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AGRADECIMENTOS
Albert Einstein.
5
RESUMO
ABSTRACT
The main focus of this study is the analysis of the ethical-legal possibility of the right
to the knowledge of the genetic origin for generated son by heterolog reproduction
attended human being way. The hypothesis is that this right if bases on the respect
to the dignity human being, something necessary with the increasing by the advance
of the biotechnology impact and increment of complexity in the current social
relations. The people, moved for the procreation desire, search in the specialized
medicine the form to solve its problems of infertility; this search, given its nature,
unchains controversies and questionings in the fields ethical, legal and scientific. The
cloth of deep is desires and human dramas of great seriousness. Of another side,
unfoldings involving father, mother, semen donor, son - fruit of such access to the
related development - create legal situations of diverse orders and stop in a base
problem that is the incipient legislation come back to the subject, generating in turn,
new difficulties. It’s necessary to rescue estimated ethical in societies commanded
under the regal one of biopower. The Right, in this direction, can be an important
instrument, assuring the preservation of values as the dignity in laws about the
subject. The question-problem of this research touches in a critic point that is the
conflict between basic rights of the being generated for the technique and to the
privacy and familiar privacy. The treatment of the rights under the standards of the
Bioethics, by means of its principles - to break of the basic right of dignity of the
person human being - and also, the meeting and interpretation of the existing
legislation, as well as the human basement, scientific and ethical to the question, is
the object of the present monograph. It was adopted as methodologic position,
mainly the doctrinal composition, using the elaboration of a concise work, comparing
theoretical positions, searching the attainment of conclusions. The research was
characterized in its boarding for the deductive method and in its procedures, for the
methods it searches bibliographical and content analysis. The analysis fell again on
Administrative Laws, Resolutions and Doctrines. The potential perspective of the
study is that it can, when bringing itself it to the quarrel of the right to the genetic
origin of the individual in this process - perhaps the neglected part more - to offer to
subsidies to the understanding of the positions and guiding in artificial the
reproductive processes, as well as, the involved ones in the process.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................9
CAPÍTULO 1 .............................................................................................................13
1.1 ÉTICA..................................................................................................................13
1.2 BIOÉTICA............................................................................................................16
CAPÍTULO 2 .............................................................................................................43
CAPÍTULO 3 .............................................................................................................67
3.3.1 Solução do Conflito: O Direito à Origem Genética por Filho Gerado via
Reprodução Assistida Heteróloga .............................................................................88
REFERÊNCIA .........................................................................................................102
ANEXO....................................................................................................................108
GLOSSÁRIO ...........................................................................................................113
9
INTRODUÇÃO
Por tudo isso, o pensar bioético veio a fazer parte de um âmbito maior das
ciências da vida e despertou um apurado sentido do ser humano, fazendo com que
o profissional voltado a esse ramo do saber se interrogue: “O que devo fazer? O que
posso fazer? Quais os limites éticos para a ação médica ou técnico-científica?”.
CAPÍTULO 1
Ante um tema monográfico, o autor opta por uma linha de estudos, uma
abordagem teórica que permita amparar e expandir suas próprias idéias e teses a
respeito do assunto em análise. Sim, porque na verdade, buscam-se autores,
especialmente que já se consagraram na literatura, exatamente, para que estes
venham reforçar, ajudar, corroborar a defesa. Do mesmo modo, esquematiza-se um
“plano de assunto” que cubra os fundamentos básicos das categorias de análise.
1.1 ÉTICA
1
ERNANDES,Tycho B. A Reprodução Assistida em face da bioética e do biodireito: aspectos do direito da família e do
direito de sucessões. Florianópolis: Diploma Legal, 2000. p. 28.
14
2
MOORE, George Edward. Princípios éticos. Escritos filosóficos. Problemas fundamentais da filosofia. São Paulo: Victor
Civita, 1985. p. 121.
3
MOORE, George Edward. op. cit., p 121-122
4
CARLIN, Volnei Ivo. Deontologia Jurídica- ética e justiça. Florianópolis: Ed. Obra Jurídica, 1996. p. 33-34.
5
CASABONA,C.M.Romeo; QUEIROZ, J.F. Biotecnologia e sua Implicações Ético-Jurídicas. Belo Horizonte: Del Rey,
2004. p.30.
6
OLIVEIRA, Fátima. Bioética: uma face da Cidadania. São Paulo: Moderna, 1997. p. 47.
15
7
SINGER,P. Ética Prática. Tradução de Álvaro Augusto Fernandes. Lisboa: Gradiva, 1999. p. 89.
8
BUGLIONE, Samantha. Bioética. In: Jornal A Notícia. Santa Catarina. 09/10/2007. p. A2.
http://www.an.com.br/2007/out/09/0opi.jsp.
16
1.2 BIOÉTICA
um tema ético importante é aquele que toda pessoa que pensa um pouco
tem de enfrentar e as questões tratadas pela bioética, definitivamente,
decorrem desse enfrentamento [...] A bioética é uma tentativa de criar um
padrão ético comum […] e ao mesmo tempo é um espaço de mediação […]
9
entre as diferenças e as igualdade” .
9
BUGLIONE, Samantha. Op. cit. (on-line)
17
Madisnon, em sua obra Bioethics: bridge to the future, publicada em 1971, num
sentido ecológico, considerando-a a “ciência da sobrevivência” 11. Para este autor, a
bioética seria então uma nova disciplina que recorreria às ciências biológicas para
melhorar a qualidade de vida do ser humano, permitindo a participação do homem
na evolução biológica e preservando a harmonia universal.
