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Terapêutica Homeopática

Brasília-DF.
Elaboração

Daniela Martins da Silva

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
HOMEOPATIA......................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
PRINCÍPIOS DA HOMEOPATIA.................................................................................................... 9

CAPÍTULO 2
HOMEOPATIA NO BRASIL E NO SUS.......................................................................................... 44

CAPÍTULO 3
FARMÁCIA HOMEOPÁTICA...................................................................................................... 50

UNIDADE II
DIAGNÓSTICO..................................................................................................................................... 54

CAPÍTULO 1
LEVANTAMENTO DE CASOS..................................................................................................... 54

CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE CASOS E ESCOLHA DO MEDICAMENTO................................................................ 63

CAPÍTULO 3
ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO............................................................. 69

UNIDADE III
PRESCRIÇÃO....................................................................................................................................... 77

CAPÍTULO 1
COMO ESCOLHER O MELHOR MEDICAMENTO....................................................................... 77

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 90

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 91
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Desde 1980, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica. Sua prática
terapêutica resume-se em curar os doentes utilizando remédios preparados em diluições
infinitesimais que produzem, no homem aparentemente sadio, sintomas similares aos
da doença que devem curar num paciente em particular.

É uma terapêutica na medicina que se empenha em compreender o aspecto pessoal


das reações do indivíduo frente a agressões e esse dentro do seu contexto. Na aplicação
terapêutica desses pressupostos, a individualidade humana é valorizada, escolhendo a
que apresente a “totalidade de sintomas característicos de cada paciente” (nos aspectos
gerais, clínicos, aspectos emocionais e psíquicos), entre mais de duas mil substâncias
experimentadas. São utilizados medicamentos distintos para cada indivíduo enfermo
para tratar um mesmo tipo de doença, uma vez que o processo diagnóstico é concentrado
no indivíduo enfermo e não na doença (NECKEL; CARMIGNAN; CREPALDI, 2010).

A disciplina de ‘Clínica e terapêutica homeopática’ tem como objetivo aprofundar o


conhecimento do aluno em homeopatia, para que possa entender melhor o fundamento
da medicina homeopática e consequentemente sua aplicação nos pacientes.
Considerando ser uma terapêutica de ação generalista, se aplica a todas as idades e não
requer tecnologia avançada.

É importante a tentativa de implantar e consolidar a homeopatia como opção de terapia


no serviço público de saúde. Assim, podemos conseguir informações importantes para
organizá-la e integrá-la de forma efetiva a outros serviços de saúde.

Os princípios que orientam a medicina como adotar práticas de prevenção para enfrentar
doenças, deixar o atendimento aos pacientes cada vez mais humanizado, construir um
método de vida mais saudável, recuperar o entendimento do conceito saúde-doença,
bem como as políticas do SUS, vêm ao encontro dos fundamentos da homeopatia.

Objetivos
»» Aprofundar o conhecimento nos princípios da homeopatia.

»» Apresentar aspectos importantes da história da homeopatia e sua


introdução no SUS.

»» Conhecer um pouco da Farmácia Homeopática.

»» Fazer análise de casos e compreender a escolha do medicamento homeopático.

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HOMEOPATIA UNIDADE I

CAPÍTULO 1
Princípios da Homeopatia

A etimologia da palavra homeopatia tem origem grega:

Figura 1.

HOMEOATIA
ÓMOIOS PÁTHOS
• MOLÉSTIA
• "SEMELHANTE" • "DOENTE"
SEMEHANTE

Fonte: própria autora.

É uma doutrina, ou sistema médico vitalista, que considera as moléstias como simples
grupos de sintomas da alteração geral da energia vital, curando-as com agentes que
produzem no corpo os grupos de sintomas semelhantes (similia similibus curantur),
os quais são usados isoladamente (remédio simples), em doses mínimas, usualmente
infinitesimais, que agem sobre a energia vital alterada por meio da sua energia curativa
posta em liberdade pelo seu modo de preparação farmacêutica ou pelos próprios
líquidos orgânicos (dinamização).

De acordo com o Dr. Nilo Cairo (2007), a Homeopatia é um sistema médico e não um
simples método de cura. Ela se baseia em certo número de princípios fundamentais tão
intrinsicamente ligados que a recusa de um deles equivale à negação do conjunto.

Os princípios fundamentais são:

»» Uma concepção vitalista da moléstia.

»» Um método para constituir a matéria médica.

»» Um princípio de indicações dos agentes terapêuticos.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

»» Um método de preparar esses agentes para uso terapêutico e administrá-


los aos doentes em doses diminutas e de um modo simples.

Do ponto de vista homeopático vitalista, o organismo do ser humano é


compreendido como uma totalidade indivisível (energética-bio-psico-social) e
considerado como único na natureza, um corpo material em que suas funções
são animadas pela energia vital. O desequilíbrio dessa força produz as sensações
desagradáveis e as manifestações do corpo físico, chamado de doença.

Quando estamos em plena saúde, nossa energia vital mantém as partes do


organismo em harmonia. Existe, então, uma definição positiva de saúde, que
está conectada ao princípio de harmonia do dinamismo vital. Portanto, na
homeopatia, de acordo com a dinâmica vital, o desequilíbrio da saúde instala-se
no homem e vai acometendo cada vez mais órgãos ou sistemas no organismo,
comprometendo funções importantes para a vida.

No início, os sintomas que se apresentam são classificados como disfunções.


Depois, evoluem para lesões leves, graves e finalizam como casos incuráveis.
A lei da cura caracteriza-se pela superficialização progressiva dos sintomas
manifestados, ou seja, pela alteração do sentido de adoecimento.
As manifestações sentidas devem obrigatoriamente se inverter, isto é, a lei
de cura se origina das categorias mais vitais para as menos vitais, seguindo
a ordem contrária de sua aparição. Ou seja, os últimos sintomas que surgem,
oriundos do aprofundamento progressivo, são os primeiros a desaparecer,
deixando ativos aqueles que vieram antes, e assim sucessivamente, até
que ao final do tratamento os sintomas mais antigos que surgiram venham
a desaparecer.

Para saber mais, leia:

PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. Saúde e defesa civil. Práticas integrativas


e complementares. 2010. Disponível em: <http://subpav.org/download/prot/
CLCPE/Prat_Integrativas/Prat_Integrativas.pdf>.

Conceitos e definições
Nesse capítulo vamos ver alguns conceitos e definições importantes apresentados na
Farmacopeia Homeopática Brasileira (ANVISA, 2011).

»» Diluição: é quando há redução da concentração do insumo ativo pela


adição de insumo inerte adequado.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

»» Dinamização: é o processo de diluições seguidas de sucussões e/ou


triturações sucessivas do insumo ativo em insumo inerte adequado.

»» Droga: matéria-prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica,


que é utilizada para preparar o medicamento homeopático.

»» Escala: é a proporção entre o insumo ativo e o insumo inerte que


é utilizada na preparação das diferentes dinamizações. As formas
farmacêuticas derivadas são preparadas segundo as escalas centesimal,
decimal e cinquenta milesimal.

»» Escala centesimal: preparada na proporção de 1/100 (uma parte do


insumo ativo em 99 partes de insumo inerte, totalizando 100 partes).

»» Escala decimal: preparada na proporção de 1/10 (uma parte do insumo


ativo em nove partes de insumo inerte, perfazendo um total de 10 partes).

»» Escala cinquenta milesimal: preparada na proporção de 1/50.000.

»» Formas farmacêuticas derivadas: são preparações oriundas do insumo


ativo obtidas por diluições em insumo inerte adequado, seguidas de sucussões
e/ou triturações sucessivas, conforme a farmacotécnica homeopática.

»» Insumo ativo: é o ponto de partida para a preparação do medicamento


homeopático, que se constitui em droga, fármaco, tintura-mãe ou forma
farmacêutica derivada.

»» Insumo inerte: substância utilizada como veículo ou excipiente para a


preparação dos medicamentos homeopáticos.

»» Matriz: insumo ativo de estoque para a preparação dos medicamentos


homeopáticos ou formas farmacêuticas derivadas.

»» Medicamento homeopático: é toda forma farmacêutica de dispensação


ministrada segundo o princípio da semelhança e/ou da identidade, com
finalidade curativa e/ou preventiva. É obtido pela técnica de dinamização
e utilizado para uso interno ou externo.

»» Medicamento homeopático composto: é preparado a partir de dois


ou mais insumos ativos.

»» Medicamento homeopático de componente único: é preparado a


partir de um só insumo ativo.

»» Potência: é a indicação quantitativa do número de dinamizações que


uma matriz ou medicamento homeopático receberam.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

»» Sucussão: processo manual que consiste no movimento vigoroso e


ritmado do antebraço, contra anteparo semirrígido, do insumo ativo,
dissolvido em insumo inerte adequado. Pode ser também realizado de
forma automatizada, desde que simule o processo manual.

»» Tintura-mãe: é preparação líquida resultante da ação de líquido extrator


adequado sobre uma determinada droga de origem animal ou vegetal.

»» Trituração: consiste na redução do insumo ativo a partículas menores


por meio de processo automatizado ou manual, utilizando lactose como
insumo inerte, visando dinamizá-lo.

Nomenclatura, nomes abreviados,


abreviaturas, símbolos e sinonímia

Nomenclatura

Os medicamentos homeopáticos foram nomeados seguindo as normas científicas e


as regras dos códigos internacionais de nomenclatura botânica, zoológica, biológica,
química e farmacêutica, dessa forma surgiram os “Nomes Homeopáticos” consagrados
pelo uso, encontrados em farmacopeias, matérias médicas, repertórios ou obras
científicas reconhecidas pela homeopatia.

Na nomenclatura botânica, zoológica e biológica, o gênero se escreve com a primeira


letra maiúscula e a espécie com letras minúsculas. E deve ser escrito em itálico ou
sublinhado.

Exemplos:

Chelidonium majus.

Digitalis purpurea.

Lycopodium clavatum.

É opcional usar somente o nome da espécie sem precisar colocar o do gênero.

Exemplos:

Belladona, no lugar de Atropa belladona.

Nux vomica, no lugar de Strychnos nux vomica.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Quando a espécie é pouco usada, devemos citar o nome completo, com por exemplo:

Aconitum ferox, a fim de diferenciá-la de Aconitum napellus.

Clematis erecta, a fim de diferenciá-la de Clematis vitalba.

Crotalus horridus, a fim de diferenciá-la de Crotalus terrificus.

Dioscorea petrea, a fim de diferenciá-la de Dioscorea villosa.

Eupatorium purpureum, a fim de diferenciá-la de Eupatorium perfoliatum.

Lobelia inflata, a fim de diferenciá-la de Lobelia purpurea.

Quando o medicamento for de origem química, é permitido utilizar, além do nome científico
oficial, aquelas designações consagradas pelo uso na homeopatia.

Exemplos:

»» Barium e seus compostos - Baryta e seus compostos.

»» Bromum e seus compostos - Bromium e seus compostos.

»» Calcium e seus compostos - Calcarea e seus compostos.

»» Kalium e seus compostos - Kali e seus compostos.

»» Iodum e seus compostos - Iodium e seus compostos.

»» Magnesium e seus compostos - Magnesia e seus compostos.

»» Natrium e seus compostos - Natrum e seus compostos.

»» Sulfur e seus compostos - Sulphur e seus compostos.

Em relação aos medicamentos químicos, ácidos e sais, de natureza orgânica ou inorgânica,


é permitida, além da designação química oficial, aquela consagrada pelo uso homeopático,
escrevendo, em primeiro lugar, de preferência, o nome do elemento ou do íon de valência
positiva e, em segundo lugar, o de valência negativa.

Exemplos.

»» Acidum muriaticum ou Muriatis acidum.

»» Acidum sulfuricum ou Sulphuris acidum.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Nomes abreviados

O uso de nome abreviado do medicamento pode prejudicar a compreensão do receituário,


assim o emprego de abreviaturas arbitrárias é proibido pela legislação farmacêutica
brasileira.

Exemplos de notações que podem ser confusas:

Arsenic. sulf.

»» Arsenicum sulfuratum flavum = Arsenic. sulf. flav = Sulfeto de arsênio


= As2S3

»» Arsenicum sulfuratum rubrum = Arsenic. sulf. rub. = Bissulfeto de


arsênio = As2S2

Kali chlor.

»» Kalium chloratum = Kali chloratil = Clorato de potássio = KClO3

»» Kalium chloricum = Kali chloric. = Cloreto de potássio = KCl

Exemplos de notações corretas:

»» Aconitum napellus ou Aconitum - Acon. ou Aconit.

»» Atropa belladona ou Belladona - Bell. ou Bellad.

»» Mercurius solubilis - Merc. sol. ou Mercur. sol.

»» Mercurius sublimatus corrosivus - Merc. corr.

»» Solanum dulcamara ou Dulcamara - Dulc. ou Dulcam.

Abreviaturas e símbolos

Seguem algumas abreviaturas e símbolos importantes, utilizados na área homeopática,


de acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira (BRASIL, 2011).

»» Comprimido = comp.

»» Diluição = dil.

»» Dinamização = din.

»» Escala centesimal preparada segundo o método hahnemanniano = CH.

»» Escala cinquenta milesimal = LM.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

»» Escala decimal de Hering preparada segundo o método hahnemanniano


= DH.

»» Farmacopeia Brasileira = FB.

»» Farmacopeia Homeopática Brasileira = FHB.

»» Forma farmacêutica básica, Tintura-mãe = Tint. mãe, TM.

»» Glóbulo = glob.

»» Método de fluxo contínuo = FC.

»» Método Korsakoviano = K.

»» Microglóbulo = mcglob.

»» Partes iguais = ana = ãã.

»» Pastilha = past.

»» Quantidade suficiente = qs.

»» Quantidade suficiente para = qsp.

»» Resíduo seco tintura-mãe = r.s.

»» Resíduo sólido de vegetal fresco = r.sol.

»» Solução = sol.

»» Tablete = tabl.

»» Título alcoólico da tintura-mãe = tit.alc.

»» Trituração = trit.

Sinonímia

O emprego dos sinônimos deve ser restringido aos constantes de obras consagradas na
literatura científica.

Exemplos:

Apisinum = Apis vírus.

Arsenicum album = Metallum album.

Blatta orientalis = Periplaneta orientalis.

Bryonia alba = Vitis alba.


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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Calcarea carbonica = Calcarea ostrearum, Calcarea osthreica.

Chamomilla = Matricaria.

Glonoinum = Trinitrinum.

Graphites = Carbo mineralis.

Hydrastis canadensis = Warneria canadensis.

Ipeca ou Radix = Cephaelis ipecacuanha.

Lycopodium = Muscus clavatus.

Mercurius sulf. ruber = Cinnabaris.

Nux vomica = Colubrina.

Pulsatilla = Anemone pratensis.

Rus toxicocodendron = Vitis canadensis.

Secale cornutum = Claviceps purpurea.

Sterculla acuminata = Kola, Cola.

Sulphur = Flavum depuratum.

Thuya occidentalis = Arbor vitae.

Medicamentos que se apresentam com denominação de sinônimos arbitrários, que não


constam nas obras citadas anteriormente, bem como o uso de código, sigla, número
e/ou nome arbitrário não são permitidos.

