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Formação Oncologia em Fisioterapia – Liga Portuguesa Contra o Cancro

Prevenção primária no cancro: através do aconselhamento e do que pode ser


mudado nos estilos de vida

Prevenção secundária no cancro: mesmo não estando com fatores de risco


(como tabaco, etc) os rastreios são importantes porque quem fuma tem mais chance
de ter cancro, mas quem não fuma não está isento de ter, então são importantes os
rastreios e testes.

Rastreio: dirigido a população assintomática, a pessoas aparentemente sãs.

Enviar e-mail para este endereço caso queira realizar voluntariado num hospital:

voluntariado.nrc@ligacontracancro.pt

Global Cancer Observatory – International Agency for Research on Cancer – muitos


dados de cancro

Cancro: Causas, fatores de risco e prevenção primária

Anomalia do ciclo nascimento – desenvolvimento – morte celulares e que


continua nas células seguintes. Passam a não morrer no seu devido tempo e causar
mais anomalias. (+ nos slides)

Tumor = Neoplasia

Benigno  não invade os órgãos adjacentes nem metastizam.

Cada tumor tem a sua velocidade de crescimento e isso vai condicionar o


tratamento.

Uso de radioterapia  várias sessões devido às diferentes fases de


desenvolvimento celular.

Tumor leva a angiogénese para o suprimento das suas necessidades. Existem


medicamentos que impedem essa angiogénese, tratando o tumor da pessoa.

Um cancro não se desenvolve só pela idade, temos várias hipóteses e


combinações! Pessoas em lugares diferentes no mundo também tem diferentes
chances de sofrer de um certo tipo de tumor (fatores externos, como a alimentação,
fatores sociais, etc.)
Nem todos os tumores têm o mesmo fator de risco familiar. A grande maioria
dos cancros não tem hereditariedade (genes de base hereditária) (apenas 10%-20%).
A componente hereditária é discutida caso os cancros ocorram em idades muito
jovens.

Cancro da mama, cancro colo-retal e cancro do útero  rastreios


organizacionais nacionais. Conseguimos reduzir as percentagens de tumores
malignos e a mortalidade associada à doença oncológica.

Nenhum tumor deve ter alta para a vida  devem sempre ser acompanhados
pelos cuidados de saúde primários (médico de família, por exemplo). O risco de
recidiva diminui ao longo dos anos MAS nunca é zero, pode haver sempre uma célula
cancerígena em circulação e nós não conseguimos controlar isso  por isso é que
não podem doar sangue.

Qualquer pessoa até aos 45 anos (homem ou mulher) deve ser vacinado contra o
HPV!! (ou mais tarde, em contexto de tratamento)

Desafios de Comunicação com Doentes e Familiares

De que modo o estado emocional da pessoa pode influenciar o


desenvolvimento da doença? Qual a relação entre alguns comportamentos e a doença
oncológica? E quais são os processos que levam a pessoa a ter esses
comportamentos sabendo que pode levar ao cancro?

Pessoas com maiores níveis de depressão ou ansiedade têm um maior risco


de desenvolver uma doença oncológica  sistema psiconeuroimonulógico, ou seja, o
nosso sistema emocional interfere com o sistema imunológico, diminuindo as defesas
do nosso corpo, estamos mais dispostos a doenças, tal como o cancro.

Menor suporte social  menos defesas  maior risco para doenças


oncológicas

Crenças de Saúde

Crença de gravidade  crença de que para além de ter determinada doença


essa mesma doença pode trazer mais problemas graves (nas caixas de tabaco
existem imagens de consequências graves do tabaco para as pessoas tomarem
consciência)  campanha de sensibilização e modificação comportamental

Família do Utente com Cancro  “o doente escondido”. Necessita de apoio também.


O cancro pode ser um evento traumático, mas pode não ser, dependendo da pessoa.
Depende muito de diversos fatores (nos slides).

Os seres humanos são muito resilientes e quando nos acontece algo negativo,
habitualmente os seres humanos conseguem adaptar-se. Ou seja, a maioria dos
utentes oncológicos conseguem adaptar-se. Podem ter sintomatologia de perturbação
psicológica mas não ser mesmo uma perturbação psicológica.

O distress emocional pode ser considerado como o sexto sinal vital em


oncologia!

Passar da abordagem curativa para uma abordagem paliativa pode ser um


precipitante para o distress emocional. Escala com score 4 ou mais, são
encaminhados para tratar o distress emocional (NCCN Distress Thermometer for
Patientes) – não só para o cancro, mas no geral!

Promover a adesão ao tratamento, confortar o utente, informar sobre a doença,


etc., são alguns dos fatores porque é importante promover uma comunicação boa em
saúde.

Princípio ético da autonomia, autodeterminação e consentimento informado 


o doente tem o direito de aceitar ou recusar os tratamentos e do que irá ser feito ao
seu corpo.

Privilégio terapêutico  se o doente não pedir info e estiver com uma


perturbação emocional não devemos dizer consequências do tratamento ou o
diagnóstico, podemos piorar a situação e pode fazer mais mal que bem,
desnecessário.

Manter as vias de comunicação aberta para o utente e encorajar a colocar


questões!

