Você está na página 1de 9

t

Simulado 30 questões
Assunto: Brasil Colonial
Questão 1 UNESP Texto base 1
São exemplos do que o texto afirma: TEXTO
   
A efervescência que conheceram nas Minas [Gerais, do Democracia
século XVIII] as artes e as letras também teve feição  
peculiar. Pela primeira vez na Colônia buscava-se solução Punhos de redes embalaram o meu canto
própria para a expressão artística. para adoçar o meu país, ó Whitman.
(Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus-
1983.) [olhados,
a a pintura e a escultura renascentistas. catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes,
carumã me alimentou quando eu era criança,
b a poesia e a pintura românticas.
Mãe-negra me contou histórias de bicho,
c a arquitetura barroca e a poesia árcade. moleque me ensinou safadezas,
d a literatura de viagem e a arquitetura gótica. massoca, tapioca, pipoca, tudo comi,
e a música romântica e o teatro barroco. bebi cachaça com caju para limpar-me,
tive maleita, catapora e ínguas,
Questão 2 FGV-SP bicho-de-pé, saudade, poesia;
    “Caso tomemos o exemplo do Rio de Janeiro (...), iremos fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá,
perceber de imediato que se trata de uma região dizendo coisas, brincando com as crioulas,
caracterizada por forte concentração de riqueza em vendo espíritos, abusões, mães-d’água,
poucas mãos. Os círculos dos mais ricos – 14% das conversando com os malucos, conversando sozinho,
pessoas – chegaram a ter três quartos da riqueza emprenhando tudo que encontrava,
inventariada. (...) Entre fins do século XVIII e a primeira abraçando as cobras pelos matos,
metade do século XIX, eles chegaram a dominar 95% dos me misturando, me sumindo, me acabando,
valores transacionados nos empréstimos (...). para salvar a minha alma benzida
    Era dentro dessa elite que se situava o pequeno grupo e meu corpo pintado de urucu,
formado pelos negociantes de grande envergadura, cujas tatuado de cruzes de corações, de mãos-ligadas,
fortunas foram constituídas por meio do comércio de nomes de amor em todas as línguas de branco, de
transoceânico e no comércio colonial de longa distância.  [mouro ou de pagão.
(...) (LIMA, Jorge de. Melhores poemas. São Paulo: Global,
    Uma vez acumuladas tais fortunas, verifica-se que parte 2006. p. 74.)
desses homens de negócios (ou seus filhos) abandonava o
comércio, convertendo-se em rentistas (pessoas que Questão 3 PUC-GO
vivem de rendas, como, por exemplo, do aluguel de PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1
imóveis urbanos) ou em grandes senhores de terras e de
escravos. Curiosamente, ao fazerem isso, estavam       Além de ensinar o catecismo e transmitir as regras da
perdendo dinheiro, já que os ganhos do tráfico atlântico de hospitalidade, os missionários doutrinavam os indígenas
escravos (19% por viagem) eram superiores aos lucros da na ética da submissão às autoridades constituídas pelo
plantation (de 5% a 10% ao ano). Deus cristão. Levando avante sua missão, os religiosos
    O que havia por trás de um movimento de reconversão acompanharam a expansão da colonização pelo território
em si mesmo inusitado?” da América, batizando e incorporando aos reinos europeus
(João Fragoso et al., A economia colonial brasileira (séculos as populações nativas.
XVI-XIX). 1998)  
  Acerca desse trabalho missionário, está correto afirmar
Esse “movimento de reconversão” pode ser explicado que:
a pelos extorsivos impostos cobrados aos traficantes de a a maioria dos missionários veio de maneira espontânea
escravos e aos comerciantes em geral e pelas restrições e livre, enviada pelo Papa para evangelizar os povos
de oferta de títulos de nobreza para os homens que não selvagens e salvar suas almas da perdição eterna.
tivessem grandes propriedades fundiárias. b os missionários que vieram para o continente
b pela radical transformação da economia colonial desde americano, apesar de patrocinados pelos reis, promoveram
meados do século XVIII, que permitiu uma acumulação de revoltas constantemente e, para isso, mobilizavam os
capital maior na atividade manufatureira, e pela povos indígenas que estavam sob seu estrito comando. 
decadência da produção aurífera, em Minas Gerais e em c as aldeias, os pueblos e colégios surgidos da ação da
Goiás. Igreja católica no continente prosperaram rapidamente,
c por um considerável ideal aristocratizante de uma dando origem a várias cidades, capitais dos atuais países
parcela da elite colonial brasileira, que almejava um latino-americanos.