Alguns medicamentos homeopáticos


muito utilizados e suas origens
Figura 2. Acidum phosphoricum.

Fonte: <http://vivahealthystore.com/product/phosphoricum-acidum/>.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Figura 3. Aconitum napellus.

Fonte: <https://www.ballyrobertgardens.com/products/aconitum-napellus>.

Figura 4. Agaricus muscarius.

Fonte: <http://homeoguide.us/agaricus-muscarius/>.

Figura 5. Ambra grisea.

Fonte: <http://sremedy.com/product/ambra-grisea/>.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura 6. Apis melifica.

Fonte: <http://www.wisegeek.com/what-are-the-medical-uses-of-apis-mellifica.htm#didyouknowout>.

Figura 7. Argentum nitricum.

Fonte: <http://www.homeopathyforbetterhealth.com/blog/archives/05-2013>.

Figura 8. Arnica montana.

Fonte: <https://drnancymalik.wordpress.com/2014/07/08/arnica-montana/>.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Figura 9. Belladonna.

Fonte: <http://herbalthera.com/belladonna-medicinal-properties-of-a-plant-and-recipes-of-preparation-of-a-belladonna/>.

Figura 10. Calcarea carbônica.

Fonte: <http://www.laltramedicina.it/omeopatia/440-calcarea-carbonica-il-rimedio-dell-ostrica.html>.

Figura 11. Coffea cruda.

Fonte: <https://www.remedia-homeopathy.com/en/coffea-cruda/a200322>.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura 12. Hamamelis virginiana.

Fonte: <http://www.weleda.lv/no-dabas/sastavdalu-vardnica/w/witch-hazel-distillate-hamamelis-virginiana-distillate>.

Figura 13. Hepar sulphur.

Fonte: <http://www.tuhomeopatia.com/hepar-sulphur/>.

Figura 14. Ignatia amara.

Fonte: <https://www.homeopathicremediesblog.com/remedies/ignatia/>.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Figura 15. Iris versicolor.

Fonte: <https://gardengoodsdirect.com/product/iris-versicolor/>.

Figura 16. Kali bichromicum.

Fonte: <http://vivahealthystore.com/product/kali-bichromicum/>.

Figura 17. Lachesis mutus.

Fonte: <https://www.helios.co.uk/shop/lachesis>.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura18. Lycopodium clavatum.

Fonte: <https://www.homeopathicremediesblog.com/remedies/lycopodium-clavatum/>.

Figura 19. Mercurius solubilis.

Fonte: <http://www.ihjtkent.org.br/mercuriussolubilis.html>.

Figura 20. Natrum muriaticum.

Fonte: <https://homeopathyplus.com/know-your-remedies-natrum-muriaticum-nat-m/>.

22
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Figura 21. Nux vômica.

Fonte: <https://homeopathy360.com/2017/09/01/a-treatise-nux-vomica/>.

Figura 22. Phosphorus.

15 30.974

P
PHOSPHORUS

Fonte: <https://ecoactivo.com/homeopatia/phosphorus>.

Figura 23. Psorinum.

Fonte: <http://www.knowhomeopathy.com/aa/psorinum.php>.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura 24. Pulsatilla.

Fonte: <http://www.drbruceshelton.com/pulsatilla>.

Figura 25. Silicea.

Fonte: <http://www.tuhomeopatia.com/silicea/>.

Figura 26. Staphylococcinum.

Fonte: http://ilovehomoeopathy.com/staphylococcinum/>.

24
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Figura 27. Staphysagria.

Fonte: <http://ilovehomoeopathy.com/staphysagria/>.

Figura 28. Sulphur.

Fonte: <http://homeopathy-forall.blogspot.com.br/2013/02/sulphur-homeopathy.html>.

Figura 29. Thuya occidentalis.

Fonte: <http://homeopatia-salud.blogspot.com.br/2012/12/pomadas-y-tinturas-para-uso-externo.html>.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura 30. Urtica urens.

Fonte: <https://homeopathyplus.com/know-your-remedies-urtica-urens-urt-u/>.

Figura 31. Valeriana officinalis.

Fonte: <https://www.suplementosbrasil.org/saude/valeriana/>.

Figura 32. Vanadium metallicum.

Fonte: <http://www.materium.es/?prod=vanadium-metalicum>.

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Figura 33. Allium Cepa.

Fonte: <http://www.knowhomeopathy.com/aa/allium_cepa.php>.

Figura 34. Dulcamara.

Fonte: <https://www.helios.co.uk/shop/dulcamara>.

Figura 35. Bryonia alba.

Fonte: <https://www.homeopathicremediesblog.com/remedies/bryonia/>.

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UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura 36. Arsenicum Album.

Fonte: <https://www.homeopathicremediesblog.com/remedies/arsenicum-album/>.

Na história, existem relatos de que chineses e hindus, na antiguidade, já utilizavam


medicamentos que produziam sintomas semelhantes às suas enfermidades para tratamento
das enfermidades (CRF, 2016).

Quadro 1. Evolução dos princípios terapêuticos.

Médico Período Princípios terapêuticos

Pai da Medicina.
Determinou o método de sinais e sintomas. Defendia a ideia de que os tratamentos deveriam se
basear em 2 princípios:
»» a lei das semelhanças;

Hipócrates 460-350 a.C. »» a lei dos contrários.


Seguia 3 princípios básicos:
»» Natura medicatrix,
»» Contraria contrarilis,
»» Similia similibus.
Consolidou a ideia de Hipócrates da cura pelos contrários e fundamentou a classificação das
doenças e dos agentes medicinais em 4 itens:
»» frio,
»» quente,
»» úmido,

Galeno 129-199 d.C. »» seco.


Dizia que a doença era um desequilíbrio entre os 4 humores do organismo:
»» sangue,
»» fleuma,
»» bílis amarela,
»» bílis negra.

28
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Médico Período Princípios terapêuticos

Avicena 980-1037 d.C. Escreveu vários tratados de medicina em acordo com as ideias de Galeno e Hipócrates.
Considerava o ser humano como um todo integrado e harmônico, formado por mente e corpo.
Era contrário a ideia da cura pelos contrários e achava que as doenças poderiam ser tratadas
Paracelso 1493-1591 d.C.
pelos semelhantes (Similia Similibus Curentur) e introduziu o conceito de dosagem.
Outro conceito importante criado por Paracelso foi a Lei das assinaturas.
Criador da Homeopatia.
Hahnemann 1755-1843 d.C.
Embasou uma nova forma de tratamento fundamentada na cura pelos semelhantes.

Fonte: própria autora.

Se quiser saber mais sobre a evolução histórica da terapêutica medicinal, leia o


artigo:

CORRÊA, A. D.; SIQUEIRA-BATISTA, R.; QUINTAS, L. E. M. Similia Similibus Curentur:


notação histórica da medicina homeopática. Revista da Associação Médica
Brasileira, 1997, vol. 43, no 4, pp. 347-351. Disponível em: <http://www.scielo.
br/pdf/ramb/v43n4/2026.pdf>.

Resumo da terapêutica de Hahnemann


»» Sistema médico de base vitalista.

»» Lei de semelhança - práticas por meio da experimentação no homem


são.

»» Propôs curar nos doentes os sintomas que eram manifestados quando


a energia vital estava desequilibrada, pelo princípio de similitude, com
os medicamentos que já haviam sido experimentados.

»» Conseguiu estruturar um modelo experimental que indicou o poder


curativo dos medicamentos.

»» Através do programa de registros das experimentações, juntamente


com seus seguidores, comprovou o efeito de cem substâncias.

»» Patogenesia foi o nome dado ao conjunto de sintomas desencadeados


pelas substâncias em experimentadores sãos. Esses sintomas eram
descritos de forma minuciosa e classificados como físicos, mentais e
sensações.

Coube ao médico alemão Hahnemann finalmente determinar as bases científicas e práticas


da homeopatia, que foram anunciadas por Hipócrates, iniciando a experimentação dos
medicamentos em pessoas sadias e a produção do medicamento dinamizado (diluição
29
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

e depois agitação), assim como a elaboração de matérias médicas confrontando as


propriedades efetivas dos medicamentos com os sintomas que são produzidos pelas
drogas experimentadas (englobando todos os sintomas, desde os mentais até os físicos,
com destaque para os sintomas raros e peculiares que surgiam nas experimentações).
Era muito importante uma anamnese feita sem pressa e com muito cuidado, exigindo uma
anotação por escrito de cada caso em particular. Divergia dos métodos convencionais de
cura, originados na medicina galênica, que ele achava muito teórica.

Para aprimorar uma medicina de base experimental, Hahnemann, em 1796, publicou


no Jornal de Medicina Prática (dirigido por Christoph Wilhelm Friedrich Hufeland),
um “Ensaio sobre um novo princípio para encontrar as propriedades curativas das
substâncias medicinais, onde havia um resumo de reflexões sobre os princípios aceitos
até nossos dias”, no qual escreveu:

Para aprofundar o conhecimento dos medicamentos, para adaptá-los


aos males, deve-se confiar o menos possível no acaso, mas proceder
sempre racionalmente (...) só nos resta, por conseguinte, experimentar
no organismo humano os medicamentos de que se deseje conhecer o
poder medicinal.

Um médico que deseja aperfeiçoar de forma verdadeira sua arte deve firmar sua atenção
em dois pontos importantes:

»» Quais os efeitos simples que são produzidos em decorrência do uso de uma


substância que foi tomada de forma individual no organismo humano?

»» Qual é o resultado das observações de seus efeitos em tal ou qual doença


considerada simples ou complicada?

Sabe-se que, para ajudar a família, Hahnemann se dedicava a tradução de obras


diversas, pois conhecia vários idiomas. E ao traduzi uma obra de William Cullen, um
fisiologista bem importante naquela época, surpreendeu-se com a afirmação do autor
de que as propriedades amargas e adstringentes da quina, que contém quinino, eram
responsáveis por sua eficácia no tratamento da malária.

Hahnemann provou que Cullen estava errado, preparando uma mistura ainda mais
amarga e adstringente que era inócua contra a malária. E decidiu testar os efeitos
fisiológicos da quina tomando ele próprio pequenas doses. Seu corpo acabou reagindo
à droga. Para sua surpresa, ele apresentou sintomas muito parecidos aos da malária,
assim imaginou, que o poder de cura da quina era o resultado de sua capacidade de
criar sintomas semelhantes aos da doença.

30
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Ao estudar o registro de envenenamentos acidentais por outros medicamentos usados


naquela época como mercúrio, arsênico, beladona e nitrato de prata, e testando alguns
venenos em si mesmo e em outras pessoas, ele descobriu que em doses elevadas, os tais
medicamentos causavam sintomas semelhantes aos das enfermidades contra as quais
eram usados.

O mercúrio, usado no tratamento de sífilis, podia causar úlceras semelhantes às provocadas


pela sífilis. O arsênico e a beladona eram tidos como capazes de produzir certos tipos
de febre e prescritos como medicamentos contra febres. O nitrato de prata, aplicado em
inflamações do olho, causava severa irritação e corrimento nos olhos.

No livro “O Organon da arte de curar” e no livro “Doenças crônicas”, Samuel


Hahnemann organizou seus princípios doutrinários e terapêuticos voltados à
homeopatia.

O médico homeopata Francisco Eratóstenes da Silva, escreveu o livro “O organon


da arte de curar, em escrito menores” que é um resumo da obra de Hahnemann
e está disponível na internet, no link: <http://www.cesaho.com.br/biblioteca_
virtual/arquivos/arquivo_178_cesaho.pdf>.

Princípio da similitude
Hahnemann cunhou a frase latina similia similibus curentur (os semelhantes são
curados pelos semelhantes) para explicar sua descoberta de que as substâncias em
doses pequenas estimulam o organismo a curar o que causam em doses elevadas.
Como já descrito no início da Unidade I, ele chamou de homeopatia, pois deriva de
radicais gregos: hómoios e páthos. Esse princípio, conhecido como “lei da similitude ou
semelhança”, estabelece que qualquer substância que possa causar sintomas quando
administrada a pessoas saudáveis pode ajudar a curar as que estão experimentando
sintomas semelhantes.

Como apresentado no quadro 1, a lei da similitude foi usada ao longo da história e


em vários lugares no mundo, no tratamento médico ou fora dele. No século 4 a.C.,
Hipócrates, médico grego, escreveu: “Pelo qual a doença é causada e pela aplicação do
igual é curada”.

Paracelso, famoso médico alquimista Suíço, do século 15, usava a lei da similitude
extensivamente em sua prática e em seus escritos. Afirmou: “Reúna as ervas de igual
anatomia e enfermidades de igual anatomia na mesma ordem. Essa analogia lhe dará a
compreensão de como deverá curar” (CUMMINGS; ULLMAN, 1999).

31
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

O conceito de similia também encontra aplicação na medicina convencional. Desde o


tempo de Edward Jenner (1749-1823) são usadas doses pequenas de agentes que
causam enfermidades para imunizar os pacientes contra doenças. A radiação é usada
no tratamento de câncer. A Ritalina, anfetamina com efeito estimulante, é usada para
tratar crianças hiperativas.

No livro “Ensaio sobre um novo princípio para se averiguar o poder curativo das
drogas”, em 1796, Hahnemann relata as propriedades farmacológicas de um
grande número de substâncias medicamentosas usadas na época e justifica o
princípio da similitude.

Saiba mais, lendo o artigo:

TEIXEIRA, M. Z. Homeopatia: ciência, filosofia e arte de curar. Revista de Medicina,


2006, vol. 85, no 2, pp. 30-43. Disponível em: <http://www.bvshomeopatia.org.
br/texto/artigoHo.rev.med.zulian06852.pdf>.

A verificação de Hahnemann de que uma substância é capaz de imitar os sintomas de


uma pessoa doente e pode ajudar na cura do paciente, induziu a uma compreensão
dos sintomas. Em vez de fazer como a maioria, que vê os sintomas como respostas
impróprias e mórbidas do corpo e que precisam ser tratadas, controladas e eliminadas,
ele compreendeu que os sintomas são respostas positivas, adaptações a uma variedade
de tensões pelas quais o corpo passa.

Os sintomas indicam o maior esforço do corpo para se curar. Dessa forma, as terapias
deveriam estimular as defesas do corpo a completar o processo de cura em vez de
eliminar os sintomas.

Existe uma frase latina que diz “vis medicatrix naturae”, que significa, “o poder de cura
da natureza”. Ela se refere justamente à capacidade dinâmica e poderosa do organismo
humano de se proteger e curar.

Hoje, esse pensamento é bem aceito por muitos profissionais da saúde. E essa linha de
pensamento leva a crer que os sintomas não são a doença. Os sintomas acompanham
a doença. Os sintomas são um indicativo de doença. Mas tratar os sintomas é como
matar o mensageiro por trazer notícias ruins. Na verdade, tratar os sintomas pode
suprimir as respostas naturais do corpo e inibir o processo de cura (CUMMINGS;
ULLMAN, 1999).

Quando administramos, aos indivíduos doentes, substâncias que promovem sintomas


semelhantes nos sadios ocorre um estímulo da homeostasia, isto é, o organismo vai
reagir contra os seus próprios sintomas em busca do equilíbrio.