10
BERLINGUER, Giovanni. In: COHEN, C.; SEGRE, M. (Org.) Bioética. São Paulo: EDUSP, 1999. p.7.
11
DINIZ, Maria Helena. O estado atual do Biodireito. 2.e. Aumentada e atualizada conforme o Novo Código Civil (Lei n. 10
406, de 10/01/2002). São Paulo: Saraiva, 2002. p. 9.
12
DINIZ, Maria Helena. op. cit., p. 5
13
BUGLIONE, Samantha. op. cit., (on-line)
14
REICH, Waren. Enciclopédia da Bioética, 2 ed. New York: MacMillan, 1995: XXI. p. 28.
15
DINIZ, Maria Helena. op. cit., p. 10
KOTTOW,M.H. Introducion a la Bioética. Chile: Editoral Universitária, 1995. p. 53.
16
18
Maria Helena Diniz faz um alerta sobre tal liberdade dos cientistas
biomédicos e já enfocando o tema da presente monografia, qual seja a reprodução
assistida.
17
BUGLIONE, Samantha. op. cit. (on-line)
18
DINIZ, Maria Helena. op cit., p. 522-523
19
CORRÊA, Marilena Villela. Novas tecnologias reprodutivas: limites da biologia ou biologia sem limites? Rio de Janeiro:
EDUERJ, 2001. p. 207-208.
19
“Em 1977, o Congresso dos Estados Unidos criou uma comissão (National
Commission for the Protection of Human Subjects of Biomedical and
Behavioral Research) com o objetivo de elaborar princípios gerais e comuns
que permitissem resolver casos envolvendo vida, tecnologia e saúde e que,
ao mesmo tempo, expressassem algum consenso, o que resultou no
20
COOK, Rebeca; DICKENS, Bernard; FATHALLA, Mahmond. Saúde Reprodutiva e Direitos Humanos: Integrando
medicina,ética e direito. Rio de Janeiro: CEPIA, 2004. p. 68-70.
21
PESSINI, Léo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de. Problemas atuais da Bioética. 5.ed. São Paulo: Loyola, 1996.
p. 58
21
22
BUGLIONE, Samantha. op. cit. (on-line)
23
PEREIRA, Renata B. da Silva. O Direito de Conhecer a Origem Biológica: uma abordagem Intergeracional. Florianópolis:
UFSC – CCJ – CPGD, 2003. (Tese de Doutorado) p. 48.
24
BEAUCHAMP,T.L. & CHILDRESS,J.F.Princípios de Ética Biomédica.São Paulo: Loyla, 2002. p. 138 e 141.
25
KANT,I. Critique de la raizon pratique: précédue des fondements de la metaphyssique des moeurs. Paris: Librarie
Philosophique de Ladrange, 1848. p. 90
26
OLIVEIRA, Fátima. op. cit., p. 55-56
27
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA.Código de Ética Médica. http://www.gineco.com.br/codigo.htm.
22
28
PEREIRA, Renata B. da Silva. op. cit., p. 85.
29
SGRECCIA, Elio. Manual de Bioética. São Paulo: Loyola, 1996. p. 167.
30
COHEN, C.; SEGRE, M. (Org.) Bioética. 1999, p. 176.
23
1.2.3 Biodireito
31
JUNGES,J.R. Bioética. São Leopoldo - RS: Unisinos, 1999. p. 50.
32
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
p. 121-126.
33
WIDER, Roberto. Reprodução Assistida. Aspectos do Biodireito e da Bioética. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.p. 36.
34
LEITE, Eduardo de O. Procriações Artificiais: Bioética e Biodireito. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITODA
FAMÍLIA. Anais. Belo Horizonte: Del Rey, 1999. p. 149.
24
35
COSTA, Judith Martins. Bioética e dignidade da pessoa humana: rumo a construção do biodireito. Revista da Pos
Graduação de Direito: Universidade de São Paulo, São Paulo: Edições Técnicas, n. 3, 2001. p.64.
36
BELLINO, Francesco. Fundamentos da Bioética: aspectos antropológicos, ontológicos e morais. Tradução de Nelson
Souza Canabarro. Bauru:EDUSC,1997. p. 34-35.
37
CASADO, Maria(org.). Materiales de Bioética e Derecho.Barcelona: Cedecs Editorial,1996. p.39.
38
SANTOS, Rita M. P. dos. Dos Transplante de Órgãos à Clonagem.Rio de Janeiro: Forense,2000. p. 31-32.
25
científico não poderá acobertar crimes contra a dignidade humana, nem traçar, sem
limites jurídicos, os destinos da humanidade 39.
39
DINIZ, Maria Helena. op. cit., 2002. p.8.
26
Ingo Wolfgang Sarlet, em sua obra, defende que ainda que não exista um
conceito consensualmente aceito, ao longo dos tempos, doutrina e jurisprudência
têm concretizado seu conteúdo e delineado contornos básicos de dignidade da
pessoa humana, propondo a seguinte conceituação jurídica da dignidade da pessoa
humana:
40
REALE, Miguel. Apud DINIZ, Maria Helena. op. cit., 2002. p17.
41
SILVA, Marcos A. De filho para pai uma releitura da relação paterno-filial a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Revista Brasileira de direito da família, Porto Alegre, a.2, n.6, 2000. p. 84.
