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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO

INDIVÍDUO

PROF. MOACIR ÁTILA PINTO MOREIRA


IDÉIAS EQUIVOCADAS SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
HUMANO

É muito comum pensar que muitas das características de uma pessoa são absoluta e totalmente
dependentes de sua idade ( desde a primeira infância até a terceira idade ), ou que estejam
restritas absolutamente a fatores genéticos, isto é, herdadas de seus pais e outros ascendentes
( como avós, bisavós e etc. ), ou ainda que ocorram por causa exclusivamente do modo como
foram criadas, da educação que receberam.

Outro problema é quando se associa estritamente certas atividades, físico-motoras e até


intelectuais como exclusivas do sexo masculino e outras como exclusivas do sexo feminino,
sem que se tenha a real noção de que as diferenças entre pessoas de sexo diferentes não
absolutas, mais sim uma mescla, uma interação entre características individuais próprias e
possibilidades de escolhas.
Exemplos dessas equivocadas idéias:

1. nós ( humanos ) descendemos dos macacos;


2. a personalidade de uma pessoa nunca muda;
3. quanto mais gorda for uma criança, mais forte ela será;
4. invariavelmente, todas as garotas crescem até os dezoito anos de idade, e todos os rapazes, até os 21;
5. se uma pessoa realizar exercícios de alongamentos, ela crescerá mais do que as que não realizam;
6. Certas atividade físico-motoras e mesmo intelectuais são adequadas somente para homens, e outras,
somente para mulheres;
7. Cada pessoa nasce com determinados dons, mais desprovida de outros, e sem esse dom, não há como
ele aprender;
8. Uma pessoa que está em processo de envelhecimento mais avançado ou em idade mais avançada não
é capaz de aprender.
Esses pensamentos podem acarretar uma série de problemas para os mais variados aspectos
da vida das pessoas, comprometendo não apenas o entendimento acerca dos processos de
crescimento e desenvolvimento humano por pais, cuidadores, profissionais de áreas de
saúde e educação, mais também a felicidade das pessoas, por ameaçar as possibilidades de
que realizem seus desejos e inspirações pessoais.

Basta imaginar situações pelas quais passa um profissional ou professor de Educação


Física ao exercer a sua profissão. Se ele não conseguir interpretar corretamente o que se
passa no desenvolvimento de uma criança, adolescente, adulto ou idoso, não apenas
poderá aplicar exercícios físicos e motores inadequados, como também dificultar o convívio
de seu aluno ou cliente com outras pessoas, seja no convívio familiar, em atividades laborais
(do trabalho), em grupos sociais maiores e mesmo quando a pessoa desejar se exercitar
sozinha.
O CURIOSO caso de Benjamin Button. Dir. David Fincher. EUA: Warner Bros, 2009.166
minutos.

OS FENÔMENOS E OS CONCEITOS DE CRESCIMENTO E


DESENVOLVIMENTO HUMANO

O primeiro aspecto a considerar é que a palavra fenômeno, em ciência, não se remete a algo ¨ fora do
normal¨, extraordinário ou incomum , como usamos popularmente ( embora esse uso também esteja
correto ). Em ciência, fenômeno refere-se a qualquer evento que pode ser estudado , seja um objeto
( uma máquina, um utensílio etc. ), um comportamento ( exemplos: ansiedade, agressividade; o andar, o
escrever; uma decisão tomada, a memória, entre muitos outros ), uma manifestação cultural ( uma
partida de basquetebol, um conserto musical, etc.) e assim por diante.

Em segundo lugar, conceituar e definir não são o mesmo. Conceito refere-se a idéias, noções. Por
exemplo, quando se ouve a palavra ¨esporte¨, pode-se pensar em várias pessoas praticando atividade
física em equipes, competindo ou, simplesmente, correndo para melhoraras capacidades físicas ou
como forma de lazer; assim, é comum que se diga ¨ a pessoa cuida do jardim por esporte¨, no sentido
de que realiza algo que lhe dá prazer e não necessariamente em troca de remuneração.
Note-se, portanto, que:
a) Uma definição requer delimitações e maior precisão do que um conceito;
b) Para um mesmo fenômeno, pode haver mais de um conceito e mais de uma definição.

Uma vez esclarecidos esses aspectos da linguagem acadêmico-científica, serão enfocados os


fenômenos de crescimento e desenvolvimento como investigados no âmbito da ciência.