32
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Esse princípio é contrário ao efeito dos medicamentos tradicionais que promovem um


efeito antagônico aos sintomas, são os medicamentos conhecidos como alopáticos.
A alopatia é um modelo muito aceito na atualidade, pois é um sistema que funciona
de forma rápida e precisa, é comprovada através de experimentos e ensaios clínicos
e atende à necessidade de cura imediatista e aparente. Promove efeito antagônico
para curar, porém também pode gerar o que chamamos de “efeito rebote” ou
“reação paradoxal”.

Por exemplo, medicamentos usados para tratamento de angina como o Anlodipino,


que tem como mecanismo de ação o bloqueio dos canais de cálcio, promovem melhora
da angina como efeito primário, porém, ao suspender o fármaco em questão ou após
uso irregular, pode ocorrer um efeito rebote do organismo e assim o paciente vai sentir
dor torácica, tanto na intensidade como na frequência, e em alguns casos pode não
responder a qualquer tratamento.

Outro grupo de medicamentos que podemos citar como exemplo, seria o usado para
controle da hipertensão arterial como beta-bloqueadores, inibidores da ECA ou
nitroprussiato de sódio, que causam uma hipertensão rebote, como reação secundária
do organismo ao estímulo primário.

Já os medicamentos usados em psiquiatria, como hipnóticos-sedativos, estimulantes


do SNC e antidepressivos, podem promover sintomas contrários ao esperado no início
do tratamento, podendo exacerbar mais o quadro clínico.

Várias pesquisas realizadas com ultradiluições de substâncias tóxicas como mercúrio,


chumbo, arsênico, cobre e outros, tanto in vivo como in vitro, com o objetivo de
estimular uma reação homeostática, apresentaram resultados positivos e indicaram
um possível uso dessas ultradiluições para proteção contra intoxicações.

Experimentação no indivíduo sadio


A maioria dos estudos clínicos com drogas conduzidos por pesquisadores médicos era
realizada em pessoas doentes, em animais ou em laboratórios.

Hahnemann foi o primeiro a recomendar a administração de drogas medicinais às


pessoas saudáveis para avaliar suas características fisiológicas e assim contribuiu
bastante com a ciência médica.

Essas experiências chamadas de provas constituem-se na administração diária à pessoa


de pequenas doses da substância pura até trazer à tona os sintomas. A dose usada é
muito pequena e é escolhida de acordo com as especificações das propriedades tóxicas

33
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

do medicamento potencial. São feitas observações cuidadosas e registros dos sintomas


que ocorrem. Cada substância cria uma variedade de sintomas físicos, emocionais e
mentais peculiares à referida substância.

Inicialmente, Hahnemann usou em suas provas principalmente ervas e metais


pesados como o mercúrio e o arsênico, que eram as drogas empregadas pelos médicos
tradicionais da época. Depois ele passou a testar várias ervas usadas na medicina
tradicional europeia, e desde então outros homeopatas têm provado medicamentos
à base de ervas de muitas regiões, além de muitas outras substâncias derivadas de
minerais e animais.

As provas homeopáticas servem como base experimental para a compreensão dos


sintomas que uma substância produz e assim, de acordo com a lei das semelhanças, o
que pode curar. As provas são importantes, pois com elas o médico pode individualizar
a escolha de um medicamento de acordo com a totalidade dos sintomas do paciente.

Os registros dos sintomas produzidos durante as provas são compilados detalhadamente


em livros de referência, conhecidos como matéria médica.

Matéria médica é um termo de origem latina que quer dizer “matérias-primas


dos medicamentos”

É uma relação dos medicamentos usados na homeopatia e descreve em detalhes


os sintomas psicológicos e físicos específicos de cada medicamento.

Já, os repertórios catalogam milhares de sintomas e são índices para a informação


encontrada na matéria médica. Abaixo de cada sintoma listado encontram-se
todos os medicamentos homeopáticos pertinentes, os medicamentos capazes
de causar os sintomas que, portanto, podem ser indicados no tratamento de
uma pessoa com aqueles sintomas.

Hahnmann, através das provas homeopáticas, descobriu que as substâncias provocavam


sintomas comuns como: febre, diarreia, tosse, inquietação, irritabilidade entre outros.

Além disso, cada um promovia um padrão geral particular de mudança fisiológica e


psicológica. Assim, ele determinou a necessidade de fazer coincidir o padrão geral
dos sintomas tóxicos de uma substância com os sintomas particulares de cada pessoa
doente para efetuar a cura.

A anamnese realizada pelos homeopatas sempre leva em consideração a pessoa


em sua totalidade.

34
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Fazer coincidir somente alguns sintomas comuns ou medicamentos prescritos


rotineiramente não era eficaz como, por exemplo, dar quina a todas as pessoas
com malária.

Em Homeopatia, o termo ‘sintoma’ abrange o físico e o psicológico, o óbvio e o


sutil, o comum e o incomum.

Se o paciente apresentar um sintoma principal que esteja causando muito


desconforto, o homeopata também vai precisar avaliar todos os outros sintomas
físicos e psicológicos.

Vai avaliar também:

»» estados emocionais característicos,

»» mudança no nível de energia da pessoa,

»» sensibilidade ao calor ou ao frio.

Todos os outros fatores devem ser considerados.

O homeopata vai estudar minuciosamente os sintomas, porém, não vai tratar os


sintomas. Pois nenhum órgão fica doente sem afetar o todo. Os sintomas fazem parte
do esforço do corpo para curar-se. Assim, os sintomas vão conduzir o homeopata ao
medicamento que melhor poderá estimular as defesas desse paciente.

Assim como nenhuma parte do corpo fica doente sozinha, os diversos sintomas
recorrentes que as pessoas experimentam ao longo da vida, são resultado de uma
fraqueza constitucional pessoal.

As fraquezas constitucionais ou suscetibilidades serão melhor tratadas quando os sintomas


manifestos de maneira evidente forem crônicos ou erupções agudas de um problema
reincidente. Essa forma de abordagem é chamada de homeopatia constitucional,
crônica ou de remédio de fundo.

Normalmente, os sintomas mais pronunciados de uma enfermidade aguda são a


resposta do corpo a um conjunto específico de tensões agudas como infecção, tensão
psicológica, exposições a situações climáticas extremas, substâncias tóxicas, falta de
sono, entre outros.

Nas enfermidades agudas, o corpo prepara uma defesa de cura contra essas tensões
agudas e direciona a maior parte de seus recursos regeneradores a esse trabalho.

35
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

O medicamento único
Quando o paciente é tratado seguindo o princípio básico da homeopatia clássica,
o homeopata não prescreve um medicamento para a enxaqueca e outro para dor de
estômago, mas é indicado um único medicamento de cada vez.

Uma vantagem em utilizar um único medicamento de cada vez, é que tanto o médico
como o paciente conhecerão os efeitos do tratamento.

Número mínimo de doses


Outro preceito importante na homeopatia é o princípio do número mínimo de doses.
Hahnemann acreditava na importância desse princípio, pois achava que o potencial
de cura inerente de um indivíduo é tão intenso que apenas um pequeno incentivo é
suficiente para iniciar o processo de cura.

Não só Hahnemann, mas outros homeopatas afirmaram que, a partir do momento que
o processo de cura inicia, o ideal é não fazer nada além de deixar o processo continuar
naturalmente.

Novas doses podem ser necessárias no futuro, mas os homeopatas clássicos são
inflexíveis quanto a não prescrever nenhum outro medicamento ou doses até que o
primeiro tenha completado sua ação.

Se for considerado o fato de que o medicamento age como um catalisador junto às


defesas do organismo, não é necessária a repetição ininterrupta.

A dose potencializada ou dinamização


O processo de potencialização foi desenvolvido após anos de estudos rigorosos, e
descobriu-se, assim, um método para diluir as substâncias que minimizava as
propriedades tóxicas e ao mesmo tempo aumentava o potencial para curar.

Potencialização: processo de diluição sucessiva.

Método – Medicamento solúvel:

»» Uma parte será diluída em 99 partes de água ou álcool.

»» O composto será vigorosamente misturado, batendo-se o recipiente


contra uma superfície firme.

36
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Método – Medicamento insolúvel:

»» A substância deverá ser moída até ficar bem fina ou triturada, nas
mesmas proporções com lactose pulverizada (açúcar de leite).

»» Uma parte do medicamento diluído é diluída novamente da mesma


maneira.

»» O processo se repete quantas vezes forem necessárias para se alcançar


a força de diluição final desejada.

»» As forças mais comuns são diluídas em geral 3, 6, 30, 200, 1.000, 10.000,
50.000 ou 100.000 vezes.

Tabela 1. Escala de diluições.

Diluição Potência Como é rotulado


1/10 Escala decimal 6DH, 30DH etc.

1/100 Escala centesimal 6CH, 30CH etc.

1/50000 Escala cinquenta milesimal 1LM, 2LM etc.

Fonte: própria autora.

A potencialização não é a mesma coisa que uma diluição. Os homeopatas comprovaram


que os medicamentos não funcionam se forem somente diluídos repetidamente sem
serem batidos fortemente ou se forem apenas diluídos em grandes quantidades de
líquidos. Também não vão funcionar se forem somente batidos fortemente. A combinação
da diluição com as batidas vigorosas é que tornam o medicamento eficiente, quando os
sintomas do medicamento são semelhantes aos da pessoa doente.

Quanto mais o medicamento for diluído, maior será sua potência.

Os homeopatas comprovaram que, geralmente, quanto mais uma substância for


potencializada, mais profundamente vai agir, além de atuar por mais tempo e
assim um número menor de doses será necessário para o tratamento.

Porém, todas as potências terão uma finalidade e uma forma correta de utilização.
E deve ser advertido que as potências mais altas, somente deverão ser utilizadas
de forma criteriosa, os leigos e estudantes novatos, não devem utilizar potências
mais altas que 30CH.

Embora estudos realizados no mundo todo e por diversos pesquisadores já comprovaram


o efeito do tratamento homeopático, inclusive em doenças graves, ainda existe o mito
do efeito placebo e aqueles que acreditam que em potências acima de 12CH, não vão

37
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

promover nenhum efeito bioquímico, visto que não acreditam que alguma molécula da
substância original tenha permanecido.

Para saber mais sobre as evidências científicas em Homeopatia, leia a


Revista de Homeopatia publicada pela Associação Paulista de Homeopatia,
disponível no link: <http://www.bvshomeopatia.org.br/revista/Revista
HomeopatiaAPHano2017VOL80Supl1-2.pdf>.

Medicamento homeopático na forma líquida


A farmacotécnica homeopática será bem explicada em outra disciplina, porém, vamos
ver rapidamente alguns aspectos importantes para melhor compreensão desse tópico.

Para manipulação do medicamento homeopático na forma líquida, devemos separar


a matéria-prima a ser utilizada e conferir a validade descrita no seu rótulo (quando
medicamento em gotas 1 potência anterior à solicitada, porém quando dose única
separar a mesma potência).

Tabela 2. Medidas necessárias para preparação de solução em gotas para escalas CH e FC.

Qt. Etanol Qt (ml/gts) do


Qt (ml/gts)
Vidro a ser utilizado medicamento CH Vidro p/
30% método CH e medicamento CH e
na manipulação e FC (conta gotas dispensação
FC (#) FC (cânula vidro)
plástico)

15 ml 10ml 0,1ml/2gts 0,1ml/4gts 15ml (**)

30 ml 20ml 0,2ml/4gts 0,2ml/8gts 20ml

50 ml 30ml 0,3ml/6gts 0,3ml/12gts 30ml

Fonte: própria autora.

Tabela 3. Medidas necessárias para preparação de solução em gotas para escala DH.

Qt (ml/gts) Qt (ml/gts)
Vidro a ser utilizado Qt Etanol 30% (*) Vidro p/
medicamento DH medicamento DH
na manipulação método DH dispensação
(cânula vd) (conta gotas plast)
15 ml 9ml 1ml/20gts 1ml/40gts 15ml (**)

30 ml 18ml 2ml/40gts 2ml/80gts 20ml

50 ml 27ml 3ml/60gts 3ml/120gts 30ml

(*) A concentração do etanol pode variar quando o ponto de partida for a tintura-mãe. Nesse caso, leve em consideração o teor da tintura utilizado, para
os medicamentos até as potências 3CH e 6DH.
(**) Esse vidro é utilizado apenas para o estoque das matérias-primas.
(#) A concentração do álcool pode variar de acordo com a prescrição médica ou a pedido do cliente.

Fonte: própria autora.

38
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Todo o medicamento homeopático líquido, após ser diluído conforme as tabelas acima,
deve ser sucussionados 100 vezes.

Podem ser utilizadas duas técnicas:

»» Manual: por meio de movimentos:

›› contínuos;

›› ritmados;

›› verticais, em ângulo de 90º, de modo que produza choque com o fundo


do frasco, contra um anteparo semirrígido como uma almofada.

»» Mecânica: por meio de dinamizador.

Após o preparo e envase do medicamento, o mesmo deverá ser rotulado e identificado.

Quando existir mais de um componente, preparar separadamente cada medicamento


num volume apropriado, após misturá-lo em partes iguais em um vidro, com capacidade
para tal e dispensar a mistura na quantidade solicitada.

Quadro 2. Modelo 1 de fórmula com mais de um componente.

Belladona 6CH aa 30ml


Phytolacca 6CH
Misturar 30ml de cada medicamento obtendo-se o volume final de 60ml

Fonte: própria autora.

Quadro 3. Modelo 2 de fórmula com mais de um componente.

Belladona 6CH aa qsp 30ml


Phytolacca 6CH
Misturar 15ml de cada medicamento de modo a obter volume final de 30ml

Fonte: própria autora.

Quadro 4. Modelo 3 de fórmula com mais de um componente.

Belladona 6CH 1%
Phytolacca 6CH 2%
Solução hidroalcoólica a 30% qsp 30ml
Misturar 0,3ml (1%) Belladona 6CH com 0,6ml (2%) Phytolacca 6CH e completar com álcool 30% qsp

Fonte: própria autora.

39
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Figura 37. Medicamento homeopático na forma líquida.

Fonte: <http://www.homeomed.com.br/drsaude/category/homeopatia/>.

Doses únicas
As doses únicas são preparações que devem ser tomadas de uma única vez e são
preparadas de acordo com a solicitação médica. Elas são expressas por algarismos
romanos e cardinais, quando vier como dose única sem especificação ou ainda expressa
apenas por algarismos cardinais seguidos de ml.

Modelos de preparação de doses únicas

Solicitação médica: XX/10 (1 comprimido)


Quantidade de matéria-prima utilizada: XX = 20 gotas
Quantidade de água destilada utilizada: 10 ml.
Vidro para dispensação: 15 ml.

Solicitação médica: IV/2 (1 comprimido)


Quantidade de matéria-prima utilizada: IV = 4 gotas
Quantidade de água destilada utilizada: 2 ml
Vidro para dispensação: flaconete 5 ml

Solicitação médica: D.U.