42
LOUREIRO, J.oão C, G. Apud. PETERLLE, Selma R. O Direito Fundamental à Identidade Genética na
Constituição Brasileira. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. p. 84.
43
SARLET, Ingo W. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 3. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2004. p. 59.
27
44
FOLHA DE SÃO PAULO Apud ALMEIDA JÚNIOR, Jesualdo Eduardo de. Técnicas de reprodução assistida e o
biodireito. 2005. Disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6522. (on-line)
45
WIDER, Roberto. op. cit., p. 59
46
DINIZ, Maria Helena. op. cit., p. 19
28
47
LEITE, Eduardo de Oliveira. Apud. MACHADO, Maria Helena. Controvérsias Éticas e Jurídicas na Reprodução
Medicamente Assistida. Florianópolis: UFSC-CPGD,1999. p. 17.
48
MACHADO, Maria Helena. Op. cit. p. 17.
49
FACHIN, Luiz Edson. Apud. FERNADES, Tycho Brahe. op. cit., p. 64-65
29
Pela ótica de Fachin, constata-se que, outrora a filiação era tida como
uma necessidade familiar de produção. Na mentalidade atual, o valor que um filho
tem perante sua família, supre uma necessidade afetiva e sentimental.
Deve-se deixar claro que, pela legislação brasileira, todos têm direito à
concepção e à descendência (CF, arts. 5, L, 7, XVII, XIX e XXV, 208, IV E 226, §7;
CC, art. 1565, §2; Lei n. 9263/96), podendo exercê-lo por via de ato sexual ou
fertilização assistida, em caso de infertilidade.
50
SARPARO, Monica Sartori. Apud FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p.64
51
DINIZ, Maria Helena. op. cit.. p. 136-137
52
MACHADO; PERROTI; PERROTI. Apud FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p. 114
30
O casal estéril tem direito à filiação por meio de reprodução assistida desde
que isso não venha a colocar em risco a saúde da paciente e do possível
descendente (Res. CFM n. 1.358/92, n.2). A incapacidade de perpetuar a
espécie por meio natural porém, ainda é encarada como uma exceção,
devendo ser relegada ao foro íntimo dos interessados. Apesar de a
infertilidade ser um problema de saúde pública, os órgãos públicos nunca
elaboraram um programa de terapia para casais sem filhos, solucionando
crises de auto-estima, angústias ou ansiedades que podem causar abalo
53
conjugal, nem tampouco os planos de saúde cobrem seus tratamentos .
O direito de ter um filho funda-se, portanto, na igualdade entre aqueles
capazes de conceber um filho de maneira tradicional (sexualmente) e aqueles que
não possuem essa capacidade ou que tenham dificuldades para tanto.
53
ABDELMASSIH, Roger. Apud DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 137.
54
CASTILHO NETO, Arthur de. Inseminação Artificial Humana – As descobertas Científicas e o Direito brasileiro. Revista de
Direito da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,v.1, n.1, p.61-76, mar/jul. 1975. p. 69
55
SAVIN, Gláucia. Apud FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p. 67.
31
56
DINIZ, Maria Helena. op. cit., p. 522-523.
32
57
SALEM, FONSECA, QUEIROZ. Apud TAMANINI, Marlene. Novas Tecnologias Reprodutivistas Conceptivas à luz da
bioética e das Teorias de gênero: Casais e médicas no Sul do Brasil. Florianópolis: UFSC-CFH-PPICH, 2003. (Tese de
Doutorado). p.149.
58
TAMANINI, Marlene. Op. cit., p.128.
59
TAMANINI, Marlene. Op. cit., p.128.
60
TUBERT, Silvia. Mulheres sem sombra: maternidade e novas tecnologias reprodutivas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.
1996. p 67.
33
pai. Logo, para que a mesma seja reconhecida, é fundamental que haja o
consentimento daquele que virá a ser declarado pai”61.
Pai é aquele que, tendo contribuído ou não com material genético para a
fecundação que deu origem a um novo ser, acolhe-o, tratando-o com amor, carinho
e dedicação, além de contribuir material, moral e intelectualmente para o seu pleno
desenvolvimento.
Para Fernandes, caso uma mulher casada venha a se valer de uma das
técnicas heterólogas de reprodução assistida, sem o consentimento do marido ou
companheiro, a ele caberá o aforamento de ação negatória de paternidade, ao
argumento do não consentimento66.
61
FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p. 116.
62
CASABONA, Apud FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p. .
63
BASTOS, Apud FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p. 117.
64
SIQUEIRA, Juracy Apud PEDRO, Joana; GROSSI, Pillar (Orgªs). Masculino Feminino Plural.Florianópolis: Mulheres,
1998. (Tese de Doutorado). p.195.
65
QUEIROZ, Juliane F. Paternidade: Aspectos Jurídicos e Técnicos de Inseminação Artificial. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
p.46
66
FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p.117
34
67
FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p.113.
68
TAMANINI, Marlene. Op. cit., p. 163.
35
69
QUEIROZ, Juliane F. op. cit., p. 49.
70
FACHIN, Luiz Edson. Apud. FERNADES, Tycho Brahe. op. cit., p. 36.
