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Resumos PS 2

Capítulo III – Desordens relacionadas com o sistema imunológico


Doença Oncológica
Cancro “...crescimento incontrolável de células anormais que produzem tumores
denominados neoplasias.”
Ogden (2004, p. 367)
 Tumores:
- benignos
- Malignos (metástases)

Células cancerígenas
 Carcinomas
 Sarcomas
 Leucemias

Prevalência do Cancro
 Seis milhões de novos casos anuais de cancro no mundo
 Exemplo de causas de mortalidade:
 Homens:
 Cancro do pulmão (36%)  
 Cancro colorrectal (11%)  
 Cancro da próstata (9%)
 Nas mulheres:
 Cancro da mama (20%)  
 Cancro do pulmão (15%)  
 Cancro colorrectal (14%)  
 Cancro dos ovários (6%)  
 Cancro do colo do útero (3%)

Papel da Psicologia no Cancro


  Galeno - Associação entre a melancolia e o cancro
 Gedman (1701) - O cancro podia estar relacionado com os desastres de vida
 85% dos cancros são considerados potencialmente evitáveis
Papel da psicologia ao nível:
   Das atitudes e das crenças sobre o cancro  
 Na predição de comportamentos como fumar e fazer dieta (génese)  
 Consequências psicológicas  
 Implicações na qualidade de vida

 1º. As células cancerígenas estão presentes na maioria das pessoas  


 Mas nem todas vêm a sofrer de cancro
   2º Embora a investigação sugira uma ligação entre o tabaco e o cancro
do pulmão  
 nem todos os grandes fumadores desenvolvem o cancro
Talvez haja um factor psicológico nessa susceptibilidade ao cancro

 3º nem todos os que têm cancro apresentam a mesma velocidade de


evolução para a morte

Talvez haja um papel psicológico nessa progressão

 4º Nem todos aqueles que sofrem de cancro morrem dele

Talvez haja um papel psicológico na longevidade

Papel da psicologia no cancro:


1. no início e favorecimento do cancro  
2. consequências psicológicas do cancro  
3. forma de lidar com os sintomas do cancro  
4. longevidade e promoção de intervalos livres da doença

Percursores Biopsicossociais do Cancro


   Fatores comportamentais
 Stress  
 Acontecimentos de vida
 Estilos de coping  
 Depressão  
 Personalidade
Consequências Psicológicas
   Respostas emocionais  
 Depressão, falta de controlo, mudanças da personalidade,
ansiedade...
   Respostas cognitivas  
 Espírito lutador, fatalismo, desamparo, preocupação ansiosa...

Factores Psicossociais no aparecimento e favorecimento do cancro  


Factores comportamentais
 Desempenham um papel no aparecimento e favorecimento do cancro;
 Smith e Jacobson (1989):  
 30% dos cancros estão relacionados com o consumo de tabaco  
 35% com a alimentação  
 7% com o comportamento reprodutor e sexual  
 3% com o álcool
 Stress
 Laudenslager e col. (1983) – decréscimo na taxa de desenvolvimento do
tumor se o stressor pudesse ser controlado;
 Sklar e Anisman (1981) – sugeriram que um aumento no stress promovia
o desenvolvimento de cancro e não o seu aparecimento;

 Acontecimentos de vida
 Jacobs e Charles (1980) – nas famílias com uma vítima de cancro tinha
havido maior número de membros com mudanças de casa, mudanças de
comportamento, deterioração do estado de saúde noutros que não a
própria pessoa e divórcios;

Os acontecimentos de vida podem contribuir para o aparecimento do


cancro.

 Dados contraditórios do estudo de Petticrew e col. (1999):

Não encontraram provas sólidas de uma relação entre acontecimentos


stressantes de vida e cancro da mama

 Controlo
 Papel no aparecimento e desenvolvimento do cancro;
 O controlo sobre os stressores e os factores ambientais pode estar
relacionado (relação stress-doença);
 Estilos de Coping
 Estratégias de descomprometimento e de evitamento, como o consumo
de tabaco e álcool, podem estar relacionadas com um maior risco de
cancro

 Depressão
 Relação entre depressão, cancro e stress crónico ligeiro, mas não com a
depressão clínica.

