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Com Luanda, a província mais afectada, em todo o país cerca de 340 mil pessoas vivem com o
VIH/Sida, de acordo com dados da organização não governamental Rede Angolana das
Organizações de Serviços de Sida e Grandes Endemias (Anaso), que classificou o quadro de
alarmante, particularmente no seio dos jovens.
Luanda, 13 de Fevereiro de 2017 - O Ministro angolano da Saúde declarou que Angola tem
sido um país vulnerável a epidemias, registando surtos que criam uma sobrecarga nos serviços de
saúde e comprometem a saúde e a vida dos cidadãos, como a febre amarela, malária, cólera, zika
e o VIH/Sida.
Doenças emergentes
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) define doenças emergentes como
aquelas doenças infecciosas cuja incidência aumentou nas duas últimas décadas ou tendem a
aumentar no futuro.
Doenças emergentes são doenças infecciosas novas ou identificadas recentemente que têm
impacto no ser humano por sua gravidade e cuja incidência aumentou nas últimas décadas ou
tende a aumentar em um futuro próximo. Como exemplo de doenças emergentes conhecidas,
podemos citar o ebola e a covid-19.
- Doenças Emergentes
- Algumas das doenças emergentes mais evidentes são: coronavírus, febre amarela, cólera,
tuberculose, dengue, leishmaniose, AIDS e malária.
Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma
região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o
esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como surto
(e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo).
Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada
como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As
doenças endêmicas podem ser sazonais.
Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando
uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína)
passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar casos nos seis
continentes do mundo. A aids, apesar de estar diminuindo no mundo, também é considerada
uma pandemia
1.7.O mundo já registrou várias pandemias:
Peste do Egito ou Peste de Atenas (430 a.C.): causada por uma intensa epidemia de
febre tifoide, infectou as famosas tropas atenienses.
Peste Antonina (165 – 180): provavelmente causada pela varíola, matou cerca de cinco
milhões de pessoas, principalmente na região leste do império romano, com taxa de
mortalidade de um quarto dos enfermos.
Peste de Cipriano (250 – 271): tendo como causa provável a varíola ou o sarampo,
matou cerca de cinco mil pessoas por dia em Roma durante sua fase mais crítica.
Peste de Justiniano (541 – desconhecido): causada pela bactéria Yersinia pestis, a peste
chegou a matar cerca de dez mil pessoas por dia no Egipto e em Constantinopla.
Peste Negra ou Peste Bubônica (1300): teve início na Ásia e se alastrou pela Europa,
matando em torno de um quarto da população mundial total da época, com cerca de vinte
milhões de óbitos em seis anos.
AIDS (1981 - presente): doença transmitida principalmente pelas relações sexuais sem
proteção, afeta o sistema imunológico, deixando o corpo suscetível à infecção por outras
doenças. Causa a morte de cerca de 1 milhão de pessoas no mundo anualmente.
Gripe Espanhola (1918 – 1920): o vírus influenza que a causou infectou um quarto da
população mundial e causou entre dezessete e cem milhões de óbitos.
Gripe Suína (2009 – 2010): teve início no México, chegando a 187 países e resultando
em cerca de trezentos mil óbitos.
Covid-19 (2019 – presente): teve início na China, se alastrou para Europa, chegando
posteriormente a todos os continentes.
Tema.II.MALÁRIA
Malária é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos e causada por protozoários
parasitários do género Plasmodium
A doença é geralmente transmitida pela picada de uma fêmea infectada do mosquito AnophelesA
picada introduz no sistema circulatório do hospedeiro os parasitas presentes na sua saliva. Os
parasitas depositam-se no fígado, onde se desenvolvem e reproduzem. Existem cinco espécies de
Plasmodium que podem infetar os seres humanos. A maior parte das mortes são causadas pelo
P. falciparum. As espécies P. vivax, P. ovale e P. malariae geralmente causam formas menos
graves de malária que raramente são fatais. A espécie P. knowlesi raramente causa a doença em
seres humanos. O diagnóstico de malária tem por base análises microscópicas ao sangue que
confirmem a presença do parasita ou através testes de diagnóstico rápido que detectam a
presença de antigénios no sangue. Existem também técnicas de diagnóstico que usam a reação
em cadeia da polimerase para detectar o ADN do parasita, embora o seu uso nas regiões onde a
doença é endémica seja pouco comum devido ao seu elevado custo e complexidade
MALÁRIA RECORRENTE
Os sintomas da malária podem ocorrer novamente após períodos sem qualquer sintoma.
Dependendo da causa, a recorrência pode ser classificada em recrudescência, recidiva ou
reinfecção.
2- As recidivas ocorrem quando reaparecem sintomas mesmo após os parasitas terem sido
eliminados do sangue, devido à persistência de populações de hipnozoítos adormecidos
nas células do fígado. As recidivas ocorrem frequentemente entre 8 a 24 semanas e são
mais frequentes nas infecções por P. vivax e P. ovale. Nos casos de malária por P. vivax
em regiões de clima temperado, é comum que os hipnozoítos adormeçam durante o
inverno, iniciando-se as recidivas no ano seguinte à picada do mosquito.
A infecção de malária desenvolve-se em duas fases: uma que envolve o fígado (fase
exoeritrocítica) e outra que envolve os glóbulos vermelhos, ou eritrócitos (fase eritrocítica).
Quando um mosquito infectado perfura a pele de uma pessoa para se alimentar de sangue, os
esporozoítos presentes na saliva do mosquito penetram na corrente sanguínea e depositam-se no
fígado, onde infectam os hepatócitos, reproduzindo-se assexualmente e sem haver manifestação
de sintomas ao longo de 8-30 dias.
O sintoma clássico da malária são ataques paroxísticos, a ocorrência cíclica de uma sensação
súbita de frio intenso seguida por calafrios e posteriormente por febre e sudação. Estes sintomas
ocorrem a cada dois dias em infecções por P. vivax e P. ovale e a cada três dias em infecções por
P. malariae. A infecção por P. falciparum pode provocar febre recorrente a cada 36-48 horas ou
febre menos aguda, mas contínua.
Os casos mais graves de malária são geralmente provocados por P. falciparum, variante que é
muitas vezes denominada "malária falciparum". Os sintomas desta variante manifestam-se entre
9 a 30 dias após a infecção. Os indivíduos com ‘’’malária cerebral’’’ apresentam muitas
vezes sintomas neurológicos, entre os quais postura anormal, nistagmo, paralisia do olhar
conjugado (incapacidade de mover em conjunto os olhos na mesma direcção), opistótono,
convulsões ou coma
A febre geralmente vem precedida por sinais e sintomas inespecíficos caracterizados por
mal-estar, cefaléia, cansaço e mialgia. O ataque paroxístico inicia-se com calafrios seguido por
uma fase febril, com temperatura corpórea podendo atingir até 41°C.
Após um período de duas a seis horas, ocorre defervecência da febre e o paciente
apresenta sudorese profusa e fraqueza intensa. Após a fase inicial, a febre assume um caráter
intermitente, dependente do tempo de duração dos ciclos eritrocíticos de cada espécie de
plasmódio: 48 horas para P. falciparum e P. vivax (malária terçã); e 72 horas para P. malariae
(malária quartã). Entretanto, a constatação desta regularidade é pouco comum, em decorrência
de:
a) Tratamento precoce realizado ainda na fase de assincronismo das esquizogonias
sanguíneas;
b) Infecção por populações distintas de plasmódios e
c) Infecção em primo-infectados por retardo da resposta imune específica.
RESISTÊNCIA GENÉTICA
De acordo com uma revisão de 2005, os elevados níveis de letalidade e morbidade provocados
pela malária, especialmente pela espécie P. falciparum, são responsáveis pela maior pressão
selectiva sobre o genoma humano da história recente. Algumas características genéticas
proporcionam alguma resistência à malária, entre os quais a anemia falciforme, talassemia,
deficiência em glucose-6-fosfato desidrogenase e a ausência do antígeno de Duffy nos
glóbulos vermelhos.
