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Gestão Empresarial Voltada a

Farmácia Homeopática

Brasília-DF.
Elaboração

Celina Trajano de Oliveira

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA............................................................................................ 9

CAPÍTULO 1
CONTABILIDADE FARMACÊUTICA............................................................................................. 11

CAPÍTULO 2
PLANEJAMENTO FISCAL E TRIBUTÁRIO...................................................................................... 26

UNIDADE II
RECURSOS HUMANOS.......................................................................................................................... 43

CAPÍTULO 1
RECURSOS HUMANOS NAS EMPRESAS..................................................................................... 45

CAPÍTULO 2
AS RELAÇÕES DE TRABALHO................................................................................................... 49

UNIDADE III
MARKETING FARMACÊUTICO............................................................................................................... 71

CAPÍTULO 1
MARKETING FARMACÊUTICO.................................................................................................. 72

CAPÍTULO 2
A IMPORTÂNCIA DA PROPAGANDA......................................................................................... 75

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 85
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Caro aluno, seja bem-vindo ao curso Gestão Empresarial voltada a Farmácia Homeopática!
Iniciaremos com a unidade I, Gestão e Contabilidade Farmacêutica. Você sabe para que
serve a Contabilidade para o profissional de farmácia? De que forma ela é estruturada?
Qual a importância da contabilidade para a profissão?

Nesta primeira unidade, você obterá informações relevantes sobre a necessidade e o


uso da contabilidade em sua vida profissional. Entenderá quais são as obrigatoriedades
legais para exercer a função de farmacêutico ou de gestor em farmácia. Todo o
conteúdo ministrado será feito por meio de informações práticas para o uso no dia a
dia do profissional. Verá também como a contabilidade poderá auxiliá-lo a conhecer a
legislação fiscal federal, estadual e municipal.

O curso será dividido da seguinte forma:

»» Unidade I: Gestão e Contabilidade Farmacêutica – Contabilidade


Farmacêutica, Planejamento contábil, fiscal e tributário. Apresentará
como você poderá abrir uma farmácia. Mostrará a necessidade da
Contabilidade e das Demonstrações Contábeis, de acordo com a legislação
vigente. Conceituará Demonstração Financeira e Demonstração
de Resultado, ressaltando a importância do lucro nas empresas e a
importância do imposto da renda e contribuições sociais.

»» Unidade II: Recursos humanos. Liderança e gestão de recursos humanos.


Auxiliará no entendimento do setor de Recursos Humanos, hoje chamado
de Gestão de Pessoas, como também nas relações de trabalho, antigamente
denominado de Departamento Pessoal. Foram selecionados autores e
renomados que esclarecerão e ajudarão a compreender esta ferramenta
extremamente essencial ao bom funcionamento das empresas.

»» Unidade III: Marketing farmacêutico. Apresentará o conceito de Layout


interno e externo: Implantação, tendência do mercado, gerenciamento
de produtos por categoria, marcas, merchandising, divulgação de peças
publicitárias. Técnicas em vendas, treinamento e habilidade em vendas,
excelência no atendimento ao cliente e comportamento do consumidor.

O crescimento do setor magistral deve-se, principalmente, ao alto custo dos


remédios tradicionais, deixando o cliente, muitas vezes, impossibilitado de comprar

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o medicamento necessário. São muitas as vantagens do magistral: remédio exclusivo
confeccionado para paciente por meio de prescrição médica, custo geralmente menor
que os remédios tradicionais, menos desperdício.

Ainda de acordo com o Sebrae (2018):

Segundo a ANFAMARG – Associação Nacional de Farmacêuticos


Magistrais, o mercado de Farmácia Magistral está em franco
crescimento e é uma opção muito importante para a população, seja no
acesso aos medicamentos, seja na orientação farmacêutica feita dentro
desses estabelecimentos, onde a garantia de um farmacêutico presente
é sempre certa.

Por ser um mercado altamente competitivo, há necessidade de uma gestão eficiente,


com profissionais qualificados, com métodos modernos. Um bom planejamento e uma
boa gestão representarão o diferencial competitivo diante da concorrência.

A área contábil sofreu uma mudança significativa a partir da Lei no 11.638/2007,


que altera significativamente a forma como as demonstrações financeiras devem ser
apresentadas no Brasil. Diante da globalização, as empresas, cada vez mais competitivas,
veem-se desafiadas constantemente e lutam para sobreviverem. Os desafios são cada
vez maiores. A busca por resultados positivos faz com que aja uma concorrência, muitas
vezes desleal, em busca dos melhores preços, do menor custo e na procura incessante
por clientes prontos para adquirirem os produtos ofertados. A contabilidade oferece
uma série de ferramentas que poderão ser utilizadas pelo gestor farmacêutico de forma
prática e fácil.

Assim, esse material apresentará todas as ferramentas que a contabilidade oferece em


benefício do gestor.

Objetivos
»» Obter conhecimentos sobre a contabilidade farmacêutica.

»» Entender a necessidade da área de recursos humanos dentro de uma


empresa farmacêutica.

»» Compreender a importância do Marketing farmacêutico.

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GESTÃO E
CONTABILIDADE UNIDADE I
FARMACÊUTICA
A contabilidade farmacêutica equipara-se à contabilidade tradicional. A contabilidade
já existia desde os primórdios tempos. O homem primitivo contava seu rebanho
para poder comercializá-lo. Com essa contagem, já se iniciava o inventário contábil.
De acordo com Marion (2015), por ser ambicioso, o homem não se contentou apenas
em contar o rebanho. Essa contagem, tinha um objetivo: verificar a riqueza que possuía,
pois quanto mais tinha, mais rico ficava. Essa era a forma rudimentar de contagem da
riqueza adquirida no decorrer do tempo.

Segundo o Sebrae (2018), de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária –


ANVISA, as farmácias são classificadas em 6 (seis) grupos de atividades.

»» Grupo 1 – manipulação de medicamentos a partir de insumos/matérias-


primas, inclusive de origem vegetal.

»» Grupo II – manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico.

»» Grupo III – manipulação de antibióticos, hormônios, citostáticos e


substâncias sujeitas a controle especial.

»» Grupo IV – manipulação de produtos estéreis.

»» Grupo V – manipulação de medicamentos homeopáticos.

»» Grupo VI – manipulação de doses unitárias e unitarização de dose de


medicamentos em serviços de saúde.

Essas atividades são estabelecidas no Regulamento Técnico da RDC no 67, de 8 de


outubro de 2007. Essa legislação leva em consideração o complexo processo de
manipulação e as boas práticas em manipulação.

Objetivos
»» Oferecer ao gestor de farmácia a correta interpretação sobre as
demonstrações contábeis utilizadas no Brasil.

»» Entender quais os procedimentos para a abertura de uma farmácia


homeopática.

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UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

»» Informar adequadamente quais os tributos necessários à garantia de uma


gestão correta.

»» Capacitar o profissional de farmácia, por meio dos conhecimentos


contábeis, para que ele obtenha recursos para a tomada de decisão.

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CAPÍTULO 1
Contabilidade farmacêutica

Para entender contabilidade, como ela deve ser aplicada e qual a finalidade, é importante
que você leia a seguinte história: Se você é um profissional da área farmacêutica,
pretende ser um farmacêutico homeopata e, se quiser abrir uma empresa para comprar
e vender medicamentos, quais procedimentos precisará obter para concretizar sua
vontade? Você constituirá uma empresa. Você constituirá sua empresa com o que?
O que é necessário para iniciar o negócio? Segundo Ribeiro (2010), você precisará de
um Capital. E o que é o Capital? Capital é uma quantia que você utilizará para comprar
os materiais necessários para constituir a empresa. Portanto, se você tiver a quantia de
R$ 10.000,00, esse será seu Capital. Com ele, comprará os materiais necessários para
iniciar o negócio, alugará um local, de acordo com o dinheiro que possui. Este local
pode ser uma sala, uma casa, ou qualquer outra instalação que você puder ficar com o
dinheiro que disponibilizará para iniciar as atividades.

Bom, se você resolver alugar uma sala por R$ 1.500,00, esse dinheiro já estará
comprometido. O próximo passo será assinar o contrato de aluguel. Uma informação
muito importante: ao alugar um estabelecimento, verifique se o imóvel não tem nenhum
problema. Veja na prefeitura municipal se ele está regularizado. Consulte a vizinhança
e verifique se não há enchentes no local. Preste atenção no ambiente e na concorrência.

Então, você tem o dinheiro e o local. Será necessário contratar um Contador. Para que?
Para legalizar sua empresa. A legalização se dará por meio de registros em órgãos
públicos, onde a empresa será registrada e adquirirá uma nova personalidade, a
personalidade jurídica.

E o que é personalidade jurídica? Ainda, de acordo com Ribeiro (2010, p. 3):

Você é uma pessoa física, é uma pessoa natural. Quando você nasceu,
seus pais providenciaram o seu registro no Cartório de Registro Civil.
A Certidão de Nascimento foi o primeiro documento que comprovou a
sua existência perante a sociedade, dando-lhe condições de exercer a
sua cidadania.

Com as empresas acontece quase o mesmo procedimento. As empresas também são


consideradas pessoas; essas pessoas não são físicas, são chamadas de pessoas jurídicas.
Por isso, para que as empresas possam se tornar pessoas jurídicas elas precisarão ser
registradas em diversos órgãos públicos.

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UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Em qual órgão público o profissional em farmácia registrará sua empresa? Inicialmente,


pelo menos em seis: Junta Comercial do Estado, Secretaria da Receita Federal, Prefeitura
Municipal, Secretaria da Fazenda do Estado, Previdência Social e Sindicato de Classe
ou Conselho Regional de Farmácia.

De que forma você efetuará o registro? O profissional de farmácia precisará de um


Contador que será o intermediário entre você e os órgãos públicos, auxiliando-o quanto
ao contrato social que deverá ser registrado na Junta Comercial de seu Estado, e a
legalização junto à Secretaria da Receita Federal para adquirir o Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica – CNPJ. Além disso, há os registros nas Secretaria Estadual da
Fazenda, Conselho Regional de Farmácia, Prefeitura do município, para obter o Alvará
de funcionamento, Alvará de Vigilância Sanitária, responsável técnico habilitado,
Cadastro junto à Caixa Econômica Federal – CEF para o sistema “Conectividade Social
– INSS e FGTS”. Corpo de bombeiros da polícia militar.

A consulta ao PROCON é obrigatória para verificar como os produtos estarão


especificados junto ao Código de Defesa do Consumidor, instituído pela Lei no 8.078,
de 11/9/1990.

Os regulamentos técnicos sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações


Magistrais e Oficinais para uso Humano em farmácia – BPMF e seus Anexos, estão na
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC no 67, de 8 de outubro de 2007 da ANVISA.

Segundo o Sebrae (2018)

As BPMF estabelecem para as farmácias os requisitos mínimos para a


aquisição e controle de qualidade da matéria-prima, armazenamento,
manipulação, fracionamento, conservação, transporte e dispensação
de preparações magistrais e oficinais obrigatórios à habilitação de
farmácias públicas ou privadas ao exercício dessas atividades.

Ainda de acordo com o Sebrae (2018), para que uma farmácia de manipulação possa
funcionar adequadamente, é necessário também estar regularizada nos órgãos de Vigilância
Sanitária, possuir Autorização de Funcionamento da Empresa – AFE. Essa autorização
é expedida pela ANVISA.

Será necessário, ainda, possuir autorização especial para manipular substâncias


que precisem de controle especial, como por exemplo, substâncias entorpecentes
que causem dependência química. Há ainda na legislação vigente autorização para
receituários especiais e as taxas que serão cobradas para a renovação e autorização de
funcionamento. O Decreto no 5815, de 22 de junho de 2006, define a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos, se referindo à “garantia e promoção da segurança,

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GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

eficácia e qualidade no acesso a plantas medicinais e fitoterápicos, por meio da adoção


de boas práticas de cultivo e manipulação de plantas medicinais e de manipulação e
produção de fitoterápicos”.

Praticamente todos os documentos que serão solicitados pelos órgãos públicos poderão
ser feitos pela internet. O contador tem um registro especial, com autorização para
abrir sua empresa e aguardar que o órgão público autorize o início de suas atividades.
Mas, como surgiu a Contabilidade?

O surgimento da contabilidade e
planejamento contábil
Por volta dos anos de 1400 a 1500, as cidades italianas tornaram-se o centro do
comércio mundial. Com a comercialização em ampla expansão, houve a necessidade de
se formalizar a contabilização. Essa formalização não veio por meio de um matemático,
mas sim por um frei, profundo conhecedor da matemática, na época do período
moderno da contabilidade. Seu nome: Frei Luca Pacioli, considerado até hoje o “pai
da contabilidade”. Escreveu obras importantíssimas como “Summa de Aritmética,
Geometria, Proportioni et Proporcionalitá”, impressa em Veneza, na qual está inserida o
tratado sobre Contabilidade e Escrituração, iniciando a era da Moderna Contabilidade.
Mas o que Frei Luca Pacioli fez de tão importante? Ele mostrou que a soma dos valores
debitados é igual à soma dos valores creditados, criando um método chamado “método
das partidas dobradas”, em que, para cada débito, existe um crédito correspondente
que deverá ter valores iguais.

Esse Método das Partidas Dobradas já existia há muito tempo, mas foi por meio de Luca
Pacioli que os registros foram documentados. A documentação sofreu uma adaptação,
na qual os termos “per” significou devedor e “a” significou credor. Portanto, a seguir,
será demonstrando como os livros de contabilidade, ainda, mostram a seguinte forma
de escrituração.

Máquinas e equipamentos

a Caixa

Nessa forma de escrituração, geralmente apresentada em livros de contabilidade, a


primeira conta é devedora e a segunda credora, o ícone “a” demonstra que conta é
credora. Por exemplo: A empresa Flores Ltda. pagou uma despesa com refeição de seu
funcionário, no valor de R$ 80,00, conforme nota fiscal número 020. Esse pagamento
será feito contabilmente da seguinte forma:

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UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Despesa com refeição R$ 80,00

a Caixa R$ 80,00

Histórico: pagamento de despesas com refeições conforme nota fiscal


no 020.

Veja que a primeira conta “despesa com refeição” é a conta devedora (a primeira a
ser contabilizada) e a conta Caixa é a conta credora (a segunda a ser contabilizada).
A legislação brasileira obriga os contadores a escriturarem suas despesas e mencionarem
do que se trata e como foram pagas. Por isso, existe a obrigatoriedade do histórico, no
qual se menciona de que forma a despesa foi feita.

Diferente do que todos imaginam, a contabilidade se diferencia do dia a dia das pessoas
que possuem conta corrente bancária. Na conta corrente a conta credora significa que
entrou dinheiro na conta. Já na contabilidade a conta credora significa que saiu dinheiro
da empresa.

A entrada e saída de dinheiro de empresa está relacionada ao fluxo financeiro de uma


organização. A contabilidade também trabalha com o regime de competência. Nele,
não importa a data de pagamento do produto. Se o produto for adquirido em março e
o pagamento for efetuado em junho, o produto será contabilizado na data em que foi
adquirido, ou seja, em março.

O regime de competência, muitas vezes traz confusão aos desconhecedores do sistema


contábil, visto que a maioria das pessoas trabalha com entrada e saída efetiva de dinheiro.

O regime de competência está relacionado ao gasto que a empresa faz e não ao efetivo
pagamento. Por exemplo: se uma farmácia compra matéria-prima para a fabricação de
remédios no dia 1o de maio e pretende pagar no dia 30 de junho, o lançamento referente
à compra efetuada terá que ser feito no dia 30 de maio e não no pagamento. Porque a
contabilidade considera que o dia em que a empresa efetivamente se propôs a gastar é
o dia em que a contabilização precisa ser feita.

A data do pagamento está relacionada ao regime de caixa de uma empresa. Para a


contabilidade, todos os lançamentos deverão ser feitos de acordo com o regime de
competência. O mesmo ocorre com as receitas. Por exemplo: a farmácia que estiver
vendendo um produto, ela contabilizara a receita no dia da venda e não no dia do
recebimento. Por exemplo: a farmácia vende produtos no dia 10 de maio, mas só
receberá no dia 10 de junho. Ela deverá contabilizar a venda no dia 10 de maio, ou seja,
no dia em que efetivamente ela vendeu o produto e não no dia em que for receber o
valor correspondente à venda do produto.

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GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Figura 1. Frei Luca Pacioli.

Fonte: Pacioli (2018).

A figura 1 mostra a fotografia do Frei Luca Pacioli, depois dele, a contabilidade foi
complementada e melhorada. Antes dele, qualquer profissional que necessitasse fazia
seus apontamentos contábeis. Mas, com o aumento das riquezas, ocorreu a necessidade
de um profissional que pudesse demonstrar adequadamente os ganhos e as perdas
dos comerciantes. Outro fator importante foi a necessidade de um profissional que
pudesse ajudar os comerciantes falidos após as guerras ocorridas nos séculos XVIII e
XIX. As falências ocorreram por falta de conhecimento e qualificação dos empresários.
A entrada do comércio internacional também trouxe a intensificação da necessidade
de um profissional especialista no assunto. Como a Itália continuava sendo o centro do
comércio mundial, a importância para qualificar profissionais que avaliassem os lucros
e as perdas das empresas foi fundamental.

O Brasil esteve sempre sob a influência da escola italiana, perdurando até a década
de 1970, quando o desenvolvimento econômico mundial trouxe novas exigências ao
mercado. Essas exigências fizeram com que a contabilidade americana ficasse à frente
das informações.

Com a globalização, foram introduzidas modificações em nossa legislação. O Brasil


mudou sua forma de apresentação de seus relatórios. Foram introduzidas informações
detalhadas visando o atendimento das necessidades dos usuários internos e externos.

A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o CPC, veio para definir as bases


para apresentação das Demonstrações Contábeis Brasileiras. Essas demonstrações
são estruturadas para darem informações úteis para a tomada de decisão. Portanto, o
conhecimento sobre contabilidade para o profissional de farmácia servirá exatamente
para que ele tome a decisão correta por meio das informações contábeis que ele terá
acesso, por meio das demonstrações financeiras.

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UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Segundo o Sebrae (2018, p.10), “a farmácia é um estabelecimento de saúde, cuja


atividade está regulada pela Lei Federal no 13.021, de 8 de agosto de 2014, e pela Lei no
5.991, de 17 de dezembro de 1973”.

Como abrir uma farmácia?

