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Ciência e combate à desinformação.

O saber científico é adquirido após vários experimentos, estudos, análises,


observações e coleta de dados, desse modo, ele considera muitas variáveis e
necessita da aceitação da comunidade científica para ser difundido na
sociedade geral. O saber científico não está isento de falhas, no entanto,
devido ao rigoroso método científico, a quantidade de erros e falhas diminui
consideravelmente. Apesar da ciência, ou melhor dizendo, das teorias e
produtos científicos estarem presentes no cotidiano da população, ainda se
observa um certo distanciamento entre a comunidade científica e a população
comum. A ideia de distanciamento entre essas duas comunidades deve ser
minimizada, pois como abordado no texto da UFRGS, o interesse das pessoas
pelo novo coronavírus proporcionou o estreitamento dos laços entre cientistas
e sociedade. Sendo assim, é nítido que a população global necessita do
conhecimento científico, principalmente, no combate à desmistificação de
informações duvidosas diluídas nos meios de comunicação e a aceitação das
orientações passadas pelas organizações de saúde, como ocorreu quanto ao
enfrentamento ao Covid-19. 
 As redes sociais representam um grande desafio quanto o assunto é
informação. A quantidade de notícias presentes e a possibilidade de múltiplos
usuários compartilharem quaisquer informações sem se importar com a
veracidade do conteúdo ratificam isso. Os embates políticos também
desconsideram a verdade, ou melhor dizendo, o saber científico.
Representantes do povo a fim de se promover politicamente espalham
informações sem fundamento científico algum e incentivam milhares de
pessoas a não se vacinarem. Além disso, jornais parciais desmistificam
algumas notícias, no entanto, omitem outras. Dessa maneira, percebe-se que a
população comum necessita do saber científico para que não se deixe
manipular por meio de notícias e saberes os quais não possuem compromisso
com a verdade.
Além do combate à desinformação, a comunicação científica quando seguida
pelos governantes tende a gerar bons resultados. Por exemplo, segundo o Our
World in Dat, os cinco países com o menor número de casos de covid-19: Nova
Zelândia, Noruega, Coreia do Sul, Austrália e Finlândia, seguiram desde o
início da pandemia as orientações da Organização Mundial da Saúde como
lockdowns e medidas de combate ao vírus. Ao contrário, países que
negligenciaram, de alguma forma, essas orientações, tiveram elevado número
de mortos, como foi o caso do Brasil. Para se ter uma ideia, a Índia com mais
de 1 bilhão de habitantes teve 473.952 mil números de mortos, enquanto, o
Brasil com quase 214 milhões de habitantes, ou seja, cinco vezes menos
habitantes do que a Índia, atingiu a marca de 616.018 mortos por Covid-19, isto
é, 202.000 mil mortos a mais do que um país com mais de 1 bilhão de
habitantes.  Esses dados corroboram com a ideia de que o conhecimento
científico deve ser difundido pela população a fim de assegurar a segurança
das pessoas. No caso da pandemia, o não alinhamento do país com a
comunidade científica significou aumento considerável no número de mortos.
 Logo, diante da atual desinformação gerada pelas redes sociais e das
desconsiderações das medidas sanitárias sugeridas pela comunidade científica
internacional no combate ao novo coronavírus por alguns governos, o
estreitamento da comunicação entre cientistas e sociedade se mostra
necessária, pois essa ação pode auxiliar a população no combate às falsas
informações disseminadas nas mídias sociais. Em suma, deve haver um
diálogo constante entre ciência e sociedade, por exemplo, por meio de algum
canal oficial da comunidade científica disponível em alguma plataforma de
streaming acessível por grande parte da população.

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