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Comércio externo (feito com outros países e mercados estrangeiros, com origem
na Flandres e no Norte de Itália);
● Para desenvolver este comércio, os reis portugueses realizaram
→ tratados de comércio com outros países europeus, principalmente com a
Inglaterra;
→ incentivaram a construção naval;
→ D. Dinis criou a bolsa de mercadores para proteger os que fossem prejudicados
com o naufrágio de navios.
● O comércio externo ainda foi favorecido pela posição geográfica estratégica de
Portugal, que era um importante ponto de paragem para abastecimento dos mercadores do
Norte de Itália.
Este mercadores traziam produtos do Oriente que eram levados por mar para a
região da Flandres, no Norte da Europa. Estas paragens feitas nos Portos de Lisboa e do
Porto serviam para:
→ abastecimento de água e alimentos frescos;
→ comerciantes aproveitam para fazerem trocas comerciais. Nestas trocas,
Portugal importava (comprava ao estrangeiro): cereais; armas; tecidos finos; produtos de
couro.
E exportava (vendia ao estrangeiro): vinho; azeite; sal; peixe seco e cortiça.
Os grupos sociais
A população portuguesa, no século XIII, dividia-se em três grupos sociais distintos, de acordo
com as tarefas que desempenhavam e a riqueza que possuíam. Esses grupos
sociais eram o Clero, a Nobreza e o Povo.
O Clero era formado por todos aqueles que se dedicavam à vida religiosa e tinha
como principal função rezar pela proteção e salvação de todos.
O Clero dividia-se em clero secular, formado, nomeadamente, pelos padres, bispos e
cardeais, que viviam junto das populações, nas cidades, vilas e aldeias; e em clero regular,
formado pelos monges, frades e freiras, que viviam fora das povoações, em mosteiros e
conventos. Os membros do clero regular estavam organizados em ordens religiosas. As
ordens religiosas eram comunidades de monges que viviam de acordo com regras próprias
aceites por todos. Algumas destas ordens religiosas, as ordens religiosas militares, eram
formadas por monges-guerreiros e ajudaram os reis na sua luta contra os Mouros.
A Nobreza era formada pelos cavaleiros, e respetivas famílias, que prestavam ajuda militar
aos reis e tinha como principal função combater.
O Povo era formado pelo resto da população, que se dedicava às diferentes atividades
económicas, e tinha como principal função trabalhar para o sustento da sociedade.
À medida que iam conquistando terras aos Mouros, os reis reservavam para si uma parte
delas e davam as restantes aos cavaleiros nobres e às Ordens Religiosas Militares que lhes
tinham prestado ajuda militar, com a obrigação de as povoarem, cultivarem e defenderem.
As Ordens Religiosas não militares também receberam terras do rei, ficando obrigadas
apenas a povoá-las e a cultivá-las. Estas terras dadas pelo rei à Nobreza e ao Clero ficaram
conhecidas por senhorios ou domínios senhoriais. Todas estas terras eram cultivadas por
camponeses em troca de proteção.
A casa senhorial era habitualmente uma torre fortificada, protegida por uma muralha,
situada na parte mais elevada do senhorio. O seu interior era frio e desconfortável.
A divisão mais importante era o salão, onde o senhor recebia os visitantes e se serviam as
refeições. Os móveis eram poucos, reduzindo-se a camas, a algumas cadeiras e a arcas, onde
tudo se guardava.
À noite, a iluminação era conseguida com a luz da lareira, de tochas nas paredes e
de velas de cera.
A vida da Nobreza
Os filhos dos nobres eram educados desde crianças para serem cavaleiros. Após aprenderem
a manejar bem todo o tipo de armas e a manobrar o cavalo nas mais diversas situações, os
jovens da nobreza eram armados cavaleiros numa cerimónia pública – a investidura - a partir
da qual se considerava que estavam aptos para combater. Em tempos de paz, os nobres
administravam os seus domínios e praticavam atividades que os preparavam para a guerra,
como caçadas e torneios. Os torneios eram combates simulados entre cavaleiros para se
apurar um campeão. A alimentação dos nobres era mais rica e variada que a dos
camponeses, sendo abundante à sua mesa o pão, as carnes, o queijo e o vinho e muito raros
os doces.