 Personalidade
 Temoshok e Fox (1984) – os indivíduos que desenvolvem cancro têm
uma «personalidade do tipo C»
 Passiva  
 Apaziguadora  
 Com sentimento de incapacidade  
 Desesperada  
 Centrada nos outros  
 Emocionalmente inexpressiva
 Eysenck (1990) – descreveu uma personalidade com tendência para o
cancro:
 Característica dos indivíduos que reagem ao stress com desespero
e sentimento de incapacidade e que reprimem as reações
emocionais aos acontecimentos de vida;

Contudo, a relação entre personalidade e cancro não é linear

 Robustez (hardiness)
 Kobasa e col. (1982) – descreveram um estilo de coping chamado
“robustez” com 3 componentes:  
 Controlo  
 Compromisso  
 Desafio

Robustez – pode ser protetora face ao desenvolvimento do cancro

 Baixo controlo – sugere uma tendência para apresentar sentimentos de


desespero face ao stress;
 Compromisso – oposto de alienação (e.g., encontrar significado para o
seu trabalho);
 Desafio – consideram os acontecimentos stressantes como desafios a
serem enfrentados com êxito
Consequências psicológicas do cancro  
 Respostas emocionais
 Depressão  
 Luto  
 Falta de controlo  
 Mudanças de personalidade  
 Fúria  
 Ansiedade

 Respostas cognitivas
 «espírito de luta» está negativamente correlacionado com a ansiedade e a
depressão;
 Fatalismo, desamparo, preocupação ansiosa relacionados com o humor
negativo.
 Teoria da adaptação cognitiva (Taylor, 1983):
 A combinação do significado, mestria e automelhoramento cria
ilusões que são componentes fundamentais das tentativas de
coping.

Papel da psicologia no alívio dos sintomas e qualidade de vida


  A psicologia tem um papel a desempenhar no alívio dos sintomas de cancro e na
promoção da qualidade de vida.
 Intervenções psicossociais: têm sido usadas para tentar aliviar alguns dos
sintomas dos doentes de cancro e melhorar a sua qualidade de vida
 Experiência de doentes com cancro pode incluir:
 Dor violenta  
 Dificuldades respiratórias  
 Vómitos  
 Insónias  
 Perda do controlo dos intestinos e da bexiga  
 Perda de apetite  
 Confusão mental

 Intervenções Psicossociais:
 Controlo da dor  
o Gestão da dor através de técnicas de controlo da dor (e.g.,
biofeedback)  
o Descrever e monitorizar a dor  
o Encorajar a desenvolver competências de coping  
o Utilizar imagens positivas  
o Centrar a atenção noutros aspectos
 Intervenções de apoio social
 Grupos de apoio que dão importância ao controlo e às actividades
significativas;
 Objectivo de reduzir a negação e promover a esperança;
 Estas intervenções podem melhorar o significado de vida destes doentes.

 Tratamento das náuseas e dos vómitos


 A quimioterapia pode causar náusea antecipatória, vómitos e ansiedade;
 Condicionamento da resposta, relaxamento, hipnose, dessensibilização,
imaginação guiada:

Redução das náuseas e ansiedade

 Aconselhamento sobre a imagem alterada do corpo


 Aconselhamento dirigido à imagem alterada do corpo pode melhorar a
qualidade de vida (e.g., luto pela perda de parte do corpo).

 Estratégias cognitivas de adaptação


 Melhorar o sentimento de auto-estima dos doentes, a sua capacidade de
estar perto de outros e melhorar o significado da vida;
 Estes métodos implicam que o doente se supere, o que está relacionado
com melhorias no bem-estar.

 O trabalho dos Simonton e Simonton (1975)


 Aplicam factores e intervenções psicossociais como parte de uma
abordagem holística da pessoa para melhorar a qualidade de vida

 Processos:
 Relaxamento (diminuir tensão muscular e dor)
 Imagética (centrar a atenção em aspectos positivos)
 Programas de exercício (aumentar a sensação de bem-estar)

Factores psicológicos da longevidade  


 A psicologia tem um papel a desempenhar na compreensão do cancro, não
apenas em termos de crenças e comportamentos que podem estar relacionados
com o aparecimento do cancro,
 Mas também ao nível das consequências psicológicas, tratamento dos sintomas,
melhoria da qualidade de vida, intervalos livres de doença e longevidade.
Capítulo III – Desordens relacionadas com o sistema imunológico