71
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Apud PEREIRA, Rodrigo da Cunha (Coord.). A família na travessia do milênio. Belo Horizonte:
DelRey, 2000. “a identidade genética não se confunde com a identidade da filiação, tecida na complexidade das relações
afetivas que o ser humano constrói entre a liberdade e o desejo”.
72
Ibidem. “O afeto não é fruto da biologia. Os laços de afeto e de solidariedade derivam da convivência e não do sangue”.
73
BARBOZA, Heloisa Helena. Apud PEREIRA, Rodrigo da Cunha (Coord.). op. cit., p. 140.
74
PLANIOL, M. et RIPERT, G. Traite pratique de droit civil francais. 2nd edition, 14 volumes. Paris, Librairie Générale de
36
Droit et de Jurisprudence, 1952. In: BOEIRA, J.B. Ramos. Filiação e solução de conflitos de paternidade (com base na posse
de estado de filho – paternidade sócioafetiva). p. 135.
75
VELOSO, Zeno. Direito brasileiro da filiação e paternidade. São Paulo: Malheiros, 1997. p. 215.
76
SILVA, Marcos A. 2000. op. cit.. p. 27.
37
essa era uma concepção imposta pela igreja, que via o casamento como
destinação consagrada à procriação. E, sabido da influência que a igreja
possuía no século passado, não era admissível à sociedade, gerar filhos
77
DONIZETTI, Leila. Filiação Sócioafetiva e Direito à Identidade Genética. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007. p.27.
78
SILVA, De Plácido e.Vocabulário Jurídico. 15. ed. Rio de Janeiro:Forense, 1998. p. 297.
79
DONIZETTI, Leila. op. cit., p.9.
38
80
DONIZETTI, Leila. op. cit., p.9.
39
81
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. O Biodireito e as Relações Parentais.Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 421.
82
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 27.
83
SOUZA, Thaís Rached de. A evolução da legislação brasileiro pertinente à filiação matrimonial e extramatrimonial à luz da
Constituição da Republica Federativa do Brasil e do Código Civil. Revista da OAB/SC, Florianópolis, OAB/SC,n.121, Dez
40
2005. p.13.
84
BRASIL, República Federativa do. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8069/90.
85
MONTEIRO, Washington de Barros. Apud CURY, Munir. Estatuto da criança e do adolescente comentado. São Paulo :
Malheiros 2000. p. 104.
86
LÔBO, Paulo L.N. Direito ao estado de filiação e direito à origem genética: uma distinção necessária. 2004. Disponível
em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4752 (Acessado em 05/05/2008).
87
LEITE, Eduardo de Oliveira. Procriações Artificiais e o Direito: Aspectos médicos, religiosos, psicológicos, éticos e
jurídicos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995. p. 208-209.
88
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil: direito de família. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 6. p. 28.
41
89
ALMEIDA, Maria C. DNA e o estado de filiação à luz da dignidade humana. Porto Alegre: Livraria do Advogado.2003.
p. 86.
90
DONIZETTI, Leila. op. cit., p.30
91
GAMA, op. cit., p. 482
42
92
GOMES, Orlando. Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense, 2001. p. 324.
93
BOEIRA,J.B. R..Investigação de paternidade-posse de estado de filho:paternidade sócioafetiva.Porto Alegre:Livraria do
Advogado, 1999. p. 60
94
DONIZETTI, Leila. op. cit., p. 3.
43
CAPÍTULO 2
95
STEDMAN, Thomas Lathrop. Apud. FERNANDES, Tycho Brahe. op cit., p. 52.
96
QUEIROZ, Juliane F., op. cit., p. 67
44
97
PESSINI, Léo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de. op. cit. 1996. p. 215.
98
PESSINI, Léo. Apud. MACHADO, Maria Helena. op. cit., p. 15
99
VIDAL, Marciano. Apud. . FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p.55
100
BARBOZA, Heloisa Helena.A filiação em fase de inseminação artificial e da fertilização “in vitro”. Rio de Janeiro:
Renovar,1993. p. 39.
45
Tanto o homem quanto a mulher podem ser estéreis, sendo que este
problema pode originar-se sem causa aparente ou ser de origem desconhecida.
Normalmente, segundo Maria Helena Machado, “a esterilidade é um problema de
ordem física (orgânico) ou psicológica (mental), detectado na mulher ou no
homem”102.
101
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Internacional de Doenças:10 revisão. Tradução Centro
Colaborador da OMS PARA A Classificação de Doenças em Português. 2.ed. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo,
1995.
102
MACHADO, Maria Helena. op. cit., p. 16.
103
LEITE, Eduardo de Oliveira. Apud. MACHADO, Maria Helena. op. cit., p. 16.
104
SANTOS, Maria Celeste Cordeiro Leite dos. Apud. MACHADO, Maria Helena. op. cit., p. 19.
46
Deu-se então que, nos anos 50, após intensas pesquisas dos geneticistas
Watson e Crick, desvendou-se a estrutura material genética do ser humano,
o DNA. Após o feito, o progresso científico na área da genética não parou e,
105
ABDELMASSIH,Roger.Infertilidade Feminina. http://www.abdelmassih.com.br/in_infertilidade_feminina.php. acesso em
23/02/2008). (on-line)
106
ABDELMASSIH, Roger. Infertilidade Feminina. (on-line)
107
OLIVEIRA, Fátima op. cit., p. 65.
47
108
LEITE, Eduardo de Oliveira.op.cit. p. 19-20 .
109
FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit., p. 45.
