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FORMAÇÃO LIVRE EM

PSICOTERAPIA
HOLÍSTICA

Módulo 01
FUNDAMENTOS DA TERAPIA HOLÍSTICA
Módulo 1 - Aprendendo a estudar no sistema EAD | Introdução às terapias
Holísticas | Universo de ação das terapias holísticas | Fundamentos legais da
Terapia Holística | Ética e Responsabilidade | Paradigma Holístico e Cartesiano

Introdução

A Psicoterapia Holística é uma modalidade terapêutica dentro das Terapias


Holísticas que se define por uma terapia de ordem prática e direta com resultados
objetivos e rápidos. Traz consciência e compreensão sobre os fatos e
acontecimentos que desencadeiam desarmonias e desequilíbrios emocionais e
orienta para as soluções e a harmonização. Visa tratar o corpo como um todo,
atuando em níveis e dimensões diferenciadas, seja no aspecto físico, emocional,
mental ou energético-espiritual.

O trabalho em psicoterapia holística se caracteriza por uma relação única entre o


Terapeuta Holístico e o Cliente, levando este ao autoconhecimento e ao
desenvolvimento pleno de suas capacidades e potencialidades, e às mudanças
necessárias para que possa se tornar autossuficiente e encontrar os melhores
caminhos para a solução dos seus problemas.

1- Aprendendo a estudar no sistema EAD - Como Estudar a Distância

Participar de um curso a distância é bem diferente de um curso presencial, baseado


em turmas. Eis algumas características importantes que você deve entender para
que seu aproveitamento seja o melhor possível neste curso:

- Não existem aulas no sentido convencional: nesses curso as "aulas" são na


realidade módulos mensais que contém diversos recursos para você aprender por
conta própria. A aula expositiva é ministrada na forma de uma vídeo-aula gravada. O
aluno ainda conta com o recurso dos plantões tira dúvidas que acontecerão dentro
do cronograma através da sala de conferência de acesso restrito aos alunos
matriculados no curso, e a apostila contém toda explicação teórica do referido
módulo. Além disso, neste curso você estuda os módulos na hora em que quiser,
não existem horários marcados, a não ser para os plantões tira dúvidas.

Você constrói seu próprio conhecimento: O material exposto nas apostilas é o


mínimo necessário que achamos que você precisa para aprender os temas
propostos. Depende de você, depois disso, aprofundar seu conhecimento com os
materiais adicionais sugeridos, ou fazendo pesquisa na Internet ou em bibliotecas.
Existem vários livros convencionais que você pode comprar, mas em geral, se acha
praticamente tudo on-line.

Você precisa ter disciplina, hábito e persistência: a maior causa de desistência dos
alunos de um curso a distância é a falta de auto-disciplina e de criação de um hábito
eficaz de estudo. Reserve pelo menos 4 a 5 horas por semana para estudar o
material de um módulo e fazer os exercícios e trabalhos, e responder ao
questionário de avaliação do conhecimento. Tente criar um hábito (por exemplo, dois
dias por semana, das 9 ás 11 da noite), como se você estivesse tendo o
compromisso de ir a um curso presencial. Não desista do curso se em uma semana
não der para cumprir o prometido (como se você tivesse "faltado"): os materiais
continuam disponíveis e você pode compensar o tempo perdido se dedicando em
dobro. Nunca "falte" mais de uma semana, pois ai você terá que triplicar ou
quadruplicar o trabalho em uma semana só, e evidentemente a chance de você
conseguir tempo para isso será muito baixa!

Faça os exercícios e trabalhos: O segundo fator de sucesso no aprendizado on-line


é você fazer todas as tarefas passadas nos módulos. Eles não estão ali por acaso:
sua função é reforçar o aprendizado através da prática e da repetição. Procure
também fazer muitos exemplos por conta própria, treinando o conhecimento recém
adquirido e ajudando a sua sedimentação. Além disso, as tarefas entregues auxiliam
o professor a avaliar o seu progresso no curso e atribuir um conceito ã sua
participação.

Verifique e registre seu progresso: aprender é progredir. O objetivo do ensino é um


só: mudar alguma coisa em você. Portanto, da mesma forma que o médico faz o
seguimento do paciente em vários momentos após a terapia, para se assegurar que
houve efeito, você deve avaliar seu próprio progresso. Reveja a lista de objetivos
específicos de cada módulo e coloque uma marquinha se você acha que conseguiu
cumprir pelo menos 80% dele. Volte a estudar o material, ou pergunte ao formador,
se não conseguiu. Use o diário de bordo para registrar o que você fez em uma
determinada sessão de estudo, e quais as dificuldades e facilidades que teve. O
formador poderá revisar esse seu diário e sugerir ações que melhorarão o seu
aprendizado.

2- Introdução às terapias Holísticas

O que é Holismo

Podemos considerar o Holismo como uma linguagem. Uma linguagem de


entendimento do mundo, do ser humano e da vida como sendo entidades completas
e únicas e ao mesmo tempo, interligadas.

O termo vem do grego, onde Holos significa "inteiro", "todo". Remonta aos pré-
socráticos e já era utilizado e foi consagrado por Heráclito (544 aC - 484 aC) quando
afirmava que "as partes estão no todo e o todo nas partes". Ou seja, um sentido de
integração.

O Holismo como paradigma filosófico-científico, surgiu na década de 60, como uma


resposta ao mal estar estabelecido nestes tempos de pós- modernidade e que é em
grande parte causada exatamente por este fracionamento dos aspectos humanos,
principalmente a divisão corpo e mente. Uma fragmentação estabelecida através das
teorias mecanicistas ao longo do Renascimento, o que foi chamado de pensamento
cartesianista.

O Holismo resgata a visão de que o ser humano é um todo composto por aspectos
físicos, emocionais, espirituais e mentais, sendo um interagindo com o outro.
Observar o ser humano apenas através de um destes aspectos é perder de vista sua
integridade, sua "inteireza".

A medicina ortodoxa ocidental, por exemplo, é bastante conhecida por sua atuação
através de medicamentos buscando a cura através da remoção de sintomas e
muitas vezes mascarando as reais causas que não são físicas e sim, emocionais,
mentais ou mesmo espirituais. A própria OMS - Organização Mundial de Saúde, há
muito já mudou o conceito de saúde de "ausência de doença" para "bem estar físico-
psico-social", onde demonstra o reconhecimento da amplitude do ser humano.

Temos assim o que é chamado de Paradigma Holístico, que é as abordagens nas


mais diversas áreas do saber, onde a visão de totalidade, de síntese e de
interconexão entre todos os itens, se sobrepõe à análise e "dissecação" das
"partes". Exemplos: Terapia Holística, Empresariado Holístico (meio ambiente,
qualidade de vida do empregador e do funcionário, lucro, tudo é tido como
interdependente e igualmente importante), Educação Holística (as matérias são
estudadas interconectadas entre si).

No campo terapêutico não é diferente. Conhecidas ainda como Terapias Auxiliares,


a Terapia Holística não vem substituir outros tipos de terapia ortodoxas, mas sim,
acrescentar mais uma visão em busca do bem estar e qualidade de vida do ser
humano.

Historicamente, é claro que existe muito preconceito em relação à credibilidade das


Terapias Holísticas, pelo fato de que elas se baseiam não em comprovações
científicas, mas sim, na constatação da eficácia de seu uso e aplicação, por conta de
quem dela se beneficia. E esta eficácia é verificada ao longo dos séculos, pois o que
hoje chamamos de Terapias Holísticas, na verdade são formas mais elaboradas e
sistematizadas de práticas muito antigas, por vezes milenares, como por exemplo,
as Técnicas Corporais.

Daí todo o preconceito que ocorre, pois muitas vezes vemos as práticas da Terapia
Holística, associadas ao charlatanismo, a alguma crença ou mesmo, que são
simplesmente inócuas.
Mas como dito anteriormente, o que vale é a eficácia e se o profissional for
dedicado, estudioso e estiver sempre se reciclando, se atualizando, de certo seus
clientes serão a maior prova de que a Terapia Holística é uma opção válida para
promover o bem estar e qualidade de vida do ser humano.

As Terapias Holísticas

Para entendermos o é Terapia Holística em primeiro lugar devemos entender o que


é terapia. De origem grega, o termo thaerapia significa “Servir à Deus”, se voltarmos
no tempo veremos que para nossos antepassados a saúde era algo sagrado e
aqueles que se dedicavam ao seu estudo formavam uma espécie de casta
sacerdotal.

Holístico (outro termo de origem grega), significa o Todo, o conjunto, porque dentro
do conceito holístico as doenças não devem ser catalogadas de forma mecânica,
mas devem ser analisadas dentro de um todo. O homem não é apenas o corpo físico
e perecível, o homem sente, pensa, e tais processos interferem em sua constituição.
Enfim, a Terapia Holística propõe um novo paradigma de saúde, utilizando métodos
naturais e na maioria das vezes pouco invasivos, entre as técnicas mais conhecidas
de abordagem holística temos a acupuntura, o reiki, a fitoterapia, a radiestesia, e a
cromoterapia entre muitas outras.

O pensamento ocidental, voltado para a interpretação do ser humano, contemplou


essencialmente uma visão baseada no racionalismo, segundo a qual tratar da saúde
e da qualidade de vida representava saber “decodificar a máquina humana” em seus
mais variados aspectos. Em outros termos, restringiu-se a tratar das funções, dos
sistemas e de todos os outros componentes que constituem a matéria física, em
suas particularidades e especialidades.

Nos últimos anos, no entanto, principalmente na última década, estudos e pesquisas


têm-se sensibilizado no sentido de voltar sua atenção para outros enfoques, e a
própria Ciência passou a buscar entender o homem sob outros aspectos. Esta nova
lógica de interpretação está, finalmente, em desenvolvimento, sob a
responsabilidade de estudiosos que, em diversos campos do saber, seja na área
científica, tecnológica ou das ciências humanas, buscam referir-se às questões que
envolvem o ser humano, sob novas bases de conhecimento. A terapia holística
inclui-se entre estes novos saberes. Particularmente, visa buscar a saúde e a
qualidade de vida contemplando o ser humano como um todo, que é o que significa
o termo ‘holístico’, palavra proveniente do étimo grego ’holos’ (todo).

Poderíamos dizer que “uma visão holística do homem é uma visão que se refere ao
conjunto, ao todo, em suas relações com as partes, à inteireza de todos os seres”.

Em 1931, na primeira edição do livro “O segredo da flor de ouro”, Jung já alertava


para as questões que envolviam os estudos científicos na interpretação do homem:
A ciência não é um instrumento perfeito, mas nem por isso deixa de ser um utensílio
excelente e inestimável, que só causa dano quando é tomado como um fim em si
mesmo. A ciência deve servir e erra somente quando pretende usurpar o trono.
Deve, inclusive, servir às ciências adjuntas, pois devido a sua insuficiência, e por
isso mesmo, necessita de apoio das demais. A ciência é um instrumento do espírito
ocidental e com ela se abrem mais portas do que com as mãos vazias. É a
modalidade da nossa compreensão e só obscurece a vista quando reivindica para si
o privilégio de constituir a única maneira adequada de apreender as coisas.

Este enfoque sobre a visão do científico e do homem impulsiona os aspectos


teóricos fundamentais da terapia holística. Colocarmos a ciência ao lado e não
adiante nem atrás na análise do conhecimento do homem é, a nosso ver, cumprir
adequadamente a função de prestigiar o enfoque holístico sobre as questões
universais. É, assim, agrupar, os quatro campos do conhecimento moderno (arte,
religião, ciência e filosofia), tornando possível reunir as funções psicológicas no
plano individual, através de terapias ocidentais e orientais e admitir uma abordagem
holística do real através:

- Da transformação individual graças à identificação e à dissolução dos obstáculos


do plano humano;

- Do fornecimento de um apoio para a transformação cultural no plano da sociedade


a partir de uma harmonia entre o homem e todos os outros seres;

- Do retorno a uma relação harmoniosa com a natureza e o universo em geral.

Pautando-se nestes princípios e sem a intenção de substituir os métodos


tradicionais, os estudos que envolvem a terapia holística propõem apresentar
possibilidades de descrever, analisar e cuidar do ser humano, buscando entender,
restaurar ou preservar sua saúde e a qualidade de vida.

É sob esta visão que vemos enquadrar-se o terapeuta holístico. Para alcançar este
objetivo, o trabalho do terapeuta junto a seu cliente é o de perceber continuamente o
conflito mental ou emocional mais evidente e buscar os recursos que possam ajudá-
lo a superar este estado e, ao mesmo tempo que estimula a sua coragem de
recuperar-se, deixar que a força interior do próprio cliente atue sobre ele mesmo,
pois “todo verdadeiro conhecimento vem apenas de dentro de nós mesmos, através
da comunicação silenciosa com a alma” .

Todas essas questões que tratam direta ou indiretamente da busca pelo


conhecimento de si mesmo encontram, na terapia holística, uma força complementar
para a transmutação de estados energéticos mentais e emocionais que são a sede
do equilíbrio interior. O ser humano, como tudo na natureza é composto de energia
e, por isso, está em constante troca com o ambiente que o cerca. Os padrões
energéticos tanto do indivíduo quanto do ambiente que o cerca influenciam-se
mutuamente podendo provocar tanto desarmonia e conflito quanto harmonia e
desenvolvimento interior. Os corpos mais sutis, responsáveis pelos padrões dos
níveis mental e emocional, funcionam em constante mutação, o que provoca uma
constante transformação da energia. O que determina a qualidade dessa
transformação é a qualidade dos pensamentos e das emoções geradas pela pessoa.
Assim, a terapia holística procura recursos que ajudem os indivíduos no resgate ou
na manutenção de padrões mais harmônicos que possam beneficiar e facilitar a
recuperação ou manutenção do equilíbrio interior.

A História da Terapia Holística

Boa parte das técnicas que aplicamos na Terapia Holística são anteriores à própria
humanidade. Os animais utilizavam as plantas para se tratar, muito antes dos
primeiros homens surgirem; também já faziam uso da geoterapia, alongamento,
artes marciais, relaxamento... É natural presumir que, desde sua origem, os seres
humanos herdaram tais conhecimentos instintivos e/ou rapidamente os apreenderam
pela observação.

Em todo lugar e em todas as épocas, sempre existiram Terapeutas Holísticos.

As enfermidades são mais antigas que o homem. Nosso mais antigo ancestral
encontrado com evidências de desequilíbrios (no caso, eram problemas ósseos) era
um Homo erectus de 800.000 anos atrás.

Nossos parentes da Idade da Pedra (Paleolítico - até 8000 a.C., Mesolítico – de


8000 a 6000 a.C. e Neolítico – de 6000 a 3000 a.C.) eram acometidos por muitas
das mesmas disfunções que o homem moderno. Eram bons observadores, e
deduziram a estrutura e funções básicas de vários órgãos e a ação terapêutica das
plantas. Já possuiam uma relativa interpretação Holística dos acontecimentos; a
aflição de um membro do grupo, era igualmente um caso para toda a comunidade,
que de alguma forma, estaria em desarmonia com o Universo e isso se refletia em
um ou mais dos integrantes da tribo. Alguns se destacavam em compreender e lidar
com estas questões, surgindo assim, nossos mais antigos colegas de profissão: os
Xamãs !

O xamã é, antes de tudo, o porta-voz oracular de seu povo. É ele o iniciado nos
mistérios da natureza, nos segredos dos ciclos de vida e morte, nos fenômenos
mórbidos ou climáticos que podem ameaçar sua comunidade. Professando um papel
de agente equalizador de forças, mediante sua cumplicidade com a natureza, o
xamã detém a sabedoria de interpretar os seus desígnios e escutar os seus apelos a
fim de contrapor às vicissitudes e às intempéries da vida seus ritos e passes
capazes de reinstaurar a ordem cósmica, garantindo assim a permanência de sua
gente ao longo das gerações.

O xamã opera sempre atento aos sinais que possam ser lidos à sua volta; ele ouve
as pulsações da terra, compreende o caráter dos ventos e tempestades, entende o
que lhe dizem os animais, extrai conhecimento de plantas sagradas, vale-se das
propriedades medicinais dos reinos mineral, vegetal e animal que o cerca, e prevê
em razão de eventos observados a tendência das ocorrências vindouras.

O universo xamânico, podemos afirmar, é sincronístico; isto é, longe da relação de


causa e efeito a que o mundo civilizado ocidental, filho da ciência moderna,
acostumou-se a viver nos últimos três séculos de história, o modo de viver xamânico
privilegia as sincronicidades. Tal termo, no sentido que lhe deu Jung (1875-1961),
diz respeito ao fenômeno de coincidirem no tempo dois ou mais eventos objetivos,
claramente perceptíveis na realidade exterior, sem relação causal entre os mesmos,
mas que, simultaneamente, são consonantes com algum estado psíquico fortemente
emocional, o que permite àquele que presencia tal experiência, abstrair dela algum
significado súbito e evidente, capaz até mesmo de subverter suas próximas
condutas, ainda que tal entendimento se faça por vias não racionais.

O xamã é aquele que atualiza em seu contexto cultural uma tendência inata da
espécie humana, que consiste em criar símbolos e transformar inconscientemente o
significado de objetos, seres vivos ou eventos naturais, de modo a conferir-lhes uma
importância psicológica mais profunda (ou mesmo sagrada), para daí fazer uma
leitura sincronística dos fenômenos todos que os agreguem.

A imagem acima, talvez seja a mais antiga a retratar um ancestral de nossa


profissão, ou seja, um Terapeuta Holístico que atuava entre 15.000 a 10.000 a.C. A
figura foi pintada na caverna-templo de Trois Frères, sul da França, onde um
indivíduo, com corpo de cavalo, patas de urso e chifres de veado está dançando. No
mesmo local, também foi encontrada outra imagem de um homem vestindo pele de
animais e tocando flauta.

Nas mais variadas culturas, o consenso era a de que o equilíbrio seria o estado
natural e as desarmonias decorreriam por desagrado aos deuses, às forças da
natureza, ao Universo. Toda enfermidade teria uma mensagem a ser compreendida,
cuja importância ia além do indivíduo, sendo comum a participação de toda a
comunidade no tratamento.

O xamã-sacerdote atuaria como intérprete da vontade das forças universais;


compreendendo tudo como profundamente interconectado, pesquisaria nas estrelas
do céu, nos ventos, na natureza, nos sonhos, enfim, buscaria por “sincronicidades”,
por “sinais”, cuja leitura lhe transmitiria o caminho da terapia. Via de regra, os xamãs
eram pessoas que se recuperaram de grandes perdas, traumas e situações de
quase-morte, o que, inspiraria admiração e, em tese, implicaria que teriam intimidade
e conhecimento maior junto as forças do universo. Este respeito adquirido
destacava-os perante a comunidade, gerando o natural desejo de perpetuar este
“status”, o que estimulou para que registrassem suas experiências, para poder
transmitir seus conhecimentos aos sucessores, comumente, seus próprios
descendentes. Oralmente, por canções, histórias e lendas, muito dessa sabedoria
era perpetuada e transmitida de geração a geração.

A fitoterapia, associada a energizações e catarses induzidas pelo canto e dança,


eram poderosos instrumentos terapêuticos conduzidos coletivamente pelo
sacerdote. Ao atribuírem nomes significativos às plantas, vincular-lhes várias
histórias e as sacramentarem para divindades específicas, de forma didática e
lúdica, garantiam que suas utilizações seriam difundidas pelas gerações seguintes.
Muitas vezes, somente os “iniciados” compreendiam as “instruções” incutidas nas
lendas, histórias, cantigas...

O crescimento de grandes civilizações propiciou o advento da escrita, acrescentando


mais um instrumento de perpetuação do conhecimento terapêutico e, ao mesmo
tempo, de elitização, já que a leitura e a escrita eram privilégios para poucos. No
período do 2o milênio a.C., a História “ocidentalizada” registra o surgimento das
primeiras escolas no Egito e na Mesopotâmia, com a elaboração de tratados e
códigos de conduta, muitos dos quais chegaram até nossos dias. A terapêutica era
associada aos templos, continuando atribuição do sacerdócio, já que as
desarmonias de cada um resultavam de sua inadequação perante os desígnios do
universo, representados pelas divindades.

Na antiga civilização Grega, as obras de Homero (750 a.C.) divinizavam a


terapêutica, atribuindo-a aos deuses e heróis mitológicos. Haviam os templos
destinados à terapêutica, muitas vezes sem a intervenção dos sacerdotes, com o
povo rezando diretamente às divindades. A Grécia, em meados do século V a.C.,
começa a sistematizar a terapêutica, por meio dos filósofos pré-socráticos,
culminando em Hipócrates, cujos textos pregavam a abordagem holística, mas cuja
prática estimulou a separação da terapia dos demais ramos do conhecimento, dando
nascimento ao que hoje se chama medicina. Além da elitização das escolas,
observa-se o início da tendência a interpretar o binômio saúde-doença como
elementos isolados do universo à sua volta. O sacerdócio começa a romper com a
terapêutica, surgindo os primórdios da figura do médico atual e da abordagem
“científica”, ruptura esta que culmina com Galeno, grego que atuava em Roma, em
meados de 164 a.C., talvez sendo o primeiro “médico”, já que estabeleceu “doenças”
como sendo de natureza orgânica, e o estudo do corpo pelo “desmembramento de
seus componentes”. Por este personagem também se desenvolveu a justificativa
para que surgissem diversas especialidades médicas, para fazer frente ao crescente
número de “doenças” que passaram a ser identificadas e definidas suas formas de
diagnósticos e procedimentos.

Referindo-se a Galeno e suas consequências:

Exteriorizou de tal forma a complexidade das doenças que justificou o surgimento


das diferentes especialidades médicas, nas quais o médico aprofunda seu
conhecimento em determinado órgão ou sistema orgânico, quase sempre relegando
a segundo plano a abordagem do ser como um todo. Isto é, o médico especialista
tem um conhecimento vertical profundo e horizontal limitado. (Atribui-se a A. Einstein
a observação de que o especialista sabe quase-tudo de quase-nada, numa crítica
velada ao fragmentismo).

O método analítico cartesiano, inquestionavelmente, foi um dos pilares da fantástica


evolução do mundo moderno. No entanto, é igualmente inegável que contribuiu para
o descaso dos sentimentos íntimos do ser humano, em virtude da ênfase na
abordagem mecanicista. Serviu, por exemplo, para criar confusão entre riqueza
material e felicidade individual - e isto explica, em parte, os desequilíbrios sociais
(que tão bem conhecemos) e a destruição sistemática do nosso ecossistema, a qual,
realizada em nome do progresso, ameaça a existência da vida na terra, inclusive a
humana.

Estas observações levam a uma constatação paradoxal: a ciência, apesar de seu


desenvolvimento fantástico nos últimos 150 anos e criada para oferecer ao homem
conforto, paz e felicidade, não foi capaz de fazer o homem descobrir a paz, a
felicidade e, principalmente, o amor! Ao contrário, despertou um mundo dominado
pelo egoísmo, crueldade, miséria, fome, opressão, guerras, destruição
indiscriminada da natureza e descaso pelos verdadeiros valores do ser. O
conhecimento, tal como é hoje, sufoca a sabedoria e se impõe desastrosamente a
ela.

Paralelamente a este “movimento separatista elitizado”, continuava a tradição


xamãnica, que manteve a terapêutica como indissociável do autoconhecimento.
Pertinente observarmos que as escolas médicas, elitistas por natureza, eram
exclusivas para os letrados abastados e ao gênero masculino; já as tradições
xamãnicas, diretamente vinculadas à Natureza, à espiritualidade, à intuição, à
vocação, eram comparativamente mais democráticas, acessíveis a homens e
mulheres, mesmo que originados da base da pirâmide social.