Quantidade de matéria-prima utilizada: 4 gotas
Quantidade de ETDH 30%: 2 ml
Vidro para dispensação: flaconete 5 ml

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HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Solicitação médica: tomar de uma única vez


Quantidade de matéria-prima utilizada: 4 gotas
Quantidade de ETDH 30%: 2 ml
Vidro para dispensação: flaconete 5 ml

Solicitação médica: XX/1 (c/ 2 comprimidos)


Quantidade de matéria-prima utilizada: XX = 20: (no. comp) = 10 gotas de cada
Quantidade de água destilada utilizada: 1 ml
Vidro para dispensação: até 4 ml – flaconete 5 ml / acima de 4 ml = vidro 15ml

Solicitação médica: X/V/30ml


Quantidade de matéria-prima utilizada: 10 gotas
Quantidade de ETDH 30%: 5 gotas de álcool
Manipular o medicamento e dispensar na quantidade solicitada: 30 ml de água
Vidro para dispensação: frasco de 30 ml com tampa

Para preparar o medicamento em gotas na escala cinquenta milesimal (LM):

»» Diluir 1 microglóbulo (na potência solicitada em receituário) em um vidro


de 30 ml com 1 gota de água destilada.

»» Após total dissolução acrescentar ao vidro 20 ml (medidos no pipetador


automático) de etanol 30%.

»» Agitar levemente o conteúdo do vidro e rotular.

Medicamento homeopático na forma sólida

Para manipulação do medicamento homeopático na forma sólida, devemos separar a


matéria-prima a ser utilizada sempre em teor alcoólico 99% e conferir a validade descrita
no seu rótulo.

»» Para medicamentos sólidos, sempre usar a mesma potência.

»» Vamos precisar de placa de Petri ou papel manteiga devidamente dobrado.

»» Verter sobre a placa de Petri ou papel manteiga 1 vidro de glóbulos ou


comprimidos inertes (15 g ou 25 g).

»» Embeber com a matéria-prima da mesma potência em etanol absoluto


já separado.

41
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

Seguir a técnica conforme a tabela abaixo.

Tabela 4. Preparação de medicamento homeopático na forma sólida: quantidade de matéria-prima utilizada


em álcool 99%.

Qt MP utilizada em álcool 99% na mesma potência solicitada 10%


Solicitação médica
Cânula vidro Cânula de plástico
1 comp. 15 g (glóbulos) 30 gotas 60 gotas
1 comp. 25 g (glóbulos) 50 gotas 100 gotas
Composto 15 g (glóbulos) 30 gotas 60 gotas
Composto 25 g (glóbulos) 50 gotas 100 gotas
1 comp. 15 g (comprimido) 30 gotas 60 gotas
Composto 15 g (comprimido) 50 gotas 100 gotas
Dose única (glóbulos) 1 gota/2 glóbulos 2 gotas/2 glóbulos
Pó 1 papel/2 gotas 1 papel/4 gotas
Tablete 1 papel/2 gotas 1 papel/4 gotas

Fonte: própria autora.

Tabela 5. Preparação de medicamento homeopático na forma sólida: tempo para secagem e vidro para
dispensação.

Tempo p/ secagem Tempo p/ secagem Vidro p/ dispensação:


Solicitação médica
em placa térmica s/ placa âmbar
1 comp. 15 g (glóbulos) + ou – 20` + ou – 40` 20 ml
1 comp. 25 g (glóbulos) + ou – 40` + ou – 1h 30 ml
Composto 15 g (glóbulos) + ou – 20` + ou – 40` 20 ml
Composto 25 g (glóbulos) + ou – 40` + ou – 1h 30 ml
1 comp. 15 g (comprimido) + ou – 30` Mínimo 1h 20 ml
Composto 15 g (comprimido) + ou – 30` Mínimo 1h 20 ml
Dose única (glóbulos) + ou – 20` + ou – 30` Flaconete 5 ml
Pó + ou – 20` + ou – 30`
Tablete + ou – 20` + ou – 30`

Fonte: própria autora.

A quantidade de gotas da matéria-prima a ser usada, deve ser dividida em 3 para ser
feita a tríplice impregnação. Por exemplo, se forem 30 gotas:

»» Devem ser usadas 10 gotas e esperar secar.

»» Colocar outras 10 gotas e esperar secar.

»» Por último, acrescentar mais 10 gotas e esperar secar.

»» Antes do envase, verificar se os glóbulos estão secos e aptos ao consumo.

42
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Para a preparação de compostos, a quantidade de matéria-prima padronizada na tabela


será o somatório em partes iguais dos compostos da fórmula.

Para as doses únicas, dispensar a quantidade de glóbulos solicitada, quando não, usar
padrão de 5 glóbulos.

Após secagem, todos os medicamentos devem ser embalados com auxílio do papel
manteiga devidamente dobrado e rotulado.

Figura 38. Glóbulos empregados em Homeopatia.

Fonte: <https://www.fotosantesedepois.com/remedios-naturais-para-tratamento-da-pele/>.

43
CAPÍTULO 2
Homeopatia no Brasil e no SUS

De acordo com o Dr. Nilo Cairo (2007), desde 1818, já se falava de Homeopatia no Brasil,
porém, foi em 1840 que começou sua propaganda sistemática através do Dr. Bento
Mure, um médico francês vindo da Europa ao Rio de Janeiro. A partir disso, diversos
médicos brasileiros foram incorporando as práticas da homeopatia e o primeiro curso
de Homeopatia foi aberto em 12 de janeiro de 1845 a partir de um projeto elaborado por
Vicente Martins. Seus certificados foram reconhecidos pelo Governo Imperial e o curso
se dividia em 3 anos.

O início das escolas homeopáticas foi marcado por perseguições de médicos alopatas,
mas mesmo com as dificuldades e obstáculos que surgiram, o conhecimento da
Homeopatia foi espalhando-se para todos os cantos do país e com o tempo somente foi
crescendo. Não só o número de médicos homeopatas foi aumentando, como também
foi conquistando enfermarias em diversos hospitais do Rio de Janeiro. Em seguida,
surgiram as revistas médicas homeopáticas, folhetos e livros e em 1912, em virtude do
esforço do Dr. Licínio Cardoso, fundou-se a Faculdade de Medicina Homeopática do
Rio de Janeiro e em 1914, o Hospital Hahnemaniano.

Em 1879 foi fundado o Instituto Hahnemanniano Fluminense, que pelo Decreto no 7.794
de 17 de agosto de 1880, que aprovou a reforma de seus estatutos passou a ser chamado
de Instituto Hahnemanniano do Brasil, denominação conservada até os dias de hoje.

Como uma das maiores conquistas no Brasil, deve-se citar a oficialização da Farmacopeia
Homeopática Brasileira, reconhecida oficialmente no Governo do Presidente Médici,
sendo ministro da saúde o prof. Mário Machado de Lemos. No setor farmacêutico
houve a criação do Laboratório Almeida Prado e a nova direção dada ao Laboratório
Alberto Seabra, que com os congêneres acompanhou o desenvolvimento da indústria
farmacêutica. A fundação da Cruzada Homeopática, pelo Dr. Alfredo Castro em São
Paulo, trouxe um grande número de adeptos médicos para a homeopatia em São Paulo
e no Brasil.

E uma conquista mais recente, determinada pela Portaria no 971, de 3 de maio de 2006,
foi a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS
(Sistema Único de Saúde) como (BRASIL, 2006):

»» Medicina Tradicional Chinesa;

»» Homeopatia;

44
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

»» Plantas medicinais e Fitoterapia;

»» Termalismo social/Crenoterapia.

Tabela 6. Avanços da Homeopatia no Brasil.

Ano Acontecimento histórico Legislação


1840 A Homeopatia teve início no Brasil.
1979 Fundação da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB).
1980 A Homeopatia é reconhecida como especialidade médica pelo CFM. Resolução CFM no 1.000/1980
Década de Alguns municípios brasileiros começaram a oferecer o atendimento homeopático como
1980 especialidade médica.
1990 Foi fundada a Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH).
1992 A homeopatia é reconhecida como especialidade farmacêutica pelo CFF. Resolução CFF no 232/1992
1993 Foi fundada a Associação Médico-Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB).
1999 O Ministério da Saúde inseriu na tabela SIA/SUS a consulta médica em homeopatia.
2000 A homeopatia foi reconhecida como especialidade pelo CFMV. Resolução CFMV no 622/2000
1o Fórum Nacional de Homeopatia intitulado como “A Homeopatia que queremos implantar
2004
no SUS”.
2006 A Homeopatia foi incorporada no SUS. Portaria no 971/2006
2007 Aprovação dos medicamentos antroposóficos e antihomotóxicos Resolução RDC no 26/2007

Fonte: própria autora.

A implantação da homeopatia no SUS promove os seguintes benefícios:

»» Os pacientes são tratados com outro olhar, encaixando-se em dimensões


física, psicológica, social e cultural:

›› Na homeopatia, quando adoecemos, é como se houvesse uma ruptura


da harmonia dessas diferentes dimensões.

›› Dessa maneira, com esse pensamento, há um fortalecimento do todo.

»» Permite um melhor relacionamento médico-paciente:

›› proporcionando uma atenção humanizada e

›› estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo.

»» Pode ser utilizada para tratamento de várias doenças:

›› respiratórias e alérgicas,

›› doenças crônicas não transmissíveis e

›› transtornos psicossomáticos.

45
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

»» Reduz a necessidade de intervenções hospitalares e emergenciais.

»» Colabora para a melhoria da qualidade de vida dos usuários.

»» Reduz:

›› farmacodependência;

›› interações medicamentosas;

›› intoxicações por medicamentos;

›› outros efeitos indesejáveis.

»» Favorece o uso racional de medicamentos.

»» Medicamentos dinamizados: são preparado a partir de substâncias


que passam por triturações sucessivas ou diluições seguidas de
sucussão, ou alguma outra forma de agitar com ritmo, objetivando
prevenir ou curar e ter sua administração de acordo com a terapêutica
homeopática, homotoxicológica ou antroposófica.

›› Sucussão é a maneira como os medicamentos são preparados na


homeopatia. Batendo contra um anteparo por 100 vezes.

»» Medicamentos homeopáticos: medicamentos dinamizados que podem


ser de componente único ou compostos, cuja preparação é baseada nos
fundamentos da homeopatia, e seus métodos para preparação e controle
têm que estar descritos em uma dessas referências:

›› Farmacopeia Homeopática Brasileira, na edição atual;

›› outras farmacopeias homeopáticas;

›› compêndios oficiais aprovados pela Anvisa, com ação terapêutica


atestada e bem descrita nas matérias médicas homeopáticas;

›› compêndios homeopáticos oficiais aprovados pela Anvisa, pesquisas


clínicas ou revistas científicas.

»» Medicamentos antroposóficos: medicamentos dinamizados que


podem ser de componente único ou compostos, elaborados baseados
nos fundamentos da antroposofia, em que seus métodos para preparar
e controlar se apresentem nas seguintes referências:

›› Farmacopeias Homeopáticas e Código Farmacêutico Antroposófico;

46
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

›› compêndios oficiais aprovados pela Anvisa, com eficácia terapêutica


confirmada e detalhada nas matérias médicas homeopáticas;

›› nos compêndios antroposóficos oficiais aprovados pela Anvisa,


pesquisas clínicas ou revistas científicas.

»» Medicamentos anti-homotóxicos: medicamentos dinamizados, cujo


preparo ocorre a partir de um ou mais insumos ativos, em qualquer
potência, ou em mais de uma potência das mesmas substâncias e se
baseia nos fundamentos da homeopatia e homotoxicologia, em que
seus métodos para preparação e controle devem seguir à risca os
métodos oficiais que estão publicados nas seguintes referências:

›› Farmacopeia Homeopática Alemã, edição atual, ou

›› outras farmacopeias homeopáticas e compêndios oficiais,


aprovados pela Anvisa; em que sua fórmula é constituída por
substâncias de ação terapêutica comprovada, relatada nas matérias
médicas homeopáticas ou anti-homotóxicas, aprovadas pela
Anvisa, pesquisas clínicas ou revistas científicas.

Não são considerados pertencentes à Homeopatia:

»» essências florais,

»» medicamentos antroposóficos,

»» Cromoterapia,

»» Aromaterápica,

»» Acupuntura,

»» Reiki,

»» Iridologia,

»» Shiatsu,

»» entre outros.

No âmbito da Homeopatia, considerando sua implantação no SUS, sete diretrizes


foram determinadas para as práticas integrativas e complementares (PREFEITURA
DO RIO DE JANEIRO, 2010) e que objetivam conduzir a introdução deste raciocínio
nos programas municipais e estaduais de saúde.

47
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

São elas:

»» Introduzir a homeopatia nos diversos níveis de complexidade do SUS,


com atenção especial na atenção básica, por meio de ações preventivas de
doenças e de promover a restauração da saúde.

»» A garantia de um financiamento apropriado para assegurar o aumento


do conjunto de atividades fundamentais à boa prática em homeopatia,
considerando as suas características técnicas.

»» Garantir o acesso ao medicamento homeopático prescrito ao usuário do


SUS, na expectativa da expansão da produção pública.

»» Oferecer suporte apropriado a projetos para formação e educação


permanente, permitindo a qualidade técnica dos profissionais, conforme
os conceitos da Política Nacional de Educação Permanente.

»» Oferecer a assistência necessária e verificação da inclusão e implantação


da atenção homeopática no SUS.

»» Divulgação das informações sobre a homeopatia e tudo que está relacionada


à sua prática correta, ajustando-as a grupos populacionais diferentes.

»» Garantir o desenvolvimento de estudos e pesquisas que julguem a


qualidade e aperfeiçoem a atenção homeopática no SUS.

No Brasil, as principais escolas homeopáticas são:

»» Unicista:

›› Tem como ideal a prescrição de um único medicamento, como fazia


Hahnemann, baseado na totalidade dos sintomas do indivíduo.

»» Alternista:

›› Chamada também de pluralista.

›› Dois ou mais medicamentos são prescritos, e normalmente são


administrados em horas diferentes, de forma alternada, para que
sua ação seja complementada, compreendendo todos os sintomas
do paciente.

»» Organicista:

›› O medicamento prescrito é referente aos órgãos que estão doentes,


levando em conta as queixas mais urgentes do paciente.

48
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

›› Esse procedimento se assemelha à medicina alopática, que


desmembra o ser humano em órgãos e sistemas.

›› Numa visão organicista, a atenção do clínico se volta apenas


para o problema local, não considerando os sintomas mentais e
emocionais, que podem estar associados ao problema.

»» Complexista:

›› Dois ou mais medicamentos são prescritos, e sua administração


acontece de forma simultânea ao paciente.

49
CAPÍTULO 3
Farmácia homeopática

Como ocorre em alguns seguimentos da medicina, a homeopatia não tem resultado


se não houver medicamentos, como acontece quando usado placebo em estudos
pré-clínicos. Dessa forma é de extrema importância que o profissional seja bem treinado
para a manipulação dos medicamentos a partir das regras farmacotécnicas e das Boas
Práticas de Manipulação recomendadas para a homeopatia.

Na obtenção de medicamentos homeopáticos, é indicado que se procure por uma


farmácia de confiança, chefiada por um farmacêutico homeopata bem formado, que
tenha conhecimento da técnica e que zele pela ética profissional.

