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Ensaio Filosófico

Tema: Problemas éticos na manipulação do genoma humano

Ao longo deste ensaio procurarei discutir sobre o problema “Será a manipulação do genoma
humano na busca da perfeição genética moralmente correto?”

Nesta dissertação tenho como objetivo mostrar a busca incessante pela perfeição genética é um
tema que tem causado debates e reflexões profundas na sociedade contemporânea. Este fenômeno,
impulsionado pelos avanços na área genética, levanta questões éticas cruciais que merecem uma
análise filosófica cuidadosa.

Neste trabalho eu pretendo defender a ideia de que “A manipulação do genoma humano na busca
da perfeição genética é moralmente incorreta”.

Tenho algumas razões para pensar que é verdade que a manipulação do genoma humano na busca
da perfeição genética é moralmente incorreta.

Em primeiro, o principal argumento contra a busca da perfeição genética é a preocupação


de que ela possa dar origem a práticas eugenistas, continuando discriminação com base em
características genéticas, e ao se promover a seleção de características genéticas desejadas,
há o risco de criar uma sociedade estratificada, onde alguns indivíduos possuem privilégios
genéticos que são inacessíveis para outros.

Em seguida, a concentração na busca da perfeição genética pode provocar a perda da


diversidade genética, elemento essencial para a adaptação e evolução contínua da espécie
humana. A variabilidade genética é a base da seleção natural, permitindo que a população se
adapte a ambientes em constante mudança. E se continuarmos a perseguir a uniformidade
genética em busca da perfeição, corre-se o risco de criar uma população mais vulnerável a
ameaças ambientais e a eventos imprevisíveis.

Por último, a manipulação do código genético humano apresenta riscos desconhecidos,


especialmente a longo prazo e estas intervenções genéticas podem ter efeitos imprevisíveis
que só se manifestam ao longo do tempo. Mexer com a essência genética da humanidade
sem um entendimento completo das implicações pode ser interpretado como uma violação
já que os resultados não previstos podem impactar negativamente não apenas os indivíduos
submetidos à intervenção genética, mas também as futuras gerações.

Com tudo isto, vou apresentar os contra-argumentos à minha tese.

Primeiramente, a busca da perfeição genética ao abordar as raízes genéticas das doenças


hereditárias, a intervenção genética propõe-se a criar uma sociedade onde o sofrimento é
minimizado, contribuindo também para a eficiência do sistema de saúde. Penso que isto seja
incorreto pois, a manipulação genética para melhorar a saúde pode resultar em efeitos
colaterais desconhecidos. E também a busca da perfeição genética pode levar à
desvalorização da diversidade genética, que é fundamental para a adaptação e evolução da
espécie humana.

Em seguida, a busca pela perfeição genética pode potencialmente permitir aprimoramentos


cognitivos, levando a um aumento geral na inteligência e nas habilidades intelectuais, o que
poderia resultar em avanços significativos para a sociedade como um todo. Penso que isto é
errado visto que, a busca por aprimoramentos cognitivos pode gerar dilemas éticos ao criar
divisões entre aqueles que têm acesso a essas melhorias e aqueles que não têm. E a busca
excessiva pela perfeição intelectual pode levar a uma sociedade que valoriza apenas
determinados tipos de pensamento, potencialmente suprimindo a criatividade e a
originalidade que emergem da diversidade de perspetivas.

Por último, a busca da perfeição genética não necessariamente compromete a diversidade


cultural, desde que haja um compromisso contínuo com a preservação das diferentes
identidades culturais e a valorização da diversidade como um todo. No meu ver isto é
errado pois, a manipulação genética, mesmo com a intenção de reduzir desigualdades, pode
criar novas formas de discriminação, com base em critérios genéticos, e para reduzir
desigualdades pode-se interferir nos processos naturais de evolução humana, o que pode
causar implicações imprevisíveis para a adaptação da espécie às mudanças ambientais e
sociais ao longo do tempo.

Concluo este trabalho afirmando que ao confrontarmos a perspetiva de alterar a própria


essência da condição humana, é crucial reconhecermos que, além dos potenciais benefícios,
existem implicações éticas significativas que afetam a individualidade, a justiça e a harmonia
social, e que a busca pela perfeição genética não deve ser encarada como um imperativo
unilateral, mas sim como uma responsabilidade compartilhada de moldar os rumos da
tecnologia de maneira ética e equitativa.

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