Na Idade Média, apesar das grandes transformações desencadeadas pelas


invasões bárbaras e pela difusão do Cristianismo e Islamismo, mantiveram-se
Hipócrates e Galeno como paradigmas incontestáveis, com sua abordagem
“científica” e separatista. A Igreja Católica estabeleceu-se pela força como
proprietária da verdade divina e seus sacerdotes já não atribuem mais a si o papel
de terapeutas; na verdade, cada vez mais em oposição se estabeleciam os poderes
da da igreja e os da medicina, pois esta abraçara a ciência, cuja objetividade
frequentemente se defrontava com a interpretação e até à existência em si, dos
dogmas da fé. O povo, por sua vez, perante a inacessibilidade elitista dos médicos e
o “consolo espiritual” da igreja, tinham que encontrar outros caminhos para tratar
suas mazelas, cabendo-lhes recorrer aos que ainda mantinham as tradições
terapêuticas, agora rebatizados de Feiticeiras... Propositadamente, apliquei o gênero
feminino ao termo, para contrapor ao machismo da igreja e das escolas médicas,
cujo protagonismo era exclusivo aos homens. Relegada a um segundo plano na
sociedade, a mulher vivia em íntima relação com a Natureza, da qual intuia as
propriedades terapêuticas, além de aprender pela transmissão oral entre as
gerações. Herdeiras da sabedoria milenar, as feiticeiras não se submetiam nem à
Igreja, nem ao Estado e muitas gozavam de grande prestígio pela eficiência de seus
tratamentos e aconselhamentos. Acusadas de satanismo por um lado, e de viver de
crendices infundadas pelo outro, isso em nada abalou sua aceitação pelo povo, que
encontrava respostas para suas questões físicas, emocionais e espirituais na terapia
das Feiticeiras.

Como as mulheres eram proibidas nas escolas médicas, resulta daí que todas as
que ofereciam terapia, eram condenadas às fogueiras da Inquisição... Felizmente,
nem todo o fogo da Igreja foi suficiente para queimar a sabedoria milenar, que
gradativamente vem sendo resgatada e revalorizada em nossos tempos.

Já com o Renascimento, no alvorecer da Modernidade, muitos dos postulados


clássicos começaram a ser revistos, sendo que até mesmo a medicina passou a se
definir como uma ciência essencialmente humanística. Até mesmo o Iluminismo, que
estabeleceu as bases do método científico contemporâneo, ainda estimulava que a
medicina fosse tanto ciência, quanto arte, visão romântica que perdurou até a
metade do século XIX, pois na sequência, com o desenvolvimento da microbiologia,
da patologia, das análises laboratoriais e da indústria farmacêutica, a medicina
tendeu a abandonar a sua visão humanística e passou a posar como ciência “exata”.

Com a evolução da sociedade, cada vez mais consciente e democrática, o


questionamento aos valores estabelecidos fez surgir em pleno século XX, uma
revolução silenciosa, pacífica, sem lideranças pré-definidas, que eclodia
espontaneamente em várias partes do globo: a chamada “Revolução Aquariana”.
Movimentos “hippies”, de contra-cultura, de revisitação das tradições, fez com que
as feiticeiras, xamãs, sacerdotes, herdeiros das artes terapêuticas antigas,
ressurgissem das cinzas da Inquisição e, à luz do dia, voltassem a exercer seus
ofícios.

Nos últimos séculos, a sociedade havia saído de uma ditadura religiosa, onde um
grupo de sacerdotes de elite determinavam o que era ou não verdade, de acordo
com suas interpretações pessoais das leis divinas, emergindo para uma ditadura
“científica”, onde um grupo de cientistas de elite determinam o que é ou não
verdade, de acordo com suas interpretações pessoais das leis do universo... Nesta
nova ordem, a medicina continua no poder, aliada íntima da ciência, dotada de
grande prestígio, a tal ponto de dar-se ao luxo de dispensar de seus domínios certas
técnicas que consideravam menos elitistas, permitindo a existência de psicólogos
para cuidar da psique, dos fisioterapeutas para o corpo, odontólogos para a dentição
e enfermeiros para o amparo diário. As técnicas milenares, então, lhes pareciam
indignas de sua nobre atenção, já que em nada se enquadravam dentro dos dogmas
científicos. Supunham que a sociedade, cada vez mais esclarecida, descartaria as
terapêuticas milenares. Contudo, assim como na Idade Média, estas técnicas
passaram a ser mais e mais procuradas. Se antes era por total falta de opção, nos
tempos modernos a procura se dá por livre escolha.

Tão incomodados quanto a Igreja medieval, porém, sem poder lançar mão dos
recursos das fogueiras, a elite atual fez uso de novo poder de fogo: a criação e
interpretação distorcida das leis humanas... Antes, os tribunais da Inquisição, com
suas fogueiras; agora, os juris cíveis e criminais, com suas prisões e multas. Temos
que admitir que alguma coisa melhorou...

Novamente perseguidos, os herdeiros das tradições terapêuticas se viram na


necessidade de miscigenar para sobreviver. Tentaram se expressar, vestir e portar à
semelhança de seus perseguidores, numa tentativa de aceitação. Revisitaram suas
teorias, adaptando-as àquilo que lhes pareceu ser mais “científico”. Com isso, ao
invés de garantirem seus espaços, acabou por surtir efeito contrário: os algozes, que
tanto criticavam as técnicas, agora que as mesmas lhes foram apresentadas
“traduzidas” para seu linguajar, passaram a desejá-las para si... E como monopólio!

Na virada do século XX, iniciando o XXI, os perseguidos se deram conta que abriram
mão demais, pois estavam perdendo justamente aquilo que lhes era o diferencial;
constataram, atônitos, que tanto cederam aos poderes dominantes, que estavam
perdendo sua identidade !

Em nova revolução silenciosa, se reorganizaram para resgatar sua herança, sua


tradição e o orgulho de ser o que são. Revisitaram as técnicas ancestrais, sem
desprezar o que a modernidade acrescentou de bom... Sem revanchismo, fizeram as
pazes com o Estado, dando a Cesar o que é de Cesar, e reverenciaram a medicina,
como uma irmã nascida do mesmo berço e com a qual devem se reconciliar e viver
em paz.

Resgatando o milenar e abraçando o novo, contudo, sem jamais voltar a abrir mão
da verdadeira identidade: sejamos TERAPEUTAS HOLÍSTICOS hoje,
orgulhosamente herdeiros assumidos das terapias milenares de outrora.

Síntese da terapia Holística


O que é um Terapeuta Holístico?

É o profissional qualificado que utiliza as técnicas holísticas ou alternativas com os


seus clientes. Avalia os desequilíbrios energéticos, suas predisposições e possíveis
consequências. Estimula a tendência natural ao equilíbrio, transmutando a harmonia
em autoconhecimento.

Quais os resultados em geral obtidos?

Relaxamento, bem-estar, paz interior, autoestima, autoconfiança, alegria, segurança,


disposição, alívio de dores, desaparecimento de sintomas e autoconhecimento.

Como atua o Terapeuta Holístico?

Inicia pela entrevista com o cliente e com a descrição dos sintomas da doença
baseada nas informações oferecidas por ele (anamnese terapêutica); depois, usa
técnicas de diagnóstico energético para descobrir distúrbios já instalados no corpo
físico ou que ainda estejam no campo energético (aura) e prestes a se manifestar no
físico. Em seguida, procura dissolver os bloqueios de energia que se tornariam
doença, harmoniza os Chakras do consulente e trata as áreas ou órgãos afetados.

Onde atua a Terapia Holística no Ser?

A Terapia Holística atua no campo de energia eletromagnética que envolve o corpo


do ser humano, conhecido como aura ou campo áurico, sendo composta dos níveis
físico, energético, emocional, mental e espiritual (essência).

Há contraindicações para a Terapia Holística?

Cada terapia tem os seus próprios casos em que é contraindicada, geralmente não
no todo e sim parcialmente. Por exemplo, há pontos de reflexologia
desaconselhados para gestantes e hipertensos, mas há outros que poderão tratá-las
sem prejudicar a gravidez.

O cliente deve parar o tratamento médico?

Em hipótese alguma. Os dois tratamentos podem caminhar paralelos. Caso a


pessoa atendida esteja sob tratamento de saúde com outros profissionais este não
deve ser interrompido, pois a Terapia Holística é sem contraindicações, sendo
compatível com qualquer outra forma de tratamento.

3- Universo de ação das terapias holísticas

O terapeuta holístico é o profissional que atua no tratamento complementar de


doenças e distúrbios físicos e/ou psíquicos. O holísmo pressupõe uma abordagem
que atua no problema como um todo, não fragmentado ou tratado apenas pela parte
problemática ou doente. Assim, para o terapeuta holístico, uma doença ou problema
não resume a algo físico: "a abordagem holística acredita que os elementos
emocional, mental, espiritual e físico de cada pessoa formam um sistema, e objetiva
tratar de toda a pessoa em seu contexto, concentrando-se tanto na causa da doença
como dos sintomas". O terapeuta, portanto, entende que determinado problema que
aflige o indivíduo que o busca é efeito de uma desarmonia, de um desequilíbrio, e a
terapia tem como objetivo resgatar o equilíbrio do indivíduo. Para tal, este
profissional pode utilizar de diversos métodos e abordagens: psicoterapia,
aromaterapia, cromoterapia, florais de Bach e outros, massoterapia, acupuntura,
reiki, do-in, reflexologia, iridologia etc.

Panorama de mercado

Segundo pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos em hospitais


comprovam os efeitos terapêuticos do Reiki no reforço do sistema imunológico,
combate ao stress, diabetes, esclerose múltipla, doenças reumáticas, regeneração
de tecidos (queimaduras, recuperação de fraturas e pós-cirúrgico), supressão da dor
e dos efeitos secundários de tratamentos como a quimioterapia e radiação nos
pacientes de oncologia, diminuindo também a ansiedade e proporcionando-lhes,
assim, mais conforto no combate a doença.

No Brasil, com a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares (PNPIC), por meio da portaria 971/2006, o Reiki foi incorporado ao
Sistema Único de Saúde como prática terapêutica em quadros de adoecimento e
prevenção, além da promoção do auto-equilíbrio e melhoria da qualidade de vida.

Com o respaldo da incorporação da terapia no Sistema Único de Saúde (SUS), a


procura pelos profissionais vem crescendo e estes, por sua vez, têm encontrado
mais reconhecimento da sociedade e novas oportunidades de atuação.

Cura - A definição de cura na terapia holística é diferente da definição da medicina


alopática convencional. Para a terapia holística, cura não é a ausência de doenças,
mas sim, o equilíbrio total do ser, que envolve o corpo físico, energético e espiritual.

A Psicoterapia Holística como Terapia Holística

A moderna Psicoterapia Holística com é uma modalidade psicoterapêutica que se


define por uma terapia de ordem prática e direta com resultados objetivos e rápidos.
Traz consciência e compreensão sobre os fatos e acontecimentos que
desencadeiam desarmonias e desequilíbrios psicobiofísicos, e orienta para as
soluções e a harmonização. Os seus benefícios são sentidos já nas primeiras
sessões.
É um processo interativo, caracterizado por uma relação única entre o Terapeuta
Holístico e o Cliente, levando este ao autoconhecimento e ao desenvolvimento pleno
de suas capacidades e potencialidades, e às mudanças necessárias para que possa
se tornar auto-suficiente e resolver todos os seus problemas.

A abordagem da metafísica moderna aplicada ao processo terapêutico traz


consciência da responsabilidade que cada um tem sobre si mesmo e, com efeito,
sobre toda a humanidade. Mostra que cada ser humano é o próprio causador de
seus sofrimentos, e que ele também é o seu próprio "curador". Uma terapia para
quem está em busca de seu autoconhecimento.

O Aconselhamento é parte integrante do trabalho de todo verdadeiro Terapeuta


Holístico, independente de quais outros métodos adote.

Alguns benefícios alcançados:

No Nível Físico – Aprende a cultivar a vitalidade e a boa saúde. Aprende a


desenvolver atitudes que levam a um melhor estado de ânimo a partir de boas
condições físicas. Aprende a cuidar do corpo como parte de um complexo sistema
integrado; desenvolve a compreensão de seu funcionamento a partir da consciência
metafísica. Entende as causas do desenvolvimento das doenças, dos acidentes, e
aprende a decifrar as mensagens contidas nos diversos sintomas, na obesidade e
nas suas mais diversas manifestações.

4 - Fundamentos legais da Terapia Holística

A profissão de Terapeuta Holístico é LÍCITA, ou seja, "dentro da Lei", pois não


existe nenhuma que a preveja, limite ou impeça o seu LIVRE exercício. Entretanto,
ela não é REGULAMENTADA, ou seja, não existe Lei ou Decreto Federal
específicos sobre o tema. A ausência de Regulamentação pelo governo para muitas
profissões tem sido altamente benéfica, para outras, nem tanto, pois a colocam
como alvo de polêmicas e perseguições. A CBO - Classificação Brasileira de
Ocupações registra mais de 36.000 profissões e destas, apenas cerca de vinte e
cinco possuem Lei regulamentando seus órgãos de fiscalização. Ou seja, a
esmagadora maioria das profissões brasileiras não é regulamentada, cabendo à "lei
de mercado" a seleção dos trabalhadores.
A correta interpretação da Constituição Federal garante que a ausência de
regulamentação por Lei Federal torna LIVRE o exercício profissional. Ninguém pode
ser proibido ou restringido no direito de exercê-las, sendo o controle feito através da
Lei Penal se, e somente se, ocorrer o "charlatanismo", lesões ou outro delito, como
por exemplo, o exercício ilegal de profissão (invasão de alguma outra atividade já
regulamentada pela União).
Como categoria, os Terapeutas Holísticos tem seu Sindicato reconhecido pelo
Ministério do Trabalho, no. 46000.003516/93 e no. 46000.002902/97 – Diário Oficial
da União no. 55 de 21/03/1997, Seção I, página 5678 e Diário Oficial da União no.
134-E de 16/07/1998, Seção I, página 01.
Abaixo, transcrevemos na íntegra um artigo que explica minuciosamente todos os
fundamentos jurídicos da ocupação de terapeuta holístico. Mantivemos inclusive as
fontes de pesquisa por entendermos que dessa forma o aluno estará amparado para
embasar sua resposta em caso de necessidade.

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Artigo: DO DIREITO AO EXERCÍCIO E PRÁTICA DAS TERAPIAS


ALTERNATIVAS POR NÃO MÉDICOS NO BRASIL ( de Ilza Possimoser e
Bernardo Schmidt Penna)

“eu só peço a Deus que a injustiça não me seja indiferente”


(Mahatma Gandhi)

O avanço científico e tecnológico na área da medicina e da indústria farmacêutica,


que tem ocorrido nas últimas décadas e muito divulgado pela mídia, promete
diagnósticos revolucionários e tratamentos acertados, mas, ainda assim, a medicina
alopática é extremamente limitada em função do seu fracionamento em diversas
especialidades. Esse modelo fracionado da medicina, que é inacessível a grande
maioria das pessoas por conta de seu elevado custo, normalmente ocasiona a falta
ou mesmo erros nos diagnósticos.
No entanto, as pessoas com maior acesso à informação, procuram tratamentos
alternativos, que utilizam métodos simples e naturais. Fato que impulsiona o
mercado das terapias naturais numa proporção nunca antes vista na história do
Brasil.
Ao passo que a medicina avança em tecnologia, novas drogas farmacêuticas são
introduzidas no mercado da saúde, também novos males acometem a humanidade
para as quais a medicina não tem respostas. Este é um dos fatores para o aumento
na procura por tratamentos não invasivos e naturais.
O crescimento dessa atividade, tanto dos profissionais que atuam exercendo-a,
como também, por parte das pessoas que buscam por qualidade de vida nos
tratamentos naturais, tem gerado conflitos de interesses econômico-financeiros entre
os terapeutas não médicos e os profissionais da medicina alopática e da indústria
farmacêutica, que por meio do Conselho Federal de Medicina editam resoluções
com intuito de impedir a atuação dos terapeutas não médicos.
Todavia, com a Constituição Federal de 1988, direitos foram ampliados e novas
modalidades profissionais foram criadas e outras reinventadas na área das terapias
naturais, no entanto, a profissão do terapeuta não médico carece de
regulamentação, não há Lei Federal que permita ou que proíba a atuação do
terapeuta não médico.

HISTÓRICO
Entre as dezenas de terapias alternativas e/ou holísticas disponíveis no Brasil,
dentre as mais conhecidas estão a fitoterapia , a homeopatia, a massoterapia, a
acupuntura, o Reik, entre outras inúmeras terapias que utilizam técnicas chinesas
corporais para estimular a saúde física e mental das pessoas de forma natural. Com
destaque especial a homeopatia que, além do seu uso em humanos é também
utilizada em animais, no cultivo de plantas onde atua corrigindo o solo e como
despoluente de rios e lagos.
Depois das plantas medicinais (a fitoterapia), a mais antiga das terapias
popularmente usada no Brasil é a Homeopatia que, criada pelo médico Alemão
Christian Friedrich Samuel Hahnemann, (1755 -), na cidade de Meissen na
Alemanha Oriental (Alta Saxônia). Filho de cristãos Luteranos, seus pais escolheram
cuidadosamente seu nome, sendo Christian em honra a Jesus Cristo, Friedrich em
homenagem ao Rei Frederico II da Prússia e Samuel em homenagem ao último juiz
da Bíblia cujo nome significa “Deus me ouviu”. (Passos, 2011, p. 12).
Hahnemann, decepcionado, abandona a medicina e se dedica a tradução de livros
até que se depara com um livro de Cullen com a seguinte frase: “Um doente ao ser
tratado com o medicamento capaz de produzir no corpo são, um conjunto de
sintomas e sinais semelhante aos que ele apresenta”, foi o marco inicial de suas
inúmeras experiências com os amigos e parentes, criando assim as “centesimais
Hahnemanianas” que são as diluições homeopáticas. (Passos, 2011, p.13 e 14).
A história da homeopatia é marcada por perseguições pela classe médica e
farmacêutica desde a sua criação por Hahnemann, em razão da sua praticidade e
simplicidade na preparação.
Em 1810 Hahnemann publicou o Organon da Medicina Racional, que é amplamente
utilizado pelos amantes da homeopatia até os dias atuais. Após o Organon, publicou
inúmeras obras, todos na área da homeopatia. Realizava conferências que lhe
proporcionaram muitos discípulos.
Já idoso, enfrentou vários movimentos médicos contrários a seus métodos de cura,
perseguições que o obrigaram a abandonar seu país de origem e partiu para viver
seus últimos 10 anos de vida em Paris, onde morreu aos 88 anos e totalmente
lúcido. No entanto, não deteve para si o conhecimento adquirido e o divulgou
amplamente através de seus discípulos e das pessoas a quem curou com sua
revolucionária ciência, a exemplo do médico francês Bento Mure. (Passos, 2011, p.
15).
Trazida ao Brasil pelo médico Bento Mure, que após tratamento realizado com
Hahnemann, se encantou pela homeopatia e lutou por muito tempo para sua
introdução nas faculdades de medicina no Brasil. Todavia, sempre houve resistência
por parte das escolas de medicina por ser pouco rentável. Revoltado Bento Mure
resolveu propagá-la entre populares e profetizando disse que: “ a homeopatia seria a
terapêutica do futuro”. (Moreno, 2004, p. 62).
Na década de 60 houve a regulamentação das farmácias e laboratórios
homeopáticos, esta regulamentação dispõe sobre a manipulação, o receituário, a
industrialização e venda de fármacos homeopáticos. Em 1979 a Associação Médica
Brasileira reconhece parcialmente a homeopatia como especialidade médica.
(Passos, 2011, p. 23).
Em 1999 o Ministério da Agricultura pela portaria de nº 007/17/01/99 liberou o uso da
homeopatia na agricultura e pecuária. Assim se permite a divulgação das vantagens
e benefícios desta ciência na produção agrícola e animal e aponta as desvantagens
do uso de antibióticos, de defensivos agrícolas e agrotóxicos, sendo os últimos,
causadores de doenças no ser humano, nos animais e ainda causam danos
irreversíveis ao meio ambiente. (Casali, 2008, p.23).
A Fundação Banco do Brasil (FBB) certificou a homeopatia na agricultura da
Universidade Federal de Viçosa, Estado de Minas Gerais, como “tecnologia social”
por considerar os benefícios resultantes do seu uso na produção de alimentos livres
de agrotóxicos e sem agressões ao solo: “método de impacto com resultado
comprovado que soluciona o problema social do uso racional/ecológico na terra
quanto a produção de alimentos saudáveis, respeitando a biodiversidade e
dispensando os agrotóxicos das propriedades rurais”. (Moreno, 2004, p.163).
Quanto aos demais métodos de terapias alternativas, como a massoterapia,
acupuntura e todos os outros métodos considerados terapêuticos, têm origem em
culturas orientais, principalmente da Índia e China. (Souza e Luz , 2009, on line).
Para Luz essa transformação cultural ocorrida no Brasil se deu principalmente pela
aceitação e integração de visões orientais de mundo, onde se valoriza a integração
do homem com a natureza e a sociedade, o que contribuiu para introdução no
cenário brasileiro, de crenças e práticas religiosas distintas das habituais e o
surgimento de novas práticas terapêuticas. (Souza e Luz , 2009).
Outro fator, apontado por Luz, pela crescente demanda por novas práticas
terapêuticas no Brasil, é a deficiência no atendimento a população na área da saúde
convencional: “as crises da saúde e da medicina evidenciam, respectivamente, as
lacunas dos sistemas coletivos de saúde e da terapêutica da biomedicina, incapazes
de atender à totalidade das demandas de saúde das populações.” (Souza e Luz ,
2009, on line).

DO CFM, DAS SUAS ATRIBUIÇÕES E DE SEU POSICIONAMENTO QUANTO A


PRÁTICA DE TERAPIAS POR NÃO MÉDICOS.
O CFM foi criado pela Lei nº 3.268/1957 e regulamentado pelo Decreto nº
44.045/1958, com a finalidade de dispor sobre os Conselhos Regionais de Medicina
e estes são: “os órgãos supervisores da ética médica em toda a República e, ao
mesmo tempo julgadores e disciplinadores da classe médica” e ainda “a fiscalizarem
o exercício da profissão de médico”. (Saint-Martin, 2006, p. 60).
O Regimento Interno do CFM no art. 2º deixa bem explícito que o CFM é voltado
exclusivamente à classe médica e suas atividades:

Art. 2º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina,


hierarquicamente constituídos, são os órgãos supervisores da ética profissional em
toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica,
cabendo-lhes zelar e trabalhar – por todos os meios ao seu alcance – pelo perfeito
desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos
que a exerçam legalmente. (Saint-Martin, 2006, p. 61).

A partir de 1980 quando o CFM reconheceu a homeopatia como especialidade


médica e em 1995 a acupuntura, sendo que antes disso, além de não reconhecer,
“ridicularizava e até perseguia médicos que eventualmente utilizassem essas formas
de terapia”. Ocorre que após esse reconhecimento, querem através de resoluções e
portarias, impedir a prática das terapias alternativas por profissionais não médicos,
sendo as mais visadas a homeopatia e a acupuntura, afirmando que são
tratamentos da área da saúde de exclusividade da classe médica. (Saint – Martin,
2006, p. 79).
Existem projetos de Lei no Congresso Nacional, dentre os quais, o mais polemico é
o “Ato Médico”, com a finalidade de normatizar as áreas de atuação da classe
médica. No entanto, outros conselhos também da área da saúde, que seriam
prejudicados com essa normatização porque limita seu campo de atuação, tem
combatido duramente o projeto de Lei acusando a classe médica de que pretendem
monopolizar a saúde.
Projetos que objetivam somente a monopolização das atividades de saúde, do que
propriamente estabelecerem direitos e deveres, Saint-Martin afirma ser inadmissível
por que: “viola a liberdade de exercício das atividades consagradas a todas as
categorias profissionais das terapias naturistas e agride o Estado Democrático de
Direito.” (Saint – Martin, 2006, p. 68).
A vida e a saúde das pessoas tornaram-se discussão em termos mercadológicos e
pouco interessa aquele que não faz parte desse sistema, o trabalhador, principal
gerador de riquezas é a classe da sociedade que não tem acesso a esse modelo de
saúde.
O CFM é uma autarquia e sua edição de resoluções tem eficácia meramente
administrativa e interna, alcançam somente a classe de médicos inscritos no CFM
com o fim de fiscalizar a atuação adequada de seus inscritos, no entanto, não tem
legitimidade e eficácia de Lei para regular as demais áreas profissionais.

ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA CONSTITUCIONAL PARA EXERCÍCIO E PRATICA


DAS TERAPIAS ALTERNATIVAS

Considerando que não há Lei específica/Lei Federal dispondo que as terapias


naturais devam ser exercidas somente por médicos, surge a necessidade de buscar
argumentação jurídica disponível na Constituição Federal Brasileira, em seus
princípios, com o fim de defender o direito ao exercício pelo profissional não médico
na área das terapias naturais, bem como, o direito a escolha por parte do paciente,
pelo tratamento que lhe seja mais conveniente e acessível.
Pedro Lenza ao se referir à hierarquização das normas afirma que a Constituição
Federal “é o fundamento de validade de todo o sistema infraconstitucional”
considerando o princípio da supremacia da Constituição exemplificada pela Pirâmide
de Kelsen. (Lenza, 2010, p. 67).
A luz do exposto temos a CF/88, como a “máxima” em termos de normas e que
todas as demais normas infraconstitucionais lhe devem obediência hierárquica sob
pena de serem declaradas inconstitucionais.
Para Ferraz Filho (Constituição Federal Interpretada, 2010, p. 3) “os princípios
podem ser tomados como fundamentos com base nos quais se prescrevem regras
que tem por finalidade fazê-los efetivos em cada ordem de disciplina”.
Diante dessa premissa serão dispostos a seguir alguns princípios constitucionais
com o objetivo de evidenciar o direito e a garantia a prática e exercício da profissão
de Terapeuta Alternativo não médico.

Princípio da Dignidade Humana

Previsto no art. 1º, III, da CF/88 o princípio da dignidade humana, considerado por
Ferraz Filho “como o valor fonte de todos os direitos fundamentais” e segue
afirmando que:“.busca reconhecer não apenas que a pessoa é sujeito de direitos e
créditos diante dessa ordem, mas é um ser individual e social ao mesmo tempo.”
Finaliza afirmando que “A dignidade humana constitui um valor único e individual,
que não pode, seja qual for o pretexto, ser sacrificado por interesses coletivos”.
(Ferraz Filho. Constituição Federal Interpretada. 2010, p. 5).
Para Luna, ao ser estabelecido pela CF, o princípio da dignidade humana, que é
ponto norteador do Estado de Direito que agregado a democracia, estabelece ao
cidadão direitos e mecanismos para estabelecimento e garantias destes direitos:

A dignidade humana é o ponto norteador do Estado e do Direito, e assim, tal


fundamento de validade da ordem jurídica e mais ainda da Constitucional deve tê-lo
como princípio norteador e aplicável em toda interpretação. Ainda mais, quando
esse Estado de Direito é agregado na forma democrática. A Constituição Federal, ao
estabelecer o princípio da dignidade da pessoa humana, como princípio
fundamental, e em razão do qual, estabelecendo também, direitos e mecanismos
para estabelecimento e garantias destes direitos, ao homem, cidadão. (Luna , 2009,
on line).

Como bem evidencia o princípio da dignidade da pessoa humana, é dever do Estado


e da comunidade, garantir a pessoa o mínimo para uma vida saudável, além de
propiciar e promover sua participação ativa nos destinos de sua própria existência e
da sua vida em comunidade, assim, qualquer ato que negue o direito a uma vida
plena e saudável é um atentado ao referido princípio.

O Princípio do Direito a Vida

O Princípio do Direito a Vida previsto no art. 5º, caput, que além de abranger o
direito de continuar vivo, de não ser morto, abrange também o direito de uma vida
digna. (Lenza, 2010, p. 748).
Portanto, para ter garantido o direito a vida e a vida digna é necessário que se tenha
saúde, logo, qualquer ato contra a saúde e o bem estar da pessoa, seria um
atentado contra a vida. O direito a vida e a saúde garantem ao cidadão buscar os
meios que lhe forem convenientes e adequados para manter seu bem estar físico e
emocional.

O Princípio do Direito a Saúde

O direito a saúde é constitucionalmente garantido em seu art. 196, caput: “A saúde é


direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”. (grifo nosso) (CF/88).
Schwartz em seu artigo publicado na Revista do Advogado, Direito à Saúde:
efetivação em uma perspectiva sistêmica, disponível On line, ao se referir ao direito
constitucional à saúde e o art. 196 da CF/88, afirma que é necessário que se leve
em conta a realidade de cada indivíduo com o fim de lhe proporcionar o acesso a
qualidade de vida e seu bem-estar de forma particularizada, de acordo com suas
necessidades individuais:

Um processo sistêmico que objetiva a prevenção e cura de doenças, ao mesmo


tempo que visa a melhor qualidade de vida possível, tendo como instrumento de
aferição a realidade de cada indivíduo e pressuposto de efetivação a possibilidade
de esse mesmo indivíduo ter acesso aos meios indispensáveis ao seu particular
estado de bem-estar. (Schwartz , 2011, on line).

No entanto, o Estado tem o dever de incentivar e apoiar qualquer iniciativa que


venha beneficiar a saúde do povo em geral. Como as iniciativas populares que
atuam na prevenção de doenças que, normalmente são de fácil acesso, de baixo
custo, com o propósito de diminuir as desigualdades sociais e proporcionar
qualidade de vida, bem estar e saúde as pessoas. Qualquer posicionamento
contrário do Estado fere o princípio da dignidade da pessoa humana.

O Princípio do Livre Exercício Profissional

Nos termos do art. 5º, XIII, da Constituição Federal: “é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer”. (CF/88).
Em julgado, o Procurador Geral da República, citado por Moreno na pg. 290
referente à prática e ensino da homeopatia pela UFV – Universidade Federal de
Viçosa, em que o Conselho Federal de Medicina aponta irregularidades dizendo ser
o ensino e a prática restritos aos profissionais médicos. O Procurador se posiciona
no sentido de que algumas práticas profissionais podem ocorrer apenas pelo
conhecimento prático adquirido em estágios, que é possível transmitir o
conhecimento adquirido pela experiência a outros profissionais:

…toda profissão implica algum grau de conhecimento. Mas muitas delas, muito
provavelmente a maioria, contentam-se com um aprendizado mediante algo
parecido com um estágio profissional. A iniciação destas profissões pode se dar pela
assunção de atividades junto ás pessoas que as exercem, as quais , de maneira
informal, vão transmitindo os novos conhecimentos”. (Moreno, 2004, p. 290).

Saint-Martin afirma que o CFM, ao tentar estabelecer como privativas da classe


médica as terapias alternativas, faz vista grossa à norma do art. 5º, XIII, da CF que
estabelece o princípio da garantia da liberdade de escolha do profissional, ou seja,
essa autarquia desrespeita o direito que o cidadão tem de escolher o profissional
tanto quanto o método de cura. (Saint-Martin, 2006, p. 183).
O autor também cita o art. 5º, II, da CF que preceitua que ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei, que o CFM ao tentar
impedir as atividades de um terapeuta naturista esta forçando as pessoas a
procurarem apenas os médicos. (Saint-Martin, 2006, p. 183).
O livre exercício profissional se estende a todas as atividades de terapias naturais
que atuam dentro dos padrões éticos inerentes a qualquer atividade profissional e
com a devida qualificação na área ou se comprovada a prática de longa data.

O Princípio da Liberdade de Crença

O princípio da liberdade de consciência, crença e culto previsto no art. 5º, VI, VII e
VIII, “assegura a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença e
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e as suas liturgias”. (CF/88).
Liberdade de consciência é o estado moral interior do indivíduo, é o sentimento
subjetivo e intangível de aprovação ou remorso pela prática de determinados atos
segundo Ferraz Filho. (Ferraz Filho. Constituição Federal interpretada. 2010, p. 19).
A busca por estilos alternativos de vida, como uma conduta ambientalmente correta,
uma alimentação saudável, a prática de meditação e o uso de produtos naturais,
buscar estímulos de forma natural para reequilíbrio da saúde do corpo físico e
emocional, são convicções filosóficas, ou seja, uma filosofia de vida em que estão
integrados a natureza, os animais e as pessoas. E por se tratar de filosofia de vida,
logo é constitucionalmente garantido.

Princípio da Liberdade e do Direito de Informação

Outro princípio consagrado pela CF/88 é o da liberdade e do direito de informação,


previsto no artigo 5º, XIV e XXXIII da CF, trata-se do direito que toda pessoa tem no
sentido de ter acesso a informações e a liberdade de escolha em se tratando do
direito a sua saúde, este direito a informação pode ajudar as pessoas a tomar
decisões sobre tratamentos e até de realizar planejamentos financeiros. Assim se
posiciona sobre esse direito, Mendel. (2009, on line):

Os analistas, muitas vezes, concentram-se nos aspectos mais políticos do direito a


informação, mas ele também serve a uma série de importantes metas sociais. O
direito de acesso a informações pessoais, por exemplo, é parte do respeito pela
dignidade humana básica, mas pode também ser fundamental para uma efetiva
tomada de decisões pessoais. (Mendel , 2009, on line).

É constitucionalmente garantido o acesso a informação por todos, e que todo


conhecimento deve ser divulgado ao maior número de pessoas possíveis, contudo,
quando diz respeito à saúde e bem estar das pessoas, das classes menos
favorecidas, que automaticamente tem menos acesso a tudo, e são facilmente
manipuláveis pela mídia e pelo mercado. Um fenômeno recorrente observável é que,
a saúde ou a doença das pessoas, foi transformada em um lucrativo mercado.

Ocupações Regulamentadas Pelo Ministério Trabalho na Área de Terapias

O Ministério do Trabalho reconheceu algumas ocupações de terapeutas até 2011


conforme segue a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO disponível no site
do Ministério do Trabalho. (Brasil, Ministério do Trabalho , on line):

Nº. 3221-05 – Técnico em acupuntura: Acupuntor, Acupunturista; Técnico corporal


em medicina tradicional chinesa;
Nº. 3221-10 – Podólogo: Técnico em Podológia;
Nº. 3221-15 – Técnico em quiropraxia: Quiropata, Quiropraxista, Quiropráctico;
Nº.3221-20 – Massoterapeuta: Massagista, Massoprevencionista;
Nº. 3221-25 – Terapeuta Naturista, Naturopata, Homeopata (não médico), Terapeuta
alternativo, Terapeuta holístico;
Nº. 3221-30 – Esteticista: Esteticista corporal, Esteticista facial, Tecnólogo em
cosmetologia e estética, Tecnólogo em cosmetologia e estética facial e corporal,
Tecnólogo em estética, Tecnólogo em estética corporal, facial e capilar, Tecnólogo
em estética e cosmética, Técnico em estética.
Nº. 2515-50 – Psicanalista – Analista (Psicanálise)

O Ministério do Trabalho se antecipou ante a necessidade de regulamentar essas


ocupações a fim de reconhecer direitos trabalhistas e previdenciários a classe de
terapeutas alternativos e /ou holísticos, pois trata-se de profissionais que atuam no
mercado de trabalho e devem ser reconhecidos como tal.

Do Local de Atendimento do Terapeuta Naturista


A legalização do local de trabalho é um direito do terapeuta e trata-se de
procedimento obrigatório a qualquer profissional que queira atuar no ramo de
prestação de serviços, seja como pessoa física ou jurídica, o Alvará de Licença de
Localização e Funcionamento, deve ser obtido junto a prefeitura do município onde
pretenda exercer a profissão de terapeuta. No alvará deverá constar a especialidade
de Terapeuta Naturista. (Saint-Martin, p.152)
Para tanto, um mínimo de qualificação é exigido, como certificados obtidos em
cursos de formação devidamente credenciados como Associações nas áreas de
terapias, Instituições reconhecidas, sindicatos, Pastoral da Saúde, etc.
O terapeuta também deverá requerer sua inscrição no INSS como profissional
autônomo para fins de recolhimento das contribuições sociais.

Da Responsabilidade Civil do Terapeuta Naturista

O conceito de responsabilidade civil, segundo professor Eduardo Sabbag em aula


ministrada pela instituição LFG, consiste em um dever subsidiário de reparar o dano
decorrente da violação de um dever primário.
No Código Civil Brasileiro, artigo 927 e seguintes e os artigos 186 e 187, tratam da
responsabilidade civil e da indenização que é devida quando ocorrer a violação de
um dever primário e consequentemente causar dano a terceiro.
São elementos indispensáveis para a caracterização do ato ilícito: fato lesivo, a
ocorrência de um dano e o nexo de causalidade entre o dano e a conduta do agente.
A indenização pode ser por dano moral e material.
No Código de Defesa do Consumidor, na seção II, que trata da responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço, no artigo 14 § 4º é categórico em afirmar que: “a
responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa”. O que significa dizer que o terapeuta responde
subjetivamente, ou seja, é necessário que a vítima prove que o dano tenha sido
causado pelo terapeuta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as mudanças culturais que ocorreram nas últimas décadas, a procura por
tratamentos alternativos não invasivos, vem aumentando gradativamente, bem
como, o número de profissionais que atuam nessa área, fato que tem gerado
conflitos de interesses por parte dos profissionais da área médica levando-os a
editar resoluções com intuito de impedir a atuação dos terapeutas.
No entanto, a competência para analisar a legalidade ou ilegalidade da prática das
terapias alternativas por não médicos, não é da classe médica e de seu Conselho,
que como autarquia, tem poderes para legislar somente no âmbito interno e cabe a
União dispor sobre a abrangência de cada atividade, porém respeitando o princípio
constitucional do livre exercício de profissão.
Logo, as terapias alternativas podem ser exercidas dentro dos parâmetros normais
de atuação de qualquer outra categoria profissional e tem respaldo jurídico na
Constituição Federal/88 que prevê o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, além dos princípios constitucionais como: da dignidade da pessoa
humana e da liberdade concernentes a autonomia privada no que se refere ao
direito de escolha da forma que deseja realizar algo, ou seja, o direito de cada
pessoa em optar pelo tratamento de saúde que desejar.
Seria um retrocesso criar normas ou Leis com intuito de proibir a atuação dos
terapeutas não médicos, pois trata-se, de campos de atuação distintos, a proibição
iria de encontro aos Princípios Constitucionais do livre exercício de trabalho, ofício
ou profissão e do princípio da liberdade de escolha por parte do paciente quanto ao
tratamento que lhe seja mais conveniente, considerando que a saúde tradicional
alopática é limitada, fracionada e inacessível a grande maioria.

REFERÊNCIAS

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Acesso em 25 de outubro de 2011.
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___________________________________________________________________
______
5- Ética e Responsabilidade

O que é Ética:

Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra
ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter.

Num sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender um pouco


melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos
referimos por exemplo, ao comportamento de alguns profissionais tais como um
médico, jornalista, advogado, empresário, um político e até mesmo um professor.
Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética
jornalística, ética empresarial e ética pública.

A ética pode ser confundida com lei, embora que, com certa frequência a lei tenha
como base princípios éticos. Porém, diferente da lei, nenhum indivíduo pode ser
compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos a cumprir as normas éticas, nem
sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; mas a lei pode ser omissa
quanto a questões abrangidas pela ética.

A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional.
Existem códigos de ética profissional, que indicam como um indivíduo deve se
comportar no âmbito da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos
que constituem a base de uma sociedade próspera.

Ética e Moral

Ética e moral são temas relacionados, mas são diferentes, porque moral se
fundamenta na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais,
hierárquicos ou religiosos e a ética, busca fundamentar o modo de viver pelo
pensamento humano.

Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é entendida como


costume, ou hábito, mas busca a fundamentação teórica para encontrar o melhor
modo de viver; a busca do melhor estilo de vida. A ética abrange diversos campos,
como antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, política, e até
mesmo educação física e dietética e também às terapias holísticas.

A postura do profissional Terapeuta Holístico


A postura profissional do Terapeuta Holístico deve atender a um Código de Ética da
Categoria.
Abaixo listo os Princípios Fundamentais, Os Direitos e os Deveres do Terapeuta
Holístico, bem como, orientação para o convívio com outros profissionais da mesma
área ou de outras áreas de Saúde.
Código de ética do Terapeuta Holístico

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

O Terapeuta Holístico

I — Trabalhará para a promoção do bem-estar do indivíduo, da coletividade e do


meio ambiente, segundo o paradigma holístico;

II — Manterá constante desenvolvimento pessoal, científico, técnico, ético e


filosófico, através de supervisão, terapia e/ou psicoterapia, cursos e similares,
estando a par dos estudos e pesquisas mais atuais na área, bem como dos
trabalhos milenares e tradicionais, além de ser estudioso das ciências afins;

III — Usará em seus trabalhos, métodos os mais naturais e brandos possíveis,


buscando catalisar o auto-equilíbrio da pessoa atendida, despertando-lhe os seus
próprios recursos harmonizantes;

IV — Orientar-se-á, no exercício de sua profissão, pela Declaração Universal dos


Direitos Humanos, aprovada em 10/12/1948 pela Assembléia Geral Das Nações
Unidas.

DIREITOS DO TERAPEUTA HOLÍSTICO

Exercer a profissão de Terapeuta Holístico sem ser discriminado por questões de


religião, raça, sexo, nacionalidade, cor, opção sexual, idade, condição social, opinião
política ou situações afins;

Utilizar-se de técnicas que não se lhe sejam vedadas ou proibidas por lei federal,
podendo, inclusive, fazer uso de instrumentos e equipamentos não agressivos, bem
como produtos cuja comercialização seja livre, além de orientar a pessoa atendida
através de aconselhamento profissional;

Recusar a realização de trabalhos terapêuticos que, embora sejam permitidos por


lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência;

Suspender e/ou recusar atendimentos, individual ou coletivamente, se o local não


oferecer condições adequadas, ou se não houver remuneração condigna, ou, ainda,
se ocorrerem fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com a
pessoa a ser atendida, impedindo o pleno exercício profissional;

RESPONSABILIDADES GERAIS DO TERAPEUTA HOLÍSTICO

São deveres do Terapeuta Holístico:


§1 — Assumir apenas trabalhos para os quais esteja apto, pessoal, técnica e
legalmente;

§2 — Prestar serviços terapêuticos somente se: em condições de trabalho


adequadas, de acordo com os princípios e técnicas reconhecidos ou pelas Tradições
Milenares, ou pela prática, ou pela ciência e, sobretudo, pela ética;

§3 — Zelar pela dignidade da categoria, recusando e denunciando situações onde a


pessoa atendida esteja sendo prejudicada;

§4 — Participar de movimentos que visem promover a categoria e o paradigma


holístico em geral;

§5 — Estar devidamente registrado para o exercício de sua atividade profissional


quer seja como autônomo ou como pessoa jurídica;

Ao Terapeuta Holístico é vedado:

§1 — Usar títulos e especialidades profissionais que não possua;

§2 — Efetuar procedimentos terapêuticos sem o esclarecimento e conhecimento


prévio da pessoa atendida ou de seu responsável legal;

§3 — Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais;

§4 — Aproveitar-se de situações decorrentes do atendimento terapêutico para obter


vantagens física, emocional, financeira, política ou religiosa;

§5 — Exercer técnicas de aconselhamento profissional, caso ele próprio há mais de


03 meses não esteja se submetendo a tratamento terapêutico e/ou psicoterápico de
manutenção;

§6 — Reduzir o tempo de cada sessão a fim de aumentar o número de


atendimentos;

§7 — Permitir que a pessoa atendida, durante a sessão, fique sem o


acompanhamento de corpo presente de um profissional qualificado, em especial se
estiver recebendo aplicação ou sob efeito de quaisquer técnicas terapêuticas;

DAS RELAÇÕES COM OUTROS TERAPEUTAS HOLÍSTICOS E OUTRAS


CATEGORIAS PROFISSIONAIS

O Terapeuta Holístico:

Não será conivente, com erros, faltas éticas, crimes ou contravenções penais
praticadas por outros na prestação de serviços profissionais;
Não intervirá na prestação de serviços de outro Terapeuta Holístico, salvo se: a
pedido do próprio profissional ou quando comunicado por qualquer uma das partes
da interrupção voluntária do atendimento ou quando se tratar de trabalho multi-
profissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada; em situações
emergenciais, devendo comunicar o fato imediatamente ao outro Terapeuta
Holístico;

No relacionamento com profissionais de outras áreas, trabalhará dentro dos limites


das atividades que lhe são reservadas pela legislação e reconhecerá os casos que
necessitem também dos demais campos de especialização profissional,
encaminhando-os às pessoas habilitadas para a tais funções;

Terapeuta Holístico não é médico, não é psicólogo e não está habilitado para
tal, por tanto, não faz diagnóstico, não receita medicação, não utiliza técnicas
de tratamento de uso exclusivo da medicina ou da psicologia. Na Terapia
Holística, o recomendável é que se usem os termos "cliente" e “atendimento”
ao invés de paciente e consulta, pois por definição traduz-se no indivíduo que
confie seus interesses habitualmente a uma mesma pessoa.

DO SIGILO PROFISSIONAL

O sigilo protegerá a pessoa atendida em tudo aquilo que o Terapeuta Holístico


venha a tomar conhecimento como decorrência do exercício de sua atividade
profissional;

O menor impúbere ou interdito estará igualmente protegido, devendo ser


comunicado aos responsáveis apenas o estritamente necessário para promover
medidas em seu benefício;

Com autorização da pessoa atendida, o Terapeuta Holístico poderá repassar dados


a outro profissional, desde que o recebedor esteja igualmente obrigado a preservar o
sigilo por Código de Ética e que, sob nenhuma forma, permita a estranhos o acesso
às informações;

O Terapeuta Holístico tem o dever de garantir, em seus atendimentos, condições


adequadas à segurança da pessoa atendida, bem como à privacidade que garanta o
sigilo profissional;

A quebra do sigilo só será admissível se tratar de fato delituoso e a gravidade de


suas consequências para o próprio atendido ou para terceiros justificar a denúncia
do fato; ainda assim, o acontecido será julgado por Comissão de Ética a ser
designada.
6 - Paradigma Holístico e Cartesiano

A palavra paradigma vem sendo usada frequentemente desde que o filósofo e físico
Thomas S. Khun a empregou em seu livro The Structure of Scientific Revolutions,
significando modelo ou padrão a ser seguido para o estudo dos fenômenos e da
realidade. Representa um sistema de aprender a aprender e determina normas para
o desenvolvimento do conhecimento futuro.

Ciência significa o conjunto do conhecimento humano adquirido principalmente a


partir da observação dos fenômenos da natureza, da intuição humana, e mais
precisamente, da pesquisa analítica. Objetiva proporcionar ao ser humano conforto,
paz e felicidade. A ciência evoluiu relativamente pouco e desordenadamente até
meados do século XVI, sem bases bem estabelecidas de estudo e pesquisa, quando
passou a ser fortemente influenciada pelo pensamento dos grandes gênios de
então, principalmente Galileo Galilei, mestre da dedução teórica, Francis Bacon, o
criador do empirismo da investigação, René Descartes, criador da geometria
analítica e Isaac Newton, criador dos princípios da mecânica. René Descartes
desenvolveu o método científico racional dedutivo e defendeu o dualismo da
natureza - matéria, pensamento e favoreceu assim o dualismo do ser humano -
corpo e alma.

Foi capaz ainda de distinguir duas fontes de conhecimento: a intuição e a dedução.


Porém, para ele todo conhecimento humano dependeria apenas da razão ou do
pensamento e nunca da sensação ou da imaginação. Considerou que todos os
corpos materiais, incluindo o homem, são como máquinas, cujo funcionamento
obedece a princípios mecânicos. Newton consolidou o método racional e dedutivo
de Descartes, e assim surgiu o Paradigma Newtoniano-Cartesiano, que influenciou e
influencia ainda hoje, praticamente todos os campos do conhecimento científico.

Este paradigma simplificadamente parte do pressuposto de que, para se conhecer o


todo, é preciso fragmentá-lo em seus componentes e estudar cada um deles
separadamente. O todo seria o resultado da união e entrelaçamento dessas partes
menores. Por exemplo, para conhecer o funcionamento de uma máquina, é preciso
desmontá-la em suas partes. Isto é, dividir para conhecer. Através dos conceitos
deste paradigma é que surgiram as diferentes especialidades médicas, nas quais o
médico aprofunda seu conhecimento em determinado órgão ou sistema, quase
sempre relegando a segundo plano a abordagem do ser como um todo.