afastamento relativo do mundo do trabalho, e pela busca d nas aldeias, o serviço religioso era acompanhado do
de maiores garantias para o patrimônio constituído por trabalho regular dos índios, visando à produção de
meio do comércio. mercadorias a serem comercializadas pelas ordens
d pela legislação presente nas Ordenações Filipinas, que religiosas.
estabelecia uma hierarquia social a partir da origem
principal da riqueza e pelas restrições ao tráfico de
escravos, instituídas a partir de 1810.
e pela proibição dos comerciantes em participar das
Câmaras Municipais, como eleitores e como elegíveis, e
pela condenação feita pela Igreja Católica contra os
ganhos obtidos por meio de lucros gananciosos e de juros
altos.
Questão 4 PUC-SP Questão 5 PUC-SP
  “Quando a capitania das Minas Gerais conhecia o seu PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2
apogeu, milhares de homens viviam na miséria, passavam
fome, vagavam sem destino pelos arraiais, tristes frutos  A carta, enviada pelo donatário de Pernambuco ao rei de
deteriorados de um sistema econômico doente e de uma Portugal em 1549, mostra que os
estrutura de poder violenta. Da riqueza extraída das Minas, a colonos exerciam diversas atividades produtivas no
quase tudo ia para a Metrópole, onde se consumia em Brasil colonial, o que gerava a presença de muitos
gastos suntuários, em construções monumentais (...), no trabalhadores livres sob a ordem escravocrata.
pagamento das importações de que Portugal
b escravos desempenhavam todas as atividades
necessitava.” 
produtivas no Brasil colonial, o que permitia aos colonos
O texto acima mostra várias faces da exploração  do ouro
portugueses o desfrute do ócio e o enriquecimento rápido.
nas Minas Gerais durante o período colonial. A partir dele e
de seus conhecimentos  sobre o período, indique a c senhores de engenho controlavam todas as relações de
alternativa correta. trabalho e de produção no Brasil colonial, o que impedia
que a Corte portuguesa lucrasse efetivamente com a
a Poucos se beneficiaram da riqueza oferecida pelos
empresa colonizadora.
minérios e nenhum brasileiro enriqueceu com a extração
de ouro ou de diamantes porque apenas os portugueses d obres portugueses eram os donatários das principais
podiam realizá-la. capitanias no Brasil colonial, o que limitava a ascensão
social dos escravos alforriados.
b A mão-de-obra escrava predominava nas Minas Gerais
porque a Igreja Católica impedia que os índios Questão 6 ENEM PPL
trabalhassem e nenhum homem livre se dispunha a
enfrentar as dificuldades da região.     Lendo atentamente os Autos da devassa da
Inconfidência Mineira, o que encontramos? Os envolvidos
c sonho do enriquecimento fácil e rápido atraiu milhares são “filhos de Minas”, “naturais de Minas”. A terra era o
de pessoas para a região e todos podiam explorar “Pais de Minas”, percebido como “continente” ou como
livremente, pois a metrópole não estabelecia qualquer capitania.
limite ou restrição à atuação dos mineradores. JANCSÓ, |.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA,
d A imensa riqueza extraída era compartilhada de forma C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira
desigual, dada a forte dependência da Metrópole, o alto (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.
custo dos alimentos na região e o grande volume de  
impostos. A identificação exposta no texto destaca uma
e Quase todos os escravos que trabalharam nas Minas característica do domínio português na América ao apontar
Gerais obtiveram alforria, por meio do furto de parte do para a
minério encontrado ou porque os proprietários libertavam a relevância da atividade intelectual da elite colonial.
aqueles que descobriam ouro. b ineficácia da ação integrativa das ordens religiosas.
Texto base 2 c fragmentação do território submetido ao controle
metropolitano.
