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Atividades económicas nos sécs. XIII e XIV

1. Desde os séculos XI e XIII dá-se um desenvolvimento das atividades


económicas em Portugal e Na Europa. Este desenvolvimento deveu-se a 4
aspetos.
- O clima de paz (devido ao fim das invasões)
- Melhoria das condições climatéricas, com a diminuição das chuvas
torrenciais e temperaturas mais amenas, o que foi favorável à agricultura.
- Redução da mortalidade (devido à diminuição das guerras e a uma
alimentação mais equilibrada.
- Progressos técnicos nos transportes e na agricultura.
Progressos técnicos na agricultura
Na agricultura da Europa existiu um conjunto de inovações e progressos técnicos que
contribuíram para o aumento da produção agrícola.

- Movimento das Arroteias – Transformação de extensas áreas de terrenos incultos e


bravios em campos aráveis e férteis, secando pântanos ou desbravando florestas.

- Prática do Afolhamento Trienal de Culturas – Divisão do terrenos agrícolas em 3


partes, uma destinada ao cereal de inverno, outra ao cereal de verão, e a terceira ao
pousio, ou seja, em descanso, o que permitia prolongar a fertilidade dos solos. As
culturas e o pousio eram alternados nos anos seguintes.
Progressos técnicos na agricultura
- O uso do ferro – A utilização do ferro no fabrico de instrumentos agrícolas mais eficazes, como o arado,
a foice ou a charrua.

- Utilização de moinhos de vento e de água, fundamentais para a moagem dos cereais.

- Técnicas de irrigação – Com a utilização da nora e a abertura de canais.

- A adubação das terras – com estrume de animais e cinzas.


A vida no campo era muito difícil, pois o trabalho era manual e os
instrumentos pouco desenvolvidos.
Quando existiam maus anos agrícolas, ou seja, grandes secas ou períodos de
chuva muito prolongada, eram anos de fomes e epidemias

O mar e os rios forneciam a pesca e a salicultura, nesta época a pesca costeira


era a mais praticada.

O artesanato
- Nas zonas rurais, o calçado, os instrumentos e os objetos necessários no
dia a dia eram produzidos pelos artesãos locais.
- Estes produtos eram feitos à mão, com o auxilio de ferramentas muito
simples.
- Utilizavam-se como matérias- primas os produtos oferecidos pela
Natureza.
Nas povoações urbanas, também existiam toda a
espécie de ofícios ou mesteres.
Os artesãos ou mesteirais eram trabalhadores
especializados num só ofício e trabalhavam em
tendas ou lojas, e agrupavam-se por ruas de
atividades.
O comércio teve um grande desenvolvimento a
partir do século XIII.
O comercio interno, como mercados e feiras eram
realizados dentro do país.
As feiras eram realizadas periodicamente. Aí
recorriam mercadores, camponeses e almocreves.
- Os almocreves eram pequenos comerciantes
ambulantes que transportavam, as suas mercadorias
de terra em terra. Por esse motivo também serviam
para passar mensagens e eram o correio da altura-
Reanimação do comércio
Entre os séculos XII e XIII deu-se um processo de passagem, de uma economia de Subsistência
para uma economia Monetária e Urbana. Devido ao aumento da produção agrícola, aos
progressos dos transportes e ao clima de paz.

O comércio renasce, com a realização de feiras e mercados, que eram o ponto de encontro de
todo o grande comércio europeu.

O incremento do comércio permitiu o desenvolvimento das cidades, pois tornaram-se importantes


locais de mercadores e de rotas comerciais.

Ás cidades chegaram muita população vinda das zonas rurais o que fez com que os bairros
alargassem a sua dimensão para fora das muralhas, criando novos bairros os burgos.
Com o desenvolvimento dos burgos, surge o burguês, alguém que
se dedica às atividades comerciais e artesanais.
São estes burgueses que criam uma nova classe social, vinda do
povo mais abastado (rico) a burguesia.

Com o desenvolvimento do comércio, voltou a circular a moeda


com maior frequência. E como cada região tinha uma moeda
própria, criaram-se os cambistas (primeiros banqueiros)
Os monarcas portugueses tomaram uma série de medidas com vistas ao
fortalecimento do comércio nacional interno e externo:
- Instituição das feiras francas – D. Dinis estabeleceu que nessas feiras,
nem compradores nem vendedores pagavam impostos.
- Criação de Bolsa de Mercadores (1293)
- D. Afonso IV celebrou um tratado de comércio com a Inglaterra (1353)
- Fundação da Companhia das Naus (1377) por D. Fernando
- D. Fernando autoriza o uso gratuito da madeira.
Os concelhos
Um concelho era uma povoação que tinha recebido uma
carta de foral. E em Portugal nos séculos XIII e XIV
existiam muitos concelhos.
Um foral era um documento escrito onde estavam
registados os direitos e deveres dos moradores do concelho
para com o senhor da terra, que podia ser o rei, o nobre ou
alguém do clero.
Um morador de um concelho era chamado de vizinho, eram
homens livres e tinham mais regalias e autonomias que as
pessoas do povo que habitavam os dominios senhoriais.
- eram donos de algumas terras
- Só pagavam os impostos exigidos nos
forais
- Tinham uma assembleia de homens
bons para resolver os principais
problemas do concelho.
Na maioria dos concelhos existia um alcaide que era o representante
do rei e o chefe militar. Era geralmente, um cavaleiro nobre.

