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Escola e adoecimento

psicológico: estudo com


professores de escolas brasileiras
Nomes: Camila Fernanda Dias Farago
Jean Leonardo Losso Machado
Jociane S. Pereira
Marcele Kossoski
Margarete Almeida
Willlian Gustavo Pariz da Rosa
Resumo
O ambiente escolar é um espaço que pode fomentar tanto
práticas e convivência saudáveis, quanto relações e pessoas
adoecidas física e psicologicamente;
Objetivou-se conhecer como os professores veem a escola
diante da realidade de problemas psicológicos existentes
em professores e alunos;
Estudo foi realizado com 563 professores, com idades entre
19 e 66 anos de ambos os sexos, da rede pública e privada
de ensino, das cinco regiões do Brasil.
Introdução

Desde suas origens a instituição escolar exerce grande influência na


construção e formação de indivíduos;
É o ambiente que favorece o desenvolvimento humano através da
troca de experiências e das interações existentes entre o indivíduo e
o contexto social;
Enquanto instituição social, a escola tem por compromisso o estímulo
à expressão da diversidade, respeito às diferenças e diminuição de
desigualdades;
O adoecimento entre a comunidade escolar resultam em: fracasso
escolar, medicalização de indivíduos, individualização de questões
coletivas, inexistência de vínculo entre professor e aluno, falta de
diálogo entre os escolares e a comunidade, entre outros.
Referencial Teórico

A Escola possui diversos fatores que produzem bem-estar, mas


tem grande influência no adoecimento psicológico;
Fatores do adoecimento: condições de trabalho, reais
objetivos da educação, desigualdade;

Essas questões não somente deixa a educação de má


qualidade, como também são fatores motivadores de
adoecimento de professores. Somados a isso, tem-se falta de
plano de carreira, professores desempenhando várias funções
e a falta de um plano educacional;
Método
Tipo da investigação  
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, ou seja, como certo
fenômeno é percebido pelos indivíduos investigados.
Participantes  
Participaram da pesquisa 563 professores
Idades que variaram de 19 a 66 anos
Da rede pública de ensino
De ambos os sexos.
Quanto ao nível de formação dos professores: 45,2 % dos
participantes, são graduados, 39,9% possuem especialização,
7,2% tem mestrado, 5,5 % concluíram o ensino médio, e aqueles
que detinham doutorado atingiram 1,8% da amostra.
Houve uma distribuição equitativa entre as 5 regiões do Brasil
Instrumentos