“Entre todos os moradores e povoadores uns fazem
engenhos de açúcar porque são poderosos paraisso, d invisibilidade de eventos revolucionários do continente
outros canaviais, outros algodoais, outros mantimentos, europeu.
que é a principal e mais necessária cousa para a terra, e abrangência do processo de aculturação das
outros usam de pescar, que também é muito necessário sociedades nativas.
para a terra, outros usam de navios que andam buscando
mantimentos e tratando pela terra conforme ao regimento Texto base 3
que tenho posto, outros são mestres de engenhos, outros Instrução: Leia o texto para responder à questão.
mestres de açúcares, carpinteiros, ferreiros, oleiros e  
oficiais de fôrmas e sinos para os açúcares e outros oficiais Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da
que ando trabalhando e gastando o meu por adquirir para colonização, configuravam-se nos trópicos portugueses
a terra, e os mando buscar em Portugal, na Galiza e nas preocupações próprias de uma colônia de povoamento e
Canárias às minhas custas, além de alguns que os que não apenas de exploração ou feitoria comercial, pois que
vêm fazer os engenhos trazem, e aqui moram e povoam, no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar “os
uns solteiros e outros casados, e outros que cada dia caso enormes recursos naturais” e as potencialidades do
e trabalho por casar na terra.” Império nascente, tendo em vista o fomento do bem-estar
Gonsalves de Mello e Albuquerque. Cartas de Duarte da própria população local.
Coelho a El Rei. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1997, (Maria Odila Leite da Silva Dias. A interiorização da
p. 114. metrópole e outros estudos, 2005.)
Questão 7 UNESP Questão 10 ENEM
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3     O movimento sedicioso ocorrido na capitania de
Pernambuco, no ano 1817, foi analisado de formas
A alteração na relação entre o governo português e o diferentes por dois meios de comunicação daquela época.
Brasil,  mencionada no texto, pode ser notada, por O Correio Braziliense apontou para o fato de ser “a
exemplo, comoção no Brasil motivada por um descontentamento
a na redução dos impostos sobre a exportação do açúcar geral, e não por maquinações de alguns indivíduos”. Já a
e do algodão, no reforço do sistema colonial e na maior Gazeta do Rio de Janeiro considerou o movimento como
integração do território brasileiro. um “pontual desvio de norma, apenas uma 'mancha' nas
'páginas da História Portuguesa", tão distinta pelos
b no estreitamento dos vínculos diplomáticos com os
testemunhos de amor e respeito que os vassalos desta
Estados Unidos, na instalação de um modelo federalista e
nação consagram ao seu soberano”.
na modernização dos portos.
JANCSÔ. I. PIMENTA. J P Peças de um mosaico. in: MOTA, C.
c na ampliação do comércio com as colônias espanholas G (Org ) Viagem Incompleta. 8 experiência brasileira
do Rio da Prata, na reurbanização do Rio de Janeiro e na (1500-2000) São Paulo Senac, 2000 (adaptado)
redução do contingente do funcionalismo público.  
d na abertura de estradas, na melhoria das Os fragmentos das matérias jornalísticas sobre o
comunicações entre as capitanias e no maior acontecimento, embora com percepções diversas,
aparelhamento militar e policial. relacionam-se a um aspecto do processo de independência
e no restabelecimento de laços comerciais com França e da colônia luso-americana expresso em dissensões entre
Inglaterra, na fundação de casas bancárias e no a quadros dirigentes em torno da abolição da ordem
aprimoramento da navegação de cabotagem. escravocrata.
Questão 8 UNESP b grupos regionais acerca da configuração politico-
territorial.
Em 1534, a Coroa portuguesa estabeleceu o regime de c intelectuais laicos acerca da revogação do domínio
capitanias hereditárias no Brasil Colônia. Entre as funções
eclesiástico.
dos donatários, podemos citar
d homens livres em torno da extensão do direito de voto.
a a nomeação de funcionários e a representação
diplomática. e elites locais acerca da ordenação do monopólio
fundiário.
b a erradicação de epidemias e o estímulo ao
crescimento demográfico. Texto base 4
c a interação com os povos nativos e a repressão ao O texto abaixo é referência para a questão.
trabalho escravo.  
d a organização de entradas e bandeiras e o extermínio   A    crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao
dos indígenas. aparecimento de um modelo novo de resistência, a que
e a fundação de vilas e cidades e a cobrança de podemos chamar quilombo abolicionista. No modelo
impostos. tradicional de resistência à escravidão, o quilombo-
rompimento, a tendência dominante era a política do
Questão 9 FGV-SP esconderijo e do segredo de guerra. Por isso, esforçavam-
Somente a partir de 1850 vai se observar um maior se os quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia,
dinamismo no desenvolvimento econômico do país em sua organização interna e suas lideranças de todo tipo de
geral e de suas manufaturas, em particular. O crescimento inimigo, curioso ou forasteiro, inclusive, depois, os
do número de empresas industriais se faria com relativa historiadores.
