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IDADE MÉDIA

BAIXA IDADE MÉDIA (SÉC XI – XV)

Prof. Rodrigo Pessoa


IDADE MÉDIA
BAIXA IDADE MÉDIA (SÉC XI – XV)
Introdução

A Baixa Idade Média é o período da história Medieval que vai do século XI ao


XV. Corresponde a fase em que as principais características da Idade Média, principalmente
o feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o sistema feudal estava
entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem
nesta fase.
A partir do século XI, a Europa feudal começou a mudar:

Características gerais

❖ Campanha contra a violência “Paz de Deus” (proibição de brigas, guerras durante


apenas três dias e em certas épocas do ano).
❖ Diminuição das guerras e das doenças provocando assim um aumento demográfico
significativo na Europa.
❖ O aumento populacional ocasionou: fome, miséria, doenças e violência.

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Antecedentes

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Solução:
❖ Deslocamento da população para outras regiões.
❖ Necessidade de guerras.
❖ Os muçulmanos invadiram o Santo Sepulcro (local onde Jesus foi sepultado) em
Jerusalém.
❖ O papa convoca os cristãos para libertar a Europa do cerco muçulmano e libertar os
lugares sagrados em Jerusalém.
❖ Início das Cruzadas Medievais.

Consequências:

❖ Colaboram para o reinício das atividades comercias e urbanas.


(contato com as especiarias)
❖ Ocasionou a reutilização do Mar Mediterrâneo para as atividades comerciais.
❖ Colaboram para o fim do sistema feudal.

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❖ Estruturação do modo de produção capitalista.
❖ Inovações técnicas: abate de florestas, drenagem de pântanos, adubação dos
campos, utilização de novos sistemas de irrigação (nora e canais).
❖ Utilização do ferro nos instrumentos agrícolas.
❖ Charrua (tipo de arado de roda com a lâmina de ferro que substitui o de madeira).
❖ Utilização da ferradura.
❖ Utilização do cavalo em lugar do boi.
❖ Moinhos acionados por rodas d’água ou por cata-vento (moer o trigo).
❖ Rotação Trienal

Charrua = Arado Moinho de Vento Moinho D’água Ferradura

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❖ Fim das invasões muçulmanas, vikings e magiares.


❖ Decadência do sistema feudal

Transformações básicas:

❖ Da autossuficiência para a economia de mercado.


❖ Declínio do modo de produção servil.
❖ Surgimento de um novo grupo social: A burguesia.
❖ Formação das monarquias (o retorno do Rei).

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RENASCIMENTO
COMERCIAL E URBANO

❖ Com o aumento da oferta de alimentos,


muitos camponeses deixaram o campo
em busca de outros meios de vida.
❖ O movimento de mercadorias entre
Oriente e Ocidente, fez aumentar o
consumo de produtos entre a população
(aumentando a atividade comercial).
❖ Criando assim um local permanente de
venda e compra de produtos: as feiras.

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Destaque:

❖ Champanhe (FRA), Flandres (BEL), Gênova e Veneza (ITA).


❖ Retomada da moeda.
❖ Atividades de crédito e bancárias.
❖ Casa de Câmbio (troca de moedas e títulos).

As especiarias comercializadas eram


pimenta, cravo, canela, noz moscada, açúcar que além
de melhorarem o gosto dos alimentos, ajudavam na
sua conservação, tecidos como a seda, porcelanas,
perfumes e o couro. Nas feiras e cidades realizavam-se
trocas de produtos, letras, moedas, impostos e bancos.
Houve ainda o aumento da circulação
monetária e a sedentarização do comércio.

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O dinheiro

❖ Por essa razão, o uso de moedas tornou-se essencial, substituindo o escambo ou


troca de mercadorias. Isso possibilitou o aparecimento das primeiras casas
bancárias, responsáveis pelas operações de câmbio e empréstimos a juros.

❖ Toda essa dinâmica fez com que o dinheiro passasse a ganhar importância e a
terra e a produção agropecuária deixassem de ser a base da riqueza na Europa.