Trabalho Avaliativo do módulo 1

Ao final de cada módulo, será solicitado um trabalho avaliativo visando o maior


aprofundamento do aluno nos assuntos estudados.

O trabalho do módulo 1 consiste em formular uma dissertação de no mínimo 1 folha


e no máximo 3 folhas, em tamanho A4, usando fonte arial 12, espaçamento simples
e margens normais. No início do trabalho crie um cabeçalho com seu nome, curso e
capítulo como o exemplo abaixo:
Formação Livre em Psicoterapia Holística

Trabalho Avaliativo do módulo 1

Aluno: Fernanda Kriger

Data de entrega :01de Janeiro de 2015

O assunto da dissertação será o que você entendeu dos capítulos do módulo 1,


usando as suas palavras. Você terá o tempo necessário para entregar esse trabalho,
mas o capítulo seguinte só será liberado após a entrega dele.

O trabalho deverá ser enviado por email para Fernandakrigger@gmail.com


FORMAÇÃOLIVRE EM
PSICOTERAPIA
HOLÍSTICA

Módulo 02
CORPO FÍSICO E CORPOS SUTIS

A estrutura da Aura | Estudo detalhado da anatomia e posição dos Chakras | A


relação entre os chakras e as doenças físicas e as disfunções psicológicas.
INTRODUÇÃO

Quando um cliente chega ao espaço terapêutico em busca de atendimento holístico,


ele pode trazer queixas de dores no corpo, ou mesmo de doenças físicas.

Sabemos que toda doença tem sua origem no psicossoma, ou seja, tem origem
emocional, e por tanto, para se sanar a dor ou doença, o ideal é esvaziar e
ressignificar esse sentimento. Mas num momento de emergência, o Reiki pode
aliviar uma dor ou sintoma em um órgão específico.

Por esse motivo, decidimos nesse módulo apresentar os fundamentos básicos da


anatomia e fisiologia, para que o terapeuta saiba onde cada órgão se localiza.

Nesse módulo, faremos também um estudo detalhado sobre a aura e os chakras,


uma vez que são conhecimentos fundamentais para o terapeuta que pretende atuar
com terapias vibracionais.

1 - A estrutura da Aura

O CAMPO DE ENERGIA HUMANA

O campo da energia humana é a manifestação da energia universal intimamente


envolvida na vida humana. O Corpo Bioplasmático, também conhecido como Aura,
Corpo Etérico ou Duplo Etérico, pode ser descrito como um corpo luminoso que
cerca nosso corpo físico e o penetra, emitindo sua radiação característica. A aura é
a parte do campo de energia do universo associada ao corpo humano.

Temos a Aura interna e Aura externa:

Aura interna – dela visualizamos pontos de oscilações, que são coloridos. Ela pode
mudar de cor, conforme o estado emocional e energético da pessoa.

Aura externa – é a energia que contorna nosso corpo, tendo de 02 a 25 cm de


espessura. Através dela podemos ver a personalidade da pessoa, seu grau evolutivo
e qual o seu estágio de vida.

O corpo bioplasmático assemelha-se ao corpo físico, por isso também é conhecido


por duplo etérico. O termo bioplasmático refere-se a Bio = vida e Plasma, que é o
quarto estado da matéria, sendo um gás ionizado com partículas positivas e
negativas. É por meio do corpo bioplasmático que o Prana é absorvido e distribuído
por todo corpo físico.

A ANATOMIA DA AURA
Segundo relata Barbara Ann Brennan, no livro Mãos de Luz, na página 57, as
camadas da aura de número 1, 3, 5 e 7 possuem uma estrutura definida, ao passo
que a segunda, quarta e sexta camadas são compostas de fluidos, sem nenhuma
estrutura particular.

Dessa forma, temos 7 camada que ocupam todas o mesmo espaço ao mesmo
tempo, cada qual se estendendo para fora além da última. Diferente do que
comumente se imagina a aura não se assemelha a uma cebola, feita de camada
distintas entre si, antes é como um arco-íris, composto por 7 espectros de cores, que
não apenas formam camadas, mas também se sobrepõe umas às outras.

“As camadas estruturadas contém todas as formas


que o corpo físico possui, incluindo os órgãos
internos e vasos sanguíneos. Um fluxo vertical de
energia estende-se para cima e para baixo do
campo da medula espinhal. Estende-se para fora,
além do corpo físico, acima da cabeça e abaixo do
cóccix.” (BRENNAN, BARBARA ANN, 1987, pág.
57).

OS CANAIS BIOPLASMÁTICOS

O corpo bioplasmático possui finíssimos


canais ou meridianos, por meio dos quais o Prana
flui e se distribui por todo o corpo, fortalecendo o
organismo.

Todas as nossas energias percorrem por esses


canais, e através dos pontos certos podemos voltar
ao equilíbrio de nossos órgãos. Os canais são
interligados, funcionando com uma sequência,
transmitindo a energia em ordem e sentidos
sempre constantes. Se um meridiano esta
bloqueado prejudicando a energia do Pulmão,
consequentemente irá diminuir a energia do
próximo ponto, neste caso o Intestino Grosso.

Existem 59 meridianos conhecidos que levam


a energia pelo corpo, desses 14 são
considerados importantes, sendo 12 principais
e 2 pontos extras. Os demais pontos são chamados de virtuais.

Os 12 meridianos são em números pares e bilaterais, responsáveis pelo


funcionamento dos órgãos primários. Os 2 extras são impares e passam
verticalmente pelo centro do corpo, tendo a função de regular o fluxo da energia dos
outros 12 pontos.

Órgãos que os 12 principais


meridianos suprem: Pulmão,
Intestino Grosso, Estômago,
Baço/Pâncreas, Coração, Intestino
Delgado, Bexiga, Rins, Pericárdio,
Triplo Aquecedor, Vesícula-biliar e
Fígado.

3- Estudo detalhado da anatomia


e posição dos Chakras

OS CHAKRAS

Os Chakras são centros energéticos que trabalham em sintonia entre si e com todo
o nosso corpo físico e psíquico, estão inter-relacionados com os sistemas
parassimpático, simpático e sistema nervoso central. 
A sua função é revitalizar,
equilibrar e interagir com o corpo físico e psíquico, trazendo desenvolvimento à
nossa consciência.

Chakra é um termo sânscrito que significa roda, círculo em movimento. 
 São


vórtices por onde flui a nossa energia vital. São centros, órgãos suprafísicos, através
dos quais as energias dos diferentes campos são sincronizadamente distribuídas ao
corpo físico.

Os Chacras são vórtices, tipo remoinho, ciclones em miniatura, que fazem circular as
energias numa determinada vibração. Temos no corpo humano mais de 88.000
chakras, hierarquizados por ordem de importância. Nesta ordem temos os 7 Chakras
Principais ou Magnos, 21 chakras grandes e os demais se dividem em médios e
pequenos. Os chakras principais estão situados nos plexos, nas redes ou
interconexões de nervos, vasos sanguíneos ou vasos linfáticos.

Na cultura indiana os chakras também são chamados de Lótus porque a sua forma
faz lembrar uma flor com pétalas e são muitas vezes representados graficamente
dessa forma. Cada um tem uma cor, um mantra e um elemento que o estimula. Os
seus movimentos são constantes, regulam todo o sistema endócrino e funcionam
como centros de captação, contenção e distribuição de energia para todo o corpo.
OS SETE CHAKRAS MAGNOS

Os sete Chakras estão localizados ao longo da coluna vertebral, dispostos


verticalmente e cada Chakra tem funções específicas, mediante o recebimento de
energias internas e externas.

OS CHACRAS E SUAS FUNÇÕES

Vamos agora fazer uma breve e análise dos chakras.


CHAKRA BÁSICO: localizado à base da coluna, aberto para baixo.
FUNÇÕES: Sobrevivência e existência terrena, ligação com o mundo
material, energia física.
DISFUNÇÕES: Raiva, impaciência, apego, materialismo, culpa,
vergonha, vícios, violência, morte, dor.
GLÂNDULA: Supra-renais.
ÓRGÃOS: Rins (deficiência renal), coluna vertebral, ossos, dentes, intestino grosso,
ânus, reto, próstata, anemia (deficiência de ferro), excesso de peso, pressão baixa,
fadiga, pouca tonicidade muscular, problemas de circulação, desequilíbrio na
temperatura do corpo, leucemia e tensão nervosa.

CHAKRA UMBILICAL : localizado a. dois dedos abaixo do umbigo,


aberto para frente e para as costas.
FUNÇÕES: reprodução e propagação da espécie, sexualidade.
DISFUNÇÕES: Controle, sujeição ou desvio da sexualidade, rejeição,
solidão, ressentimentos, vingança, ciúme, depressão, inveja.
GLÂNDULAS: Gônadas, glândulas sexuais masculinas e femininas (testículos e
ovários).
ÓRGÃOS: Sistema reprodutor, bexiga, quadris, pernas, pés, nervo ciático,
espasmos musculares, cãibras, cólicas, desordens menstruais e desequilíbrios
hormonais.

CHAKRA PLEXO SOLAR: localizado à boca do estômago, aberto


para frente e para as costas.
FUNÇÕES: Personalidade, vitalidade, ação e vontade, paz e
harmonia, auto-estima, proteção contra vibrações negativas.
DISFUNÇÕES: Ansiedade, preocupação, indecisão, preconceito,
desconfiança, negligência, mentira.
GLÂNDULA: Pâncreas.
ÓRGÃOS: Baço, estômago, fígado, vesícula, intestino delgado, parte inferior das
costas, sistema nervoso vegetativo, sentimento de inferioridade, falta de lógica e
razão, insegurança e insônia.

CHAKRA CARDÍACO: localizado no centro do peito, aberto para a


frente e para as costas.
FUNÇÕES: Amor Incondicional, união, sistema imunológico.
DISFUNÇÕES: Desilusão, transição, pânico, depressão.
GLÂNDULA: Timo.
ÓRGÃOS: Coração, arritmia cardíaca, sistema circulatório, brônquios e aparelho
respiratório, parte superior das costas, nervo vago, sangue, pele, rubor, pressão alta,
colesterol alto, palpitações, acidose, síndrome de pânico e incapacidade de amar.

CHAKRA LARÍNGEO: localizado no meio da garganta, aberto para


frente e para as costas.
FUNÇÕES: Comunicação, criatividade, iniciativa, independência.
DISFUNÇÕES: Fracasso, apatia, desespero, limitação, medo,
insegurança, auto-reprovação, submissão.
GLÂNDULA: Tireóide.
ÓRGÃOS: Garganta, amígdalas, laringe, cordas vocais, esôfago, susceptibilidade a
infecções virais e bacterianas, resfriados, amigdalites, faringites, dores musculares e
de cabeça (nuca), problemas dentários, endurecimento dos maxilares (bruxismo),
congestão linfática, herpes e medo de fracasso na vida social.

CHAKRA FRONTAL: localizado entre as sobrancelhas, aberto


para frente e para as costas.
FUNÇÕES: Intuição, paranormalidade, percepção extrasensorial.
Raciocínio lógico.
DISFUNÇÕES: Ganância, arrogância, tirania, rigidez, alienação.
GLÂNDULA: Pituitária.
ÓRGÃOS: Sistema nervoso central, olhos (cegueira, catarata, glaucoma), ouvido
(surdez), nariz (rinite), falta de raciocínio lógico, vícios de drogas, álcool e outras
compulsões.

CHAKRA CORONÁRIO: localizado no topo da cabeça, aberto para


cima.
FUNÇÕES: Ligação com energias superiores, plenitude.
DISFUNÇÕES: Neuroses, irracionalidade, desorientação, fobias,
histeria, obsessão.
GLÂNDULA: Pineal.
ÓRGÃOS: Cérebro, insônia, enxaqueca, disfunções sensoriais, neurose, histeria,
possessão, obsessão e materialismo.

OS CHAKRAS SECUNDÁRIOS

De cada chakra principal, partem algumas correntes


(nádís) para distribuir o prana pelos chakras
secundários. Há um número indeterminado de chakras
secundários no corpo humano. Só nas palmas das
mãos temos cerca de 35 em cada. Os Chakras
secundários dependem dos principais, o mesmo é dizer
que se um Chacra principal estiver desequilibrado os
seus chacras secundários correspondentes também
estão em desequilíbrio.

Alguns dos principais chakras secundários:

Chakra Umeral: Fica nas costas, na altura da omoplata


esquerda (entre e sobre o pulmão esquerdo). É o
chakra espiritual, pois através dele que as energias se conectam. É o chakra
mediúnico e de proteção, porque equilibra as energias positivas e negativas em
excesso. É um gerenciador energético. Tem coloração variável, mas o azul claro e o
verde são predominantes. Oscila entre as outras matizes de acordo com a energia
que está sendo captada. Esse é um chakra extremamente importante para
avaliarmos se estamos com algum problema espiritual. Ele mantém a nossa
individualidade e depende do desenvolvimento do chakra do plexo solar, ou seja, da
proteção do baço. Ele rege todas as energias que habitam o
nosso espaço e as organiza. Ele também processa as energias
do ambiente e, filtra as energias densas que transitam no nosso
campo energético. Quanto mais percebemos e desenvolvemos
as nossas qualidades vibratórias, mais estaremos trabalhando o
chakra umeral. Em uma leitura energética ele serve como um
parâmetro para que possamos entender se o paciente está com
algum tipo de contaminação energética.

Chakras das Mãos: Localizados na região central das palmas das mãos.
Caracterizados por estarem numa região terminal do corpo, denotam ponto de
entrada ou escape de energia. São os chakras de ativação mais fácil e seguro,
sendo que sua ativação permite o desenvolvimento da capacidade de sentir
energias sutis e também de sentir a aura. Manipulação energética. São pontos de
entrada ou escape de energia.

Localização: palmas das mãos. Sem cor específica.

Este chakra tem um papel à parte. Tem a mesma característica do cristal branco:
aciona ou desativa energia.

Chakras dos Pés: Localizado nas solas dos pés, sua finalidade é descarregar
energia elétrica (estática) gerada pelo corpo físico (Um dos pés a energia é aferente
= Conduz de fora para dentro. No outro é eferente = Conduz de Dentro para fora),
como também a absorção prânica. Aterramento. Relação com a Mãe Terra.
Estabilidade em geral.

Chakra do Joelho: Atua como um transformador, regulando a quantidade de


corrente que deve entrar no corpo. Aprendendo e ensinando. Flexibilidade em lidar
com grandes quantidades de energia.

Chakras do Bico do Peito: Nutrição/Responsabilidade - Posição: Bicos do Peito:


Esses chakras organizam energias que são relacionadas com a nossa nutrição - em
todos os níveis possíveis - e a nutrição das pessoas das quais gostamos. Também
organiza a maneira com que lidamos com a responsabilidade.

Chakras Yin/Yang (ombros): Posição: No centro de cada ombro. A energia é


direcionada para o céu. No ombro direito fica o Chakra Yang. No ombro esquerdo
fica o Chakra Yin. O Chakra Yang organiza o 1º, 3º e 5º chakras principais. O
Chakra Yin organiza o 2º, 4º e 6º chakras principais. Os Chakras Yin/Yang trabalham
com os respectivos chakras principais relacionados acima, de forma semelhante
àquela com a qual o 7º chakra trabalha com todos os chakras principais.

Os Chakras dos Tornozelos: A flexibilidade de ficar centrado durante mudanças na


vida. Flexibilidade em como ganhar a vida.

O Pa Kua Superior: Organiza o fluxo de energia para o tórax, ombros, braços,


pescoço e cabeça.
O Pa Kua Inferior: Organiza o fluxo de energia para as pernas, pélvis, espinha em
geral e barriga.

Chakra do Timo e Alta Major: Organiza o fluxo de energia para as pernas, pélvis,
espinha em geral e barriga. “O chakra do timo é associado com a energia crística
(situa-se entre o chakra cardíaco e o laríngeo); e o “alta major” é associado com a
canalização (situa-se na parte de trás das nossas cabeças, abaixo da nossa região
occipital).”.

Chakra Void: Cercando os chakras umbilical e o plexo solar, está o Void que
representa o princípio do mestre dentro de nós. Quando a Kundalini é despertada e
passa através do Void, esse princípio do mestre é estabelecido: “Assim, como diz
Shri Mataji, na Sahaja Yoga, você se torna seu próprio guru. É capaz de se livrar de
tudo que o escraviza, tornando-se o seu próprio mestre.”.

Câmara Secreta do Coração: Este é o Chakra Secreto ligado ao oitavo raio, ele
tem oito pétalas, situa-se atrás do chakra do coração. Este é o lugar sagrado de
Deus no homem, é aqui que se encontra o altar secreto do nosso Santo Cristo
Pessoal. Neste altar podemos colocar tudo o que nos é mais sagrado como uma
espada de luz ou um manto da invisibilidade.

Chakra do Diafragma: Situa-se entre os chakras cardíaco e plexo solar. Por estar
relacionado ao plexo solar, está intimamente ligado às emoções, sendo assim, ele
atua no equilíbrio das energias irradiadas e recebidas para os outros chakras. Fica
no centro do peito, na linha dos mamilos e através dele podemos eliminar muito do
lixo kármico que nos impede de atingir nossos objetivos.

A TELA ETÉRICA

A tela etérica ou tela Budhica é uma válvula-filtro bioenergético-consciencial que


controla o fluxo de influência e comunicação entre os chacras e seus respectivos
chakras astrais. Por meio de excesso de esforço do praticante, uma forma de viver
desequilibrada através de vícios, promiscuidades, viciação mental, essa tela pode
ser avariada, trazendo consequências negativas aos chakras astrais, a
ricochetearem aos chacras. Ela regula qualidade e quantidade das energias em
diversos níveis de sutileza e densidade.
Quando pensamos em um filtro, logo imaginamos algo simples, como uma peneira,
um filtro para café, mas quanto à Tela Etérica, não é tão simples assim. Como filtro
regulador interdimensional, ela deixa passar bioenergias em um nível de sutileza e
bloqueia outros níveis. A Tela Etérica
está relacionada com o nível de
consciência do indivíduo, da
paranormalidade e de sua inter-
relação kármica.

O objetivo da tela etérica é proteger o


psicossoma (corpo emocional) e o
soma (o físico) das intempéries
astrais. Essa espécie de tela permeia
o corpo inteiro. Ocorre que o descuido
com essa tela etérica permite uma
entrada mais facilitada às obsessões, assédios, doenças emocionais e físicas.

3 - A relação entre os chakras e as doenças físicas e as disfunções


psicológicas.

1º – Básico, Raiz ou Kundalíneo

As doenças ligadas à este chakra estão relacionadas ao mau uso da sexualidade,


dos instintos, do caminhar da pessoa sobre a terra, à quantidade de energia física e
com a vontade de viver na realidade física.

Quando funciona plenamente, a pessoa tem muita vontade de viver na realidade.


Obstruído, a vitalidade física é bloqueada.

2º – Esplênico ou Sexual

As doenças ligadas à este chakra se referem às emoções ligadas à sensualidade,


ao corpo como objeto da vaidade e carinhos sensuais; impotência sexual ou falta de
libido, distanciamento do contato com outras pessoas.

Com este Chakra mal desenvolvido na mulher, apenas o estímulo do clitóris traz o
orgasmo, ao contrário da penetração. Ela prefere parceiros agressivos no ato sexual,
ou seja, é mais passiva que ativa.

No homem, o orgasmo é precoce (ejaculação precoce) ou há incapacidade de


ereção: o medo inconsciente de entregar sua força faz com que a retenha.

3º – Umbilical ou Plexo Solar

Obs. Pelo que pude perceber, estamos livres de uma grande parte de problemas se
prestarmos atenção e cuidarmos para que este Chakra esteja sempre equilibrado.
Quando a pessoa é atingida por vibrações negativas, o primeiro lugar a sentir estas
vibrações energéticas é o chakra umbilical e o baço. Os órgãos e serem atingidos
são fígado e os rins.

Está relacionada às emoções ligadas aos medos, inseguranças, expectativas, à vida


emocional.

Problemas nesta região acontecem sempre com pessoas medrosas e cheias de


expectativas em relação ao futuro.

Como o chakra umbilical disforme recebendo atuação de seu correspondente astral,


a pessoa será acometida por inúmeras doenças, tais como cólicas de figado, dores
nos rins, intestinos, baço, aparelho digestivo, Causa úlcera, prisão de ventre, etc.
Em deficiência, este chakra deixa a pessoa irritável e aguçada, com os nervos à flor
da pele, incomodada por qualquer coisa.

Obstruído, faz com que a pessoa separe amor do sexo.

Se você se preocupa com alguém por não saber onde está ou o que está fazendo,
ou se de repente ouve um forte barulho na rua e não pode saber o que está
acontecendo, os seus neurônios traduzirão estes impulsos em amarelo.

Estando apodrecidas as células do chakras umbilical, a pessoa terá doença


incurável, podendo até ser câncer, só podendo ser revertida por atuação divina.

O paciente que sofre de leucemia tem o baço e o fígado aumentados, havendo


reflexos em outros chakras.

4º Chakra cardíaco

Doenças nestes órgãos indicam sentimentos internos doentes.

Obstruído, deixa a pessoa descrente de Deus ou de algo positivo, perde a fé, pois
acredita que sua vontade nunca será mais forte que a dos outros.

Quando a pessoa é atingida por vibrações ou magia de um centro emissor negativo,


o chakra começa a girar em sentido contrário, e a pessoa é vitima de taquicardia.
Por meio de força mental, é possível neutralizar a vibração, e o centro volta a
funcionar normalmente.

Às vezes este chakra está todo disforme e a pessoa fica “bondosa”, quer dar o que é
seu e o que pertence aos outros, mesmo sem condições de dar – NÃO SABE DIZER
NÃO! Ou simplesmente dá o que tem (sem ter condições) para conseguir o “Amor”
dos outros (falso Amor).

5º Chakra laríngeo

Desequilíbrios nestas áreas mostram problemas com a mente concreta, a palavra, a


capacidade de falar ou calar.
As doenças estão relacionadas à falar demais ou quando não falamos nada
(engolimos “sapos”).

Está associada à responsabilidade pelas atitudes pessoais, à realização profissional,


ao lugar na sociedade, ao orgulho, medo do fracasso que prende o impulso,
competição.Ele está ligado a duas glândulas, tireóide e paratireóide, que controlam o
metabolismo do corpo.

O tamanho dele é cinco centímetros em quando afetado, poderá ficar atrofiado ou


dilacerado.

As pessoas podem, às vezes, estar com o chakra laríngeo disforme, e neste caso há
aumento de tamanho. Ele fica tagarela, não guarda segredo.

6º Chakra frontal ou terceiro olho

As doenças aqui nascem geralmente em pessoas que não conseguem se


aprofundar, ver as coisas com outros olhos, que questionam sua intuição. Para
aqueles que não aceitam ver ou ouvir o mundo. A pessoa pode não conseguir
concretizar o que deseja ou então não consegue ser criativa.

7º Chakra coronário

O chakra coronário é o que mais é penetrado pela luz.

Problemas cerebrais estão ligados ao que existe de mais sensível e profundo na


memória.

Este chakra fica no alto da cabeça e vibra com rapidez. Tem todas as cores do
espectro, prevalecendo o violeta. Na Índia é denominado flor de mil pétalas.

Quando duas pessoas falam juntas e seus chakras coronários estão bloqueados,
aparece uma cor muito desagradável, barrenta e escura, que é muito perceptível às
pessoas sensíveis. Um formigamento e uma sensação pinicante é sentida na coroa
da cabeça e algumas pessoas sentem-se incômodas, por isso é importante proteger
a si mesmo quando estando junto às pessoas cujos chakras coronários irradiam
estas energias.

Quando duas pessoas cujos chakras coronários estão sujos, todo tipo de
incompreensão aparece, e isso tem a ver com as limitações, de tempo e espaço, às
concepções daqueles que acham que só vivem uma vez na terra e que depois vão
para o reino dos Céus, e tudo o que está ligado a estes conceitos.

4- As doenças e as Emoções

Emoção, Saúde e Doença


As emoções podem representar um importante papel no bem estar do indivíduo,
como a alegria ou o amor. São estas emoções positivas.