Novamente, tomando-se a dinâmica da linguagem popular, a palavra crescimento, é frequentemente


empregada em dois sentidos: aumento em quantidade e aumento em qualidade ( isto é, melhora de
alguma característica). Por exemplo, quando se diz: ¨Você é muito imaturo; veja se cresce! , o que a
pessoa quer é que o outro modifique suas atitudes para melhor ( isto é, torne-se mais coerente ou mais
afetuoso e assim por diante ). De acordo com a linguagem da ciência, contudo, o mais adequado seria
dizer ¨[...], veja se você se desenvolve emocionalmente¨ ( ou moralmente ). Mais essa frase certamente
causaria estranhamento às pessoas no uso corrente.

Visto isso, é fundamental compreender os seguintes conceitos: crescimento, desenvolvimento e


maturação, cujas definições são as seguintes:
MATURAÇÃO, refere-se ao ¨processo de tornar-se maduro ou o progresso em direção ao estado maduro.
Maturação é um processo; maturidade é um estado. Maturação ocorre em todos os tecidos, órgãos e sistemas
de órgãos, afetando enzimas, composição química e funções. Maturidade varia assim, de acordo com o sistema
biológico estudado ( MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2009, p.20 ), por exemplo, maturidade sexual,
maturidade esquelética etc. Maturação refere-se ao timing ( tempo relacionado a um evento ) e a o tempo de
progressão em direção ao estado biológico maduro.

CRESCIMENTO . [ ...] ´´e um aumento do tamanho do corpo como um todo ou o tamanho atingido por parte
específicas do corpo. Conforme as crianças crescem, elas se tornam mais altas e pesadas, tendo um aumento
em tecidos, magros ( ossos, músculos etc.) e gordos e em seus órgãos ( MALINA; BOUCHARD; BAR-OR,
2009, p.21 ).

DESENVOLVIMENTO refere-se, a ¨processos de transformação e estabilidade ao longo do ciclo de vida¨


( PAPALIA, FELDMAN, 2013,p.36).

Em outras palavras, fundamentando-se no conhecimento científico, o crescimento é definido somente como


o aumento em quantidade ou em tamanho, e por isso virá associado a números e unidades de medidas (metros,
centímetros, gramas, litros, centímetros cúbicos etc.). Assim, diz-se que as estruturas corporais crescem
quando aumentam em comprimento e/ou em volume,sendo todos mensuráveis por determinados equipamentos
Por exemplo: estatura o aumento de aumento de estatura ( que vai da sola dos pés ao cimo da cabeça ), que é
o aumento do comprimento total do corpo, é medido em centímetros, ao passo que o aumento de volume de
um órgão como o fígado é medido em centímetros cúbicos ( cm ³) . Outro exemplo é o crescimento
populacional, quando se trata de aumento da quantidade de seres ( em geral, seres humanos ) de um
determinado local.

O desenvolvimento, em sentido escrito, refere-se a mudanças e manutenções na qualidade. Um exemplo


de modificação e manutenção é o seguinte: uma garota que menstrua pela primeira vez passou por uma
mudança em uma característica sexual; por outro lado, por cerca de aproximadamente trinta anos
consecutivos, mês a mês, a menstruação deverá ser mantida. Esta pessoa está em um curso natural do
processo de desenvolvimento sexual, com mudanças e manutenções, sendo a menstruação um indício de
maturação sexual.
Muito importante no conceito de desenvolvimento é que as mudanças e manutenções podem
aumentar ou diminuir em qualidade, o que se costuma chamar , respectivamente de ¨ melhora ¨ e
¨piora¨. Um exemplo é o que acontece com o funcionamento dos mais diversos órgãos: com o
avançar da idade adulta, em direção ao envelhecimento, quase todas as funções orgânicas tendem
a piorar, diferentemente do que ocorre com pessoas jovens, em que as mesmas funções tendem a
melhorar. Ambas as condições, todavia, caracterizam o processo de desenvolvimento, uma vez
que não importa, na construção desse conceito, se houve piora ou melhora, mas sim que houve
mudança e manutenções de determinada condição ou característica ao longo do tempo.

De acordo com esse raciocínio, entende-se que o desenvolvimento humano abrange todo o
período de vida, ou seja, desde a concepção de um novo ser no útero materno ( ou in vitro ) até
a morte desse ser.