A História do VIH
   SIDA (Síndrome de Imunodeficiência adquirida)
 Homossexualidade (GRIDS – gay related immune deficiency sindrome);
 Teorias  
 E.g., SIDA como resultado do estilo de vida percebido da
população homossexual
 1982 – A SIDA surgiu em hemofílicos  
 A SIDA talvez fosse causada por um vírus;  
 Esse vírus chegaria através da utilização de um agente coagulante
do sangue doado.
   VIH – isolado em 1983  
 Controvérsia na descoberta: foi feita por Gallo nos EUA e/ou por
Montagnier em França?  
 1984 – foi identificado o VIH

O que é o VIH?
  A. Estrutura do VIH  
 É um retrovírus (contém ARN);  
 Lentivírus (vírus lento que possui efeitos lentos e a longo prazo).  
 B. A transmissão do VIH  
 Transmitido de indivíduo para indivíduo;  
 O VIH tem de entrar em contacto com as células com moléculas CD4 à
superfície (SI – células T-helper)

 Fases de Transmissão:
 O VIH liga-se às moléculas CD4 da célula T-helper;
 O VIH é internalizado no citoplasma da célula;
 A própria célula gera um ADN pró-viral, uma cópia da célula
hospedeira;
 Este pró-vírus entra no núcleo da célula hospedeira;
 A célula hospedeira produz novas partículas virais a partir da leitura do
código do ADN viral;
 Estas partículas virais espalham-se e infectam novas células;
 Eventualmente, após muitas replicações, a célula T- helper morre.
Evolução do VIH para a SIDA

A SIDA – reflecte a redução em células T-helper

Isto causa imunodeficiência e o aparecimento de infecções oportunistas

 Evolução da seroconversão inicial do VIH para a SIDA


 A doença inicial de seroconversão viral;
 Uma fase assintomática;
 Aumento dos gânglios linfáticos, início das infecções oportunistas;
 Complexo relacionado com a SIDA;
 SIDA

A Prevalência do VIH
   30.6 milhões de pessoas vivem com VIH/SIDA  
 11.2 milhões já morreram  
 Estatísticas:  
 África – 350 000  
 EUA – 400 000  
 Europa – 127 000  
 Américas com exclusão dos EUA – 123 000  
 Ásia – 20 000  
 Oceânia – 5000, etc.

O Papel da Psicologia no Estudo do VIH  


 Na maioria dos casos o VIH é transmitido pelo comportamento das pessoas  
 E.g., relações sexuais, uso de agulhas, etc.
 Psicologia da Saúde  
 Estudo das atitudes face ao VIH;  
 Mudança dessas atitudes;  
 Estudo dos preditores de comportamento.
 A psicologia tem um papel adicional a desempenhar no VIH porque:
1. Nem todas as pessoas expostas ao VIH se tornam seropositivas.
2. O tempo de evolução entre o VIH e a SIDA é variável.
3. Talvez nem todos os infectados pelo VIH morram de SIDA.
 1. Papel da Psicologia na SIDA ao nível das atitudes para com a SIDA
 Estudo das atitudes para com o VIH e a relação destas atitudes com o
comportamento;
 Questão: “Sentir-se-ão as pessoas vulneráveis face ao VIH?”
 Themoshok e col. (1987) – perguntaram às pessoas se a SIDA era vista
como uma preocupação pessoal de saúde.
 Proporção de respostas «sim»:  
o São Francisco: 33%  
o Nova Iorque: 57%  
o Miami: 50%  
o Los Angeles: 47%

 Duas Explicações alternativas:


 O conhecimento da doença aumentou numa cidade que vive com altos
níveis de VIH e de exposição à educação para a saúde relacionada com o
VIH e SIDA.

 As pessoas sentem-se menos vulneráveis por acreditarem que podem


fazer algo.

 Outra explicação:
 Talvez por estarem expostos à SIDA/VIH e à morte por SIDA, seja
maior o sentimento de medo e negação nos indivíduos residentes nas
cidades com elevada prevalência da doença.

 O facto de se sentirem menos vulneráveis pode refletir esta negação.

 Percepções de Risco e relações com os Conhecimentos


 Embora os conhecimentos de transmissão do VIH fossem elevados,
muitos estudantes universitários disseram estar relativamente
invulneráveis ao VIH (e.g., Abrams et al., 1990);
 Muitos sujeitos negam estar em risco, justificando: “os meus parceiros
não são promíscuos”.