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
É pouco comum a ocorrência de insuficiência hepática provocada por malária, sendo geralmente
o resultado da coexistência com outras condições que afectam o fígado, como a hepatite viral ou
qualquer doença crónica do fígado. A síndrome é por vezes denominada “hepatite malárica”.
Embora a sua ocorrência seja ainda considerada rara, a hepatopatia malárica tem vindo a
aumentar, sobretudo na Índia e no Sudeste Asiático. A presença de doenças hepáticas em
pacientes de malária aumenta a probabilidade de complicações ou morte
DIAGNÓSTICO
Devido à natureza não específica dos sintomas, o diagnóstico de malária em regiões onde não
seja endémica exige confirmação redobrada e deve levar em conta factores de diagnósticos
auxiliares, como o histórico recente de viagens, aumento de volume do baço, febre, número
reduzido de plaquetas no sangue e quantidade de bilirrubina no sangue superior ao normal
com quantidade normal de glóbulos brancos.
O diagnóstico laboratorial para malária é realizado através dos exames de gota espessa
(padrão ouro), esfregaço delgado e teste rápido.
No diagnóstico microscópico da malária, são usados dois tipos de preparação: a gota espessa
e o esfregaço.
A gota espessa é sempre usada para procurar os parasitos da malária. Esse esfregaço consiste em
muitas camadas de glóbulos vermelhos e brancos (hemácias e leucócitos). Durante a coloração, a
hemoglobina das hemácias se dissolve (desemoglobinização), o que permite que grandes
quantidades de sangue sejam examinadas rápida e facilmente. Os parasitos da malária, quando
presentes, são mais concentrados do que no esfregaço, sendo, portanto, mais fáceis de
enxergar e identificar.
EXAME DO ESFREGAÇO
O esfregaço é usado para confirmar a espécie do parasito da malária, quando não for possível
fazer isso na gota espessa. Ele só é usado para procurar os parasitos em situações excepcionais.
Um esfregaço bem preparado consiste em uma única camada de glóbulos vermelhos e brancos
espalhados por menos da metade da lâmina.
Esfregaço – é o método mais utilizado para a identificação das espécies de plasmódios,
porém a sensibilidade do diagnóstico é menor que o da gota espessa, em virtude da menor
concentração do sangue. A preparação é corada pelos métodos de Giemsa ou Wright.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
EXAMES ESPECÍFICOS:
GOTA ESPESSA
Essa é a técnica mais utilizada para o diagnóstico laboratorial da malária e continua sendo
considerada como o “padrão ouro” para a confirmação específica da doença.
Após coleta de sangue, por meio de punção digital e sua distribuição adequada em lâmina
de vidro, é realizada a coloração e leitura ao microscópio. Essa técnica é importante, pois permite
a visualização do parasito, identificação da espécie e o estágio de desenvolvimento e
quantificação, imprescindíveis para a avaliação clínica e controle de cura do paciente.
O exame da gota espessa deve ser de 100 campos microscópicos examinados com aumento
de 600 a 700 vezes, o que equivale a 0,25ml de sangue. A avaliação da parasitemia pode ser
expressa semiqualitativamente em “cruzes” ou quantitativamente em mm3, conforme quadro a
seguir.
Obs.: para exames com menos de 40 parasitos por 100 campos, expressar o resultado pelo
número de parasitos contados.
ESFREGAÇO SANGUÍNEO
OUTROS MÉTODOS
Existem ainda outros métodos que podem ser utilizados no diagnóstico da malária, como a
Imunofluorescência Indireta, Elisa e a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), de grande
importância em pesquisa, porém, não usados rotineiramente para diagnóstico laboratorial. O
PCR é de grande importância em laboratórios de referência para a malária.
EXAMES INESPECÍFICOS:~
HEMOGRAMA
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS
Pode existir também elevação da uréia, da creatinina, das bilirrubinas e das enzimas, por
exemplo, aminotransferases (transaminases)
CLASSIFICAÇÃO DA MALARIA
Define-se por malária cerebral a malária P. falciparum grave que apresente sintomas
neurológicos, entre os quais coma (inferior a 11 na escala de coma de Glasgow ou superior
a 3 na escala de Blantyre), ou coma com duração superior a 30 minutos após uma
convulsão.
COMPLICAÇÕES
Existem diversas complicações graves de malária. Entre elas está o desenvolvimento de ’’stress’’
respiratório, no qual se verifica a necessidade de um esforço cada vez maior para respirar
associado a sensação de desconforto psicológico, o qual ocorre em 25% dos adultos e 40% das
crianças com malária falciparum aguda. Entre as possíveis causas estão a compensação
respiratória da acidose metabólica, edema pulmonar não cardiogénico, pneumonia
concomitante e anemia grave. Embora a sua ocorrência seja rara em crianças, entre 5% e 25%
dos adultos e 29% das grávidas com casos graves de malária desenvolvem Síndrome do
desconforto respiratório do adulto. A co-infecção de malária com VIH aumenta a mortalidade.
Pode ainda ocorrer febre da água negra, uma complicação na qual a hemoglobina de
glóbulos vermelhos danificados se deposita na urina.
A infecção com P. falciparum pode provocar malária cerebral, uma forma grave de
malária que envolve encefalopatia. Manifesta-se através do branqueamento da retina, o que
pode constituir um sinal clínico auxiliar para distinguir a malária de outras causas de febre. Pode
também ocorrer esplenomegalia, dor de cabeça intensa, hepatomegalia, hipoglicemia ou
hemoglobinúria com insuficiência renal. Em casos de malária durante a gravidez, entre as
complicações graves estão a morte do feto ou da criança, ou peso à nascença inferior a 2,5 kg,
em particular na infecção por P. falciparum, mas também por P. Vivax
TEMA.III.TUBERCULOSE
A TB é uma das doenças infecciosas que mais causa mortes no mundo. Estima-se que dois bilhões de
pessoas estejam infectadas pelo bacilo causador da doença. Em 2015, estima-se que tenham ocorrido
10,4 milhões de novos casos de TB no mundo, destes, 5,9 milhões (56%) em pacientes do gênero
masculino, 3,5milhões (34%) do gênero feminino e 1 milhão (10%) em crianças. Estima-se também
que tenham ocorrido 1,4 milhões de mortes devido à doença naquele mesmo ano
Este crescimento lento do bacilo condiciona um curso lento e evolução crónica da doença. Não
consegue viver no meio externo por muitas horas fora do organismo, por ser um aeróbio, infecta os
pulmões e aí se localiza preferencialmente, a presença do oxigénio facilita a sua multiplicação e a
ligação do órgão com meio externo, facilita a sua transmissão.
A transmissão da TB ocorre de forma direta, por via aérea, através da inalação de partículas contendo o
bacilo expelido por indivíduos com doença pulmonar ativa. A transmissão ocorre principalmente ao
tossir, espirrar ou falar. Os pacientes com TB pulmonar podem apresentar sintomas, que são ignorados
durante algum tempo, e outros podem não demonstrar nenhum indicativo da doença. Os sintomas
mais frequentes são tosse seca, seguida por secreção (mais de três semanas) astenia, febre baixa,
sudorese noturna, emagrecimento, hemoptise e prostração
CLASSIFICAÇÃO
TUBERCULOSE PULMONAR
As formas de TB extrapulmonar (TBE) e a TB disseminada são mais frequentes nos doentes infectados
pelo HIV. A maioria dos casos são subdiagnósticos levando à morte rapidamente! Na África
subsaariana 1/3 dos casos de TB disseminada não são diagnosticados! A maioria dos casos de TBE
está associado a valores de CD4< a 100 cel/ mm3. As localizações mais frequentes da TBE,
conforme os estudos realizados na região africana, são: gânglios, pleura, miliar ou disseminada,
pericárdio, peritoneo e as meninges. Contudo, a TB pode surgir em qualquer tecido. Clinicamente os
doentes apresentam sintomas constitucionais (febre, emagrecimento, sudação nocturna, fraqueza) que
não se diferenciam dos provocados pela própria infecção pelo HIV, e sintomas locais relacionados com
o local da apresentação. Uma percentagem de doentes com TBE apresentam também TBP. As formas
disseminadas são muito frequentes e têm uma mortalidade muito elevada
Outras classificações
CASO NOVO ----- Doente que nunca fez tratamento a TB ou que fez
tratamento menos do que 1 mês.