Algumas pessoas podem permanecer com a seguinte questão: ¨E após a morte? ...¨. Bem, após
( ou a possibilidade de vida após a morte ) é um fenômeno ou tema do qual a ciência
não se aventura a tratar, deixando-o para o âmbito das religiões, da filosofia e do próprio
conhecimento
popular. Por outro lado, a Psicologia e a Antropologia, por exemplo, são áreas pautadas em
conhecimento científico que estudam ( entre outros muitos temas ), como as pessoas lidam
com a morte de outros entes ( seres ), em especial de pessoas ou animais que lhes são
afetivamente
próximos.
HÁ LIMITES PARA O CRESCIMENTO E PARA O DESENVOLVIMENTO AO LONGO
DA VIDA

Ao se pensar no crescimento longitudinal, isto é, o aumento do comprimento de ossos e músculos


que se acompanham, pode-se afirmar que o crescimento cessa ao final da adolescência para
algumas pessoas e, para outras, no meio da adolescência. Em outras palavras, a pessoa não ficará
mais alta na idade adulta e nem na terceira idade. O crescimento longitudinal inicia-se na vida
intrauterina e para na adolescência. Espera-se que ele aconteça com os demais órgãos do corpo,
como fígado, baço, cérebro, coração, pulmão etc. Contudo por motivos aleatórios no processo de
desenvolvimento humano, pode-se haver um crescimento inesperado de algum órgão mesmo na
idade adulta ou na terceira idade, em razão de edema ( acúmulo anormal de líquido nos tecidos do
organismo ), proliferação de células anômalas ( isto é, que não são típicas da estrutura daquele
órgão ), entre outros motivos.
Quanto ao desenvolvimento, ele é entendido como um processo que se inicia com a concepção e
se encerra com a morte. Em outros termos, pode-se afirmar o seguinte: enquanto existir vida,
existirá desenvolvimento.
Crescimento está relacionado a
aumento de quantidade.
Desenvolvimento está relacionado
a modificações e manutenções na
qualidade, seja para melhor, ou
para pior
FATORES DE INFLUÊNCIA E VARIAÇÕES NO PROCESSO DE
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UMA PESSOA
É notório que as pessoas não se desenvolvem todas do mesmo modo ao longo do tempo. No que se refere à produção de
movimentos ( ações motoras ), por exemplo, é comum que os bebês, por volta de um ano de idade, passem do
engatinhar para o andar; no entanto, há bebês que não chegam a engatinhar, passando diretamente do rastejar para o andar;
assim como alguns andam com cerca de oito meses e outros, com um ano e dois meses de idade e assim por diante. Crianças
com Síndrome de Down apresentam o andar ainda posteriormente, as vezes com cerca de dois anos de idade. Outro
exemplo: uma mesma criança pode andar quando tem nove meses e depois optar por somente engatinhar por mais um mês,
até que volte a andar e não mais queira engatinhar por mais um mês, até que volte a andar e não mais queira engatinhar. O
que é possível inferir dessas situações?

 Primeiro: a velocidade com que ocorre um evento ( no caso do exemplo, o andar, está relacionada à idade, mas a
idade em sí não é determinante para sua ocorrência.

 Segundo: semelhantemente, a permanência de um evento, isto é, o quanto ele perdura no tempo não é a mesma para
todas as pessoas. Das situações mencionadas, é o caso da criança que anda, volta a engatinhar somente e, por fim, torna a
andar.

 Terceiro: pode haver condições e características típicas, específicas de determinados indivíduos que não
ocorrerão com outros, seja por causa de influências de sua própria constituição, sobretudo associada a fatores
genéticos ( como por exemplo Síndrome de Down, seja por causa de influências ambientais, como incentivo dos pais,
imitação de irmãos mais velhos etc.
Refletindo sobre essas constatações, é importante compreender certos aspectos fundamentais para
estudar os fenômenos de crescimento e desenvolvimento humano

• Idade: a idade é um parâmetro, um dos mais importantes critérios de aproximação de algumas ( ou


muitas ) características em comum nas mais variadas pessoas, mais os mesmos eventos não ocorrem
exatamente em determinada idade para todas as pessoas, como será apresentado adiante.
• Variações interindividuais: cada pessoa tem o crescimento e desenvolvimento diferente das outras, e
variações intraindividuais são relativas a certos eventos – há variações que ocorrem em uma mesma
pessoa.
• Fatores internos ou intrínsecos: há fatores internos à pessoa, próprios de sua estrutura e de suas
funções orgânicas.
• Fatores externos ou extrínsecos: existem fatores externos à pessoa, próprios dos ambientes onde ela se
desenvolveu ao longo da vida.