 Atitudes e mudanças de comportamento


 Temoshok e col. (1987) – o risco percebido da SIDA não estava
relacionado com a mudança do comportamento sexual.
 Contudo, as atitudes anti-homossexuais e o medo estavam relacionados
com a mudança de comportamento.
 A inter-relação entre conhecimentos, atitudes e comportamento
 Relação conhecimentos e crenças sobre o VIH
 É questionável que o aumento de conhecimentos aumente
realmente a prática do sexo seguro.

 Consequências possíveis do conhecimento


 É possível que, aumentando os conhecimentos, se aumente o medo, o
que pode então provocar a negação, não tendo qualquer efeito ou tendo
mesmo um efeito prejudicial no comportamento
 Mas
 Os melhores conhecimentos podem aumentar a percepção da realidade e
do risco – pode provocar uma mudança de comportamento (sem medo);
 Melhorando os conhecimentos pode aumentar a percepção da gravidade
da doença (medo e culpabilização da vítima).
 C: Promover o sexo seguro poderá ser mais complicado do que
simplesmente aumentar os conhecimentos

 2. Susceptibilidade ao VIH
 Nem todos os indivíduos que entram em contacto com o VIH se tornam
seropositivos;
 O estilo de vida do indivíduo pode aumentar as suas hipóteses de
contrair o VIH, quando exposto ao vírus.
 Uso de drogas (Van Griensven et al., 1986);
 Existência na corrente sanguínea de outros vírus como do herpes
simples, pode aumentar as hipóteses de contrair o VIH (Lifson et
al., 1989);
 Sexo inseguro e drogas injectáveis.
 C: Comportamentos pouco saudáveis podem ser relacionados não
só com a exposição ao VIH, como com a probabilidade de um
indivíduo se tornar seropositivo.

 3. Progressão do VIH até à SIDA:  


 Papel do estilo de vida e do estado psicológico na progressão da doença.
 A. Estilo de vida – a injecção de drogas estimula o
sistema imunitário.
 B. Papel das drogas – no contágio do vírus e na sua
replicação.
 C. Papel do sexo não seguro – a replicação do vírus pode
ser influenciada pela exposição subsequente ao VIH.
 O contacto com drogas poderá ter um efeito imunosupressor ou que
outros vírus podem estar relacionados com o aumento na replicação;
 Factores psicológicos  
 Stress ou sofrimento podem aumentar a replicação do VIH,
causando uma progressão mais rápida para a SIDA (Sodroski et
al., 1984)
 Factores psicológicos
 Há um papel para formas de adaptação cognitiva ao luto e à
progressão da doença (Multi Center AIDS Cohort Study, Bower
et al., 1998);
 Resultados – o desenvolvimento dos sintomas era predito pelas
expectativas específicas quanto ao VIH, particularmente naqueles
que tinham sofrido luto.
 As expectativas mais negativas sobre a progressão do VIH era preditivo
da sua real progressão (Reed et al., 1999);
 Aqueles que tinham encontrado um significado para a morte de alguém
próximo mantinham os níveis de células T-helper CD4 no seguimento,
enquanto que os que não encontraram significado apresentavam
decréscimo.
 C: Tanto o comportamento individual como o estado psicológico
parecem estar relacionados com a progressão do VIH para a SIDA. ~

 4. Longevidade
 Papel dos factores psicológicos na esperança de vida posterior à infecção
pelo VIH.
 Efeitos directos das crenças e comportamentos no estado de
imunossupressão dos indivíduos.
 Estado de saúde e variáveis psicológicas (Solomon et al., 1987):
Descobriram que a sobrevivência tinha sido predita pelo :  
 estado geral inicial  
 comportamentos de saúde  
 Robustez (hardiness)  
 apoio social  
 comportamento de tipo C (auto-sacrifício, culpabilização, pouca
expressividade emocional)  
 estratégias de coping no baseline

 Estudo de Solomon e Temoshok (1987)  


o Seguimento de doentes com SIDA;  
o Afirmaram que o resultado positivo fora predito através:
 Controlo percebido da doença no pré-teste  
 Apoio social  
 Resolução de problemas  
 Comportamento de procura de ajuda  
 A pouca atractibilidade social  
 A expressão da agressividade e hostilidade

Health Belief Model


 O mais aplicado no âmbito do comportamento de saúde para explicar os
comportamentos preventivos de saúde, os comportamentos de doença e a
utilização clínica (Janz & Becker, 1984).
 Porquê é que as pessoas não obtinham os cuidados médicos necessários e para
explicar porque é que as pessoas não aderem aos regimes médicos (Rosenstock,
Strecher, & Becker, 1994).
 É uma teoria de “expectativa de valor”
 (1) desejo de evitar a doença ou de melhorar (valor), e
 (2) crença de que uma acção de saúde específica pode
prevenir (ou melhorar) a doença (expectativa,
susceptibilidade e severidade) (Rosenstock et al., 1994).