A TB é uma doença curável e seu tratamento envolve múltiplos fármacos durante um período de
seis meses. Nos dois primeiros meses, o paciente deve fazer o uso de quatro fármacos
simultaneamente - rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E) –e nos
quatros meses seguintes, rifampicina isoniazida. O sucesso do tratamento é alcançado com
associação medicamentosa adequada, doses corretas e em tempo suficiente, porém por ser um
processo longo, há ocorrência de abandono o que aumenta a chance de resistência da bactéria aos
fármacos
O paciente com infecção primária pode queixar-se de fraqueza, fadiga, anorexia, emagrecimento, e
sudorose nocturna. O paciente com TB reactivada pode relatar dor torácica, tosse com expetoração de
sangue ou escarro, muco purulento ou sanguinolento além disso pode haver febre baixa. A percussão,
pode-se detectar macicez na área afectada, que é um sinal de condensação ou presença de derrame
pleural. A ausculta, pode se ouvir estertores crepitantes sopros brônquicos, sibilos e pectoriloquia
afónica.
A tuberculose pode causar lesões difusas dos tecidos pulmonares com inflamação e necrose dos
tissulares e por fim insuficiência respiratória. Fístula bronca pleural pode formar-se devido a lesão dos
tecidos pulmonares. Esta patologia pode causar hemorragia, derrame pleural e pneumonia; pequenos
focos de microbactérias podem infectar outros órgãos do corpo incluindo rins, sistema nervoso central
e músculos esqueléticos
COMPLICAÇÕES POTENCIAIS
Desnutrição;
DIAGNÓSTICO DA TB PULMONAR
A suspeita de casos de tuberculose pulmonar pode ser feita com base em critérios clínicos,
laboratoriais e radiológicos. A confirmação de um caso de TB pulmonar é feita pelo exame
bacteriológico da expetoração (exame direto ou cultura).
a) Exame clínico
Possibilita ter o diagnóstico preliminar da doença baseando-se nos sintomas apresentados pelo
paciente, porém, precisa de ser confirmado por outros exames.
Os sintomas respiratórios suspeitos de TB pulmonar (TBP) são: tosse com duração de 2 ou mais
semanas, expetoração, hemoptises, dor torácica e dispneia. Os sintomas constitucionais mais
frequentes são: febre de qualquer tipo de predomínio vespertino, anorexia, emagrecimento, suores
nocturnos e astenia. Estas não são manifestações específicas da TB. Muitas patologias respiratórias, e
não só, apresentam uma sintomatologia semelhante e, portanto, não se devem diagnosticar casos de
TBP com base apenas em sintomas clínicos. Perante um doente com estas manifestações é obrigatória
a realização de 2 baciloscopias da expetoração realizadas em 2 dias: a primeira amostra colhida no
momento da 1ª consulta (amostra imediata) e a segunda na manhã seguinte, em casa ao acordar
(amostra matinal).
b) Exame radiológico
Revela imagens sugestivas da doença, também precisa de ser confirmado por outros exames.
Infelizmente, não há nenhuma imagem radiológica característica da TB pulmonar. A história clínica
cuidada e em especial o exame bacteriológico da expetoração são as bases para um diagnóstico
correto.
• Sobre diagnósticos - significa dar tratamento sem necessidade e expor os doentes a efeitos
secundários indesejáveis com gastos desnecessários dos recursos disponíveis.
• Nos casos que tenham feito um tratamento anterior, não é possível pelo RXT diferenciar as recaídas
das sequelas.
• Factor económico: o preço de uma radiografia é equivalente aos gastos com o tratamento de 3
doentes com TB.
• Radiações desnecessárias.
Derivado protéico antigênico do bacilo purificado, também chamado teste de Mantoux em homenagem
ao cientista que aperfeiçoou este teste criado pelo Koch. Trata-se de uma reacção intradérmica que
permite saber se o indivíduo entrou em contacto com o bacilo ou não.
BACILOSCOPIA
O exame direto da expetoração (baciloscopia) é o meio de diagnóstico mais usado nos casos de TB
pulmonar. A sua técnica é simples, rápida e barata. Pode ser também utilizado no diagnóstico da TB
extrapulmonar (em qualquer líquido corporal ou material de biópsia) embora a rentabilidade seja
baixa. Contudo, o exame direto do aspirado ganglionar (punção aspirativa com agulha fina) dos
gânglios periféricos tem uma alta rentabilidade
O exame direto usando a coloração de Zielh Neelsen é o meio de diagnóstico utilizado em todo o país
e a sua realização é obrigatória para o diagnóstico da tuberculose pulmonar nos adultos mesmo se o
doente não conseguir expetorar (entrega a saliva). A coloração com auramina (microscópio de
fluorescência) tem uma rentabilidade maior, mas só se justifica nos locais em que são feitas pelo
menos 50 amostras por dia. A sensibilidade do exame direto da expetoração é apenas de 50-60% pois é
necessário que hajam 10 mil bacilos/ml de expetoração para que o resultado seja positivo
Os casos com baciloscopia negativa, estão mais associados aos doentes co-infectados com o HIV,
crianças e idosos. O laboratório representa o pilar onde assenta o Programa de Controlo da
Tuberculose, pois a prioridade são os casos com baciloscopia positiva que são as fontes de infecção.
Contudo, nem sempre os resultados são fiáveis e o clínico deve ter um sentido crítico perante
determinadas situações, repetindo as baciloscopias e verificando se o controlo de qualidade das
lâminas é realizado de forma correcta (aleatória).
• Na suspeita de TB pulmonar, realizar a baciloscopia para todas as amostras quer para o diagnóstico,
quer para o controlo de tratamento. A cultura deve ser realizada para a confirmação diagnóstica em
amostras de sintomáticos respiratórios com baciloscopia negativa e para casos de controlo de
tratamento
• Na suspeita de TB extrapulmonar, realizar simultaneamente a baciloscopia e a cultura.
IMPORTÂNCIA DA BACILOSCOPIA
Todos os doentes com queixas de tosse há mais de 2-3 semanas, devem fazer baciloscopia de
expetoração –2 amostras - da seguinte forma:
2ª Amostra (matinal)- produto colhido no dia seguinte de manhã ao acordar em casa e entregue nessa
manhã ao laboratório. Ambas as amostras são requisitadas no mesmo formulário do PNCT. Os
resultados são entregues no mesmo dia ou o mais tardar 24 horas depois. Em caso de urgência os
resultados podem ser entregues 2 a 3 horas depois de entrarem no laboratório. Todos os laboratórios
recebem os produtos para análise de BK todos os dias em que funcionam.
O tempo entre a colheita da expetoração e o processamento da amostra não deve ultrapassar 7 dias e o
produto deve ser guardado num local fresco e sem exposição ao sol. Se houver necessidade de enviar a
amostra para o laboratório, e esse processo levar mais de 1 semana, deve ser feita a fixação do
esfregaço na lâmina, e esta enviada então com segurança para o laboratório para coloração e
observação.