Temos as emoções negativas que produzem uma vivência desagradável no


individuo, como a raiva, tristeza, ansiedade, para citar as três emoções negativas
mais importantes.

Atualmente já podemos afirmar que as emoções positivas potencializam a saúde,


assim como as emoções negativas a comprometem. Longos períodos de exposição
ao estresse levam o individuo a vivenciar muitas emoções negativas e a
possibilidade deste indivíduo desenvolver certas doenças como gripe e herpes, por
exemplo, é aumentada bem como, o bom humor e o riso auxiliam o indivíduo a
manter ou mesmo, recuperar a saúde.

Das emoções negativas, a ansiedade vem sendo profundamente estudada, por


conta de reconhecidamente estar associada a vários transtornos. A raiva e a tristeza
também vêm tendo destaque, a primeira por estar associada a transtornos
cardiovasculares e a segunda, que pode se transformar em depressão.

Ansiedade – É definida como uma reação produzida diante de determinadas


situações em que o indivíduo necessita de mobilizar certos recursos para se adaptar
a situação. Estes recursos são da ordem da atenção, memória, pensamento, etc. e
de recursos fisiológicos também, tais quais ativação motora, ativação do sistema
nervoso autônomo, enfim.

Embora seja um processo natural, ocorrendo de forma excessiva, poderá produzir


doenças.

Quando a pessoa experimenta altos níveis de ansiedade, durante tempo


prolongado, seu bem estar psicológico se encontra seriamente prejudicado,
ocorrendo alterações em seu sistema fisiológico exatamente pelo excesso de
solicitação de recursos e seu sistema imunológico torna-se incapaz de defender o
organismo.

Importante aqui você observar que certos clientes se vangloriam de conseguirem


“controlar” as emoções. No entanto, é importante vermos o contexto estressante em
que está mergulhado o cliente, uma vez que mesmo ele não expressando reação ao
estresse, de certo, seus níveis de ativação fisiológica, de alterações no sistema
nervoso autônomo, enfim, todo o aparato psíquico orgânico é estimulado de forma
inadequada.

Estão associados a esta excessiva ativação das respostas fisiológicas, males como
dores de cabeça, dores nas costas, arritmias cardíacas, hipertensão arterial e alguns
males digestivos.

Abaixo algumas doenças psicofisiológicas associadas a estados de ansiedade


extremos:

Transtornos cardiovasculares
Transtornos respiratórios
Transtornos gastrintestinais
Transtornos dermatológicos
Dor crônica
Transtornos imunológicos

Acima temos alguns transtornos da ordem orgânica, mas também podemos ter
transtornos da ordem psíquica associadas a estados de ansiedades extremos, tais
quais:

Ataque de Pânico

Agorafobia

Fobia específica

Fobia social

Transtorno obsessivo-compulsivo

Transtorno por estresse pós-traumático

Fatores Predisponentes

Doenças Psicossomáticas

O termo “doença psicossomática” é bastante utilizado quando uma doença física ou


não, tem seu princípio na mente. O que leva os pacientes de vários hospitais a uma
consulta em conjunto com um psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista.

Essa conduta, que pode partir dos médicos que acompanham o caso, gera muitas
dúvidas ao paciente. “Como algo é psicológico se dói no corpo?” O fato de que uma
pessoa tenha uma doença psicossomática não significa que a dor e a enfermidade
não existem. Pelo contrário, o corpo realmente está em sofrimento, com dores,
feridas, descontroles e descompensações orgânicas, que inclusive são até
dificilmente controladas com medicamentos e os recursos da medicina tradicional.

As doenças psicossomáticas podem se manifestar em diversos sistemas que


constituem nosso corpo, como por exemplo: gastrointestinal (úlcera, gastrite,
retocolite); respiratório (asma, bronquite); cardiovascular (hipertensão, taquicardia,
angina); dermatológico (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema);
endócrino e metabólico (diabetes); nervoso (enxaqueca, vertigens); das articulações
(artrite, artrose, tendinite, reumatismos).

É comum, nos casos de doenças psicossomáticas, que o paciente enfrente


dificuldades no diagnóstico e até insucesso dos tratamentos propostos, gerando
uma passagem por vários médicos especialistas em busca da cura ou alívio.

O diferencial mais importante para se considerar uma doença como psicossomática


é entender que a causa principal desta descompensação física que aparece no
corpo, está dentro do emocional da pessoa, ligada, portanto à sua mente, aos seus
sentimentos, à sua afetividade. E esta variável emocional se torna importante tanto
no desencadeamento de um episódio, de uma crise, quanto no aumento e/ou
manutenção do sintoma, conforme cada pessoa.

A mente e o corpo formam um sistema único e os mecanismos inconscientes são


muito presentes nesta ligação. Por isso é comum a sensação inicial de que os
sintomas “vieram de repente”, “ou não existir nenhum motivo para que os sintomas
aparecessem”. É difícil para um paciente com gastrite identificar quais podem ter
sido as causas emocionais de desencadeamento de uma nova crise.

A ansiedade e a irritabilidade são sentimentos comuns nos quadros


psicossomáticos, e há uma tendência a identificar e culpabilizar eventos externos
pelo problema, aumentando a sensação de impotência diante das dificuldades.

É importante deixar claro que o corpo também deve ser cuidado com os tratamentos
adequados (A pessoa com gastrite deve procurar o médico e realizar exames
solicitados, tomar os remédios prescritos, fazer uma dieta alimentar caso seja
indicada). O aconselhável é um atendimento psicológico associado, que possibilite
auxiliar o sujeito a nomear os sofrimentos que vivencia, para além do real do seu
corpo. A importância deste tipo de abordagem nos transtornos psicossomáticos
também se deve ao fato romper uma possível evolução crônica do problema, que
limite progressivamente a vida social e emocional da pessoa.

A visão de Paracelso para as causas das doenças – Uma abordagem holística

Theophrastus Bombastus, chamado Paracelso (1493-1541), foi um grande ocultista


e determinou os seguintes Cinco Princípios, pelos quais surgem as verdadeiras
causas das doenças:

1. PRINCÍPIO ASTRAL (ENS ASTRALE) - Baseia-se em realidades cósmicas, as


causas são do tipo astral, ou causadas no corpo astral pessoal ou pelo mundo
astral. Influências climáticas e infecções podem ser também incorporadas.

Efeito: Todos os vícios, epidemias, ódio, vida psíquica impura

Remédio: Autocontrole, auto-disciplina, bondade, amor, compaixão

Emoção: Simpatia/pensamentos (terra)

Cor/som: Amarelo/canto (boca)

2. PRINCÍPIO VENENOSO (ENS VENENI) - Surge dos venenos e envenenamentos


do corpo humano, portanto uma desarmonia de impurezas, má alimentação, má
respiração, todas as coisas contrárias à constituição da pessoa.

Efeito: Vida desregrada, drogas (ópio, cocaína, fumo, bebida)

Remédio: Cuidar de uma boa alimentação/homeopatia

Emoção: Tristeza/preocupação (ar)


Cor/som: Branco/choro (nariz)

3. PRINCÍPIO NATURAL (ENS NATURALE) - Fica na constituição natural


(natureza) do homem. Você não pode fugir de si mesmo. As causas são
predeterminadas, fixas. São doenças herdadas, que já vem com o nascimento. Não
podem ser curadas com substâncias materiais, somente seu efeito pode ser
amenizado.

Efeito: Todas as influências hereditárias

Remédio: Magnetismo e alopatia

Emoção: Medo (água)

Cor/som: Preta/gemido (ouvidos)

4. PRINCÍPIO ESPIRITUAL (ENS-SPIRITUALE) - As causas da doença são de


origem mágica, originadas ou de espiritualidade estranha ou do próprio espírito, às
quais fica submetida, sem a percepção do corpo e da alma. Compreende todas as
doenças causadas por uma imaginação doentia e uma vontade mal dirigida, são as
doenças psíquicas ou da idéia.

Efeito: Teimosia, vacilação, preocupações, obsessão, obstinações

Emoção: Raiva/zanga (madeira)

Cor/som: Verde/grito (olhos)

5. PRINCÍPIO DIVINO (ENS-DEI) - Só podem ser curadas quando o homem


alcançou o amadurecimento através delas. Estas doenças são impostas com fins de
purificação. O médico não pode fazer nada, é Carma.

Efeito: Carma leve, moderado, pesado

Remédio: Ser um mago para chegar até ao segredo da doença e


reconhecer a hora certa para intervir

Emoção: Alegria (fogo)

Cor/som: Vermelho/riso (língua)

NOTA: Segundo ainda Paracelso as doenças são catalogadas da seguinte forma:

Do lado direito do corpo tudo é físico

Do lado esquerdo do corpo tudo é psíquico

Do lado da frente do corpo tudo é positivo (elétrico)

Do lado das costas do corpo tudo é negativo (magnético)

Doenças Causas Cura


(Pensamentos - Padrões (Pensamentos - Padrões
negativos) positivos)

Rebelião contra autoridade. Paz e segurança. Eu amo e


Acidentes
Crença em violência, raiva aceito tudo na vida

Eu me amo, eu me aceito
Acne Não se aceitar; desamor de si onde eu estou agora. Eu sou
maravilhoso

Atritos familiares, discussões. A criança é querida e bem-


Adenóides
Criança se sente mal querida vinda

Sentimentos de futilidade, Eu relaxo o passado. Eu


Alcoolismo inadequação, culpa e auto- tenho valor. Eu me amo e me
rejeição aceito agora

A quem você é alérgico? Falso Eu estou em Paz. O mundo é


Alergias
ego e sensibilidade seguro e amigo

Nada impede o bom em mim.


Eu permito a liberdade de
Emoções reprimidas e medo;
Amigdalite expressão, das idéias divinas,
raiva reprimida
que fluem e ganham
significado em mim

Meu mundo é cheio de


Falta de prazer; desinteresse
Anemia alegria e estou interessado
da vida
em tudo

Medo da vida; bloqueio do Alegria; eu relaxo e deixo


Apendicite
fluxo das sensações minhas sensações fluírem

Eu estou completamente
Resistência; tensão; abertura
Arteriosclerose aberto para a vida e a alegria.
mental estreita
A vida é boa

Amargura, ressentimento, Amor e perdão. Eu deixo os


Artrite crítica, sentimentos de outros serem eles mesmo. Eu
desamor sou livre

Eu sou livre. Eu me
Super sensibilidade; amor encarrego da minha própria
Asma sufocado; supressão do choro, vida. Eu posso expressar
sentimentos sufocados meus sentimentos como eles
são
Eu aceito a vida passada,
Ataques, golpes, Rejeição da vida; auto-
presente e futura. Vida e
congestão violência, resistência extrema
alegria

Eu abandono o passado,
Bexiga Ansiedade; resistência contra
despreocupo me do futuro.
(problemas) novas idéias
Eu aceito o que é novo, agora

Incapacidade de engolir idéias;


Eu dou boas-vindas a idéias
Boca (problemas) fixação de opiniões e mente
e conceitos novos
fechada

Paz. Ninguém consegue


Bronquite Ambiente familiar inflamado
irritar-me

Eu relaxo a raiva de maneira


Raiva reprimida, vontade de
Bursite que ela não cause mal. O
bater em alguém
amor relaxa

Câimbras Tensão; segurar-se; oprimir-se Eu relaxo e deixo a vida fluir

Profundos segredos ou aflições Não existem segredos. Eu


corroendo o Eu; retenção longa deixo que o passado se vá.
Câncer
dos ressentimentos; ferimentos Meu presente é preenchido
profundos com alegria

Futuro pouco claro; inabilidade Eu sou livre. A vida é eterna e


Catarata
de ver a frente cheia de alegria

Eu me movimento no melhor
Ciática Medo do dinheiro e do futuro de tudo. Meu bem está em
todo lugar e eu estou seguro

Crescimento falso; fomentação


Eu dissolvo velhas raivas.
Cisto de choques e machucados
Nada pode ferir-me
emocionais

Tudo que eu precisar estará


Desejos insatisfeitos, remorso; sempre aqui. Eu aceito tudo
Coceira
punição e culpa de bom sem sentimentos
culposos

Entupimento dos canais do O prazer é normal. Meus


Colesterol prazer; medo de aceitar o canais estão largamente
prazer abertos. Eu amo a vida
Pais superexcitados; opressão, Eu sou livre-pensador. Eu
Colite menosprezo; necessidade de estou em paz na minha
afeto mente

Contensão, Não existe razão para eu


(machucaduras, Pequenos impactos da vida bater na vida. Eu estou
esgotamento) agindo com amor

Problemas emocionais sérios


longamente suportados; falta Alegria, alegria, alegria, amor
Coração do prazer, rejeição da vida. e paz. Eu prazerosamente
Crença nas pressões e no aceito tudo na vida
esforço

Eu vejo o passado com


Raiva atrás de você,
Corcunda alegria. Ninguém jamais me
ressentimento conservado
fez mal

Nutrir ferimentos emocionais, Perdão. Eu amo a mim


Crescimento falso senso de valores e mesmo. Não irei fazer-me
orgulho mal

Eu relaxo conscientemente
Super exagerar os detalhes da
Dedos de que a sabedoria da vida
vida (unhas- super analisar)
cuida dos detalhes

Não se sinta culpado. Você e


Defeitos de Necessidade de reencarnação;
seus pais, têm algo a
nascença você pediu para vir assim
aprender

Eu faço minhas decisões


Sustentar longas indecisões;
baseado nos princípios da
Dentes incapacidade de derrubar
verdade e fico seguro com o
idéias por análise ou decisão
resultado

Indecisão; não se sentir Eu sou corajoso e


Deslocamento de
emocionalmente amparado independente. Eu sou
disco
pelos outros amparado pela vida

Eu tenho poder, força e


Medo; não poder conviver ou
Desmaios conhecimento para lidar com
enfrentar; apagar-se de tudo
tudo na vida

Profundo sentimento de Eu permito que a vida seja


Diabetes
mágoa; falta de açúcar na vida gostosa. Eu deixo o passado
ser apenas passado. Eu
aceito que o prazer e a
alegria sejam as bases da
minha vida

Culpa sexual; crença de que os Eu amorosa e


órgãos genitais são prazerosamente aceito minha
Doenças venéreas
pecaminosos e sujos; sexualidade e sua expressão.
necessidade de punição Não há culpa sem punição

Eu descanso minha
Congestão, bloqueio; crença
Dor necessidade de punição. Eu
em barreiras; punição, culpa
deixo a vida fluir

Tensão, revolta, Paz, amor, alegria,


Dor de Cabeça contrariedades emocionais. relaxamento. No meu mundo
Sentimentos feridos tudo está bem

Eu ouço com amor e prazer.


Dor de ouvido Raiva; não querer ouvir Sempre escuto o bom de
tudo

Super sensibilidade, Eu sou seguro, ninguém


Edema individualidade machucada. ameaça minha
Personalidade ferida individualidade

Medo-dependência, sentimento Eu ando facilmente no tempo


Enjôo de carro
de ser pego em armadilhas e espaço. Não existe o medo

A vida continua. Não existe a


Enjôo do mar Medo; medo da morte
morte. Somente mudanças

Eu respondo à vida, reparto


Enlouquecer Reter amor e consideração meus sentimentos e meu
amor. Eu sinto... eu amo...

Eu me amo e me aceito em
Crença social; velhos todas as idades; cada idade é
Envelhecer
pensamentos perfeita. Eu sou espírito. Eu
sou eterno

Resistência ao fluir da vida;


Eu descanso no fluxo da vida.
Enxaqueca medos sexuais. Desperdícios
Deixo-a fluir através de mim
emocionais

Epilepsia Eu amo a mim mesmo e a


Rejeição da vida; sensação de
toda a vida. A vida é uma
perseguição; violência contra si eterna alegria

Dureza mental, coração


Eu não tento me controlar. Eu
Esclerose múltipla endurecido, vontade de forra;
me solto com alegria na vida
inflexibilidade

Eu não propago
Crença na feiúra, culpa, ódio pensamentos feios. Eu amo
Espinhas
de si todo o meu corpo. Não há
culpa

Eu assimilo novas idéias


Estômago Incapacidade de assimilar
facilmente. A vida concorda
(problemas) idéias. Medo de novas idéias
comigo

Insegurança; auto-rejeição; Eu me aceito e me amo como


Excesso de peso procura de amor. Medo de eu sou. Eu sou sempre
perda, sufocar sentimentos seguro no espiritual

Reconheço meus verdadeiros


Representa individualidade,
Face (doenças) valores. Minha
reconhecimento
individualidade

Resistência, aborrecimento; Estou entusiasmado com a


Fadiga
falta de amor pelo que faz vida. Cheio de Energia

Queimar-se com alguém ou Eu sou calmo, exprimo amor


Febre
algo; raiva e paz

Congestão emocional;
Eu nego qualquer moralismo.
Febre do Feno confusão nas crenças; medo
Eu sou uno em tudo na vida
do moralismo

Insegurança; falta de auto- Eu me permito falar por mim.


Gagueira
expressão Eu me comunico com amor

Repressão de raiva; ferimentos Eu me expresso com alegria.


Garganta
emocionais engolidos Ninguém pode ferir-me

Reter idéias indigestas; sufocar Eu deixo a vida fluir através


Gastrite (gases)
o ar por medo de (gases) mim

Inabilidade de levar avante as


Gengivas Eu sou uma pessoa decidida.
decisões uma vez que elas
(problemas) Eu deixo-me ir pela vida
sejam tomadas
Eu estou em equilíbrio total.
Glândulas Desequilíbrio; falta de ordem;
Meus sistemas estão em
(problemas) distribuição insuficiente
ordem

Pressão emocional por Ninguém pode jamais me


Glaucoma sustentar por longo tempo ferir. Eu vejo com amor e
sentimentos feridos ternura

Eu deixo o ego e sentimentos


de superioridade irem-se.
Gota Impaciência, raiva, dominação
Deixo os outros serem o que
são

Eu não sou governado pelas


Respostas a negatividade e
crenças de grupos ou
Gripe crença geral; medo, crença em
preconceitos. Eu sou livre de
estatísticas
todas influências

Eu descanso todo o peso e


Carga, pressão, tensão, medo
Hemorróidas as cargas. Eu vivo na alegria
de deixar acontecer
do presente

Eu deixo ir agora tudo que


Medo, raiva, ser odiado. O
não preciso mais, minha
Hepatite fígado é o local da raiva e
consciência esta limpa, cheia
emoções primitivas
de vida

Carga, resistência mental, Minha vida é calma e


Hérnia autopunição; raiva; expressões harmoniosa. Eu me amo com
criativas incorretas ternura

Estou descansado de todos


Prolongada suspensão os meus pensamentos e de
Herpes
nervosa todas atividades. Que a paz
esteja comigo

A aceitação do prazer
Hipoglicemia Desequilíbrio no sistema
equilibra o meu sistema

Pressão sexual, tensão, culpa; Eu permito que todo poder


Impotência crenças sociais; rancor contra dos meus princípios sexuais
um antigo parceiro opere com facilidade e prazer

Inchaços Auto-rejeição, medo, falta de Eu só adiciono amor em mim.


(verrugas) amor Nada terá mais poder em
mim

Indigestão Medo, ansiedade, pavor Eu recebo o novo e assimilo

Nada tem o poder de irritar-


Infecções Irritação, raiva, chateação me. Eu sou pacífico e
harmonioso

Minha mente sabe sua


Escapismo, recolhimento;
verdadeira identidade e eu
Insanidade violenta separação da vida.
sou um ponto criativo da
Ressentimentos familiares
expressão divina

Eu descanso do dia e
Insônia Tensão, culpa, medo mergulho num sono perfeito,
pacífico

Medo de verbalizar opiniões;


Eu posso falar por mim. Eu
Laringite raiva. Ressentimento da
me expresso livremente
autoridade

A habilidade de segurar e
Eu lido com todas as idéias
Mãos deixar as idéias escaparem;
com amor e facilidade
medo de novas idéias

Atitudes podres, pensamentos Eu falo com amor. Eu expiro


Mau hálito
estúpidos o que é bom

Eu sou equilibrado em todos


Medo de não ser mais querido,
os ciclos da mudança,
Menopausa auto-rejeição. Modo de
abençôo meu corpo com
envelhecimento
amor

Eu estou na interminável
Comunicação, luta, pressa; jornada pela eternidade. Que
Nervos e
medo, ansiedade. a paz esteja conosco. Não
nervosismo
Pensamentos confusos existe nenhum lugar para o
qual devamos nos apressar

Não gostar do que vê em sua Eu vejo com olhos amorosos,


Olhos (problemas) vida. Medo do futuro; não ver a eu vejo, a verdade, eu vejo
verdade claramente

Suportar carga, excesso de A vida é alegria e liberdade;


Ombros
carga tudo o que aceito é bom
Rebelião contra a autoridade Eu estou em paz com a
Ossos
(os ossos são a estrutura do autoridade. Em meu mundo,
(problemas)
universo) sou minha própria autoridade

Medo, escapismo, resistência, Eu sou uno com a vida. Eu


Paralisia
choque bendigo minhas experiências

Sentir-se ameaçado na Eu aceito minha


individualidade; falta de individualidade. Eu sou
Pele (problemas) segurança, impaciência; emocionalmente seguro. Eu
assadura; maneira de ganhar ganho atenção de maneira
atenção positiva

Pernas Medo do futuro (as pernas Eu me movo com confiança e


(problemas) carregam você para frente) alegria

Eu paro na verdade. Vou


Pés (problemas) Medo do futuro adiante com prazer. Tenho
compreensão espiritual

Inflexibilidade, recusa em ver


Pescoço Eu sou flexível. Aceito outros
outros lados da questão;
(problemas) pontos de vista
teimosia

Desespero; cansaço da vida, Eu recebo livremente idéias


Pneumonia preocupações emocionais; divinas, impregnadas com o
distúrbios internos hálito da vida

ALTA: manter por longo tempo ALTA: eu sou alegria e deixo


Pressão problemas insolúveis; BAIXA: o passado dissolver-se.
sangüínea depressão, mágoa, derrotismo, BAIXA: eu vivo com mais
raiva alegria agora; a vida é alegria

Eu relaxo o passado,
Prisão de ventre Recusa de relaxar sobre
generosamente permito que a
(intestinos) velhas idéias; mesquinhez
vida flua através de mim

Desistência, derrotismo Eu aceito minha


Próstata sensualidade excessiva com masculinidade; eu sou
(problemas) sentimento de culpa; crença na eternamente poderoso. Sexo
velhice é prazer

Eu sou pacífico e seguro. Eu


Psoríase (pele) Insegurança emocional estou em paz com tudo na
vida
Medo de receber e dar-se à A respiração flui através de
Pulmões
vida mim

Quadris Medo de ir avante em decisões Sigo com alegria, amparado e


(problemas) importantes sustentado pelo poder da vida

As pessoas não tem poder


Raiva; queimar-se com os
Queimaduras contra mim. Eu tenho paz no
outros
meu ambiente

Desequilíbrio emocional; falta Eu sou seguro e nutrido pelo


Raquitismo
de amor e segurança amor do Universo

Confusão, desordem,
Eu sou livre-pensador; estou
Resfriados pequenos machucados; família
em paz com minha mente
e crenças estereotipadas

Retenção O que é que você tem medo de Eu descanso com alegria, e


(líquidos) perder? espontaneidade

Eu tenho compaixão com os


Falta de amor; ressentimento;
Reumatismo outros e comigo. Eu aceito
amargura crônica; vingança
sentimentos prazerosamente

Eu vejo somente o bom em


Crítica, sensibilidade,
Rins (problemas) tudo. Ações corretas sendo
desapontamento
tomadas. Eu estou realizado

Eu sou indivíduo criativo.


Separação dos pais, pedaço
Roer unhas Aceito, sou seguro em minha
de si que se recalca
maturidade

Falta de alegria; faltas de


Sangue Alegria. Com alegria as novas
circulação das idéias;
(problemas) idéias circulam livremente
pensamentos estagnados

Ninguém tem o poder de me


Presença de pessoa que o
Sinusite irritar a menos que eu
irritam
permita. Paz e harmonia

Eu escuto Deus. Eu escuto o


O que você não quer escutar?
Surdez prazer e a vida, sou parte
Rejeição, teimosia, isolamento
dela

Tórax (cisto) Super dimensão de atitudes e Eu sou livre e permito


propósitos na vida. Super liberdade a todos
proteção

Me expresso pacificamente e
Tosse Nervosismo, amolação, crítica
falo com amor

Eu não me sufoco na vida.