Para ser uma organização ligada à área de farmácia, segundo a lei, o estabelecimento
precisará prestar serviço de assistência farmacêutica, ainda de acordo com o Sebrae
(2018), englobando assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva, onde
se processará manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinas
farmacopeicos ou industrializados, além de cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos
farmacêuticos e correlatos.

De acordo com o Sebrae (2018, p. 10):

As farmácias serão classificadas segundo sua natureza como:

I. Farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de dispensação


e comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos
em suas embalagens originais;

II. Farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de


fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo a dispensação e
o atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra
equivalente de assistência médica.

Se você quiser ser um empresário, precisará ter na farmácia um farmacêutico


habilitado, que será responsável pelo estabelecimento, durante todo o horário de
funcionamento. A Lei no 5.991/1973 e a Lei no 13.021/1914 estabelecem que o
pedido de licença para atuar em uma empresa farmacêutica necessitará de uma prova
de que a empresa foi devidamente constituída. Se o responsável técnico não for o
dono da empresa, haverá necessidade de um contrato entre o responsável técnico e a
empresa. Esse profissional terá que ser habilitado legalmente por meio da certidão de
regularização técnica expedida pelo Conselho Regional de Farmácia. Para que a licença
seja expedida, há também necessidade de que o local seja conveniente, de acordo
com o aspecto sanitário, instalações e equipamentos de acordo com os requisitos
técnicos adequados.

Quanto às instalações, há uma série de exigências. O projeto e a infraestrutura deverão


ser compatíveis com a atividade a ser exercida. Há necessidade de ambientes para
as atividades relacionadas à administração, ao recebimento e armazenamento de

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GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

produtos, ao depósito de materiais para limpeza e sanitários, além de dispensação de


medicamentos.

A regulamentação feita pela ANVISA poderá ser consultada pelo profissional. O documento
eletrônico informa como devem ser as condições físicas e as estruturas, para que não
haja risco aos usuários e funcionários.

A figura a seguir mostra o documento eletrônico que o profissional poderá consultar


para ver a autorização para funcionamento, as boas práticas e autorização especial.

Figura 2. Registros e autorizações de farmácias e drogarias.

Fonte: ANVISA (2018).

O estabelecimento não abrirá se não estiver de acordo com a legislação pertinente.


Segundo o Sebrae (2018, p. 14):

As instalações devem possuir superfícies internas (piso, paredes e teto)


lisas e impermeáveis, em perfeitas condições, resistentes aos agentes
sanitizantes e facilmente laváveis. Os ambientes devem ser mantidos
em boas condições de higiene e protegidos contra a entrada de insetos,
roedores ou outros animais. As condições de ventilação e iluminação
devem ser compatíveis com as atividades desenvolvidas em cada
ambiente. O estabelecimento deve possuir equipamentos de combate a
incêndio em quantidade suficiente, conforme legislação específica.

O programa de sanitização, incluindo desratização e desinsetização, deve ser executado


por empresa licenciada para este fim perante os órgãos competentes.

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UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

O sanitário deve ser de fácil acesso, possuir pia com água corrente e dispor de toalha de
uso individual e descartável, sabonete líquido, lixeira com pedal e tampa.

A Resolução da Diretoria Colegiada – RDC é que regulamenta as boas práticas de


manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias.
Além disso, a RDC também normatiza as práticas farmacêuticas para o controla sanitário
do funcionamento, da prestação de serviços e da comercialização de produtos.

É possível que uma farmácia manipule e dispense apenas medicamentos homeopáticos


ou, se quiser, poderá também trabalhar com medicamentos alopáticos e homeopáticos
em um mesmo estabelecimento. A Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973, dispõe sobre
o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos
e Correlatos, e dá outras Providências. Deve ser consultada por todos os profissionais
de farmácia.

Uma farmácia de manipulação precisará, para ser instalada das seguintes obrigatoriedades,
de acordo com o Sebrae (2018):

a. Área ou sala para as atividades administrativas e arquivos de documentação.

b. Área ou sala de recebimento e armazenamento.

c. Área ou sala de controle de qualidade.

d. Sala ou local de pesagem de matérias-primas, dotada de sistema de


exaustão, com dimensões e instalações compatíveis com o volume de
matérias-primas a serem pesadas, podendo estar localizado dentro de
cada sala de manipulação.

e. Sala(s) de manipulação (laboratórios).

f. Área de dispensação.

g. Vestiário.

h. Sala de paramentação.

i. Sanitários.

j. Área ou local para lavagem de utensílios e materiais de embalagem.

k. Depósito de material de limpeza.

Como abrir e fazer Gestão de Farmácias e Drogarias. Comece Certo. Disponível em:
<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/45ee3542dcf1a94bcdb65bea5e6c3efd/$File/SP_comececertofarmacias_16.
pdf.pdf>.

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GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

A sugestão apresenta uma leitura importante para todo profissional que está interessado
em abrir um negócio relacionado à área farmacêutica. O Conselho Federal de Farmácias
também possui um departamento próprio para orientar o futuro profissional.

Portanto, de acordo com o Sebrae (2018), há cinco passos importantes, para constituir
uma sociedade empresária: Em primeiro lugar, escolher o tipo de sociedade que você
quer. Depois, escolher o nome da empresa. Se você optar por um ou mais sócios, terá
que colocar a palavra Limitada – Ltda., ao final do nome da empresa, por exemplo:
João e Maria farmácia Ltda., ou Farmácia Maravilhosa Ltda. Você poderá criar o nome
ou colocar o próprio nome junto com os sócios. A palavra Ltda. é importantíssima,
pois é por meio dela que você determinará a responsabilidade limitada de cada sócio.
Se, não tiver a palavra, entende-se que a responsabilidade é ilimitada. O terceiro passo,
será providenciar os seguintes documentos, de acordo com o Sebrae (2018, p. 26):

»» Fotocópia do IPTU do imóvel onde será a sede da empresa.

»» Contrato de locação registrado em cartório (se o imóvel for alugado), ou


declaração do proprietário (quando o imóvel for cedido).

»» Fotocópia autenticada do RG e CPF/MF dos sócios.

»» Fotocópia autenticada do comprovante de endereço dos sócios.

»» Verificar as exigências do Conselho Regional quanto à elaboração do contrato


social, especialmente sobre formação societária e responsabilidades
técnicas.

O quarto passo é a elaboração de um contrato social registrado na Junta Comercial do


Estado em que a empresa irá se instalar. O quinto e último passo será o registro nos
órgãos apropriados, ou seja, a Junta Comercial, a Receita Federal, para fazer o cadastro
da Pessoa Jurídica, onde adquirirá o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.
Esse cadastro é feito via internet. Como a farmácia fará vendas de mercadorias, há
necessidade de se cadastrar também na Secretaria da Fazenda do Estado. A empresa irá
contribuinte do Imposto de Circulação de Mercadorias.

Ao se registrar na Secretaria da Fazenda, o empresário obterá a Inscrição Estadual – IE,


obrigatória a todos os contribuintes do ICMS. A inscrição também deverá ser feita via
internet. Além disso, todos os empresários ligados ao ramo de farmácia deverão fazer
sua inscrição na prefeitura da cidade e na vigilância sanitária e registrar-se no Conselho
Regional de Farmácia.

Todos esses procedimentos deverão ser feitos pelo contador de sua confiança que deixará
a empresa pronta e regularizada para você trabalhar com tranquilidade. O contador

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UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

lançará todas as informações e emitirá uma Demonstração Contábil ou Financeira, para


que você possa tomar a decisão sobre os procedimentos que adotará em sua empresa.

Uma Demonstração Contábil, para ser identificada com clareza, é necessário ela que
contenha uma estrutura determinada pela Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, Lei
das Sociedades Anônimas, modificada pela Lei no 11.638/2007 e 11.941/2009. Com as
informações vindas por meio das Demonstrações Contábeis mais as notas explicativas
obrigatórias, o profissional de farmácia poderá decidir qual a melhor decisão a ser
tomada para a situação que se apresentar no momento.

Quais são as informações necessárias ao profissional de farmácia ou empresário ligado


ao ramo farmacêutico relacionadas à Contabilidade?

Há necessidade de um planejamento sério com controles periódicos e eficazes para que


o profissional de farmácia possa ter sucesso no empreendimento. Segundo Carvalho
(2009), o controle de caixa deverá ser feito quantas vezes for necessário, principalmente
se houver turnos de funcionários. Se o controle for efetuado por sistema, no final
do dia, o responsável deverá conferir o valor em espécie e o registrado no sistema.
No Brasil, há muita dificuldade em se fazer um controle de caixa que reflita a veracidade
das informações contábeis. O desconhecimento e a falta de controle da maioria das
pequenas empresas inviabilizam o controle correto dos fluxos financeiros de caixa.

Outro problema importante é o desconhecimento dos colaboradores. Há muita dificuldade


em se obter colaboradores que saibam fazer um controle e uma conferência de caixa.
O profissional de farmácia precisará de colaboradores que tenham conhecimento sobre
o assunto para não ficaram com grandes prejuízos financeiros em suas organizações.

Tabela 1. Controle de caixa.

Controle de Caixa - data: / / valores em R$


Saldo inicial

Movimento o dia

Sado final

Forma de pagamento
Dinheiro

Cartão de débito

Cartão de crédito

Cheques

Convênios

Outros

Fonte: a autora.

20
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Além do controle de caixa, o empreendedor de farmácia de manipulação precisará


verificar seus estoques de matéria-prima, suas contas a receber, controle de fornecedores,
verificar a lucratividade da empresa, os indicadores de liquidez, os indicadores de
endividamento, cadastrar os clientes, criar um sistema de contas a receber, controlar
recebimentos e pagamentos com cartões, controles de cheques pré-datados.

Tabela 2. Controle de cheques.

Planilha de controle de cheques pré-datados


Data da Data do
Cliente Banco No cheque Valor No da nota Observações
venda depósito

Fonte: adaptado de Carvalho (2009).

Os procedimentos de compra e venda de mercadorias, despesas, compra de imóveis,


móveis, veículos deverão estar devidamente documentados por meio das notas fiscais
ou de contratos correspondentes à operação efetuada pelo profissional. Essas notas
fiscais e contratos deverão ser entregues ao profissional da área contábil, denominado
Contador. O contador receberá os documentos e procederá aos lançamentos contábeis.
Posteriormente, elaborará uma Demonstração Contábil que mostrará se houve lucro ou
prejuízo para a empresa. Havendo lucro, a empresa pagará os impostos devidos.

Tabela 3. Orçamento de compras.

Orçamento de Compras
Nome do Cliente
Endereço:
Endereço eletrônico:
Telefone fixo: celular: Data: / /

Unidade Quantidade Descrição do material Valor unitário R$ Total R$

Fonte: a autora.

Quanto mais confiável for a contabilidade, mais útil ela será para o profissional da área.
A Lei das Sociedades por Ações estabelece que as empresas, ao final de cada período

21
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

social, geralmente 12 meses, por meio dos diretores, deverão elaborar as seguintes
demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial ou Demonstração Financeira,
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados, Demonstração dos Fluxos de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado
e, por último, as Notas Explicativas. Essas demonstrações serão obrigatórias de acordo
com o faturamento ou receita da empresa. Quanto maior a empresa, mais demonstrações
ela terá que apresentar.

Você poderá abrir uma farmácia sozinho ou com sócios. Sozinho, você será denominado
empresário. Ao aceitar um ou mais sócios, você se tornará uma sociedade empresária.

A maioria das pessoas constitui uma sociedade empresária. Se você quiser exercer
uma atividade empresarial em farmácia, poderá constituir uma sociedade simples ou
sociedade empresária limitada. As sociedades simples são aquelas em que o profissional
de farmácia exerce sua própria profissão, portanto ele não poderá exercer a função de
médico, por exemplo. Já a sociedade empresária tem outro objetivo. Ao constituir uma
sociedade empresária, a atividade será econômica organizada para a produção de bens
ou serviços. É o melhor modelo para uma farmácia, porque os sócios responderão até o
limite do capital social da empresa.

Uma sociedade empresária precisará ter seus instrumentos de constituição e alterações


ocorridas registradas na Junta Comercial do Estado em que a empresa está instalada,
se for São Paulo, a JUCESP, como mostra a figura 3.

Figura 3. JUCESP.

Fonte: Jucesp (2018).

Qual a idade mínima para ser um empresário? Para ser um empresário você precisará
ter, no mínimo, 18 anos, de acordo com o novo Código Civil.

22
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Quais são as preocupações que o empresário deverá ter? Uma preocupação importante
está relacionada às regras de proteção ao consumidor. Essas regras estão no Código de
Defesa do Consumidor. Todas as empresas deverão ter o livro com o código atualizado
em seu estabelecimento comercial. E, por meio dele, que se faz a regulação do consumo
em todo o território nacional. O Código de Defesa do Consumidor – CDC foi instituído
pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Outro tipo societário é a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada –


EIRELI Criada pela Lei no 12.441, de 11 de julho de 2011, a Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada – EIRELI, segundo o Sebrae (2018, p. 6):

é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital


social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100
vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular não responderá
com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. A pessoa natural que
constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente
poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Atualmente
também é um modelo atrativo para o segmento de farmácia.

As sociedades são classificadas em personificadas e não personificadas. A sociedade


personificada é aquela que o profissional da área de farmácia atuará. Poderá ser uma
sociedade empresária (sociedade limitada, por exemplo), simples (com registro no
cartório civil) ou cooperativa (uma legislação específica). Ao abrir uma farmácia de
manipulação ou homeopática, os procedimentos são parecidos com uma de qualquer
outra empresa com o mesmo tipo de faturamento. Geralmente, o que define a forma de
tributação de uma empresa é o tamanho do faturamento.

A empresa é uma unidade de produção que necessita de dinheiro, de trabalho, e da


constituição de sua natureza, com um fim determinado, ou seja, obter lucro. Há uma
infinidade de atividades econômico-administrativas. As farmácias, ao manipularem
e comercializarem seus produtos, também visam obter lucros, por meio das vendas
de suas mercadorias. Criam suas marcas, contratam seus empregados, constituem a
sociedade, e desenvolvem os recursos humanos e o marketing.

Ainda de acordo com o Sebrae (2018, p.7), “a atividade de farmácia ainda pode optar
por outros tipos societários, como a sociedade anônima, a sociedade em nome coletivo,
a sociedade em comandita simples e a sociedade em comandita por ações; contudo, não
é habitual a adoção desses tipos, mas não há vedações para essas opções”.

Segundo o Sebrae (2018, p. 7), as farmácias e drogarias também poderão se beneficiar


da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

23
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

O Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno


Porte (Lei Geral das MPE), instituído pela Lei Complementar no 123,
de 14 de dezembro de 2006, veio estabelecer normas gerais relativas ao
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às Microempresas
(ME), às Empresas de Pequeno Porte (EPP) e ao Microempreendedor
Individual (MEI) no âmbito dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, nos termos dos artigos 146, 170 e
179 da Constituição Federal. Os principais benefícios previstos na Lei
Geral: a) Simples Nacional, inclusive com simplificação das obrigações
fiscais acessórias; b) desoneração tributária das receitas de exportação
e substituição tributária; c) dispensa do cumprimento de certas
obrigações trabalhistas e previdenciárias; d) simplificação do processo
de abertura, alteração e encerramento das MPEs; e) facilitação do
acesso ao crédito e ao mercado; f) preferência nas compras públicas;
g) estímulo à inovação tecnológica; h) incentivo ao associativismo na
formação de consórcios para fomentação de negócios; i) incentivo à
formação de consórcios para acesso a serviços de segurança e medicina
do trabalho; j) regulamentação da figura do pequeno empresário,
criando condições para sua formalização; l) parcelamento de dívidas
tributárias para adesão ao Simples Nacional.

É importante que o futuro empresário do ramo farmacêutico procure conhecer


adequadamente os direitos e deveres para a abertura e funcionamento da empresa.
Deve compreender também que há diversos tipos de sociedades e precisará verificar
qual a que se adequa às suas necessidades, seja como profissional, seja como empresário.

Guia de Farmácias. Aspectos Legais e Fiscais – das Farmácias e Drogarias e


Farmácias de Manipulação. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.
br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/58e979c8bd97a76e6a9ce685d7
3b9b2a/$File/5819.pdf>.

O Guia de Farmácias, editado pelo Sebrae, não traz a data em que foi publicada, mas
pode ser acessada a qualquer momento pelos profissionais de farmácia. Há diversos
livros à disposição do profissional com todas as informações relevantes para aqueles
que pretendem montar seu próprio negócio ou pretende associar-se.

Para que uma farmácia possa funcionar, haverá necessidade de conseguir autorização
do Ministério da Saúde, por meio da ANVISA. Para conseguir a autorização, existem
dois tipos: A primeira denomina-se Autorização de Funcionamento de empresa Comum
– AFE, refere-se a autorização para que a empresa possa comercializar medicamentos
industrializados em sua embalagem original, podendo também conseguir comercializar
24
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

medicamentos “controlados”. A outra forma de autorização é a Autorização Especial –


AE, que se aplica unicamente às Farmácias de Manipulação desde que já possuam a
AFE “e que manipulem medicamentos contendo substâncias “controladas” presentes
na lista do anexo da Portaria SVS/MS no 344/1998. (SEBRAE, 2018, p. 9).

Os aspectos legais e fiscais serão amplamente usados pelos profissionais de farmácia


e por aqueles que querem se tornar empresários do ramo farmacêutico. O profissional
precisará qualificar-se constantemente porque a legislação brasileira sofre muitas
mudanças, principalmente as mudanças relacionadas à tributação. A nova legislação
trabalhista também influencia na procura por informações corretas e completas para
que o profissional não fique em uma situação difícil perante à fiscalização tanto federal,
como estadual e a municipal.

25
CAPÍTULO 2
Planejamento fiscal e tributário

Introdução
De acordo com o Sebrae (2018) “Farmácia de Manipulação é o estabelecimento de saúde
em que os medicamentos são preparados de acordo com a necessidade do cliente, de
forma individualizada ou personalizada com base em receita emitida por profissional
autorizado”. Outro termo utilizado é “farmácia magistral”, nelas são preparados produtos
devidamente autorizados e prescritos por profissionais de saúde em diversas áreas.
Só poderão ser manipulados por farmacêuticos e equipes técnicas especializadas.
A diferença entre um remédio manipulado e um remédio comprado na farmácia é que o
manipulado deverá ser feito exclusivamente para cada paciente, portanto, não há sobras.