TIPO DE AMOSTRA NO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA TUBERCULOSE
A) TUBERCULOSE PULMONAR
• Expetoração,
• Lavado brônquico,
• Lavado bronco-alveolar,
• Lavado gástrico,
B) TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR
• Urina,
• Líquido corporal: pleural, peritoneal, ascítico, sinovial, pericárdico, líquido cefalorraquidiano (LCR),
etc.
• Secreções ganglionares,
CULTURA
INDICAÇÕES DA CULTURA:
1- Casos com BK negativo em pelo menos 2 amostras, mas com suspeita clínica/radiológica de
TB pulmonar activa;
2- Todos os casos classificados como Falências e Crónicos e se possível em todos que iniciam o
regime de retratamento;
3- Casos suspeitos de TB resistente- MDR ou XDR- para cultura e testes de sensibilidade aos
MAT (Medicamentos Anti-TB);
4- Contactos de TB-MDR/XDR suspeitos;
5- Casos suspeitos de TB extrapulmonar (TBE) - cultura de todos os líquidos corporais e ou do
material de biópsia;
6- Nas sequelas de TB pulmonar (para garantir que não é uma recaída) :
7- Nos estudos da vigilância da TB-MDR e XDR.
XPERT MTB/RIF
o Xpert MTB/RIF é um método molecular com base na reação em cadeia pela polimerase (PCR). É
uma nova plataforma de teste, automatizada, simples, rápida e de fácil execução nos laboratórios. O
teste deteta simultaneamente o Mycobacterium tuberculoses e a resistência à rifampicina (RIF),
diretamente do escarro, em aproximadamente 2 horas. Ele dá resultados com risco mínimo de
contaminação. A PCR (Polimerase Chain Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase) é um método
molecular que consiste na amplificação de uma sequência do material genético de um organismo a
partir de quantidades muito reduzidas de DNA, utilizando a enzima DNA-polimerase, a mesma enzima
que participa da replicação natural do material genético das células. Esta técnica compreende três
etapas:
A técnica da PCR foi desenvolvida por Kary Mullis na década de 80, tendo sido agraciado com o
prêmio Nobel de química em 1993, por este feito.
Objectivos:
3 - Prevenir as recaídas/falências/recorrências
7- Prevenir as sequelas de TB
“a terapêutica ideal da tuberculose combina as ações bactericidas, de prevenção de resistências e de
esterilização dos diversos fármacos”, devendo ser feita por um período de tempo suficientemente
longo, de forma a evitar falências de tratamento e recaídas.
O esquema terapêutico tem evoluído com o aprofundamento dos conhecimentos da biologia do MTB,
do processo de infeção, surgimento de novos fármacos e também de resistências a estes. Em 1944,
surge o primeiro fármaco que permite combater a tuberculose, a estreptomicina. No entanto, após
vários meses da sua utilização, surgem então os primeiros casos de resistência ao tratamento. Mais
tarde, com a descoberta da isoniazida, surge então o primeiro esquema terapêutico, conjugando este
tuberculostático com a rifampicina.
O tratamento para combater a tuberculose requer a utilização de diversos fármacos em simultâneo com
uma elevada duração de tempo. Diversos estudos efetuados com a isoniazida, revelam que a sua
administração durante 3, 6 ou 12 meses, diminuía o risco de evolução para doença em 21%, 65% e
75%.
O esquema habitual para o tratamento da maioria dos doentes com tuberculose (tabela 1) consiste no
uso de antibióticos durante 6 meses, sendo que nos primeiros dois meses é usada em associação a
isoniazida, rifampicina e a pirazinamida. Nos restantes quatro meses, apenas é utilizada a associação
da isoniazida com a rifampicina
De acordo com a sua eficácia terapêutica e respetiva toxicidade, os antibióticos antituberculosos têm
sido classificados em dois grupos:
Os antibióticos de primeira linha, sendo estes mais potentes e com toxicidade aceitável
Os antibióticos de segunda linha, sendo estes menos potentes. São considerados antibióticos de
primeira linha a rifampicina, isoniazida, etambutol, pirazinamida e a estreptomicina
Monorresistente.
Consiste na resistência a um único fármaco de primeira linha.
Multirresistente (MDR-TB).
Nos últimos anos, o número de casos de tuberculose resistente à terapêutica tem crescido para valores
anormais, representando assim uma grande ameaça à saúde pública .Aquando da descoberta da
estreptomicina como primeiro antibiótico para o tratamento da tuberculose, a taxa de sucesso era
elevada. No entanto, em alguns casos, o sucesso era acompanhado por recaídas devido ao
aparecimento de estirpes resistentes à estreptomicina, concluindo-se então que a monoterapia não seria
eficaz para o tratamento da tuberculose e que este tipo de estratégia foi responsável pelo aparecimento
dos primeiros casos de resistências
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) foi reconhecida em 1981, nos EUA (Estados
Unidos da América), a partir da identificação do comprometimento do sistema imune de
indivíduos adultos com práticas, exclusivamente, homossexuais (masculinos) o que levou à
conclusão de que se tratava de uma nova doença. Contudo, a identificação do agente etiológico,
o vírus HIV, e o desenvolvimento de testes para a detecção de anticorpos contra ele permitiram
posteriormente a identificação dos indivíduos portadores assintomáticos
A transmissão heterossexual é a principal via de transmissão do HIV, desde o início dos anos 90,
com expressiva participação das mulheres na dinâmica da epidemia e de um importante
percentual de casos por transmissão materno-infantil. Apesar dos avanços preventivos e
terapêuticos, o HIV (infecção do vírus da imunodeficiência humana) se configura ainda nos dias
atuais como uma grave epidemia, especialmente nos países pobres e em desenvolvimento,
representando, portanto, um sério desafio para o desenvolvimento econômico e social em todo o
mundo
Atualmente tem atingido, de modo geral, adultos jovens nos anos mais produtivos da vida
econômica e reprodutiva. Esse aumento dos casos de HIV/AIDS trouxe como consequência o
crescimento da contaminação de mulheres, especialmente em idade reprodutiva, o que é
particularmente preocupante, pois significa a possibilidade real de transmissão do vírus para a
criança, chamada de transmissão vertical (TV), que pode ocorrer durante a gravidez, o parto ou
aleitamento materno
O HIV se divide em dois tipos: HIV -1, que é o mais patogênico e o mais comum e o HIV-2,
endêmico na África Ocidental, disseminando-se pela Ásia. Este vírus ataca o sistema
imunológico que é responsável pela defesa do organismo. Os linfócitos TCD 4+ são as
células mais atingidas.
O HIV representa um dos maiores problemas de saúde no mundo por causa do seu caráter
pandêmico e gravidade. A característica principal é a supressão profunda da imunidade mediada
por células T, que torna a pessoa suscetível às infecções oportunistas, neoplasias secundárias e
doenças neurológicas que se não forem combatidas, levam ao óbito. Assim que se descobriu o
vírus, foi exposto como uma doença que apenas atingia os homossexuais. Porém observa-se
atualmente que o vírus tem se manifestado em indivíduos acima dos 35 anos, evidenciando a
heterossexualização e a feminização da epidemia.Com o crescimento da feminização, ou seja, do
número de mulheres, com HIV em idade reprodutiva, cresce também o risco de transmissão
vertical do vírus da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal para o seu bebê, através da
gestação, parto e amamentação
PERÍODO DE INCUBAÇÃO.
Este período pode variar muito de uma pessoa para outra. Se não for tratada, a maioria das
pessoas infectadas por VIH mostram sinais de doença após 5 a 10 anos, embora o período pode
ser mais curto. O tempo entre a infecção e o diagnóstico de VIH/SIDA pode variar entre 10 e 15
anos, às vezes mais. O tratamento com drogas antirretrovirais pode retardar a multiplicação do
vírus e diminui a quantidade de sangue presente no indivíduo infectado (chamada "carga viral")
● Sexual;
● Vertical (da mãe para o filho, durante a gestação, parto ou por aleitamento).
