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INSTITUTO POLITÉCNICO DE TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

Estudo dos principais Protozoários de importância Médica

Discentes:
Dionila Mariamo Feremo
Ester Fernando Verniz Cavalaria
Maria Fernanda Carlos Gamala

Tete, 2020
INSTITUTO POLITÉCNICO DE TECNOLOGIA E EMPREENDEDORISMO

Estudo dos principais Protozoários de importância Médica

Trabalho científico de carácter


avaliativo recomendado na cadeira
de Microbiologia, orientado pelo
docente Savimbi Tomás Raice Kofe

Tete, 2020
Índice
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
2. Objectivos da Pesquisa..................................................................................................2
2.1. Objectivo Geral..........................................................................................................2
2.2. Objectivos Específicos...............................................................................................2
3. Metodologia...................................................................................................................2
4. Revisão da Literatura.....................................................................................................3
4.1. Aspectos gerais dos Protozoários...............................................................................3
4.1.1. Plasmodium.............................................................................................................4
4.1.1.1. Morfologia………………………………………………………………………4
4.1.1.2. Ciclo evolutivo.....................................................................................................4
4.1.1.3. Caracteres diferenciais..........................................................................................5
4.1.1.4. Transmissão..........................................................................................................6
4.1.1.5. Sintomatologia......................................................................................................7
4.1.1.6. Diagnóstico clinico e laboratorial.........................................................................7
4.1.2. Toxoplasma.............................................................................................................8
4.1.2.1. Morfologia………………………………………………………………....……8
4.1.2.2. Ciclo evolutivo.....................................................................................................8
4.1.2.3. Transmissão..........................................................................................................9
4.1.2.4. Sintomatologia......................................................................................................9
4.1.2.5. Diagnóstico clínico e laboratorial.......................................................................10
4.1.3. Entamoeba.............................................................................................................10
4.1.3.1. Morfologia……………………………………………………………………..10
4.1.3.2. Ciclo evolutivo...................................................................................................11
4.1.3.3. Caracteres diferenciais........................................................................................12
4.1.3.4. Transmissão........................................................................................................12
4.1.3.5. Sintomatologia....................................................................................................12
4.1.3.6. Diagnóstico clínico e laboratorial.......................................................................13
5. Conclusão....................................................................................................................14
6. Referências Bibliográficas...........................................................................................15
1. INTRODUÇÃO
O reino Protista é constituído por aproximadamente 60.000 espécies conhecidas, das
quais 10.000 são parasitas de diferentes animais, sendo que apenas umas dezenas de
espécies infectam o homem. No reino Protista, encontram-se os protozoários. Alguns
protozoários parasitas podem causar diversas doenças que afectam a saúde da
população.

O presente trabalho tem como principal objectivo descrever os principais protozoários


de importância médica. Não se trata de um enfoque cabal, o mesmo realça alguns
aspectos básicos sobre o tema supracitado.

A elaboração do presente trabalho foi baseada na consulta de diversas obras de autores


que abordam sobre a temática em questão e pesquisas na internet.

Para a materialização deste trabalho usou-se as seguintes metodologias: Pesquisa


exploratória e pesquisa bibliográfica.

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2. Objectivos da Pesquisa
2.1. Objectivo Geral

 Descrever os principais protozoários de importância médica.

2.2. Objectivos Específicos

 Falar dos aspectos gerais dos protozoários;


 Identificar os principais protozoários de importância médica.

3. Metodologia
Os procedimentos metodológicos que sustentam a realização deste trabalho enquadram-
se, com base em Andrade (2001), nas seguintes modalidades: Exploratório e
Bibliográfica.

 Exploratório: trata-se de abordagem adoptada para a busca de maiores informações


sobre determinado assunto. Possui um planeamento flexível e é indicada quando se
tem pouco conhecimento do assunto.
 Bibliográfica: trata-se de estudo para conhecer as contribuições científicas sobre
determinado assunto. Tem como objectivo recolher, seleccionar, analisar e
interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto.