Há quatro modalidades diferentes para se apurar e recolher os principais tributos


federais. O primeiro deles, segundo o Sebrae (2018, p. 31):

a. Simples Nacional (Super Simples): trata-se de um sistema que confere


tratamento tributário diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável
às microempresas (MEs) e às empresas de pequeno porte (EPPs),
nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006
(conhecida por Lei Geral das ME e EPP). O Simples Nacional implica
o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos
seguintes tributos:

›› Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

›› Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

›› Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

›› Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

›› Contribuição para o PIS/Pasep.

›› Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal).

›› Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre


Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação (ICMS).

›› Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).


26
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

b. Lucro arbitrado: trata-se de um mecanismo adotado pela autoridade


tributária que arbitra a base de cálculo do imposto das pessoas jurídicas
sempre que estas deixam de cumprir suas obrigações acessórias
(escrituração, por exemplo). Desta forma, esta modalidade não se
apresenta como opção comum a ser adotada por sua farmácia.

Há, também, outras duas opções para sua farmácia apurar o imposto de
renda devido, quais sejam, Lucro Real ou Lucro Presumido.

c. Lucro Real: é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas


adições, exclusões ou compensações estabelecidas em nossa legislação.

Este sistema é o mais complexo de todos, entretanto, dependendo de uma


série de fatores que devem ser avaliados com seu contabilista, o lucro real
pode ser a melhor opção para a sua empresa.

d. Lucro Presumido: ainda de acordo com o Sebrae (2018, p. 32) “é o


lucro que se presume por meio da receita bruta de vendas de mercadorias
e/ou prestação de serviços. É uma forma de tributação simplificada
opcional, utilizada para determinar a base de cálculo do Imposto de
Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) das pessoas
jurídicas que não estiverem obrigadas à apuração do lucro real.”. Para ser
caracterizado como regime de lucro presumido, o imposto terá que ser
apurado trimestralmente.

Segundo Iudícibus (2010, p. 12) “mais de 90% das empresas brasileiras são na forma
limitada” – LTDA. Nesse tipo de sociedade, a responsabilidade de cada sócio é restrita
ao valor que ele, o sócio, destina como capital da empresa. Toda empresa para iniciar
suas atividades precisa destinar uma quantia denominada “Capital Social”. Esse valor
é combinado entre os sócios que responderão solidariamente pela integralização do
capital social.

Geralmente, é o valor do faturamento da empresa que define a forma de tributação.


A carga tributária das farmácias não é diferente das outras empresas. A Lei no 13.021, de
8 de agosto de 2014, dispõe sobre o exercício e fiscalização da atividade farmacêutica.

Art. 6o Para o funcionamento das farmácias de qualquer natureza,


exigem-se a autorização e o licenciamento da autoridade competente,
além das seguintes condições:

I - ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento;

II - ter localização conveniente, sob o aspecto sanitário;

27
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

III - dispor de equipamentos necessários à conservação adequada de


imunobiológicos;

IV - contar com equipamentos e acessórios que satisfaçam aos requisitos


técnicos estabelecidos pela vigilância sanitária.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, para ser considerada


uma farmácia, farmácia de manipulação ou drogarias, há necessidade de se observar os
normativos desse órgão técnico, senão a empresa perderá a autorização para atuar na
área podendo, inclusive, sofrer penalidades.

Existe, ainda, uma série de normas vindas por meio da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT. Essas normas definem como deve ser o serviço para o pequeno comércio,
acessibilidades, mobiliário, sistemas de proteção, espaços, equipamentos, ambientes,
símbolos que poderão ser utilizados, rótulos, frascos de vidro (principalmente para
farmácias de manipulação). De acordo com Monteiro (2018), há uma infinidade de
normas, que deverão, obrigatoriamente, serem lidas e utilizadas pelos profissionais
de farmácia de manipulação. Exemplos:

»» ABNT NBR 15842:2010 – Qualidade de serviço para pequeno comércio


– Requisitos gerais.

»» ABNT NBR 12693:2010 – Sistemas de proteção por extintores de


incêndio.

»» ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 – Iluminação de ambientes de trabalho.

»» ABNT NBR 9050:2004 Versão Corrigida: 2005 – Acessibilidades a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos – Sistemas de
alarme.

»» ABNT NBR ISSO 15223-1:2010 – Produtos para a saúde — Símbolos a


serem utilizados em rótulos, rotulagem e informações a serem fornecidas
de produtos para saúde.

»» ABNT NBR 11819:2004 Versão Corrigida:2005 – Frascos de vidro para


produtos farmacêuticos – Requisitos e métodos de ensaio.

»» Salas limpas e ambientes controlados associados (esse último para


farmácias de manipulação).

Ainda de acordo com Monteiro (2018), o profissional de farmácia deverá ter muito
cuidado ao divulgar o produto. Há uma legislação, Lei no 6.360/1976, que normatiza
qualquer forma de divulgação de medicamentos ou drogas, além de cosméticos.

28
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Quanto à tributação, geralmente os produtos farmacêuticos estão sujeitos à tributação


monofásica. Mas, o que é tributação monofásica? É uma tributação concentrada na
origem do produto. Para que o farmacêutico possa saber, ele precisará consultar uma
tabela, denominada Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
(TIPI):

O contador deverá receber uma lista de produtos monofásicos para apurar corretamente
o imposto.

Uma farmácia de manipulação ou estabelecimento de aviamento tem um tratamento


tributário diferenciado pela fiscalização tributária por desenvolver produtos receitados
pelos médicos. Esse desenvolvimento se dá por meio de fabricação e confecção do
produto feito por um farmacêutico responsável pela empresa. Portanto, são diversos
os impostos aplicáveis à farmácia de manipulação: Imposto Sobre Serviços (ISS),
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) de competências municipal, estadual e federal, respectivamente.

Quadro 1. Principais tributos.

Principais Tributos
ISS
ICMS
PIS
IRPJ
PIS
COFINS
IPI

Fonte: a autora.

Principais impostos

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ)

É o imposto recolhido sobre salário das pessoas e sobre a receita ou faturamento


das empresas, após o abatimento de alguns valores previamente determinados
pela Receita Federal do Brasil. O objetivo do imposto de renda é pagar as despesas
efetuadas pelos diversos órgãos, municipais, estaduais e federais, com segurança,
saúde, educação. Muito discutido em diversos meios profissionais, jurídicos, sociais,
visto que alguns questionam que o salário do trabalhador não é renda, portanto, não
caberia o desconto.

29
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

A CSLL é uma contribuição sobre o lucro líquido, destinada às empresas que optaram
pelo lucro real ou pelo lucro presumido ou arbitrado. Quando a empresa recolhe o
imposto pelo critério do lucro real, recolherá também a contribuição social pelo lucro
líquido. Se escolher o lucro presumido, pagará a contribuição sobre o lucro presumido.

Programas de Integração Social (PIS)

O PIS é um percentual retirado sobre o valor do faturamento mensal da empresa, que


poderá ser sacado pelo empregado. Quando a empresa escolhe a forma de tributação,
ele definirá também o percentual. Segundo a Caixa Econômica Federal – CEF (2018)
A Medida Provisória – MP no 813/2017, publicada em 27 de dezembro de 2017, alterou
a legislação do PIS/PASEP para o saque de cotas pelo evento idade, proporcionando
o recebimento do benefício aos participantes com idade mínima de 60 anos de idade.
Os saques do PIS geralmente são realizados a partir do mês de janeiro de cada ano.
De acordo com CEF (2018), terá direito ao abono salarial aquele trabalhador que
estiver cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos, e receber até dois salários
mínimos durante o ano-base que for considerado para a atribuição do benefício. Os
trabalhadores domésticos, ou urbanos vinculados a empregador Pessoa Física, ou
trabalhadores rurais vinculados a empregador Pessoa Física, menores aprendizes,
diretores sem vínculo empregatício não terão direito ao abono. Quanto o trabalhador
receberá? Ainda de acordo com a CEF (2018) “Com a Lei 13.134/2015, o Abono Salarial
passou a ter valor proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base em
questão. O cálculo do valor do benefício corresponde ao número de meses trabalhados
no ano-base multiplicado por 1/12 do valor do salário mínimo vigente na data do
pagamento”.

Contribuição para o Financiamento da Seguridade


Social (COFINS)

Também é um tributo que incide sobre o faturamento mensal das empresas por meio
de percentuais. E uma contribuição social que tem por objetivo financiar a Previdência
Social, a Assistência Social e a Saúde Pública.

Imposto Sobre Serviços (ISS)

O Imposto Sobre Serviços é um tributo cobrado pelos municípios e pelo Distrito Federal
e são destinados aos munícipes. Quando uma empresa presta serviços, sobre a nota
fiscal é cobrado um imposto. As alíquotas variam de 2% a 5%.

30
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Simples Nacional
As farmácias de manipulação, de acordo com a Lei Complementar no 147/2014, recolhem
seus tributos por meio do Simples Nacional. Mas, o que é o Simples Nacional? Segundo
o sítio eletrônico da Receita Federal (2018)

O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação,


cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar no 123, de
14 de dezembro de 2006.

Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados,


Distrito Federal e Municípios).

É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes:


quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos
Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento


das seguintes condições: enquadrar-se na definição de microempresa
ou de empresa de pequeno porte; cumprir os requisitos previstos na
legislação; e formalizar a opção pelo Simples Nacional.

O Simples Nacional reúne todos os tributos de uma empresa em uma única guia
denominada Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Nela estão o IRPJ,
o CSLL, o PIS, o COFINS, o IPI, o CPP, o ISS e o ICMS. A atividade econômica é que
determina a tributação. É a receita bruta que determina o enquadramento no Simples
Nacional. Se ela ultrapassar um valor determinado pelo governo federal, a empresa
será enquadrada no Lucro Presumido ou Real.

Para aderirem ao Simples Nacional, os empresários poderão ser microempreendedores


individuais desde que faturem anualmente até R$ 81.000,00 ou tenham uma
microempresa com faturamento até R$ 900.000,00 ou empresa de pequeno porte até
R$ 4.800.000,00, porém cada região poderá variar o teto de faturamento.

1. Simples Nacional é um sistema que permite as microempresas e empresas de


pequeno porte o pagamento de determinados tributos e contribuições de forma
simplificada e em uma única guia de recolhimento. Está previsto nos artigos 13 a
41 da Lei Complementar no 123/2006. O Simples Nacional implica o recolhimento
mensal unificado dos seguintes tributos: Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social (COFINS); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição para a Seguridade

31
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Social (CPP – cota patronal); Imposto sobre Operações Relativas à Circulação


de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); e Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS) (SEBRAE, 2015).

A Lei Complementar no 123/2006, em seus anexos I a VI, mostram as alíquotas do


Simples Nacional para farmácias e drogarias. As farmácias de manipulação têm um
enquadramento diferenciado dado pela tabela do Simples. Na Lei no 123/2006, consta
uma alteração relacionada às farmácias de manipulação. Como são feitos os cálculos?
Por meio dos anexos, o profissional de contabilidade verá alíquota que deverá ser
aplicada e verificará a Receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período de
apuração. Há uma informação equivocada de que o recolhimento do Simples Nacional
é suficiente como pagamento de tributos. Isso não é correto! O recolhimento do Simples
Nacional não exclui a incidência de outros tributos que podem não estar listado nos
anexos. As farmácias e drogarias têm sérios problemas, pois elas não vendem apenas
remédios, elas vendem também produtos de higiene e cosméticos. Os produtos de
higiene, sujeitos à tributação do ICMS, estão sujeitos à substituição tributária do
ICMs e ao regime monofásico das contribuições do PIS e da COFINS. Por isso, muitas
farmácias quando revendem medicamentos com tributação monofásica ou sujeitas à
substituição tributária não pagam PIS, COFINS e ICMS.

Mas o que é sistema monofásico? Segundo a Lei no 10.147/200 em seu artigo 2o, as
pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou importador têm seu
tributo reduzido quando o PIS e a COFINS são tributados pela receita bruta decorrente
de venda de produtos.

Confira exemplo de cálculo do Simples Nacional:

»» Receita bruta mensal da empresa: R$ 100.000,00

»» Deste valor R$ 20.000,00 trata-se de receita sujeita a tributação


monofásica de PIS e de COFINS – Lei no 10.147/2000.

»» Receita bruta acumulada nos 12 últimos meses: R$ 1.200.000,00.

»» Alíquota: 8,36% antes de retirar os percentuais destinados ao PIS e a


COFINS.

»» Alíquota após exclusão dos percentuais destinados ao PIS e a COFINS:


6,92%.

»» Anexo I – Comércio – LC no 123/2006:

32
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Tabela 4. Alíquotas para cálculo do Simples Nacional.

Receita Bruta em 12 meses


Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
(em R$)
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

Fonte: e-auditoria (2018).

Quem revende mercadoria e faz essa opção mesmo que não esteja enquadrado no Simples,
poderá ter uma mudança no pagamento do tributo. Vejamos a tabela a seguir sobre o
cálculo com e sem o PIS e a COFINS.

Tabela 5. Simples Nacional.

SIMPLES NACIONAL – SEGREGAÇÃO DA RECEITA


Receita bruta no mês
ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
tributação normal
8,36% 0,39% 0,39 1,16 0,28% 3,30% 2,84%
R$ 80.000,00 6.688,00 312,00 312,00 928,00 224,00 2.640,00 2,272,00

Receita bruta no mês – monofásica 6,92% 0,39% 0,39% 0,00 0,00 3,30% 2,84%
R$ 20.000,00 1.384,00 78,00 78,00 0,00 0,00 660,00 558,00

Valores sobre a receita bruta no


VR DO DAS
mês
8.072,00 390,00 390,00 928,00 224,00 3.300,00 2.840,00

Fonte: e-auditoria (2018).

Segundo o Sebrae (2015, p. 16), as farmácias de manipulação têm um enquadramento


diferente e significativo:

FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO: NOVO ENQUADRAMENTO


NAS TABELAS DO SIMPLES Desde 1/1/2015, significante alteração
foi introduzida para as farmácias de manipulação, especificamente
no recolhimento de impostos do setor magistral a partir de 2015.
Foi sancionada no dia 7 de agosto de 2014, a Lei Complementar no 147,
que alterou a Lei Complementar no 123/2006. Com a nova redação da
Lei, a receita de comercialização de medicamentos e produtos magistrais
produzidos por manipulação de fórmulas sob encomenda para entrega
posterior ao adquirente, em caráter pessoal, mediante prescrições de
profissionais habilitados ou indicação pelo farmacêutico, produzidos
no próprio estabelecimento após o atendimento inicial passam a ser
enquadrados no anexo III da Lei Complementar no 123/2006 (aplicável
ao setor de serviços). Nos casos em que a receita não seja relacionada

33
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

à hipótese acima, permanece a tributação pelo Anexo I da Lei Geral


(aplicável ao comércio, com incidência do ICMS). Essa nova disposição
põe fim à guerra fiscal entre Estados e Municípios, que envolvia a
incidência do ICMS (Estadual) ou ISS (Municipal) nas atividades de
manipulação de fórmulas e fornecimento de medicamentos acabados.

As organizações precisarão ficar atentas pois aparentemente o regime do Simples


Nacional pode trazer a possibilidade de economia no pagamento dos tributos. Mas, há
uma série de restrições legais que precisam ser verificadas. Às vezes as alíquotas são
mais altas do que em outro critério de escolha. As alíquotas do Simples Nacional são
progressivas, por isso a empresa precisará verificará se não seria melhor optar pelo
regime do Lucro Real ou Lucro Presumido.

Segundo o Portal Tributário (2018), é muito importante que as empresas escolham


adequadamente a decisão tributária. As opções Lucro Real, Lucro Presumido ou
Simples Nacional trazem muitas dúvidas. O maior problema está relacionado à escolha
equivocada do empresário, pois, se escolher errado, ficará o ano todo com a forma
de tributação escolhida. A legislação não permite mudanças mensais ou trimestrais.
A empresa opta pelo sistema de tributação quando faz o primeiro pagamento do
imposto, geralmente ocorre no início do ano.

Figura 4. Orientação tributária.

Fonte: Receita Federal.

A Receita Federal disponibiliza em seu sítio eletrônico orientações sobre tributos para
qualquer pessoa, física ou jurídica, conforme figura 4.

34
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

Segundo o Portal Tributário (2018) “No Lucro Real Anual a empresa deve antecipar
os tributos mensalmente, com base no faturamento mensal, sobre o qual aplicam-se
percentuais predeterminados, de acordo com o enquadramento das atividades, para
obter uma margem de lucro estimada (estimativa), sobre a qual recai o IRPJ e a CSLL,
de forma semelhante ao Lucro Presumido”. No Lucro real há necessidade de contratar
um contador que ajude o empresário a fazer seus balanços e suas demonstrações de
resultados para apurar o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido.
A empresa poderá verificar também se está com lucro ou prejuízo financeiro e contábil.
O Lucro Real pode ser calculado trimestralmente, mas a empresa terá que tomar muito
cuidado com a escolha. Se a empresa tiver um prejuízo no valor de R$ 60.000,00
(sessenta mil reais) no primeiro trimestre e um lucro de R$ 60.000,00 (sessenta mil)
no segundo trimestre, ela só poderá compensar até o limite de 30% do prejuízo anterior,
ficando da seguinte forma:

»» R$ 60.000,00 x 30% = R$ 18.000,00.

»» R$ 60.000,00 – R$ 18.000,00 = R$ 42.000,00.

Portanto, a empresa terá que pagar imposto sobre a base de R$ 42.000,00.

Isso poderá não ocorrer no modelo de Lucro Real, por isso, a empresa terá que prestar
muita atenção na forma de tributação que irá escolher para a empresa.

A obrigatoriedade de opção pelo Lucro Real ocorre em função da atividade que as empresas
exercem, as instituições financeiras são obrigadas e pelo valor da receita bruta.

Para quem interessa o Lucro Real? Para as empresas que possuem reduzida margem de
lucro ou prejuízo, ou empresas que possuem muitas despesas, como energia elétrica,
aluguéis matéria-prima, mão de obra, pois o cálculo do imposto e da contribuição social
se dará depois do cálculo dos custos e das despesas.

O Lucro Presumido tem uma característica diferente: os tributos incidem sobre uma
base variável, na qual o empresário presume uma margem de lucro para a atividade e
paga um tributo sobre a presunção da margem de lucro. Nem todas as empresas podem
optar pelo lucro presumido. Há muitas restrições legais, relacionadas ao faturamento
ou ao objeto social da empresa.