Além dessas formas, mais frequentes, também pode ocorrer a transmissão ocupacional,
ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais da área da saúde que sofrem
ferimentos com instrumentos perfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes
infectados pelo HIV
Ambos são responsáveis pela SIDA e têm as mesmas vias de transmissão, as mesmas alterações
e doenças. As diferenças mais importantes entre eles são:
1) Infecção aguda;
4) Aids.
Fase assintomática: Na infecção precoce pelo HIV, também conhecida como fase
assintomática, o estado clínico básico é mínimo ou inexistente. Alguns pacientes podem
apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente, "flutuante" e indolor. Portanto, a
abordagem clínica nestes indivíduos no início de seu seguimento prende-se a uma história clínica
prévia, investigando condições de base como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, DPOC,
doenças hepáticas, renais, pulmonares, intestinais, doenças sexualmente transmissíveis,
tuberculose e outras doenças endêmicas, doenças psiquiátricas, uso prévio ou atual de
medicamentos, enfim, situações que podem complicar ou serem agravantes em alguma fase de
desenvolvimento da doença pelo HIV WHO
● Emagrecimento: é um dos mais comuns entre os sintomas gerais associados com infecção
pelo HIV, sendo referido em 95-100% dos pacientes com doença em progressão. Geralmente
encontra-se associado a outras condições como anorexia. A associação com diarreia aquosa o faz
mais intenso.
● Diarreia: consiste em manifestação frequente da infecção pelo HIV desde sua fase inicial.
Determinar a causa da diarreia pode ser difícil e o exame das fezes para agentes específicos se
faz necessário.
Na infecção precoce pelo HIV, patógenos entéricos mais comuns devem ser suspeitados:
Salmonella sp, Shigella sp, Campylobacter sp, Giardia lambia, Entoamoeba histolítica,
adenovírus, rotavírus UNAIDS (2008). Agentes como Cryptosporidium parvum e Isospora belli,
geralmente reconhecidos em fase mais avançada da doença causada pelo HIV, podem
apresentar-se como expressão clínica autolimitada, principalmente com a elevação da contagem
de células T CD4+ obtida com o iníco do tratamento antirretroviral. Quando a identificação
torna-se difícil ou falha, provas terapêuticas empíricas podem ser lançadas, baseando-se nas
características epidemiológicas e clínicas do quadro.
● Herpes Simples Recorrente: a maioria dos indivíduos infectados pelo HIV é coinfectada com
um ou ambos os tipos de vírus herpes simples (1 e 2), sendo mais comum a evidência de
recorrência do que infecção primária. Embora o HSV-1 seja responsável por lesões orolabiais e o
HSV-2 por lesões genitais, os dois tipos podem causar infecção em qualquer sítio. Geralmente a
apresentação clínica dos quadros de recorrência é atípica ao comparar-se aos quadros em
indivíduos imunocompetentes, no entanto, a sintomatologia clássica pode manifestar-se
independente do estágio da doença pelo HIV.
● Herpes Zóster: de modo similar ao que ocorre com o HSV em pacientes com doença pelo
HIV, a maioria dos adultos foi previamente infectados pelo vírus varicela zóster, desenvolvendo
episódios de herpes zóster frequentes. O quadro inicia com dor radicular, rash localizado ou
segmentar comprometendo um a três dermátomos, seguindo o surgimento de maculo pápulas
dolorosas que evoluem para vesículas com conteúdo infetante. Pode também apresentar-se com
disseminação cutânea extensa.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. Existem exames
laboratoriais e testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos,
colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados gratuitamente nas
unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA.
Os exames podem ser feitos inclusive de forma anónima. Nesses centros, além da coleta e da
execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a
correta interpretação do resultado pelo paciente. A infecção pelo HIV pode ser detectada com,
pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso, devido ao método do exame, que busca
por anticorpos contra o HIV no sangue. Esse período é chamado de janela imunológica. Dentre
os testes realizados para diagnosticar a AIDS , os principais são: o teste Elisa; o Western
Blot; o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1; e o teste rápido.
Realização dos testes de Imunofluorescência Indireta (IFI) e/ou Western Blot (WB). Na maioria
dos casos, amostras que necessitem ter seu resultado confirmado, são elucidadas através
do teste de IFI. Em alguns casos, além deste, é necessária a realização do teste WB.
1- Artrite reumatóide;
2- Doenças auto-imunes, como lupus eritematoso sistêmico, doenças do tecido
conectivo e esclerodermia;
3- Colangite esclerosante primária;
4- Terapia com interferon em pacientes hemodialisados;
5- Síndrome de Stevens-Johnson;
6- Anticorpo antimicrossomal;
7- Anticorpos HLA (classe I e II);
8-Infecção viral aguda;
9- Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho);
10- Neoplasias malignas;
11- Outras retroviroses;
12- Múltiplas transfusões de sangue;
13- Anticorpo antimúsculo liso.
OBSERVAÇÕES:
Os laboratórios podem optar pela realização da Etapa II ou Etapa III, para confirmação
sorológica das amostras.
Em alguns casos como, por exemplo, em resultados discordantes entre dois métodos
diferentes, além da Etapa II, é necessário realizar a Etapa III.
Diante de um resultado positivo, após a etapa de confirmação sorológica, os
laboratórios devem solicitar uma nova amostra do paciente, a fim de confirmar o seu estado
sorológico.
Diante de um resultado reagente ou inconclusivo no primeiro imunoensaio (Elisa) e
negativo ou indeterminado no Western blot, deve-se observar a necessidade da realização de
investigação da soroconversão ou pesquisa de anti-HIV-2.
Todos os conjuntos de diagnóstico utilizados para a realização do diagnóstico
laboratorial da infecção pelo HIV devem ser capazes de detectar anti-HIV-1 e anti-HIV-2, além
de ter registro no Ministério da Saúde.
TRATAMENTO
Antirretroviral
Terapia antirretroviral inibe a replicação do vírus do VIH no corpo. Uma combinação de vários
medicamentos antirretrovirais conhecidos como terapia antirretroviral altamente activa
(HAART, por sua sigla em Inglês) tem sido muito eficaz na redução do número de partículas de
VIH no sangue, medida pela carga viral (tanto do vírus que está no sangue). Impedir o vírus de
se replicar pode ajudar o sistema imunológico se recuperar da infecção pelo HIV e melhorar a
célula T conta.
HAART não é uma cura para o VIH. Pessoas tratadas com a terapia antirretroviral altamente
activa e redução dos níveis de VIH ainda podem transmitir o vírus para outras pessoas através do
sexo ou partilha de agulhas. No entanto, esta terapia antirretroviral tem sido extremamente eficaz
ao longo dos últimos 10 anos. Não é uma boa evidência de que, se os níveis de VIH são
suprimidos e a contagem de células CD4 permanece elevada (acima de 200), pode ser
significativamente prolongada e melhorada a vida da pessoa.
No entanto, o VIH pode se tornar resistente à terapia antirretroviral altamente activa em doentes
que não tomam os seus medicamentos no horário todos os dias. Atualmente, não há
disponibilidade de testes genéticos para determinar se uma estirpe particular, é resistente a um
fármaco particular. Esta informação pode ajudar a determinar a melhor combinação de drogas
para cada indivíduo e para a adaptação do regime de droga se ele começa a falhar.