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4. Revisão da Literatura
4.1. Aspectos gerais dos Protozoários

De acordo com Muñoz & Fernandes (2014), os Protozoários são seres eucariontes, ou
seja, possuem núcleo celular organizado dentro de uma carioteca, sendo a maioria
heterótrofos, embora alguns sejam autótrofos, produzem clorofila e com ela fazem a
fotossíntese, e assim conseguem produzir seus próprios alimentos.
Segundo Muñoz & Fernandes (2014), de acordo com a locomoção no meio aquático, os
protozoários são classificados como:
 Ciliados, que se locomovem mediante o batimento de cílios;
 Flagelados, que se movimentam por meio de flagelos, estruturas mais adaptadas para
a natação;
 Rizópodos, que se rastejam com movimento ameboide, um tipo de locomoção no
qual os microrganismos vão mudando a forma do seu corpo pela emissão de
pseudópodes (do grego pseudo, que significa falso, e podo, pé; portanto, “falsos
pés”);
 Esporozoários, que não possuem organelas locomotoras nem vacúolos contráteis;
esses microrganismos parasitas se disseminam pelo ambiente através da produção de
muitos esporos, que são levados pela água e pelo ar, ou são levados através de animais
vetores (moscas, mosquitos, carrapatos etc.), que se contaminam com esses
protozoários patogênicos, ficam doentes e transmitem essas doenças para outros
animais.

A maioria dos protozoários apresenta vida livre e aquática, podendo ser encontrada na
água doce, salobra ou água salgada, leva vida livre também em lugares húmidos,
rastejando pelo solo ou sobre matéria orgânica em decomposição. No entanto, algumas
espécies levam vida parasitária nos organismos de diversos hospedeiros e, assim,
passam a maior parte da vida parasitando diversas espécies de seres vivos, causando
muitas doenças, (Muñoz & Fernandes, 2014).
A reprodução dos protozoários geralmente é assexuada, acontecendo por divisão
múltipla, onde o microrganismo apenas se divide em cópias dele mesmo. Alguns
produzem esporos para se disseminar pelo ambiente; outros, às vezes, também

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apresentam reprodução sexual, havendo nítida troca de material genético entre um
microrganismo e outro, (Muñoz & Fernandes, 2014).

4.1.1. Plasmodium

4.1.1.1. Morfologia
De acordo com Camargo (2009), o Plasmodium é um parasita unicelular protozoário,
que infecta os eritrócitos, causando a malária. São parasitas esporozoides das células
sanguíneas. Têm diversas formas, de acordo com a fase do ciclo de vida, e em média
cerca de 1-2 micrómetros de diâmetro (a hemácia tem cerca de 7 micrómetros). Têm
duas fases de reprodução, desenvolvimento assexual e formação dos microgametas no
ser humano e formação sexual dos esporozoítos no mosquito.

4.1.1.2. Ciclo evolutivo


Segundo Gollin (2007), o ciclo de vida dos anenomenos inicia-se com a picada de uma
pessoa por um mosquito fêmea do gênero Anopheles que, antes de sugar o sangue dos
capilares, injecta uma pequena quantidade de saliva anticoagulante rica em plasmódios
na corrente sanguínea,

O ciclo de vida do parasita da malária. Parasitas entram no hospedeiro vertebrado


através da picada de um mosquito fêmea do gênero Anopheles. Esporozoítos entram na
pele e viajam para o fígado através do sistema circulatório sanguíneo, onde eles
multiplicam em merozoítos, os quais retornam ao sistema circulatório. Merozoítos
infectam hemácias, onde se desenvolvem através de vários estágios para produzir mais
merozoítos, ou gametócitos. Gametócitos são ingeridos por um mosquito Anopheles que
venha a picar a pessoa infectada (infectando também o mosquito), continuando o ciclo,
(Gollin, 2007).

I. Assexuado
Os plasmódios estão na fase de esporozoíto, e chegam em menos de 30 min pela
corrente sanguínea ao fígado, onde invadem os hepatócitos. Os esporozoítos dentro dos
hepatócitos transformam-se em esquizontes, maiores e multinucleares. Esses dividem-se
por reprodução assexuada, gerando milhares (mais se forem Plasmodium falciparum,
menos se outras espécies) de merozoítos, uma fase que dura seis dias (Plasmodium
falciparum) ou algumas semanas (outras espécies). São os merozóitos que invadem os

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eritrócitos (glóbulos vermelhos). No caso do Plasmodium falciparum, todos os
esquizontes se transformam em merozóitos, mas nas outras espécies alguns ficam
dormentes no fígado, uma forma conhecida como hipnozoite, e a infecção pode
reaparecer, mesmo se aparentemente curada, muitos anos depois (frequente em Portugal
nos retornados de África, ainda hoje). Os merozóitos dividem-se assexuadamente no
interior dos eritrócitos, até ocorrer lise, saindo a descendência e substâncias tóxicas para
o sangue que irá infectar mais eritrócitos, (Gollin, 2007)