rapidez.     Já no modelo novo de resistência, o quilombo
  abolicionista, as lideranças são muito bem conhecidas,
Mas o que provocaria essas mudanças? cidadãos prestantes, com documentação civil em dia e,
(Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12) principalmente, muito bem articulados politicamente. Não
  mais os grandes guerreiros do modelo anterior, mas um
É correto responder à indagação afirmando que tipo novo de liderança, uma espécie de instância de
a a Câmara dos Deputados aprovou medidas restritivas intermediação entre a comunidade de fugitivos e a
às importações, como a proibição da entrada de sociedade envolvente. Sabemos hoje que a existência de
mercadorias similares às já produzidas no país, e também um quilombo inteiramente isolado foi coisa rara. Mas, no
criou a primeira política industrial brasileira. caso dos quilombos abolicionistas, os contatos com a
sociedade são tantos e tão essenciais que o quilombo
b houve a importante contribuição do fim do tráfico de encontra-se já internalizado, parte do jogo político da
escravos para o Brasil, que possibilitou a disponibilidade sociedade mais ampla.
de capitais, além dos efeitos duradouros da agricultura, (Quilombo abolicionista – cap. 1; p. 11. SILVA, Eduardo: As
especialmente do café. Camélias do Leblon e a abolição da escravatura: uma
c a nacionalização do subsolo brasileiro, presente na investigação de história cultural. SP: Cia das Letras,
Constituição imperial, impulsionou os investimentos 2003.) 
privados na exploração mineral, conjuntamente com os
incentivos governamentais na criação de estaleiros.
d ocorreu uma rápida modernização dos grandes
engenhos de açúcar do Nordeste em função dos
financiamentos ingleses e, em 1851, fundou-se um banco
estatal de desenvolvimento.
e acertou-se com a Inglaterra a renovação dos Tratados
de 1827, que ofereciam tarifas privilegiadas aos ingleses e
estes, em contrapartida, proporcionavam transferência de
tecnologia industrial.
Questão 11 UFPR Questão 13 ESPM
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4   A coroa criou a Companhia Geral de Comércio do
Maranhão, que monopolizaria o comércio da região, tendo,
Com base no texto, assinale a alternativa INCORRETA.  entre outras obrigações, de fornecer 500 escravos negros
a Segundo o autor, a organização quilombola, no período por ano, durante 20 anos, além de fornecer aos habitantes
pré-abolição, não era constituída exclusivamente como gêneros alimentícios importados e adquirir tudo o que
modelo de resistência belicoso.  fosse produzido na região para a exportação.
(Luís César Costa e Leonel Itaussu. História do Brasil)
b As lideranças de ambos os tipos de organização
Contra a ação da Companhia Geral do Comércio do
quilombola apontados no texto eram ocupadas por
Maranhão  ocorreu, no século XVII, a revolta nativista
indivíduos de prestígio na sociedade circundante. 
conhecida por:
c Cada um dos tipos de quilombo apontados pelo autor
a Aclamação de Amador Bueno;
do texto, no Brasil, tinha estratégias e finalidades
diferentes.  b Guerra dos Emboabas;
d Quilombos inteiramente isolados não eram tão comuns, c Guerra dos Mascates;
segundo Silva, contrariamente ao que sempre se d Revolta de Felipe dos Santos;
acreditou.  e Revolta de Beckman.
e Os chamados quilombos abolicionistas eram mais
integrados à sociedade circundante, mantendo com ela Questão 14 FUVEST
uma estreita relação As tentativas holandesas de conquista dos territórios
portugueses na América tinham por objetivo central
Questão 12 PUC-PR
a a apropriação do complexo açucareiro escravista do
Observe a obra O jantar de Debret. Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses. 
b a formação de núcleos de povoamento para
absorverem a crescente população protestante dos Países
Baixos. 
c a exploração das minas de ouro recém‐descobertas no
interior, somente acessíveis pelo controle de portos no
Atlântico. 
d a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos
portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico. 
e a criação de uma base para a ocupação definitiva das
áreas de mineração da América espanhola.