No que se refere a fatores internos e externos que influenciam o processo de crescimento e


desenvolvimento humano, há que se destacar:

• Fatores internos: herança genética, processos maturacionais, inconsciente.


• Fatores externos: tempo e local para dormir, uso de medicamentos, uso de drogas ilícitas, ( isto é, que
a lei não permite, como maconha, cocaína etc. ), pais e outros cuidadores, demais membros da
família, animais de estimação, certos objetos, meio ambiente ( clima, vegetação, relevo, poluição e
outros ), infraestrutura social ( saneamento básico, transporte, moradia etc.), educação formal (escola,
entre muitos outros.
Embora possa existir uma lista imensa de fatores externos, é curiosos notar que não há uma ordem
de importância que seja definida a priori, uma vez que cada pessoa pode se afetar mais por um
fator do que por outro. Além disso, se tomarmos o exemplo do número de horas de sono: pode ser
que ele esteja atrelado a outros fatores, como excessos de barulhos intensos e frequentes na
vizinhança, ou a hábitos familiares, como o de dormir muito tarde, mesmo tendo de acordar muito
cedo no dia seguinte. Portanto, vários fatores externos inter-relacionados podem influenciar o
crescimento e desenvolvimento humano.

Note-se semelhantemente, que em muitas situações é bastante difícil separar fatores internos e
externos. Por exemplo, uma criança que apresenta intolerância à lactose, que pode ser uma
característica genética, tem de passar por adaptações em seus hábitos alimentares desde cedo, o
que denota uma interação muito forte entre um fator interno e um fator externo.

Desde a gestação e ao longo de cada uma das faixas etárias, serão realizados comentários e
exemplos sobre diferenças interindividuais, bem como, sobre a interação de fatores internos e
externos, pois todos esses elementos em conjunto mutuamente inter-relacionados é que permitem
que se obtenha uma idéia mais aproximada dos fenômenos de crescimento e desenvolvimento
humano, ao menos do ponto de vista teórico.
Papalia e Feldman ( 2013, p. 51-52 ) indicam trabalhos de outros pesquisadores que estabeleceram
sete princípios básicos de desenvolvimento do ciclo de vida e que abrangem e complementam o
que foi apresentado a esse respeito no presente texto. Os princípios são estes:
• O desenvolvimento é vitalício: todos os períodos da vida são importantes e cada um deles e afetado
pelo período que o antecedeu.
• O desenvolvimento é multidimensional: abarca várias dimensões, chamadas também de domínios,
ou aspectos, ou esferas, quais sejam: emocional, cognitiva, motora, social, entre outros, cada uma
delas podendo se desenvolver em diferentes ritmos e velocidades ao longo de todo o ciclo da vida.
• O desenvolvimento é multidirecional: em outras palavras, ocorre em várias direções. Por exemplo, o
aprendizado de línguas é mais facilitado na infância, porém mais dificultado na adolescência,
constituindo, portanto, uma característica que em determinado momento apresenta tendência
crescente em qualidade, mas, em outro, uma tendência decrescente.
• Influências relativas de mudanças biológicas e culturais sobre o ciclo de vida: as características
biológicas esperadas no processo de crescimento e desenvolvimento recebem influência da
dinâmica cultural. Como exemplo, as crianças que aprendem habilidades motoras básicas, por
exemplo, ¨passistas mirins¨ de escola de samba que começam a dançar aproximadamente aos quatro
anos de idade: a habilidade culturalmente determinada e chamada popularmente de ¨sambar no pé¨,
que a pessoa executa sozinha, requer uma coordenação refinada de apoio dos dedos e da planta dos
pés alternadamente sobre o solo, de modo a acompanhar o ritmo e a melodia de uma música de
expressiva velocidade. Essa aprendizagem é típica de ¨subculturas¨ ( pequenas culturas dentro de
uma cultura maior ) , fortemente associadas ao samba carnavalesco, próprios de certas localidades
que tem essa tradição como realização identitária ( por exemplo, as comunidades do Rio de Janeiro,
Brasil ).
• O desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos: alguns desses recursos são tempo,
energia, dinheiro e apoio social. No início da vida adulta, por exemplo, é comum que se invista
mais tempo e energia em trabalho ou em trabalho e estudo; a criança, naturalmente, investe sua
energia e seu tempo no brincar e assim por diante.