Para as empresas que adotarem o regime do Lucro Presumido, o Imposto de Renda


(IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) têm por base uma margem de lucro
pré-fixada pela lei.

As organizações precisam planejar adequadamente a forma de tributação que escolherá.


É importante que façam os cálculos necessários, visando tomar a decisão correta. Fazer
35
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

uma estimativa das receitas, dos custos e das despesas, para não se surpreender com o
resultado.

Ao abrir uma empresa, o profissional de farmácia precisará estar atento as formas de


tributação para cada tipo de empresa, para que ela seja enquadrada devidamente.

Outro fator importante é o das obrigações acessórias, exigidas pelas legislações fiscais,
trabalhistas e empresariais. Segundo do Sebrae (2018), são obrigatórios:

a. Escrituração e registro dos livros fiscais e contábeis.

b. Levantar balanços patrimonial e de resultado econômico.

c. Escriturar os livros empresariais.

d. Emissão de notas fiscais.

e. Emissor de cupom fiscal.

f. Entrega da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.

g. Entrega da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

h. Entrega do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

i. Instituir o Programa de Prevenção a Acidentes (CIPA).

j. Realizar exames médicos nos empregados (PCMSO), análise do Meio


Ambiente do Trabalho (PPRA), e elaborar relatório final (PPP).

k. Livro de Inspeção do Trabalho.

l. Adotar livro, fichas ou sistema eletrônico para controle da jornada de


trabalho.

O microempreendedor individual não precisará de um contador para efetuar a


contabilização de sua empresa. A demonstração contábil vem por meio da internet, e o
próprio empresário faz sua contabilização.

Como são apresentadas as demonstrações contábeis? O Balanço Patrimonial, como o


próprio nome diz, demonstra o patrimônio de uma empresa. É uma das mais importantes
demonstrações contábeis, na qual se pode apurar a situação patrimonial e financeira de uma
entidade. Nela, evidencia-se o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido de uma empresa.

Segundo Iudícibus (2010, pp.19 e 20):

Ativo compreende, de forma simplificada, os bens e os direitos da


entidade expressos em moeda; Caixa, Bancos (ambos constituem

36
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

disponibilidades financeiras imediatas), Imóveis, Veículos,


Equipamentos, Mercadorias, Contas a Receber, são alguns dos bens e
direitos que uma empresa normalmente possui.

Passivo compreende basicamente as obrigações a pagar, isto é, as


quantias que a empresa deve a terceiros: Contas a Pagar, Fornecedores,
Salários a Pagar, Impostos a Pagar, Financiamentos a Pagar são algumas
das obrigações assumidas normalmente por uma entidade.

Definimos Patrimônio Líquido como a diferença entre o valor do Ativo


e do Passivo de uma entidade em determinado momento.

Por exemplo: A Farmácia de Manipulação “Todos Felizes Ltda.” encerrou seu Balanço
Patrimonial com as seguintes informações:

»» Ativo: R$ 100.000,00.

»» Passivo: R$ 70.000,00.

»» Patrimônio Líquido: R$ 30.000,00.

Livro:

LOFF, Antônio Sérgio. Administração Farmacêutica Simplificada. 3. ed. Porto


Alegre editora, 2003. Disponível em: <http://www.sbfc.org.br/site/admin/
conteudo/pdfs/4152704218.pdf>.

Ainda de acordo com Iudícibus (2010), o Patrimônio Líquido poderá variar quando
ocorrer o resultado obtido entre o confronto das despesas e receitas, no período, feito
pela contabilização. Variará também quando houver investimento inicial de capital,
aumentos posteriores ou desinvestimentos (devoluções de capital) feitos pela entidade.

Segundo Iudícibus (2010, p. 65):

Receita: Entende-se por Receita a entrada de elementos para o ativo,


sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes,
normalmente, à venda de mercadorias, d produtos ou à prestação de
serviços.

Despesa: Entende-se por Despesa o consumo de bens ou serviços que


direta ou indiretamente ajuda a produzir uma receita.

Resultado: Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas,


o Resultado do período contábil será positivo, denominado de lucro,
aumentando o Patrimônio Líquido. Se as despesas forem maiores que

37
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

as receitas, este fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o Patrimônio


Líquido.

Tabela 6. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.

Demonstração de Resultado do Exercício – Exemplo


Receita Bruta vendas ou serviços 10.000,00

(-) Impostos sobre vendas (100,00)

(-) deduções e abatimentos (100,00)

=Receita Líquida 9.800,00

(-) Custo das Mercadorias Vendidas- CMV (2.000,00)

=Lucro Bruto 7.800,00

(-) despesas com vendas (100,00)

(-) despesas financeiras (100,00)

(+) Receitas Financeiras 200,00

(-) Despesas administrativas (100,00)

(-) outras despesas operacionais (100,00)

= Lucro ou prejuízo operacional 7.600,00

(+) Outras receitas 200,00

(-) Outras despesas (200,00)

= Resultado do exercício antes do IR 7.600,00

(-) Provisão para IR (2.100,00)

(-) Participação em debêntures (1.000,00)

= Lucro ou prejuízo líquido do exercício 4.500,00

Lucro por ação 4,50

Fonte: Lei das Sociedades Anônimas (2018).

A tabela 6 apresenta a Demonstração de Resultado do Exercício – DRE. Mostra se a


empresa apresentou lucro ou prejuízo, é uma demonstração contábil feita para comparar
as receitas e despesas, apresentando o resultado líquido da empresa.

De acordo com a Lei no 6.404/1976, as empresas ao apresentarem a Demonstração de


Resultado, deverão discriminar:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os


abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e


serviços vendidos e o lucro bruto;

38
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas


das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras


despesas

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão


para o imposto;

VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e


partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e
de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados,
que não se caracterizem como despesa

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação


do capital social.

§ 1o Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente


da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,


correspondentes a essas receitas e rendimentos.

A Demonstração de Resultado do Exercício é uma das mais importantes demonstrações


financeiras que existe para as organizações. Por meio dela, o empreendedor terá
condições de tomar a decisão pertinente em relação ao lucro ou prejuízo obtido e a
forma de tributação que usará.

Tabela 7. Balanço Patrimonial.

Balanço Patrimonial
Ativo Valor Passivo Valor
Circulante Circulante
Disponibilidades 10 Empréstimos 10
Contas a receber 20 Fornecedores 20
Estoques 20 Impostos e Contribuições 10
Não Circulante Obrigações Sociais e trabalhistas 20
Realizável a Longo Prazo 20 Não Circulante
Investimentos 30 Empréstimos 10
Imobilizado 30 Financiamentos 30
Intangível 20 Patrimônio Líquido

39
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Capital Social 20
Reservas 10
Lucros 20
Total do Ativo 150 Total do Passivo e patrimônio Líquido 150

Fonte: Lei das Sociedades Anônimas (2018) adaptado.

O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que tem por objetivo demonstrar
a situação financeira e patrimonial da empresa de forma qualitativa e quantitativa. Ele é
dividido em bens, direitos capazes de gerar benefícios futuros, obrigações e patrimônio
líquido, que compreendem a origem dos recursos adquiridos por meio de terceiros.
Os bens e direitos são chamados de Ativo. As obrigações são chamadas de Passivo.
O Ativo é dividido em Circulante e não Circulante. O Circulante são os valores realizáveis
no exercício social subsequente. No Ativo Não Circulante, ficam os bens duráveis e os
investimentos de longo prazo.

Segundo Zanluca (2018), o Ativo Não Circulante será composto dos seguintes subgrupos:
Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.

Ainda de acordo com Zanluca (2018), no Passivo são escrituradas as obrigações da


entidade, as obrigações de curto prazo ficam no Passivo Circulante, geralmente salários,
impostos, fornecedores. No Passivo Não Circulante são escrituradas obrigações a longo
prazo, como financiamentos. O Patrimônio Líquido e a diferença entre o Ativo e o Passivo.

É constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial,


Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.

IUDÍCIBUS, Sérgio (Coord.). Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas
Editora, 2010.

O livro de contabilidade introdutória apresenta informações básicas e complementares


para os iniciantes no conhecimento contábil. Servirá adequadamente para os
profissionais que desejam entender um pouco sobre como contabilizar as notas fiscais
vindas por meio das compras de mercadorias, vendas, despesas, custos. Deve ser deixado
perto daqueles que forem trabalhar na área contábil ou administrativa da empresa.

Além dessas demonstrações, há também a Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC, é


uma tabela que mostra as entradas de saídas de dinheiro do caixa em um determinado
período de tempo. A DFC é obrigatória para Pequenas e Médias Empresas (PMEs),
conforme a Norma Brasileira de Contabilidade – Título Geral – NBC TG 1000, também
é de elaboração obrigatória, conforme item 3.17 (e) da NBC TG 1000, e para as sociedades

40
GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA │ UNIDADE I

de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões


de reais). É sempre bom lembrar que o patrimônio líquido representa a equação
entre todos os bens e direitos da empresa menos todas as obrigações. A diferença é
o Patrimônio Líquido. A obrigatoriedade da apresentação da Demonstração do Fluxo
de Caixa é recente, pois as empresas brasileiras sempre tiveram muita dificuldade em
apresentar seus fluxos de caixa. Então, em 1o de janeiro de 2018, a Lei no 11.638/2007
obrigou as empresas a apresentarem esse relatório que também ajuda na tomada de
decisões gerenciais.

A Lei 11.638/2007 foi criada para atender as tendências internacionais. O Brasil aceitou
se incorporar a essa nova tendência, portanto, o fluxo de caixa foi incorporado às outras
demonstrações financeiras publicadas pelas empresas, destacando as seguintes áreas:
atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento.

Segundo Portal de Contabilidade (2018):

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos


decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de
serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital
circulante líquido da empresa.

As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável


a Longo Prazo, em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível,
bem como as entradas por venda dos ativos registrados nos referidos
subgrupos de contas.

As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo


Não Circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os
empréstimos e financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem
à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de
dividendos, distribuição de lucros

A seguir, o exemplo de Demonstração de Fluxos de Caixa de acordo com a Lei


no 11.638/2007:

Tabela 8. Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Demonstração dos Fluxos de Caixa da Farmácia Homeopática Saúde Total - R$


Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais
Recebimentos de Vendas 128.000
Menos: Pagamento das Compras (81.000)
Menos: Pagamento de Despesas (34.000) 13.000
Caixa Aplicado nas atividades de Investimentos

41
UNIDADE I │ GESTÃO E CONTABILIDADE FARMACÊUTICA

Compra de terrenos (3.000)


Caixa das Atividades de Financiamento
Pagamento de Empréstimos a Longo Prazo (11.000)
Pagamento de Dividendos (1.000)
Redução das disponibilidades
Saldo de caixa e bancos em 31.12.X8 (7.000) 3.000
Saldo de caixa e bancos em 31.12.X9 (4.000) 2.000

Fonte: Iudícibus (2010, p. 267).

O método apresentado é chamado de Método Direto, mas, há também o método indireto.


No método direto, a DFC começa pelo recebimento das vendas, calcula-se o valor das
compras e das despesas. É uma demonstração difícil de ser feita por leigos no assunto.
Por isso, o profissional de farmácia precisará de funcionários capacitados para darem
as informações corretas ao contador para que a demonstração seja feita corretamente.

Outro trabalho importante relacionado às vendas dos produtos é a provisão para


devedores duvidosos. O profissional deverá lembrar que nem todos os clientes pagam
corretamente os produtos. Precisará pensar nos inadimplentes. Fazer a provisão
também será papel do contador, mas o funcionário terá que fornecer informações sobre
o não pagamento dos clientes.

Voltando às responsabilidades do farmacêutico, é importante lembrar que há uma


legislação específica que determina como deve ser o funcionamento das farmácias. Essa
legislação é a Lei no 13.021, de 8 de agosto de 14. Nela estão determinadas a importância
da presença do farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, aspecto
sanitário, equipamentos corretos e acessórios, de acordo com a vigilância sanitária.

Além das normas da ANVISA, o empresário de farmácia terá que se preocupara com
as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Segundo o Sebrae
(2015, p. 13)

Norma técnica é um documento, estabelecido por consenso e aprovado


por um organismo reconhecido que fornece para um uso comum e
repetitivo regras, diretrizes ou características para atividades ou seus
resultados, visando a obtenção de um grau ótimo de ordenação em um
dado contexto.

42
RECURSOS HUMANOS UNIDADE II

O RH usa conjunto de técnicas e instrumentos que permitem atrair, manter e desenvolver


os talentos humanos.

Visto atualmente as constantes mudanças no mercado tanto no âmbito social, econômico


e tecnológico, é essencial que as empresas sejam voltadas a administração de Recursos
Humanos, pois dependem de pessoas motivadas e com alto nível de qualidade pessoal
e profissional, para agregarem valores aos produtos e serviços que ela comercializa.

Sendo que os principais mecanismos e instrumentos de Gestão estratégica de pessoas


são:
»» planejamento de Recursos Humanos;

»» gestão de competências;

»» capacitação continuada;

»» avaliação de desempenho.

Lembrando que as principais atividades do setor de Recursos Humanos são:

»» recrutamento e seleção;

»» gestão de cargos e salários,

»» estruturação de quadro de carreira ou comumente conhecido como


estrutura de cargos e salários;

»» pesquisa de Clima Organizacional, eventualmente realizada, que zela


pela disciplina segurança e higiene no trabalho.

Iniciaremos nosso trabalho falando um pouco da diferença entre Gestão de Pessoas


e Relações Trabalhistas, depois abordaremos algumas leis, inclusive as atualizadas
em 2017, que devem ser compreendidas e seguidas na rotina do setor de Relações
trabalhistas para se evitar quaisquer contratempo que possam desencadear processos
trabalhistas pela não observância da Lei.

43
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

Objetivos
»» Entender a diferença entre Gestão de Pessoas e Relação Trabalhista.

»» Analisar os principais mecanismos utilizados para exercer a liderança.

»» Compreender as diversas formas de relação de trabalho e seus benefícios.

44
CAPÍTULO 1
Recursos humanos nas empresas

Para que as organizações se tornem bem-sucedidas, há necessidade de se conscientizarem


da importância do principal ativo da organização: os funcionários. Empresas que
otimizam o retorno sobre o investimento de todos os colaboradores apresentam
melhores resultados. Segundo Chiavenato (2014, p.11):

As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí, a necessidade


de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus
funcionários.

As organizações bem-sucedidas estão percebendo que somente podem


crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de
otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros,
principalmente o investimento dos funcionários. E quando uma
organização está realmente voltada para as pessoas, sua filosofia global
e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença. A GP (Gestão
de Pessoas) é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas –
colaboradores, empregados, funcionários, recursos humanos, talentos
ou qualquer denominação que seja utilizada – para alcançar os objetivos
organizacionais e individuais.

Os nomes – como departamento de pessoal, relações industriais,


recursos humanos, desenvolvimento de talentos, capital humano
ou capital intelectual – são utilizados para descrever a unidade, o
departamento ou a equipe relacionada com a GP. Cada qual reflete uma
maneira de lidar com as pessoas.

As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e as fraquezas de uma


organização dependendo da maneira como são tratadas. Elas podem
ser a fonte de sucesso como também podem ser a fonte de problemas.
É melhor tratá-las como fonte de sucesso.

Para que os objetivos da GP sejam plenamente alcançados, é necessário


que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a eficácia
organizacional.

As pessoas, geralmente, passam muito tempo trabalhando. As organizações precisam


e dependem dessas pessoas param alcançarem o sucesso almejado. Por outro lado,
as pessoas também necessitam das empresas para conseguirem subsistir e obterem o
45
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

sucesso pessoal. A dependência nas organizações está se tornando cada vez maior pelas
pessoas. Em contrapartida, as organizações também dependem diretamente de seus
colaboradores. Para que a organização seja dinâmica e criativa, terá que participar de
uma relação que lhe dê vida para operar e produzir bens.

De acordo com Franco (2006, p.15) “Taylor tornou-se o primeiro a analisar as práticas
de Recursos Humanos como as conhecemos hoje”. Ainda de acordo com o autor, a
ideia de treinamento e seleção, de acordo com a capacidade do trabalhador, partiu dos
ensinamentos de Taylor. Foi ele o precursor da contratação baseada em habilidades.

Ainda conforme Franco (2008), os estudos feitos por Mayo mostraram que trabalhos
informais interferem no desempenho dos trabalhadores. Mayo e seus pesquisadores
descobriram em seus estudos que grupos de trabalhos informais têm um efeito
significativo no desempenho do trabalhador. Os padrões e sentimentos do grupo
revelam-se determinantes, mais importantes na produção de um trabalho do que um
plano de incentivo salarial.

Segundo Chiavenato (2014), existe necessidade de indicadores de desempenho e


resultados. Diz um velho adágio popular entre os teóricos e práticos em Administração
que, se alguma coisa não pode ser medida e avaliada objetivamente, é melhor esquecer
o assunto. Se não se pode mostrar qual é a contribuição que se está fazendo, é melhor
não perder tempo com isso. A mensuração em termos de avaliação é uma prioridade em
todas as unidades da organização: demonstrar qual é a contribuição para a organização
está se tornando uma prioridade de topo, pois se a unidade não contribui para o sucesso
organizacional, então, não serve para muita coisa e, portanto, não vale a pena investir.
Não basta medir apenas o desempenho. É preciso medir o resultado. Gestão é resultado!

O desafio mais complexo está relacionado ao desenho de implementação de um sistema


integrado de Gestão de Pessoas que possa ser capaz de articular todos os processos de
agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas na organização
– é, sem dúvida, um complexo desafio. Mas tornar esse sistema equilibrado, coerente,
eficiente e eficaz é outro desafio, e maior.

Como garantir que os processos funcionem bem, integrada e sistemicamente? A avaliação,


a auditoria e o monitoramento contínuo, garantirão o funcionamento integrado e
sistemático. Para que isso ocorra, é necessário um planejamento adequado do sistema
que deverá estar baseado em objetivos. Os objetivos, para servirem de indicadores para
avaliação de resultados, precisam ser claros e concretos.

Por muitos anos, pensou-se que o gargalo que travava o desenvolvimento das
empresas fosse o capital financeiro. Era crença generalizada O capital financeiro
era indispensável para o sucesso empresarial. Hoje se percebe que a inabilidade

46
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

de uma empresa em recrutar e manter uma boa força de trabalho é que constitui
o principal gargalo para o negócio. (CHIAVENATO, 2016, p.11).

