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A revolução do 25 de Abril, também conhecida

como Revolução dos cravos, foi um golpe militar


que ocorreu no nosso país em 1974. Foi liderada
pelo Movimento das Forças Armadas (MFA),
composta essencialmente por oficiais de baixa
patente, que se opunham ao regime ditatorial do
Estado Novo, liderado por Salazar e mais tarde
por Marcelo Caetano.

No dia 24 de abril, um grupo de militares


comandados por Otelo Saraiva de Carvalho
instala secretamente o posto de comando do
movimento golpista no quartel da Pontinha, em
Lisboa.

Às 22h55m é transmitida a canção E depois do


Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores
Associados de Lisboa, emitida por João Paulo
Diniz. Este é um dos sinais previamente
combinados pelos golpistas, que desencadeia a
tomada de posições da primeira fase do golpe
de estado.
O segundo sinal é dado às 00h20m, quando a
canção Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonsa, é
transmitida pelo programa Limite, da rádio
Renascença, que confirma o golpe e marca o
início das operações. O locutor de serviço nessa
emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e
poeta moçambicano.

Ao contrário de E depois do Adeus, que era


muito popular por ter vencido o Festival RTP da
Canção, a música de Zeca Afonso havia sido
censurada, pois, segundo o governo, fazia
alusão ao comunismo.

Nesse mesmo momento, uma coluna militar


com tanques, comandada pelo capitão
Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de
Cavalaria, em Santarém, e marchou para
Lisboa.

Na capital, tomou posições junto dos ministérios


e depois cercou o quartel da GNR do Carmo,
onde o sucessor de Salazar à frente da ditadura,
Marcelo Caetano se tinha refugiado.
Durante o dia, a população de Lisboa foi-se
juntando aos militares. E o que era um golpe de
Estado transformou-se numa verdadeira
revolução.

Ao fim da tarde, Marcelo Caetano rendeu-se e


entregou o poder ao general Spínola, que,
embora não pertencesse ao MFA, não
concordava com o governo.

Segundo se diz, a certa altura, uma vendedora


de flores começou a distribuir cravos. Os
soldados enfiaram o pé do seu cravo no cano da
espingarda e os civis punham a flor ao peito. Os
cravos vermelhos tornaram-se um símbolo da
não violência e da luta pela liberdade.

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