Com o aumento das trocas comerciais, surge uma nova classe social
vinda do povo - a burguesia.
O burguês era aquele que se dedicava às atividades comerciais –
mercadores e artesãos, e distinguiam-se do resto do povo pela sua
riqueza e instrução, pois iam à escola.
A cultura
Nobreza
Em tempos de paz a nobreza divertia-se
normalmente em saraus, que são banquetes com
música, dança e declamação de poemas. Esta
cultura de corte ou cortesã, acontecia a partir das
cortes régias ou senhoriais.
Os jograis animavam a corte, cantavam,
dançavam e tocavam instrumentos.
E os trovadores que diziam poemas.
Nobreza
É nesta época que começa a existir um tipo de romance que se tornou um género literário – a
poesia trovadoresca.
Que falavam sobretudo do amor cortês. O amor dos cavaleiros pelas damas.
- Dentro desta poesia trovadoresca podemos caracterizar 3 géneros diferentes:

1. As cantigas de escárnio e maldizer - que falavam mal da sociedade .


2. As cantigas de amigo – Que falava de como uma rapariga se via triste com a ausência de
um amigo.
3. As cantigas de amor – O tema do amor romântico.
Todos estes poemas eram sempre contados por um homem e pela visão masculina.

Nos castelos os saraus passaram mais tarde a apreciar a prosa literária.


- Histórias contadas. Como:
4. Crónicas – Relatos verídicos de um reinado ou de uma dinastia.
5. Os romances de cavalaria
6. Os livros de linhagens – Que contavam as histórias das famílias nobres
7. Criaram e desenvolveram ainda as canções de gesta – que contavam as proezas dos
grandes cavaleiros nas guerras.
Clero
Cultura Monástica

Também no clero começou a desenvolver-se uma nova cultura, presente dentro dos mosteiros.
Esta cultura era uma cultura erudita, que utilizava o latim como língua.
Nos mosteiros copiavam-se manuscritos de autores clássicos, cristãos e muçulmanos, para colocar
esses livros nas suas bibliotecas.
Os monges decoravam os livros que escreviam com iluminuras, desenhos coloridos.
O clero tinha também as funções de educar e ensinar. As únicas escolas existentes pertenciam ao clero
- As escolas monásticas – Sob a alçada dos mosteiros.
- As escolas catedrais – Sob a alçada das sés.
Os alunos eram filhos de nobres e outros jovens que queriam pertencer ao clero.
O clero estava ligado ao sagrado, era local de acolhimento de relíquias (tesouros ou pedaços de
santos) e de assistência aos peregrinos que se dirigiam a locais religiosos famosos.
A cultura popular

A cultura popular era praticada pelo povo. Sobretudo momentos de


festas que aconteciam em romarias, feiras e mercados. As
pessoas dançavam, cantavam, existiam espetáculos de teatro
popular, acrobacias, músicos ambulantes, e práticas do ocultismo,
como ritos e práticas mágicas.
Também existiam as festas ligadas à religião, como as procissões
e as peregrinações.
As universidades

Com o florescer das atividades económicas, as escolas


nos mosteiros e nas Sés, tornaram-se insuficientes. E
foram criadas as universidades para o estudo mais
aprofundado de certas matérias como Teologia,
Direito, Medicina, Gramática e Lógica.
Arte Românica
Quanto à arte arquitetónica, existiram várias correntes muito importantes na
Idade Média que perduram até hoje.
A arte românica – É o primeiro estilo artístico da Idade Média.
Iniciou-se em França no final do século X
Começou por estar ligado Às ordens religiosas. Este estilo divulgou-se pela
Europa nos séculos XI e XII. O momento era de invasões e estas construções
românicas mostram a necessidade de proteção e insegurança. O seu interior é
muito ligado à religião, é sombrio e mostra a espiritualidade medieval.
Características:

Paredes grossas em granito, com contrafortes exteriores


Poucas janelas e estreitas
Abóbadas de berço
Arcos de volta perfeita
Planta de cruz latina
Edifícios de pequena dimensão
Robustez
A arte Gótica
No século XII em França, nasce outro estilo arquitetónico – o Gótico, que
se difunde pela Europa até ao século XV.
É na segunda metade do século XIII em Portugal que surgiu a arte Gótica.
Este estilo fica associado ao rejuvenescer da economia, das cidades, do
comércio e da nova classe, a burguesia. Aqui do sombrio passados à luz. É
uma visão mais positiva também da religião. Em que Deus é visto como
luz.
Os edifícios são altos e amplos, grandes construções, luminosidade intensa
e decorações de grande beleza estética.
Características
Arcos em ogiva ou de volta quebrada
Abóbadas sobre cruzamento de ogivas
Arcobotantes, que substituem os contrafortes como suportes das abóbadas e permitem o
crescimento vertical
Janelões e Rosáceas decorados com vitrais, que permitem a entrada de luz no interior dos
edificios
Decoração com baixos e altos-relevos e estátuas realistas e naturalistas.

O Gótico está presente nas catedrais imponentes, mas também, na arquitetura militar e civil,
como na construção de castelos e edifícios reais e senhoriais.
Resumindo
As construções românicas tinham um interior escuro para permitir a
reflexão e a oração, e caracterizam-se por serem edifícios de pequena
dimensão, por terem paredes grossas em granito, com contrafortes
exteriores, poucas janelas e estreitas, abóbodas de berço, arcos de
volta perfeita do estilo romano.

O Gótico pelo contrário, é caracterizado por edifícios grandiosos, muito


decorados com estátuas, com amplas janelas, rosáceas e vitrais, para
deixar entrar a luz, arcos em ogiva ou de volta quebrada, abóbodas
sobre cruzamentos de ogivas, arcobotantes, que substituem os
contrafortes como suportes das abóbodas e que permitem o
crescimento vertical.

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