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Universidade Araguaia

Pós Graduação: Especialização - Psicopedagogia Institucional com Ênfase em Educação


Infantil e Séries Iniciais
Professora: Luana Borges
Aluna: Thamyres Cristina de Andrade

SÍNTESE - PROCESSOS DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO


FRACASSO ESCOLAR

A reprovação escolar, que, atualmente, recebe o nome pejorativo de “fracasso


escolar”, tem sido motivo de muitos embates e estudos entre os profissionais da área
educacional e das demais áreas afins.
O fracasso escolar é um termo que se refere ao grupo de indivíduos que não
conseguiram ou conseguem ter êxito completo nas diferentes etapas do ensino obrigatório.
Pode se dar por motivo de abandono precoce da escola, por meio de dificuldades de
aprendizagem, entre outros.
A questão do fracasso escolar é social e educacional e deve ser levado em
consideração, uma vez que a educação recebida e preparada das crianças e jovens são
fundamentais para o futuro dos pais, tanto a nível econômico, quanto social e educacional.
Além disso, ao falar de fracasso escolar, também devemos levar em consideração aquele
grupo de pessoas que passou no ensino obrigatório, mas não consegue alcançar nenhum outro
título que lhes permita se formar em uma profissão específica.
As causas que levam ao fracasso escolar são diversas, e também, pode ser
ocasionados por diferentes partes, ou seja, por parte do aluno, por parte do sistema
educacional ou das questões sociais e familiares.
Abordando sobre as causas relacionadas com as características individuais do aluno,
podemos pontuar: O nível motivacional do aluno, seu esforço, a percepção que têm do apoio
e da ajuda de seus pais, o envolvimento da criança no seu próprio processo de aprendizagem,
seus interesses, sua autossuficiência, suas atitudes e crenças em relação ao ensino e
problemas de aprendizagem.
As causas que estão relacionadas ao funcionamento do sistema educativo, se trata da
gestão e administração educacional, e também do papel do professor, e podem ser elas: a
gestão dos centros educacionais, a prática docente. a administração educacional, a atitude e as
crenças dos professores, a preparação dos professores e os métodos de ensino dos
professores.
E pontuamos, também, as causas que podem estar relacionadas com os fatores sociais
e familiares, que podem ser: o nível econômico familiar, a cultura, a relação do aluno com
seu ambiente, classe social e origem do aluno, a profissão dos pais e a estrutura familiar.
Diante disso, no fracasso escolar são incluídas as pessoas que têm um baixo
desempenho acadêmico e não adquirem um conjunto de conhecimentos mínimos, as pessoas
que abandonam a escolaridade obrigatória antes de obter o título correspondente, as pessoas
que terminam a escolaridade obrigatória sem conseguir o título correspondente e, as pessoas
que na idade adulta sofrem consequências sociais e trabalhistas por não terem conseguido
uma preparação acadêmica correta.
O fracasso escolar não se reduz a repetição de ano e evasão, mas a todo sentimento de
inadequação e toda situação que leva um sujeito a ser excluído e estigmatizado. No entanto,
o“fracasso escolar”, num olhar psicopedagógico, é uma resposta insuficiente do aluno a uma
exigência ou demanda da escola. De maneira complementar , o fracasso escolar é uma
resposta reativa à situação escolar, e a psicopedagogia precisa trabalhar com os professores,
que são, sem dúvida, a cara visível da escola para a criança.
Dessa forma, fazendo complemento, é importante demonstrar para os pedagogos, a
singularidade da psicopedagogia e sua parceria na resolução dos problemas de aprendizagem.
Revelando-se como um novo ingrediente que servirá para unir as subjetividades de cada
disciplina, sem intenção nenhuma de substituir qualquer uma delas. Incentivando, assim, os
professores a dialogarem para haver uma interdisciplinaridade, na qual facilitará a
compreensão de seus alunos nos conteúdos trabalhados, fazendo o melhor pelos estudantes
que estão sofrendo constantes fracassos escolares, que podem os levar a exclusão social e a
marginalidade.
Atualmente, a Psicopedagogia deixa de contribuir no reforço aos rótulos criados pelo
uso de recursos ineficazes e passa a se beneficiar do conhecimento proporcionado por outras
áreas como; a da Psicologia, Sociologia, Antropologia, Lingüística e Psicolingüística.
Trabalhando, assim, de forma interdisciplinar, a Psicopedagogia procura compreender como o
sujeito “aprende”, e como “não aprende” percebendo neste sentido, que “A modalidade de
aprendizagem constrói-se em reciprocidade com as modalidades de ensino dos ensinantes
com os quais o sujeito interage.
Se tratando de como conduzir a melhora do fracasso escolar e do problema de
aprendizagem, a diferença de métodos aplicados é que o problema de aprendizagem deve ser
trabalhado clinicamente, por se tratar de sintomas já instalados no inconsciente do aprendiz.
Já o fracasso escolar, o trabalho ocorre por meio de uma intervenção institucional, ou seja,
trata-se de uma Psicopedagogia Preventiva para evitar novos casos de fracassos
escolares.
Portanto, o aluno não aprende nas duas situações citadas, levando o aluno a um
fracasso escolar,mas é demonstrado que as causas desse fracasso são distintas, pois se refere
ao “Fracasso Escolar” como uma patologia externa ao indivíduo ocorrendo no âmbito escolar,
enquanto que o “Problema de Aprendizagem” é interno ao mesmo tratando-se de inibições
em nível de inconsciência.
Abordando sobre a escola, essa, aparece para os alunos e pais como ambiente do
conhecimento. Para eles é neste espaço que acontece a aprendizagem, “o aprender”,
desconhecendo seu papel de ensinante, supervalorizando a escola e excluindo-se deste
processo. É importante que a família se inclua para participar mais da vida escolar de seus
filhos. Dentro deste olhar,percebe-se que o “fracasso escolar” está relacionado à “estrutura
familiar” que acaba excluindo o próprio filho através de sua negligência escolar.
Sendo assim, a Psicopedagogia coloca-se neste movimento de aprender/ensinar com
um olhar/escuta voltado para a realidade dos alunos, desmistificando seus fracassos,
ressignificando seu não aprender a fim de que este sujeito re-construa seu conhecimento.
Percebe-se que esta relação de parceria, deixa a desejar quando os pais se eximem, por
alguma razão, em acompanhar com mais dedicação o cotidiano escolar de
seu filho.
Entretanto, os professores devem ter um olhar investigativo; não no sentido de
invasão de privacidade, mas de criação de vínculos positivos, através do conhecimento das
histórias de vida de seus alunos, o universo de seus sonhos, a linguagem com que se
defendem, da agressividade de seu mundo, entre outros aspectos.
Ainda, além da prática em sala, o docente deve se colocar no lugar do educando para
compreender as reais necessidades na aprendizagem do mesmo. Requer um trabalho
constante consigo mesmo para construir uma postura, um posicionamento como aprendente,
o qual resultará em modos de ensinar.
Por fim, analisando sobre os reais motivos da repetência escolar, é mencionada como
uma atitude necessária à auto avaliação do docente, não devendo dirigir-se somente ao aluno,
mas sim, precisando situar-se como uma análise do processo construtivo do aluno e do
professor. A referida avaliação docente é uma tentativa de compreender o fazer pedagógico
relacionado ao “como aprender” e o “por que do não aprender” destes alunos que não
alcançam, em determinados anos letivos, êxito escolar. Dentro desse olhar, para ensinar, o
ensinante precisa conectar-se com sua posição aprendente e favorecer que os alunos possam
se conectar com a sua posição ensinante.

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