• O desenvolvimento revela plasticidade: algumas capacidades como memória e força física


podem ser aumentadas e aperfeiçoadas, mesmo com o processo de degeneração natural da idade.
Contudo, há limites nessa plasticidade, ou seja, é um erro pensar que quanto mais se treina
algumas dessas capacidades, mais se consegue obter resultados satisfatórios, como se essa
plasticidade fosse infinita.

• O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural: cada pessoa é influenciada


pelo contexto cultural, social e histórico no qual é criada, os quais podem variar bastante ao
longo de sua vida, sobretudo se ela se mudar para outro país ou até mesmo para outra região no
mesmo país, bem como se tiver ascendência ( pais, avós etc.) de países bastante diferentes, por
exemplo, uma avó de procedência asiática e outra do sul da Europa e conviver bastante tempo
com ambas.
DOMÍNIOS QUE COMPÕE O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Os domínios ( também chamados de dimensões, aspectos ou esferas ) do desenvolvimento do ser


humano tem sido investigados por diversas áreas acadêmico-científicas como Anatomia,
Fisiologia, Biologia, Psicologia, Sociologia, Antropologia etc. ( nesse caso, entendem-se por
conhecimentos práticos, de modo simplificado, aqueles referentes à intervenção profissional ).

São domínios do desenvolvimento humano as características relacionadas a: movimento; cognição;


emoção; moralidade; estrutura e função; cultura; socialização, entre outros. Esses e outros
domínios ( como biológico, educacional etc. ) servem como base de estudo para compreender e
explicar ( teórica ou empiricamente ) os processos de crescimento e desenvolvimento humano, bem
como sua promoção.

Movimento

Cognição Afeto
(razão) (emoções)

Estruturas e
Socialização e funções
culturalização básicas
Os domínios são:

• Motor: produção de movimentos, de ações motoras.


• Cognitivo: ( ¨racional¨): pensamentos – raciocínio lógico, imaginação, linguagem, memória,
interpretação etc.
• Emocional ( afetivo ): sentimentos: alegrias, tristezas, angústias, medo, ansiedade, motivação,
etc.
• Físico: estruturas ( como órgãos, por exemplo ) e funcionamento.
• Cultural: elementos e ensinamentos criados pelo ser humano, passados de geração em
geração.
• Social: relação de cada pessoa com um grupo bastante grande no qual ela está inserida e que,
em geral, é regulado por um líder e/ou por uma organização política e territorial.

Quando se reflete as funções da Educação e do Esporte como campos do conhecimento,


investigação e áreas de intervenção de profissionais, deve-se a priori, saber da qualificação dos
profissionais, em trabalhar com pessoas diferentes nas diversas faixas-etárias, isto é, ao longo de
todo o ciclo da vida ( da vida desde o ventre materno até a terceira idade ).
Os profissionais que orientam e acompanham essas pessoas podem e devem agir como
participantes ativos de um processo de formação em que ambos – o
praticante/atleta/cliente/aluno e o profissional/professor – estejam em permanente interação,
ainda que cada um tenha suas próprias expectativas, metas, experiências e realizações.
É importante compreender por que muitas pessoas não praticam atividade física sistemática ou
mesmo aleatoriamente. Há muitos estudos sobre aderência e desistência da prática de atividade
Para compreender ainda melhor os processos de crescimento e desenvolvimento, adotou-se a
divisão em faixas etárias. Todavia, tratando-se de diferentes esferas do desenvolvimento
humano já se pode ter noção dessa divisão em faixas de idade e algumas respectivas
características:

Antes porém, é absolutamente importante destacar dois aspectos:

• As características de cada domínio do desenvolvimento humano nem sempre se aplicam a


todas as pessoas. O que se considera são ocorrências, em média, na população – ora mundial,
ora de algum ou de alguns países, ora de localidades menores.
• Pessoas que tem alguma deficiência física e/ou mental ou doença mental podem apresentar
certas características bastante diferenciadas do que as que serão descritas e discutidas ao
longo desta disciplina. Todavia, essas pessoas são igualmente importantes. Toda pessoa é
importante.
• Contudo, ideal seria que fosse possível abarcar todas as características humanas de que se
tem conhecimento. Entretanto, além de descabida pretensão, isso seria também uma ilusão,
posto que a ¨surpresa evolutiva¨ faz parte do próprio processo de crescimento e
desenvolvimento humano, em que filogênese e ontogênese combinam-se de tal forma que
não é possível uma previsibilidade absoluta.

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