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A realidade nas escolas

O estágio representa o contato do universitário com o ambiente em que,


provavelmente, ele irá trabalhar. No caso da licenciatura, esse ambiente é
representado pelas escolas públicas ou particulares dos anos finais do
fundamental e do ensino médio. O ambiente escolar difere bastante do
ambiente universitário: as crianças/jovens ainda não possuem opiniões
formadas sobre diversos assuntos e carecem ainda de bastante apoio dos pais
e dos professores, o que não ocorre com tanta frequência no ambiente
universitário. Professores e diretores, muitas vezes, dispõem de recursos
próprios para resolver problemas escolares, docentes intervém em situações
em que o aluno passa por necessidades/dificuldades no âmbito familiar e a
desvalorização profissional do educador exige uma série de habilidades sociais
e psicológicas para que o profissional continue motivado ao ministrar suas
aulas, ou seja, percebe-se que a simples transmissão de conhecimento não é
suficiente para que o universitário consiga ser um bom professor. A escola
necessita bem mais do que o “simples” repasse de conteúdos por parte do
educador.
  As salas de aula, comumente, possuem de 15 a 30 alunos, o primeiro passo
para o professor é entender as dinâmicas de grupo dentro daquele ambiente:
alunos mais agitados, alunos com tendências agressivas, alunos que possuem
dificuldades de aprendizado, alunos que possuem pais ausentes. Desse modo,
a capacidade de integrar esse grupo de alunos e de saber lidar com
características distintas é fundamental para o docente. Nota-se que o professor
representa um elo entre a direção, os serviços sociais, os alunos e os pais. A
vivência do aluno no ambiente familiar é refletida em suas atitudes escolares.
Logo, ratifica-se que o ensino do conteúdo escolar é apenas uma parte do
processo educativo.
Além de possuir essa capacidade de integrar e entender os alunos, os
professores também necessitam de motivação uma vez que não há
ferramentas do estado para garantir isso. Há vários fatores que contribuem
para a falta de motivação dos educadores, mas, aqui, destacam-se alguns:
baixos salários, desvalorização profissional por parte de alunos, direção e
Estado e agressões físicas e psicológicas ocorridas no ambiente escolar. Os
salários dos professores em Minas Gerais encontram-se defasados há algum
tempo, e as tentativas de greve causam pouca melhora. Os professores sofrem
pressões da direção e do Estado para aprovar o máximo de alunos possíveis a
fim de se manter os indicadores educacionais estáveis. E, por último,
professores, frequentemente, são confrontados por alunos e, às vezes, até
mesmo agredidos. Dessa maneira, o repasse do conhecimento pelo professor
torna-se uma luta diária diante das situações apresentadas acima.
Logo, o universitário ao se deparar com o ambiente escolar pode se deparar
com local bem diverso ao esperado. As fundamentações teóricas apresentadas
durante a graduação são relevantes para que o estagiário compreenda
situações típicas e atípicas do ambiente escolar. Em suma, os fatos
apresentados acima ratificam o fato de que as habilidades exigidas do
professor pela escola vão muito além da função de ser “apenas” um
transmissor de conhecimento de sua área de atuação.

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