Questão 15 EsPCEx
Durante o mercantilismo, todos os produtos que chegavam
à colônia ou saíam dela tinham que passar pela metrópole,
A sociedade patriarcal brasileira retratada na imagem tem caracterizando assim
como características
a o pacto colonial. 
a a mobilidade social presente nas regiões açucareiras e
mineradoras, em que os escravos poderiam receber ou b os Atos de Navegação. 
comprar sua liberdade e serem aceitos pelo status quo c a corveia.
desde que estabelecidos como proprietários de terras ou d o liberalismo econômico. 
negócios. e a balança comercial favorável.
b a herança cultural portuguesa e muçulmana,
presenciada no âmbito privado e não no público, em que o Questão 16 ESPM
patriarca era o chefe da família, visto que a Península Leia a introdução ao regimento do primeiro  governador
Ibérica já havia sido de domínio mouro. geral do Brasil e responda:
c o controle dos grandes fazendeiros sobre suas terras e  
regiões vizinhas, mais tarde observado também no   Vendo eu quanto serviço de Deus e meu e conservar e
coronelismo, modelo político combatido após a enobrecer as Capitanias e povoações das terras do Brasil e
Proclamação da República. dar ordem e maneira com que melhor e mais seguramente
d a extensão do poder do senhor de engenho não se possam ir povoando para exalçamento da nossa santa
somente sobre sua propriedade e empregados, mas fé e proveito de meus Reinos e senhorios e dos naturais
também sobre sua família e a região ao redor de suas deles, ordenei ora de mandar nas ditas terras fazer uma
terras. fortaleza e povoação grande e forte em um lugar
conveniente, para daí se dar favor e ajuda às outras
e a centralização na figura do pai, chefe não somente da povoações e se ministrar Justiça e prover nas coisas que
família, mas dos negócios e da política local, padrão do cumprirem a meu serviço e aos negócios de minha
nordeste açucareiro entre os séculos XVI e XVII, e do Fazenda e bem das partes. 
sudeste nos séculos XVIII e XIX. (Hélio Vianna. História do Brasil)
A povoação grande e forte, que deveria ser  criada para
auxiliar às outras povoações e servir de centro de unidade,
foi:
a São Vicente;
b São Paulo;
c Rio de Janeiro;
d São Luís;
e Salvador.
Questão 17 ENEM Questão 19 FCMSCSP - Santa Casa
Próximo da Igreja dedicada a São Gonçalo nos deparamos       Pois a cana-de-açúcar introduzida no Brasil pelo
com uma impressionante multidão que dançava ao som de colonizador português alcançou um tal esplendor de viço
suas violas. Tão logo viram o ViceRei, cercaram-no e o no massapê do Nordeste – na então Nova Lusitânia – que o
obrigaram a dançar e pular, exercício violento e pouco açúcar fabricado com o suco da cana regional nos
apropriado tanto para sua idade quanto posição. Tivemos engenhos do mesmo Nordeste projetou de súbito o Brasil
nós mesmos que entrar na dança, por bem ou por mal, e no mercado europeu. […] O açúcar assim produzido logo
não deixou de ser interessante ver numa igreja padres, superou, em importância, a madeira de tinta que vinha
mulheres, frades, cavalheiros e escravos a dançar e pular dando valor econômico ao Brasil na Europa; e que já lhe
misturados, e a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo dera o próprio nome: Brasil.
do Amarante”. (Gilberto Freyre. Açúcar: uma sociologia do doce, 1997.)
   
BARBINAIS, Le Gentil. Noveau Voyage autour du monde. Gilberto Freyre alude a duas atividades econômicas do
Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colonial. São período colonial brasileiro: a produção de açúcar e a
Paulo: Ed. 34, 2000 (adaptado).  extração do pau-brasil. Percebe-se, pela argumentação do
O viajante francês, ao descrever suas impressões autor, que a exploração
sobre  uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, a da cana-de-açúcar exigiu a instalação de um complexo
demonstra  dificuldade em entendê-la, porque, como econômico na colônia, favorecido pelas condições locais de
outras manifestações religiosas do período colonial, ela produção.
a seguia os preceitos advindos da hierarquia católica b da cana-de-açúcar agregou as diversas economias
romana. regionais da colônia às sociedades urbanas litorâneas.
b demarcava a submissão do povo à c da cana-de-açúcar foi possível, sobretudo, devido à
autoridade constituída. abundância de mão de obra escrava indígena.
c definia o pertencimento dos padres às d do pau-brasil teve efeitos econômicos pouco
camadas populares. significativos em razão da escassez da madeira na faixa
d afirmava um sentido comunitário de partilha litorânea.
da devoção. e do pau-brasil permitiu à metrópole portuguesa
e harmonizava as relações sociais entre escravos e acumular o capital necessário para iniciar a colonização do
senhores. Brasil.