Meus pensamentos
Egoísmo; possessão;
Tuberculose desenvolvem ótimas idéias.
crueldade
Todos momentos da vida são
cheios de sentido

Crescimento falso; ferimentos Descanso e perdão. O amor


Tumor
e choques emocionais dissolve ferimentos

Crenças incorretas Tudo na vida é mudança.


Tumor no cérebro computadas; teimosia; recusa Meus padrões são sempre
em mudar os velhos padrões novos

Algo se corrói em você;


Nada pode irritar-me; sou
Úlceras ansiedade, medo, tensão.
pacífico, calmo e feliz
Crença em pressões

Medo dos pais (normalmente Amor, compreensão e


Urinar na cama
do pai) compaixão

Pequenos medos escondidos;


Eu estou em paz com as
Urticária exagero de pequenos
pequenas coisas da vida
problemas

As formas e as vias podem


Culpa sexual; sentimento de
mudar. O amor nunca se
Vaginite perda de alguém ou algo
perde. Todas as partes do
amado
meu corpo são bonitas

Negatividade, resistência;
remoer emoções; sustentar um Eu me movimento e vivo com
Varizes trabalho que você odeia; prazer. Eu amo a vida e
circulação entravada, atulhada circulo livremente
de idéias; desencorajamento

Amargura; pensamentos Jubilosamente deixo o


Vesícula (pedras
dolorosos que você não passado ir-se. A vida é boa.
na)
encontra meios de evitar Eu sou bom
Trabalho Avaliativo do Módulo 2

Ao final de cada módulo, será solicitado um trabalho avaliativo visando o maior


aprofundamento do aluno nos assuntos estudados.

O trabalho do módulo 2 consiste em formular uma pesquisa de no mínimo 3 folha e


no máximo 5 folhas, em tamanho A4, usando fonte arial 12, espaçamento simples e
margens normais. No início do trabalho crie um cabeçalho com seu nome, curso e
capítulo como o exemplo abaixo:

Formação Livre em Psicoterapia Holística

Trabalho Avaliativo do módulo 2

Aluno: Fernanda Kriger

Data de entrega :01 de Janeiro de 2015

O assunto da dissertação será o que você entendeu dos capítulos do módulo 2,


usando as suas palavras. Você terá o tempo necessário para entregar esse trabalho,
mas o capítulo seguinte só será liberado após a entrega dele.

O trabalho deverá ser enviado por email para fernandakrigger@gmail.com


FORMAÇÃO LIVRE EM
PSICOTERAPIA
HOLÍSTICA

Módulo 03
GESTÃO DAS EMOÇÕES
Inteligência Emocional | Gestão das Emoções | Pensamentos Disfuncionais | Projeto
de Vida

1- Inteligência Emocional

Inteligência Emocional é um conceito que vem da psicologia e descreve a


capacidade de reconhecer e lidar com os próprios sentimentos bem como com os
sentimentos alheios.

Para Daniel Goleman, um dos autores mais conceituados no assunto, inteligência


emocional é definida como a capacidade de identificar nossos próprios sentimentos
e o dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos
nossos relacionamentos.

A inteligência emocional é a capacidade de administrar as emoções para alcançar


objetivos. Ainda segundo Goleman, a inteligência emocional pode ser categorizada
em cinco habilidades:

AUTOCONSCIÊNCIA:

Autoconsciência é a dimensão do “eu me conheço”, que nos faz conscientes dos


nossos pontos fortes e limitações, daquilo que altera as nossas emoções e dos
impactos que elas geram.

Autoconsciência emocional - Reconhecer as emoções e seus efeitos. A pessoa que


tem essa competência: identifica as emoções que sente e por que as sente, entende
a ligação entre o que sente e o que pensa, reconhece como as emoções afetam
suas ações.

Para desenvolver essa habilidade é necessário conhecer suas capacidades e


limitações. Quem tem essa competência tem consciência de seus pontos fortes e
fracos, é capaz de refletir sobre as experiências vividas e aprender com elas, aceita
comentários (feedback) de outras pessoas sobre suas atitudes, sabe rir de si mesma
e tem auto confiança, ou seja, sabe do que é capaz, tem disposição para assumir
desafios, expressa suas opiniões com franqueza, mesmo que possam desagradar
alguém e mostra-se como uma pessoa segura.

LIDAR COM AS EMOÇÕES – AUTO CONTROLE

Autocontrole é a dimensão do “eu me administro”. Suas competências nos ajudam a


manter o equilíbrio perante situações desafiadoras da vida, como mudanças e fatos
que nos desestabilizam, e ser vistos como pessoas que gerenciam bem o trabalho.
Autocontrole – Manter sob controle as reações emocionais intensas, quem tem essa
competência domina explosões emocionais e ações impulsivas, contém a expressão
dos sentimentos quando eles não forem adequados, é capaz de pensar com clareza
em situações de pressão.

Outra competência relacionada ao auto controle é a confiabilidade – Ser merecedor


de confiança ,a pessoa que tem essa competência mantém a coerência entre o que
fala e o que faz, age com honestidade, mantém-se fiel aos seus princípios e valores,
reconhece seus erros, tem conscienciosidade, ou seja, senso de responsabilidade
por aquilo que faz, honra os compromissos assumidos, responsabiliza-se por atingir
seus objetivos, é organizada e cuidadosa no trabalho.

Resiliência ou adaptabilidade também é uma competência relacionada ao


autocontrole – Ser flexível perante mudanças e situações novas, encarar as
mudanças e imprevistos como algo natural, adequar sua conduta ao que a nova
situação exige e lidar bem com diversas demandas simultâneas. Ser aberto a novas
ideias e modos de fazer as coisas, interessar-se por novas ideias e as busca em
fontes variadas, interessar-se pelos pontos de vista dos outros, examinar soluções
originais para os problemas, gerar novas ideias, adotar novas formas de pensar e
perspectivas e assumir o risco de experimentar o novo.

AUTOMOTIVAÇÃO

Automotivação é a dimensão do “eu me mobilizo”. Suas competências são


fundamentais não só para a evolução no mundo do trabalho, mas também para a
nossa realização como seres humanos.

Orientação para a realização – Ser movido pela concretização de objetivos,


estabelecer metas para si mesma, Assumir riscos calculados, buscar os meios para
atingir suas metas, manter-se firme para alcançar o que deseja, aprender a melhorar
seu desempenho, dedicar-se ao atingimento da meta de um grupo ou organização

Iniciativa – Tomar atitudes espontaneamente e prontamente. A pessoa que tem essa


competência está sempre pronta para aproveitar oportunidades, toma a frente de
outras pessoas para propor ou realizar algo, acelera pessoas e/ou processos para
que as coisas aconteçam.

Otimismo – Acreditar que o melhor irá acontecer, agir com esperança de sucesso
em vez de medo do fracasso, encarar obstáculos como circunstâncias contornáveis,
persistir na busca dos objetivos apesar dos revezes.

EMPATIA

Consciência do outro é a dimensão do “eu considero os outros”. Suas competências


nos ajudam a manter relacionamentos equilibrados não apenas no trabalho – com
colegas, liderados, superiores ou clientes –, mas também em outro campos da vida,
como o familiar e o social.
Empatia – Compreender os outros, se colocar no lugar dos outros.

O que faz a pessoa que tem essa competência: Sabe colocar-se no lugar dos outros
para entendê-los, percebe os sentimentos dos outros por meio da linguagem
corporal deles, tem consideração pelos pontos de vista, necessidades e/ou
interesses alheios.

CAPACIDADE DE SE RELACIONAR

Habilidades sociais são a dimensão do “eu gerencio os outros”. Trata-se de


competências-chave para o exercício da liderança e também estratégicas para
nossa projeção no ambiente de trabalho ou social.

A pessoa que tem essa competência facilita a ampliação das habilidades dos outros
identificando os pontos fracos das pessoas e dá orientação para que elas possam
supri-los, reconhecendo os pontos fortes das pessoas e enaltece-os com
comentários (feedback positivo) e propondo tarefas que estimulam o
desenvolvimento das aptidões das pessoas.

Influência – Convencer e mobilizar os outros, ter consciência de como o seu estado


de espírito influencia o dos outros, criar proximidade com os outros, deixando-os à
vontade na presença dela, saber chamar atenção para si, levar em conta
sentimentos, interesses e resistências dos outros para argumentar com eles.

Comunicação – Compartilhar informações e ideias. A pessoa que tem essa


competência : Sabe ouvir os outros com atenção e serenidade, compartilha
informações abertamente preocupa-se em transmitir mensagens de modo que os
outros entendam, adequa a mensagem conforme o estado emocional das pessoas,
lida de forma direta com questões delicadas, mantém os canais de comunicação
abertos tanto para boas como más notícias.

Gerenciamento de conflitos – Mediar e solucionar discordâncias. A pessoa que tem


essa competência: Usa delicadeza e diplomacia para lidar com pessoas difíceis e
situações tensas, identifica os pontos de discordância para que se possa solucioná-
los, incentiva a discussão aberta entre as partes em conflito, facilita a criação de
soluções para o conflito.

Liderança – Inspirar e conduzir indivíduos ou grupos. O que faz a pessoa que tem
essa competência: desperta nas pessoas entusiasmo e comprometimento em
trabalhar por um objetivo, assume a liderança de um grupo quando necessário,
independentemente de sua posição, guia o desempenho dos outros e assume a
responsabilidade pelo que eles fazem, é um exemplo de conduta para as pessoas

Além disso, a pessoa que tem a capacidade de se relacionar está sempre atenta a
diversidade cultural, política, sexual, respeitando essa diversidade e valorizando os
diferentes modos de pensar e ver o mundo.
2- Gestão das Emoções

As emoções são inerentes ao ser humano. Elas são reações aos eventos externos e
internos que nos chega através dos cinco sentidos. É impossível não emocionarmos
e também não é possível escolhermos qual emoção sentir, elas simplesmente fluem
junto com os acontecimentos. O não entendimento da dinâmica das emoções pode
gerar grandes transtornos em nossas vidas. Algumas doenças, conflitos
interpessoais, stress e até acidentes de trabalho se incluem nesses transtornos. A
gestão das emoções é a habilidade de facilitar a compreensão do processo
emocional humano a partir do conhecimento da sua dinâmica e fornecer recursos
que permitam as pessoas interagirem de forma mais harmônica e saudável nos seus
relacionamentos profissionais, sociais e familiares.

VALORES

Todos nós somos providos de valores pessoais que nos estimulam ou que nos
prendem. Esses valores foram sendo adquiridos ao longo de nossa história, sendo
influenciado por amigos, parentes e familiares. Esse conjunto se torna praticamente
nosso jeito de ser e agir. Nossos valores são tudo que acreditamos como certo, que
regem nossas condutas, independente da ética que faz parte de um conjunto de
valores da sociedade.

CRENÇAS

As crenças são generalizações que fazemos a nosso respeito, acerca de outras


pessoas e do mundo ao nosso redor. Elas são os princípios que orientam nossas
ações. Geralmente, pensamos nas crenças como ‘tudo ou nada’ e achamos que as
coisas nas quais acreditamos são sempre verdadeiras. As crenças se originam
através da cultura, da educação, do exemplo que recebemos, das nossas próprias
experiências e do meio em que vivemos. Com o passar do tempo os acontecimentos
podem confirmar e fortalecer as nossas crenças. Dentro de nossos valores existem
crenças que nos fortalecem nas tomadas ou não de decisões. Nossas crenças nos
movem no sentido do que acreditamos.

Nossos primeiros valores e crenças são adquiridos na fase que vai do zero aos sete
anos, é um período conhecido como "imprint", ou seja, impressão. Uma fase onde
somos como esponjas e absorvemos tudo o que acontece em nosso ambiente.
Nossa programação básica de como veremos o mundo ocorre nessa faixa etária.
Inconscientemente assimilamos o comportamento de nossos pais.

As crenças que são as ideias e percepções de uma pessoa, consideradas por ela
absolutas e verdadeiras. As crenças são formadas a partir da visão que a pessoa
tem de si e do mundo. É através de nossas crenças que olhamos para todas as
situações de nossa vida.
As crenças se originam de muitas fontes, como por exemplo, da nossa educação,
através do exemplo de pessoas importantes em nossas vidas, por “traumas
passados”, experiências repetidas e também pela cultura onde vivemos e
trabalhamos. À medida que vamos estabelecendo nossas crenças, também
adquirimos diferentes níveis de pensamentos, que poderão reforçar as crenças que
os originaram.

Em determinadas situações, nossas vivências facilitam uma compreensão errônea e


inadequada da realidade, através de processamentos falhos, isto é, erros de
pensamento. A partir disto, vamos formando conceitos inválidos e desenvolvendo
crenças que chamamos disfuncionais.

À medida que formamos estas crenças, precisamos ficar atentos, pois as mesmas
podem formar círculos viciosos na intenção de não “quebrar” estes pensamentos, ou
seja, elas tendem a repetir-se. Por exemplo, se você possuir uma crença de
fracasso, provavelmente não se dedicará de forma eficaz nos estudos. Afinal de
contas, por que você se esforçaria se tem certeza de que não irá passar? Sem
esforço, a não melhora na maneira de estudar é praticamente inevitável, e essa
possível piora ou a própria estagnação irá reforçar suas crenças de fracasso. Da
mesma forma ocorre o contrário, pois se você se esforçar terá grandes chances de
modificar e de estabelecer uma nova crença, mas desta vez, de sucesso.

Durante toda nossa vida, nós vemos o mundo de forma completamente singular,
filtramos a realidade objetiva através de nosso mapa mental, ou seja da nossa forma
de ver a realidade. Esses filtros são necessários para que possamos manter a
atenção naquilo que é importante para nossa sobrevivência ou qualidade de vida.
Nossos cérebros comparam e generalizam experiências, assim cada aprendizado
novo é comparado automaticamente com nossas experiências anteriores, ocorrem
três fenômenos de percepção nesse processo:

Generalização Ocorre quando pressupomos que devido ao fato de um evento ter


ocorrido no passado irá necessariamente ocorrer no futuro, percebemos a
generalização em frases que contém os termos: “todo mundo…”, “toda vez que…”,
“sempre…”, “nunca mais…”, etc.

Omissão ocorre quando parte da experiência não é percebida ou registrada


conscientemente. Percebe-se a omissão quando verificamos que a informação
recebida não é a mesma que foi enviada.

Distorção ocorre quando aumentamos, diminuímos ou simplesmente adaptamos a


informação recebida para que esteja de acordo com nossa realidade subjetiva.

Distorções Cognitivas

De certa forma, todos nós, temos as chamadas distorções cognitivas, que são
expressas em pensamentos automáticos disfuncionais. Dentro da teoria da mente
como processamento da informação, nossos esquemas distorcem a realidade para
que esta se torne condizente com nossas crenças centrais. Esses filtros também
são fatores importantes na criação das nossas crenças.

CRENÇAS CENTRAIS

Em nossa experiência de vida, desde a infância, é possível desenvolver ideias


positivas, de auto confiança e de auto amor, de merecimento e mais valia, ou
negativas, distorcidas da realidade, equivocadas pela percepção que temos sobre os
eventos da vida. Tais ideias se enraizam em nossa mente e são incorporadas como
verdades absolutas e geram sofrimento psicológico ao longo dos anos da idade
adulta. Essas ideias são chamadas de crenças centrais.

CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS

As crenças intermediárias são o nível existente entre os pensamentos automáticos e


as crenças centrais. As crenças intermediárias constituem uma forma de reduzir o
sofrimento provocado pelas crenças centrais, consistindo basicamente de regras e
suposições como “eu devo”, “eu tenho que”, “se...então”.

CRENÇAS EDIFICANTES

Uma crença edificante é positiva, amplia a autoconfiança e o auto amor. Ela é a


chave que abre a porta do sucesso. Crer em você mesmo e nas suas competências
é mais do que um diferencial, é uma questão de sobrevivência e autoestima. São
crenças edificantes: Eu posso, eu sou capaz, eu mereço!

CRENÇAS LIMITANTES

Crenças limitantes são as pequenas vozes que o convencem de que você não pode
ser / fazer / ter alguma coisa. As crenças limitantes tendem a se fortificarem quando
a pessoa foca sua atenção para os dados que confirmam sua visão negativa e não
conseguem perceber as situações da vida com outro ponto de vista. Esse processo
ocorre involuntariamente e automaticamente, gerando sofrimento psicológico e/ou
transtornos psicológicos significativos como a depressão e uso de drogas.

Essas crenças podem ser:

1. Em relação a si mesmo: Eu não mereço, eu não consigo, eu não sou capaz...

2. Em relação aos outros: Os outros são categorizados de maneira inflexível. São


vistos como desprezíveis, frios, prejudiciais, ameaçadores e manipuladores.

Também é possível desenvolver uma crença positiva em relação aos outros e em


detrimento a si mesmo: as pessoas são superiores, muito eficientes, amáveis e úteis
(diferente de si mesmo).

3. Em relação ao mundo: o mundo é injusto, hostil, imprevisível, incontrolável,


perigoso.
VALORES X CRENÇAS

Os valores são os sentimentos que governam as nossas decisões (no caso, o desejo
pelas metas). Saber quais são os nossos valores é importante para que façamos
uma auditoria de por que desejamos o que desejamos. Os sentimentos que mais
mobilizam as pessoas são: sucesso, poder, reconhecimento, segurança, liberdade,
independência e contribuição.

Isso significa que não queremos as coisas, queremos os sentimentos por trás das
coisas. Por exemplo, digamos que você queira R$ 1 milhão no banco, garanto a
você que o que te movimenta não é o R$ 1 milhão no banco, e sim o que o
sentimento de ter este objetivo significa. Pode ser segurança, liberdade, poder.
Esses são os seus valores, que são sólidos e duradouros e que definirão entre
outras coisas as suas crenças.

Já as crenças, são leis mentais que moldam a sua busca por suas metas, porém,
elas podem ser facilmente e instantaneamente modificadas a partir do momento que
você se convence de que aquilo não é verdadeiro.

PARADIGMA

Paradigma é um modelo, padrão, não necessariamente verdadeiro, mas respeitado


como se assim o fosse, algo que passa de geração em geração sem ser
questionado e que vai servir de exemplo a ser seguido em determinada situação.
São as normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam
como um indivíduo deve agir dentro desses limites.

AUTOGESTÃO DE VIDA

A autogestão implica em obter-se o melhor de si mesmo, mediante a percepção e a


utilização dos recursos pessoais em todas as dimensões da vida. Isto é, ser o
mestre do seu destino.

Nesse sentido, se poderia dizer que para a compreensão do conceito de autogestão


em relação à vida pessoal, é necessária uma verdadeira tomada de consciência do
poder que individualmente todos têm, mas que o entregamos a terceiros para
decidirem o que devemos ser, ter, fazer, consumir. Podemos dizer que a autogestão
de vida é a utilização efetiva das capacidades da inteligência emocional e da gestão
das emoções a nosso próprio favor.

EMOÇÕES

A emoção é uma experiência afetiva que aparece de maneira brusca e que é


desencadeada por um objeto ou situação excitante, que provoca muitas reações
motoras e glandulares, além de alterar o estado afetivo. É uma resposta imediata á
um estímulo. Uma emoção propriamente dita é um conjunto de respostas químicas e
neurais que formam um padrão diferente do habitual. Estas respostas são
produzidas quando o cérebro normal, recebe um estímulo que “quebra” esse
“equilíbrio”, desencadeando a emoção.

As emoções são reações que representam modos eficazes de adaptação face às


mudanças ambientais, contextuais e/ou situacionais. Em termos psicológicos, as
emoções alteram a atenção e elevam o nível de determinados comportamentos na
hierarquia de respostas do indivíduo. No que diz respeito à fisiologia, as emoções
organizam as respostas de muitos sistemas biológicos, inclusive as expressões
faciais, os músculos, a voz e o sistema endócrino, com vista a estabelecer um meio
interno ótimo em prol de um comportamento mais efetivo.

SENTIMENTOS

O sentimento é uma auto percepção do próprio corpo, acompanhada pela percepção


de pensamentos com determinados temas e pela percepção de um modo de pensar.

O sentimento pressupõe necessariamente um juízo sobre um conjunto de auto


percepções. Resumindo, os sentimentos são uma ideia sobre o corpo e/ou
organismo, quando este é perturbado de alguma forma pelos processos emocionais,
por esse motivo, são mais intensos e duradouros.

SENTIMENTOS X EMOÇÕES

Os sentimentos são únicos aos seres humanos, podemos considera-los uma


evolução das emoções. Os sentimentos são mais conscientes que a emoção, pois
enquanto as emoções muitas vezes chegam ao ser humano e aos animais de forma
inconsciente, o sentimento é uma espécie de juízo sobre essas emoções, que
devido às emoções serem inconscientes, nem sempre corresponde à verdade. É
importante referir que emoções e sentimentos interagem entre si, emoções dão
origem a sentimentos, contudo, um sentimento negativo gera mais emoções
negativas.

Quando aparece perante nós um perigo, antes de qualquer outra coisa, mesmo da
consciência, existe a emoção, o medo, embora nos primeiros segundos nem o
próprio indivíduo perceba o que está a ocorrer. Posteriormente surge o juízo “ tenho
medo”, ”estou assustado” e isso é que são sentimentos.

EMOÇÕES PRIMÁRIAS
As emoções básicas ou primárias têm características e graus diferentes de
manifestação. No entanto, todas elas têm como principal objetivo a preservação da
vida ou a sobrevivência da espécie. As chamadas emoções básicas obedecem aos
seguintes critérios: São inatas e não adquiridas ou aprendidas através da
experiência ou da socialização;

Haverá concomitante contração generalizada dos músculos flexores, sendo possível


adotar-se uma atitude regressiva fetal, vasoconstricção periférica, palidez da face e
esfriamento das extremidades, com brevíssima parada dos movimentos respiratórios
e dos batimentos cardíacos. Derivam das mesmas circunstâncias para todas as
pessoas (perdas pessoais tornam todas as pessoas tristes, independentemente da
idade ou cultura);

As funções acarretam uma forte componente comunicacional e fisiológica;

São expressas de uma forma única e distinta (através de expressões faciais


universais):

Evocam um padrão de resposta fisiológica distinto e altamente previsível.

Emoções Primárias: o medo, a raiva, a tristeza e a alegria.

Elas podem ser adaptativas ou desadaptativas.

Emoções Primárias Adaptativas são: raiva, tristeza e medo. Tais emoções possuem
uma relação com a sobrevivência e ao bem-estar psicológico. São aquelas rápidas
quando aparecem e mais velozes ainda quando partem.

As Emoções Primárias Desadaptativas, são as emoções das quais as pessoas


lamentam tê-las expressado de maneira tão intensa ou equivocada e
freqüentemente se arrependem.

EMOÇÃO DA RAIVA:

Induz movimentos violentos de ataque ou de defesa, aumentando a força corporal,


gera força e energia para superar obstáculos, todas as vezes que houver ameaça á
sua vida, ou condição de vida a raiva se apresenta como defesa natural, uma
espécie de força vital. Como não existe uma emoção chamada coragem, a raiva
funciona como antídoto natural contra o medo.

FACETAS DA RAIVA:

Agressivo, Crítico, Irado, Histérico, Invejoso, Rabugento, Decepcionado, Chocado,


Exasperado, Frustrado, Arrogante, Ciumento, Agoniado, Hostil, Vingativo, Colérico,
Sentido, Indignado, Chateado, Revoltado.

EMOÇÃO DO MEDO:
O medo é um impulso, geralmente desqualificado pelos seres humanos. É muito
comum nos referirmos ao medo como um impulso negativo, ou até mesmo como
uma falha grave ou defeito nas pessoas. O medo nos ensina o respeito ao limite,
precisa ser eliminado ou superado, quando ele é ou se torna patológico.

