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BRASIL COLÔNIA

Karen Cristina Hartmann Ricoldi


Professor - Gilmar Moraes
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
10/11/2012

RESUMO

Apresentar de forma clara e simples que no Brasil Colonial, questões que fazem referência a
chegada dos Europeus, a exploração do pau-brasil, dos projetos lusitanos de exploração, da
estrutura criada para administrar as terras, como as capitanias hereditária, sua sociedade
patriarcal, a cultura com laços fortes na religiosidade, e a economia baseada na exportação de
produção latifundiária foram a marcas do início do povoamento destas terras.

Palavras-chave: Brasil, Colônia Portuguesa, Capitanias Hereditárias, Exploração, pau-brasil.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil, como colônia, em seus primeiros anos, as terras recém incorporadas à coroa
portuguesa, pouco tinham a oferecer ao interesse comercial português.

Desde a idade média, a Europa utilizava a tinta extraída de uma árvore para tingir os
tecidos. Esta árvore conhecida como pau-brasil e cuja matas litorâneas brasileiras eram abundantes,
foi o gatilho inicial para a coroa portuguesa voltasse sua atenção a esta colônia.

Começa assim, de forma gradual a exploração deste material para comercialização na


Europa, com a mão de obra indígena para a devastação das florestas em troca de produtos de baixo
valor (escambo).

A coroa Portuguesa exigia para sua manutenção, grandes somas, e quanto mais
arrecadava, mais parecia faltar. Grande parte destes valores eram empregados nas edificações
suntuosos e artigos de luxo. Ficando os setores produtivos sem recursos para a manutenção e
continuidade de produção.

Neste período o comércio com as Índias começar a declinar, obrigando a realeza


portuguesa a voltar seu interesse para o Brasil, com o intuito de sanar a crise portuguesa.
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2. Administração Colonial 

Administrar as novas terras mostrava-se pesada demais para uma nação que não
priorizou seus setores produtivos. A solução encontrada pela missão de Martim Afonso de Souza
para administrar uma colônia, com extensões ainda desconhecidas, foi de dividir o Brasil em
Capitanias Hereditárias.

Fonte: http://f1colombohistoriando.blogspot.com.br/2011/10/mapa-das-capitanias-hereditarias.html

“Foi somente no ano de 1534 que se efetivou o sistema. O donatário ou capitão recebia uma
carta de doação pela qual o rei outorgava o direito de posse sobre as terras. Em outro
documento, chamado foral, ficavam estabelecidos os direitos econômicos e as relações com
a metrópole.” (PEDRO, Antônio, 1997, p.115)

O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes
podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e
estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou,
em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e
piratas.
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As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram


resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários.

Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa


portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais
controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão
de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e
procurar jazidas de ouro e prata.

Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos
"homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e
cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase.

A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais
desenvolvida e rica do país.

3. A sociedade Colonial

No período do açúcar a sociedade colonial, mostrava-se marcada por diferenciação


social muito expressiva. No alto da sociedade, detentores dos poderes políticos e econômicos,
estavam os senhores de engenho. Abaixo, uma
camada média formada por trabalhadores livres e
funcionários públicos. E na base da sociedade os
escravos de origem africana.

Fonte: Brasil Colônia, Sociedade Açucareira -www.professorjomo.blogspot.com


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Uma época machista, a sociedade era patriarcal, o senhor de engenho desempenhava um


grande poder social, poder ilimitado. As mulheres, com pouco poder e sem a participação política,
deviam apenas cuidar do lar e dos filhos.

A casa grande, dentro das terras do engenho o senhor mandava construir um solar para
sua moradia. Residência da família do senhor de engenho, além alguns agregados. O conforto da
casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações
dos escravos). Havia também, devido a grande devoção das famílias nobres, uma capela.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_1dNjQ4O4_c8/TTO-O_wN6tI/AAAAAAAABXs/CtUGg0J7Q1U/s1600/engenho%252C+casa+grande%252C+senzala.JPG

