MÓDULO 2: Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos séculos XIII a XIV – espaços, poderes e vivências
Unidade 2: O espaço português – a consolidação de um reino cristão ibérico 2.2. O país urbano e concelhio
PORTUGAL URBANO E CONCELHIO - sécs. XII-XIII
Desenvolvimento de núcleos urbanos cujo Dinamismo dos núcleos urbanos que
progresso fora estimulado pelos constituíam o «caminho português» na rota muçulmanos e que herdaram os seus saberes dos peregrinos que se dirigiam a Santiago de artesanais e contactos comerciais (ex: Compostela (ex: PORTO, GUIMARÃES) LISBOA, SANTARÉM, ÉVORA) VITALIDADE DE ALGUNS CENTROS URBANOS Crescente importância de centros urbanos próximos de eixos de comunicação Importância das cidades sedes de bispado (nomeadamente no eixo norte-sul paralelo à (ex: BRAGA, VISEU, LAMEGO, LISBOA, ÉVORA, costa atlântica), com facilidades de SILVES) transportes terrestres e dinamismo comercial (ex: PORTO, COIMBRA, LISBOA)
Desenvolvimento das cidades que
lucraram com a itinerância da Corte, que consigo deslocava letrados, funcionários e militares (ex: COIMBRA, LEIRIA, SANTARÉM, LISBOA, ÉVORA)
Professora Alexandra Godinho
CIDADE MEDIEVAL
Espaços na área protegida pela muralha:
- castelo ou torre de menagem - sé ou igreja principal e paço episcopal - paços do concelho e pelourinho, símbolos do poder concelhio Cintura de muralhas, que delimitavam o espaço urbano, e que se abriam - moradias de mercadores e mesteirais abastados ao exterior por portas e postigos - praça principal ou rossio, onde se realizava o mercado - ruas direitas (ligavam duas portas das muralhas)/ruas novas/ ruas secundárias; compartimentação socioprofissional - judiaria
ARRABALDE, onde existiam pequenas hortas e onde se exerciam os
ofícios mais poluentes (ex: ferreiros e curtidores de peles); aqui ficava, também, a MOURARIA
TERMO, onde existiam os campos de cultivo e as pastagens; os que aí
viviam acorriam semanalmente ao mercado, onde vendiam os produtos da terra e onde obtinham os bens artesanais de que necessitavam (pano, calçado, utensílios agrícolas, etc)
Professora Alexandra Godinho
PORTUGAL URBANO E CONCELHIO - sécs. XII-XIII
Criava e reconhecia Habitantes do concelho:
CARTA CONCELHO VIZINHOS, homens livres que DE tinham bens, o que lhes FORAL permitia pagar os tributos
Não eram VIZINHOS:
- nobres e clérigos (a não ser que se Era emitida pelo rei ou por submetessem às leis comuns e senhores nobres e abdicassem dos seus privilégios); eclesiásticos, que pretendiam - as mulheres, excepção feita às atrair povoadores. viúvas; DIVERSIDADE DE - estrangeiros; ESTATUTOS NA Nela ficavam definidos os - servos e escravos SOCIEDADE direitos e os deveres dos CONCELHIA habitantes do concelho. EXERCÍCIO DO PODER CONCELHIO HOMENS-BONS Eram proprietários de terras DIREITOS – Ex: e gado ou viviam do - Isenção ou redução comércio. de impostos; A ASSEMBLEIA DOS VIZINHOS emitia as POSTURAS, - Exclusão da servidão; Serviam na guerra a cavalo leis de âmbito local que regulamentavam todos os (daí a designação de - Possibilidade de aspectos do quotidiano. escolherem os seus CAVALEIROS-VILÃOS). DEVERES – Ex: Direitos: estavam isentos de próprios magistrados, - Tributos a pagar ao A justiça era assegurada por MAGISTRADOS de exercerem a justiça alguns impostos; não sofriam rei; ESCOLHIDOS pelos VIZINHOS, sendo os JUÍZES os penas corporais; exerciam os e a fiscalidade e de - Portagens a pagar mais importantes. organizarem as milícias cargos concelhios. pelas mercadorias. concelhias. Os ALMOTACÉS superintendiam em actividades económicas e obras públicas, o MORDOMO PEÕES administrava os bens concelhios, o MEIRINHO era Eram proprietários de terras responsável por funções policiais e pela execução de de reduzida dimensão, decisões judiciais ou fiscais, o CHANCELER guardava o trabalhavam por conta de selo e a bandeira. outrém ou eram mesteirais. SÍMBOLOS DA AUTONOMIA Serviam na guerra sem DO CONCELHO O ALCAIDE era o representante da autoridade do rei. A cavalo . Selo partir de 1340, passaram também a ser nomeados pelo Estavam sujeitos a várias Bandeira rei, de entre os VIZINHOS, 2 a 6 VEREADORES com obrigações (ex: anúduva; Pelourinho vastas competências legislativas e executivas. jugada)
LE GOFF, Jacques. SCHMITT, Jean-Claude. Cidade. in Dicionário Temático Do Ocidente Medieval. (Coordenador de Tradução Hilário Franco São Paulo. Editora EDUSC, 20