Questão 18 UNESP Questão 20 FCMSCSP - Santa Casa
A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana       Pois a cana-de-açúcar introduzida no Brasil pelo
(1798) tiveram semelhanças e diferenças significativas. É colonizador português alcançou um tal esplendor de viço
correto afirmar que no massapê do Nordeste – na então Nova Lusitânia – que o
a as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta açúcar fabricado com o suco da cana regional nos
pelo fim da escravidão. engenhos do mesmo Nordeste projetou de súbito o Brasil
b a revolta mineira teve caráter eminentemente popular no mercado europeu. […] O açúcar assim produzido logo
e a baiana, aristocrático e burguês. superou, em importância, a madeira de tinta que vinha
dando valor econômico ao Brasil na Europa; e que já lhe
c a revolta mineira propunha a independência brasileira e dera o próprio nome: Brasil.
a baiana, a manutenção dos laços com Portugal. (Gilberto Freyre. Açúcar: uma sociologia do doce, 1997.)
d as duas revoltas obtiveram vitórias militares no início,  
mas acabaram derrotadas. Gilberto Freyre alude a duas atividades econômicas do
e as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e período colonial brasileiro: a produção de açúcar e a
princípios iluministas. extração do pau-brasil.
 
Percebe-se, pela argumentação do autor, que a exploração
a da cana-de-açúcar exigiu a instalação de um complexo
econômico na colônia, favorecido pelas condições locais de
produção. 
b da cana-de-açúcar agregou as diversas economias
regionais da colônia às sociedades urbanas litorâneas.
c da cana-de-açúcar foi possível, sobretudo, devido à
abundância de mão de obra escrava indígena. 
d do pau-brasil teve efeitos econômicos pouco
significativos em razão da escassez da madeira na faixa
litorânea. 
e do pau-brasil permitiu à metrópole portuguesa
acumular o capital necessário para iniciar a colonização do
Brasil.
Questão 21 UFPR Questão 23 ENEM PPL
A chegada da Família Real e da Corte Portuguesa ao Rio de É preciso ressaltar que, de todas as capitanias brasileiras,
Janeiro em 1808 introduziu grandes mudanças Minas era a mais urbanizada. Não havia ali hegemonia de
na  sociedade brasileira. Os grandes proprietários rurais e um ou dois grandes centros. A região era repleta de vilas e
negociantes aglutinaram-se ainda mais do que antes ao arraiais, grandes e pequenos, em cujas ruas muita gente
redor  da Família Real. Isso permitiu que, no contexto da circulava.
independência (1822), alguns fenômenos permanecessem. PAIVA, E. F. O ouro e as transformações na sociedade
Tendo  em vista esses processos, considere as seguintes colonial. São Paulo: Atual, 1998.
afirmativas: As regiões da América portuguesa tiveram distintas lógicas
  de ocupação. Uma explicação para a especificidade da
1. A escravidão foi mantida, sem que os poucos região descrita no texto está identificada na
questionamentos a ela conseguissem prevalecer nem a apropriação cultural diante das influências externas.
nos projetos de Independência, nem na elaboração de um
b produção manufatureira diante do exclusivo comercial.
projeto de Constituição em 1823, nem ainda
na Constituição outorgada em 1824. c insubordinação religiosa diante da hierarquia
2. O fim do laço colonial formal com Portugal permitiu a eclesiástica.
intensificação da relação de dependência frente d fiscalização estatal diante das particularidades
à Inglaterra. econômicas.
3. A escravidão atingiu seu auge no Brasil imediatamente e autonomia administrativa diante das instituições
após a Independência, ao mesmo tempo em que metropolitanas.
as  negociações internacionais pelo reconhecimento desta
última levaram à tentativa de supressão do tráfico Questão 24 FGV-SP
de escravos africanos em 1830.     Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenômenos
4. O apoio inglês à manutenção da escravidão e do tráfico que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o
de escravos permitiu que o cativeiro permanecesse Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam eles
no Brasil até 1888. juntos, articulados, durante todo o período pombalino.
  FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática,
Assinale a alternativa correta. 1982, p. 483.
a Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.  
b Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. Entre as medidas implementadas durante o período em
que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei
c Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
português D. José I, é correto apontar:
d Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
a A anistia aos mineradores da colônia que possuíam
e Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. débitos tributários com a metrópole portuguesa. 
Questão 22 ENEM PPL b A implementação de medidas liberalizantes e a
extinção das companhias de comércio monopolistas. 
