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■ Teatros de fantoches

■ Corridas de cavalos
Cultura popular na Idade Moderna ■ Circo, com bases tradicionais e escala da organização e o uso do lugar
Capítulo 9: Cultura popular e transformação social fechado pela primeira vez.
○ Paralelos no continente europeu.
PETER BURKE
■ Toureiro profissional na Espanha
11/10/2023 - RESISTÊNCIAS, REBELIÕES E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS NO PROCESSO DA MODERNIDADE ■ Festas populares na Itália (falta documentação para estabelecer)
■ Carnaval em Roma
BURKE, Peter. ‘’Cultura popular e transformação social’’. In: Cultura popular na Idade Moderna. São Paulo:
● ‘’Estava ocorrendo uma passagem gradual das formas mais espontâneas e
Companhia das Letras, 2010, p. 236-273.
participativas de entretenimento para espetáculos mais formalmente organizados e
comercializados para espectadores, passagem esta que, evidentemente, prosseguiria
por muito tempo depois de 1800. Nas cidades maiores, o processo de transformação
A revolução comercial social parece ter enriquecido a cultura popular. No campo, principalmente em regiões
Crescimento populacional da Europa, de 80mi em 1500 para 190mi em 1800 leva à diferentes, o mesmo processo levou a um empobrecimento cultural.’’ (p. 241)
urbanização, com a falta de espaço e emigração camponesa em busca de trabalho.
● A sequência de transformações econômicas é chamada de ‘’revolução comercial’’ ou Os usos da alfabetização
‘’ascensão do capitalismo comercial’’. ● Exemplo óbvio da comercialização da cultura popular: livro impresso
○ Europa nas manufaturas (cutelaria, papel, vidro e têxteis) eram exportados. ○ 1500 → 250 centros com gráficas; 20 milhões de livros. População 4x.
○ Alimentos e matérias-primas (ferro, couro, algodão) eram importados. ○ Igreja da Suécia e Finlândia levantava dados sobre alfabetização
■ Certas regiões se especializaram em produtos específicos. ● Alfabetização:
● Bolonha: papel; Leiden: lã; Lyon: seda. ○ Artesãos mais que camponeses
○ Produção não é mais destinada ao mercado local. ○ Homens mais que mulheres
● Revolução nas comunicações. Melhora das estradas, escavação de canais, construção ○ Protestantes mais que católicos
de navios. Serviços postais mais frequentes e uso do dinheiro e crédito. ○ Europeus ocidentais mais que orientais
● Agricultura transformada da cultura de subsistência para cultura destinada ao mercado ● Ao longo do tempo, aumento resultante das facilidades educacionais crescentes.
urbano crescente. ○ Aumento em 1500-1650 → Inglaterra, Itália.
● CUIDADO: não exagerar a escola das transformações econômicas. 1800 - 3% da ○ Aumento em 1650-1800 → Inglaterra, França, Amsterdam, Suécia
população em cidades com mais de 100 mil habitantes. Forma dominante da empresa ● Reformadores mais conservadores desconfiavam da cultura oral e tinham medo da
industrial ainda era a pequena oficina. educação deixar pobres descontentes e estimular a saída de camponeses.
● O preço dos alimentos subia mais rápido que os salários, fazendo com que ricos ○ Voltaire não achava necessária a alfabetização.
ficassem mais ricos e pobres mais pobres. ● Religiosos viam a alfabetização como via de salvação.
○ Lucrava: quem empregava trabalho assalariado (comerciantes, proprietários ○ Reforma educacional inglesa (1560-1640) → aumento de escolas dominicais.
rurais, camponeses e artesãos prósperos) ● Acesso aos livros acessível aos artesãos e camponeses.
○ Perdia: trabalhadores rurais e oficiais, que recebiam salários. ○ Acesso dificultado pela localização da maioria no campo, mas resolvível.
● Campesinato tinha mais objetos materiais melhores. Na Europa Ocidental (Bélgica, ○ Acesso econômico. Livros pequenos eram baratos. França (XVII-III) -
França, Irlanda, Luxemburgo, Mônaco, Países Baixos e Reino Unido), a Inglaterra impressos em papel de baixa qualidade, encadernados com papel de embrulho
levou vantagem na reconstrução, que aconteceu no final do século XVI-início do séc. de pães.
XVII. Em outros, somente no séc. XVIII. Motivos do aumento: ○ Vocabulário → improvável algum tipo de problema de compreensão.
○ Camponeses ricos prosperavam. ● Folhetos e outras fontes mostravam a secularização (rejeição da religião. Riqueza e
■ Inglaterra: comercialização da agricultura por pequenos proprietários. status como sinal de salvação em Robinson Crusoe e Moll Flanders)
■ França e Suiça: fim das guerras de Luis XIV e das de Carlos XII
■ Noruega: exportação de madeira à Grã-Bretanha
○ Transformação das formas de produção A política e o povo
■ Padronização do processo de produção pela demanda da expansão do ● O movimento da politização e da consciência política pela Europa não foi isolado, mas
mercado. ex: Desenhos de azulejos holandeses se simplificaram no séc. compartilhado entre todo o continente.
XVIII. ● Política → assuntos do Estado, preocupações dos governantes (guerra, sucessão,
■ Expansão do mercado destrói a cultura material local. tributação, problemas religiosos e econômicos)
