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EMEF PROFESSOR ANÍSIO TEIXEIRA Semana 26: 30/08 a 03/09/2021

História Turma: T5 Prof. Marcelo Bastos


Whatsapp dos Anos Finais (B30-C30) e EJA:32895980; email do prof: marcelo.rbastos@educar.poa.br

ECONOMIA E SOCIEDADE NA AMÉRICA PORTUGUESA

Caro (a) estudante! Nesta semana, você irá aprender sobre a economia e a sociedade brasileira no pe-
ríodo colonial. Você deverá ser capaz de identificar as principais características dessa sociedade, além de
diferenciar a sociedade açucareira da mineradora.
A economia portuguesa na América era voltada principalmente à plantaçáo de cana-de-açúcar no Nor-
deste no século XVII e à extraçáo de ouro na regiáo Sudeste no século XVIII. Essas duas atividades econômicas
acabaram desenvolvendo uma sociedade desigual bastante característica da época
No Nordeste, a cana—de—açúcar se tornou a atividade mais rentável devido a diversos fatores. Primeiramente,
a regiáo tinha um clima propício para a plantaçáo da cana que é original da Nova Guiné (África), mas que se
desenvolveu bem também na Índia. Como o clima da regiáo Nordeste, principalmente Per nambuco e Bahia,
eram semelhantes, os portugueses aproveitaram a oportunidade. Esse ingrediente táo comum nas casas dos
brasileiros era um produto raro no século XVII e por isso tinha uma procura considerável, tornando seu valor
alto.
O sistema adotado no Nordeste é chamado de Plantation, que consiste em três coisas: plantaçáo de
monocultura, ou seja, o único produto cultivado era a cana-de-açúcar; a produçáo era voltada para a
exportação; e com o uso de mão-de-obra escrava. As fazendas possuíam uma estrutura que ficou conhecida
como enqenho, dentro dessas extensas produções de cana-de-açúcar sempre havia a casa grande, local onde
morava o senhor e toda a sua família, além dos agregados. Próximos dela eram cons- truídas as senzalas, locais com
péssimas condições onde os escravizados ficavam presos quando náo estavam trabalhando. Havia também um
extenso território coberto pela plantação e que cobria quase todo o terreno. Ao Iado ficava o moinho, para onde a
cana era levada, triturada, cozida até virar um me- laço e colocadas em sinos de barro até formar o açúcar. Em
alguns casos havia também um alambique,usado para extrair a aguardente e fazer a cachaça.
Os engenhos se tornaram tão importantes para a construçáo da identidade brasileira, que autores como
Gilberto Freyre analisaram como eram as relações entre senhores e escravizados, mostrando que essa
desigualdade se repetiu nos centros urbanos. Era uma sociedade patriarcal que girava em torno do dono da
fazenda e a quem todos deviam respeito, desde sua esposa, filhos e demais parentes até os trabalhadores
escravizados. A relaçáo de abuso de poder cometido pelos senhores, herdeiros brancos de uma elite escravista,
se manteve e até hoje vemos na nossa sociedade o quanto o machismo e o ra- cismo ainda sáo problemas
enfrentados por muitos.
No caso das Minas Gerais essa relaçáo entre economia e sociedade ainda permanecia, mas com uma
realidade diferente. No final do século XVII, os paulistas saíram em expedições chamadas Entradas e
Bandeiras, que tinha como objetivos encontrar metais preciosos e capturar índios e negros para o tra- balho
escravo. Em 1693 finalmente encontraram ouro no território e iniciaram um processo de explora— çáo.
Primeiramente foram encontradas faíscas de ouro na beira dos rios. 0 chamado ouro de aluvião era retirado da
água com o auxílio de uma bateia (espécie de prato de metal que os garimpeiros iam girando até concentrar o
ouro no meio. A fim de encontrar mais ouro, foram escavadas as serras embusca de minas que pudessem ter o
metal preso nas rochas. Após extraírem as rochas, eles passavam nos rios para separar o minério do ouro e