O papel atual da gestão de pessoas


São quatro os papéis distintos necessários para atuar com sucesso dentro da área de Gestão
de Pessoas: credibilidade, e competências em negócios, mudanças e capital humano.

Para fazer com que os talentos fiquem na empresa, algumas ferramentas são utilizadas,
para descobrir as falhas e corrigi-las adequadamente.

Segundo Chiavenato (2016), as mudanças rápidas que estão acontecendo no


mundo – mudanças tecnológicas, econômicas, sociais, culturais, legais, políticas,
ecológicas, demográficas – acabam trazendo grande impacto para as organizações.
Essas mudanças são sentidas significativamente pela área de recursos humanos
(RH). Segundo o autor, até o nome da área está mudando para gestão de pessoas
(GP). Qual o significado dessa mudança? Pode-se entender Gestão de Pessoas como
gestão de colaboradores, gestão de talentos, gestão de competência, gestão de capital
intelectual, gestão de competência.

A área de GP pode assumir diversos significados. Pode ser uma prestadora de serviços,
na área de recrutamento e seleção, benefícios, higiene e segurança, remuneração,
treinamento. Para isso, é necessária a contratação de pessoas que possam selecionar,
treinar, administrar salários e benefícios, médicos do trabalho, engenheiros de
segurança.

Ainda de acordo com Chiavenato (2016), a área de Gestão de Pessoas tem mudado
os conceitos empresariais relacionados aos colaboradores. Hoje, as empresas veem
seus colaboradores como seres humanos, recebem um tratamento individualizado e
personalizado, ligadas a Era da Informação, ênfase no trabalho mental, a criatividade e
a colaboração, além da busca cada vez maior por atividades físicas e mentais.

A nova visão da Gestão de Pessoas, a contratação é feita por colaboradores e


para colaboradores, geralmente agrupados em equipes, com metas negociadas e
compartilhadas. Há também a necessidade de verificar se o cliente está satisfeito, se o
resultado está satisfatório, se houve participação e comprometimento, ênfase na ética,
na responsabilidade, no conhecimento, na inteligência e no talento.

O departamento de Gestão de Pessoas também tem se preocupado em enxugar


e descentralizar suas funções, tornando-o mais ágil e flexível, concentrando-se no
que interessa.

47
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

De acordo com Chiavenato (2016, p. 5)

As organizações são verdadeiros organismos vivos e em constante ação e


desenvolvimento. Quando elas são bem-sucedidas, tendem a crescer ou,
no mínimo, a sobreviver. O crescimento acarreta maior complexidade
dos recursos necessários às suas operações, com o aumento de capital e
instalações, incremento de tecnologia, atividades de apoio etc.

Portanto, o profissional da área de farmácia deverá estar atento as novas formas de


tratamento dado aos colaboradores. Verificar as diferenças individuais, heterogeneidade,
pois as pessoas nascem, aprendem, passam a maior parte da vida nas empresas.

Há diferentes métodos e técnicas para avaliar o desempenho das empresas. As equipes


de Recursos Humanos podem contribuir para identificar e solucionar problemas,
tendo clara e definida a tarefa de potencializar a competências dos colaboradores
impulsionando a empresa na direção correta.

Outra preocupação necessária ao profissional de farmácia está relacionada à contratação


de pessoas. Um plano de cargos e salários é sempre importante. Há necessidade de se
fazer uma pesquisa salarial para cada cargo, de acordo com o mercado. O profissional
que deseja constituir uma empresa precisará entender os deveres e direitos de seus
colaboradores.

VIEIRA, Jair Lot. Consolidação das Leis do Trabalho. 21. Ed. Editora Podivm,
2018.

Quais são os direitos?

O Livro Consolidação das Leis Trabalhistas de 2018 é essencial para qualquer empresário.
Ele já está com a Medida Provisória no 808, de 14 de novembro de 2017.

O Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, criou a Consolidação das Leis do Trabalho


- CLT, sancionado pelo então presidente Getúlio Vargas. A CLT trouxe um grande avanço
nas relações individuais e coletivas dos trabalhadores. O livro é fundamental para todos
os profissionais que desejam entrar no mercado de trabalho como empreendedores, para
saberem seus direitos e deveres e os dos empregados com os quais pretende trabalhar.

48
CAPÍTULO 2
As relações de trabalho

As relações de trabalho, de acordo com a CLT:

Art. 444o da CLT: “As relações contratuais de trabalho podem ser


objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não
contravenha às disposições de proteção ao trabalho, as convenções
coletivas que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades
competentes”.

Quais as formas de relação de emprego?


A Medida provisória no 808, de 14 de novembro de 2017, que altera a Consolidação das
Leis do trabalho, trouxe mudanças significativas na relação de emprego.

Existe apenas uma relação de emprego. Essa relação está normatizada na CLT nos
artigos 2o e 3o. Para ser considerado empregado, a pessoa física não pode prestar
serviços eventuais. A empregabilidade só é admitida quando a pessoa presta serviços
ao empregador, mediante salário, não podendo ser substituído por outra pessoa e o
trabalho necessariamente precisa ser remunerado, ou seja, o trabalho será realizado em
troca do devido pagamento. O trabalho deve ser habitual havendo uma subordinação
ao empregador. Portanto, o empregado prestará serviço ao empregador. E o que
é o empregador? O empregador é a pessoa jurídica uma empresa, que poderá ser
coletiva ou individual, que presta serviços, produz ou compra e vende mercadorias,
exercendo uma atividade econômica, com fins lucrativos, admitindo e assalariando
seus funcionários.

Para exercer um emprego, o empregado precisará de uma Carteira de Trabalho e


Previdência Social. Essa carteira precisará ser apresentada ao empregador no prazo de
48 horas após a admissão. Nela serão anotados a data de admissão e a remuneração.
Se houver condições especiais, também deverão ser anotadas. Podem ser por meio
manual, eletrônico ou mecânico.

É vedado ao empregador EFETUAR ANOTAÇÕES DESABONADORAS à conduta


do empregado em sua CTPS;

Os acidentes do trabalho SERÃO OBRIGATORIAMENTE ANOTADOS pelo INSS na


carteira do acidentado.

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UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

O empregador também será obrigado a adquirir um livro ou ficha de registro de


empregados no qual registrará os trabalhadores. Este livro pode ser substituído pelo
sistema de informatização. A empresa que não registrar seus empregados poderá
incorrer em uma multa, por empregado não registrado, de 30 (trinta) vezes o valor de
referência regional. Esse valor, se houver reincidência, poderá dobrar.

Livro de registro de empregados


No livro deverão ser anotadas todas as informações relativas ao empregado
como: data de admissão, férias, tipo de remuneração e demais informações que
interesse a proteção do empregado.

Que empregados você precisará contratar? Você contratará empregados que sejam
essenciais à sua empresa: caixas, balconistas, faxineiras, vigilantes. Há uma legislação
específica que cuida da contratação de empregados. Se tiver que contratá-los com
carteira assinada, o tipo de regime será o da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Preste atenção ao salário. Ele não poderá ser inferior ao piso da categoria. Para ser
considerado empregado, há certas normas impostas pela CLT: o trabalhador terá que
trabalhar habitualmente no local e horário estabelecidos pela empresa e deverá ficar à
disposição do contratante.

Se o funcionário não puder trabalhar no dia combinado, ele não poderá ser substituído
por outra pessoa. Receberá pelo serviço, um salário, pelo serviço prestado no tempo
determinado.

Segundo o Guia Trabalhista (2018)

Salário é a contraprestação devida ao empregado pela prestação de


serviços, em decorrência do contrato de trabalho. Já a remuneração é
a soma do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por
tarefa etc.) com outras vantagens percebidas na vigência do contrato
de trabalho como horas extras, adicional noturno, adicional de
periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações,
diárias para viagem entre outras.

Geralmente, a palavra remuneração indica a soma dos ganhos pagos ao empregado


pelo empregador, fruto do trabalho desenvolvido. Já a remuneração por produtividade
é diferente. Ela se dá por meio de uma negociação entre empregado e empregador sobre
a forma de pagamento.

Além do salário, existem os adicionais. O empregado poderá receber um adicional de


insalubridade se estiver trabalhando em condições de calor, barulho, frio, produtos

50
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

químicos, radiação. Segundo o Ministério do Trabalho, o tempo de exposição, será


relevante para o pagamento desse adicional. Quanto maior o risco, menor o tempo de
trabalho em local insalubre. A reforma trabalhista alterou o adicional de periculosidade.
Este será pago de acordo com o grau de insalubridade ao qual o empregado está exposto,
poderá ser negociado em convenção coletiva.

Os níveis também eram usados para calcular o chamado adicional de periculosidade,


que com a Reforma, poderão ter os valores alterados via convenção coletiva. Ou seja,
se antes o Ministério do Trabalho determinava que o grau de insalubridade como
máximo, uma convenção coletiva pode baixar – com força de Lei – para o mínimo, ou
seja, passar a porcentagem de 40% para 10% do adicional a ser agregado no salário
do profissional.

O trabalho do profissional em farmácia

Adicionais

O profissional de farmácia precisará ficar atento também ao adicional de periculosidade.


É um valor devido àquele exposto a atividades ou operações perigosas, por exemplo,
inflamáveis, explosivos, energia elétrica. É devido também aos profissionais empregados
que trabalham com segurança pessoal e aqueles que manuseiam substâncias radioativas.
Dependendo da atividade exercida pelo profissional de farmácia, se ele tiver empregados,
deverá ficar atento à legislação.

Salário mínimo

O salário mínimo é valor mínimo pago ao empregado urbano ou rural, pelo empregador.
A definição do salário mínimo é feita por meio de uma lei e corresponde a uma jornada
de 8 horas por dia de trabalho ou 44 horas semanais. O objetivo do salário mínimo é
atender às necessidades básicas do empregado e de sua família. Essas necessidades, de
acordo com a Constituição Federal são: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social. Se o empregador oferecer transporte,
assistência odontológica, assistência médica ou previdência privada, esses valores não
terão efeito de natureza salarial.

Há outras formas de salário, como o feito por meio de convenção coletiva ou acordo
coletivo de determinada categoria. O piso salarial do farmacêutico, por exemplo, é
definido por meio do sindicato, e varia de acordo com o estado ao qual o profissional
está exercendo a função.

51
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

Comprovante de pagamento

O comprovante de pagamento ao funcionário poderá ser feito por meio de recibo ou


conta corrente bancária. Por motivo de segurança, praticamente todas as empresas
creditam a conta corrente dos funcionários, pois o salário, necessariamente, deverá ser
pago em moeda corrente do país.

Se o profissional de farmácia for empresário e quiser pagar comissões ou porcentagens


ou até mesmo gratificações, esses valores terão natureza salarial. Assim como viagens
que o empregado precise fazer por conta da necessidade da empresa. É importante que
o profissional verifique os percentuais que poderão ser pagos, na data em que ocorrer
o evento.

O estabelecimento deve ter um responsável legal que proverá as condições necessárias


para verificar os materiais necessários ao funcionamento do estabelecimento, recursos
humanos, capacitação e treinamento do pessoal.

A legislação entende que valores destinados a viagens que não excedam a 50% (cinquenta
por cento) do valor do salário não devem ser considerados como pagamento de salário.
Abaixo de 50%, despesa da empresa.

Todos os pagamentos salariais devem ser efetuados até o 5o (quinto) dia útil do mês
seguinte ao vencimento do mês. Por exemplo: o empregado trabalhou o mês de março
inteiro. Terá que receber até o quinto dia útil do mês de abril. As comissões por vendas,
por exemplo, terão outra forma de pagamento, pois terão validade de acordo com a
transação efetuada entre empregado e empregador.

Quais valores não integram o salário? O ticket efeição, se for pago em dinheiro,
integrará o salário. Mas, se o empregador estiver inscrito no Programa de Alimentação
do Trabalhador – PAT, que foi instituído pela Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976, ele
estará amparado pela Lei que permite essa exceção. Portanto, não fará parte do salário.
O mesmo ocorrerá com a cesta básica. Para não fazer parte do salário, o empregador
deverá se inscrever no PAT.

Décimo terceiro salário

A gratificação do Natal ou Décimo terceiro salário poderá ser pago em duas parcelas.
A primeira, até o dia 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro. A reforma
trabalhista não trouxe mudança em relação ao 13o salário. Como se paga o 13o salário?
A primeira parcela refere-se à metade do último salário recebido, sem descontos de
impostos e benefícios. A primeira parcela será sempre a metade do último salário
recebido pelo empregado. Não é a média salarial e sim o último salário recebido.

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RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

Na segunda parcela do 13o salário, serão descontados o INSS e o Imposto de Renda,


pensão alimentícia, sobre o salário inteiro. Será descontada também a metade
recebida até 30 de novembro, pois o empregado já recebeu. Portanto, o empregado
receberá um valor menor na segunda parcela. Trabalhadores afastados por motivo
de licença maternidade, auxílio-doença ou acidente de trabalho, receberão o 13o.
O pagamento também será devido àqueles que fizeram hora extra ou ganharam comissão
o durante o ano. Veja a tabela a seguir referente a contribuição dos empregados,
empregados domésticos e trabalhadores avulsos, para pagamento a partir de 1o de
janeiro de 2018:

Tabela 9. Tabela de recolhimento de INSS 2018.

Salário de contribuição (R$) Recolhimento ao INSS


Até R$ 1.693,72 8%
De R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 9%
De R$ 2.822,91 a R$ 5.645,80 11%
Acima de R$ 5.645,80 Valor fixo de R$ 621,04

Fonte: Planejar cursos e treinamentos.

Tabela 10. Imposto de Renda.

Salário Imposto de Renda Parcela a deduzir


Até R$ 1.903,98 0% R$ 0
De R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65 7,5% R$ 142,80
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 15% R$ 354,80
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 22,5% R$ 636,13
Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36

Fonte: revista exame (2018).

Os cálculos de 13o salário podem ser feitos anualmente ou proporcionalmente.


É importante que o profissional de farmácia conheça adequadamente os direitos dos
funcionários e deveres do empregador, para não ter uma surpresa desagradável ao
precisar demitir um colaborador. Geralmente, o desgaste com ações trabalhistas é
desnecessário se o empregar prestar atenção em algumas informações essenciais ao
desempenho de suas funções. Se o profissional de farmácia não tiver conhecimento
suficiente, será fundamental que procure um profissional da área de recursos humanos
que possa orientá-lo adequadamente. Há também infinitos exemplos de cálculos na
internet, que poderá auxiliar o profissional a ter uma ideia de suas despesas trabalhistas.

Por exemplo: quem não trabalhou o ano todo tem direito ao 13o salário? Sim, o cálculo
é proporcional. Por exemplo: Um funcionário trabalha há 7 (sete) meses em uma
empresa. Quanto ele receberá de 13o bruto?

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UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

R$ 1.200,00 /12 = R$ 100,00 por mês x 7 meses= R$ 700,00 de 13o salário. Este
valor será dividido: metade até 30 de novembro e a outra metade até 20 de
dezembro, com os devidos descontos.

Férias

As férias, segundo a nova legislação, poderão ser divididas em até 3 períodos, sendo que
o maior período deve ser de, pelo menos, 14 dias e os outros não poderão ser inferiores
a 6 (seis) dias, e deverão ser tiradas no período de 12 meses após o período aquisitivo.
O abono pecuniário de 30 dias continuará de acordo com a legislação. O profissional
de farmácia precisará estar atento aos prazos, pois se o empregado não receber as
férias no prazo correto, o empregador terá que dobrar o pagamento. Qual o prazo?
Se o funcionário foi contratado em 1o de janeiro de 2018, ele deverá tirar férias até 31
dezembro de 2020, devendo receber 2 dias antes do início das férias. Todo empregado
tem direito a férias e, de acordo com a nova lei trabalhista, o empregado não pode
começar as férias 2 dias antes de feriados ou descanso semanal. Esse direito ocorre
após 12 (doze) meses de contrato de trabalho e, de acordo com a Lei, o direito será na
seguinte proporção de acordo com o artigo 130 da CLT:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais


de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver
tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18 (dezoito) dias corridos,
quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV - 12
(doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.

Para calcular o valor das Férias, siga o exemplo:

O empregado recebe R$ 2.400,00 por mês de salário bruto. Recebeu R$ 600,00 de


hora extra. Quer tirar 15 dias de férias. Então:

Quadro 2. Cálculo de férias.

Salário + hora extra = R$ 2.400,00 + R$ 600,00 /30 x 15 dias =


R$ 3.000,00/30 = R$ 100,00 x 15 dias = R$ 1.500,00.
Portanto, o valor base inicial para férias será: R$ 1.500,00.
Mas é só isso? Não!
Além desse valor, o empregado terá direito a receber 1/3 a mais, que é um direito constitucional. Portanto,
R$ 1.500,00 /3 = R$ 500,00
R$ 1.500,00 + R$ 500,00 = R$ 2.000,00. Ou seja, o total que o empregado receberá é R$ 2.000,00, brutos, serão descontados os valores de
INSS e Imposto de Renda, se for devido.

Fonte: a autora.

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RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

As faltas não serão consideradas nas seguintes situações, de acordo com o artigo no 473
da CLT:

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço


sem prejuízo do salário: (Redação dada pelo Decreto-lei no 229, de
28/2/1967)

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,


ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua
carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência
econômica;

II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira


semana

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação


voluntária de sangue devidamente comprovada;

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor,


nos têrmos da lei respectiva.

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do


Serviço Militar referidas na letra “c” do art. 65 da Lei no 4.375, de 17 de
agosto de 1964

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de


exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer
a juízo.

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de


representante de entidade sindical, estiver participando de reunião
oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.

X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames


complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou
companheira;)

XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos
em consulta médica.

Ainda de acordo com a CLT as férias poderão ser divididas em até três períodos, mas
para isso, há necessidade da concordância do empregado. Além disso, um dos períodos

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UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

não poderá ser inferior a 14 dias. O profissional da área de farmácia deverá prestar
muita atenção aos prazos estipulados pela legislação.

Rescisão contratual

Algumas mudanças ocorreram também em relação à rescisão contratual. O empregador


poderá homologar a rescisão de contrato em sua própria empresa. Não há necessidade
da intermediação de sindicatos ou de regionais de trabalho. Se o funcionário concordar
com a rescisão, não poderá mais questionar na justiça do trabalho os pagamentos
recebidos.

Quando houver consenso entre as partes, ocorrerá a demissão consensual. O empregado


poderá fazer um acordo para o recebimento do aviso prévio e da multa de 40% do
FGTS. O empregado que optar por movimentar até 80% do valor depositado na conta
do FGTS, não terá direito ao seguro desemprego.