❖ Gradativamente, os mercadores e banqueiros, cada vez mais ricos, conquistavam


maior status social e passaram a ansiar pelo poder político. A burguesia ganhava
prestígio e aproximava-se dos reis, emprestando-lhes dinheiro em troca de
medidas políticas favoráveis ao comércio. Ao mesmo tempo, os senhores feudais
viam-se envolvidos em dívidas, muitas delas decorrentes das altas despesas com
as Cruzadas.

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Novas profissões

Com mais pessoas morando nas cidades europeias, as necessidades e


transformações aumentaram muito. Começaram a surgir novas profissões e
oportunidades de trabalho. O dinheiro, principalmente moedas de ouro e prata,
começou a circular com maior intensidade.
Os cambistas, por exemplo, ganharam espaço na sociedade, pois com o
avanço do comércio eram necessárias as trocas de moedas, para o bom
funcionamento das relações comerciais entre as várias regiões da Europa. Nesta
época, cada cidade ainda possuía um tipo de moeda diferente.
Surgiram também os banqueiros para garantir e proteger, com segurança,
as fortunas dos prósperos burgueses. Cheques, cartas de créditos e outras
modalidades financeiras também começaram a ser utilizadas neste período.

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Séc. XII – HANSAS ou LIGAS: associações de comerciantes.

❖ Comércio em grande escala.


LIGA HANSEÁTICA ou TEOTÔNICA
(ALE) – Mar do Norte
As principais rotas de
comércio eram feitas pelo mar
Mediterrâneo e estavam sob o controle
de cidades como Gênova, Veneza, Pisa,
Constantinopla, Barcelona e Marselha.
No mar Báltico e no mar do
Norte, o domínio ficava por conta de
cidades como Hamburgo, Bremen e
pela região de Flandres
(Países Baixos).

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GUILDAS E CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

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GUILDAS
Formação de grupos de grandes comerciantes
e artesãos que se sobrepunham aos demais,
impondo seu poder econômico.

GUILDAS: associações de mercadores.

❑ Monopólio do comércio local.


❑ Controle da concorrência estrangeira.
❑ Regulamentação de preços.

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CORPORAÇÕES DE OFÍCIO: associação dos artesãos

❑ Monopólio das atividades artesanais.


❑ Controle da concorrência.
❑ Regulamentação de preços.

❖ Estabelecimento de normas de produção,


controle de qualidade e assistência aos
membros.
❖ Os trabalhadores vendiam sua força de
trabalho e recebiam salário.

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DIVISÃO PROFISSIONAL NAS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

❖ Oficiais: profissionais experientes ganhavam melhores salários.

❖ Jornaleiros: contratados para jornadas de trabalho, raramente passando a


mestre.

❖ Aprendizes: eram iniciados pelo mestre aos segredos do ofício.

❖ Mestre: o proprietário da oficina artesanal.

As corporações tinham a função de regulamentar a profissão, evitando


o número excessivo de pessoas no mesmo ofício, controlar a qualidade e o
preço dos produtos.

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O RENASCIMENTO URBANO:

Por essa época, muitos servos que fugiam ou eram expulsos dos feudos
dirigiam- se aos povoados e cidades em busca de sobrevivência. Artesãos, nobres
sem feudo e cruzados que voltavam do oriente faziam o mesmo. Aos poucos,
voltavam a florescer as atividades urbanas, sobretudo o comércio e o artesanato
Características

❖ Retomada do comércio impulsiona o


renascimento urbano.
❖ Burgos (fortalezas).
❖ Burgueses: habitantes dos burgos
(artesãos e comerciantes).

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Problemas do Burgos:

❖ As condições de higiene eram precárias.


❖ As construções eram pequenas devido ao alto preço dos terrenos.
❖ Ruas praticamente sem calçamento.
❖ Inexistência de sistema de esgoto.
❖ Aparecimento de doenças.

PESTE NEGRA ( hoje peste bubônica).

Em meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor,
sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de
Peste Negra, matou cerca de um terço da população europeia. A doença mortal não
escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres entre
outros foram pegos pela peste.