Uma plena conscientização das modalidades dos medicamentos e a sabedoria ampla


da filosofia homeopática para dispensar de maneira correta e prestar uma assistência
farmacêutica diferenciada são outros quesitos de devem ser levados em consideração.

Características da Farmácia Homeopática, de acordo com a Comissão Assessora de


Homeopatia (CRF SP, 2016):

»» Local onde são manipuladas fórmulas magistrais e oficinais, de acordo a


sua respectiva farmacotécnica.

»» Deve possuir um profissional farmacêutico habilitado.

»» Deve possuir estruturas físicas e técnicas apropriadas e contar com a


regulação da Vigilância Sanitária para exercer suas atividades.

»» Os medicamentos homeopáticos podem ser dispensados de acordo com a


prescrição médica, odontológica ou veterinária e tem que ser registrados
em livro de receituário.

»» As farmácias homeopáticas podem manter seções de vendas de correlatos


e de medicamentos não homeopáticos quando expostos em suas
embalagens originais.

»» Bem como qualquer outro tipo de farmácia, a farmácia homeopática deve


possuir assistência farmacêutica em tempo integral (responsável técnico
ou substituto).

50
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Referências importantes utilizadas na farmácia homeopática:

»» Farmacopeia Homeopática Brasileira: descreve as técnicas para as


preparações.

»» Manual de Normas Técnicas da Associação Brasileira de Farmacêuticos


Homeopatas – BFH: material, também aprovado pela Anvisa, onde
estão as descrições das normas sobre as instalações da farmácia ou do
laboratório até a dispensação do produto final.

Dinamização é o processo onde um insumo ativo é diluído sucessivamente em


um insumo inerte em proporção definida e constante:

»» Líquidos: sofrem agitação depois de cada diluição.

»» Sólidos: sofrem trituração depois de cada diluição.

Os medicamentos homeopáticos são mais usados na forma de uso interno.

Formas farmacêuticas homeopáticas de uso interno:

»» glóbulos de sacarose,

»» soluções hidroalcoólicas dinamizadas,

»» comprimidos,

»» pós,

»» pastilhas.

As soluções homeopáticas também podem ser utilizadas em veículos apropriados para


uso externo.

Formas farmacêuticas homeopáticas de uso externo:

»» pomadas,

»» géis,

»» cremes,

»» etc.

Algumas correntes homeopáticas utilizam a forma injetável.

Como identificar o medicamento homeopático?

51
UNIDADE I │ HOMEOPATIA

»» Nome em latim, pela notação binária, de acordo com a nomenclatura


oficial, sendo reconhecido pelo mesmo nome em qualquer lugar do mundo.

»» O nome do medicamento é continuado por um número que indica quantas


vezes ele sofreu o processo de dinamização e por letras que identificam
por qual método ele foi preparado.

Exemplo: para a Arnica montana 6 CH, foi empregada a Arnica montana


L., dinamizada seis vezes, pelo método centesimal hahnemanniano ou CH.

Figura 39. Método centesimal hahnemanniano ou CH.

1 1
SUCUSS

SUCUSS
1CH 2CH
2/3

100X 100X
TINTURA 99 PARTES 99 PARTES
MÃE DE INSUMO DE INSUMO
INERTE INERTE
Fonte: ABFH, 1992.

Para realizar a manipulação homeopática, é indispensável que o estabelecimento esteja


cumprindo com o recomendado nas legislações vigentes, como pode ser visto no quadro 5.

Quadro 5. Obrigações da Farmácia Homeopática e do Farmacêutico.

Item a ser observado Legislação Tópicos


Para o farmacêutico exercer responsabilidade técnica de farmácia
ou laboratório industrial homeopático deve comprovar:
»» Ter cursado a disciplina de homeopatia com conteúdo mínimo
de 60 horas no curso de graduação e estágio obrigatório de
Habilitação Profissional Resolução CFF no 576, de 2013. no mínimo 120h, ou
»» Possuir título de especialista, ou
»» Curso de aprimoramento profissional em homeopatia que
atenda as resoluções do CFF.
RDC Anvisa no 67, de 2007
Boas Práticas de Manipulação.
Normas sanitárias RDC Anvisa no 87, de 2008
Boas Práticas Farmacêuticas.
RDC Anvisa no 44, de 2009

52
HOMEOPATIA │ UNIDADE I

Item a ser observado Legislação Tópicos


Farmácia é uma unidade de prestação de serviço que deve
prestar:
»» Assistência farmacêutica

Farmácia homeopática como »» Assistência à saúde


Lei 13.021 Artigo 3º.
Estabelecimento de Saúde »» Orientação sanitária individual e coletiva
»» Manipulação e dispensação de medicamentos magistrais,
oficinais, farmacopéicos ou industrializados, cosméticos,
insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos.

Fonte: própria autora.

53
DIAGNÓSTICO UNIDADE II

CAPÍTULO 1
Levantamento de casos

Para reconhecer os sintomas importantes em um levantamento de caso, devemos estar


cientes de que a homeopatia diferencia os sintomas entre particulares e gerais.

Os sintomas particulares estão relacionados com sintomas locais associados a uma


parte específica do corpo como, por exemplo:

»» ardência na garganta;

»» pés frios;

»» dor pulsante atrás da cabeça.

Os sintomas gerais são aqueles que sentimos no corpo inteiro como:

»» esgotamento;

»» frieza do corpo inteiro;

»» inquietação.

As características emocionais e mentais são também consideradas sintomas gerais, pois


são sentidas e vividas pela pessoa como um todo.

Geralmente, os sintomas gerais costumam ter maior importância na escolha de um


medicamento correto, considerando que indicam a reação do corpo inteiro a algum
tipo de situação estressante e, assim, representam uma resposta mais profunda do
organismo em seu esforço para restabelecer a saúde.

Os sintomas peculiares também devem ser avaliados e representam os sintomas que não
se manifestam na maioria das pessoas com uma mesma doença ou que são incomuns.
São sintomas importantes que podem auxiliar na escolha do medicamento certo.

54
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

Aspectos importantes na anamnese homeopática:

»» Causas contribuintes:

›› Avaliar a causa aparente da doença ou sintoma.

›› Possíveis situações de estresse que deixaram o indivíduo suscetível:

·· exposição a alguém doente;

·· perda de sono;

·· alimentação inadequada;

·· mudanças climáticas;

·· tensão emocional.

»» Manifestação:

›› Descrever a manifestação da doença a cada um dos sintomas:

·· rapidez da evolução dos sintomas;

·· rapidez em que apareceram ou desapareceram;

·· ordem na qual os sintomas apareceram.

»» Tipos de sintomas:

›› Descrever as sensações experimentadas no maior número de detalhes


possível:

·· se a dor é aguda, latejante, cortante, ardente etc.

·· sensações de formigamento, entorpecimento etc.

»» Localização dos sintomas:

›› Anotar a localização da dor, desconforto ou sintoma físico.

›› A localização deve ser precisa. Por exemplo: garganta inflamada:

·· Dói somente de um lado?

·· Dói também o ouvido?

·· Dói somente um ouvido ou os dois? Qual dói?

»» Modalidade de sintomas:

›› Descrever qualquer fator que possa agravar ou melhorar cada sintoma.


Por exemplo: garganta dolorida.

55
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

·· Melhor ao engolir?

·· Pessoa com febre – Melhora em local aquecido?

»» Sintomas gerais:

›› Avaliar como a pessoa foi afetada pela doença:

·· mudança na sede ou apetite;

·· repulsão por alguns alimentos;

·· nível de transpiração;

·· mudança no padrão do sono;

·· mudança no estado emocional e mental durante a doença.

Levantamento de caso em tratamentos de


casos agudos

Descrição da manifestação dos sintomas

Fatores que podem levar ao desenvolvimento da doença:

»» exposição ao calor ou frio;

»» tempo úmido;

»» tensão ou uma emoção específica;

»» excesso;

»» perda de sono.

Descrição da manifestação da doença:

»» a rapidez com que os sintomas se desenvolveram e em qual ordem.

Sintomas particulares

1o. Características da dor:

»» Tipo de dor ou de qualquer sensação:

›› surda;

56
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

›› latejante;

›› pulsante;

›› faz pressão;

›› surge como um disparo;

›› entorpecente;

›› formigante.

»» Localização, extensão e radiação da dor ou sensação.

2o. Padrões de sintomas que acontecem a intervalos regulares ou que se alternam.

3o. Descrição

»» De qualquer dejeto eliminado pelo corpo:

›› cor;

›› densidade;

›› odor.

»» Mudanças na urina ou nas fezes.

4o. Fatores que ocasionam a melhora ou piora de cada sintoma (modalidades):

»» Tempo:

›› hora;

›› dia ou noite;

›› manhã, tarde ou noite;

›› antes ou depois da meia-noite.

»» Temperatura e tempo:

›› tempo úmido, seco, frio ou quente;

›› mudanças de tempo;

›› tempestades ou temporais (antes, durante ou depois);

›› sol, vento, névoa ou neve;

›› ar livre, aposentos aquecidos, mudanças de um aposento para o outro,


ou lugares sufocantes ou abarrotados;

57
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

›› correntes de ar;

›› calor da cama;

›› calor do fogão;

›› ao se descobrir.

»» Banho:

›› quente, frio ou banho de mar.

»» Descanso ou movimento:

›› lento ou rápido;

›› ascendente ou descendente;

›› virando-se na cama, exercitando-se ou caminhando;

›› ao primeiro movimento, depois de se mover por algum tempo, enquanto


se move, depois de se mover, durante movimento passivo em um carro
ou barco.

»» Posição:

›› de pé;

›› sentado com as pernas cruzadas, levantando-se depois de sentar ou


inclinando-se;

›› deitado sobre um lado doloroso, de costas, do lado direito ou esquerdo,


sobre o abdome, deitado com a cabeça alta ou baixa, levando-se depois
de deitar;

›› cabeça inclinada para trás, para a frente, lateralmente;

›› fechando ou abrindo os olhos;

›› qualquer posição incomum, como os joelhos contra o tórax.

»» Estímulos externos:

›› toque forte ou fraco, pressão, fricção, constrição (vestido etc.), choque,


sacolejo, luz, ruído, conversação, odores.

»» Comendo ou bebendo:

›› durante ou depois de comer algo quente ou frio;

58
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

›› engolindo sólidos ou líquidos, engolindo vazio depois de comer qualquer


comida particular;

›› comendo em geral.

»» Sono:

›› antes ou durante o sono, durante a primeira parte do sono, ao despertar.

»» Micção ou defecação:

›› antes, durante ou depois.

»» Suor ou outras eliminações:

›› durante ou depois do coito, continência, masturbação.

»» Emoções:

›› raiva, pesar, mortificação, medo, choque, consolação, temor de multidões,


ansiedade ou supressão dessas emoções.

Sintomas físicos

Gerais

»» Força e nível de energia:

›› esgotamento, sonolência, fraqueza muscular, sem vontade de se mexer;

›› energia aumentada, inquietação.

»» Reações à temperatura:

›› efeitos da exposição ao calor ou frio, ar quente ou frio, outros ambientes


aquecidos ou frios, ar úmido ou seco, ou mudanças de temperatura.

»» Sono:

›› capacidade de dormir e manter-se adormecido, a que grau o sono é


reparador, sentimento ao despertar, posição ao dormir.

»» Sede e apetite:

›› intensidade da sede e fortes preferências por alimentos quentes, frios


ou líquidos gelados;

59
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

›› desejo e aversão ao alimento:

·· não só do que gosta ou não gosta, mas na verdade o que a pessoa


deseja ou detesta;

›› apetite;

›› excessos com alimentos:

·· qualquer alimento que cause sintomas gerais.

·· Observação: o desejo exagerado por doces em crianças não é


considerado um sintoma a menos que seja extraordinariamente forte.

»» Suor:

›› odor;

›› quando acontece;

›› onde acontece:

·· em partes cobertas ou descobertas do corpo etc.

Sintomas psicológicos

Gerais

É importante descrever todos os estados mentais e emocionais manifestados pouco


antes e durante a doença.

Se o paciente estava:

»» temeroso;

»» ansioso;

»» triste;

»» choroso;

»» tímido;

»» apressado;

»» irritável;

»» ciumento;
60
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

»» mal-humorado;

»» impaciente;

»» birrento;

»» obstinado;

»» inquieto;

»» obsessivo;

»» distraído;

»» confuso;

»» entorpecido;

»» sem autoconfiança ou parecendo desafiador;

»» impulsivo;

»» indeciso;

»» ofendendo-se facilmente;

»» facilmente surpreendido;

»» excitável;

»» altamente crítico;

»» preguiçoso;

»» malicioso.

Também é imprescindível saber:

»» A pessoa prefere estar só ou na companhia dos outros?

»» A pessoa gosta ou não de simpatia?

»» Como a pessoa é afetada por sons como ruído, música ou como reage ao
ser tocada?

»» A pessoa está excessivamente suja ou limpa?

Outro tipo de questionamento que deve ser incluído, é sobre os medos. Tem medo de:

»» estar só;

»» de multidões;

61
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

»» de escuro;

»» da noite;

»» de doença;

»» de ladrões;

»» de altura;

»» do futuro;

»» da morte.

62
CAPÍTULO 2
Análise de casos e escolha do
medicamento

Para o sucesso do tratamento homeopático, o levantamento de caso deve ser completo e


preciso, mas a parte mais difícil é a avaliação e a interpretação dos sintomas coletados.
Após uma anamnese detalhada, precisamos escolher o medicamento correto e isso
será simples, pois você já vai ter recolhido todas as informações necessárias como os
sintomas globais físicos, emocionais e mentais do paciente.

É praticamente impossível encontrar um medicamento que atenda a todos os sintomas,


mas isso não é necessário para o sucesso do tratamento. Devemos coincidir os sintomas
com o medicamento em vez de o medicamento com a pessoa. Primeiro avaliamos os
sintomas-chaves do paciente, depois avaliamos todo o quadro de sintomas.

A conduta do prescritor na análise de caso consiste em compreender a doença ao


se determinar quais sintomas são os mais graves, de acordo com o pensamento
homeopático.

O foco deve ser no que está aborrecendo mais o paciente, o que gera maior exaustão ou
irritabilidade.

Um método analítico proposto por Cummings e Ullmann (1999) será apresentado nesse
capítulo.

Análise dos casos

Avaliar a intensidade dos sintomas

»» Colocar os sintomas em uma ordem de intensidade ou força.

»» Verificar qual é a mudança mais definida que a pessoa apresenta com


a doença.

»» Com que intensidade cada sintoma afeta o paciente.

Uma dica aqui seria avaliar a dificuldade para identificar o sintoma. O paciente queixou-
se inicialmente ou foi necessária uma investigação mais detalhada, considerando a
capacidade de expressão do paciente e a sua capacidade de comunicação.

63
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

Outra forma de verificar a intensidade dos sintomas seria perguntar quanto cada
sintoma limita o funcionamento normal do organismo. Quando o funcionamento do
sistema do corpo afetado parece bem, o sintoma não pode ser tão intenso.

Ressaltando que as afirmações diretas do indivíduo, ou as suas próprias observações,


ajudam muito a determinação de quais sintomas são mais fortes, mais definidos ou
piores.