Segundo Fernandes (2018), são muitas as dúvidas relacionadas ao vínculo empregatício.


Quando esse vínculo chega ao fim, o trabalhador muitas vezes não sabe quais são seus
direitos. As verbas rescisórias variam de acordo com o contrato firmado entre as partes.

Para sanar as dúvidas, Fernandes (2018) listou as verbas rescisórias devidas nas
diversas formas de rescisão contratual, quais os prazos de pagamento e o valor a ser
recebido pelo empregado.

Rescisão sem justa causa: Na rescisão sem justa causa, que ocorre
quando o empregador dispensa o empregado imotivadamente, usando
seu poder de direção, as verbas rescisórias devidas ao empregado são:

Saldo de salário;

Aviso prévio, trabalhado ou indenizado;

13o salário proporcional;

Férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional;

multa de 40% sobre o saldo do FGTS;

seguro-desemprego

Rescisão por justa causa: Na rescisão por justa causa por parte do
empregado, ele pratica falta grave em serviço. Esses motivos estão
elencados no artigo 482 da CLT, o empregador, somente nesses casos
específicos, poderá dispensar o trabalhador, não podendo criar novas
circunstancias justificadoras da demissão. Dentre outros, se destacam:

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RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

ato de improbidade do empregado e perda da confiança do empregador,


má conduta no trabalho, desídia do empregado, atos de indisciplina ou
insubordinação e abandono de emprego. As verbas devidas são:

Saldo de salário;

Férias vencidas mais 1/3 constitucional;

Existe outra forma de rescisão: a rescisão indireta, que ocorrerá se houver uma falta
grave praticada pelo empregador contra o empregado.

Ainda de acordo com Fernandes (2018), no pedido de demissão, quando o próprio


trabalhador decide por fim ao pacto laboral, ele deverá trabalhar durante o aviso prévio
e não haverá redução de horário. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o
empregador de pagar o valor de aviso prévio, salvo se comprovado que o empregado
obteve novo emprego (SÚMULA 276, TST).

As verbas devidas no pedido de demissão são:

Saldo de salário;

13o salário proporcional;

Férias vencidas e proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional;

Culpa Recíproca

Sendo reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato, o tribunal


do trabalho reduzirá, em 50%, a indenização que seria devida em caso
de culpa exclusiva do empregador. Desta forma, o empregado teria
direito a 50% do valor:

saldo de salário;

férias vencidas com terço constitucional;

50% das férias proporcionais com terço constitucional;

50% do aviso prévio;

50% do décimo terceiro salário proporcional;

FGTS com multa de 20%

Aposentadoria e Morte do Empregado

Existem dois prazos para pagamento das verbas rescisórias: o primeiro prazo é até o
primeiro dia útil imediato ao término do contrato. O segundo é até o décimo dia, contado

57
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

da data da notificação da demissão quando da ausência do avis-prévio, indenização do


mesmo ou dispensa de seu cumprimento.

Quando um contrato de trabalho termina? Algumas decisões podem findar com o


contrato de trabalho:

1. por decisão do empregador: com justa causa, sem justa causa, aposentadoria;

2. por decisão do empregado: pedido de demissão, rescisão indireta,


aposentadoria;

3. por desaparecimento de uma das partes: morte do empregador, extinção


da empresa, morte do empregado;

4. por culpa recíproca;

5. por advento do termo do contrato: quando o contrato for por tempo


determinado;

6. por motivo de força-maior;

Para que o empregado seja demitido por justa causa, ele deverá ser enquadrado no
artigo no 482 da CLT:

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho


pelo empregador:

a) ato de improbidade;

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do


empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a
qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não


tenha havido suspensão da execução da pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;

i) abandono de emprego;

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RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra


qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em
caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas


contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;

l) prática constante de jogos de azar.

m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o


exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.
(Incluído pela Lei no 13.467, de 2017)

Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa


de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito
administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. (Incluído
pelo Decreto-lei no 3, de 27/1/1966)

Quando o empregado tiver interesse em pedir demissão, ele deverá avisar ao empregador
com antecedência. O aviso deverá ser de 8 (oito) dias se o pagamento for efetuado
semanalmente ou em tempo inferior. O aviso deverá ser de 30 (trinta) dias para aqueles
que receberem o pagamento quinzenalmente ou mensalmente e estejam há mais de 12
meses na empresa.

Há outras situações de rescisão: rescisão indireta ou quando o empregador falecer.


Nesses casos, o empregado deverá consultar a Consolidação das Leis do Trabalho para
ver o que será pertinente ao seu caso.

Jornada de trabalho

O profissional de farmácia precisará ficar atento a jornada de trabalho. Segundo o Guia


Trabalhista (2018), a legislação trabalhista estipula uma quantidade de labor diário ao
empregado. A legislação trabalhista estabelece, salvo os casos especiais, que a jornada
normal de trabalho é de 8 (oito) horas diárias e de 44 (quarenta e quatro) horas semanais.
A legislação dispõe ainda que não sejam computados na jornada normal diária os 5
(cinco) minutos antes e 5 (cinco) minutos depois da jornada de trabalho, observado o
limite máximo de 10 (dez) minutos diários.

Ainda de acordo com o Guia Trabalhista (2018):


Jornada 12x36 - Será permitida a jornada em um único dia de até 12
horas, seguida de descanso de 36 horas, para todas as categorias, desde
que haja acordo entre o empregador e o funcionário.

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UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

Jornada parcial

Os contratos de trabalho poderão prever jornada de até 30 horas


semanais, sem possibilidade de horas extras, ou até 26 horas, com até 6
horas extras, pagas com acréscimo de 50%.

Intervalo

O intervalo dentro da jornada de trabalho poderá ser negociado, desde


que tenha pelo menos 30 minutos em jornadas superiores a 6 horas.

Banco de horas

A compensação das horas extras em outro dia de trabalho ou por meio


de folgas poderá ser negociada entre empresa e empregado, desde que
ocorra no período máximo de seis meses. O empregador que deixar de
dar as folgas no prazo terá de pagar as horas extras, com acréscimo de
50%.Higiene e troca de uniforme

A empresa não precisará mais computar dentro da jornada as atividades


de descanso, lanche, interação com colegas, higiene pessoal, troca de
uniforme, tempo gasto no trajeto ou período que o empregado buscar
proteção na empresa em caso de enchentes ou violência nas ruas, por
exemplo.

O banco de horas deve ser compensado em até 6 meses.

O Guia trabalhista (2018) também apresenta o trabalho intermitente, de acordo com a


nova lei. Ela prevê o trabalho intermitente, que é pago por período trabalhado. Quem
trabalhar nessas condições terá férias, FGTS, previdência e 13o salário proporcionais.
O trabalhador receberá o chamado salário-hora, que não poderá ser inferior ao mínimo
nem ao dos profissionais que exerçam a mesma função na empresa. A convocação do
empregador deve ser feita informando a jornada a ser cumprida com pelo menos três
dias corridos de antecedência. Já o trabalhador terá um dia para dizer se aceita.

Outra forma de trabalho que já existia informalmente e que foi regulamentada pela
nova legislação trabalhista é o Home Office ou Teletrabalho. Nele, não haverá controle
de jornada, e a remuneração será por tarefa. No contrato de trabalho, deverão constar
as atividades desempenhadas, regras para equipamentos e responsabilidades pelas
despesas. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de
atividades específicas não descaracteriza o home office.

O trabalho noturno é outra forma de remuneração de que trata a legislação trabalhista.


De acordo com Cardoso (2018)

60
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

Para aplicar o cálculo da hora extra noturna precisamos entender a


diferença entre a hora diurna e noturna, e quando aplicar cada uma.
A grande confusão da hora extra noturna encontra-se no horário em
que ela é realizada, ou seja, se o funcionário trabalhou a noite toda e fez
hora extra, ela será diurna ou noturna? Veja o seguinte exemplo.

Se o funcionário possui a jornada de trabalho das 14:00 às 22:00 e excede


sua jornada em 2 horas, para este funcionário deve ser pago 2 horas
extras noturnas, pois quando excedeu sua jornada, o período noturno
considerado pela lei já havia começado. Sendo assim o acréscimo deve
ser de 50% mais 20% do adicional noturno.

Já para o funcionário que trabalha das 23:00 as 06:00 do dia seguinte


e excedeu sua jornada em 2 horas, o acréscimo deve ser de apenas 50%,
pois quando ele começou a fazer a hora extra o período noturno já havia
acabado, caracterizando assim como uma jornada excedente diurna.

O profissional de farmácia precisará estar sempre atento aos horários de seus


funcionários, principalmente se houver necessidade de jornadas mistas. Elas devem ser
calculadas com muito critério, para que o profissional não tenha problemas posteriores.
O cartão ou livro de ponto precisará estar com as marcações corretas.

Estagiário

Há uma legislação também para estagiários. Os art. 5o e 6o da CLT normatizam e definem


o que é estágio e o que deve ser feito pelas empresas. Há necessidade de um instrumento
contratual entre a instituição de ensino e a pessoa jurídica a qual o estudante pretende
fazer o estágio. O estágio não caracteriza vínculo empregatício.

Menor aprendiz

Já o menor aprendiz deverá ser maior de 14 anos e menor de vinte e quatro anos, desde
que não seja portador de deficiência. Para estes não existe idade máxima. As empresas
poderão ter no máximo 15% de menores aprendizes em relação aos trabalhadores
existentes em cada estabelecimento. Não poderão trabalhar em funções qualificadas
que exijam nível superior. A jornada poderá ser de 6 a 8 horas. Terão direito a 2% de
FGTS sobre a remuneração. O empregador precisará ficar atento às faltas injustificadas
na escola, pois o menor poderá ser demitido por ausências escolares nãos justificadas.

Trabalhador autônomo

Quanto ao trabalhador autônomo, há uma Medida Provisória no 808/2017 que especifica


a cláusula de contratação de trabalho autônomo. Segundo a MP, o profissional autônomo

61
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

não terá vínculo empregatício mesmo que atue como autônomo para um mesmo
empregador. Antes da reforma trabalhista, não havia uma previsão sobre o assunto e,
muitos trabalhadores, acabavam sendo reconhecidos na justiça como empregados.

Para que o trabalhador autônomo não seja considerado empregado, não poderá estar
subordinado a ninguém dentro da empresa. Precisará ter a liberdade para executar
o trabalho, não poderá ter horários determinados pela empresa, não poderá ter dias
marcados pela organização, não poderá ficar à disposição do contratante. O autônomo
poderá trabalhar para quem quiser e para quantas pessoas quiser. Poderá trabalhar
para um só tomador, sem, no entanto, ser empregado desse tomador. Uma pessoa
jurídica também terá a liberdade de contratar empregados ou autônomos se assim
desejar. Podem ser autônomos os corretores de imóveis, motoristas, montadores de
móveis e demais categorias reguladas pela legislação.

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS

Jéssica trabalha na empresa Santos Ltda. ganhando R$ 2.000,00 mensais. A empresa na


qual Jéssica trabalha deposita em uma conta aberta em seu nome, na Caixa Econômica
Federal – CEF o valor correspondente a R$ 160,00, ou seja, 8% do seu salário.
Esse depósito mensal depositado em nome de Jéssica na CEF, denomina-se Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. Como o próprio nome diz, é uma garantia.
Esse valor depositado durante os anos em que Jéssica ficar na empresa, poderá ser
retirado, se por acaso ela for demitida sem justa causa.

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS foi criado para proteger o trabalhador,
se ele for demitido sem nenhuma razão particular, ou seja, demitido sem justa causa.
O empregador abre uma conta vinculada ao contrato de trabalho e, no início de cada
mês, deposita o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário em uma
conta na Caixa Econômica Federal – CEF. A CEF disponibiliza ao empregado o saldo e
o extrato do valor depositado em sua conta. Ele poderá dispor desse valor em algumas
situações: doença grave, conforme a legislação, demissão sem justa causa, compra de
imóveis e outras situações estipuladas pela legislação.

Salário Família

O Salário Família é um benefício previdenciário oferecido aos segurados de baixa


renda, para aqueles que possuem filhos menores de 14 anos ou inválidos de qualquer
idade. Tem direito ao salário família os empregados com filhos adotados, os enteados
e tutelados. Os autônomos, empregados domésticos e trabalhadores avulsos não têm
direito ao salário família.

62
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

Seguro desemprego

O Seguro Desemprego tem por objetivo prover o trabalhador desempregado por


dispensa sem justa causa de assistência financeira temporária. Para receber o seguro
desemprego o trabalhador não poderá gozar de outros benefícios previdenciários de
prestação continuada.

Quadro 3. Tabela de seguro desemprego.

Tabela de Seguro desemprego 2018


Faixas de salário médio Valor da parcela
Até R$ 1.480,25 Multiplica-se o salário médio por 0,8 (80%)
O que exceder a R$ 1.480,25, multiplica-se por 0,5 (50%) e soma-se
De 1.480,26 até R4 2.467,33
a R$ 1.184,20
Acima de R$ 2.467,33 Parcela será de R$ 1.677,74, invariavelmente.

Fonte. Seguro desemprego (2018).

Gestantes

Outro cuidado que o profissional da área farmacêutica, se optar por ser empresário
ou empregado, está relacionado ao tratamento às gestantes. As gestantes e lactantes,
segundo a legislação, poderão trabalhar apenas em atividades com graus mínimo
e médio de insalubridade. Mas, se apresentarem atestado médico que não permita
trabalhar em local insalubre, as gestantes serão afastadas.

Segundo o Guia Trabalhista (2018) “A legislação garante a estabilidade da empregada


gestante a partir da confirmação da gravidez, inclusive no caso do contrato de experiência
ou determinado. Determina ainda que o período de licença-maternidade da empregada
gestante é de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário”.

A confirmação da gravidez se dará na data da concepção, quando a empregada souber,


por meio da confirmação médica a data certa da gravidez. Se a empregada for ao médico
em março e, ao fazer os exames, o médico confirmar que ela está grávida desde janeiro,
a data correta é janeiro.

Gestão de Pessoas e os colaboradores

O profissional de farmácia precisará estar atento aos colaboradores, pois são as pessoas
que constituem o principal ativo da organização.

Segundo Chiavenato (2016), é necessário tornar as organizações mais conscientes e


atentas para seus funcionários. Segundo Chiavenato (2016, p. 11)

63
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

As organizações bem-sucedidas estão percebendo que somente


podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes
de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos parceiros,
principalmente o investimento dos funcionários. E quando uma
organização está realmente voltada para as pessoas, sua filosofia global
e sua cultura organizacional passam a refletir essa crença.

As pessoas, em uma organização, podem trazer sucesso ou também problemas, elas


são as forças e fraquezas da organização. Cabe à Gestão de Pessoas – GP ajudar a
organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão. Essa não foi sempre uma
tarefa da GP, antigamente o importante era fazer corretamente o serviço. A eficácia e a
eficiência eram muito valorizadas. Os métodos e as regras impostos aos funcionários é
que importavam. Não existia uma preocupação com metas.

Hoje em dia um dos principais objetivos da GP é o de ajudar a organização a atingir


metas, aproveitando a força de trabalho para criar, desenvolver e aplicar as habilidades
e competências dessas forças. Obter a melhor produtividade para que o cliente se sinta
satisfeito está entre as prioridades da GP.

De acordo com Chiavenato (2016), há seis processos básicos de gestão de pessoas:

»» O primeiro processo se propõe a agregar pessoas, inclui o recrutamento


e seleção de pessoas.

»» O segundo processo está relacionado à atividade que a pessoa irá


desempenhar na empresa. A GP deve orientar e acompanhar o
desempenho, e desenhando as atividades que as pessoas realizarão,
descreverá cargos, orientará pessoas e fará a avaliação de desempenho.

»» O terceiro processo está relacionado aos incentivos e satisfações


necessárias às necessidades individuais mais elevadas. Podem ser feitas
por meio de remunerações, serviço social, benefícios, recompensas.

»» O quarto processo visa o desenvolvimento de pessoas, como capacitá-las


visando o desenvolvimento pessoal e profissional. Nessa fase, há o
treinamento e desenvolvimento de pessoas, gestão do conhecimento,
gestão de competências, aprendizagem corporativa e diversos programas
relacionados as mudanças de desenvolvimento de carreira.

»» O quinto processo está voltado a ideia de manter as pessoas por meio de


condições ambientais e psicológicas que as satisfaçam. Essas condições
referem-se ao clima, à higiene, segurança, qualidade de vida, disciplina.

64
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

»» O sexto, e último, processo refere-se ao controle, acompanhamento das


atividades e à verificação de resultados, por meio dos diversos bancos de
dados e informações gerenciais.

Figura 5. Quadro de gestão de pessoas.

Gestão De
Pessoas

Agregar Aplicar Recompensar Desenvolver Manter Monitorar


pessoas Pessoas Pessoas Pessoas Pessoas Pessoas

Fonte: adaptado de Chiavenato (2016).

As recentes mudanças ocorridas na administração de recursos humanos tratam as


pessoas como elementos principais das empresas. Há uma nova visão. As pessoas não
são mais tratadas como funcionários que são remunerados em função do tempo que
disponibilizaram para a organização. Hoje as pessoas são vistas como colaboradores e
parceiros nos negócios da empresa.

De acordo com Chiavenato (2016), a influência da tecnologia da informação trouxe


para as organizações uma verdadeira revolução. Estão em constante turbulência, por
causa dos impactos trazidos pela multimídia, e a Era Digital, eliminando as fronteiras
políticas e organizacionais.

As tendências globais estão quebrando os velhos paradigmas existentes nas organizações.


O que está mudando?

De acordo com Chiavenato (2016), globalização dos mercados: da concorrência, das


associações, do capital financeiro e da inovação gerencial, trazendo uma nova visão
cosmopolita do mercado global. Substituição de uma economia baseada na manufatura
e na exploração de recursos naturais, diferenciação da verdadeira economia global da
economia virtual. Conhecimento, talento e competências.