guardavam o ouro em pó.
Para administrar essa exploração, a corte portuguesa fundou em 1709 a Capitania de São Paulo e Hinas do
Ouro, que se concentrava em controlar a sociedade que estava se formando aqui. Com a concen- traçáo de gente
nas minas a capitania foi separada e em 1720 foi criada a Capitania de Hinas Gerais e mais tarde adotaram
Vila Rica (atual Ouro Preto) como capital. No decorrer do século XVIII diversas vilas e cidades foram sendo
criadas à medida que metais e pedras preciosas foram sendo encontrados. Cidades como Sabará, São João Del Rey,
Mariana, Diamantina, Tiradentes, como tantas outras surgiram nesse contexto.
Para conter o contrabando de ouro, a administraçáo portuguesa proibiu a circulaçáo de ouro em pó o
que era bem comum na época, já que após a extraçáo o ouro ficava em pó e criou as casas de fundiçáo,
onde todo ouro extraído deveria ser levado para que o ouro fosse derretido, colocado em formas para
fazer as barras e 1/5 (20%) desse ouro era retirado para o pagamento do quinto (imposto cobrado pela
extração do metal) para a corte portuguesa e o restante recebia um carimbo que confirmava que aquele
metal já tinha passado pela casa de fundiçáo. Outro imposto era o da capitação, cobrado sobre as pessoas
que trabalhavam nas minas, quem trabalhava por conta própria pagava por si mesmo, mas havia alguns
senhores que tinham uma grande quantidade de escravizados que trabalhavam para eles e pagavam por
cada escravizado.
Em Minas Gerais formou—se uma sociedade bastante desigual. Uma minoria formava uma classe favo recida,
que tinha uma grande quantidade de escravizados e que viviam da extraçáo de ouro e do comér cio. Havia
também uma grande quantidade de escravizados que podem ser divididos em três grupos: os escravos das
minas trabalhavam em locais escuros, apertados e mal ventilados para extrair o ouro e acabavam tendo uma
expectativa de vida curta pelas péssimas condições de trabalho além dos cas- tigos físicos. Havia também os
escravizados domésticos, que trabalhavam nas casas fazendo tarefas de casa. Por último tinham os
escravizados urbanos, que vendiam quitutes e outras coisas para seus senhores, parte do dinheiro conquistado
pelas vendas podia ser usado para conquistar a carta de alfor- ria, que garantia a liberdade da pessoa.
Um outro grupo, muitas vezes desconsiderado, eram os cidadáos livres e pobres, chamados por alguns
historiadores como desclassificados, pois náo tinham uma classificaçáo definida, mas formavam uma parcela
considerável da sociedade mineira. Eram geralmente mestiços e viviam de trabalhos simples.
A religíosidade era uma característica marcante da sociedade colonial. Nos engenhos do nordeste
eram construídas capelas para que a família pudesse rezar e o padre ia constantemente para realizar as
celebrações. Já em Minas Gerais os jesuítas foram proibidos de entrar, obrigando a sociedade a criar as
irmandades, que eram responsáveis por ajudar a paróquia. As igrejas no estilo barroco foram cons- truídas por essas
írmandades. Em situações em que náo era possível ir à iqreja, as pessoas criavam os oratórios que podiam ter
em casa ou Ievar em viagens.Vídeo: SOCIEDADE COLONIAL BRASILEIRA I Na Cola da Prova. Disponível
em:<https://youtu.be/WGd- 7m00V7tg>. Acesso em 22 de maio de 2021.Vídeo: Stoodi I Pochet Aula:
História - Economia Mineradora. Disponível em: <https://youtu.be/q0ZA-—mFqIv0>. Acesso em 22 de maio
de 2021.
ATIVIDADES
1- A economia brasileira passou por dois momentos diferentes: a açucareira e a mineradora. Apresente duas
características de cada uma dessas economias.
2- Sobre a economia mineradora defina os seguintes conceitos:
a) Ouinto.
b) Ouro de Aluviáo.
c) Casa de Fundiçáo.
d) Capitaçáo.