Podemos ordenar a intensidade de cada sintoma em uma escala de 1 a 3, utilizando


1 para os sintomas aparentemente verdadeiros (você não tem certeza ou não parece
aborrecer tanto o paciente) e 3 para os sintomas intensos ou visualmente óbvios.

Avaliar a profundidade dos sintomas

O próximo passo será avaliar a profundidade de cada sintoma, que podemos chamar de
nível. Avaliamos do mais fundo para o mais superficial.

»» Os sintomas mentais e emocionais de divergência da norma são


considerados como 3.

»» Os sintomas físicos gerais são considerados como 2.

›› Os sintomas físicos incluem o nível de energia da pessoa, sono, febre,


transpiração, sede e apetite. Ao lado dos efeitos do tempo, temperatura
e outros fatores do bem-estar em geral.

›› O andamento da doença é um item que também podemos incluir nessa


categoria.

›› Os sintomas de tipo semelhante e os que se manifestam em partes


diferentes do corpo podem ser agrupados e considerados como um
sintoma geral. Por exemplo: dor ardente na garganta, estômago e
reto durante uma doença digestiva devem ser considerados como um
sintoma geral.

»» Os sintomas particulares, como coriza no nariz, náusea, diarreia, dor de


garganta ou outros desconfortos localizados devem receber 1.

Total de pontos atribuídos a cada sintoma nas


categorias de intensidade e profundidade

»» Listar em ordem de totais de pontos decrescentes para ambas as posições.

64
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

Observar os sintomas idiossincráticos

Marcar na lista os sintomas que considerar peculiares ou inesperados.

Entre os sintomas incomuns, poderiam estar incluídos estados contraditórios, como:

»» falta de sede apesar de uma febre alta;

»» vomitar ao comer depois de parecer ter melhorado;

»» uma sensação de queimação que é aliviada por aplicação de calor.

São também incluídos os sintomas que geralmente não fazem parte do padrão comum
da doença.

Avaliar as modalidades

Ao completar a lista dos sintomas, podemos então acrescentar as modalidades ao lado


de cada sintoma.

Cada modalidade deve ser classificada de acordo com a intensidade com que ela afeta o
sintoma para melhor ou pior em uma escala de 1 a 3.

Listar os sintomas-chaves do caso

A partir da lista elaborada, podemos escolher quatro ou cinco sintomas de grau mais
elevado e quaisquer sintomas destacados, incomuns.

Observar uma ou duas modalidades mais definidas de cada um desses sintomas.

Essa lista de sintomas-chaves será usada para começar o processo de escolha do


medicamento.

Como escolher o medicamento certo


Para escolher o medicamento certo, podemos consultar as matérias médicas de referência
da área e relacionamos os principais sintomas dos medicamentos mais utilizados.

Algumas dicas para auxiliar na escolha do


medicamento certo

1. Ler os capítulos clínicos correspondentes:

65
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

›› Se houver vários sintomas (tosse, dor de garganta, coriza etc.), leia os


capítulos pertinentes.

›› Antes, tente coincidir os sintomas-chaves listados.

›› Encontre todos os medicamentos que se ajustaram a pelo menos um


ou dois desses sintomas.

›› Em algumas referências, podemos encontrar um resumo sobre os


medicamentos.

2. Fazer uma tabela:

›› Relacione os sintomas-chaves com possíveis medicamentos em uma


tabela.

›› Confira a coluna adequada para cada sintoma que coincida com o


medicamento considerado.

3. Estudar a totalidade dos sintomas:

›› Avalie o caso original e compare todos os sintomas com os medicamentos


considerados.

4. Escolher o medicamento:

›› O ideal é escolher um medicamento que se ajuste à maioria dos


sintomas-chaves e que possa cobrir o quadro geral.

Leia o artigo:

SALLES, S. A. C.; AYRES, J. R. C. M. A consulta homeopática: examinando seu efeito


em pacientes da atenção básica. Comunicação, Saúde e Educação, 2013, vol.
17, no 45, pp. 315-326. Disponível em: <https://www.scielosp.org/pdf/icse/2013.
v17n45/315-326/pt>.

Antes de começar a falar da administração do medicamento homeopático, é importante


destacar algumas de suas características como, por exemplo, são substâncias que podem
ter origem animal, vegetal, mineral e até microbiana.

1o. Fontes de origem vegetal:

»» São coletadas em épocas e em condições adequadas.

»» Devem ser sempre identificadas de acordo com um padrão.

66
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

»» As características das drogas vegetais para serem utilizadas são:

›› estar em estado fresco;

›› quando possível, podem estar em estado seco;

›› devem estar em estado hígido;

›› não pode haver nenhum tipo de contaminação;

›› também não podem apresentar sinais de deterioração.

Se não forem descritas em monografias específicas, as matérias-primas de origem vegetal


devem ser coletadas seguindo as normas da Farmacopeia, de acordo com a tabela abaixo.

Tabela 7. Orientações para coleta de acordo com a parte da planta segundo a Farmacopeia Homeopática
Brasileira.

Parte da planta Época para coleta


Plantas inteiras Época da floração
Folhas Após o desenvolvimento completo do vegetal e antes da floração
Flores e sumidades floridas Imediatamente antes de desabrochar totalmente
Caule e ramos Devem ser extraídos após o desenvolvimento das folhas e antes da floração
Podem ser retiradas no período de desenvolvimento das folhas e brotos, ocasião em que há maior
Cascas de plantas resinosas
produção de seiva
Cascas de plantas não resinosas Período de maior produção de seiva, em exemplares jovens
Madeira ou lenho O ideal é obter de exemplares mais jovens, porém, que estejam completamente desenvolvidos
Raízes de plantas anuais ou bianuais No final do período vegetativo
Raízes de plantas perenes Podem ser colhidas antes de completar seu ciclo vegetativo
Frutos e sementes Devem ser colhidos quando atingirem sua maturidade
Brotos Coletar no momento da sua eclosão
Folhas jovens Coletar logo após a eclosão dos brotos

Fonte: própria autora.

2o. Fonte animal:

»» Precisam ser extraídas a partir de exemplares corretamente identificados


e classificados zoologicamente.

»» Devem ser sempre identificadas em laboratório de acordo com um padrão.

»» Quando houver descrição diferente na respectiva monografia, podem


ser utilizados animais sãos e jovens, mas que estejam completamente
desenvolvidos.

»» Características dos animais:

67
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

›› Inteiros, vivos ou sacrificados recentemente.

›› Dessecados ou não.

›› Partes ou órgãos e secreções fisiológicas ou patológicas, obedecidas as


normas técnico-científicas e de higiene.

3o. Fonte mineral:

»» Quimicamente determinadas.

»» Denominação científica e composição química bem definidas.

4o. Fonte microbiana:

»» Podem ser de origem:

›› bacteriana;

›› fúngica;

›› virótica.

»» Órgãos, tecidos e secreções têm que ser tratados de modo a garantir


biossegurança.

»» Se es tiver relacionada com alguma patologia de notificação compulsória,


deve-se cumprir a legislação em vigor no momento.

68
CAPÍTULO 3
Administração do medicamento
homeopático

A princípio, a homeopatia prega que somente se deve empregar um medicamento de


cada vez.

O remédio único é uma das grandes características desse método terapêutico.


Porém, já são bem conhecidos os efeitos benéficos da associação de medicamentos para
o tratamento de algumas enfermidades.

Para febres inflamatórias, a mistura de Aconitum, Belladona e Bryonia costuma ser


benéfica.

Outra prática, indicada por Hahnemann é a alternação de medicamentos, que pode ser
útil no tratamento de doenças crônicas, porém, tende a ser usada em casos excepcionais.

A finalidade do remédio é despertar uma reação de vitalidade ou força vital que, ao se


opor à ação do medicamento, opõem-se também à desordem dinâmica da doença que
lhe é similar, dessa forma, acumular no organismo doses exageradas do remédio pode
ser um risco.

Nas enfermidades crônicas, ou de longo curso, a capacidade de reação da vitalidade é


sempre maior do que nas moléstias agudas, em que a desordem vital é mais violenta.
Portanto, nessas últimas, devem as doses ser mais repetidas do que nas primeiras.

Essa teoria é confirmada pela experiência clínica:

»» Nas doenças agudas, em que a violência da desordem vital pode causar,


em curto prazo, a morte, as doses devem ser repetidas frequentemente,
desde cada 5 minutos até cada 2 horas.

»» Nas doenças subagudas, cada 3 ou 4 horas.

»» Nas doenças crônicas, bastam uma ou duas doses por dia e mesmo um
dia sim outro não, devendo-se fazer a cada mês uma pausa de 6 dias, em
que não se tomará remédio algum.

E a regra geral é: sempre que se notar melhora no estado do doente, deve-se espaçar
mais as doses e, desde que elas se acentuem, suspendê-las, não voltando a dar o remédio,
a não ser que as melhoras se tornem estacionárias.

69
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

Assim, novas doses do medicamento poderão despertar nova reação da força vital,
que vai promover o progresso da melhora do paciente. Porém, se não progredir, outro
remédio deverá ser indicado.

As formas farmacêuticas derivadas são preparadas nas escalas:

»» decimal;

»» centesimal;

»» cinquenta milesimal.

A preparação pode seguir os métodos:

»» hahnemanniano,

»» korsakoviano,

»» fluxo contínuo.

As soluções alcoólicas serão conseguidas a partir da mistura de álcool (etanol) com


água purificada, até se chegar ao teor alcoólico esperado. O etanol e a água purificada
que serão usados devem seguir o que é exigido na farmacopeia. Na preparação das
tinturas-mãe, matrizes e formas farmacêuticas de uso interno ou externo, líquidas, é
correto se utilizar o critério ponderal (p/p), ou volumétrico (v/v), ou, ainda (v/p) ou,
ainda, (p/v), desde que se conserve o mesmo método até o fim da operação.

As diluições com glicerina serão obtidas a partir da mistura de glicerina com água
purificada e/ou etanol. A glicerina, o etanol e a água purificada que serão usados devem
seguir as exigências da Farmacopeia.

Exemplos: Glicerina + água (1:1)


Glicerina + etanol (1:1)
Glicerina + água + etanol (1:1:1)

Os excipiente e veículos são:

»» água purificada;

»» curativos inertes (gaze e outros);

»» bases ou insumos usados para linimentos;

»» bases ou insumos utilizados para cremes, géis, géis-creme, loções, pomadas


e supositórios;

»» bases ou insumos usados para pós medicinais;

70
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

»» bases ou insumos usados para xaropes;

»» comprimidos inertes;

»» insumos ou adjuvantes farmacotécnicos usados para formas farmacêuticas


sólidas;

»» etanol a 96% (v/v) e suas diversas diluições;

»» glicerol (glicerina) e suas várias diluições;

»» glóbulos e microglóbulos inertes ou insumos usados para prepará-los;

»» lactose;

»» sacarose;

»» tabletes inertes.

Em relação aos recipientes, é permitido o emprego dos seguintes materiais nas operações
abaixo relacionadas:

»» Preparação e estocagem de medicamentos.

›› Vidro: âmbar.

»» Dispensação de medicamentos

›› Vidro: âmbar.

›› Plástico: branco leitoso de polietileno, polipropileno e policarbonato.

›› Papel: papel manteiga ou outro papel semitransparente com baixa


permeabilidade a substâncias gordurosas.

›› Blister.

›› Sachê.

›› Tampas: devem ser polietileno ou polipropileno.

›› Batoques: também são de polietileno ou polipropileno.

›› Cânulas: podem ser de vidro, polietileno, polipropileno ou


policarbonato.

›› Bulbos: devem ser de látex, silicone atóxico ou polietileno.

›› Gotejadores: são de polietileno ou polipropileno.

›› Rótulos.
71
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

Nas farmácias homeopáticas, os medicamentos são dispensados na forma líquida


em solução alcoólica que será administrada por conta-gotas ou na forma sólida por
meio de comprimidos/tabletes ou glóbulos que foram embebidos na solução alcoólica
dinamizada e em seguida secados.

Os glóbulos e os tabletes devem ser dissolvidos na boca como se fossem balas.


Podem ser passados do frasco para a tampa e dela diretamente para a boca, sem entrar
em contato com as mãos.

Nas preparações líquidas, as gotas devem ser pingadas diretamente na língua ou devem
ser diluídas em um pouco de água filtrada.

O recomendado é que o paciente não ingira alimentos ou qualquer substância com


gosto ou cheiro muito fortes durante 15 a 30 minutos antes e depois de cada dose de
medicamento.

Antes de abrir o frasco do medicamento, o paciente deve ser alertado a certificar-se de


que não haja nenhum odor forte no ambiente. A tampa deve ser recolocada assim que
tiver retirado a dose e nunca tocar o medicamento para não o contaminar.

Os medicamentos homeopáticos não são acompanhados de bula durante a sua entrega


nas farmácias de manipulação, pois qualquer um deles tem sua indicação realizada pelo
conjunto de sintomas do paciente, respeitando a sua individualidade.

Doenças iguais muitas vezes são tratadas com diferentes medicamentos.

É comum encontrar dúvidas entre Homeopatia e Fitoterapia:

»» Os medicamentos fitoterápicos sempre são somente de origem vegetal e


se encontram na forma de cápsulas, chás, tinturas etc.

»» Os medicamentos homeopáticos podem ser de origem vegetal, animal ou


mineral e são desenvolvidos por uma técnica específica e de forma muito
diferente dos fitoterápicos.

Há duas correntes principais de prescrição dos medicamentos homeopáticos, quais sejam:

»» Unicista: prescrição de um único medicamento, que cubra a maior parte


da totalidade sintomática de cada indivíduo enfermo.

»» Pluralista: na qual mais de um medicamento é administrado,


simultaneamente ou de forma alternada, juntos em forma de “complexos”
ou separadamente.

72
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

Quando se encontra o simillimum, há que se definir a:

»» diluição;

»» dose;

»» frequência com que o remédio deverá ser administrado.

Alguns homeopatas utilizam quase de maneira exclusiva as baixas diluições, outros as


altas – na regra os unicistas usam frequentemente as altas diluições: 30 CH para mais.

Nas prescrições domésticas, recomenda-se o uso das potências mais baixas como 6CH,
6DH, 12CH, 12DH, 30CH, 30DH. Quando usadas de acordo com os princípios relatados
nos capítulos anteriores, essas potências funcionam bem, estimulando o processo da
cura. As potências 30CH ou 30DH em geral atuam mais profundamente e mais rápido
que as potências mais baixas.

Desde o início das práticas homeopáticas, sabe-se que algumas substâncias e


tratamentos são capazes de inverter a ação dos medicamentos homeopáticos, agindo
como antídotos, fazendo com que os sintomas retornem.

Quantidades, mesmo pequenas de café ou cânfora, podem promover esse efeito. Essas
substâncias devem ser evitadas durante o período de 48 horas depois da última dose.

Os medicamentos homeopáticos mantêm a força por tempo indefinido quando


manuseados e armazenados corretamente, mas a potência pode se perder caso sejam
tratados de maneira incorreta.

Devem ser observadas as seguintes diretrizes para o cuidado básico, manuseio e


armazenamento dos medicamentos:

»» Evitar que os medicamentos fiquem expostos:

›› à luz solar ou outra luz intensa;

›› temperaturas mais altas que 38o C;

›› odores de cânfora*;

›› pastilhas para boca*;

›› perfumes*;

›› outras substâncias de odores fortes*;

P.S.: *evitar guardá-los junto com essas substâncias.