110
CORRÊA, Marilena Villela. op. cit., p.11.
111
CANZIANI, Eduardo de Carvalho. Aspectos Legais das reprodução assistida. In: FREITAS, Douglas Phillips (Coord). Curso
de Direito de Família. Florianópolis : Voxlegem, 2004. p. 158.
48
112
CANZIANI, Eduardo de Carvalho. op.cit. p. 158.
113
A inseminação artificial post mortem ocorre quando a esposa (ou companheira) é inseminada com os gametas do marido
(ou companheiro) já falecido.
114
WIDER, Roberto. op. cit., p.2.
115
OMS, Apud CORRÊA, Marilena V. op. cit., p.67.
49
116
CORRÊA, Marilena V. op. cit., p. 68-73.
117
CORRÊA, Marilena V. op. cit., p. 67-73.
50
a) A Inseminação Artificial
118
MACHADO, Maria Helena. op. cit, p. 27.
119
OMMATI, José Emílio Medauar. As novas técnicas de reprodução humana à luz dos princípios constitucionais. 1998.
Disponível em http://www.universojuridico.com.br/publicacoes/doutrinas. (on-line).
120
DONIZETTI, Leila. op cit, p. 93-94.
51
introdução pode ser feita usando-se cânulas ou seringas. Isso permite a simplicidade
da técnica e a ausência quase que total de riscos para a receptora121.
121
LAMADRID, Miguel Ángel Soto. Biogenética, filiación y delito: La fecundación artificial y la experimentación genética ante el
derecho. Buenos Aires: Editorial Astrea, 1990. p. 28 a 30.
122
PASTORE, Karina. A Vida no Freezer. In: Revista Veja, Ed. Abril, edição 1535, ano 31 n° 8, 25 de fevereiro de 1998.
p. 40.
123
RUSSO, Giovani. Apud MACHADO, Maria Helena. op. cit. p, 41.
124
LAMADRID, Miguel Ángel Soto. op cit., p.30.
52
125
OMMATI, José Emílio M. op. cit. (on-line)
126
PESSINI, Léo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de. op. cit., p. 218.
127
FRANTZ, Nilo. I Congresso Brasileiro de Biodireito. Anais, Out. 2000. p. 130-143.( palestra constante do livro da Escola
Superior de Advocacia, OAB/RS). p. 130-143.
128
QUEIROZ, Juliane. op.cit., p. 74.
53
e) As Mães de Substituição
129
WIDER, Roberto. op. cit., p. 8.
130
MENDES, Patrícia Ferreira. O direito à identidade genética na reprodução assistida heteróloga. São José - SC:
UNIVALI, 2006 ( Monografia de Conclusão de Curso de Direito). p. 35.
131
PESSINI, Léo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de. op. cit., p. 218 a 219.
54
Convém ressaltar que não se trata de uma técnica biológica, mas sim da
utilização de mulheres férteis que se dispõem a carregar o embrião, durante
o período de gestação, pela impossibilidade física da mulher que recorreu
aos Centros de Reprodução, de suportar o período gestacional.
Essa prática tem tido repercussões bastante negativas, pelo fato de, muitas
vezes, a mãe substituta se afeiçoar ao ser que vai gerar, descumprindo a
obrigação contratual de devolver o recém-nascido à mulher que a contratou.
Nos países desenvolvidos, esse fato tem causado grandes discussões,
sendo na maior parte deles vedado o uso das mães de substituição.
A mulher, por sua vez, segundo Maria Helena Machado, poderá valer-se
da fecundação in vitro, quando vier a sofrer qualquer anomalia tubária que impeça a
fecundação através de meios naturais. Nesse caso, o encontro com o sêmen não
ocorrerá na trompa, mas no laboratório, através de um tubo ou em cultura
laboratorial. E, quando a infertilidade feminina ocorrer por falta ou ausência de
óvulos, pode ela recorrer a óvulos de doadoras, que serão fertilizados in vitro, pelo
132
MACHADO, Maria Helena. op. cit., p. 27.
55
133
MACHADO, Maria Helena. op. cit., p. 27.
134
LÔBO, Paulo Luiz Netto. op. cit. (on-line)
135
FERNADES, Tycho Brahe, op. cit., p. 58.
56
Independentemente dos critérios, das fontes, e das origens que possam ser
cogitadas a respeito, é essencial observar que o parentesco entre o homem
(marido ou companheiro) e a criança concebida a partir das técnicas de
reprodução heteróloga, não será o natural, mas o civil, diante da sua origem
ser diversa da consangüinidade. O mesmo raciocínio é aplicável nos casos
em que foi o marido (ou companheiro) que contribuiu com os seus gametas
masculinos para servirem na fecundação de óvulo doado por terceira
pessoa, apenas com a inversão das espécies de parentesco: enquanto o
137
homem será pai natural da criança, a mulher será mãe civil.
136
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 736.
137
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 736.
57
138
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 736.
139
Como afirma Eduardo de Oliveira Leite, “se o marido não concordou com a inseminação abre-se-lhe a via da negatória da
paternidade” (Procriações artificiais e o direito, cit., p. 370). No mesmo sentido: BARBOZA, Heloisa Helena. Op. cit., p. 62.
140
QUEIROZ, Juliana F. op. cit., p. 84.
141
CÂNDIDO, Nathalie Carvalho. Reprodução Medicamente Assistida:distinção e origem genética. 2007.