II. Sexuado
Para Gollin (2007), alguns merozóitos transformam-se em formas sexuais após meiose.
As formas sexuais (macrogametas e microgametas) são aspiradas por novo mosquito
Anopheles quando este pica a pele. No estômago do mosquito o microgameta sofre
exflagelação e funde-se com o macrogameta, gerando um zigoto. Este diferencia-se em
oocineto, uma forma móvel, que atravessa a parede do estômago e se aloja na
membrana basal diferenciando-se em oocisto e desenvolvendo-se em esporozoítos,
estourando o oocisto e migrando para as glândulas salivares do inseto, de onde invadem
um novo hóspedeiro humano. Podem exisitir muitos oocisto no estômago do Anopheles,
mas os danos causados a parede do estômago quando os oocistos eclodem não parecem
ter efeito negativo na longevidade do mosquito.

4.1.1.3. Caracteres diferenciais


Segundo Camargo (2009), há seis espécies que infectam humanos: Plasmodium
falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malariae, Plasmodium
knowlesi e Plasmodium simium.

I. Plasmodium falciparum

Existe em todas as regiões tropicais. É a espécie que causa a malária mais grave.
A incubação é curta, de seis a dez dias. Invade todos os eritrócitos, imaturos,
envelhecidos ou de meia-idade. Os seus números por mililitro são muito superiores aos
das outras espécies, infectando por vezes 20% dos eritrócitos totais a cada instante.
Causa malária maligna (terciária com ciclos de 48 h). No entanto, inicialmente as crises
podem ser diárias. As características clínicas da sua infecção são muito mais graves,
com vômitos, náuseas, diarreia, fortes dores de cabeça, convulsões, défices mentais,
delírio e - não infrequentemente - coma e morte (se não tratada). É uma emergência
médica, (Camargo, 2009).

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Microscopicamente, é visto como meia-lua na periferia do glóbulo. Infecta mais
frequentemente os eritrócitos que se encontram no fígado ou baço, e muitas vezes é
detectado no sangue periférico na forma de microgametas para infeccionar a fêmea do
Anopheles e de esquizontes para reprodução no fígado, sendo chamada de merozoitos a
forma circulante no sangue humano. As hemácias estão com tamanho aumentado e
distorcidas, com grânulos avermelhados. A resistência à cloroquina está a espalhar-se e
já é prevalente em muitas áreas.

II. Plasmodium vivax


É a espécie mais distribuída globalmente, existindo nas áreas tropicais e também em
algumas temperadas.
Segundo Camargo (2009), o Plasmodium vivax geralmente não causa doença mortal, já
que ele só invade os eritrócitos jovens imaturos, tendo receptores específicos para eles.
O seu período de incubação é de cerca de 15 dias, com sintomas tipo gripe inicialmente.
Formam-se hipnozoites, formas adormecidas no fígado, queúltiplos (pontos de
Schuffner) e aspecto esférico com maior volume. É geralmente sensível à cloroquina
que, no entanto, não elimina as formas hepáticas do parasita.

III. Plasmodium ovale


Existe na África. Na América do Sul e Ásia é raro.
Semelhante ao Plasmodium vivax. O seu período de incubação é de cerca de 15 dias.
Geralmente não causa doença mortal porque só destrói as hemácias imaturas. Causa
malária terciária benigna, ciclos de 48h. Causa doença crônica com ataques durante
muitos anos, sem qualquer tratamento. Formam-se hipnozoites, formas adormecidas no
fígado, que, mesmo após a cura da doença sintomática, podem voltar à circulação
muitos anos depois, com recorrência da doença, (Camargo, 2009).
É identificado na microscopia devido à aparência típica das hemácias ovais e
aumentadas. Os pontos de Schuffner são cor-de-rosa pálidos. Sensível à cloroquina.

IV. Plasmodium malariae

Mais raro, ocorre em todos os continentes.


O seu período de incubação pode ser de várias semanas e até meses e anos. Não causa
doença aguda fatal, geralmente, porque só infecta eritrócitos envelhecidos, tendo
receptores específicos para ele. Se não tratada, causa doença crónica com ataques
durante muitos anos. Não se formam hipnozoites. Os ataques são de 72 em 72 horas:
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malária benigna quartã. À microscopia os eritrócitos são de forma normal. Têm pontos
vermelhos vivos e merozoites em forma de barras. Sensível à cloroquina, Camargo,
2009).

