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Introdução
Concepções de desenvolvimento
Inatismo: parte do pressuposto de que os eventos ocorridos após o nascimento não são
relevantes para o desenvolvimento. Este seria influenciado apenas pelas qualidades e
capacidades básicas do ser humano, praticamente prontas, desde o nascimento. Ainda
presente nas escolas nos dias atuais, essa concepção se expressa muitas vezes na fala de
educadores, ao verem alguns alunos como incapazes de aprender, por serem filhos de
analfabeto sou de pessoas marginalizadas. Neste sentido, acreditam que essas crianças
não têm como mudar, pois suas dificuldades foram herdadas geneticamente.
O termo “normal” ao tratar da evolução humana, não deve ser entendido como um
julgamento de valor do que é melhor ou pior, mas como um parâmetro científico para
avaliar diversos caminhos, formas e expressões do desenvolvimento. Segundo Foucault
(1989), a ideia de normalidade tem sido usada como instrumento e controle social,
definindo a partir de determinadas camadas da sociedade os comportamentos,
pensamentos e sentimentos “adequados” para a população, em geral.
Assim, faz referência à ideia de enquadre e ajustamento. Para Bee (2000), é ténue a
linha entre o que se dá de forma atípica ou não, pois alguns problemas considerados
desviantes da média geral, podem, em determinados estágios, fazer parte do
desenvolvimento “normal .Além do mais, é preciso atentar para ritmos e singularidades
dos sujeitos, reconhecendo que em alguns aspectos, o desenvolvimento pode ser visto
como patológico e em outros não. Por exemplo, a criança pode expressar dificuldades
no andar,mas no aspecto afectivo e cognitivo está dentro do que se espera na sua faixa
etária.
Assim, quando muda de fase, o ser humano passa a pensar, sentir, comportar-se de
modo distinto da fase anterior e com novas aquisições. Para cada fase do
desenvolvimento, os teóricos situaram determinadas faixas-etárias. Contudo, isto não é
rígido, imutável. As pessoas, como seres singulares que são, em contextos diversos,
podem passar pelas mesmas fases em idades diversas. Outra característica importante é
que estágios/fases têm uma sequência fixa, não sendo possível, por exemplo, passar da
fase “A”para a fase “C”, sem ter passado pela “B”. Assim, como já explicitado, as
crianças podem até passar pelos estágios em idades diferentes, mas o farão sempre na
mesma ordem. Para entendermos melhor como se processa essa discussão dos estágios,
vamos a seguir apresentar um panorama das principais teorias psicológicas que têm
tratado do desenvolvimento.
Cada período do ciclo da vida é influenciado pelo que ocorreu antes e irá afectar o que
virá depois” (PAPAlIA; olds, 2000, p. 31). Assim, compreendemos que o
desenvolvimento é um processo contínuo no decorrer da vida e cada parte do ciclo
apresenta suas próprias características. Dessa forma, este item está subdivido em duas
grandes fases do ciclo vital humano e as principais características do desenvolvimento
de cada fase: infância e adolescência.
2.2.1 Infância
Aries (1981) expõe que até o século XVII não existia a noção de infância, as crianças
eram vistas como adultos em miniaturas, mais fracos e menos inteligentes. Foi somente
no século XIX que abriu-se caminhos para o estudo científico do desenvolvimento
infantil. É comum que se subdivida a infância em períodos menores, de modo a
aprofundar sua compreensão. Nesse item abordaremos o desenvolvimento infantil
conforme três etapas: primeira infância, segunda infância e terceira infância.
Dos três aos seis anos de vida, as crianças vivenciam a segunda infância, também
conhecida como os anos pré-escolares. Nessa fase, a aparência da criança muda, suas
habilidades motoras e mentais desenvolvem-se amplamente e a sua personalidade passa
a ser mais complexa. Na medida em que a criança passa a ter maior controle de seus
músculos consegue administrar melhor suas necessidades pessoais (higienizar-se, vestir-
se, entre outros) e sua autonomia em vestir-se. Adquire, assim, maior independência e
autonomia (PAPAlIA; olds, 2000).