3- Explique o que era um engenho e como era a sua estrutura física.


4- Com base no que você estudou sobre a sociedade colonial, analise quais características desseperíodo
ainda podem ser percebidas na sociedade brasileira atual.

COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA

Caro (a) estudante! Nesta semana, você irá aprender sobre a colonização da América Espanhola. Você deverá
ser capaz de compreender a estrutura administrativa e social, além das formas de exploração do
trabalho indígena.
A América Latina é formada por duas grandes colonizações: a portuguesa, que formou o Brasil e o man-
teve unido até os dias de hoje; e a espanhola, que decidiu adotar uma administraçáo descentralizada e deu
origem aos diversos países que fazem fronteira com o Brasil como a Argentina, o Uruguai e a Co— lômbia.
Vamos conhecer um pouco como foi essa colonizaçáo da América Espanhola.
Quando os primeiros espanhóis chegaram à América encontraram sociedades indígenas complexas e
usando uma grande quantidade de ouro, o que rapidamente chamou a atençáo deles. 0 espanhol Her- nán
Cortés, por exemplo, liderou um exército para dominar o Império Asteca. Essa dominaçáo ocor- reu por dois
motivos: a superioridade bélica dos espanhóis que tinham armas de fogo potentes e as doenças trazidas pelos
espanhóis à América, que acabou matando milhões de índios, pois seu sistema imunológico náo tinha defesa
contra essas doenças.
Para aumentar a dominaçáo dos povos indígenas, os espanhóis cria- vam intrigas entre as tribos locais,
dividindo-os e colocando-os uns contra os outros. Além disso, usa- vam a máo—de—obra dos indígenas
para conquistarem seus objetivos.
0s espanhóis adotaram uma ad- ministraçáo descentralizada para aumentar a capacidade de colo— nizaçáo
das terras conquistadas. 0 sistema adotado foi a criaçáo de vice-reinos e em capitanias-ge- rais (veja o
mapa da América Es- panhola). Essa estrutura possuía uma série de órgáos e setores que facilitam o
controle e a exploraçáo. A sociedade colonial espanhola tinha uma estrutura rígida e bem organizada. 0s
vice-reis e capi- tães-gerais eram representantes do rei na América, portanto os car- gos mais importantes
nas colônias. Havia também os chapetones que podiam exercer importantes cargos políticos como por
exemplo nos ca- bildos(chamados também de ayun-
tamientos), câmaras munícipais que controlavam as leis nas cidades. 0s chapetones eram espanhóis que
ímigraram para a América para trabalhar e tinham direitos superiores aos out ros. Abaixo deles estavam os
criollos, que recebiam esse nome por serem filhos de espanhóis que nasceram e foram criados na América.
Eles também possuíam grande poder econômico, pois eram comerciantes, mas náo podiam exercer cargos
políticos ímportantes como os chapetones.

Abaixo dessa elite vínha a população livre mestiça que náo tinha nenhum direito polítíco, mas trabalhavam
para se sustentar. Na base da sociedade colonial espanhola estavam os indígenas que compunham a maioria da
populaçáo e sofriam uma exploraçáo enorme, pois faziam trabalhos forçados sem possibi- lidade de mudança.
Esse trabalho era feíto em duas modalidades. A primeira era a mita, que consistia em um imposto que deveria
ser cobrado em forma de trabalho. Alguns índios eram sorteados para tra- balhar de forma
compulsória(obrigatória) nas minas para os espanhóis. Essa prática foi herdada dos in- cas e bastante explorada
no contexto. Outra modalidade de trabalho era a encomenda, uma relaçáo de trabalho que consistia em um
encomendero(senhor)que recebia da coroa espanhola um território para explorar e em troca deveria catequizar a
populaçáo indígena que ali vivia e esta por sua vez trabalharia para o senhor. Além dessas duas modalidades
havía também a escravidáo africana, príncipalmente em locais que não havia máo-de-obra suficiente.
Para controlar a saída de ouro foi criado o Conselho Real e Supremo das Índias, que ficaria responsável por
controlar a circulaçáo de riquezas na América e a cobrança de impostos. Foi criada também a Casa de Contratação na
Espanha que deveria receber em um porto único para evitar o contrabando de ouro. No sistema de porto único somente
dois portos poderiam receber mercadorias vindas da América e aqui somente três portos poderiam enviar as
mercadorias.
ATIVIDADES:

1 — Explique os fatores que levaram os espanhóis a dominarem os indíqenas.


2— Leia a reportaqem e responda as perguntas a seguir:
”Pelo menos 287 indígenas brasileiros entre eles, três yanomami já perderam a vida em decorrência do novo
coronavírus, em um ritmo que se acelera. De acordo com o Comitê Nacional pela Vida e Memó- ria Indígena,
foram 28 óbitos em todo o mês de abril. Já nos primeiros oito dias de junho, o número tri- plicou, chegando a 89
mortes. A mais recente perda foi a de Paulinho Payakan, líder Kayapó de 67 anos, que faleceu nesta quarta-feira no
Hospital Regional Público de Araguaia, no sudeste do Pará, onde esta- va internado desde o dia 9 de junho. Antes
dele, no sábado (13/06), um bebê kalapalo de apenas 45 dias tornou-se o primeiro óbito registrado entre os indígenas
do Xingu, no Mato Grosso. Há outros dois casos confirmados da doença na regiáo, de acordo com o
Ministério da Saúde.”Disponível em: <https://brasil.eIpais.com/brasil/2020—06—17/covid—19—se—espaIha—entre—
indigenas—brasileiros—e—ja—ameaca—povos—isolados.htmI>. Acesso em: 22 de maio de 2021.

a) 0uaI a relaçáo entre a questáo indígena atual e a dos indígenas durante a colonizaçáo espa-
nhola?
b) Por que há uma preocupação com as populações indíqenas com relação às doenças contaqiosas?
c) O que poderia ser feito hoje para que as doenças não afetem as comunidades indiqenas?
3 — A sociedade colonial espanhola tinha uma estrutura ríqida e sem mobilidade social. Identifique
eexplique cada uma desses qrupos que compunham essas sociedades.

k- Explique como eram as modalidades usadas pelos colonos para explorar a máo—de—obra indígena.

a) Nita.

b) Encomienda.

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