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Escola Básica Barbosa du Bocage

Ficha informativa – História e Geografia de Portugal


Tema: Portugal nos séculos XIII e XIV

A Sociedade no século XIII e XIV (resumo da matéria)

O rei era o dono de todas as terras que conquistara. Reservava para si algumas (reguengos)
e doava outras à nobreza (honras) e ao clero (coutos). Por vezes o rei ou os senhores da
nobreza ou do clero doavam terras ao povo através de uma carta de foral, eram os concelhos.

Clero e Nobreza (privilegiados)


- Eram senhores das terras;
- Recebiam impostos do povo;
- Não pagavam impostos ao rei;
- Aplicavam a justiça nas suas terras.

Clero secular – padres, bispos e cónegos (viviam nas aldeias ou cidades junto
das populações).
Clero regular – frades, monges e freiras (viviam nos mosteiros e
conventos). Clero organizado em ordens religiosas, com vários mosteiros
e um grande número de terras (coutos).

Povo
- Trabalhavam;
- Pagavam impostos;
- Prestavam os serviços que os senhores exigiam.

Os Mosteiros

Terras doadas ao Clero. Eram grandes edifícios com muitas dependências (igreja,
biblioteca, refeitório, dormitório, enfermaria, albergaria, etc) e terras em seu redor.
Tarefas dos monges:
- Rezar era a principal função do Clero;
- Copiavam livros e ilustravam-nos com iluminuras. Só o Clero
sabia ler e escrever.

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- Cultivavam os campos;
- Construíam moinhos e lagares, fabricavam carroças, instrumentos agrícolas,
móveis…
- Ajudavam os mais necessitados, como as viúvas, os órfãos, os mendigos, etc.
Terras Senhoriais ou Senhorio

Eram grandes propriedades doadas pelos reis a senhores importantes. Delas os


senhores retiravam muitos rendimentos que lhes permitiam viver sem trabalhar. O
Senhorio era constituído pela habitação do senhor (casa acastelada), campos
cultivados, floresta, moinho e casas dos camponeses que trabalhavam as terras.

Viviam nas Terras Senhoriais:


Os camponeses:
- Recebiam proteção do senhor e em troca trabalhavam a terra e
pagavam uma renda;
- Quando não cumpriam as suas obrigações eram julgados pelo senhor;
- A sua alimentação era em pouca quantidade e variedade.
Comiam principalmente: pão, hortaliças, azeitonas, toucinho,
carne, peixe e, quando faltavam os cereais, comiam castanhas e bolotas.
- As suas casas eram pobres, cobertas de colmo, sem divisões, portadas de
madeira e chão de terra batida.
- Divertiam-se enquanto trabalhavam e depois da missa ou da procissão, dançavam
e cantavam nos terreiros das igrejas. Também assistiam a competições militares
organizadas pelos nobres (Torneios, por exemplo).

Os nobres
- Tinham uma função guerreira e combatiam a cavalo
(cavaleiros).- Em tempo de paz administravam o seu Senhorio e
treinavam para a guerra. Por exemplo: torneios, caça…

- A casa dos nobres era constituída por


dois pisos, várias divisões e poucos móveis. Usavam

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camas, arcas, tapetes, almofadas, cadeiras, bancos e mesas. As janelas e portadas
eram de madeira e raramente de vidro. A iluminação era feia através do fogo da
lareira, lâmpadas de azeite e tochas de cera.

- Após os banquetes, jograis e


trovadores, acompanhados por
instrumentos musicais,
declamavam e cantavam
poemas, saltimbancos,
bailarinas e malabaristas
animavam os saraus, jogavam
jogos como o xadrez e o dado.

- Tinham uma mesa farta. Grossas fatias de pão substituíam os pratos. Comiam com as
mãos, principalmente carne, mariscos e peixes. Os doces eram raros e feitos com mel.
Acompanhavam as refeições com vinho.

Os Concelhos

Povoação que tinha recebido foral ou carta de foral.

Um concelho era uma povoação que tinha recebido foral ou carta de foral. A carta de foral era
um documento onde estavam descritos os direitos e os deveres dos moradores do concelho
para com o senhor (dono) da terra.

Os moradores de um concelho tinham mais regalias que os que não lá viviam:


 eram donos de algumas terras;
 só pagavam os impostos exigidos no foral:
 podiam escolher os seus representantes de entre os homens-bons

Existia ainda uma assembleia de homens-bons, formada pelos homens mais ricos e
respeitados do concelho, que resolvia os principais problemas do concelho. Elegiam juízes
entre si para aplicar a justiça e os mordomos que cobravam os impostos.
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Muitos dos concelhos foram criados pelo rei mas houve alguns também criados por grandes
senhores da nobreza e pelo clero nos seus senhorios e surgiram da necessidade de garantir o
povoamento e a defesa das terras conquistadas aos mouros e para desenvolver as atividades
económicas.