FACETAS DO MEDO:

Tímido, Apavorado, Medroso, Horrorizado, Desconfiado, Incrédulo, Envergonhado,


Embaraçado, Afeito, Surpreso, Culpado, Ansioso, Prudente, Indeciso, Constrangido,
Modesto.

EMOÇÃO DA TRISTEZA:

Leva a cessão dos movimentos. O medo e a tristeza levam a baixa estima, a tristeza
é a negação da alegria. A alegria foi frustrada aparece uma raiva impotente e logo
dará lugar a uma tristeza: tristeza por perda real ou condição de vida. O positivo é
expressar a tristeza por palavras e gestos, entre em contato com o sentimento e
permita-se chorar e ou recolher-se. Você precisa de um tempo para recuperar a
energia e avaliar a extensão da perda e se redirecionar para outras emoções: passar
a contatar como uma emoção autêntica subjacente e ir fundo nela. Longo período de
tristeza leva a depressão, como já dissemos, baixa estima, baixa nos níveis de
anticorpos, predispondo o ser a infecção com maior facilidade, é uma das mais
perigosas a saúde quando muito prolongada. As modificações corporais provocadas
pela tristeza são menos evidentes do que as das demais emoções.

FACETAS DA TRISTEZA:

Triste, Desesperado, Desgostoso, Depressivo, Entediado, Solitário, Ferido,


Desolado, Meditativo, Estafado, Retraído, Apiedado, Concentrado, Deprimido,
Melancólico, Nostálgico.

EMOÇÃO DA ALEGRIA:

É a emoção mais boicotada, a alegria expande o ego e contagia. A alegria é salutar,


é desfrutar a vida com prazer e compartilhar com os amigos, parentes, entes
queridos. Ter alegrias por suas vitórias, seus feitos e suas realizações é auto-estima.
Os efeitos da alegria são impulsos fortalecedores da energia geral. Sendo a alegria
uma emoção contagiante há tendência a aproximação física, toques, abraços
afagos.

FACETAS DA ALEGRIA:

Alegre, Contente, Confiante, Feliz, Satisfeito, Animado, Interessado, Deslumbrado,


Otimista, Aliviado, Eufórico, Embriagado, Espirituoso, Numa Boa.

EMOÇÃO DO AFETO:
Emoção presente nos estados de amor, em seus diversos rótulos, amor maternal,
paternal, filial, fraternal e romântico. O afeto expande a alma engrandecendo-a,
correlaciona-se ao prazer, sexo e ao amor, induzindo-nos a uma aproximação física
tão grande que permite ou traz proteção e reprodução.

FACETAS DO AFETO:

Amoroso, Apaixonado, Solidário, Malicioso, Deslumbrado, Vidrado, Saudoso,


Encabulado, Indiferente, Curioso, Enternecido, Comovido, Esperançoso.

EMOÇÕES SECUNDÁRIAS

São emoções resultantes da combinação entre emoções primarias, e situações do


meio ambiente, são mais complexas do que as emoções primárias. São estados
afetivos de estrutura e conteúdos mais complexos que as primárias. Na realidade as
Emoções Secundárias, embora levem o nome de "emoções", já se constituem em
Sentimentos Sensoriais.

Exemplos delas são a ansiedade, o prazer, a euforia, a inveja, orgulho, vergonha,


timidez, arrogância, prepotência, entre outras.

EMOÇÕES DE FUNDO

São estados de longa duração, que podem influenciar no modo como as emoções
primárias são expressas, exemplos são a apatia e o mal-estar. Estão relacionadas
com o bem-estar, mal-estar, com a calma ou tensão. Os estímulos dessas emoções
usualmente são os internos, produzidos por processos físicos ou mentais contínuos
que levam o organismo a um estado de tensão ou de relaxamento, fadiga ou
energia, ansiedade ou apreensão. Nesse tipo de emoção, o papel principal é
desempenhado pelo meio interno e pelas vísceras, embora se expressem em
alterações complexas musculoesqueléticas, tais como variações sutis na postura do
corpo e na configuração global dos movimentos.

EMOÇÕES NEGATIVAS E ANTÍDOTOS:

Medo – Coragem Egoísmo – Altruísmo


Inveja – Admiração

Orgulho, Arrogância – Humildade Ódio, Ira – Tranquilidade, Amor


COMPONENTES DAS EMOÇÕES

As emoções possuem 3 componentes principais:

Componente Cognitivo: É o componente que possibilita o indivíduo processar os


estímulos e produzir reações a eles.

Componente Comportamental ou social: É o componente que possibilita a expressão


das emoções através dos comportamentos.

Componente Fisiológico: É o componente responsável pelas mudanças biológicas


que ocorrem no corpo na presença das emoções, como aumento dos batimentos
cardíacos, liberação de hormônios, agitação e suores.

PROCESSO EMOCIONAL

O processo emocional se constitui de 3 momentos básicos:

SENTIR

É um processo intrapsíquico. Todo ser humano vem programado para sentir as cinco
emoções básicas, e aprende a sentir as emoções secundárias e de fundo durante a
vida toda.

VERBALIZAR

É traduzir a emoção por palavras, é o processo verbal, é o grande diferencial do


homem para os demais animais: o poder da palavra. Enfim, as palavras têm
substância e poder, representam o fio de ouro do pensamento, das crenças dos
sentimentos.

EXPRESSAR

É a expressão corporal das emoções, ou seja, o modo como a emoção sentida ou


verbalizada se exprime através da linguagem do corpo. Sabemos que a energia da
emoção se espalha por todo o corpo, atingindo determinados setores, e que ao
alcançar nossos músculos, as emoções produzem movimentos diversos.

COMO SE FORMA O COMPORTAMENTO

O comportamento humano se dá da seguinte forma:

1- O indivíduo está inserido em um ambiente, e recebe um estímulo externo.


Exemplo: É noite escura, você está sozinho em casa e ouve um barulho lá fora.
2- O estímulo gera um pensamento alicerçado nos valores, crenças, paradigmas
e filtros usados pelo indivíduo, e isso dispara um gatilho. Exemplo: Você presenciou
ou escutou sobre uma experiência de violência consigo ou com um familiar ou
amigo, como assalto por exemplo. Ao ouvir o barulho, naquele ambiente, pensou
imediatamente na situação de violência. O barulho foi o gatilho, e esse gatilho
disparou uma reação física ( coração disparou )

3- Mediante isso, você teve ou um pensamento emocional, automático, regido


pelo seu medo, ou teve um pensamento racional.

4- Baseado no seu tipo de pensamento você tomou uma decisão: gritar por
socorro, fugir, reagir, ou averiguar o fato em si.

5- A partir da sua decisão é gerada a ação.

Quando criamos um padrão de comportamento, a tendência é automatizá-lo e essa


repetição automática da ação gera um hábito.

3- Pensamentos Disfuncionais

RPD – REGISTRO DE PENSAMENTO DISFUNCIONAL

Pensamentos Automáticos

Os Pensamentos Automáticos são espontâneos, breves, coexistindo com


nossos fluxos de pensamentos mais manifestos. Podemos dizer que eles são pré-
conscientes : na maior parte das vezes não os percebemos , embora possamos
fazer isto com um pouco de treino. Os pensamentos automáticos manifestam a
maneira como significamos as situações bem como as distorções que fazemos da
realidade. Parecem surgir espontaneamente e , em geral, estamos mais cientes da
emoção que sentimos decorrência deles do que do próprio pensamento. Podem
estar em formas verbais, visuais ou ambas. Assumimos estes pensamentos
automáticos como verdadeiros porém, quando tomamos consciência dos mesmos e
os ligamos às nossas crenças centrais, verificamos o sentido dos mesmos, podendo
assim questionar o seu funcionamento.

O exercício de RPD deve ser feito assim que um pensamento automático for
identificado.

O registro de pensamentos disfuncionais é objetivo e facilita que o indivíduo lembre-


se de eventos, pensamentos e sentimentos. Serve para registrar cognições e
reações, bem como examinar, avaliar e/ou modificar tais cognições.
O RPD visa proporcionar reconhecer a relação entre as situações ambientais
ativadoras, pensamentos automáticos, sentimento e comportamento, bem como
para que o se entenda melhor seu humor, criar mudanças de comportamento
desejadas e a mudar os pensamentos que interferem em seus relacionamentos. Ele
é realizado através de um registro sequencial onde o se descreve a situação em que
a pessoa se sentiu emocionalmente mobilizada, o pensamento que se sucedeu à
situação, o registro de quanto se acredita que aquele pensamento seja verdadeiro, o
registro da sua emoção classificando em um nível(em uma escala sendo de 0 a 10).

Para auxiliar pode- se fazer perguntas, como por exemplo, “Quem?”, “O quê?”,
“Quando?” e “Onde?”. Os pensamentos desencadeados a partir das situações são
chamados de pensamentos automáticos, podendo ser logicamente verdadeiros e
possuindo uma percepção adequada da realidade da situação. A escrita destes
pensamentos pode incitar uma racionalização de pensamento. E os estados de
humor geralmente são classificados por uma palavra e quantificados em relação a
sua intensidade.

4- Projeto de Vida

Quando alguém pretende construir uma casa, um profissional será contratado para
planejar tudo que será necessário fazer antes de começar as obras. Este profissional
irá também montar um projeto baseado nos desejos de seu cliente. A partir deste
projeto, ele terá uma noção de quanto material será necessário e quantos
trabalhadores serão contratados para construir a obra em determinado período de
tempo. Assim, quando a obra for iniciada, os trabalhadores terão um plano, um
projeto para seguir. Caso não houvesse esse planejamento prévio, provavelmente
os trabalhadores não saberiam como prosseguir, pois não saberiam o que a pessoa
que encomendou a casa quer, muito menos haveria os recursos necessários para a
construção da casa. A casa, provavelmente nunca seria construída ou se fosse, com
certeza não iria satisfazer os desejos do cliente.

Na vida, ocorre algo similar. Possuímos muitas metas e planos que desejamos
realizar. Temos a opção de escolhermos o nosso destino e o nosso caminho.
Queremos algo, entretanto, inúmeras vezes escolhemos rotas que nos afastam de
nosso objetivo maior ou ficamos confusos em relação a qual caminho tomar,
justamente por não ter planejado antes o que realmente queremos.

Um Projeto de Vida é um plano colocado em papel para que possamos visualizar


melhor os caminhos que devemos seguir para alcançar nossos objetivos. Para isso,
necessitamos saber claramente quais são nossos objetivos e metas e, precisamos
ter em mente também quais são os nossos valores, pois são eles que direcionarão
nossas vidas. Se nossas metas não estiverem em congruência com nossos valores
mais profundos, dificilmente estaremos satisfeitos com nossas vidas. Mesmo
alcançando as metas, se elas não estiverem em harmonia com o que realmente
nosso coração pede, sentiremos um vazio interior que poderá nos deixar confusos e
sem direção.

Dessa forma, conhecer-se, saber o que a vida realmente significa para você e
conhecer seus valores é de fundamental importância no planejamento do seu
Projeto de Vida. Os valores também podem estão livres para serem modificados,
pois à medida que evoluímos, nossos valores também evoluem. Nada é estático.

Um projeto de vida pode ser dividido em áreas ou saúdes: Física, Espiritual,


Intelectual, Financeira, Social e Ecológica.

COMO ADQUIRIR AUTOCONFIANÇA ATRAVÉS DE METAS BEM


ESTABELECIDAS:

Para desenvolver a autoconfiança é preciso, primeiro, estabelecer a meta.

Em princípio, deve-se começar com uma meta exequível em curto prazo e, ao atingi-
la, fixar em sua mente que você conseguiu realiza-la. O fato de o seu objetivo ter
sido pequeno não é tão importante. O importante é que você fixe na mente a
sensação de ter realizado algo que você idealizou com todo seu empenho. Fazendo
isto uma vez, sua autoconfiança se intensificará. Agora, basta estabelecer sempre
uma nova meta. Uma meta um pouco maior que a anterior, cuja execução seja
também um pouco mais difícil. Dessa forma, conquistando essa autoconfiança, você
perceberá que é capaz de realizar tudo o que planeja seriamente.

A razão pela qual muitas pessoas não conseguem concretizar seus objetivos deve-
se ao fato de desconhecerem a maneira correta para o estabelecimento de suas
metas.

Pode-se dizer que o processo de estabelecimento de metas é relativamente fácil, se


você pensar na grande recompensa em propriedade, tempo e paz de espírito que
receberá no momento em que ela for atingida.

Ao estabelecer metas, é imprescindível atentar para dois pontos:


1- Verificar se a sua meta tem real valor que mereça o seu esforço – Você não
deverá se menosprezar estabelecendo uma meta muito elementar e fácil que não
exija esforço algum de sua parte para ser atingida.

2- Verificar se a sua meta é condizente com a realidade – A sua meta em longo


prazo, pode-lhe parecer muito distante se comparada aos resultados do passado e a
sua capacidade atual, mas o essencial é que você sinta intensamente em seu
interior que pode se tornar capaz de corresponder a tais desafios.

OS DIFERENTES TIPOS DE METAS

Há dois tipos de metas que se deve estabelecer para obter sucesso na vida:

1- METAS DE LONGO PRAZO

Meta de longo prazo é a meta final que você pretende realizar dedicando toda sua
existência. Podemos dizer que tal meta é sua obra prima nas diversas áreas de sua
vida. Não obstante a meta esteja num futuro longe para muitos de nós, ela não deve
ser jamais um devaneio ou simples esperança. É necessário que ela esteja
esboçada em nossa mente com toda vivacidade, como algo real.

2- METAS DE CURTO PRAZO

Meta de curto prazo é aquilo que devemos realizar diariamente ou semanalmente,


como meio para conseguirmos realizar a nossa meta de longo prazo. Ela é a
sinalização que nos indicará se estamos ou não avançando na direção correta.

Em outras palavras, as metas de curto prazo são subdivisões da meta de longo


prazo, tornando-a possível de ser realizada.

SETE PRINCÍPIOS PARA TRABALHAR COM METAS

1. Diga o que você quer não o que quer evitar – a meta é o seu destino e dá a
direção para onde se mover. Metas positivas são motivadoras.
Perguntas-chave: “O que eu quero em vez disso?” ou “O que isso me dará? ou “O
que eu ganho com isso”? ”

2. Faça suas metas desafiadoras e realistas – elas têm de ser atingíveis, mas não
muito fáceis. As metas mais difíceis vão ensiná-lo mais. Mude as metas sempre que
necessário. O objetivo é ter sucesso com uma meta que valha a pena e não falhar
majestosamente. Quando atingir uma meta, congratule-se e estabeleça a próxima
mais alta.

Perguntas-chave: “Essa meta é atingível?” ou “Essa meta é desafiadora?”.

3. Influencie os resultados diretamente – a meta deve estar sob seu controle direto.
Você deve praticar a ação e não outra pessoa. Os outros, certamente, irão ajudá-lo,
mas você terá que pedir isso a eles.

Perguntas-chave: “Esta meta está sob meu controle?” ou “O que farei para atingir
essa meta?”

4. Meça seu progresso – em primeiro lugar, as metas devem ter um prazo; você
deve dar a si mesmo uma data limite. Em segundo lugar, decida como medir o
progresso e como monitorá-lo continuamente.

Perguntas-chave: “Quando vou atingir essa meta?” ou “Como vou medir essa meta?”
ou “Como vou saber que estou atingindo/que eu atingi essa meta?”

5. Cheque seus recursos – recursos são qualquer coisa ou qualquer pessoa que
possa ajudá-lo. É sempre motivador saber que você os tem.

Perguntas-chave: “Que recursos eu tenho?” ou “Como eu posso conseguir mais


ajuda?”.
6 – Avalie o custo – qual é o custo das suas metas? Você quer e é capaz de pagar
por ele? O custo não é simplesmente financeiro, mas, também, em termos de tempo
e outras coisas que você poderia estar fazendo se não buscasse a meta.

Pergunta-chave: “Vale a pena ir atrás deste objetivo?”

7. Faça um plano de ação – o aprender está no fazer. Este é o momento em que


você divide as metas em metas menores, para conseguir chegar às maiores.
Comece com maiores e pergunte o que o impede de atingi-las, então estabeleça
metas menores e específicas para vencer esses obstáculos.

O que você quer?

Muita gente acorda cedo, trabalha o dia todo e não sabe aonde quer chegar.

Diz que sabe, mas não sabe! E você, é assim?

COMO ESTABELECER E ATINGIR A META DE SUA VIDA

Cumprindo com seriedade os cinco estágios descritos a seguir, você conseguirá


realizar aquilo que almeja na vida, não importando a natureza desse objetivo.

Primeiro estágio – Defina em cada uma das saúdes o que você mais quer realizar.
Qualquer que seja sua opção, você deve estar imbuído de um desejo ardente de
concretizá-la.

Segundo estágio – Defina o prazo para atingir sua meta. Dentro do seu
planejamento, é indispensável estabelecer pontos de checagem, onde você
verificará o grau de evolução desse plano.

Estabelecendo o dia exato de atingir a meta, você está gravando em seu


subconsciente que encara com muita seriedade esse objetivo.

Terceiro estágio – Coloque no papel, com clareza, decisão e precisão a sua meta.
Quanto mais detalhada for à descrição do que deseja, melhor. Isso criará um mapa
mental no seu subconsciente que facilitará todo o processo.
Quarto estágio – Leia em voz alta o que você escreveu várias vezes durante o
processo, isso permitirá uma postura positiva em prol da realização dessas metas.

Quinto estágio – Aja! Este estágio é fundamental para a concretização de suas


metas. De posse de seu projeto de vida, parta para a ação imediatamente.

COMO FORMULAR UMA META

Primeiramente vamos definir o que é meta SMART: Seu nome traz as iniciais em
inglês dos principais requisitos de uma meta para que esta seja atingida com
sucesso:

• Specific - Específica

• Mensurable - Mensurável

• Accessible - Realizável

• Realistic - Realista

• Timely - Tempo definido

A motivação mais eficiente vem do desejo de alcançar algo que seja importante para
nós; ser motivado pelo medo do indesejado sempre produz uma alta dose de
estresse.

Nosso cérebro precisa de instruções claras sobre o quê, como e quando alcançar o
que deseja. Em outras palavras, saber exatamente o que desejamos. Esse será
nosso primeiro exercício: definir uma meta que atenda os seguintes requisitos: ser
específica, mensurável, realizável, realista e com tempo definido para ser atingida.

A meta tem que ser Específica

ESPECÍFICA: Quando digo que minha meta é "ser feliz", minha mente não
consegue interpretar o caminho a seguir para atingir isso; é algo subjetivo e genérico
demais. Mas quando digo que "quero fazer uma graduação do curso XXX nos
próximos quatro anos" ou que vou "perder 10 quilos nos próximos seis meses" logo
me ocorrem um conjunto de ações para atingir isso. Quanto mais detalhista eu puder
ser em relação à minha meta, mais fácil se torna mobilizar recursos internos para
torná-la realidade.

O processo de especificar uma meta também funciona como um poderoso exercício


de autoconhecimento: na medida em que eu me torno mais consciente do que "eu
quero", eu estou ao mesmo tempo descobrindo melhor "quem eu sou"!

A meta tem que ser Mensurável


MENSURÁVEL: Preciso ser capaz de avaliar meu progresso em direção à minha
meta; isso é imprescindível para que meu cérebro possa avaliar meu desempenho e
elaborar novas estratégias para chegar aonde se propôs. Tomando o exemplo da
perda de peso: se o projeto é perder 10 quilos em seis meses, e ao final dos
primeiros 3 meses eu perdi apenas 500 gramas, fica fácil perceber que a estratégia
que escolhi não está sendo eficiente e precisa ser revista.

Uma forma fácil de mensuração muito utilizada em coaching é uma escala de notas
de vai de 0 a 10; eu desejo melhorar minha satisfação com meu trabalho, por
exemplo; se hoje eu avalio que minha satisfação é nota 2, é fácil perceber que para
atingir um 10 preciso operar uma série de mudanças drásticas em minha forma de
agir.

A meta tem que ser Realista

ALCANÇÁVEL - REALISTA: Minha meta precisa estar ao alcance de minhas


possibilidades e de minha realidade; eu poderia, por exemplo, desejar caminhar de
bicicleta por todos paises da América pelos próximos dez anos. Mas se eu tenho
filhos pequenos e prestações de um financiamento de dez anos isso evidentemente
está fora de minha realidade. Devemos sonhar, mas com os pés no chão. Ao mesmo
tempo, ela precisa também ser atraente; somente vou fazer sacrifícios e me
disciplinar por algo que eu deseje muito; esse desejo, essa vontade, vai ser o motor
de minha motivação.

A meta tem que ter tempo hábil

TEMPO: É importante visualizar temporalmente o que queremos realizar; do


contrário logo vamos nos tornar vítimas de nossa tendência à procrastinação, tudo
vai ser um bom motivo para querer resolver isso depois. A percepção de tempo varia
muito de pessoa para pessoa; alguns de nós trabalham muito bem com metas de
curto prazo, como projetos para concretizar em 30 dias ou em 3 meses.

Formulário de Meta SMART

Um exemplo de formulário SMART: pense num objetivo pessoal que gostaria de


tornar realidade para ser trabalhado numa sessão e responda as seguintes
perguntas (por escrito, de preferência, para analisar posteriormente):

1. Qual é seu objetivo?

2. O que você quer exatamente?

3. Você pode visualizar o que vai acontecer quando atingir sua meta? Pode
descrever o que vê, o que ouve? Como você se sente?

4. Atingir esta meta depende apenas de você?

5. Sua meta é alcançável? Que evidências (provas) você tem disso?


6. Sua meta é atraente? Descreva o que ela tem de atraente.

7. Seu objetivo é realista? O quanto isso é real para você hoje?

8. Como você vai saber que está conseguindo o objetivo e como vai saber que já
conseguiu? (evidências sensoriais: imagens, sons e sensações)

9. O que impede você de alcançar seu objetivo?

10. O que você pode ganhar e perder ao alcançar seu objetivo?

11. Quais as capacidades e recursos que você possui hoje para atingir seu objetivo?

12. O que você vai fazer especificamente para atingir essa meta? Quando? Como?
(plano de ações)

Esse exercício é um eficiente ponto de partida, tanto para um processo de


autoconhecimento quanto para a organização de um plano de ações eficiente para
alcançar objetivos definidos.

É muito comum iniciarmos um exercício destes com um objetivo em mente e ao


longo das respostas percebermos que na verdade desejamos outra coisa; parabéns,
você já está exercitando seu autoconhecimento!

DEFININDO SUAS METAS

Por exemplo, seu objetivo é trocar de carro.

Descreva exatamente qual a sua meta, escolha o modelo, ano, o quanto pretende
gastar entre outros detalhes.

E de onde você vai tirar o dinheiro?

Ora, crie uma meta de acumulação de capital.

Descreva as possíveis maneiras de cumpri-la: Investimentos de curto prazo,


aplicações na bolsa de valores, vender o carro antigo, reduzir a compra de
futilidades, abrir mão de academia ou curso de violão...

Exercite sua capacidade mental e trace suas metas.

Claro que você não precisa definir todas as suas metas essa semana, você pode e
deve fazer isso aos poucos, conforme sua idade, fase da vida e crescimento pessoal
e profissional.
Para atingir suas metas você deverá dividi-las em passos e a cada passo realizado
você estará mais perto do seu objetivo!

"O impossível pode ser dividido em vários passos possíveis"

O prazer de atingir o objetivo

Muitas vezes vai ser difícil cumprir as metas estipuladas.

Por esse motivo é importante rever constantemente os benefícios que esse sacrifício
trará.

COMO USAR SUAS METAS PARA MONTAR UM PROJETO DE VIDA

Existem diversas maneiras de montar um Projeto de Vida. Ensinaremos aqui uma


maneira básica, mas sinta-se a vontade para seguir sua própria intuição e fazer algo
personalizado, afinal de contas, é o Projeto de sua Vida.

