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SAÚDE COMUNITÁRIA
Vulnerabilidade
e fatores de risco
em saúde
Natália Lujan Ferraz
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A tecnologia proporcionou muitos benefícios para a sociedade, principalmente no
âmbito da saúde. Atualmente, há mais recursos para diagnósticos e tratamentos
de doenças. Por outro lado, não se pode ignorar o impacto negativo atrelado
aos avanços tecnológicos, pois eles sujeitam a sociedade a riscos e tornam os
indivíduos cada vez mais vulneráveis.
Reconhecer as ameaças à saúde é fundamental para combatê-las. Assim, as
ações em saúde devem se iniciar na atenção básica, com a atuação de uma equipe
multidisciplinar e interdisciplinar. O fisioterapeuta tem se inserido cada vez mais
nesse contexto, contribuindo para o desenvolvimento de ações que proporcionam
melhor qualidade de vida e previnem doenças.
2 Vulnerabilidade e fatores de risco em saúde
Além de indivíduos que são mais vulneráveis por sua idade ou sua condição
de saúde, há pessoas que vivem em locais precários, em que há escassez de
serviços de saúde e saneamento básico. Ademais, há pessoas com condição
financeira precária que não podem se afastar de seus trabalhos quando
mais necessitam. Assim, a baixa escolaridade e o baixo nível socioeconômico
estão diretamente ligados à maior vulnerabilidade e, consequentemente, aos
acometimentos de saúde.
Nesse contexto, é importante você reconhecer que existem fatores de
risco de saúde para determinados grupos sociais e para a população em geral.
Em determinados casos, esses fatores são agravados para certos indivíduos
pela sua propensão e pela sua suscetibilidade a situações negativas. Dessa
forma, o profissional de saúde deve elaborar ações específicas para cada
situação, entendendo que cada indivíduo deve ser visto como um todo, de
forma integral. Afinal, os determinantes para a saúde incluem desde o estilo
de vida até as condições socioeconômicas, culturais e ambientais.
Quando se fala sobre risco e vulnerabilidade, a preocupação também deve
abarcar trabalhadores e profissionais de saúde. Como você sabe, há ambientes
de trabalho que expõem diariamente os indivíduos a situações de risco, e os
acometimentos de saúde vão muito além do físico. Há cada vez mais pessoas
doentes devido às condições de trabalho a que são submetidas. Assim, há
profissionais com características de esgotamento, principalmente mental.
A Política Nacional de Assistência Social (Pnas) é uma política de proteção
social criada com base na realidade brasileira. A Pnas foi construída, entre
outros aspectos, a partir de “Uma visão social de proteção, o que supõe
conhecer os riscos, as vulnerabilidades sociais [...], bem como os recursos
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[...] para enfrentar tais situações com menor dano pessoal e social possível.
Isto supõe conhecer os riscos e as possibilidades de enfrentá-los” (BRASIL,
2005, p. 16).
As políticas públicas devem ser desenvolvidas para minimizar os riscos
enfrentados pela população. Da mesma forma, as redes de apoio devem
estar presentes para fortalecer os indivíduos. A seguir, veja os determinantes
envolvidos nas situações de risco.
Para saber mais sobre o assunto deste capítulo, leia o artigo “Prevalên-
cia de saúde cardiovascular ideal na população brasileira — Pesquisa
Nacional de Saúde (2013)”, de Gustavo Velasquez-Melendez et al. Esse artigo está
disponível on-line; para encontrá-lo, utilize o seu site de buscas favorito.
Referências
AGRJ. Brasil está entre países que enfrentam epidemia que combina obesidade e subnu-
trição. Rio de Janeiro: AGRJ, 2018. Disponível em: https://socgastro.org.br/novo/2018/10/
brasil-esta-entre-paises-que-enfrentam-epidemia-que-combina-obesidade-e-sub-
nutricao/. Acesso em: 27 out. 2020.
BENELLI, S. J. Risco e vulnerabilidade como analisadores nas políticas públicas sociais:
uma análise crítica. Estud. Psicol., v. 33, n. 4, p. 735-745, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a
organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília,
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Leitura recomendada
VELASQUEZ-MELENDEZ, G. et al. Prevalência de saúde cardiovascular ideal na po-
pulação brasileira – Pesquisa Nacional de Saúde (2013). Rev. Bras. Epidemiol., v. 18,
p. 97-108, 2015. Supl. 2. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-
-790X2015000600097&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 27 out. 2020.
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