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10171 (acesso no dia 15/02/2008). (on-line)
58
142
WIDER, Roberto. op. cit., p. 89.
59
143
CHAVES, Antonio. Op.cit..p.86.
60
doador reclamasse a propriedade do órgão doado, o que fica vedado pela lógica e
pela própria natureza da doação144.
144
LEITE, Eduardo de O. op. cit., p. 382.
145
QUEIROZ, Juliane F. op. cit., p. 92.
61
146
MENDES, Patrícia F. op. cit. p, 46.
147
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução 1.358/92 . Brasília.
148
FERNANDES, Tycho Brahe. Op. cit. p. 84.
62
obrigações e direitos do doador, dos dados do doador, do filho que será concebido,
da mãe e do pai, da clínica que utiliza da prática, entre outros.
149
http://www.pro-seed.com.br
150
QUEIROZ, Juliane F. op. cit. p. 90-91.
63
151
O epidídimo é um pequeno ducto que coleta e armazena os espermatozóides produzidos pelo testículo.
64
2.4.3 Anonimato
152
MENDES, Patrícia Ferreira. op cit., p. 46 .
153
QUEIROZ, Juliane F. op. cit., p. 93.
154
DONIZETTI, Leila. op cit., p. 120.
65
155
MENDES, Patrícia F. op. cit., p. 46.
156
FERNANDES, Tycho Brahe. op. cit. p. 112.
157
MENDES. Patrícia F. op. cit., p. 46.
158
CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
66
159
DONIZETTI. Op cit, p. 120.
160
FERRAZ, Sérgio. Manipulações biológicas e princípios constitucionais: uma introdução. Porto Alegre: Sergio Fabris,
1991. p. 98.
161
SÁ, Hilda V. Os filhos perante a lei: direitos e deveres. 2.ed. São Paulo: Universitária de Direito, 1986.
67
CAPÍTULO 3
Em que pese essa realidade, não existem leis que se adequem e/ou que
amparem seus procedimentos, tampouco os reflexos jurídicos incidentes dessas
técnicas.
162
PEREIRA, Renata B. da Silva. op. cit., p. 99.
68
163
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Ética, direito e reprodução humana assistida. In: DINIZ, Maria Helena; LISBOA, Roberto Senise
(orgs). Direito Civil no século XXI. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 72
69
164
PEREIRA, Renata B. da Silva. op. cit., p. 103-104.
165
CORRÊA, Marilena V. op. cit., p. 218.
70
A norma do CFM, que poderá ser lida na seção “anexos” deste texto
monográfico, busca organizar e definir quando e como recorrer à reprodução
assistida, procura mostrar um caminho a ser seguido por todas as partes envolvidas
no ato, mostra como deve atuar o médico, o que pode ser pleiteado pelo paciente,
destaca que deve haver uma explicação minuciosa e consentimento de todos os
envolvidos, mostra que deve-se sempre optar pela gratuidade da doação e pelo
sigilo sobre a identidade dos doadores e receptores, entre outros fatores
norteadores. Inegável que é uma resolução muito adequada. Quase completa.
166
CANZIANI, Eduardo de Carvalho. op. cit., p. 157.
167
PEREIRA, Renata B. da Silva. op. cit., p. 106.
71
168
CORRÊA, Marilena V. op. cit., p. 218-219.
169
FRANCO, Alberto Silva. Genética Humana e Direito. Bioética. Brasília: Conselho Federal de Medicina,v.1, n.4, p. 17-29,
1996. p. 52.
170
AZEVEDO, Álvaro Villaça Apud, DINIZ, Maria Helena. Op. cit., p. 72.
72
171
CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
73
deveriam estar conscientes de sua eventual identificação civil por parte do ser
gerado, como também da obrigatoriedade de reconhecimento da criança em casos
previstos na lei (art.3°, §2°). A identificação civil poderia ocorrer quando a criança
completasse a maioridade, ou a qualquer tempo em casos de falecimento de ambos
os pais (art.12, caput). Já o reconhecimento poderia ocorrer se a criança não tivesse
no registro a filiação relativa à pessoa do mesmo sexo do doador ou da mãe
substituta (art. 12, §1º)172.
172
CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
173
CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
74
do item “A” no art. 6º, prevendo a absoluta possibilidade da identidade dos doadores,
sem restrições, o que não é o ideal, pois ignoraria toda a discussão compreensível
gerada diante da possibilidade do conhecimento à origem genética, sem uma
justificativa razoável.
Cria Programa de
Reprodução Assistida no
Neucimar Fraga 174
Projeto de Lei n.º 5624/05 CD Sistema Único de Saúde
PL - ES
e dá outras
providências.
Estabelece normas e
critérios para o
Projeto de Lei n.º 4889/05 Salvador Zimbaldi CD funcionamento de
PTB - SP
Clínicas de Reprodução
Humana.
174
CD – Camâra dos Deputados
75
conhecimento da origem
genética do ser gerado a
partir de reprodução
assistida, disciplina a
sucessão e o vínculo
parental, nas condições
que menciona.
Dispõe sobre a
obrigatoriedade da
Natureza Pública dos
Bancos de Cordão
Henrique Fontana
Projeto de Lei n.º 4555/04 CD Umbilical e Placentário e
PT - RS
do Armazenamento de
Embriões resultantes da
Fertilização Assistida e
dá outras providências.