 Exemplo no âmbito do VIH:


 O comportamento preventivo face ao VIH é uma função da
vulnerabilidade percebida à infecção pelo VIH, da severidade percebida
da infecção pelo VIH, custos e benefícios percebidos das opções do
comportamento preventivo face ao VIH e pistas para a acção (Fisher et
al., 1994).

 O MCS defende que:


 as pessoas só se envolveriam em comportamentos preventivos se se
sentissem susceptíveis a uma condição de saúde, se acreditassem que a
condição é caracterizada por um elevado nível de severidade (e.g.,
resultados negativos de saúde) e se sentissem que os custos de se
envolverem no comportamento preventivo seriam superados pelos
benefícios.

 Componentes:
 susceptibilidade percebida  
 severidade percebida  
 vulnerabilidade percebida  
 benefícios  
 custos (barreiras), e  
 outras versões do modelo incluíram a noção de pistas para a acção (“cue
stimulus”)

 A susceptibilidade percebida refere-se à percepção subjectiva do risco de


contrair a doença.
   A severidade percebida inclui as percepções pessoais (avaliações) das
consequências médicas/clínicas e sociais de contrair uma doença ou de a deixar
sem tratamento.
   A combinação da susceptibilidade com a severidade é reconhecida como
“ameaça percebida”.
 A vulnerabilidade percebida produz a força para agir, mas o curso de acção
depende da avaliação dos custos e benefícios das opções de comportamento de
saúde.
 Os benefícios envolvem crenças sobre a eficácia das opções disponíveis para
reduzir a ameaça da doença, ou seja, a menos que uma opção comportamental
seja vista como eficaz, é pouco provável que seja realizada.
 Os custos envolvem qualquer potencial aspecto negativo de uma acção de saúde
(e.g., dor, despesa, perigo, estigma, efeitos secundários, inconveniência) e
podem impedir o comportamento preventivo.
 Mesmo que os indivíduos se sintam vulneráveis face a uma doença, eles não irão
modificar o seu comportamento (e.g., adoptar medidas preventivas), excepto se a
análise custo-benefício for favorável à mudança.
 Por exemplo:
 A acção preventiva ocorrerá mediante determinadas condições de
elevada susceptibilidade de contrair o VIH, elevada percepção de
severidade de ser contaminada com o VIH, elevada percepção de
benefícios na protecção e baixa percepção de custos na protecção
(Gerrard, Gibbons, & Bushman, 1996).

 Noção de pistas para a acção  


 Estas pistas/estímulos podem ser internos (e.g., experimentar sintomas)
ou externos (e.g., conhecer alguém próximo que tem a doença, ser
exposto aos meios de comunicação social).
 O MCS também assume que uma vasta gama de variáveis demográficas,
sociológicas (e.g., escolaridade), psicológicas e estruturais, podem afectar as
percepções do indivíduo (e.g., susceptibilidade, severidade, benefícios,
barreiras) e, deste modo, afectar o comportamento preventivo de forma
indirecta.

 Noção de auto-eficácia.

 Os autores propõem a auto-eficácia como uma variável independente que


adicionam às variáveis tradicionais do MCS (susceptibilidade,
severidade, benefícios e barreiras).
 A não utilização inicial da auto-eficácia por Rosenstock e colaboradores
é explicada pelos autores com o facto do modelo, na sua versão original,
se focar em comportamentos preventivos simples (e.g., como o levar
uma vacina, fazer um exame médico de rotina) e não em
comportamentos complexos que requerem mudanças a longo prazo.
 O modelo, embora aplicado a uma variedade de condições de saúde, poderá ter
maior utilidade na abordagem a problemas mais comuns do que naqueles que
são mais ameaçadores e que requerem respostas complexas.
 Em suma, ...
 para que a mudança comportamental ocorra, as pessoas devem-se sentir
ameaçadas pelos seus padrões de comportamento actuais
(susceptibilidade e severidade), e acreditarem que a mudança para o
comportamento de saúde será benéfica num resultado válido com um
custo aceitável, mas também devem sentir-se competentes (auto-eficácia)
ao realizar a mudança (Rosenstock et al., 1994).

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