4. A Cultura colonial

Com uma escassa vida cultural na colônia portuguesa, até o século XVII, toda atividade
cultural girando em torno dos colégios jesuítas. A literatura e o teatro, influenciados unicamente
pelo universo religioso, enfatizando o discurso retórico e moralista. As primeiras produções cultural
de caráter nativista aparecem no livro de poemas Música no Parnaso, de Manoel Botelho de
Oliveira (1636-1711). Significativa é também a obra satírica de Gregório de Matos e Guerra, que
traça amplo painel da vida na Bahia.
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Fonte: http://www.ebc.com.br/sites/default/files/styles/large/public/colonial.jpg
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Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/images/183_paris/3122152_saojose.jpg

Começam a proliferar no Rio de Janeiro e na Bahia os grêmios literários e artísticos em


meados do século XVII. Integrados por médicos, funcionários públicos, militares, magistrados e
clérigos, impulsionam pesquisas e obras com temas nacionais. Na região mineira, com o
desenvolvimento urbano e concentração da riqueza, inicia-se um movimento arquitetônico e
plástico, o barroco mineiro, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, consagra a escultura barroca
mineira. Já na literatura nasce o arcadismo, a primeira escola literária da colônia, por volta de 1757,.
privilegia o bucólico e a simplicidade, utiliza imagens da mitologia e modelos literários greco-
romanos. Os árcades mineiros criticam a opressão colonial e participam da Inconfidência Mineira.

5. A economia colonial

A economia da colônia portuguesa era integrada ao processo mundial de expansão do


capitalismo mercantil. Baseada no monopólio colonial - Portugal tem a exclusividade do comércio
com a colônia, sendo especializada e dirigida para o mercado externo. Com caráter predatório sobre
os recursos naturais. As técnicas agrícolas utilizadas eram rudimentares provocando esgotamento
da terra muito rápido. A produção está centrada na grande propriedade monocultora, o latifúndio, e
na utilização de numerosa mão-de-obra escrava - primeiro dos indígenas e depois dos negros.
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Em meados do século XVII, o algodão, o tabaco e o cacau passam a ser produzidos em


larga escala e a integrar a pauta de exportações da colônia.

Fonte: http://www.historianet.com.br/imagens/conteudo/economia_17.jpg

O café é introduzido no Brasil por Francisco de Melo Palheta, em 1727, que o


contrabandeia da Guiana Francesa. Durante o século XVIII, seu cultivo limita-se ao nordeste, onde
os solos não são adequados. A cafeicultura só se desenvolve no século XIX, quando o produto
começa a ser cultivado na região Sudeste.

Fator na ocupação e povoamento do interior, a pecuária se desenvolve no vale do rio


São Francisco e na região sul da colônia. As fazendas do vale do São Francisco são latifúndios
assentados em sesmarias e dedicados à produção de couro e criação de animais de carga. Muitos
proprietários arrendam as regiões mais distantes a pequenos criadores. Não é uma atividade dirigida
para a exportação e combina o trabalho escravo com a mão-de-obra livre: mulatos, pretos forros,
índios, mestiços e brancos pobres. No sul, a criação de gado é destinada à produção do charque
para o abastecimento da região das minas.

6. Conclusão:

Vimos como o enorme território do Brasil foi dividido em capitanias e como a secular
política lusitana em uma gradual penetração no interior da colônia, que, com o fracasso desta, foi
estabelecido no Brasil o Governo-Geral, uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia.
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Com relação à sociedade, observamos que era patriarcal, onde poucos detentores do
poder político e a grande maioria da população de trabalhadores livres e funcionários públicos, com
poucos direitos e os escravos sem direitos.

A cultura baseada na religiosidade, muito forte na época, com poucas exceções em


meados do século XVIII com as primeiras produções culturais de caráter nativista.

Já na economia baseada nos latifúndios com a monocultura para exportação e a


exploração da mão-de-obra escrava. Só com o povoamento do interior, no sul do Brasil, começa a
mineração e a criação de gado, para abastecimento interno da região sudeste, com a produção do
charque.

REFERÊNCIAS

PEDRO, Antonio. História da Colonização Ocidental integrada Geral e Brasil, São Paulo: FTD,
1997.

HISTÓRIA DO BRASIL – Colônia http://www.suapesquisa.com/colonia/. Acesso em 02 de


Novembro de 2012.

Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_Col%C3%B4nia. Acesso em


02 de Novembro de 2012.

PERÍODO COLONIAL.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/primeiro-reinado/periodo-colonial.php. Acesso em
06 de novembro 2012.

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