Epidemiologia
Distribuição geográfica:
África Ocidental e Central (subtipo gambiense)
África Oriental e Austral (subtipo rodesiência)
Patogénese
Reservatório
Tb. rodesiense: animais de caça e gado
Tb. gambiense: principalmente humanos
Transmissão
Transmissão principalmente vetorial: mosca tsé-tsé
Menos comum:
Transfusão de sangue
Transplante de órgão
Inoculação laboratorial
Infeções congénitas
FATORES DE RISCO DO HOSPEDEIRO
1-Residência em regiões endémicas
2-Exposição prolongada a vetores
Eritema
Endurecimento
Aparência variável
Resolve espontaneamente
o Sinal de Winterbottom:
Linfadenopatia indolor dos gânglios linfáticos cervicais
posteriores
Característica de infeções por Tb. Gambiense
Sintomas sistémicos inespecíficos:
o Febre intermitente
o Cefaleia
o Mal-estar
o Artralgias
Sintomas menos comuns:
o Edema facial
o Hepatoesplenomegalia
o Linfadenopatia generalizada
o Cardiomiopatia
o Rash cutâneo pruriginoso e eritematoso
Diagnóstico
Testes confirmatórios:
o Presença de tripomastigotas
Esfregaço de sangue (grosso ou fino)
Aspirado de tecido da úlcera
Biópsia de gânglio linfático
Análise do LCR
o Teste serológico:
Teste de aglutinação para tripanossomíase (CATT, pela sigla em
inglês)
ELISA
PCR
Achados que apoio o diagnóstico:
o Anemia hemolítica
o Leucocitose
o Trombocitopenia
o ↑ Marcadores inflamatórios (VS e PCR)
TRATAMENTO
Subespécie Rhodesiense:
o Estadio 1: suramina
o Estadio 2: melarsoprol
Subespécie Gambiense:
o Estadio 1: pentamidina
o Estadio 2: niturtimox e eflornitina
PREVENÇÃO
Não está disponível nenhuma vacina ou tratamento profilático.
Controlo de vetores com inseticidas e repelentes de insetos
Uso de mangas compridas e calças; roupas de cores neutras
TEMA V. LEPRA DOENÇA DE HANSEN OU HANSENÍASE
A lepra é mais comum em contextos de pobreza. Contrariamente à crença popular, não é uma
doença altamente contagiosa. A doença é classificada em dois tipos principais: lepra
paucibacilar e lepra multibacilar. Os dois tipos distinguem-se pelo número de manchas de
pele hipopigmentada e dormente – a lepra paucibacilar possui cinco ou menos e a
multibacilar mais de cinco. O diagnóstico é confirmado com a análise de uma biópsia.
Durante os surtos reacionais, vários órgãos podem ser acometidos, tais como, olhos, rins,
supra-renais, testículos, fígado e baço (EIDT, 2004). Podem ocorrer deformidades e
incapacidades de olhos, mãos e pés com a evolução da doença
PAUCIBACILAR: Pessoas com lepra paucibacilar têm cinco ou menos áreas da pele
afetadas. Nenhuma bactéria é detectada em amostras coletadas dessas áreas.
MULTIBACILAR: Pessoas com lepra multibacilar têm seis ou mais áreas afetadas na pele
e/ou têm bactérias detectadas em amostras de uma área afetada.
Esta doença manifesta-se pela presença de um número reduzido de lesões cutâneas, que podem
mostrar-se eritematosas, em descamação, anidróticas, alopécicas e anestésicas. Esta perda de
sensibilidade encontra-se distribuída de forma assimétrica e resulta na destruição dos nervos
cutâneos que leva a alterações sensitivas e motoras das extremidades, osteoporose por desuso,
reabsorção óssea e mal perfurante plantar.
As formas Borderline são as formas instáveis da doença. É a forma mais comum, um tipo
intermediário entre boa e má resposta do sistema imunitário. As lesões cutâneas
assemelham-se às da lepra tuberculoide, mas são mais numerosas e irregulares. Grandes
manchas podem afetar um membro inteiro e ocorre fraqueza e perda de sensibilidade
nos pés, mãos e rosto; pode converter-se em lepra lepromatosa ou reverter, tornando-se mais
parecido com a forma tuberculoide.[24]
As alterações da mucosa nasal, para além da obstrução nasal e epistaxes, podem conduzir a
fenómenos destrutivos, com consequente perfuração do septo e colapso da pirâmide nasal.
Quando não diagnosticada e tratada precocemente, pode atingir vários órgãos e ser causador de
múltiplas morbilidades, como cegueira, lagoftalmia, conjuntivite, osteoporose, esterilidade,
insuficiências hepática e renal, dedos “em garra” e mal perfurante plantar.
A forma Indeterminada é a forma inicial e transitória da doença, mais frequente em crianças; por
norma, tem cura espontânea. A partir do estado inicial, a lepra pode permanecer estável (maior
parte dos casos) ou pode evoluir para lepra tuberculoide ou lepromatosa, dependendo da
predisposição genética particular de cada paciente. A lepra pode adotar também vários cursos
intermediários entre estes dois tipos, sendo então denominada lepra dimorfa
É considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a segunda doença parasitária mais
importante a nível socioeconómico e de saúde pública, a seguir à malária
Ainda que a sua prevalência seja subestimada, afeta quase 240 milhões de pessoas em 78 países
por todo o mundo, sobretudo em comunidades pobres de regiões tropicais e subtropicais sem
acesso a água potável nem saneamento adequado
Estima-se que Moçambique seja o país da África Subsariana com maior prevalência de
schistosomíase em crianças em idade escolar De acordo com um estudo epidemiológico
realizado em 2009, 21,4% das crianças em idade escolar de Gaza estavam infetadas com S.
haematobium e 0,8% com S. mansoni . O mesmo estudo concluiu que a prevalência de S.
haematobium aumenta ligeiramente com a idade, atingindo um pico nas crianças com idades
compreendidas entre os 10 e os 14 anos . Apesar de não estarem disponíveis dados, a
probabilidade de espécies zoonóticas de Schistosoma circularem nas populações animais é
elevada.
Ciclo de vida
caramujo do gênero Biomphalaria é o hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni.
Inicia-se com o caramujo (caracol aquático do gênero Biomphalaria). Estes caramujos são
hospedeiros intermediários do schistosoma, albergando o ciclo assexuado. Nos seus tecidos
multiplicam-se os esporocistos, dando mais tarde origem às formas multicelulares cercárias, que
abandonam o molusco e nadam na água.
Um indivíduo doente inicia o ciclo de transmissão ao eliminar suas fezes contendo ovos
do parasita. Esses ovos, em ambiente aquático, absorvem água e rompem a casa, liberando uma
forma larval do Schistosoma mansoni denominada miracídio. O miracídio busca ativamente
pelo caramujo do gênero Biomphalaria, seu hospedeiro intermediário.
Uma exceção é o S. nasale, um parasita que afeta bovinos, ovinos, caprinos e equinos e cujos
adultos se localizam nos vasos sanguíneos da mucosa nasal, sendo os ovos excretados através de
descargas nasai
RESUMO
O ciclo inicia quando o homem doente elimina fezes e elas atingem o ambiente aquático. Em
contato com a água, o ovo libera o miracídio, o qual infecta o caramujo. O caramujo libera a
cercária, forma capaz de infectar o homem.
SINAIS CLÍNICOS Nos seres humanos, a schistosomíase pode apresentar-se como uma
doença aguda, crónica ou avançada, embora muitas infeções sejam assintomáticas
A febre de Katayama é uma reação inflamatória que ocorre de 3 a 8 semanas após a infecção por
cercárias, levando à febre alta, tosse, mal-estar, além de sintomas específicos do trato acometido
pelos ovos do Schistosoma, como hematúria e diarreia.
A schistosomíase incapacita mais do que mata. Nas crianças, pode causar anemia, desnutrição,
atraso no crescimento e reduzir a capacidade de aprendizagem, efeitos que são normalmente
revertidos com o tratamento.Em 2016, estima-se que tenham morrido cerca de 3 24 000 pessoas
no mundo inteiro com esta doença, sendo que mais de 21 000 foram registadas na África
Subsariana, número que tem vindo a diminuir consideravelmente graças às campanhas de
quimioterapia preventiva
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE
Os efeitos colaterais são geralmente leves e incluem, por exemplo, dor de cabeça, tontura e gosto
metálico na boca. Não se recomenda o uso do medicamento durante a gravidez e algumas
situações específicas, como insuficiência hepática. Todo medicamento só deve ser utilizado após
recomendação médica. Casos graves da doença podem exigir internação hospitalar.
PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
como congênitos e quando são causados por algum outro mecanismo (autoimunidade, carências
Trata-se da resposta normal e imediata do corpo quando algum vaso sanguíneo é lesionado.
Quando nos cortamos por acidente, mas o sangue estanca rapidamente e coagula no local da
lesão, por exemplo.
CELULAS SANGUINEAS
De maneira geral nosso sangue é composto por três tipos de células: As hemácias: possuem
função principal de transportar gases oxigênio e carbônico; Os leucócitos: as
conhecidas células brancas que funcionam como um exército de defesa; As plaquetas: possuem
função importantíssima na hemostasia primária (coagulação).
Normalmente, o organismo humano possui de 150 mil a 450 mil plaquetas por microlitro
de sangue. Desse total , 70% estão localizadas na circulação e 30% estão presentes no
baço. As plaquetas circulantes permanecem nos vasos sanguíneos por aproximadamente
10 dias, quando são levadas para o baço e o fígado.
Função das plaquetas
Durante a reparação de um vaso sanguíneo, as plaquetas sofrem uma série de modificações para
permitir a eficiência do processo. Inicialmente, as plaquetas aderem-se ao colágeno presente
na parede do vaso sanguíneo com a ação dos receptores. Em seguida, elas unem-se
(agregação plaquetária) a partir das interações entre o fibrinogênio e os receptores de
superfície. Nesse momento, as plaquetas dilatam-se, as organelas presentes nelas tornam-se mais
centralizadas e ocorre o surgimento de pseudópodes. Ao se agregarem, elas formam uma
espécie de tampão no local lesionado, diminuindo a perda sanguínea.
Quando ocorre um aumento exagerado das plaquetas circulantes, dizemos que é um caso
de trombocitose. Por outro lado, quando há uma diminuição exagerada nos seus valores normais,
é a ocorrência de uma trombocitopenia. Esses dois casos merecem atenção, uma vez que
a trombocitose está relacionada ao risco aumentado de trombose, e a trombocitopenia está
relacionada com o risco aumentado de sangramentos.
HEMOFILIA
TIPOS DE HEMOFILIA
TRANSMISSÃO
A hemofilia é uma doença genética, ou seja, é transmitida dos pais para os filhos no
momento em que a criança é gerada.
TEMPO DA HEMOFILIA
SANGRAMENTOS
Geralmente, os sangramentos são internos, ou seja, dentro do seu corpo, em locais que
você não pode ver, como nos músculos. Podem também ser externo, na pele
provocado por algum machucado aparecendo manchas roxas ou sangramento. As
mucosas (como nariz, gengiva, etc.) também podem sangrar.
Os sangramentos podem tanto surgir após um trauma ou sem nenhuma razão aparente.
Os cortes na pele levam um tempo maior para que o sangramento pare.
TRATAMENTO
O tratamento é feito com a reposição intra venal (pela veia) do fator deficiente.
Mas para que o tratamento seja completo, o paciente deve fazer exames regularmente
e jamais utilizar medicamentos que não sejam recomendados pelos médicos.
A trombina não está presente normalmente na corrente sanguínea e deve ser formada pelas
modificações na protrombina, um precursor inativo
DIAGNÓSTICO
Não existe exame laboratorial que isoladamente estabeleça ou afaste o diagnóstico de CIVD,
porém a combinação de alterações clínicas e laboratoriais compatíveis e principalmente a
presença de doença sabidamente relacionada à síndrome permite diagnóstico confiável na
maioria dos casos.
Em suma, diante da suspeita de CIVD, os seguintes exames devem ser realizados: contagem
de plaquetas e visualização do esfregaço de sangue periférico, TP, TTPa, TT, dosagem de
fibrinogênio, dímeros-D e/ou PDFs. É importante enfatizar que a repetição seriada destes
exames tem maior valor que seus resultados isolados, e permite melhor avaliação da evolução da
síndrome. Em casos selecionados, a depender de análise individual e disponibilidade do método
diagnóstico, dosagens de AT, PC ou fatores da coagulação podem também ser efetuadas.
Scores. Nas últimas décadas, numerosos sistemas de score foram propostos com a intenção de
permitir o diagnóstico e acompanhamento mais precisos da CIVD, porém até o momento
nenhum deles foi amplamente aceito. Recentemente o Subcomitê Científico de CIVD da
Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) propôs um sistema que considera
duas situações diferentes: CIVD fases I/II e CIVD plenamente manifesta. O diagnóstico de
CIVD plenamente manifesta é baseado na aplicação de algoritmo de cinco passos com atribuição
de pontos cuja soma maior ou igual a cinco é compatível com o diagnóstico de CIVD
plenamente manifesta, levando-se em conta que uma pontuação menor não exclui o diagnóstico.
A presença de uma doença de base sabidamente associada à síndrome é o primeiro passo do
algoritmo e condição sine qua non para sua execução. O subcomitê recomenda que o score seja
calculado diariamente a fim de que se caracterize a gravidade e a evolução do quadro (vide
referência 14).
TEMA.SARAMPO
Sarampo é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus do sarampo (Measles
morbillivirus). Os sinais e sintomas iniciais geralmente incluem febre, muitas vezes superior a 40
ºC, tosse, corrimento nasal e olhos inflamados
Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no
rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das
manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente
em crianças menores de 5 anos de idade
O sarampo é uma doença prevenível por vacinação. Os critérios de indicação da vacina são
revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em conta: características clínicas
da doença, idade, ter adoecido por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de
outros aspectos epidemiológicos.
TEMA.DIABETES
O que é? Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da
falta de insulina e/ou da incapacidade e/ou falta de insulina exercer adequadamente seus efeitos,
caracterizando altas taxa de glicose no sangue ( hiperglicemia) de forma permanente.
Insulina
A insulina, um hormônio secretado pelo pâncreas (um órgão que fica atrás do estômago que
também produz enzimas digestivas), controla a quantidade de glicose no sangue. A glicose na
corrente sanguínea estimula o pâncreas a produzir insulina. A insulina ajuda a transportar a
glicose do sangue para dentro das células. Assim que entra nas células, a glicose é convertida
em energia, que é imediatamente utilizada, ou ela é armazenada na forma de gordura ou do
amido glicogênio até que seja necessária.
As concentrações de glicose no sangue normalmente variam durante o dia. Eles aumentam
depois de cada refeição e retornam aos níveis anteriores à refeição aproximadamente duas
horas depois. Uma vez que os níveis de glicose no sangue retornam aos valores pré-refeição, a
produção de insulina diminui.
A variação dos níveis de glicose no sangue geralmente fica dentro de um pequeno intervalo de
70 a 110 miligramas por decilitro (mg/dl) ou 3,9 a 6,1 milimoles por litro (mmol/l) de sangue
em pessoas saudáveis. Se a pessoa consumir grande quantidade de carboidratos, os níveis
podem aumentar mais. As pessoas com mais de 65 anos de idade tendem a ter níveis
ligeiramente mais elevados, sobretudo depois das refeições.
Caso o organismo não produza uma quantidade suficiente de insulina para transportar a glicose
para dentro das células ou se as células deixarem de responder normalmente à insulina (um
quadro clínico denominado resistência à insulina), a elevação dos níveis de glicose no sangue
resultante, em conjunto com uma quantidade inadequada de glicose nas células, causam os
sintomas e as complicações do diabetes.