    Os próprios senhores de engenho eram uns gulosos de
doce e de comidas adocicadas. Houve engenho que ficou c O estabelecimento do Diretório dos Índios, que
com o nome de “Guloso”. E Manuel Tomé de Jesus, no seu significou uma tentativa de enfraquecer o poder dos
Engenho de Noruega, antigo dos Bois, vivia a encomendar jesuítas. 
doces às doceiras de Santo Antão; vivia a receber d A intensificação das perseguições aos judeus e cristãos-
presentes de doces de seus compadres. Os bolos feitos em novos bem como o fortalecimento do Tribunal do Santo
casa pelas negras não chegavam para o gasto. O velho Ofício. 
capitão-mor era mesmo que menino por alfenim e cocada. e O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento
E como estava sempre hospedando frades e padres no seu dos setores financeiros e mercantis da sociedade
casarão de Noruega, tinha o cuidado de conservar em casa portuguesa.
uma opulência de doces finos.
FREYRE, G. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre Texto base 5
a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: O Brasil colonial foi organizado como uma empresa
José Olympio, 1985 (adaptado). comercial resultante de uma aliança entre a burguesia
  mercantil, a Coroa e a nobreza. Essa aliança refletiu-se
O texto relaciona-se a uma prática do Nordeste numa política de terras que incorporou concepções rurais
oitocentista que está evidenciada em: tanto feudais como mercantis.             
a Produção familiar de bens para festejar as datas (Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República, 1987).  
religiosas. 
b Fabricação escrava de alimentos para manter o domínio
das elites. 
c Circulação regional de produtos para garantir as trocas
metropolitanas. 
d Criação artesanal de iguarias para assegurar as redes
de sociabilidade. 
e Comercialização ambulante de quitutes para reproduzir
a tradição portuguesa.
Questão 25 UNESP Questão 27 ENEM LIBRAS

PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 5     Na segunda metade do século XIX, a capoeira era uma
marca da tradição rebelde da população trabalhadora
A constatação de que “Essa aliança refletiu-se numa urbana na maior cidade do Império do Brasil, que reunia
política de terras que incorporou concepções rurais tanto escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e
feudais como mercantis” justifica-se, pois a política de adultos, negros e brancos. O que mais os unia era
terras desenvolvida por Portugal durante a colonização pertencer aos porões da sociedade, e na última escala do
brasileira piso social estavam os escravos africanos.
a permitiu tanto o surgimento de uma ampla camada de SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L.
pequenos proprietários, cuja produção se voltava para o História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da
mercado interno, quanto a implementação de sólidas Palavra, 2013.
parcerias comerciais com o restante da América.  
De acordo com o texto, um fator que contribuiu para
b determinou tanto uma rigorosa hierarquia nobiliárquica
a construção da tradição mencionada foi a
nas terras coloniais, quanto o confisco total e imediato das
terras comunais cultivadas por grupos indígenas ao longo a elitização de ritos católicos.
do litoral brasileiro. b desorganização da vida rural.
c envolveu tanto a cessão vitalícia do usufruto de terras c redução da desigualdade racial.
que continuavam a ser propriedades da Coroa, quanto a d mercantilização da cultura popular.
orientação principal do uso da terra para a monocultura e diversificação dos grupos participantes.
exportadora.
d garantiu tanto a prevalência da agricultura de Questão 28 FGV-SP
subsistência, quanto a difusão, na região amazônica e nas   Reverendo padre reitor, eu, Manoel Beckman, como
áreas centrais da colônia, das práticas da pecuária e da procurador eleito por aquele povo aqui presente, venho
agricultura de exportação. intimar a vossa reverência, e mais religiosos assistentes no
e assegurou tanto o predomínio do minifúndio no Maranhão, como justamente alterados pelas vexações que
Nordeste brasileiro, quanto uma regular distribuição de padece por terem vossas paternidades o governo temporal
terras entre camponeses no Centro-Sul, com o objetivo de dos índios das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora
estimular a agricultura de exportação. assim do espiritual como do temporal, então e não tem
falta ao mau exemplo de sua vida, que por esta parte não
Questão 26 PUC-GO tem do que se queixar de vossas paternidades; portanto,
      Em 1585, padre Anchieta escreveu ao Provincial da notifico a alterado povo, que se deixem estar recolhidos ao
Companhia de Jesus, informando sobre as dificuldades da Colégio, e não saiam para fora dele para evitar alterações
catequese com os povos indígenas. e mortes, que por aquela via se poderiam ocasionar; e
  entretanto ponham vossas paternidades cobro em seus
Leia, a seguir, o fragmento dessa carta: bens e fazendas, para deixá-las em mãos de seus
  procuradores que lhes forem dados, e estejam aparelhados
      A conversão nestas partes floresceu já muito, porque para o todo tempo e hora se embarcarem para
somente na Baía havia mais de 40 mil cristãos e agora não Pernambuco, em embarcações que para este efeito lhes
haverá 10 mil, porque têm morrido de várias enfermidades forem concedidas.