73
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

»» Manter os medicamentos em recipiente original.

›› Nunca devem ser transferidos para outro frasco que conteve outras
substâncias anteriormente.

»» Deve-se ter cuidado para não contaminar a tampa do frasco.

›› Se isso ocorrer, deve ser substituída no menor tempo possível.

»» Nunca abrir mais que um frasco de cada vez no mesmo local.

›› Pode ocorrer potencialização cruzada caso não se observe essa precaução.

»» Se cair do frasco uma quantidade maior do que a desejada.

›› Jogar fora o excesso.

»» Se o medicamento for contaminado acidentalmente.

›› Deve ser substituído.

Na prática homeopática, o correto seria começar com baixas diluições e ir aumentando


progressivamente. Assim, quando encontrado o simillimum ou o medicamento mais
próximo, o tratamento pode ser iniciado com uma dose de 6 CH – a que tem menos
propensão a agravamentos, segundo certos autores –, aumentando progressivamente
logo que o seu efeito acabe, para 12 CH, 15 CH e 30 CH.

Existem muitos medicamentos incompatíveis na matéria médica, ou seja, que se forem


ministrados antes ou após o outro, podem destruir seus efeitos, por via contrária de
ação. A validade dessa regra depende do fato de o primeiro remédio administrado ter
tido alguma influência no caso.

Os remédios são complementares quando a sua ação é relativamente igual ao quadro


clínico dos sintomas, quando agem no mesmo sentido e encerram o trabalho que
começou com outro remédio.

Geralmente, os medicamentos que seguem o primeiro complementam as suas deficiências,


podendo mesmo valer como antídotos para alguns dos seus efeitos perversos.

Os antídotos são muito importantes na homeopatia e podem destruir os maus efeitos do


remédio que foi ministrado, na maioria das vezes por prescrição errada. Os antídotos
agem sobre os efeitos químicos no decurso de “envenenamentos” ou sobre os efeitos
indesejáveis ocasionados pelo uso da droga. Existem, ainda, medicamentos que exigem
cuidados especiais na sua prescrição.

Exemplo: LYCOPODIUM

74
DIAGNÓSTICO │ UNIDADE II

»» Complementares:

›› Iodum, Lachesis, Pulsatilla.

»» Remédios que seguem bem:

›› Anacardium;

›› Belladonna;

›› Bryonia;

›› Carbo vegetabilis;

›› Colchicum;

›› Dulcamara;

›› Graphites;

›› Hyosciamus;

›› Kalium carbonicum;

›› Lachesis;

›› Ledum;

›› Nux vômica;

›› Phosphorus;

›› Pulsatilla:

›› Sepia;

›› Silicea;

›› Stramonium;

›› Veratrum.

»» Incompatíveis: depois de Sulfur, exceto na sucessão clássica: Sulf.-Calc.


Lyc.-Sulf., e Coff.

»» Antídotos:

›› Aconitum, Camphora, Causticum, Chamomilla, Graphites, Pulsatilla.

»» Duração de ação:

›› de 40 a 50 dias.

75
UNIDADE II │ DIAGNÓSTICO

»» Precauções:

›› As altas diluições prescritas de forma improvisada agravam.

›› Não é aconselhável começar o tratamento de um estado crônico por


Lycopodium, pois:

·· sua ação pode provocar perturbações graves;

·· a ausência do funcionamento hepático e renal harmonicamente


resultam em maior tempo de perturbação;

·· geralmente é o medicamento mais indicado para antídoto na China


quando há agravação por motivo de grande liberação de toxinas.

76
PRESCRIÇÃO UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Como escolher o melhor medicamento

A consulta homeopática é considerada, no momento, uma chave para a coleta e revisão


de sintomas dos pacientes. Durante a consulta, os pacientes têm a chance de expressar
o que estão sentindo e naquilo que estão pensando. Nesse sentido, tradicionalmente
se atribui alto valor aos sintomas subjetivos no processo de escolha do medicamento.
Entretanto, os sinais objetivos também, principalmente os visuais, podem ser
importantes indicadores da individualidade do paciente, referindo-se não somente a
processos fisiológicos e patológicos, mas também apontando para aspectos da esfera
mental. Os signos visuais, também, podem ser muito importantes na escolha do
medicamento homeopático individualizado.

Pontos importantes ao avaliar um paciente:

»» Estar atento ao relato do paciente.

»» Dar o máximo de atenção e procurar sintomas

›› raros;

›› incomuns;

›› individualizantes;

›› peculiares.

Problemas a serem contornados:

»» Primeira prescrição, pode não ocorrer a melhora imediata.

›› Motivos possíveis: falta de informação e esclarecimentos do


prescritor.

77
UNIDADE III │ PRESCRIÇÃO

›› Resultado: paciente abandona a terapia e passa a não acreditar na


homeopatia e na competência do profissional que o assiste ou nas
práticas homeopáticas.

A frequência de repetição da dose é fundamental para a eficácia do tratamento. A regra


fundamental na homeopatia clássica, como já foi citado, é não dar outro medicamento
até a dose administrada ter deixado de atuar, não importa quanto tempo seja necessário,
para mais ou para menos. E não existe um programa pré-estabelecido para repetição da
dose, a melhor forma de saber, é observando a resposta do tratamento.

O mais comum é que a pessoa tratada comece a melhorar de maneira evidente depois
da primeira dose do medicamento ou dentro de uma hora ou duas, e progressivamente
vai melhorando. Dessa forma, podemos dispensar qualquer outro tratamento
complementar.

Mas se ocorrer alguma piora, é uma indicação de necessidade de repetição do medicamento.

Algumas orientações que podem ser seguidas:

»» Quanto mais graves os sintomas agudos da pessoa, maior a frequência


de repetição do medicamento:

›› Os medicamentos podem ser administrados até a cada 10 ou 15


minutos se:

·· a pessoa sofrer de febre muito alta;

·· dor extremamente intensa ou outros sintomas importantes;

·· se a pessoa estiver gravemente doente e corra risco de morte.

›› Conforme os sintomas forem diminuindo de intensidade, reduzir a


frequência da dose a cada uma ou quatro horas.

»» Não continuar o medicamento por mais que dois ou três dias:

›› Esse período pode ser suficiente se for escolhido o medicamento


correto.

›› Se o medicamento ajudou no início, porém os sintomas retornaram,


será necessário mudar o medicamento.

»» Dar bastante tempo para o medicamento agir antes de mudar para


um medicamento novo.

78
PRESCRIÇÃO │ UNIDADE III

›› Em alguns casos, pode ocorrer uma demora na resposta e, assim,


pode ser recomendado seguir um esquema de tratamento por um
período de 12 a 24 horas.

»» Não experimentar muitos medicamentos para uma doença.

›› Em casos de indicação por profissional não médico ou automedicação,


o ideal é acertar na primeira tentativa, porém, se após o uso de
dois a três medicamentos diferentes não conseguir uma resposta
positiva, deve-se procurar um médico homeopata.

Caso clínico para estudo

Nosso paciente é um rapaz de 19 anos de idade, que chamaremos de Miguel.

Descrição do caso do paciente:

Ontem começou a sentir dor de garganta, que foi piorando gradualmente.


Ao acordar de manhã, ele notou que a garganta estava arranhando.
Nenhum dos seus familiares ou amigos teve alguma doença nos últimos
dias e ele não esteve resfriado. Na noite anterior, ele começou sentir-se
bastante doente, com uma febre acima de 38 ºC. Agora, ele descreve
a dor de garganta como uma dor seca, ardente. Seu estado piorou
bastante quando a febre aumentou. A dor piorou um pouco durante a
noite, especialmente do lado direito. Engolir e falar piora ainda mais
a dor, embora a garganta pareça melhor um pouco quando ele engole
líquidos quentes.

Miguel também está com diarreia. Apresentou duas a três evacuações


muito líquidas durante as últimas 24 horas e sentiu-se mais fraco a cada
vez, mas não tem nenhuma vontade de evacuar e não sente dor.

De maneira geral, a febre do nosso paciente deixa-o sensível ao frio.


Apesar da temperatura alta, ele precisa se cobrir com muitos cobertores
e não suporta uma corrente de ar ou temperatura baixa. Ele se sente
agitado, inquieto e observa que bate o pé esquerdo de impaciência
constantemente. No entanto, apesar de inquieto, está tão cansado
que não consegue sair da cama. Sente dores no corpo, mas acima de
tudo sente muito cansaço e mal-estar. Todos esses sintomas gerais
pioraram durante a noite e ele suou bastante após a meia-noite, assim
como depois de ter acordado de manhã, e ainda está suando um pouco.
Mas não tem mais sede do que o habitual.

79
UNIDADE III │ PRESCRIÇÃO

Miguel se sente mais ansioso do que de costume, embora não queira


demonstrá-lo. Ele está preocupado que sua doença possa piorar e, tendo
acordado durante a noite, não pode parar de pensar que poderia ter
uma doença mortal. Sua ansiedade e inquietação eram tamanhas que
teve dificuldade de se concentrar para suas leituras favoritas. Hoje ele
realmente não está preocupado se alguém esteja por perto, mas durante
a noite levantou-se para ver se seus pais estavam dormindo, para o caso
de precisar deles se piorasse de repente. Não costuma esperar que as
pessoas se preocupem a seu respeito, mas quando a mãe apareceu para
ver como estava, não se incomodou com a atenção dela. Normalmente,
ele deixa seus livros empilhados de qualquer jeito. Mas hoje de manhã,
quando se sentiu um pouco melhor, viu-se impelido a levantar-se e
colocá-los em ordem alfabética.

Ao olhar-se no espelho, ele acha seu rosto pálido, cansado. A garganta


está bem vermelha e há algumas manchas brancas minúsculas na
amígdala (tonsila palatina na nomenclatura anatômica mais recente)
direita. Além disso, ele nota que alguns dos gânglios linfáticos do
pescoço estão um pouco inchados.

Isso completa nossa descrição do caso de Miguel. O formato esquemático que você
poderá usar nas anotações ao tratar do caso será organizado em seções divididas por
partes do corpo e por sintomas gerais e mentais. Por mais que queira resumir ao tomar
nota dos sintomas, procure anotar palavras do paciente. A esquematização do caso lhe
permitirá ter uma visão de todos os sintomas de uma vez só. É muito mais fácil indicar
a intensidade de um sintoma ou sua modalidade sublinhando-o e fazendo anotações
mais adiante se necessário. Eis como ficaria uma versão do esquema do caso.

Quadro 6. Esquema do caso de Miguel.

Preocupação principal: dor de garganta e febre desde ontem de manhã.


Garganta: ontem, ao acordar, sentiu a garganta áspera, piorou à noite quando a febre aumentou, agora sente uma dor seca, ardente etc.
Piora do lado direito, à noite, engolindo, falando.
Melhora com bebidas quentes (um pouco).
Digestão: diarreia – fezes líquidas 2 a 3 vezes apenas desde ontem.
Nenhuma dor, nenhuma vontade entre as evacuações.
Geral: sente frio, que piora em correntes de ar, temperatura baixa – tem vontade de se envolver em cobertores. Sentiu-se pior durante a noite.
Inquietação, bate o pé de impaciência, tem dificuldade de leitura, com a inquietação, sente-se muito cansado e tem de ficar na cama.
Nenhuma razão aparente para a manifestação – nenhuma exposição a resfriado, tem dormido e comido bem.
Mente: ansioso, preocupado com uma piora da doença – durante a noite, teve medo de ter contraído uma doença mortal.
Embora não esteja ansioso por companhia no momento, durante a noite quis ter certeza de que os pais estavam lá “só por precaução”.

80
PRESCRIÇÃO │ UNIDADE III

Arrumou os livros que normalmente estavam espalhados.


Indiferente à companhia e à preocupação dos outros hoje.
Exame: temperatura de quase 40º C, rosto pálido, garganta vermelha e inchada com manchas brancas na amígdala direita.

Fonte: própria autora.

Agora vamos usar o método apresentado em análise de casos:

Classifique os sintomas mentais, os sintomas gerais e os sintomas físicos individuais


por intensidade e profundidade.

Lembrete:

Cada sintoma é avaliado de 1 a 3 com base em sua intensidade para ordenar


a profundidade. Os sintomas mentais contam 3 pontos, os sintomas gerais
2 e os sintomas físicos particulares 1 ponto. Some essas duas avaliações para
determinar o nível global de cada sintoma.

As modalidades só são classificadas de acordo com seu grau de definição ou


intensidade e se agrupam com o sintoma a que pertencem.

Quadro 7. Quadro de exemplos.

Classificação
(Intensidade/Profund. = Total)
Garganta com dor ardente 3/1 = 4

Pior do lado direito 2

Piora ao engolir 3
Garganta
Piora ao falar 3

Melhora com bebida quente 2

Piora à noite 1

Digestão Diarreia 1/1 = 2

Frio 3/2 = 5

Geral Piora à noite 2/2 = 4

Inquieto 3/2 = 5

Ansioso, preocupado com a doença 3/3 = 6


Mente
Mais organizado que o habitual 1/3 = 4

Exame Amígdalas vermelhas com pequenos pontos brancos 1/1 = 2

Fonte: adaptado de Cummings e Ullmann, 1999.

Agora devemos reorganizar os sintomas, listando-os por ordem das avaliações, como
no quadro 8. Observe que os sintomas de avaliação total igual são colocados por ordem
de seu nível, os sintomas “mais profundos” aparecem mais no alto da lista.
81
UNIDADE III │ PRESCRIÇÃO

Quadro 8. Sintomas ordenados por nível.

Sintomas Classificação
Ansioso, temeroso 6

Friorento 5

Inquieto 5

Mais organizado que o habitual 4

Geralmente pior à noite 4

Garganta dolorida, ardente 4

Piora ao falar 3

Piora ao engolir 3 Modalidades

Pior do lado direito 2

Melhora com bebida quente 2

Manchas nas amígdalas 2

Diarreia 2

Fonte: adaptado de Cummings e Ullmann, 1999.

Nesse exemplo, os primeiros seis sintomas qualificam-se para a condição de


sintomas-chaves. Todos têm avaliações globais de 4 ou mais e todos, menos o senso de
ordem incomum, estão razoavelmente bem posicionados.

Comparamos os sintomas-chaves aos dos medicamentos encontrados nos repertórios


referentes à dor de garganta, seria necessário consultar a matéria médica adequada.
Aqueles que já cursaram a disciplina matéria médica homeopática, poderão consultar o
material e aqueles que ainda não cursaram, poderão completar esse estudo futuramente.
Mas vejamos a seguir algumas possibilidades:

»» Os sintomas de classificação mais alta são ansiedade e medo e esses


sintomas são uma característica notável de quatro medicamentos:

›› Aconite,

›› Arsenicum,

›› Lycopodium,

›› Rhus tox.

»» O frio generalizado é encontrado nos sintomas de Hepar sulph e em três


dos quatro medicamentos, mas não no Lycopodium.