4.1.1.4. Transmissão
De acordo com Gollin (2007) e Camargo (2009), é transmitido a seres humanos pela
picada da fêmea do mosquito Anopheles.
4.1.1.5. Sintomatologia
Os sinais e sintomas da malária manifestam-se geralmente entre 8 a 25 dias após a
infecção. No entanto, os sintomas podem-se manifestar mais tarde em indivíduos que
tenham tomado medicação anti-malárica de prevenção. As manifestações iniciais da
doença, iguais em todas as espécies de malária, são semelhantes aos sintomas da gripe,
podendo ainda ser semelhantes aos de outras doenças virais e condições clínicas como a
sepse ou gastroenterite. Entre os sinais incluem-se dores de cabeça, febre, calafrios,
dores nas articulações, vómitos, anemia hemolítica, icterícia, hemoglobina na urina,
lesões na retina e convulsões, (Gollin, 2007 e Camargo, 2009),

O sintoma clássico da malária são ataques paroxísticos, a ocorrência cíclica de uma


sensação súbita de frio intenso seguida por calafrios e posteriormente por febre e
sudação. Estes sintomas ocorrem a cada dois dias em infecções por Plasmodium vivax e
Plasmodium ovale e a cada três dias em infecções por Plasmodium malariae. A infecção
por Plasmodium falciparum pode provocar febre recorrente a cada 36-48 horas ou febre
menos aguda, mas contínua, (Gollin, 2007).

De acordo com Camargo (2009), os casos mais graves de malária são geralmente
provocados por Plasmodium falciparum, variante que é muitas vezes denominada
"malária falciparum". Os sintomas desta variante manifestam-se entre 9 a 30 dias após a
infecção. Os indivíduos com ‘’’malária cerebral’’’ apresentam muitas vezes sintomas
neurológicos, entre os quais postura anormal, nistagmo, paralisia do olhar conjugado
(incapacidade de mover em conjunto os olhos na mesma direção), opistótono,
convulsões ou coma.

4.1.1.6. Diagnóstico clinico e laboratorial


Segundo Camargo (2009), devido à natureza não específica dos sintomas, o diagnóstico
de malária em regiões onde não seja endémica exige confirmação redobrada e deve
levar em conta factores de diagnósticos auxiliares, como o histórico recente de viagens,

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aumento de volume do baço, febre, número reduzido de plaquetas no sangue e
quantidade de bilirrubina no sangue superior ao normal com quantidade normal de
glóbulos brancos.

De acordo com Gollin (2007) e Camargo (2009), a malária é geralmente confirmada


através de exame microscópico de esfregaços ou através de testes de diagnóstico rápido
(TDR) baseados na deteção de antígenos. A microscopia é o método mais comum na
deteção do parasita. No entanto, apesar do seu uso generalizado, o diagnóstico por
microscopia tem duas desvantagens: muitos locais, sobretudo em meios rurais, não têm
equipamento para a realização do exame e a precisão dos resultados depende da
destreza do examinador e da quantidade de parasitas no sangue. A sensibilidade dos
esfregaços varia entre 75–90% em condições normais, podendo diminuir até 50%. Os
testes de diagnóstico rápido disponíveis são mais precisos a determinar a presença de
parasitas da malária do que a análise microscópica, embora a sua sensibilidade e
especificidade dependam do fabricante e não sejam capazes de determinar o número de
parasitas.

4.1.2. Toxoplasma

4.1.2.1. Morfologia
De acordo com Levison (2010), o Toxoplasma é um protozoário parasita intracelular
obrigatório do grupo dos Apicomplexa, como outros parasitas como o Plasmodium. Há
pouca variação entre os toxoplasmas presentes em diferentes partes do globo, podendo-
se dizer que há, basicamente, três estirpes. A estirpe 1 é altamente virulenta e
responsável pelos casos de encefalite grave em imunodeprimidos e passagem
transplacentária. As estirpes 2 e 3 são avirulentas.