Disciplina o uso de
técnicas de Reprodução
Humana Assistida como
um dos componentes
Maninha auxiliares no processo
Projeto de Lei n.º 2.061/03 CD
PT - DF de procriação, em
serviços de saúde,
estabelece penalidades
e dá outras
providências.
Dispõe sobre a
Projeto de Lei n.º 1.184/03 Senado Federal CD
Reprodução Assistida.
Dispõe sobre a
reprodução humana
Dr. Pinotti
Projeto de Lei n.º 1.135/03 CD assistida.Definindo
PMDB - SP
normas para realização
de inseminação artificial,
76
Dispõe sobre a
investigação de
paternidade de pessoas
nascidas de técnicas de
reprodução
Roberto Pessoa
Projeto de Lei n.º 120/03 CD assistida.Permitindo à
PFL - CE
pessoa nascida de
técnica de reprodução
assistida saber a
identidade de seu pai ou
mãe biológicos.
Dispõe sobre a
autorização da
fertilização humana “in
Autoriza o governo do
175
Projeto de Lei n.º 2.655/01 Heloneida Studart ALERJ Estado do Rio de
Janeiro, através da
175
ALERJ – Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
77
secretaria de Estado de
Saúde, a implantar
clínica especializada em
reprodução assistida e
dá outras providências.
Dispõe sobre a
Projeto de Lei n.º 90/99 Lúcio Alcântara
SF Procriação Medicamente
(SUBST.) PSDB - CE
Assistida
Dispõe sobre a
utilização de técnicas de
Confúncio Moura
Projeto de Lei n.º 2.855/97 CD reprodução humana
PMDB - RO
assistida e dá outras
providências.
176
SF – Senado Federal
78
177
WIDER, Roberto. op cit., p. 92-107.
79
178
DONIZETTI, Leila. op cit., p. 117.
82
179
CÂNDIDO, Nathalie C. op cit., (on-line)
83
180
CÂNDIDO, Nathalie C. op cit., (on-line)
181
CHINELATO, Silmara de A. Apud MOREIRA FILHO, José Roberto. op.cit. (on-line)
84
Direito à Intimidade:
182
OLIVEIRA, Guilherme de. Apud CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on line)
183
MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado. Campinas-SP: Brookseller, 2000. p. 39.
184
DINIZ, Maria Helena. op.cit.. p. 119.
86
185
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 903.
186
SILVA, Edson F. Apud CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
187
BASTOS, Celso R. e MARTINS, Ives Gandra da S. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1988, v.1.
p. 63
87
Assim norteia Belmiro Pedro Welter, que assevera: “em qualquer caso, o
filho, o pai e a mãe têm o direito de investigar e/ou de negar a paternidade ou a
maternidade biológica, como parte integrante de seus direitos de cidadania e de
dignidade de pessoa humana”189.
188
AMORIM, José R. N. Apud CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
189
WELTER, Belmiro P. Igualdade entre as filiações biológica e socioafetiva. São Paulo: Revi.dos Tribunais, 2003. p. 229
88
3.3.1 Solução do Conflito: O Direito à Origem Genética por Filho Gerado via
Reprodução Assistida Heteróloga
190
LOBO, Paulo Luiz N. op. cit. (on-line)
89
Ponderar nesse caso, significa observar qual dos princípios possui maior
peso, ressalvando sempre que não se pode sobrepor absolutamente um princípio
sobre o outro, já que ambos têm o seu valor e seu interesse social, ainda que
191
FAZZIO JÚNIOR, Waldo. As normas de direitos fundamentais para Robert Alexy. Disponível em
www.fazzio.pro.br/arts/Alexy.pdf. (on-line)
192
AMORIM, Letícia Balsamão. A distinção entre regras e princípios segundo Robert Alexy: Esboço e críticas. 2005.
(on-line)
193
FAZZIO JÚNIOR, Waldo. op. cit. (on-line)
90
194
AMORIM, Letícia Balsamão. op. cit. (on-line)
195
No presente caso, os direitos em conflito são o da intimidade e o do conhecimento da origem biológica.
196
O peso e a importância dos direitos fundamentais conflitantes estão no item 3.3.
197
AMORIM, Letícia Balsamão. op. cit. (on-line)
198
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996.
91
199
DONIZETTI, Leila. op. cit., p. 3.
92
200
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 803.
201
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 803.
93
Por outro lado, em casos onde há uma mera curiosidade por parte do filho
em buscar o conhecimento de sua origem genética, deve prevalecer o direito à
intimidade, preservando a reserva íntima que cada um tem resguarda sobre si. Além
disso, não se pode considerar a curiosidade um motivo pertinente, porque
possibilitaria a discriminação e estigma relativamente à pessoa fruto de procriação
assistida, e, além do mais, seu pai biológico não teria dever algum em respaldar
civilmente, com alimentos por exemplo, o beneficiário do direito.
202
DINIZ, Maria Helena. op. cit., p.18.
94
Cumpre ressaltar, que o Código Civil, em seu artigo 75, constitui que "a
todo o direito corresponde uma ação, que o assegura". Portanto, não se pode
impedir que a criança advinda das técnicas de reprodução assistida busque seu
direito no âmbito jurisdicional, sob pena de estar negando seu direito à ação.
203
FERNANDES, Tycho Brahe. Op. cit. p. 85.