»» A inquietação assinalada também é característica de:

›› Arsenicum,

82
PRESCRIÇÃO │ UNIDADE III

›› Aconite,

›› Rhus tox.

»» Somente Arsenicum cobre o senso de organização incomum do paciente.

»» Os três medicamentos cobrem o agravamento noturno, mas só o Arsenicum


se destaca quanto ao aumento dos sintomas depois da meia-noite.

»» Todos também se aplicam à dor de garganta, mas a dor de garganta ardente


é uma característica pronunciada só do Arsenicum.

»» Com essa avaliação, podemos ver que o Arsenicum é um forte


candidato, porém, os outros medicamentos cobrem pelo menos três dos
sintomas-chaves.

No quadro a seguir, poderemos encontrar os sintomas confirmatórios. Mas devemos


considerar que todos os medicamentos de dor de garganta cobertos aqui pioram ao
engolir e nenhum é relacionado para agravamento ao falar. A dor de garganta do lado
direito é coberta por Lycopodium e Belladona.

O alívio produzido por bebidas quentes é um sintoma de Arsenicum, Rhus tox, Hepar
sulph e Lycopodium.

Quadro 9. Sintomas confirmatórios.

Medicamentos Aconite Arsenicum Hepar sulph. Lycopodium Rhus tox.


Ansioso X X X X
Friorento X X X X X
Inquieto X X X X
Organizado X
Pior à noite X X X X
Dor de garganta ardente X

Fonte: adaptado de Cummings e Ullmann, 1999.

A diarreia é um sintoma secundário nesse caso, mas uma consulta à seção sobre diarreia
mostra que, dos medicamentos que parecem mais promissores, só o Arsenicum é
relacionado como adequado.

Agora podemos comparar o caso como um todo com as tabelas de cada um dos possíveis
medicamentos:

»» Aconite é mais indicado nos primeiros estágios de doenças agudas que de


repente trazem angústia intensa e temos inquietante.

83
UNIDADE III │ PRESCRIÇÃO

»» Arsenicum cobre doenças que progrediram um pouco mais e que se


caracterizam por ansiedade e inquietação, acompanhadas por um estado
de grande debilidade.

›› Essas doenças também incluem um desejo de companhia tranquilizadora


e uma tendência especial a se preocupar com organização.

›› As dores associadas costumam ser do tipo ardente e são aliviadas pelo


calor.

»» Rhus tox também é indicado contra ansiedade e inquietação, mas que


passam quando a pessoa anda de um lado para o outro, uma característica
que não é relacionada aos outros medicamentos.

›› As doenças de Rhus tox surgem geralmente depois de exposição a


resfriado e tempo úmido, e os sintomas melhoram com o calor.

Fazendo essas comparações podemos:

»» Eliminar Aconite – a doença do paciente não começou de repente e os


sintomas inflamatórios não vieram com grande força.

»» Hepar suph seria para alguém mais irritável.

»» Lycopodium para os menos friorentos e sedentos.

»» Somente Arsenicum e Rhus tox estão mais próximos de englobar o quadro


geral do paciente.

›› Porém, Arsenicum ajusta-se melhor a alguns sintomas como inquietação


com fraqueza, dores ardentes, senso de organização.

Para finalizar, outra característica que nos confirma o Arsenicum como melhor escolha,
é que o paciente relatou que não se preocupa se tem companhia, mas quando se sentiu
amedrontado à noite, teve de se levantar para ver se os pais estavam lá.

Como podemos verificar, a partir do caso clínico apresentado, a participação ativa do


paciente é imprescindível, pois só ele é capaz de expressar seguramente aquilo que sente
e vivencia. O médico tem a função de avaliar, valorizar, hierarquizar e decidir quais
serão os sintomas dignos de se levar em consideração para prescrição do medicamento
homeopático mais apropriado (simillimum).

84
PRESCRIÇÃO │ UNIDADE III

Tratamento doméstico com a


medicina homeopática
Hahnemann escreveu no preâmbulo da sua matéria médica, que para um tratamento
conveniente, após anotação dos medicamentos por cada sintoma apresentado pelo
paciente, devemos ser capazes de distinguir aquele que cobre a maioria dos sintomas,
especialmente os mais peculiares e característicos. Selecionada após comparação na
matéria médica, deve ser a substância que mais semelhanças apresente com a totalidade
do quadro clínico que se nos depara.

Se não for possível encontrar o medicamento perfeito, devemos administrar o imperfeito,


isto é, aquele que engloba somente uma parte dos sintomas da doença tratada, mas
que se afigura como o mais adequado entre todos os que se encontram em apreciação
diferencial. Sendo que, frequentemente, a similitude não seja total, não se pode esperar
que a cura possa ser total e isenta de perturbações. No decorrer do uso do simillimum
imperfeito, poderão surgir sintomas acessórios não observados previamente na doença.
De qualquer forma, isso não impede que parte da enfermidade não seja eliminada
pelo medicamento. Persistirão somente os sintomas não cobertos pelo medicamento e
aqueles que surgiram acessoriamente assumirão um carácter moderado, sempre que a
dose do medicamento não seja exagerada.

Caso surjam efeitos acessórios importantes durante a ação de um medicamento


imperfeito, podemos proceder com nova repertorização, dessa vez englobando o novo
universo sintomático. Esse processo se repetirá até que se complete a cura integral
do enfermo.

Contrariamente à situação anterior, o simillimum perfeito, imitando a doença na íntegra,


ministrado em dose adequada, removerá de forma radical a totalidade sintomática. É
sempre necessário fazer um esforço no sentido de se encontrar o medicamento que
produza artificialmente os sintomas ou a doença e que imite com a maior perfeição
possível os do doente.

Na dificuldade do simillimum perfeito ser encontrado, Hering enunciou uma regra


segundo a qual são suficientes três sintomas bem indicativos, para que se estabeleça a
escolha de um bom medicamento.

Se durante o tratamento os sintomas físicos desaparecem, prevalecendo um estado


mental alterado, haverá que desconfiar da escolha do medicamento e reavaliar o
caso clínico.

De acordo com a Resolução CFF no 585/2013, as atribuições clínicas do farmacêutico,


incluindo o homeopata, visam proporcionar cuidado ao paciente, à família e à
85
UNIDADE III │ PRESCRIÇÃO

comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a


farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a
qualidade de vida do paciente.

O farmacêutico homeopata é capaz de orientar o usuário a utilizar corretamente os


medicamentos homeopáticos, auxiliando na cura de enfermidades leves, prevenindo e
evitando o desenvolvimento de enfermidades graves, levando sempre em conta a lei dos
semelhantes. A opção pela homeopatia exige, por parte do paciente, uma compreensão
do que é o tratamento e uma observação atenta da ação do medicamento prescrito, ou
seja, uma observação atenta e crítica de si mesmo, e que ele exercite o empoderamento
de sua própria saúde, o que torna a homeopatia atual e interativa, como devem ser
as terapêuticas da Nova Era. É preciso entender “que caminhos o organismo seguirá
para chegar a um estado de equilíbrio melhor”, às vezes passando por períodos de
agravação (geralmente passageiro e suportável), períodos de eliminação ou retorno de
sintomas antigos.

Levando em consideração que o cuidado prestado pelo farmacêutico se materializa para


o paciente e para a sociedade na prestação de serviços farmacêuticos, o CFF, em 2014,
elaborou um documento que propunha alinhar os conceitos relacionados à prática
clínica dos farmacêuticos. Dessa forma, os serviços a serem prestados pelo farmacêutico,
a fim de atender às necessidades de saúde da população, família e comunidade,
eram: rastreamento em saúde, educação em saúde, manejo de problemas de saúde
autolimitados, dispensação, conciliação de medicamentos, revisão da farmacoterapia e
acompanhamento farmacoterapêutico.

A arte de cura homeopática


Segundo Hahnemann, o médico deve ser capaz de reconhecer o que deve ser curado
em cada caso individualmente e compreender o elemento curativo dos medicamentos,
adequando-os em qualidade e quantidade às necessidades do enfermo. Diagnosticando
as suscetibilidades patológicas da individualidade (psíquicas, emocionais, neurológicas,
imunológicas etc.), traduzindo-as em sinais e sintomas peculiares e característicos
e encontrando o medicamento homeopático específico para cada individualidade,
tanto em dose quanto em potência, estará exercendo a arte de cura homeopática
(TEIXEIRA, 2006).

Priorizando as características mentais e psíquicas como aspectos de alta hierarquia


dentre os demais sintomas peculiares e característicos, reforça a importância e a
complexidade da individualização no êxito do tratamento, tanto para doenças crônicas
quanto para doenças agudas.

86
PRESCRIÇÃO │ UNIDADE III

Farmacologia homeopática
Em 1796, Hahnemann publicou a revista “Ensaio sobre um novo princípio para se
averiguar o poder curativo das drogas” e descreveu nessa revisão as “ações primárias
diretas das drogas” e as consequentes e opostas “ações secundárias indiretas do
organismo”, organizando os efeitos farmacológicos de dezenas de medicamentos de
sua época. Uso como exemplo a planta Digitalis purpurea ou “dedaleira” (fonte das
drogas “digitálicas” modernas), empregada desde aquela época como medicamento
antiarrítmico segundo a similitude terapêutica. Veja no quadro abaixo como classificou.

Quadro 10. Ações primárias diretas e indiretas da Digitalis purpúrea.

Ação Efeito Características

»» Deprime a circulação.
»» Diminui a frequência dos batimentos cardíacos.
»» Produz inflamação nos gânglios.
»» Inflamação das glândulas meibomianas.
Ação primária direta Patogenéticos »» Visões obscurecidas, parecendo que os objetos têm várias cores.
»» Convulsões.
»» Dores de cabeça violentas, vertigem.
»» Dor no estômago, grande diminuição dos poderes vitais.
»» Sensação de dissolução e aproximação da morte.
»» Melhora da circulação.
»» Aumento da frequência cardíaca e pulso rápido.
»» Eficiente em inchaços ganglionares.
»» Cura das inflamações meibomianas.
Ação secundária indireta Curativos
»» Remove afecções semelhantes na retina.
»» Proveitosa em algumas formas de epilepsia, desde que acompanhadas de outros
sintomas mórbidos que produz.
»» Cura de sintomas associados à sensação de dissolução e aproximação da morte.

Fonte: adaptado de Teixeira, 2013.

Hahnemann explicou o mecanismo de ação universal dos medicamentos e o colocou


como sendo a ação primária da droga, gerando os efeitos patogenéticos e a ação
secundária, que é oposta à primária, como sendo uma resposta oposta do organismo,
em busca do equilíbrio, da cura.

Conhecendo as perturbações e alterações sintomáticas das doenças e os efeitos ou


sintomas patogênicos dos agentes terapêuticos no corpo saudável, como empregar esses
efeitos para fazer desaparecer aqueles sintomas e curar as enfermidades? A homeopatia
faz isso seguindo o princípio similia similibus curantur, ou seja, os semelhantes são
curados pelos semelhantes.

87
UNIDADE III │ PRESCRIÇÃO

Assim, os sintomas de uma enfermidade natural são curados pelo agente terapêutico ou
medicamento que produz sintomas artificiais semelhantes no corpo saudável.

Um exemplo mais fácil para compreensão é o café. Todos sabem que ele promove insônia,
principalmente em pessoas que não possuem o hábito de ingerir essa bebida. Porém, pela
homeopatia, pessoas que sofrem de insônia, tratam-se com Coffea. Assim, o café, que em
um homem saudável, causa insônia, em outro que sofre de insônia, o cura. No primeiro
caso, o café promove insônia, e no segundo, ele a curou. No primeiro ocorre uma ação
farmacológica e podemos chamar de sintoma patogenético. Mas diante do fato fisiológico
ou patogenético, encontramos também o lado terapêutico do café, que por outro aspecto
cura a insônia.

Leia o artigo:

TEIXEIRA, M. Z. Similia similibus curentur: o princípio de cura homeopático


fundamentado na farmacologia moderna/Similia similibus curentur: the
homeopathic healing principle based on modern pharmacology. Revista de
Medicina, 2013, vol. 92, no 3, pp. 183-203.

Figura 40. Ação farmacológica e homeopática.

DROGA

ALOPATIA HOMEOPATIA

PRINCÍPIO DOS PRINCÍPIO DOS


CONTRÁRIOS SEMELHANTES

FÁRMACO
AÇÃO PRIMÁRIA
+
PATOGENÉTICA
RECEPTOR

AÇÃO
EFEITO ANTAGONISTA SECUNDÁRIA
AGONISTA
CURATIVA

ORGANISMO
REAGE EM
BUSCA DO
EQUILÍBRIO

Fonte: própria autora.

88
PRESCRIÇÃO │ UNIDADE III

A teoria e a prática da homeopatia parecem estranhas aos que estão acostumados


à medicina ocidental tradicional, Hahnemann fundou a homeopatia no século 19, e
acreditava que os medicamentos, que em doses elevadas eram capazes de criar um
determinado conjunto de sintomas, poderiam aliviar aqueles mesmos sintomas em
doses diminutas, algumas vezes tão mínimos que nem mesmo restasse uma molécula
da substância original. O que faz com que muitos não acreditem, pois não encontram
as moléculas que fazem o efeito. Enquanto alguns não acreditam, outros procuram
medicamentos que tenham menos efeitos colaterais e sentem que é correto um sistema
terapêutico que permite que os sintomas sejam partes de um todo maior, que parece
estimular o poder de cura natural do corpo, em vez de atacar.

89
Para (não) finalizar

Este material didático foi uma introdução à teoria e à prática da homeopatia. Descrevemos
um pouco da sua história e sua evolução, apresentamos aspectos da farmacotécnica
homeopática e a escolha do medicamento ideal.

Lembrando que o repertório homeopático, que você pode consultar à parte, é um índice,
no qual podem ser achados todos os remédios capazes de produzir em seus efeitos
patogenéticos um conjunto de sintomas ou um sintoma particular qualquer dado.
Ou seja, aquele que procura o medicamento para certo caso, não conhecendo o remédio
algum similar correspondente, poderá encontrá-lo, consultando o repertório, o qual
lhe indicará os remédios capazes de produzir os sintomas que o seu caso apresenta.
Para isso, é importante, antes de tudo, conhecer a filosofia homeopática e saber que
existem dois repertórios, o clínico e o sintomático.

Com o diagnóstico da doença, podemos limitar o grupo de remédios homeopáticos,


cuja eficácia, em seu tratamento, a experiência clínica tem sancionado e, assim, facilitar
a escolha do medicamento, também o Repertório Clínico Homeopático servindo para
dar mais ou menos detalhadamente, a que casos individuais cada um deles convém.

Os principais repertórios homeopáticos são os sintomáticos, aqueles que indicam os


sintomas atuais. A matéria médica dá todos os sintomas produzidos por cada remédio
em um parágrafo que tem por título o nome desse remédio. O repertório sintomático
é organizado em sentido oposto, com um contrapeso da matéria médica: dá em uma
lista de sintomas ordenados por órgão, o nome de todos os medicamentos que têm
produzido cada um deles. Comparando o remédio de cada sintoma com os dos outros
que o doente apresenta, deve-se procurar achar o que é capaz de produzir a maior parte
dos sintomas apresentados, então esse será o medicamento ideal.

90
Referências

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