4.1.2.2. Ciclo evolutivo


O Toxoplasma assume diferentes formas em diferentes estágios do seu ciclo.
Segundo Levison (2010), o ciclo inicia-se pela ingestão de cistos presentes em carne
(por exemplo, de porco, rato ou coelho), pelos felídeos. A parede do cisto é dissolvida
por enzimas proteolíticas do estômago e intestino delgado, o parasito é liberado do
cisto, penetra nos enterócitos (células da mucosa intestinal) do animal e replica-se
assexuadamente dando origem a várias gerações de Toxoplasma (taquizoítos) através da
reprodução assexuada. Após cinco dias dessa infecção, inicia-se o processo de
reprodução sexuada, em que os merozoítos formados na reprodução assexuada dão

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origem aos gâmetas. Os gâmetas masculino (microgameta) e feminino (macrogameta),
descendentes do mesmo parasita ou de dois diferentes, fundem-se dando origem ao ovo
ou zigoto, que após segregar a parede cística dá origem ao oocisto. Este é expulso com
as fezes dos animais após nove dias (cada gato expulsa mais de 500 milhões de oocistos
em cada defecação).

Já no exterior, sofre divisão meiótica (esporulação) após 1 a 5 dias dependendo da


temperatura e disponibilidade de oxigênio, formando-se dois esporocistos cada um com
quatro esporozoítos. Uma forma altamente resistente a desinfectante pode durar cinco
anos em condições húmidas. Estes são activados em taquizoítos se forem ingeridos por
outro animal, chamado hospedeiro intermediário: por exemplo, um rato ou coelho que
coma erva em que algum gato ou outro felídeo tenha defecado ou uma criança ou adulto
que mexa com os dedos em material contaminado com fezes e depois leve-os à boca. Os
taquizoítos podem se infectar e replicar em todas as células dos mamíferos, exceto nas
hemácias. Uma vez ligados a uma célula do hospedeiro, o parasito penetra na célula e
forma um vacúolo parasitóforo, dentro do qual se divide. A replicação do parasito
continua até que seu número no interior da célula atinja uma massa crítica que provoca
a ruptura da célula, liberando parasitos que irão infectar outras células adjacentes. A
maior parte dos taquizoítos é eliminada pelas respostas imunes humoral e celular do
hospedeiro.

Algumas dessas formas produzem cistos, contendo muitos bradizoítos, ocorrendo em


vários órgãos do hospedeiro, mas persistem no Sistema Nervoso Central e nos
músculos. A formação de cistos é uma forma de evasão ao sistema imunológico do
hospedeiro. Se o animal for caçado e devorado por um felídeo, os cistos libertam os
parasitas dentro do seu intestino, infectando o novo hóspede definitivo, (Levison, 2010).

4.1.2.3. Transmissão
A toxoplasma pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados
com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes
cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, que abriguem os cistos do
protozoário Toxoplasma, também pode ser transmitida de mãe para filho, mas não se
transmite de uma pessoa para outra apesar de que já foi constatado a transmissão por
transfusão sanguínea e transplante de órgãos de pessoas infectadas, (Levison, 2010).

4.1.2.4. Sintomatologia

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A toxoplasmose pode apresentar-se na forma de uma síndrome febril aguda com
linfadenomegalia em adultos jovens, coriorretinite ou doença congênita, quando afecta
gestantes.
De acordo com Levison (2010), os indivíduos com sistema imunológico fortalecido
podem não apresentar sintomas da toxoplasmose. Para essas pessoas, a toxoplasmose
também pode parecer similar a uma leve gripe, apresentando febre, cansaço, dores de
cabeça e no corpo, além dos linfonodos levemente inflamados.
Já os pacientes com sistema imunológico debilitado apresentam sintomas de
toxoplasmose, como:
– Dor de cabeça e garganta;
– Manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo;
– Febre;
– Confusão mental;
– Perda da coordenação motora;
– Aumento do fígado e do baço;
– Aumento dos linfonodos;
– Convulsões;
– Problemas de audição e
– Problemas na retina.

4.1.2.5. Diagnóstico clínico e laboratorial


O diagnóstico é geralmente feito com análises ao sangue para detectar a presença de
anticorpos ou da análise ao líquido amniótico para detectar o ADN do parasita. Estão
disponíveis exames rápidos para determinar se a pessoa já foi exposta anteriormente ao
parasita e, consequentemente, se está imune durante a gravidez, (Levison, 2010).