A terceira infância compreende a faixa etária dos seis aos doze anos de idade, conhecida
também como anos escolares, pois a escola, nessa fase, consiste na experiência central
tornando-se focal no desenvolvimento físico, cognitivo e social. Nesse período, as
crianças desenvolvem maiores competências em todos os campos. No físico, adquirem
maiores habilidades físicas necessárias para participarem de jogos e esportes
organizados, ficam mais altas, mais pesadas e mais fortes. É um processo mais lento que
os períodos anteriores. Geralmente os meninos são maiore que as meninas no início
dessa fase, ao mesmo tempo em que as meninas passarão pelo surto do crescimento da
adolescência mais cedo, tendendo a serem maiores do que os meninos no final dessa
fase. Além disso, o desenvolvimento motor permite às crianças na idade escolar
participarem de uma ampla gama de atividades; as diferenças nas habilidades motoras
entre os géneros aumentam até a puberdade, principalmente em função da maior força
dos meninos e das expectativas e experiências culturais (PAPAlIA;olds, 2000).
A teoria de desenvolvimento não deve ser considerado como algo petrificado. Todas
teorias psicologicas são organicas e vivas e portanto dinamicas. Assim sendo, embora
muito já seja conhecido (construido), muito ainda permanece desconhecido e para ser
construido. Piajet não direcionou a sua pesquisa para educacao e o ensino, mas teoria
sobre como as crianacas adquirem conhecimento e como se desenvolvem
intelectualmente proporciona , dem duvida, muita informacao relevante para educacao.
Objectivos da educacao
Estagio e continuum
Aspecto físico-motor
Refere-se ao crescimento orgânico, a maturação neurofisiologia, a capacidade de
manipulação de objectos e de exercícios do próprio corpo, a coordenação motora.
Aspectos Intelectuais-cognitivo
É a capacidade de pensamento, memoria, lógica e raciocínio, por exemplo: uma criança
brincando e um adolescente planejando os gastos de sua mesada, operações mais
complexas.
Aspectos afectivo-emocional
É o modo particular de o individuo integrar as suas experiencia. É o sentir. Por
exemplo: a sexualidade os medos as alegrias.
Aspectos sócias
É a maneira como individuo reage diante das situações que envolvem outra pessoas.
Por exemplo: socialização da criança.
As Teorias do Desenvolvimento Humano normalmente partem do pressuposto de que
esses quatro aspectos são dissociados, mas teorias distintas acabam enfatizando mais um
ou outro aspecto em diferentes momentos, como veremos mais adiante. Influenciados
por esses aspectos, nós crescemos e nos desenvolvemos, e somos potencializados para
aprender.
A Psicologia Científica construiu diversas Teorias sobre a relação ensino-Aprendizagem
considerando a influência desses mesmos aspectos. Nesta unidade e na próxima, iremos
discutir essas Teorias em mais profundidade.
Além disso, uma discussão muito importante sobre o desenvolvimento humano se refere
ao papel do inato e do adquirido. É fato que nós herdamos uma genética e que tudo que
somos depende dessa Genética, ou seja, do que é inato. Todavia, não basta ter a receita
de um bolo para que o bolo saia exactamente igual, ou seja, existem outras variáveis que
interferem. Nós nascemos com potencial genético humano, mas somos transformados
no/e pelo meio físico e cultural em que vivemos.
Nós nascemos com potencial para aprender qualquer língua, mas aprendemos
justamente aquela que compartilham as pessoas ao nosso redor; nós temos um potencial
genético para a altura, mas só atingiremos esse potencial se tiver mos alimentação e
actividade física compatíveis, ou seja, nosso desenvolvimento depende sempre da
interacção entre a genética e o nosso meio físico e cultural. Actualmente, a questão do
debate entre inato e adquirido não está solucionada completamente, mas há maior
tendência a acreditar que é a interacção entre a natureza (inato) e a cultura (adquirido)
que possibilitam nosso desenvolvimento como todo.
Conclusão