PRÉ-DIABETES
Pré-diabetes é um quadro clínico no qual o valor da glicemia está demasiadamente elevado
para ser considerado normal, mas não alto o suficiente para ser identificados como diabetes. A
pessoa tem pré-diabetes caso a glicemia em jejum fique entre 100 mg/dl (5,6 mmol/l) e 125
mg/dl (6,9 mmol/l) ou se a glicemia duas horas após o teste oral de tolerância à glicose fique
entre 140 mg/dl (7,8 mmol/l) e 199 mg/dl (11,0 mmol/l). Ter pré-diabetes representa um risco
mais elevado de ter tanto diabetes como doença cardíaca no futuro. A diminuição do peso
corporal em 5% a 10% por meio de dieta e atividade física pode reduzir significativamente o
risco de ter diabetes.
DIABETES TIPO 1
DIABETES TIPO 2
Certos distúrbios e medicamentos podem afetar a forma pela qual o organismo utiliza
a insulina e podem dar origem ao diabetes tipo 2.
Exemplos de estados comuns (quadros clínicos) que causam comprometimento ao uso
da insulina incluem
Uma concentração elevada de corticosteroides (que costuma ocorrer devido ao
uso de medicamentos corticosteroides, como a prednisona, ou à síndrome de
Cushing)
Aumento da micção
Aumento da fome
Sonolência
Náusea
COMPLICAÇÕES DO DIABETES
Medição da glicemia
O médico mede a glicemia em pessoas que estão apresentando sintomas de diabetes, tais como
aumento da sede, da micção ou da fome. Além disso, é possível que o médico meça a glicemia
de pessoas que tenham doenças que podem ser complicações do diabetes, como infecções
frequentes, úlceras nos pés e candidíase.
Para poder medir com exatidão os níveis de glicose no sangue, o médico geralmente usa uma
amostra de sangue coletada após a pessoa ter passado a noite em jejum. O diabetes pode ser
diagnosticado se a glicemia em jejum estiver em 126 mg/dl (7,0 mmol/l) ou mais. No entanto,
é possível usar amostras de sangue que foram coletadas depois de a pessoa ter se alimentado.
Algum aumento na glicemia após ter se alimentado é normal, mas mesmo após a refeição, o
valor não deve ser muito elevado. O diabetes pode ser diagnosticado se o resultado de uma
dosagem aleatória (não realizada com a pessoa em jejum) da glicemia for superior a 200 mg/dl
(11,1 mmol/l).
HEMOGLOBINA A1C
As medições de hemoglobina A1C podem ser usadas para diagnosticar diabetes quando o
exame for realizado por laboratório certificado (não por instrumentos usados em casa ou no
consultório médico). A pessoa com um nível de hemoglobina A1C de 6,5% ou superior tem
diabetes. Se o nível estiver entre 5,7 e 6,4, a pessoa tem pré-diabetes e corre o risco de
desenvolver diabetes.
Outro tipo de exame de sangue, o teste oral de tolerância à glicose, pode ser realizado em
determinados casos, como um exame preventivo em gestantes para tentar detectar a presença
de diabetes gestacional ou para avaliar um idoso que tem sintomas de diabetes, mas cuja
glicemia em jejum está normal. No entanto, ele não é usado rotineiramente para detectar a
presença do diabetes, porque o exame pode ser muito incômodo.
Nesse exame, com a pessoa em jejum, é coletada uma amostra de sangue para determinar a
glicemia em jejum e, em seguida, ela bebe um líquido especial que contém uma quantidade
padrão de glicose. Outras amostras de sangue são coletadas nas duas ou três horas seguintes e
são examinadas para determinar se a glicemia aumenta até chegar a um valor
excepcionalmente elevado.
Tratamento do diabetes mellitus
Dieta
Exercício
Perda de peso
Educação
Dieta, atividade física e educação são os pilares do tratamento do diabetes e muitas vezes são
as primeiras recomendações dadas a pessoas com diabetes leve. Perder peso é importante para
pessoas que estão com excesso de peso. As pessoas que continuam a ter valores de glicemia
elevados apesar de terem feito mudanças no estilo de vida ou cujo valor de glicemia é muito
alto, bem como as pessoas com diabetes tipo 1 (independentemente do valor da glicemia)
precisam de medicamentos..
É útil para os diabéticos levar consigo ou usar identificação clínica (tal como bracelete ou
etiqueta) para alertar os profissionais de saúde sobre a presença de diabetes. Essa informação
permite que os profissionais de saúde iniciem um tratamento rápido de resgate, sobretudo em
casos de lesões ou de alterações no estado mental.
Coração: É um órgão que funciona como uma bomba propulsora que faz o sangue
circular por todo o corpo. Localiza-se na cavidade torácica entre os pulmões, no
espaço mediastínico. Apresenta-se com a sua parte maior, voltada mais à esquerda do
plano mediano.
Quais são os valores ótimos para a pressão arterial? Num adulto saudável, idealmente: A
pressão arterial máxima deve ser inferior a 120 mmHg; A pressão arterial mínima deve
idealmente deve ser inferior a 80 mmHg.
A pressão sistólica é o valor mais alto que aparece durante uma aferição e está ligada ao
movimento de contração do coração. Já a pressão diastólica é o valor mais baixo e está ligada ao
relaxamento do coração.
A hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que ataca os vasos sangüíneos,
coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Ocorre quando a medida da
pressão se mantém freqüentemente acima de 140 por 90 mmHg.
Entre os fatores de risco para a doença, estão os fatores de risco não modificável e
os modificáveis, entre os primeiros está a idade, o sexo, a cor da pele, a história familiar
de hipertensão e entre os modificáveis estão a elevada ingestão de sal, alta ingestão calórica
que favorecem ao sobrepeso ou obesidade,
Tabela 1: classificação da pressão arterial segundo os valores da pressão arterial sistólica e
da pressão diastólica, segundo as diretrizes brasileiras de hipertensão arterial
urina tipo 1;
dosagem de potássio e creatinina;
glicemia de jejum;
colesterol total, LDL, HDL, triglicérides;
ácido úrico;
eletrocardiograma convencional.
Exames complementares podem ser solicitados quando houver indicação clínica adicional
ou necessidade de investigação de causas secundárias. Assim sendo, em pacientes hipertensos
com diabetes ou com síndrome metabólica e hipertensos com 3 ou mais fatores de risco,
recomenda-se pesquisa de microalbuminúria. Para pacientes com glicemia de jejum entre 100 e
125 mg/dL, recomenda-se determinar a glicemia 2 horas após sobrecarga oral de glicose. Em
hipertensos estágios 1 ou 2 sem hipertrofia ventricular esquerda ao ECG, mas com 3 ou mais
fatores de risco (portanto, não obrigatório), considerar o emprego do ecocardiograma para a
detecção da hipertrofia ventricular esquerda. Para pacientes hipertensos com suspeita clínica de
insuficiência cardíaca, considerar a utilização do ecocardiograma para avaliação da função
sistólica e diastólica.
TRATAMENTO
CONCLUSÕES
Hepatite C aguda é uma inflamação do fígado causada pelo vírus da hepatite C com
duração de algumas semanas até seis meses.
A hepatite crônica pelo HCV é uma doença de caráter silencioso que evolui sorrateiramente e se
caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Aproximadamente 60% a 85%
dos casos se tronam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.
Algumas pessoas com hepatite C aguda têm sintomas típicos de hepatite viral. Estes sintomas
incluem
Perda de apetite
Febre
Náusea e vômito
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
Medicamentos antivirais
As pessoas com hepatite C aguda são tratadas com os mesmos medicamentos usados para
tratar a hepatite C crônica assim que a hepatite C aguda é diagnosticada. Esses medicamentos
podem diminuir o risco da hepatite C aguda se tornar crônica.Pessoas com hepatite C não
devem consumir bebidas alcoólicas, pois isso poderia danificar o fígado ainda mais. Não existe
a necessidade de evitar certos alimentos ou de limitar a atividade. As pessoas não devem tomar
medicamentos que podem danificar o fígado, como o paracetamol.