Questionários estruturados.
Primeiramente utilizado um questionário sociodemográfico para
caracterizar os professores participantes, com perguntas sobre
nível de graduação, estado civil, idade e etc.
No segundo questionário é perguntado: Em sua opinião, o
modelo de escola atual produz interferência na produção de
problemas psicológicos nos estudantes e professores? Por quê?
Esta pergunta refere-se à concepção dos professores acerca da
relação entre ambiente escolar e adoecimento psicológico.
Procedimentos éticos e apreensão dos
dados
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Universidade Federal do Piauí/UFPI; 
Os dados foram coletados via formulário Google Docs (Online);
O contato foi feito via e-mail e redes sociais através das
secretarias de educação municipais estaduais das cinco
regiões do país;
A participação foi feita de forma voluntária e anônima, sendo
explicado o objetivo do projeto aos participantes e, a seguir
houve a obtenção das devidas autorizações e o
preenchimento dos Termos de Consentimento Livre e
Esclarecidos;
Análise de dados/ Resultados
Os dados obtidos pelas respostas dos questionários foram analisados
em softwares, IRAMUTEQ e IBM-SPSS Statistic 21, os quais fazem
analises textuais sobre o conteúdo e a estrutura dos textos, podendo
representar essas respostas por meio de nuvem de palavras,
frequência, coocorrencia de palavras.
Resultados:
As respostas produziram classes geradas a partir dos dados
coletados, referentes à visão dos profissionais acerca do ambiente
escolar e a relação deste com o adoecimento psicológico tanto de
professores, quanto de alunos.
As classes geradas foram obtidas a partir das palavras mais
significativas, ou seja, as que foram mais frequentes dentro de cada
classe, e mais coerentes com a pergunta da pesquisa, foram
geradas três classes.
CLASSE 01: O modelo de escola que não
atende às necessidades sociais e gera
adoecimento
A classe de título 01 o modelo de escola que não atende às
necessidades sociais e gera adoecimento, é considerada a mais
significativa porque através dos relatos dos professores percebe-
se que eles se relacionam mais com o tema pesquisado.
Deve-se levar em consideração que os dados educacionais do
Estado do Piauí possui índices de sucesso e fracasso escolar nas
escolas da rede pública de ensino. Possui indicadores de pobreza
A lei da luta contra a medicalização da educação tem função
de promover ações informativas acerca do fenômeno como
também incentivar a desmedicalização.
CLASSE 01: O modelo de escola que não
atende às necessidades sociais e gera
adoecimento
Nesta classe 01 as palavras com maior grau de significância são:
modelo, escola, família e atender. Estas palavras apontadas pelos
professores denotam que o modelo de escola até então vigente é
deficitária em relação as demandas apontadas pela sociedade.
Os professores relatam que o que contribui para este índice
deficitário é a ausência da família, e este vínculo com a escola se
apresenta nos relatos dos professor. A fala de alguns professores é de
que a ausência da família é percebido na escola. Também relatam
a falta de limites dados aos filhos deixando a cargo da escola esta
função.
Assim a escola não está preparada para esta intervenção, com isso
vê-se um crescente aumento de violência na escola entre os alunos,
como também o adoecimento dos docentes.
CLASSE 01: O modelo de escola que não
atende às necessidades sociais e gera
adoecimento
Esta relação família-escola é um fenômeno que prejudica os
estudantes e docentes. Esta situação sustenta que a escola é a
única responsável pela formação integral do aluno;
a relação família-escola é de que, cabe a escola o
compartilhamento de saberes e a formação do aluno,
enquanto a família é uma instituição necessária para a
socialização do indivíduo no seu meio histórico cultural;
o processo de educação deve estar aliado com o dia a dia do
aluno, despertando o interesse dele, não se tornando isolado.
Desta forma a apatia por parte dos alunos se dá pelos
processos inadequados ou inapropriados.
CLASSE 01: O modelo de escola que não
atende às necessidades sociais e gera
adoecimento
As metodologias devem estar alinhadas para que tanto docente e
estudante são ativos neste processo de conhecimento A
educação deve ser sempre atualizada de acordo com as
mudanças da época que a sociedade vive, se ela não for
diferente, o discurso dos professores continuarão da mesma forma;
Percebemos no cenário da educação é de que ela é um
processo lento em seu avanço;
Afirmam a grande importância da escola não utilizar o modelo
tradicional com práticas descontextualizadas, fazendo com este
modelo de ensino promova o adoecimento trazem um índice de
evasão onde o aluno é fracassado.
Condições físicas e dinâmicas do ambiente
escolar gera adoecimento psicológico
Pegamos aqui alguns relatos dos professores entrevistamos ( de
todo Brasil);
Salas lotadas, muito estresse às vezes gerado num ambiente
pouco agradável, com condições precárias de higiene como é o
caso de algumas escolas, água de má qualidade, tudo isso pode
interferir negativamente no psicológico tanto de alunos, quanto de
professores;
As condições de ensino aprendizagem nem sempre são
adequadas ao desenvolvimento dos alunos, as escolas não têm
recursos didáticos para uma aula dinâmica, além da falta de
preparo de alguns professores para lidar com as questões que
envolvem uma aprendizagem ativa, critica, cooperativa;
Condições físicas e dinâmicas do ambiente
escolar gera adoecimento psicológico
As condições de trabalho do professor estão cada vez mais
adoecedoras, da mesma forma que também está adoecedora a
organização do seu trabalho
No que se refere ao aluno, a relação entre ele o professor e sua
prática metodológica, como também com os demais alunos pode
causar inúmeros transtornos de ordem psicológica.
Enfatizam que geralmente o professor é visto na escola como o
profissional que precisa resolver todos os problemas da educação,
em contrapartida, a realidade é que a esses professores não são
ofertados suporte e possibilidades de atuação para que se atinjam
os propósitos educacionais.
Condições físicas e dinâmicas do ambiente
escolar gera adoecimento psicológico
A maneira como a escola se organiza gera adoecimento nos
professores e não nos alunos.
A cobrança em excesso faz com que a responsabilidade do
professor seja redobrada e faz com que o aluno se esforce para ser
aprovado.
O processo de ensinar e de aprender vai além dos muros da escola,
pois a cobrança excessiva por boas notas já virou um ciclo receptor
de informações, a escola não espaço de inclusão e acolhimento
Muitos educadores, tem interesse em formar classes de alunos com
nível de aprendizado semelhante, para aproveitar mais o tempo,
repassando mais conteúdos aqueles alunos de sucesso.
Considerações finais
Os resultados: O ambiente escolar está ultrapassado diante das
demandas atuais, os aspectos da escola, como excesso de
carga horaria, tanto para professor como para o aluno.
Caráter reflexivo, podendo ser suscitados novos estudos a partir
deste, apesar dos dados encontrados, pode ser realizado
novas pesquisas com a mesma temática.
Bem cuidar
A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte possui
aproximadamente 80.000 (oitenta mil) professores e funcionários
que atende pouco mais
de um milhão de estudantes, distribuídos nos 399 municípios do
Estado.
Com a retomada das aulas presenciais, ainda que
em modelo híbrido, houve relatos comuns de que alunos,
professores e funcionários regressaram a rotina das atividades
presenciais apresentando quadros de ansiedade, depressão,
entre outros.
Bem cuidar
Aliado aos relatos, foi observado o aumento de casos de
afastamentos de servidores, considerando que em 2020 foram
registradas 6.415 (seis mil, quatrocentas e quinze) Licenças para
tratamento de Saúde que tiveram
como motivação as doenças relacionadas a transtornos
mentais e comportamentais e em apenas 9 meses de 2021,
esse número tinha sido superado, pois somente de janeiro a
setembro de 2021, ocorreram
8.217 afastamentos de servidores devido a transtornos mentais
e comportamentais, afastamentos, portanto, ligados a saúde
mental, registrando um aumento de
aproximadamente 40% (quarenta por cento).
Bem cuidar
A média de cada afastamento pelo motivo especificado é de 20
(vinte) dias.
Assim, a Secretaria estabeleceu convênio com a Universidade Estadual
de Londrina – UEL para proporcionar atendimentos psicológicos e
psiquiátricos aos servidores da Rede Estadual de Ensino.
O projeto iniciou em 16/05 com 7 psicólogos, 3 Psicólogos consultores
(Professores), além de 1 Coordenador geral, 3 Coordenadores técnicos
e 4 Alunos de graduação, todos da área de saúde.
A partir do dia 20/06, passou a atender servidores de todo o Estado,
com possibilidade de realizar 490 consultas psicológicas por semana e a
partir de 14/11/2022 oferecerá também consultas psiquiátricas para
aprimorar o cuidado da saúde mental dos servidores.
Referência
NEGREIROS, Fauston; ROCHA, Janaina Oliveira. Escola e adoecimento psicológico:
estudo com professores de escolas brasileiras. Revista Psicologia e
Transdisciplinaridade, v. 1, n. 2, p. 67-86, 2021.

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