● Comercialização do lazer em Londres. ● Reforma Protestante
○ Homens de negócio encaram o lazer como investimento. Empresas grandes ○ Lutero faz o debate teológico se tornar político ao apelar aos nobres alemães e
iam expulsando as pequenas (se manifestou em outras coisas do séc. XVIII) ao povo, por meio da imprensa (panfletos).
■ Padres e monges deveriam ser retratados para causar repugnância.
■ Reação camponesa alemã - 1525, contra proprietários rurais religiosos. ○ Em protestantes, tinham grau universitário. Em católico, após o Concílio de
● Condenada por Lutero, mas encorajada pela campanha. Trento, formados em seminários.
● Em 1546, música contra imperador. ● Nobreza e burguesia
● Debate sobre a Reforma se extingue no séc. XVI ○ Declínio do papel militar e necessidade de achar maneiras de justificar
○ França e Países Baixos (1560-70) → grupos de nobres se rebelando em nome privilégios: mostrando a diferença dos outros.
da liberdade e da verdadeira religião calvinista. ○ Maneiras mais polidas, novo estilo, autocontrole, indiferença, senso de estilo e
■ PB: ‘’vivam os mendigos’’ (Nobreza tratada como mendigos adotando formalidade (superioridade, basicamente)
o nome e criando frase de clamor popular, circulando folhetos ■ Mulheres de classe alta cada vez mais compartilhavam a mesma
representando o rei Filipe e o papa como tirano e Anticristo. cultura, com base em tratados de educação.
■ França: canções e gravuras dão consciência ao povo sobre a guerra civil ○ Língua e cultura totalmente diferente/do povo.
(conflito entre protestantes, católicos e grupo de centro apoiado por ■ Languedoc - francês/provençal
Catarina de Medici e seu filho Henrique III) ■ País de Gales - inglês
● Alarmaram os líderes. 1578, Provença. Camponeses e ■ Boêmia - alemão/tcheco
protestantes incendeiam castelos e massacram nobres. ■ Noruega - dinamarquês
● Guerra dos Trinta Anos (1618-48) ■ Finlândia - sueco
○ Batalhas acompanhadas da circulação de panfletos, gravuras e canções ● Rejeição de festas populares, ‘’todas essas diversões mostram uma tolice e uma
políticas que ridicularizaram ou louvavam príncipes, conselheiros e generais. grosseria tal que o gosto por elas se assemelha ao dos porcos’’ p. 261
○ Aparecimento do jornal (coranto), sobre notícias e acontecimentos correntes ● Rejeição à profecias, enquanto populares reeditaram velhas profecias.
publicados em intervalos periódicos. Amsterdã primeiro centro jornalístico ● Itália
● Inglaterra e França (1640) → dilúvio de panfletos. França, rebelião contra o governo. ○ Menos definido que na França e na Inglaterra, porque no séc. XVIII italianos
○ Guerra Civil Inglesa (1641): consciência política popular aumenta. Petições e cultos ainda partilhavam crenças populares sobre magia e feitiçaria
manifestações contra bispos nos Dias de Dezembro. ● França
■ Visões mais radicais assim como nos PB e na França, de leis ○ Artistas de rua de Paris optaram por apresentações fechadas para públicos
igualitárias e povo (proprietários de agricultura e artesanato) exclusivos e rejeitaram formas de literatura populares, preferindo algo clássico.
escolhendo seus parlamentares. ○ Rejeição de canções populares e classificação como bárbaras.
■ Inglaterra era a sociedade mais politicamente consciente da Europa. ● Inglaterra
○ Lei de Licenciamento em 1695 aboliu censura prévia em jornais, que eram ○ Retirada mais cedo.
acessíveis ao povo (que quando não sabia ler, se reunia em quem sabia) ○ Teatros públicos não eram mais bons para as classes superiores, montando-se
● República Holandesa: nação de estadistas. Tradição de panfleto e gravura política particulares.
desde revolta contra Espanha. ○ ‘’Jiga elisabetana’’ → Jiga virou palavra pejorativa, como forma baixa de arte.
● Revolução Francesa
○ 1780 → panfletos de crítica. Conversas em cafés giravam em torno da política. Da retirada à descoberta
■ Leques com figuras da queda da Bastilha. ● Apesar da separação, escritores e estudiosos passam a ver a cultura popular como algo
○ Soberania do povo ‘’exótico’’ e estudável.
○ Militantes sans-cullotes eram mais organizados, interessados na educação ● Contos folclóricos, histórias que se valem da cultura.
política. Camponeses franceses e consciência política com a Revolução.
○ Notícias da Revolução impactaram outras partes da Europa, estimulando
pessoas comuns a se conscientizarem politicamente. República Holandesa e
Inglaterra, Aústria, Itália e Espanha.

A retirada das classes superiores


● 1500 → Cultura popular era de todos. Instruídos tinham uma segunda cultura.
● 1800 → Clero, nobreza, comerciantes e liberais tinham abandonado a cultura popular
e a deixado para as classes baixas.
● ‘’Povo’’ significava todo mundo e virou ‘’gente simples’’
● Retirada aconteceu em ritmos diferentes em partes diferentes da Europa.
● Clero
○ Fazia parte das reformas religiosas. Mudou-se os estilos antigos de clérigos e
párocos que faziam piadas, dançavam e mudou para um padre educado, com
status superior e mais distante dos religiosos.

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