4.1.3. Entamoeba

4.1.3.1. Morfologia
De acordo com Levison (2010), há grande semelhança as espécies, por isso a distinção é
dificultada, principalmente no trofozóito a fresco, por tanto para um diagnóstico
diferencial preciso, se faz necessário a análise de vários exemplares e várias estruturas.
Assim são distintas de acordo com:
 Número e forma das inclusões citoplasmáticas;
 Tamanho do trofozóito e do cisto,

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 Número de núcleos no cisto.

I. Entamoeba histolytica
- Trofozóito de 20 a 40 mm podendo chegar a 60 mm na forma invasiva;
- Possui endo e ectocitoplasma;
- Geralmente um só núcleo;
- A fresco: pleomórfico, activo, alongado, com emissão continua a rápida de
pseudópodes;
- Pré-cisto, oval e ligeiramente arredondado e menor que o trofozóito;
- Cisto de 8 a 20 mm de diâmetro;
- Metacisto, multinucleado onde depois de divisões da origem ao trofozóito;
- Cariossoma pequeno e no centro do núcleo.

II. Entamoeba coli


- Trofozóito de 20 a 50 mm;
- Citoplasma não diferenciado em endo e ectocitoplasma;
- Núcleo de cromatina irregular e grosseira;
- Cariossoma grande e excêntrico;
- Corpos cromatóides finos.

III. Entamoeba gingivalis


- Trofozóito de 5 a 35 mm;
- Comum no tártaro dentário e processos inflamatórios da gengiva;
- Transmissão ocorre pelo contato directo (beijo).
- Não patogênica.

IV. Entamoeba hartmanni


- Trofozóitos de 7 a 12 mm;
- Cisto de 5 a 10 mm de diâmetro;
- Citoplasma diferenciado;
- A estrutura nuclear, frequentemente semelhante a E. histolytica;
- Vive como comensal na luz do intestino grosso.

4.1.3.2. Ciclo evolutivo


Trofozóito – Pré-Cisto – Cisto – Metacisto

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Em sequência, ocorrem a partir da ingestão dos cistos maduros, junto com água e
alimentos contaminados. Os cistos passam pelo estômago, resistindo à acção do suco
gástrico, chegam ao final do intestino delgado ou início do intestino grosso, onde ocorre
o descencistamento, (Melo et al. 2004).

Em seguida, o cisto sofre sucessivas divisões nucleares e citoplasmáticas, dando origem


a quatro e depois oito trofozóito, chamados de trofozóitos metacísticos. Esses
trofozóitos migram para o intestino grosso, onde se colonizam. Em geral, os trofozoítos
ficam aderidos à mucosa do intestino, vivendo como comensal, alimentando-se de
detritos e de bactérias. Sob certas circunstâncias, ainda não muito bem conhecidas,
podem desprender-se da parede intestinal, na luz do intestino grosso, principalmente no
cólon, sofrer a ação da desidratação, eliminar substâncias nutritivas presentes no
citoplasma, transformando-se em pré-cistos e, em seguida, secretam uma membrana
cística e se transformam em cistos. Os cistos são eliminados nas fezes, (Melo et. al
2004).

4.1.3.3. Caracteres diferenciais


Segundo Levison (2010), a Enatmoeba diferencia-se de acordo com o número de
núcleos dos cistos maduros ou pelo desconhecimento de cistos. Estão descritos abaixo a
espécies que podem ser encontradas no homem:
Entamoeba gingivalis – Não possui ou não são conhecidos os cistos.
Entamoeba polecki – Cisto com 1 núcleo;
Entamoeba histolytica, Entamoeba díspar, Entamoeba hartmani – Cistos com 4 núcleos;
Entamoeba coli – Cistos com 8 núcleos;
Dentre essas somente a Entamoeba histolytica é patogênica para o homem e a
Entamoeba gingivalis é a única que não vive no intestino grosso do homem.

4.1.3.4. Transmissão
Ocorre com a ingestão de cistos maduros, encontrados na água não tratada, em frutas
contaminadas mal lavadas e qualquer outro utensílio levado a boca, que esteja
contaminado pelo cisto. Há uma outra possibilidade onde insetos serviriam como pontes
e levariam as amebas para alimentos e outro, (Levison, 2010).

4.1.3.5. Sintomatologia

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A Entamoeba pode ocorrer de forma assintomática ou sintomática. O trofozoíto pode
permanecer comensal no intestino ou invadir os tecidos da parede intestinal, se alojando
no mesmo ou migrando para outros órgãos através da circulação, originando a amebíase
extra intestinal, (Melo et. al, 2004).