95
Para Lôbo, a filiação não caminha junto com a origem biológica, já que “a
identidade genética não se confunde com a identidade da filiação, tecida na
complexidade das relações afetivas, que o ser humano constrói entre a liberdade e o
desejo”. Este é o argumento, para a não utilização da investigação de paternidade
para se conhecer a origem genética205.
Para Cândido:
204
LÔBO, Paulo Luiz N. op. cit. (on-line)
205
LÔBO, Paulo Luiz N. op. cit. (on-line)
206
CÂNDIDO, Nathalie C. op. cit. (on-line)
207
GAMA, Guilherme C. N. op. cit., p. 803.
96
O habeas data configura inovação prevista no art 5º, LXXII da Lei Maior
de 1988, e tem como objetivo levar ao conhecimento do impetrante, dados relativos
à pessoa do impetrante, constantes de arquivos, cujo órgão responsável tenha se
negado a fornecer.
Art. 5º
[...]
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
208
MENDES, Patrícia F. op. cit., p. 70.
99
Ponderar nesse caso, significa observar qual dos princípios possui maior
peso, ressalvando sempre que não se pode sobrepor absolutamente um princípio
sobre o outro, já que ambos têm o seu valor e seu interesse social, ainda que
contraditórios um ao outro.
101
REFERÊNCIA
ABDELMASSIH,Roger.Infertilidade Feminina.
http://www.abdelmassih.com.br/in_infertilidade_feminina.php. acesso em
23/02/2008).
ABDELMASSIH,Roger.InfertilidadeMasculina.
http://www.abdelmassih.com.br/in_infertilidade_masculina.php. (Acesso em
23/02/2008).
ALMEIDA JÚNIOR, Jesualdo Eduardo de. Técnicas de reprodução assistida e o
biodireito. 2005. Disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6522
(Acesso em 27 março 2008).
ALMEIDA, Maria C. DNA e o estado de filiação à luz da dignidade humana. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
ALMEIDA, Silmara Juny de Abreu Chinelato e. Reprodução humana assistida:
aspectos civis e bioéticos.. São Paulo: Universidade de São Paulo, set. 2000.
Tese apresentada ao concurso à Livre-Docência do Departamento de Direito Civil da
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
AMORIM, Letícia Balsamão. A distinção entre regras e princípios segundo
Robert Alexy: Esboço e críticas. 2005. Disponível em
www.senado.gov.br/web/cegraf/ril/pdf/pdf_165/r165-11.pdf (acessado em
28/01/2008).
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd
Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Coleção Os Pensadores).
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Ética, direito e reprodução humana assistida. In: DINIZ,
Maria Helena; LISBOA, Roberto Senise (orgs). Direito Civil no século XXI. São
Paulo: Saraiva, 2003.
BARBOZA, Heloisa Helena.A filiação em fase de inseminação artificial e da
fertilização “in vitro”. Rio de Janeiro: Renovar,1993.
BASTOS, Celso R. e MARTINS, Ives Gandra da S. Comentários à Constituição do
Brasil. São Paulo: Saraiva, 1988, v.1.
103
ANEXO
Secretário-Geral
Publicada no D.O.U dia 19.11.92-Seção I Página 16053.
NORMAS ÉTICAS PARA A UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO
ASSISTIDA
I - PRINCÍPIOS GERAIS
1 - As técnicas de Reprodução Assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução
dos problemas de infertilidade humana, facilitando o processo de procriação quando
outras terapêuticas tenham sido ineficazes ou ineficientes para a solução da
situação atual de infertilidade.
2 - As técnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva
de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível
descendente.
3 - O consentimento informado será obrigatório e extensivo aos pacientes inférteis e
doadores. Os aspectos médicos envolvendo todas as circunstâncias da aplicação de
uma técnica de RA serão detalhadamente expostos, assim como os resultados já
obtidos naquela unidade de tratamento com a técnica proposta. As informações
devem também atingir dados de caráter biológico, jurídico, ético e econômico. O
documento de consentimento informado será em formulário especial, e estará
completo com a concordância, por escrito, da paciente ou do casal infértil.
4 - As técnicas de RA não devem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo
ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de
evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer.
5 - É proibido a fecundação de oócitos humanos, com qualquer outra finalidade que
não seja a procriação humana.
6 - O número ideal de oócitos e pré-embriões a serem transferidos para a receptora
não deve ser superior a quatro, com o intuito de não aumentar os riscos já existentes
de multiparidade.
7 - Em caso de gravidez múltipla, decorrente do uso de técnicas de RA, é proibida a
utilização de procedimentos que visem a redução embrionária.
II - USUÁRIOS DAS TÉCNICAS DE RA
1 - Toda mulher, capaz nos termos da lei, que tenha solicitado e cuja indicação não
se afaste dos limites desta Resolução, pode ser receptora das técnicas de RA,
desde que tenha concordado de maneira livre e conciente em documento de
consentimento informado.
2 - Estando casada ou em união estável, será necessária a aprovação do cônjuge
ou do companheiro, após processo semelhante de consentimento informado.
III - REFERENTE ÀS CLÍNICAS, CENTROS OU SERVIÇOS QUE APLICAM
TÉCNICAS DE RA
111
GLOSSÁRIO
Doação de Sêmen – Contrato em que uma pessoa, por liberdade, transfere de seu
corpo, seu patrimônio genético (sêmen ou óvulos), para outra pessoa que o aceita.
reprodução em que se utiliza gameta doado por alguém que não seja o pai ou a mãe
do futuro filho.