Ainda segundo Chiavenato (2016, p36) “As organizações voltadas para o futuro e
preocupadas com o próprio destino estão estreitamente sintonizadas “. Há uma série
de desafios para as organizações que estão olhando para o futuro. Incialmente uma
preocupação com a visão global do negócio com o objetivo de avaliar a concorrência
por meio de estratégias comparando a empresa com o que há de melhor no mundo.
Outra preocupação está relacionada ao treinamento, à educação, motivação e liderança
das pessoas que trabalham na organização. A ideia é que esses colaboradores estejam
cada vez mais motivados e engajados em um espírito empreendedor. A organização se

65
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

propõe a oferecer oportunidades e plena realização pessoal. Para isso, o colaborador


precisará conhecer os objetivos que a empresa pretende alcançar, quais as metas e a
missão. As organizações bem-sucedidas oferecem ambiente acolhedor e agradável,
autonomia e liberdade para escolher a melhor maneira de trabalhar.

Por exemplo, a Google oferece regalias que fazem todo mundo querer trabalhar lá.
Funcionários e ex-empregados da companhia contaram no site de perguntas e respostas
quais são os melhores incentivos que a empresa oferece.

Figura 6. Pátio da empresa Google.

Fonte: <https://exame.abril.com.br/carreira/beneficios-que-fazem-todo-mundo-querer-trabalhar-no-google/>. Acesso em: 13/6/2018.

1. Muitos mimos (Divulgação)

São Paulo – Provavelmente, você já se pegou pensando em por que


quase todo mundo quer trabalhar no Google. O motivo para isso é
simples: a empresa é famosa por conceder benefícios diferenciados aos
seus funcionários.Nas fotos, será possível conhecer alguns privilégios
oferecidos pela companhia, revelados por Googlers (como são chamados
os seus empregados) no site de perguntas e respostas Quora. A lista foi
divulgada na terça-feira pelo site Business Insider.

8. Promoção do bem-estar

(Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

No Google, os funcionários podem distribuir créditos de massagens


para aqueles que cumprem bem uma determinada tarefa. Depois, esses
pontos podem ser trocados por uma hora de massagem grátis na empresa.
Além disso, há mesas de jogos e ambientes relaxantes para serem
desfrutados pela equipe nos escritórios da companhia.
Por Luísa Melo

Fonte: Revista Exame (2016).

66
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

Além das pessoas, os produtos e serviços oferecidos pelas organizações estão ficando
cada vez mais parecidos como o atendimento e a qualidade do serviço. As empresas
estão procurando agregar elementos adicionais que mostrem o diferencial de cada uma
em relação a seus concorrentes.

O talento humano tem sido um diferencial importante nas empresas. O conceito de


talento humano está relacionado hoje ao conceito de capital humano. O capital humano
é o patrimônio maior de uma organização. Antes havia um conceito do descarte do
funcionário, que as empresas entendiam que com a saída de um funcionário, facilmente
podiam colocar outro no lugar. Esse conceito foi ultrapassado com o tempo. Em parte,
porque as empresas estão procurando cada vez mais pessoas competentes e habilidosas
e, muitas vezes a procura não é fácil. Ao encontrar o colaborar ideal, as empresas
resolver investir nesse capital humano.

Figura 7. Telessaúde Brasil Redes.

Fonte: Brasil – Ministério da saúde (2018).

A Era da Informação obriga as empresas a estarem em constante atualização. Hoje, a


palavra da vez é capital intelectual. Refere-se ao conhecimento sendo colocado no lugar
certo permitindo que todos o transformem em oportunidade de riqueza. Para se obter
os resultados, é necessário que objetivos fixados sejam perseguidos, diminuindo os
custos e aumentando as receitas.

As pessoas talentosas são dotadas de conhecimentos, habilidades e competências


que, segundo Chiavenato (2016, p. 47) “são constantemente reforçados, atualizados
e recompensados”. As recompensas estimulam o colaborador talentoso e faz com que
ele se preocupe cada vez mais em se empenhar na busca pela excelência da qualidade
do serviço.
67
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

Ainda de acordo com Chiavenato (2016), o contexto organizacional deve ser capaz de
impulsionar e incentivar os talentos rumo à excelência. As organizações estão em busca
de pessoas interessadas em aprender cada vez mais e de se dedicar à organização como
se o colaborador fosse o próprio dono.

Portanto, não basta ter talentos, é preciso que eles se sintam acolhidos e integrados
para que possam proporcionar o conceito de capital humano.

Figura 8. Capacitação de pessoas.

Fonte: ANVISA (2018).

Ainda de acordo com Chiavenato (2016), a tecnologia está trazendo a necessidade de


se avaliar e atualizar a organização com o objetivo de aproveitar os progressos que a
tecnologia tem trazido para as organizações. “O preparo e a capacitação das pessoas
estão por trás disso. São as pessoas que aplicam e operam a tecnologia existente na
organização” (CHIAVENATO 2016 pág. 37).

Qual o futuro da Gestão de Pessoas? Quais os passos principais da nova agenda de


gestão de pessoas? O que o profissional de farmácia precisa saber? Transformar pessoas
em talentos, transformar capital humano em capital intelectual, transformar capital
intelectual em resultado para o negócio da empresa, investir pesadamente em pessoas
e nos gestores de pessoas.

Um bom gestor terá uma série de passos que deverão ser seguidos: a empresa precisará
crescer, obter lucratividade, o fluxo da caixa precisará estar positivo. A organização
precisa ser rentável, sustada no longo prazo. Os clientes precisam ser constantes,
comprarem com frequência, devem estar fidelizados, satisfeitos. A qualidade do produto
é fundamental para que tudo isso ocorra. É importantíssimo o comprometimento,
a parceria, eficiência, eficácia dos colaboradores. A equipe precisa ser muito bem
selecionada e os talentos agregados. Os colaboradores devem ser experientes, talentosos
parceiros, comprometidos.
68
RECURSOS HUMANOS │ UNIDADE II

De acordo com Chiavenato (2016, p. 49) “O capital intelectual é um dos conceitos


mais discutidos recentemente. Ao contrário do capital financeiro – que é basicamente
quantitativo, numérico e baseado em ativos financeiros, tangíveis e contábeis”.

O capital intelectual não pode ser visto; é considerado um intangível em contabilidade,


pois essa é a grande dificuldade que as empresas têm em mensurá-lo, geri-lo e
quantifica-lo. Ainda de acordo com Chiavenato (2016, p. 49), o capital intelectual é
composto por: “força de trabalho: talentos integrados e conectados por uma arquitetura
organizacional dinâmica, por uma cultura organizacional envolvente e por um estilo de
gestão democrático participativo”.

Mas não é apenas essa visão que as empresas têm. A era da informação e do conhecimento
é um processo irreversível e o sistema capitalista não permite a possibilidade de se perder
dinheiro. Criar força de trabalho integrado e conectado fará com que haja viabilidade
econômica para que a empresa fique cada vez mais rica.

É muito importante o relacionamento e o papel exercido por pessoas competentes e


comprometidas que tenham visão de futuro trazendo suas habilidades e competências
a favor da organização.

Segundo Rodrigues (2009)

O capital intelectual engloba conhecimentos adquiridos e acumulados


de uma organização, ou seja, os conhecimentos acumulados de uma
empresa inerentes a pessoas, projetos, patentes, sistemas, metodologias
e a interatividade do ativo humano para com a missão da empresa

Ainda de acordo com Rodrigues (2009),

um exemplo perfeito é uma empresa que investe em pesquisas e


cria metodologias que difere sua produção e promove rendimento
econômico e ambiental, mais valor e conceito a organização adquirirá.
Outro exemplo: um gerente da área de recursos humanos, quanto mais
treinado e qualificado; Um processo industrial mais rápido etc.

A estrutura externa, de acordo com Chiavenato (2016, p. 49), está ligada as relações com
clientes e fornecedores, marcas, imagens e reputação. Depende de como a organização
resolve e oferece soluções para os problemas dos clientes.

A gestão de pessoas mais do que nunca está focada no capital humano e nas consequências
sobre o capital intelectual em uma organização.

69
UNIDADE II │ RECURSOS HUMANOS

Rodrigues (2009) cita alguns exemplos e adjetivos que diferem competência, habilidade
e atitudes:

1. Competência:

a. Noções técnicas.

b. Experiência na área de atuação.

c. Empreendedorismo.

d. Técnicas de comunicação, vendas, informática etc.

2. Habilidades:

a. Liderar.

b. Gerenciar conflito.

c. Comunicação.

d. Poder da oratória.

e. Poder de síntese.

3. Atitudes:

a. Empatia.

b. Bom-humor.

c. Criatividade.

d. Concentração.

e. Boa memória.

As organizações já perceberam que se tornarão cada vez mais ricas ao valorizarem


seus colaboradores. Os programas de incentivos de talentos têm por objetivo fazer
com que os colaboradores, em um futuro próximo, contribuam para o sucesso de suas
organizações.

É importante que o profissional em farmácia ou o futuro empresário crie uma cultura


organizacional democrática e participativa que inspire no colaborador a confiança
necessária, o comprometimento, a satisfação em trabalhar na empresa e o espírito de
equipe. Cada vez mais as empresas estão proporcionando um clima de cordialidade,
camaradagem e solidariedade entre as pessoas.

70
MARKETING UNIDADE III
FARMACÊUTICO

Marketing tem sido definido de diversas formas, para Kotler (1998, pág.27) “Marketing
é processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam
e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros.”.
Ainda de acordo com o autor, essa definição está baseada em alguns conceitos centrais:
necessidades, desejos e demandas, produtos (bens, serviços e ideias); valor, custo e
satisfação; troca e transações. Relacionamentos e redes; mercados; e empresas e
consumidores potenciais.

Objetivos
»» Conceituar Layout interno e externo.

»» Entender técnicas de vendas, treinamento e habilidade.

»» Compreender comportamento do consumidor.

71
CAPÍTULO 1
Marketing farmacêutico

Segundo Dias (2006) “Marketing é uma palavra em inglês derivada de Market, que significa
mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Assim, entende-se que
a empresa que pratica marketing tem o mercado como ação e o foco de suas ações”.

Para Kotler (1998), o marketing existe porque as pessoas têm necessidades como
alimentos, ar, água, abrigo, vestuário e desejos de recreação, educação, viagens e outros
serviços diversos. Mas as necessidades humanas estão cada vez maiores, bilhões de
ovos, frangos, viagens, televisores, celulares. Algumas necessidades de hoje não são as
mesmas de alguns anos atrás.

Há uma diferença entre necessidades, desejos e demandas. Quando se fala em


necessidade humana, pensa-se logo em privação de alguma satisfação básica, como
alimento, segurança, abrigo, roupa autoestima. Há necessidades que não são criadas
pelas empresas, são inerentes à condição humana. Já os desejos referem-se as
satisfações que possam atender às necessidades. Por exemplo, uma pessoa precisa de
alimento, mas ela deseja comer um pedaço de pizza ou um pedaço de bolo de chocolate.
Cada sociedade tem desejos diferentes para as mesmas necessidades. A necessidade de
alimento pode ser a mesma, mas os desejos podem ser diferentes. Um americano pode
desejar um hambúrguer, um brasileiro pode desejar uma pizza.

Demandas, segundo Kotler (1998, p. 28) “são desejos por produtos específicos,
respaldados pela habilidade e disposição de comprá-los”. É o poder de compra que
transforma o desejo em demanda. Muitas pessoas desejam um apartamento com piscina,
mas nem todas as pessoas podem comprá-lo. Por isso, as organizações devem saber não
apenas o que as pessoas desejam, mas sim o que elas estão dispostas e habilitadas a
comprar o objeto de desejo.

Há muitas especulações a respeito do marketing, às vezes acusado de criar necessidades


ou de induzir pessoas a comprarem aquilo que não desejam. Na verdade, o marketing
desperta o desejo que já existia influenciando as pessoas. As pessoas que sentem o
desejo de comprar um apartamento com piscina são influenciados pelo marketing para
adquirirem o apartamento. Mas a necessidade de status das pessoas não foi criada pelo
marketing, já existia no consumidor.

Para Kotler (1998, p. 28), as pessoas satisfazem suas necessidades e desejos com
produtos. “Um produto é algo que pode ser oferecido para satisfazer a uma necessidade
ou desejo”.
72
MARKETING FARMACÊUTICO │ UNIDADE III

Mas os fabricantes precisam estar atentos ao que é oferecido ao consumidor. Não se


oferece produtos físicos, o que se oferece é o serviço e os benefícios que os produtos podem
trazer ao consumidor. O trabalho de uma empresa é vender benefícios. O marketing
correto é aquele que oferece o benefício que o produto pode trazer ao consumidor.
O portal das farmácias apresenta uma informação sobre medicamentos alertando sobre
a necessidade de se consumir o medicamento de forma correta, conforme a figura 9.

Figura 9. Plantas medicinais.

Fonte: Brasil, Ministério da Saúde (2018).

Como escolher o produto que possa satisfazer as necessidades? Se uma pessoa precisa
se deslocar de sua casa para o trabalho e se tiver que percorrer 10 quilômetros, ela
poderá fazer de diversas formas: de ônibus, a pé, de bicicleta, com o próprio carro, de
táxi. A pessoa tem diversos produtos para satisfazer suas necessidades. Portanto, ela
tem alternativas que constituem um conjunto de escolha de produtos. A pessoa também
poderá sentir outras necessidades relacionadas à segurança, rapidez, economia,
bem-estar. Cada um dos produtos mencionados dará uma informação diferente para
satisfazer o conjunto de necessidades da pessoa. Para obter maior satisfação, a pessoa
escolherá o produto que atenda a totalidade de sua necessidade.

Segundo o Sebrae, “Marketing estratégico é o processo de planejar e executar a


concepção, a determinação do preço, a promoção e a distribuição de ideias, bens e
serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais ou organizacionais. São os
chamados 4P`s: Produto, Preço, Ponto de Venda e Promoção.

O Sebrae criou um Guia de Marketing para farmácias e drogarias. Segundo o Sebrae


(2018, p. 6) “As ações de marketing devem contemplar processos e técnicas que passam
73
UNIDADE III │ MARKETING FARMACÊUTICO

pela escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por


meio da criação, da comunicação, da entrega e do reconhecimento de um valor superior
pelo cliente. As técnicas de marketing ajudam as Farmácias e Drogarias a aumentarem
o número de clientes e elevar o seu tíquete médio”.

Por ser altamente competitivo, no segmento de farmácias e drogarias, há uma verdadeira


luta para conquistar o cliente que, por sua vez, está cada vez mais exigente, seletivo,
e conectado com as informações. Conhecer o cliente e suas necessidades tornou-se
primordial para o profissional de farmácia. Conhecendo o público-alvo, o marketing se
tornará mais eficiente. Várias são as orientações:

Várias orientações norteiam a atividade Farmácias e Drogarias, como


práticas eficazes para potencializar a comercialização de remédios, a
aglutinação de produtos para o bem-estar, higiene pessoal e cosméticos,
atendimento, disposição de produtos nas gôndolas, divulgação,
fidelização de clientes e diferenciação no mercado. As Farmácias &
Drogarias utilizam o canal de vendas pessoal, via balcão, como sua
principal fonte de captação de recursos e, consequentemente, vendas
e lucratividade. A escolha dos vendedores deve ser criteriosa e seguir
parâmetros de questionamentos profissionais (conhecimento dos
produtos ofertados) e psicológicos (perfil ideal de vendedor). Através do
atendimento do funcionário do balcão (vendedor) é possível influenciar
na compra e produto solicitado, além de agregar outros produtos à
demanda inicial buscada SEBRAE 2018, PÁG. 7.

O consumidor que entra em uma farmácia não está passeando, geralmente, está com
alguma enfermidade e vai à procura de um remédio que solucione seu problema.
O atendimento dado ao consumidor será essencial, um ambiente cordial, limpo, com
atendentes atenciosos fará muita diferença.

O atendimento é uma ferramenta importantíssima. Por meio dele pode existir um


relacionamento que gere a fidelização do cliente, conquistando-o permanentemente.
Um vendedor conhecedor do produto oferecido trará um grau de confiança cada vez
maior. Entender as necessidades dos clientes é de suma importância.

Os clientes estão ficando cada vez mais atentos não apenas a forma como são atendidos,
mas também à qualidade do produto que é ofertado.

74
CAPÍTULO 2
A importância da propaganda

De acordo com a Anvisa (2008, p. 3), “a origem da palavra farmácia vem do


grego pharmakón que, na Grécia Antiga, designava substância capaz de provocar
transformações, para o bem ou para o mal.”

Essas transformações poderiam acontecer por meio dos remédios tomados que,
dependendo da dose, poderiam se transformar em verdadeiros venenos.

A propaganda dos remédios era feita pelos vendedores ambulantes que, viajando em
carroças, ofereciam remédios que acabavam com todos os males das pessoas.

Hoje a propaganda é feita por meio das mídias, cada vez mais presentes em nosso dia a dia.

Nas últimas décadas, os hábitos sedentários estão gerando muitos problemas de saúde.
O que as pessoas mais veem nos meios de comunicação são as doenças causadas pela má
alimentação e pela falta de exercícios físicos, trazendo como consequência doenças ligadas
à depressão, diabetes, hipertensão. Para sanar esses males, a indústria farmacêutica tem
tentado cumprir o papel de tratar as doenças por meio de medicamentos.

Cada vez mais se investem muito dinheiro em medicamentos. Por isso, a indústria
farmacêutica tornou-se um dos negócios altamente rentáveis.

Esses investimentos são destinados a pesquisas relacionadas ao alívio de doenças


crônicas que estão tomando conta da população. A maior parte do dinheiro vindo da
fabricação de medicamentos é destinada à propaganda.

Segundo a Lei no 6.360/1976, em seu Art. 58, “a propaganda, sob qualquer forma
de divulgação e meio de comunicação, dos produtos sob o regime desta Lei somente
poderá ser promovida após autorização do Ministério da Saúde, conforme se dispuser
em regulamento”. A lei deixa claras as seguintes situações: quando houver prescrição
médica ou odontológica de drogas e medicamentos a publicação será exclusiva àqueles
que se destinam, ou seja, a médicos, cirurgiões-dentistas e farmacêuticos. Há uma
norma específica para a propaganda de venda livre dos medicamentos, produtos
dietéticos, saneantes, cosméticos, domissantiários e produtos de higiene.

O artigo 59, da Lei no 6.360/1976, informa que:

Art. 59. Não poderão constar de rotulagem ou de propaganda dos produtos


de que trata esta Lei designações, nomes geográficos, símbolos, figuras,

75
UNIDADE III │ MARKETING FARMACÊUTICO

desenhos ou quaisquer indicações que possibilitem interpretação falsa,


erro ou confusão quanto à origem, procedência, natureza, composição
ou qualidade, que atribuam ao produto finalidades ou características
diferentes daquelas que realmente possua.