e não se fazem tantos de novo, porque têm fugido pela João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia
terra a dentro por causa dos agravos que recebiam dos de Jesus no Estado do Maranhão. 2ª Edição, Belém:
Portugueses que os cativavam, férravam, vendiam, SECULT, 1990, p.360.
apartando-os de suas mulheres e filhos com outras injúrias  
que eles sentem muito [...]. O movimento liderado por Manuel Beckman no Maranhão,
(ANCHIETA, José de. Informação da Província do Brasil para em 1684, foi motivado pela
o nosso padre. Apud BEOZZO, José O. O diálogo da a proibição do ensino laico no Brasil colonial e pelas
Conversão do Gentio. A evangelização entre a persuasão e pressões que os jesuítas realizavam para impedir a sua
a força. In: SUESS, P. et alli. Conversão dos cativos. São liberação.
Bernardo do Campo: Nhanduti Editora, 2009, p. 62.) b questão da mão de obra indígena e pela insatisfação de
  colonos com as atividades da Companhia de Comércio do
     Acerca da participação da Igreja Católica no projeto Maranhão.
colonial, assinale a única alternativa correta:
c ameaça dos jesuítas de abandonarem a região e pela
a Os missionários contribuíram para que os povos nativos catequese dos povos indígenas sob a sua guarda.
residissem perto das cidades fundadas, favorecendo a
d crítica dos colonos maranhenses ao apoio dos jesuítas
integração das aldeias indígenas e o desenvolvimento
aos interesses espanhóis e holandeses na região.
urbano, ainda que esses povos habitassem os bairros
periféricos.  e tentativa dos jesuítas em aumentar o preço dos
escravos indígenas, contrariando os interesses dos colonos
b Os missionários contribuíram para que os nativos
maranhenses.
esquecessem suas línguas originais e, a partir do ensino
nas escolas catequéticas, integrassem a mão de obra
qualificada ao projeto colonial. 
c Os missionários contribuíram ao afastarem os povos
indígenas das cidades fundadas, favorecendo a fuga dos
Engenhos açucareiros e descumprindo a legislação régia
que autorizava escravizar os nativos, para comercializá-los
com a metrópole. 
d Os missionários contribuíram ao criarem aldeias
indígenas afastadas dos centros urbanos, ao denunciarem
as práticas violentas dos colonos e ao buscarem uma
legislação régia que protegesse a liberdade dos povos
nativos.
Questão 29 FUVEST Questão 30 UNIFENAS
Estima-se que somente no século XVI tenham sido
derrubados aproximadamente 2 milhões de árvores,
devastando cerca de 6 mil quilômetros quadrados da Mata
Atlântica. Essa derrubada começou com a extração do
pau-brasil. Depois vieram cinco séculos de queimada. A
cana, o pasto, o café, tudo foi plantado nas cinzas da Mata
Atlântica.
(Revista Veja. São Paulo, Abril, no. 51, 24 de dez. 1997. p.
81) 

  Com base na leitura do texto, podemos concluir que,


desde o início, a história brasileira foi caracterizada
a por práticas econômicas típicas da colonização de
povoamento.
b pelo desenvolvimento do trabalho livre e assalariado.
c pelo incentivo à economia de subsistência.
d por práticas econômicas predatórias que provocaram
Este quadro, pintado por Franz Post por volta de danos ao meio ambiente.
1660, pode ser corretamente relacionado
e pela preservação dos recursos naturais do território.
a à iniciativa pioneira dos holandeses de construção
dos primeiros engenhos no Nordeste.
b à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse
dos holandeses no Nordeste.
c à condição especial dispensada pelos holandeses
aos escravos africanos.
d ao início da exportação do açúcar para a Europa
por determinação de Maurício de Nassau.
e ao incentivo à vinda de holandeses para a
constituição de pequenas propriedades rurais.
GABARITO

1. c
2. c
3. d
4. d
5. a
6. c
7. d
8. e
9. b
10. b
11. b
12. d
13. e
14. a
15. a
16. e
17. d
18. e
19. a
20. a
21. a
22. d
23. d
24. c
25. c
26. d
27. e
28. b
29. b
30. d

Você também pode gostar