dos trabalhadores daquele
ofício;
- Manter o trabalho eficiente e produtivo;
- Proteção;
- Prestar auxílio às famílias: pagar funerais de
membros da Guilda ou apoiar as suas famílias.
O RESSURGIMENTO DAS
CIDADES

Guilldhall de Londres  O que ganhavam os membros da


Guilda?
- Mantinham a confiança do público nos
seus produtos;
- Podiam controlar a concorrência;
- Isentos de impostos locais;
- Proteção;
- Não trabalhar em feriados religiosos;
- Não trabalhar depois do anoitecer;

 Mulheres não podiam ser membros das


guildas.
EUROPA NOS SÉC. XII-XIII: ECONOMIA

 Cidades tornam-se centros


comerciais e financeiros;
 Nasce uma economia de mercado;
 Existe movimentação de produtos e
circulação de moeda;
 Surgem os bancos que recebiam
depósitos de moeda e faziam
empréstimos;
 Surgem os cambistas que trocavam
moedas nas feiras por cheques e
letras de câmbio;
A EUROPA DOS SÉC. XII-XIII
 Acumulação de riqueza por
produtores, comerciantes e
banqueiros origina a burguesia;
 Burguesia – habitantes do burgo;

 Defendem a liberdade pessoal, o


livre comércio;
 Adquirem grande poder económico;

 Tornam-se cultos, privilegiados, e


adquirem estatuto social.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII
 As cidades e a sua origem:
- Cidades reais;
- Cidades episcopais;
- Cidades livres (administravam-se a si
próprias).

 Cidades são o berço da cultura


moderna.
 Frequentemente governadas por
nobres.
 Patrícios lutavam com as
organizações de ofícios pelo governo
da cidade.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 O crescente desenvolvimento económico


e financeiro dos burgos desencadeou a
luta pela sua autonomia política em
relação aos senhores feudais.
 Época de grande crescimento urbanístico
e de afirmação das cidades.
 Como se podiam tornar autónomas:
- Compra da carta de Franquia;
- Pagamento o rei;
- Através da guerra.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 As cidades eram sempre espaços


fechados.
 Casas agrupavam-se em ruas
estreitas.
 As ruas circundam uma praça, espaço
livre dentro do recinto amuralhado.
 Como se desenvolvem?
- Umas organicamente, com ruas
sinuosas, em volta dos edifícios mais
importantes;
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Espaços mais importantes da cidade:


- A praça é o local central para todos os
momentos principais da cidade, onde se
encontram os principais edifícios bem
como o mercado, as lojas e oficinas.

- A Comuna (Câmara Municipal);


- A Catedral

 Edifícios eram o símbolo do orgulho


cívico e a imagem do poder e riqueza
da cidade.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Origem na palavra “cathedra”;


 Igreja do bispo;
 Orgulho da cidade e habitantes;
 Evidencia o poder da cidade;
 Centro da autoridade espiritual (símbolo do
poder dos bispos);
 Centro do poder temporal

(Burguesia financia a sua construção).

Catedral de Colónia
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Cidades são os principais polos


dinamizadores de toda a sociedade.
 Nelas se desenvolvem um conjunto de
atividades artesanais, comerciais e
financeiras e são o centro da vida
política, social e cultural.
 Fora das muralhas cresciam os
arrabaldes.
 Os campos que a circundam forneciam
os alimentos frescos aos seus
habitantes.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Características destas cidades:


- Casas feitas com maus
materiais;
- Falta de esgotos;

- Humidade;

- Falta de água canalizada;

- Sem recolha de lixos.


A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 A configuração radioconcêntrica e
fechada das cidades era vista
como o simbolismo do Universo.
 Funções da cidade:
- Económica;
- Política;
- Lúdica: cerimónias laicas (saraus,
torneios, justas e cortejos) e
religiosas (procissões, casamentos
reais)
A EUROPA DOS SÉC. XII-
XIII

 Arquitetura das Comunas e residências


privadas seguiu a morfologia das
catedrais.
 Baseava-se em linhas verticais dirigidas
para o céu.
 As Comunas distinguiam-se, no centro
da cidade, pela elevação das suas torres.
 Serviam para simbolizar o poder cívico
e tinham uma função de vigilância.

Florença, Itália
A EUROPA DOS SÉC. XII- XIII:
A BIOGRAFIA
PÁG. 218

Dante Alighieri (1265-1321)

 Considerado um dos maiores poetas


de todos os tempos.
 Nasce de uma família burguesa de
Florença.
 Têm uma educação erudita, onde
estuda os clássicos.
 Conviveu com alguns dos mais cultos
e ilustres da cidade.
A EUROPA DOS SÉC. XII- XIII:
A BIOGRAFIA
PÁG. 218

Dante Alighieri (1265-1321)  Apaixona-se por Beatriz Portinari, que


desempenha um papel primordial na sua
obra.
 Dedica-se a uma intervenção política na
sua cidade.
 Pertenceu à Comuna de Florença,
pertenceu aos “Seis principais” que
governavam a cidade e foi embaixador
da mesma em San Gimignano.
A EUROPA DOS SÉC. XII- XIII:
A BIOGRAFIA
PÁG. 218

 Em Ravena conclui a “Divina


Dante Alighieri (1265-1321) Comédia”:
- Relata uma visão onde faz uma viagem
ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso;
- Personagens: Dante, Beatriz e Virgílio.
- Cada estrofe tem três versos e cada parte
tem 33 cantos.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII - UNIVERSIDADES

 Universidades são centros culturais


urbanos.
 Universidades são corporações de
mestres e alunos.
 Até ao século IX: a Igreja controlava o
ensino, o saber e o conhecimento;
 A partir de Carlos Magno, foram
publicados decretos que determinavam a
fundação de escolas por todo o Império
Carolíngio.
A EUROPA DOS SÉC. XII-XIII: AS UNIVERSIDADES