Alguns conceitos relacionados à comercialização de produtos farmacêuticos todos


sujeitos à vigilância sanitária, com normas rígidas conforme segue.

Segundo a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que “Dispõe sobre a Vigilância


Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos
e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências”. Os
medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, produtos de
higiene, perfumes, produtos destinados à correção estética e outros, ficam sujeitos à
vigilância sanitária.

Segundo o artigo 2o, da Lei no 6.360/1976,

Somente poderão extrair, produzir, fabricar, transformar, sintetizar,


purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar
ou expedir os produtos de que trata o Art. 1o as empresas para tal fim
autorizadas pelo Ministério da Saúde e cujos estabelecimentos hajam
sido licenciados pelo órgão sanitário das Unidades Federativas em que
se localizem.

Ainda de acordo com a Lei no 6.360/1976, os produtos dietéticos deverão atender


às pessoas com condições fisiológicas especiais. A referida lei também aborda sobre
nutrimentos, produtos de higiene, perfumes (que tenham a principal finalidade a
odorização de pessoas ou ambientes, cosméticos para uso externo destinado à proteção ou
ao embelezamento das diferentes partes do corpo. Corantes, saneantes domissanitários,
aqui entendidos como substâncias ou preparações destinadas à higienização ou
desinfecção domiciliar. Inseticidas, raticidas, desinfetantes, detergentes. Quanto ao
rótulo e embalagem e registro, segundo o artigo 3o da Lei no 6.360/1976:

VIII - Rótulo: identificação impressa ou litografada, bem como os


dizeres pintados ou gravados a fogo, pressão ou decalco, aplicados
diretamente sobre recipientes, vasilhames, invólucros, envoltórios,
cartuchos ou qualquer outro protetor de embalagem;

IX - Embalagem: invólucro, recipiente ou qualquer forma de


acondicionamento, removível ou não, destinada a cobrir, empacotar,
envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, os produtos de
que trata esta Lei;

76
MARKETING FARMACÊUTICO │ UNIDADE III

X - Registro: inscrição, em livro próprio após o despacho concessivo do


dirigente do órgão do Ministério da Saúde, sob número de ordem, dos
produtos de que trata esta Lei, com a indicação do nome, fabricante,
da procedência, finalidade e dos outros elementos que os caracterizem;

Além desses itens, a lei também abrange os seguintes aspectos: fabricação,


matérias-primas, lotes ou partida quantidade de um medicamento ou produto, cuja
característica principal é a homogeneidade, número do lote, controle de qualidade,
produto semielaborado: entendido na lei como toda substância ou mistura ainda sob
o processo de fabricação. A pureza é importante, por meio dela a vigilância sanitária
verifica o grau em que uma droga contém outros materiais estranhos.

A legislação também determina o que é medicamento similar e medicamento genérico.


Para ser considerado similar, o medicamento precisará conter o mesmo princípio ativo
e apresentar a mesma concentração. Deverá ainda ser equivalente ao medicamento
registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária. Algumas características
podem diferir, tais como: o prazo de validade, o tamanho e a forma do produto, a
embalagem, a rotulagem e outras características que não comprometam a fórmula. A
identificação por nome comercial ou marca é obrigatória.

Já o medicamento genérico, segundo a Lei no 6.360/1976, art. 3o

XXI – Medicamento Genérico – medicamento similar a um produto de


referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável,
geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção
patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua
eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua
ausência, pela DCI.

A legislação aponta uma série de definições para os produtos, o farmacêutico ou o


empresário de farmácia deverá ficar atento à legislação sanitária, para não sofrer sansões.

De acordo com o guia de farmácia do Sebrae,

O trabalho do vendedor deve ser acompanhado e avaliado


sistematicamente, pois o resultado operacional da empresa depende da
eficiência comercial. Deve-se utilizar o feedback sobre a performance
do vendedor, sua abordagem, sua oferta de produtos, seu fechamento
de negócios e suas atitudes pós-vendas.

SEBRAE. Guia de Farmácias 3 – Marketing para Farmácias e Drogarias. Disponível


em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/
bds/bds.nsf/0b566cfb145fd86e49113b3248901c3e/$File/5821.pdf>.

77
UNIDADE III │ MARKETING FARMACÊUTICO

O Guia de Farmácias do Sebrae é muito útil para o profissional de farmácia que


deseja conhecer um pouco mais sobre atendimento, propaganda e marketing no setor
farmacêutico. No guia, o profissional encontrará além de informações, a legislação
pertinente à profissão. Por exemplo:

Resolução RDC no 96 de 17 de dezembro de 2008 – Anvisa Art. 1o -


Este Regulamento se aplica à propaganda, publicidade, informação e
outras práticas cujo objetivo seja a divulgação ou promoção comercial
de medicamentos de produção nacional ou estrangeira, quaisquer que
sejam as formas e meios de sua veiculação, incluindo as transmitidas no
decorrer da programação normal das emissoras de rádio e televisão.”
(SEBRAE, p.10).

Ainda, de acordo com o Guia de Farmácias (2018), a propaganda e a publicidade de


medicamentos não podem induzir o cliente a usá-los indiscriminadamente. Também não
podem anunciar medicamentos que já são comercializados há mais de dois anos, como
novos. Imagens de pessoas fazendo uso de medicamentos também são proibidas, de
acordo com o art. 8o da Anvisa. A proibição se estende a selos, marcas nominativas,
figuras ou mistas de instituições governamentais, e organizações filantrópicas e
associações médicas. E, por fim, uma propaganda de medicamentos não poderá sugerir
ou estimular o público a comprá-los.

A busca pela qualidade do atendimento é importantíssima. Não cabe apenas ao


farmacêutico, cabe também àquele que atende, pois é por meio do atendente que o
consumidor conhece a empresa. Portanto, qualificar os profissionais de atendimento às
farmácias, trará benefícios a própria empresa.

Segundo o Sebrae (2018), há uma série de fatores que potencializam o atendimento dos
vendedores; a abordagem é o momento em que se estabelece a confiança e a empatia
entre o vendedor e o consumidor. Para isso, é necessária a confiança, o sorriso, a
aparência, roupas limpas. O cliente geralmente gosta de ser chamado pelo nome, por
isso, ao oferecer o produto é importante que o profissional de farmácia ou o atendente
ao chamar o cliente pelo nome mostre também os benefícios dos produtos que estão
sendo ofertados. O atendente deve ter um profundo conhecimento sobre o produto
e, também, sobre os preços da concorrência. Mostrar-se solícito e preocupado com o
problema do cliente também é uma estratégia de marketing. Conhecer as necessidades
do cliente é fundamental para fidelizá-lo.

Após descobrir as necessidades, o atendente poderá ofertar os produtos relacionados


ao problema do cliente. É fundamental que seja oferecido o produto correto, para que o
cliente se sinta satisfeito com produto adquirido e sinta que o problema foi solucionado.

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MARKETING FARMACÊUTICO │ UNIDADE III

Após efetuar a venda, é necessário verificar o pós-venda. Essa também é uma fase muito
importante do atendimento. Entrar em contato com o cliente para saber se ele ficou
satisfeito com o produto, ou mostrar-se atencioso e preocupado com ele ou mesmo
perguntar se o cliente precisa de alguma coisa, informando as novidades e promoções
ou os serviços que estão sendo oferecidos, ajudará na fidelização desse cliente, fazendo
a devida propaganda.

A propaganda é muito utilizada como ferramenta de persuasão aos compradores e


ao público-alvo. Uma forma eficaz de propaganda é o anúncio. As farmácias optam
geralmente por anúncios feitos por meio de revistas que são distribuídas aos clientes.

Uma preocupação importante está relacionada à embalagem. Ela precisa ser aprovada
pelo Ministério da Saúde. A embalagem não poderá alterar o efeito do produto. Há uma
análise prévia para que a embalagem seja autorizada, dependendo do tipo de produto
que será acondicionado. Um dado importante: a legislação não permite embalagens que
possam induzir trocas indesejadas ou erros na dispensação, no uso ou na administração.

Figura 10. Embalagem de remédio.

Fonte: ANVISA (2018).

Não poderão constar nos rótulos dos produtos nomes que possibilitem interpretações
errôneas ou que deem confusão ao paciente ou médico quanto à origem do produto
ou à natureza, ou ainda a composição ou qualidade do produto. São proibidos nomes
geográficos, símbolos, desenhos, figuras.

O custo benefício de um anúncio faz que ele seja utilizado por muitas empresas de
diversas formas, seja para desenvolver a preferência por uma marca ou para educar o
cidadão. Às vezes, o anúncio de um creme dental ou de antisséptico bucal, servirão para
mostrar uma necessidade que o cliente talvez não tenha percebido.

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UNIDADE III │ MARKETING FARMACÊUTICO

As agências de propaganda são especializadas no desenvolvimento das campanhas.


De acordo com Kotler (1998), os administradores devem sempre iniciar pela identificação
do mercado-alvo e dos motivos dos compradores. Posteriormente, deverão tomar
algumas decisões: verificar o objetivo da propaganda, e quanto irá gastar, verificar ainda
qual mensagem divulgarão, quais veículos utilizarão e como avaliarão os resultados.

Deverão considerar o ciclo da vida do produto, qual será a participação de mercado e a


base de consumidores, além disso, verificar o tempo da propaganda.

Quando o administrador estabelece os objetivos da propaganda é necessário classifica-


los. A propaganda informativa geralmente está destinada à demanda primária para
produtos, muitas vezes desconhecidos pelos consumidores. Ainda de acordo com
Kotler (1998), o setor de iogurte precisou informar aos consumidores os benefícios
nutricionais e os diversos usos do produto. O profissional de farmácia, muitas vezes se
vê nessa situação.

Figura 11. Informação ao cliente.

Fonte: portal dos fármacos (2018).

A propaganda persuasiva é onde se enquadra a maioria das propagandas. Por exemplo,


uma marca de carros tenta persuadir os consumidores sobre o status que representa
aquela marca em relação à concorrência. A propaganda persuasiva é comparativa, muito
utilizada em categorias de produtos como desodorantes, creme dental, automóveis,
enfim, diversos produtos.

Após determinar o objetivo, o administrador precisará estabelecer o orçamento destinado


a cada produto. A maior dificuldade está em saber se a empesa está gastando corretamente
para estabelecer uma orçamento é necessário verifica o estágio do ciclo de vida do

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MARKETING FARMACÊUTICO │ UNIDADE III

produto, participação de mercado e base de consumidores, concorrência e saturação de


anúncios frequência da propaganda, grau de substituição do produto.

A Anvisa determina que, ao anunciarem descontos para medicamentos, as farmácias e


drogarias deverão disponibilizar, em local visível ao público, a lista dos medicamentos
anunciados, por qualquer meio de comunicação. Deverão informar também o preço
reduzido.

Outro alerta relaciona-se ao uso adequado do medicamento para o tratamento de doenças.


A incorreção no uso e no consumo do medicamento pode ser prejudicial à saúde.

Há muitos tratamentos que aliviam ou curam doenças. Nem todos os tratamentos são
feitos por meio de medicamentos. Quando o paciente resolve se tratar por meio de
acupuntura ou por meio de fisioterapia, tomando chás, fazendo caminhadas, ele está
“tomando” um remédio, mas não um medicamento. No Brasil, para ser considerado
medicamento há necessidade de um registro na ANVISA.

A embalagem também é importantíssima! Todo medicamento deve estar lacrado,


portanto se a caixa ou o lacre de segurança estiverem violados, não devem ser comprados.
Embalagens falsificadas podem ser verificadas, raspando uma área especial da caixa de
medicamentos.

Há uma infinidade de propagandas alertando para os riscos da automedicação. Ao ver um


jornal ou uma revista com propaganda, muitas pessoas sentem-se tentadas a se
automedicarem, colocando em risco a própria vida. Muitas intoxicações são causadas por
medicamentos tomados inadequadamente. Apenas o médico poderá receitar medicamentos!

Outro problema relevante está relacionado ao consumo excessivo de medicamentos.


As pessoas não percebem ou não leem as contraindicações, e consomem o medicamento
como se fosse um alimento ou roupa.

Há uma série de regras que são obrigatórias e estão relacionadas às embalagens do


medicamento sem tarja. O nome comercial deve ser apresentado, o nome do princípio
ativo, o número de registro da Anvisa, as contraindicações e uma advertência importante
que está em todas as embalagens: “A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO
DEVERÁ SER CONSULTADO”.

A propaganda e publicidade de medicamentos que não precisam de prescrição médica


devem cumprir alguns requisitos determinados pela Anvisa. O nome da substância
ativa, o nome comercial, se houver, número de registro da Anvisa, data da impressão
das peças publicitárias e uma advertência “Se persistirem os sintomas, o médico deverá
ser consultado.”

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UNIDADE III │ MARKETING FARMACÊUTICO

A propaganda e a publicidade de medicamentos são permitidas se, de acordo com a Lei:

Art. 9o - É permitido na propaganda ou publicidade de medicamentos:

II - informar o sabor do medicamento;

III - utilizar expressões tais como: “seguro”, “eficaz” e “qualidade”,


em combinação ou isoladamente, desde que complementadas por
frases que justifiquem a veracidade da informação, as quais devem ser
extraídas de estudos veiculados em publicações científicas e devem
estar devidamente referenciadas;

IV - utilizar expressões tais como: “absoluta”, “excelente”, “máxima”,


“ótima”, “perfeita”, “total” relacionadas à eficácia e à segurança do
medicamento, quando fielmente reproduzidas de estudos veiculados
em publicações científicas e devidamente referenciadas;

Nenhum programa de fidelização dirigido ao consumidor poderá ter o medicamento


como objeto de troca ou sorteios ou mesmo prêmios.

De acordo com o Sebrae (2018, p. 6),

o segmento Farmácias & Drogarias, possui normas próprias para


a divulgação de produtos que incentivem a compra de remédios,
propaganda e publicidade. São regulamentações que buscam impedir
a automedicação, portanto, deve-se seguir as leis que orientam a sua
comunicação.

Os empresários do ramo farmacêutico precisarão estar atentos pois os medicamentos


não são considerados objetos de consumo e sim bens para a saúde do paciente. Portanto,
a legislação só permite ao empresário de farmácia que faça propaganda de remédios
que não tenham prescrição médica, que não tenham tarja preta ou tarja vermelha.

De acordo com Anvisa (2018, s/pág.)

Tarja Vermelha - Sabe aquela cor diferente na caixa de alguns


remédios? Ela indica o grau de risco que o medicamento pode oferecer
à saúde. Aqueles com tarja vermelha devem ser vendidos com receita,
porque podem causar efeitos colaterais graves. Geralmente é uma
receita simples, mas dependendo do tipo do medicamento, ele só poderá
ser vendido com receituário de cor branca que fica retido na farmácia.

Tarja Preta - Sabe aquela cor diferente na caixa de alguns remédios?


Os medicamentos que na caixa apresentam uma faixa preta são de

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MARKETING FARMACÊUTICO │ UNIDADE III

venda e uso controlado. Eles exercem ação sedativa ou estimulante


sobre o sistema nervoso central. São perigosos e precisam ser tomados
seguindo rigorosamente a indicação do médico. Os remédios de tarja
preta são considerados psicotrópicos e o uso prolongado pode causar
dependência. Esses remédios só podem ser vendidos com receituário
especial de cor azul, que fica retido na farmácia.

Tarja Amarela - Sabe aquela cor diferente na caixa de alguns


medicamentos? A tarja amarela na embalagem de um remédio com uma
letra “G” escrita indica que se trata de um genérico. O medicamento
genérico traz em sua embalagem o nome do princípio ativo, ou seja,
o componente responsável pelo efeito do remédio. Os genéricos são
seguros, têm o mesmo efeito de um remédio de marca e o melhor,
custam em geral quase a metade do preço do chamado remédio de
marca ou referência. Assessoria de Imprensa da Anvisa

Ainda de acordo com a Anvisa (2008), as farmácias transformaram-se em lugares de


consumo exagerado. A publicidade tem estimulado as pessoas a comprarem remédios
que não necessitam. Por exemplo: adquirem vitaminas que poderiam ser retiradas das
frutas ou de outros alimentos.

Quando compram remédios que substituem os alimentos, desconhecem se esses


remédios têm efeitos colaterais. Muitas vezes, o remédio que parece inofensivo, mas, se
não for tomado com orientação médica, podem agravar a saúde do paciente ou ter um
efeito indesejado, como dores estomacais, náuseas, alterando o estado de saúde.

Outra informação que também poderá servir ao profissional de farmácia está


relacionada ao que o cliente entende por remédio. De acordo com a ANVISA (2017), os
medicamentos podem ser profiláticos, curativos e paliativos e podem também ter um
fim diagnóstico, como para tirar um raio x.

As formas farmacêuticas são classificadas em sólidas, líquidas semissólidas e gasosas.

As formas sólidas podem ser divididas em pós, granulados, comprimidos, drágeas,


cápsulas, supositórios e óvulos. As formas líquidas são divididas em soluções, xaropes,
elixires, suspensões, emulsões, injetáveis, tinturas e extratos. As formas gasosas são os
aerossóis (sprays). Já as formas semissólidas dividem-se em géis, loções, unguentos,
linimentos, ceratos, pastas, cremes e pomadas.

Ainda de acordo com a ANVISA (2007), há diferenças entre remédios e medicamentos.


Remédios são os cuidados que utilizamos para curar ou aliviar os sintomas das
doenças. Por exemplo, um banho morno pode ser um “remédio”, uma massagem pode

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UNIDADE III │ MARKETING FARMACÊUTICO

ser um “remédio”, assim como uma boa alimentação também pode. Outros exemplos
de remédios são aqueles hábitos relacionados com uma boa higiene, um tratamento
fisioterápico, aquelas ações relacionadas ao bem-estar biológico, psicológico e social.
Segundo a ANVISA (2007), todo medicamento é um remédio mas nem todo remédio
é um medicamento. Medicamentos Referência, Genérico e Similar Medicamentos de
Referência ou Inovadores – Medicamento registrado como inovação junto ao Instituto
Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) cuja eficácia, segurança e qualidade foram
comprovadas cientificamente perante o Órgão Federal competente, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), por ocasião do registro.

Para que a propaganda seja relevante, o profissional da área de farmácia terá que
compreender adequadamente os conceitos e as mudanças da lei. Assim, poderá com
tranquilidade oferecer o produto adequado ao paciente e tê-lo em seu estabelecimento,
por confiar no seu trabalho, sempre que ele precisar.

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