Comunicação ineficaz  não adesão adequada ao tratamento e + recaídas 


mais sessões requeridas  sobrecarga dos profissionais de saúde

Mais do que o medo de morrer, é o medo de morrer sozinhos  doentes a


morrer, garantir que estamos lá e dizer isso ao doente, que ele não está sozinho.

Intervenção da Fisioterapia no Cancro

Se a pessoa tiver alguma patologia no ombro e tiver cancro e fizer


mastectomia, por exemplo, o pós-cirúrgico vai ser mais difícil por causa dessa mesma
patologia.
Estadiamento  fase do cancro em que estamos  Classificação TNM  T
(tamanho do tumor) N (células tumorais nos nódulos linfáticos próximos do local do
tumor) M (metastização à distância)

Efeitos secundários dos tratamentos do cancro são cumulativos. Cuidados com


a pele, com as cicatrizes, etc. é o processo de educação importante para reabilitar o
utente.

Exercício Físico diminui risco de cancro e mortalidade após cancro.

Avaliar a tolerância ao esforço  Prova de esforço cardiopulmonar. E avalia se


tem uma tolerância ao exercício compatível com as suas AVD.

VO2 máx – indicador fisiológico da tolerância ao exercício

Shuttle Walk Test  semelhante ao vai vem. 12 níveis progressivos com 1min
cada. <400m é crítico.

HIIT – Treino aeróbio de elevada intensidade

Nesta figura é feito na bicicleta. 15seg a 90W, 15seg a descansar e assim por
diante por 10min.

Aconselhar a pessoa para praticar exercício de forma autónoma também,


começar connosco mas no final das sessões já fazer sozinhos.  promover
autonomia!
A cirurgia é fundamental para o tratamento do cancro. Se não fizer exercício 
pode não estar apto para cirurgia  maior risco de mortalidade e morbilidade. Ao
trabalharmos a aptidão física da pessoa estamos a influenciar diretamente o
prognóstico da doença!!

Proteína C reativa  inflamação sistémica. Muito comum em pessoas com


cancro por causa das células tumorais.  tumor rouba proteína do músculo (ocorre
caquexia e uma perda muito elevada de massa muscular e atrofia muscular) para se
multiplicar através do catabolismo.

Uma situação muito comum em oncologia é a sarcopenia  falta de força e de


falta muscular. O seu grande impacto é a maior toxicidade dos tratamentos
oncológicos (alterações sensoriais nervosas, instabilidade postural, etc.) e os médicos
têm de reduzir a dose ou descontinuar o tratamento, o que leva a um pior prognóstico.

Como se avalia a sarcopenia? O primeiro parâmetro a avaliar é a força


muscular (força de preensão palmar através de um dinamómetro ou, se não tiver um
dinamómetro, posso usar o teste de levantar e sentar na cadeira 5 vezes. Se a pessoa
demorar mais de 15seg a fazer isso, é considerado sarcopenia.)

Exercícios de empurrar e de puxar são importantes a considerar quando


treinamos os grandes grupos musculares. A progressão é feita quando a pessoa, com
a carga que foi prescrita, consegue realizar 1 ou 2 repetições a mais do que aquilo foi
prescrita nas 2 a 3 sessões prescritas, e na 3ª iríamos aumentar a carga.

Cth+  fizeram quimioterapia

Cth-  não fizeram quimioterapia

No questionário EORTC-QLQ-C30, se reduzir 5-10 pts é uma diferença mínima


clinicamente significativa!!

Exercício de baixa intensidade também reduz a fadiga em casos de cancro.


Mas os de maior intensidade costumam ter maior adesão!

Exemplo de programa de treino no slide: progressão era feita quando para a


exacerbação dos sintomas (edema, etc.). Caso haja alguma exacerbação o exercício
dos MS é interrompido.

Qualidade da evidência: Resultados consistentes e efeitos adversos diminuídos


A Síndrome da Rede Axilar é definida como um conjunto de cordões, tensos, não
eritematosos, visíveis ou palpáveis sob a pele, associado a limitação de amplitude de
movimentos, principalmente durante a flexão e abdução de ombro e extensão de
cotovelo e com presença de dor durante essa movimentação. É quase como um
trombo dentro de um canal linfático, provocando uma cordinha pelo espessamento do
vaso linfático em si. Há entupimento do canal e outros sinais associados, como
restrição do movimento e edema do membro.

Atividade física deve ser introduzida de forma muito lenta e muito gradual!!
(previne linfedema também) E ensinar os sintomas a que o utente deve estar alerta
para se sentir saber o que fazer e avisar, não sendo propriamente uma
contraindicação absoluta do exercício.

O exercício físico é um stress fisiológico e a quimio (ou o tratamento para o


cancro) também é!

Split Sets  estratégias para ajudar no treino de força para doentes com
cancro com fadiga, até acumular o X, como 15 sets. Utilizar a escala de Borg
Modificada (1-10).

Dica para FT: Fazer um diário dos dias da pessoa e registar os níveos de
fadiga da pessoa e monitorizar semana a semana. É preferível a Escala de Borg do
que o cardiofrequencímetro porque a fadiga é multifatorial e o cardiofrequencímetro
pode dizer que está a 60bpm mas o cansaço pode ser extremo!

Split sets e sets seguidos o efeito é o mesmo!!

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