Na entamoeba intestinal, forma mais frequente, o indivíduo infectado apresenta colite


não disentérica, com cólicas abdominais, e períodos de diarreia (fase aguda) alternados
por fases assintomáticas com funcionamento normal do intestino (fase crônica). Em
algumas situações ocorre colite disentérica, com sintomas dispépticos exacerbados,
distensão abdominal, flatulência, cólica, mais de dez evacuações mucosanguinolentas
por dia e sensação constante de evacuar. Surgem úlceras na submucosa intestinal,
podendo causar alterações hidroeletrolíticas e desnutrição energético-proteica (Melo et
al 2004).

4.1.3.6. Diagnóstico clínico e laboratorial


No diagnóstico clínico, já que os sintomas são comuns a outros tipos de doenças,
portanto é incerto. Na grande maioria dos casos, especialmente na fase aguda, a
amebíase pode ser facilmente confundida como disenteria bacilar, salmoneloses,
síndrome de cólon irritado e esquistossomose. Porem mediante o diagnostico
laboratorial é mais preciso e tem o objectivo de encontrar cisto e/ou trofozóitos nas
fezes, este pode ser a fresco, directo ou indirecto. Outros exames como o de soro e
exsudatos podem determinar a infecção por Entamoeba histolytica, (Levison, 2010).

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5. Conclusão
Os Protozoários são seres eucariontes, ou seja, possuem núcleo celular organizado
dentro de uma carioteca, sendo a maioria heterótrofos, embora alguns sejam autótrofos,
produzem clorofila e com ela fazem a fotossíntese, e assim conseguem produzir seus
próprios alimentos.

O Plasmodium é um parasita unicelular protozoário, que infecta os eritrócitos, causando


a malária. São parasitas esporozoides das células sanguíneas. As espécies causadoras da
malária humana são quatro: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium
malariae e Plasmodium ovale. O falciparum é responsável por uma forma muito grave
de malária, outrora chamada de terçã maligna. Das mortes anuais devidas à malária,
mais de 95% são causadas pelo falciparum. O vivax causa uma doença mais branda, a
terçã benigna, que, no entanto, tem o inconveniente de retornar após ter sido
aparentemente curada e isso porque, nas células do fígado do homem infectado, podem
permanecer algumas formas em hibernação.

O gênero Entamoeba tem várias espécies; no entanto, as mais importantes no contexto


da saúde humana são: Entamoeba Histolytica e Entamoeba coli. São organismos
unicelulares que se deslocam por meio de pseudópodes. As espécies de ameba do
gênero Entamoeba apresentam-se em duas formas: o trofozoíto e o cisto.

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A Entamoeba histolytica é o agente etiológico da amebíase, um importante problema de
saúde pública que leva ao óbito, anualmente, cerca de 100.000 pessoas no mundo.

O Toxoplasma gondii é o agente etiológico da toxoplasmose, tem o gato como


hospedeiro definitivo, e o homem, suínos, caprinos, aves, animais silvestres, cães, e a
maioria dos vertebrados terrestres como hospedeiros intermediários. Os alimentos
vegetais contaminados com oocistos e os de origem animal com cistos são os maiores
responsáveis pela infecção humana e no cão. Além dos alimentos, também estão na
contaminação dos hospedeiros o solo contaminado e roedores infectados, ingeridos
parcial ou totalmente, como consequência dos hábitos carnívoros exercidos por estes
animais. Esta doença pode provocar graves lesões sistêmicas, variando de sinais
neurológicos, ósteo-musculares, respiratórios e oculares.

6. Referências Bibliográficas
ANDRADE, Maria Margarida de. (2001). Introdução à metodologia do trabalho
científico. 5. ed. São Paulo: Atlas.
CAMARGO, E. (2009). Malária, Maleita, Paludismo. Ciência e Cultura.

GOLLIN, D. (2007). Malaria: Disease Impacts and Long-Run Income Differences


(PDF). [S.l.]: Institute for the Study of Labor

LEVISON, W. (2010). Microbiologia Médica e Imunologia. 10. ed. Porto Alegre:


Artmed/ McGraw-Hill.

MELO, M.; KLEM; V., MOTA, J.; & PENNA, F. (2004). Parasitoses intestinais. Ver
Med Minas Gerais.

MUÑOZ, Susana Segura; FERNANDES, Ana Paula Morais. (2014). Principais doenças
infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas, Licenciatura
em Ciências, USP/Univesp.

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