Os seus banquetes eram feitos em longas mesas formadas por uma tábua assente em
cavaletes e ladeadas por bancos corridos. Em vez de pratos, usavam grandes fatias de pão
onde colocavam a comida que retiravam das travessas servidas pelos criados. Como o garfo
era um talher ainda desconhecido, comiam com os dedos. A colher era pouco utilizada e
cada um servia-se da sua própria faca.
Os serões eram frequentemente ocupados com bailes, jogos de salão - como os dados e o
xadrez - e a atuação de saltimbancos, jograis e trovadores. A vida dos camponeses A vida
dos camponeses era muito dura, pois trabalhavam gratuitamente, de sol a sol, nas terras dos
seus senhores vários dias por semana; tinham de pagar-lhes uma renda para cultivar as
terras de que viviam, bem como pela utilização do moinho, do forno e do lagar; e ainda
tinham de prestar-lhes vários serviços. Se um camponês não cumprisse com as suas
obrigações era julgado e castigado pelo seu senhor.
Os concelhos eram povoações cujos habitantes tinham recebido uma carta de foral. As
cartas de foral eram documentos que criavam um concelho e estabeleciam os direitos e as
obrigações dos seus moradores.
A criação da maior parte dos concelhos foi da iniciativa dos reis e tinha como objetivos atrair
populações para regiões mais despovoadas e fazer o aproveitamento das respetivas terras.
Os moradores dos concelhos - os vizinhos - eram livres e beneficiavam de alguns direitos
que os camponeses dos domínios senhoriais não tinham. Alguns deles – os homens bons –
eram donos de terras e tinham enriquecido, tendo adquirido respeito e influência junto de
todos os outros.
Os vizinhos também pagavam impostos a quem lhes tinha concedido a carta de foral, mas só
aqueles que nela estavam fixados e que, por isso, nunca podiam aumentar com o passar do
tempo.
Os direitos dos moradores dos concelhos eram o de se poderem de governar a si próprios,
através de uma “assembleia de homens-bons”, e o de poderem aplicar a justiça, através de
juízes por si escolhidos entre os homens-bons do concelho.
Dada a importância da aplicação da justiça naquela época, o pelourinho tornou-se no
símbolo da autonomia de cada concelho, erguendo-se no centro da praça da povoação e
diante da casa onde se reuniam os homens-bons que governavam o concelho. Os
pelourinhos eram colunas de pedra onde se expunham e castigavam aqueles que tinham
sido condenados por terem praticado crimes.
A Corte
O rei era o mais importante de todos os nobres e a extensão das suas terras, espalhadas por
todo o país, era muito maior do que as de qualquer outro senhor. Por vezes, acompanhados
pela sua Corte, os reis passavam partes do ano nas terras que possuíam para aí ouvir as
queixas das populações e resolver os seus problemas. A Corte era o conjunto de pessoas
(familiares, conselheiros, altos funcionários e nobres mais importantes) que viviam com o rei
e o acompanhavam nas suas deslocações pelo país. Corte era também o nome da residência
do rei.
Os poderes dos reis
Como autoridade máxima de um país, os reis tinham o poder de fazer as leis, governar o
reino, aplicar a justiça, chefiar os exércitos, decidir da paz e da guerra e cunhar moeda.
As Cortes
Quando os reis tinham de tomar decisões muito importantes para a vida do país, e para as
quais a opinião dos seus conselheiros não era suficiente, reuniam as Cortes para ouvir a
opinião dos seus membros.
As Cortes eram assembleias de representantes dos três grupos sociais (Clero, Nobreza e
Povo) que se pronunciavam sobre assuntos importantes para a vida do país.