Foral – Documento escrito onde ficavam registados


os direitos e deveres dos moradores para com o dono
da terra (rei, nobre ou ordem religiosa-clero)..
Pelourinho (ou picota) – Símbolo de autonomia de um
concelho.
Moradores de um Concelho - (Homens do povo) -
Tinham mais regalias e maior autonomia.
- Só pagavam os impostos estabelecidos no foral.
- Tinham uma “assembleia de homens-bons” para resolver os principais problemas do
Concelho (podiam eleger juízes e mordomos).

“Assembleia de homens-bons” - era formada pelos homens mais ricos e respeitados do


Concelho, que elegia os juízes e mordomos.

Alcaide – Representante do rei num concelho e chefe militar.

Concelhos rurais – Os moradores eram agricultores, pastores, artesãos e pescadores.


Concelhos urbanos – Lá viviam os comerciantes e artesãos. Existiam ofícios ou
mesteres (carpinteiros, pedreiros, alfaiates, sapateiros, ferreiros, oleiros, padeiros,
carniceiros, etc.).

Mercados e feiras – As Feiras eram semanais, mensais ou anuais. Vinham os regatões


(camponeses das redondezas) e almocreves (pequenos comerciantes que andavam de
terra em terra). Os almocreves transportavam também encomendas e mensagens. Na
feira comprava-se, vendia-se, convivia-se, acertavam-se casamentos, tocavam-se ideias
e recebiam-se notícias de outras povoações.
As feiras eram criadas pelo rei ou por um senhor (nobreza ou clero) através de
um documento que se chamava carta de feira. Neste documento indicavam-se:
- quando se realizaria a feira;

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- o tempo de duração de cada feira
- os impostos que cada vendedor tinha de pagar;
- a garantia da “paz de feira” e que nenhum vendedor ou comprador poderia ser
penhorado por dívida alguma durante a feira…
Feiras francas – eram feiras em que não se pagavam impostos.

 Comércio interno – Comércio realizado dentro do país.

 Comércio externo – Comércio com outros países.


 Exportações – o que se vendia para o estrangeiro: sal e peixe seco, vinho,
azeite, fruta, cera, mel e peles.
 Importações – O que se comprava ao estrangeiro: cereais, tecidos,
especiarias, metais, armaduras e objetos de adorno.

Burgos – Cidades no litoral que cresciam devido ao comércio feito pela via marítima;
juntamente com o aumento da população.

Burgueses – Mercadores e artesãos enriquecidos com o comércio externo, que viviam


nos concelhos urbanos do litoral (burgos). Os burgueses distinguiram-se do resto do
povo porque frequentavam escolas ou tinham mestres individuais. Pela sua riqueza,
instrução e modo de vida com o passar do tempo, deram origem a uma nova classe
social – a Burguesia.

O Rei e a vida na Corte

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Rei – Tinha grande autoridade, era o mais rico e poderoso do território português.

Lisboa – Cidade mais importante do reino. O rei e a sua corte viviam aí parte do tempo
e outra parte do ano viviam num castelo ou palácio, noutras cidades e vilas.

Deslocações da corte – O rei visitava as vilas, ouvia as


queixas das populações e resolvia pessoalmente alguns
problemas locais.

“Assembleias consultivas” ou “Cortes” - Eram constituídas


por representantes da nobreza e do clero (mais tarde
passaram a ter elementos do povo) que o rei chamava à
corte para resolver questões importantes: fazer leis, cunhar
moeda, lançar impostos.

Principais fontes de riqueza do rei – Senhorios, impostos e rendas.

Banquetes e saraus – Festas de noite, no paço real, onde se


cantava, dançava e lia poemas, lendas, histórias e livros
novos. Os saraus da corte eram uma forma de divertimento
e também de obter conhecimentos.

Língua oficial – No reinado de D. Dinis o português passa a ser a língua oficial do reino e
abandona-se o latim. D. Dinis criou também a primeira universidade portuguesa, em
1290, em Lisboa, chamada Estudo Geral ou Universidade, que mais tarde passou para
Coimbra.

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Arte Gótica e Arte Românica

 Paredes muito grossas  Sensação de verticalidade

 Arcos de volta perfeita  Arcos quebrados ou em ogiva

 Abóbada de berço  Abóbada em ogiva

 Janelas estreitas  Janelas largas e rosáceas

 Aspecto compacto  Paredes finas e altas

 Pouca decoração  Muitos elementos decorativos

 Estilo Românico  Estilo Gótico

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