 Escolas podiam surgir nos mosteiros,


sedes episcopais ou junto ás cortes reais.
 Criação estava dependente da autorização
e privilégios concedidos pelo papa ou
reis;
 Universidades surgem a partir das escolas
catedrais (sedes episcopais) e adquirem
autonomia em relação ao poder
eclesiástico.
 Universidades são locais de pesquisa,
debate e produção do saber.
A EUROPA DOS SÉC. XII-XIII: AS UNIVERSIDADES

Universidade de Coimbra  1.ª universidade portuguesa foi


fundada pelo rei D. Dinis, em
Lisboa, em 1290;
 Transferida para Coimbra, em
1308.
 A sua criação contou com o
apoio da Igreja e da Realeza.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Uma nova mentalidade:


- laica;

- pragmática;

- individualista.

 Muda o sistema de pensamento


do Homem medieval.
 Surge a Escolástica:
pensamento crítico que concilia
a fé cristã com o pensamento
racional.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII-
XIII

 Conhecimento deixou de ser


exclusivo dos mosteiros.
 Passa a ter um caráter secular
e laico.
 Ordens monásticas começam
a perder influência na
sociedade.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII-
XIII

São Tomás de Aquino


 Escolástica: filosofia medieval;
 Pretendia associar a fé e a razão;
 Tinha a dúvida como um dos
aspetos principais: “a dúvida conduz
à investigação, a investigação à
verdade” ( Pedro Abelardo)
 São Tomás de Aquino foi um dos
principais filósofos escolásticos.
 Lutou contra as heresias por meio
do conhecimento científico.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Currículo base universitário:

- Trivium: Gramática, Retórica


e Dialética;

- Quadrivium: Aritmética,
Geometria, Astronomia e
Música.
A EUROPA DOS SÉC. XII-
XIII

 Fundam-se novas
estruturas de ensino nas
cidades, as universidades.
 São parte integrante das
catedrais.
 Rivalizam pela elevação
das suas torres e pela
aquisição dos mestres
mais prestigiados.
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

Universidade de Bolonha
 Principais universidades:
- Bolonha (1088)
- Paris (1090)
- Oxford (1096)
- Pádua (1222)
- Coimbra (1290)
- Praga (1348)
- Colónia (1388)
A EUROPA DOS SÉCULOS XII – XIII

 Faculdades:
- Medicina;

- Direito;

- Teologia.
A CRISE DO SÉCULO
XIV
Pág. 203 – a partir do 3.º parágrafo

 Recessão económica;
 Alterações climáticas;

 Quebras na produção agrícola;

 Inflação dos preços;

 Aumento da fome;

 Crescimento urbano
desordenado e insalubre;
 Propagação de doenças;
A CRISE DO SÉCULO
XIV

 Crise generalizada a toda a


sociedade;
 Aumenta o descontentamento
social;
 Aumentam as revoltas sociais;

 Instabilidade e degradação
social;
 Mudança de paradigma.
A CRISE DO SÉCULO
XIV

 Tríade: Fome, Peste e Guerra


alastram na Europa.
 Três grandes acontecimentos:

- Guerra dos Cem Anos;

- Peste Negra;

- Grande Cisma do Ocidente.


A CRISE DO SÉCULO XIV: GUERRA DOS CEM ANOS

 Série de conflitos travados


entre a Inglaterra e a França
entre 1337 e 1422.
 Origem: disputa pelo trono
francês que ficou vago logo
após a morte de Carlos IV, em
1328.
 O rei inglês Eduardo III, que
era neto do monarca francês
Filipe, o Belo, usou o seu grau
de parentesco como
justificativa.
A CRISE DO SÉCULO XIV: GUERRA DOS CEM ANOS

 Ingleses querem dominar a


França, usufruir dos benefícios
económicos da Flandres.
 Guerra termina com a vitória da
França.
 Acentuou a depressão económica
e levou à desvalorização da
moeda.
 Levou ao aumento de impostos
para suportar os custos da
Guerra.
A CRISE DO SÉCULO XIV: PESTE NEGRA

 Chega do Oriente através dos


portos italianos;
 Rapidamente se espalhou por
toda a Europa devido aos grandes
contactos comerciais.
 Más condições de higiene urbana
ajudam a espalhar.
 Foi a mais terrível e trágica
pandemia que assolou a Europa.
 Vitimou cerca de 75 milhões de
pessoas (um terço da população
europeia).
A CRISE DO SÉCULO XIV: GRANDE CISMA DO OCIDENTE

 Divisão no mundo cristão de


1378 a 1417.
 Filipe IV, o Belo, rei francês
apoiou o papa Clemente V na
sua ascensão ao cargo.
 Como contrapartida obrigou o
papado a instalar-se em
território francês.
 O trono papal deixa, assim,
Roma e passa para Avignon.
A CRISE DO SÉCULO XIV: GRANDE CISMA DO OCIDENTE

 A este período chamou-se o


“Cativeiro de Avignon” porque
os papas estavam sujeitos ao
poder dos reis franceses.
 Papa Gregório XI quer retornar
o trono papal a Roma.
 A população italiana,
pressionou a eleição de um
papa romano. Foi eleito o
italiano Urbano VI.
A CRISE DO SÉCULO XIV: GRANDE CISMA DO OCIDENTE

 O novo papa entrou em atrito


com os cardeais que iniciaram
uma campanha contra ele.
 Estes elegem um novo papa:
Clemente VII, que se instala em
Avignon.
 Clemente VII será o Antipapa.

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