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A sociedade medieval portuguesa

Dividia-se em 3 grupos sociais: clero, nobreza e o povo.

O clero tinha como principal função o apoio religioso e espiritual. Eram os poucos que sabiam
ler e escrever.

A nobreza era formada pelas famílias ricas do reino, ocupavam cargos muitos importantes,
auxiliavam o rei com seus próprios exércitos e o manejamento de armas.

O povo era o grupo social mais numeroso e o mais desfavorecido. Dedicava-se à agricultura,
salicultura, criação de gado, pesca, artesanato e ao comércio. A burguesia também fazia parte
do povo e era constituído por artesãos e mercadores.

Quem eram os grupos sociais privilegiados?

O clero e a nobreza eram os grupos privilegiados. Recebiam do rei terras e arrendava a famílias
e camponeses, cobravam impostos e aplicavam a justiça. Nem sempre pagavam impostos ao
rei.

O povo era um grupo sem privilégios. Pagavam pesados impostos e dificilmente conseguiam
alcançar a condição dos nobres.

Os reis foram doando terras aos grupos sociais privilegiados, administravam o país,
comandavam o exército e aplicavam a justiça.

Grupo social: conjunto de pessoas com privilégios e obrigações comuns.

Burguesia: elementos do povo que se dedicavam ao comércio e ao artesanato.

Domínios senhoriais da nobreza

Senhorios: área extensa de terra doado por um rei a um senhor da nobreza ou do clero como
recompensa pela ajuda prestada na Reconquista Cristã.

O que era um senhorio nobre?

Os senhorios da nobreza chamavam-se honras e era constituído por algumas áreas:

Reserva: área onde se encontrava o castelo; mansos ou casais: pequenos terrenos agrícolas
arrendados a famílias de camponeses. O moinho: moer os cereais e obter a farinha, o forno:
para cozer o pão, o lagar: para produzir vinho e azeite, florestas: onde os senhores caçavam e
os camponeses pegavam a lenha.

Como era o dia a dia dos nobres?

Um nobre devia estar preparado para a guerra e para a defesa do reino. A caça, os torneios e
as justas serviam para os nobres treinarem e melhorarem a sua habilidade militar.

Torneio: combates a cavalo entre dois grupos de cavaleiros. Era vencedor o grupo que primeiro
derrubasse, com as lanças, o grupo adversário.

Justa: combates idênticos aos torneios com apenas 2 cavaleiros rivais.

Os bobos e trovadores animavam as grandes festas dos castelos.

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Como viviam os camponeses?

Trabalhavam muito e pagavam muitos impostos ao senhor da terra. Garantia o seu sustento e
o da família com a entrega de produtos agrícolas e de animais. As habitações eram muito
simples, a cozinha era partilhada com os animais. O chão era em terra. A sua alimentação era
pão, legumes e vinho. Carne e peixe só em dias de festa.

O que era um senhorio do clero?

Os senhorios doados pelo rei ao clero chamavam-se coutos. O mosteiro era o elemento
principal do couto e era constituído por vários espaços à volta de um claustro (pátio interior de
um convento ou mosteiro, rodeado por corredores de passagem cobertos.), a igreja, o
dormitório, a cozinha e o refeitório, a biblioteca ou scriptorium, a albergaria e a enfermaria.

Como era um dia num mosteiro?

O mosteiro pertencia a uma ordem religiosa onde os monges tinham de seguir a regra dessa
ordem. A vida no mosteiro era dirigida por um abade ou abadessa que verificava o
cumprimento da regra. Os monges levantavam-se muito cedo, reuniam-se para as orações, os
cânticos religiosos e a leitura da Bíblia.

Que atividades eram desenvolvidas num mosteiro?

- Assistência a doente e peregrinos: foram os primeiros locais a acolhê-los através das suas
boticas (Local no mosteiro onde os monges preparavam infusões e remédios à base de
plantas.).

- Ensino e cultura: ensinavam os filhos dos nobres a ler e a escrever. A biblioteca ou


scriptorium era o local onde os monges copistas copiavam livros.

Os concelhos

Os reis também tinham senhorios que se chamavam reguengos, semelhante às honras. Os reis
e senhores também criaram concelhos. Os concelhos eram territórios formados por povoações
e pelas terras à sua volta, chamadas termo. Os habitantes de um concelho chamavam-se
vizinhos e os seus direitos e deveres estavam escritos na carta de foral.

Carta de foral: documento escrito que criava um concelho e estava escrito os direitos e deveres
dos vizinhos.

A administração de um concelho era feita pela assembleia dos homens-bons. Eles eram eleitos
pelos seus vizinhos por serem os moradores mais respeitados. A assembleia dos homens bons
elegia os juízes que aplicavam a justiça.

Em alguns concelhos estavam presentes funcionários do rei, como o juiz de fora ( julgava os
crimes mais graves) e o alcaide ( exercia a chefia militar). O pelourinho, situado num local
público, era símbolo da liberdade e justiça no concelho. Era aí que os criminosos eram
expostos e punidos.

Como cresceram as cidades no século XIII?

O artesanato e a atividade comercial provocaram um grande desenvolvimento nos concelhos.


Foi nestes burgos (cidades) que surgiu a burguesia (pessoas que trabalhavam no comércio). O

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comércio desenvolveu-se e atraiu pessoas para as cidades de Lisboa, Porto, Aveiro, Viana do
Castelo, Figueira da Foz e Faro.

Cultura da corte e cultura do povo

Corte: conjunto de pessoas que acompanhavam o rei, formada pela família, conselheiros e
funcionários mais importantes.

Cortes: eram assembleias convocadas pelo rei para tomar decisões importantes em que se
reuniam com os representantes do clero, nobreza e povo.

D. Dinis tomou medidas fundamentais para a cultura portuguesa:

- Fundou a primeira universidade portuguesa, chamada Estudo Geral. Ali se ensinava Artes,
Direito Civil, Direito Canónico e Medicina. A partir de 1537, instalou-se definitivamente em
Coimbra.

- Os documentos que eram escritos em latim, passaram a ser escritos em português.

A corte do rei era animada por trovadores (membros da nobreza) e jograis (homens do povo)
que declamavam e cantavam cantigas de amor e cantigas de amigo (composição poética
colocada na voz de uma mulher apaixonada). Surgiu assim a cultura cortesã.

A cultura popular desenvolveu-se com as celebrações religiosas e os divertimentos do povo.


Eram apresentadas nas feiras e festas religiosas com a apresentação de saltimbancos, monos e
jograis.

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