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A peste espalha a morte pela Europa
Nos porões dos navios de comércio, que
vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352,
chegavam milhares de ratos. Estes roedores
encontraram nas cidades europeias um ambiente
favorável, pois estas possuíam condições precárias de
higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo
acumulava-se nas ruas.
Rapidamente a população de ratos aumentou
significativamente.
Estes ratos estavam contaminados com a
bactéria Pasteurella Pestis. E as pulgas destes roedores
transmitiam a bactéria aos homens através da picada.
Os ratos também morriam da doença e, quando isto
acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os
humanos para obterem seu alimento, o sangue.

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Após adquirir a doença, a pessoa


começava a apresentar vários sintomas: primeiro
apareciam nas axilas, virilhas e pescoço vários
bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida,
vinham os vômitos e febre alta. Era questão de
dias para os doentes morrerem, pois não havia
cura para a doença e a medicina era pouco
desenvolvida. Vale lembrar que, para piorar a
situação, a Igreja Católica opunha-se ao
desenvolvimento científico e farmacológico. Os
poucos que tentavam desenvolver remédios
eram perseguidos e condenados à morte,
acusados de bruxaria. A doença foi identificada
e estudada séculos depois desta epidemia.
.

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Relatos da época mostram que a doença foi tão grave e fez tantas vítimas
que faltavam caixões e espaços nos cemitérios para enterrar os mortos. Os mais
pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos.
O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas
vezes, abandonados, pela própria família, nas florestas ou em locais afastados. A
doença foi sendo controlada no final do século XIV, com a adoção de medidas
higiênicas nas cidades medievais.
Principais consequências
❖ Revoltas Camponesas
❖ Baixa produtividade agrícola ❖ Aumento do fluxo
❖ Alta dos preços migratório para as cidades
❖ Grande exploração dos senhores feudais ❖ Revoltas Urbanas,
(Com a morte de boa parte dos servos, muitos conhecida como Jacquerie
senhores feudais aumentaram as obrigações, fazendo ( João Ninguém)
os camponeses trabalharem e pagarem impostos
pelos que haviam morrido).

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Movimento Comunal (Séc. XI – XIII): Libertação das cidades da autoridade dos
senhores feudais.

Motivo: os burgueses pagavam pesados impostos.

Meios Pacíficos:

❖ Indenizações: ressarcimento de valores pelos investimentos na cidade, diminuição


dos impostos.
❖ Para se libertar e conquistar o direito de se autogovernar, eles precisavam de uma
Carta de Franquia (autonomia) = compra da cidade pelos comerciantes
burgueses.
Obs.
✓ O documento era concedido pelo senhor feudal mediante o pagamento em dinheiro.
✓ Essa carta dava aos moradores o direito de ter administração própria e de arrecadar
seus próprios tributos.

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Meio violento:
Guerras: conquista da cidade pelo uso da força e expulsão do senhor feudal.

Resultado dos Conflitos: Vitória da nobreza.

❖ As comunas foram controladas pelas alianças entre os senhores feudais e os antigos


suseranos (reis).
❖ Os nobres organizaram um exército nacional e controlaram as revoltas.
❖ Durante os conflitos muitos senhores acabaram se endividando e muitos morriam
sem deixar herdeiros.
❖ Outros nobres passaram a abriram mão de seus territórios em prol da centralização
administrativa e proteção militar.
❖ As comunas (revoltas burguesas e camponesas), doenças, fome e Guerras para
formação das Monarquias Nacionais (Revolução de Avis – POR, Guerra da
Reconquista -ESP, Guerra dos Cem Anos – FRA e Guerra das Duas Rosas – ING)
terminaram por fragiliza o poder dos senhores feudais.

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❖ O Rei passou a acumular quase todos poderes.
❖ Não demorou muito para surgir a sociedade do Antigo Regime.

Características

❖ O rei possuía o poder absoluto.


❖ O clero e a nobreza não pagavam impostos e recebiam pensões.
❖ Os nobres protegiam o rei em uma situação de guerra.
❖ A igreja justificava que o rei governava pela vontade de Deus (Direito Divino).
❖ A burguesia trabalhava e sustentava a sociedade com pesados impostos e não
interferia na política e economia.
❖ A nova sociedade era caracterizada pela enorme desigualdade social, só sendo
possível modificá-la através de uma mudança radical = Revolução.

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