Um Projeto de Vida pode ser feito utilizando um formulário simples. Divida


igualmente uma folha em 7 partes que serão as 7 saúdes:

• Saúde Física

• Saúde Espiritual

• Saúde Intelectual

• Saúde Familiar

• Saúde Social

• Saúde Financeira

• Saúde Ecológica

Em cada uma das 7 saúdes você colocará as metas correspondentes. Siga o seu
coração e primeiramente coloque em cada área uma meta, objetivo ou sonho que
você realmente deseja alcançar. Medite, tranquilize-se e entre em contato com seu
Ser mais profundo para descobrir o que você realmente quer. A partir deste ponto,
utilize a razão para questionar o que será necessário fazer para alcançar tal meta.
Cada resposta será uma nova meta para alcançar o seu sonho. Determine uma data
para que cada meta seja cumprida e escreva tudo em seu Projeto de Vida. Você
pode tanto colocar todas as metas uma embaixo da outra, ou colocar cada meta em
uma folha de papel separada, assim poderá ir destacando cada folha conforme
alcança seus objetivos.

As 7 saúdes estão inter-relacionadas uma com outra, ou seja, para a conquista de


uma meta em uma área, talvez seja necessário colocar uma outra meta em outra
área.

Exemplo de uma saúde de Projeto de Vida:

Saúde Física:

- Eu vou alcanço saudavelmente o peso de 70kg até o dia ........

- Eu tenho uma alimentação balanceada e saudável todos os dias a partir de hoje.

- Eu pratico caminhada pelo menos 30 minutos por dia a partir de hoje.

- Eu faço um check-up médico uma vez por ano.

SOBRE AS SAÚDES:

Saúde Física: está relacionado com o seu corpo físico. O nosso corpo é o meio pelo
qual podemos manifestar toda nossa essência. O que você anda fazendo para
manter seu corpo saudável ?

Saúde Espiritual: está relacionado com o seu autodesenvolvimento como Ser. O que
você anda fazendo para manter sua paz de espírito, seu amor por você e pela vida ?
O que está fazendo para entrar cada vez mais em contato com o seu coração ?
Saúde Intelectual: está relacionado ao seu aprendizado. Quantos livros você tem
lido ? Tem feito algum curso ultimamente relacionado a qualquer área de sua vida ?
Tem ido ao teatro, concertos, cinema ? O quanto tem estudado ultimamente ?

Saúde Familiar: está relacionado aos relacionamentos familiares. Como você tem
tratado os familiares próximos de você ? O que o está impedindo de ter um
relacionamento mais amoroso e harmonioso com todos os seus familiares ?

Saúde Social: está relacionado com a sociedade como um todo. O que você tem
feito para viver numa sociedade mais justa ? Tem doado seu tempo ou amor à
alguma instituição de caridade ? O que tem feito para ajudar o próximo ?

Saúde Financeira: está relacionado com suas finanças. Você tem planejado como
vai poupar dinheiro para o futuro ? Aonde tem investido o seu dinheiro ? Tem uma
planilha de gastos e lucros ? Você está na profissão que deseja ? Você sabe qual o
seu objetivo e o que você realmente quer ? Pretende mudar de profissão ? Pretende
crescer na profissão que está ? Qual é a motivação (motivo para ação) que o faz
estar nesta profissão ?

Saúde Ecológica: está relacionado com a natureza e o planeta Terra. O que você
tem feito para viver em harmonia com a natureza ? Tem algum programa de coleta
seletiva de lixo ? Como está o consumo de água em sua residência ? Tem
desperdiçado água ? O que você tem feito para cuidar do meio-ambiente em que
vivemos ?

Guia Prático para elaboração de um Planejamento de Vida

Muitas pessoas atribuem a impossibilidade de planejar a vida em função das


mudanças que ocorrem no mundo que nos cerca, mas de fato, a dificuldade reside
em identificar, internamente, os rumo que se deseja seguir.

Tenho que concordar que é bastante difícil buscar as motivações, inspirações,


paixões, identificar valores essenciais, desejos, que não sejam aqueles de consumo,
com os quais somos bombardeados diariamente, desde muito pequenos. Penso que
nem esses, os desejos de consumo, sejam fáceis de identificar e escolher em face
da diversidade de tudo que se tem à disposição.

Algumas perguntas que costumo fazer aos meus alunos e clientes estão justamente
relacionadas à dimensão, do indivíduo. É necessário voltar-se para a própria história,
olhar para seu espelho e perguntar: Quem sou eu? O que estou fazendo com a
minha vida, a cada dia? Qual é o significado do que eu faço? Das minhas escolhas?

Faz-se escolhas diariamente, tendo consciência delas ou não. Deixar de escolher


também é uma escolha, mas também é deixar-se levar. Questionar, duvidar,
perguntar a si próprio o porque das escolhas é bastante útil e revelador Quanto mais
conscientes forem as opções mais fácil será posicionar-se diante da vida, diante de
você mesmo. Mas o que realmente importa é saber quais são as suas escolhas?

Quais são os critérios que você utiliza para escolher suas amizades, seus estudos,
sua profissão, o curso que você faz, a roupa que você usa, a viagem que você quer
fazer, seu companheiro ou companheira? O que mantém um relacionamento sem
graça, um trabalho sem desafio? O que te motiva levantar a cada manhã?

Quando tudo ao redor parece sem sentido, há que se perguntar se internamente a


bússola esta funcionando. Qual é o seu norte? Para onde você está caminhando?
Ou está simplesmente sendo levado pela massacrante rotina do dia-a dia?
Escolhendo a escolha do outro, por falta de uma própria?

Alguém já te disse que você é responsável por escrever grande parte da sua
história? Que você está no comando da sua vida? Que você pode e deve ser
responsável por fazer alguma diferença neste mundo, por menor que pareça?

Não estou dizendo aqui de atos heróicos ou de obras faraônicas, estou dizendo de
fazer alguma diferença para si próprio e no seu pequeno universo. Para o seu amor
próprio, para seu bem estar, para sua qualidade de vida, para melhorar o ambiente
em que você está inserido, na sua casa, com seus familiares, filhos, amigos, no
trabalho, na comunidade. Alguma coisa da qual você se orgulhe.

O que costuma ser reconfortante é desenvolver a capacidade de olhar para frente,


mais a longo prazo, e não apenas para o dia seguinte. Se comprometer com a sua
visão, com os seus propósitos. Essa é a segunda parte complicada.
COMPROMETIMENTO e PERSISTÊNCIA, e veja, não é com mais ninguém, é
apenas com você mesmo. Quando as dificuldades começam, a frustração torna-se
tão intensa e insuportável que parece mais fácil abandonar o antigo e “comprar”
outro sonho não de vida, mas de consumo, mais fácil do que refazer a estratégia
para alcançar o plano inicial.

Por essas razões os planejamentos tendem a ser difíceis de fazer e executar. Mas
sem saber lidar com essas situações corre-se o sério risco de viver um sonho que
não é o seu, realizar os desejos de outros de se perceber numa rotina que não
queria e apesar de tantas realizações sentir um vazio enorme dentro de si.

Os caminhos para evitar ou pelo menos minimizar que esse tipo de situação
continue a se repetir, são o autoconhecimento, a reflexão, tempo dedicado a olhar
para dentro de si e não apenas para fora. Perceber e tomar consciência dos seus
medos mais secretos, dos seus desejos, mais infantis, aqueles guardados numa
caixinha, bem escondida, que você nem sabe direito onde guardou a chave.

Trabalho Avaliativo do Módulo 3

Ao final de cada módulo, será solicitado um trabalho avaliativo visando o maior


aprofundamento do aluno nos assuntos estudados.

O trabalho do módulo 2 consiste em formular uma pesquisa de no mínimo 3 folha e


no máximo 5 folhas, em tamanho A4, usando fonte arial 12, espaçamento simples e
margens normais. No início do trabalho crie um cabeçalho com seu nome, curso e
capítulo como o exemplo abaixo:

Formação Livre em Psicoterapia Holística

Trabalho Avaliativo do módulo 3

Aluno: Fernanda Kriger

Data de entrega :01 de Janeiro de 2015

O trabalho deve ser um resumo do que você entendeu sobre os assuntos desse
capítulo. Você terá o tempo necessário para estudar com calma.

O trabalho deverá ser enviado por email para fernandakrigger@gmail.com


FORMAÇÃO LIVRE EM
PSICOTERAPIA
HOLÍSTICA

Módulo 04
PERSONALIDADE
Personalidade | Fundamentos da Psicanálise | Fundamentos da Terapia Reichiana |
Doenças, Emoções e Personalidade

1 – A Personalidade
Buscar definir o que seja a personalidade é tarefa delicada por conta da natureza da
matéria. São várias teorias e muita controvérsia em relação ao tema.
Uma corrente promove a ideia de que todos os seres humanos nascem com
capacidades potenciais iguais e que a diferença entre eles, vai ocorrendo conforme
as influencias ambientais.
Nesta corrente, o que diferenciaria Einstein, por exemplo, dos demais seres
humanos seriam as circunstâncias do meio ambiente onde ele se desenvolveu.
Outra corrente promove a ideia de que a personalidade é formada a partir da
constituição biológica do indivíduo, onde a genética não definiria tão somente os
aspectos físicos constituintes do indivíduo como cor dos olhos ou cabelos, mas
também, determinaria seu temperamento e demais traços de sua personalidade.
São dois extremos os quais podemos unir em equilíbrio, ou seja, a personalidade
seria o conjunto de características no interior de nosso ser, formado a partir de
nossa herança genética, de nossas vivencias únicas e da forma que percebemos o
mundo, capazes de tornar cada ser humano único em seu modo de ser e de interagir
com a sociedade em que se insere.
Voltemos então ao tema central que é a promoção do autoconhecimento de nosso
cliente ou de nós mesmos. Vemos que baseado na definição do que seja
personalidade, buscando harmonizar duas correntes, temos como um dos pontos
principais na formação desta, as forças do contexto social em que estamos
inseridos, forças estas que agem de forma benéfica ou maléfica, a partir do nosso
modo de ver e interagir com este mesmo contexto social.
Conforme for este olhar, o indivíduo terá reações e padronizações de
comportamento que irão marcar a sua conduta diante do mundo e de si mesmo. Por
vezes, esta conduta nos leva a sofrimentos que poderiam ser evitados, mas que no
modo contínuo de nossa conduta, vão sendo cristalizados afetando nosso
psiquismo, criando um desequilíbrio energético, nos fazendo por vezes adoecer
fisicamente.
A estas condutas chamaremos de estruturas defensivas e é sobre estas estruturas
que falaremos a seguir. Pautaremos na conceituação dada por Alexander Lowen,
criador da Terapia Bioenergética, uma técnica terapêutica que alia princípios da
Psicanálise com um trabalho a nível somático.
ANÁLISE ESTRUTURAL
Lowen utiliza 05 (cinco) termos para identificar cinco grupos distintos de

estruturas (padrões).

OBS.: Os termos utilizados por Lowen encontram semelhanças em termos utilizados


na psiquiatria e na verdade, a princípio, tem em seu entendimento, uma base
correspondente, mas devemos ter cuidado a utilizar os termos uma vez que estes
são mais conhecidos por seus significados na psiquiatria ou psicanálise, o que pode
até mesmo chocar a leigos em nossa temática ao ouvi-los em um consultório, por
exemplo. Penso até mesmo em que o aluno poderá se chocar em um primeiro
momento ao ler os termos, seus significados e perceberem algum enquadramento
nestas características, mas digo, que tudo isto faz parte do processo de aprendizado
desta técnica que assim como as demais exigem por conta do bom senso, e no caso
específico da Psicoterapia Holística, por artigo no nosso código de ética, que nos
utilizemos dela antes de a utilizarmos em outras pessoas.
Estes termos são referências e ao lado de cada uma serão utilizados termos que o
caracterizam como bem fez Luis Antonio Berto, que desenvolve estudos sobre a
Terapia Energética.

ESQUIZOIDE – que chamaremos aqui de DESCONECTADO, ou seja, que se


“desliga”, distrai, “viaja”.

ORAL – que chamaremos aqui de CARENTE, ou seja, que sente um desamparado.

PSICÓTICO – que chamaremos aqui de CONTROLADOR, ou seja, que busca


dominar.

MASOQUISTA – que chamaremos aqui de INVADIDO, ou seja, que sofre opressão.

RÍGIDO – que manteremos aqui o termo, ou seja, que gera tensão.

É importante saber que estes padrões de defesa podem tanto ter sido gerados por
vivências traumáticas como pelo fato de ao longo da história pessoal do individuo
terem sido atitudes que serviram de exemplo e que o individuo utiliza-se de forma
sistemática, se cristalizando como o procedimento padrão.
Estamos aqui falando de padrões de comportamentos que se manifestam de forma
inconsciente. Apontá-lo ao individuo e fazê-lo percebê-los de forma consciente, é o
primeiro passo para lidarmos com eles e consequentemente, transformá-los.
Percebê-las possibilitará ao individuo tomar atitudes diante delas, em um processo
que veremos mais adiante no curso e que chamamos de Expansão da Consciência.
Como vimos no módulo anterior, na infância, as posturas defensivas se manifestam
sobre tudo no corpo. Por vezes, estas defesas são úteis para o próprio bem estar da
criança, o que não ocorre na fase adulta, pois teremos aí uma fixação em atitudes
com características infantis e que não são adequadas nem pertinentes à fase adulta.
Pois estas atitudes agirão como limitadores do autodesenvolvimento do individuo
sobre vários aspectos. Os desafios devem ser enfrentados e é este enfrentamento
que vai nos amadurecendo e nos fazendo tomarmos posturas que não por outro
motivo são chamados de atitudes maduras diante das situações da vida.
Deves perceber caso esteja desde já utilizando este estudo para seu
autoconhecimento ou formando um saber para futuramente lidar com clientes, que é
bem difícil o individuo não se apegar a padrões de defesa, visto que assim como na
visão infantil, ele ainda vê benefícios em continuar as utilizando, sem se dar conta,
no quanto o limita quanto pessoa e quantos malefícios podem não só causar a si
mesmo como aos outros.
Vamos agora pontuar cada padrão, apontando suas características e a distorção de
percepção em relação ao mundo que cerca este indivíduo. É a partir destas
informações que o terapeuta poderá começar a construir uma programação de
atividades que irá promover as mudanças de comportamento no cliente ou em você
mesmo.

DESCONECTADA
Temos como característica principal no comportamento deste indivíduo o “ser
desligado”. Esta postura é consequência de uma insegurança em relação ao
enfrentamento de uma realidade que nem sempre se apresenta de forma agradável.
A hostilidade do mundo e a falta (que ela imagina ter) de tato no trato com esta
realidade, a faz não querer tomar consciência dos fatos da vida.

CARENTE
Temos como característica principal no comportamento deste indivíduo uma
fragilidade que parte claramente de uma postura infantilizada. Crê piamente que sua
visão de mundo é clara e que ele é uma vitima tão hostil este mundo se apresenta.
Descobrir a criança que temos em nós faz parte inclusive do processo de
amadurecimento, mas acreditarmos sermos frágeis como uma criança e
esquecermos o adulto que nós somos pode trazer problemas e os trazem.

CONTROLADORA
Temos como característica principal no comportamento deste indivíduo à crença de
que ele é um grande guerreiro com batalhas infindas a lutar e que a vida é assim
mesmo, um grande mar de problemas (e que quando não existe ele cria) e as
pessoas a sua volta são seus escudeiros nesta empreitada. Daí o convívio com os
outros ser bastante difícil, pois nem sempre estes querem seguir “suas ordens”,
“suas verdades”, o que é um absurdo para ele, pois ele tem o “poder total”, o “saber
total”, enfim, ele é o senhor de seu destino e também dos outros.

INVADIDA
Temo como característica principal no comportamento deste indivíduo, a
interiorização excessiva, uma postura de quietude, mas não de serenidade e sim, de
um sofrimento por conta de uma posição de baixa autoestima. Não se abrem ao
mundo por medo de se tornarem vitimas destes. Controlados, “invadidos” em sua
privacidade, descobertos em suas dificuldades.

RÍGIDA
Temos como característica principal no comportamento deste indivíduo, um
conservadorismo excessivo, onde qualquer mudança no modo de vida e em suas
crenças não é bem-vinda. Vive num mundo de aparências onde tudo estará sempre
em ordem e bem se nada mudar. Não existe autenticidade na sua fala e no seu
pensar, mas tão somente, a busca de manter-se sempre com o que se diz ser
politicamente correto.
CARACTERÍSTICAS PSICOSSOMÁTICAS
Segundo Lowen temos que estas defesas são manifestações muito fortes de nosso
inconsciente. Daí importantes de serem percebidas pelo terapeuta visto que todos
nós somos influenciados por estas elaborações de nosso inconsciente e que
acarretam posturas comportamentais que fogem de nosso entendimento, muitas
vezes gerando padrões negativos de ação e reação diante de nós mesmos e dos
outros. Estes padrões criam por vezes falsas crenças, mas que absorvemos como
verdades absolutas prejudicando nossa atuação no mundo.

Observações importantes para o terapeuta


As características que serão apresentadas serão agrupadas por cada padrão de
defesa e o terapeuta deverá utiliza-las para ir pontuando as características
apresentadas pelo cliente ou por ele mesmo, caso em processo de
autoconhecimento.
Todos nós apresentamos uma determinada combinação destas características,
sendo que, a predominância de um grupo de características que dará a identificação
do padrão aliado às características gerais apresentadas anteriormente.
Ao avaliar cada item e sua manifestação atente que a vivencia real do fato não é tão
relevante quanto à experiência de sensação do fato. Um exemplo para ficar claro:
“alguém que não sofreu uma humilhação, mas se sente humilhada” ou “alguém que
está presente entre pessoas desconhecidas e que não estão lhe dando nenhuma
atenção, mas que ela sente que estão a observando ou mesmo fazendo
comentários negativos sobre sua pessoa”.
O desenvolvimento deste trabalho de percepção por parte do terapeuta demanda
vivência de consultório/espaço, daí a importância dele se autoavaliar antes de
qualquer coisa e frequentemente, realizar autoanálises de manutenção.
O terapeuta irá trabalhar de forma a avaliar quantitativamente e qualitativamente
cada item apresentado. Como quantitativo devemos entender o anotar direto a
quantidade de itens apresentados em cada padrão. Como qualitativo, a forma de
percepção consciente do cliente. Neste caso, volto a dizer que é um trabalho que
demanda vivência e que ao longo do tempo, vai se aprimorando, visto que muitas
vezes, o cliente deixará claro para o terapeuta existirem em seu comportamento,
determinadas características e outras não, sendo expressas através de atos falhos.

OBS.: Ato falho sendo a fala ou gesto que a princípio mostra-se fora de contexto,
mas que nada mais é do que uma expressão do inconsciente – ex. você pergunta ao
cliente se ele se sente sozinho e ele diz para você: não pai ou você pergunta se ele
se sente bem fisicamente e ele ao mesmo tempo em que diz que sim leva a mão ao
abdômen.

Feita a avaliação, o terapeuta terá material para começar o processo de


aconselhamento, estimulando o cliente a refletir sobre as características que foram
apresentadas.
Segue abaixo a tabela com várias características baseada na pesquisa de Brennan.
Perceba que ao lado existe uma coluna onde você poderá ir marcando ao longo da
entrevista de avaliação, as características manifestadas (tire uma cópia e use nos
atendimentos).
DESCONECTADO

Hiperflexível;
Rosto com aparência de máscara;
Olhos vazios, sem vivacidade;
Braços pendidos como apêndices (e não como extremidades...);
Pés revirados;
Senso de si inadequado, falta de identificação com o corpo. Sentimento de
desconexão e desintegração;
Tendência a evitar relacionamentos íntimos e afetuosos;
Rejeição materna no começo da vida (consciente ou inconsciente / voluntária ou
acidental);
Terrores noturnos na infância;
Conduta não-emocional e retraimento, crises de raiva;
Atua tentando chamar a atenção exageradamente;
Intensa vida de fantasia; Inteligência abstrata;
Acha o mundo físico perigoso e aterrador;
Corpo fraco e sensível;
Medo constante / frequente;
Torção na postura física (normalmente com cabeça, tronco e pernas formando
ângulos entre si em situações de tensão);
Discrepância entre as duas metades do corpo (falta de integração entre as
partes superior e inferior ou esquerda e direita);
Vontade própria flutuante, sem coesão geral;
Tensões musculares crônicas situadas na base da cabeça, ombros, pelve e
articulações dos quadris;
Atitudes antagônicas (arrogância com abnegação; atitude de "virgem" com
comportamento devasso; etc).

CARENTE
Crescimento linear (corpo longo e esguio e falta tônus à musculatura);
Tendência à miopia;
Fraqueza;
Tendência em depender dos outros;
Sensação interna de precisar ser carregado, apoiado, cuidado;
Falta de satisfação no período da infância;
Baixa energia para o trabalho;
Nível de excitação genital reduzido;
Musculatura subdesenvolvida, mais nitidamente nos braços e pernas (pernas
dando impressão de não sustentarem devidamente o corpo);
Pés estreitos e pequenos;
Corpo evidenciando tendência a escorregar;
Incapacidade de ficar sozinho;
Alternância de humor entre depressão e elevação/sublimidade;
Tendência à depressão;
Perda, na fase inicial de vida, de uma figura calorosa e amiga Obs.: (mãe
deprimida não tem condições de estar disponível para seu filho).
Experiências de desapontamento no início da vida, não tendo obtido contato,
calor humano e apoio com pai, irmãos e irmãs;
Episódios depressivos ao final da infância e/ou início da adolescência;
Ações medidas e comparadas a outras pessoas (essa competitividade leva ao
distanciamento dos outros...)
Complexo de inferioridade e/ou sensação de não estar sendo tudo o que pode
ser, estar abaixo de sua potencialidade.
Necessidade / sensação desproporcional (exagerada) de reconhecimento,
esperando que alguém irá descobrir seu real valor e oferecer a chance e a
posição que realmente merece.

CONTROLADORA
Parte superior do corpo dando a impressão de estar cheia de ar;
Hiperexcitação da capacidade mental.
Olhos atentos e desconfiados;
Cabeça muito erguida;
Tensões no segmento ocular e na base do crânio;
Disputa pelo domínio entre pais e filhos em sua história pregressa;
Procura fazer com que os outros sempre precisem dele;
Evita expressar que precisa dos outros;
Pai ou mãe sexualmente sedutor;
Padrão de procura de relacionamentos baseado na regra de assumir um papel
inicial de submissão, subvertendo essa relação quando o vínculo estiver forte,
emergindo dominação e/ou sadismo;
Experiências na infância de manipulação sedutora e de inconsistência no
comportamento de adultos próximos (ex.: pai que alternadamente agrada e
rejeita a filha);
Essência forte, abundância de energia, habilidade executiva, talento para
inovação e criação;
Debilita os outros com aproximações sedutoras, principalmente pessoas
ingênuas;
Não admite nem permite a ocorrência de fracasso;
Em caso de fracasso coloca-se na posição de vítima;
Tem de ser sempre o vencedor de todas as disputas;
Emprega a sexualidade no jogo pelo poder;
Prazer dentro da atividade tem importância secundária em relação ao
desempenho próprio ou à conquista;
Tendência a roncar e/ou ter insônia.
INVADIDA
Pelve projetada para frente, com encurtamento para cima e achatamento das
nádegas (lembra a figura do cão com o rabo entre as pernas);
Agressão reduzida;
Autoafirmação reduzida;
Conduta provocativa;
Procura reagir violenta e explosivamente em situações sexuais;
Ações expressivas limitadas;
Tendência à ansiedade, especialmente de ser "castrado" (em atitudes, idéias,
aproximações, etc);
Crescimento num lar com amor e aceitação, ao lado de repressão severa;
Mãe dominadora e sacrificando-se, gerando o sentimento de sufocação na criança;
Pai passivo e submisso;
Criança sentindo-se culpada em qualquer tentativa de declarar sua liberdade ou
de afirmar sua atitude, quando negativa;
Atitudes de resistência e birras esmagadas;
Sentimento de ser ludibriado;
Medo de rejeição;
Claramente invadido quando criança (pais empurravam comida boca à dentro;
exigiam beijos e abraços, etc);
Bloqueios: parte superior do tórax; coxas; nádegas; virilhas; joelhos; barriga da perna.
Sofre, mas é incapaz e alterar a situação;
Tendência à submissão e cordialidade; lamenta-se se queixa, mas permanece submisso;

Medo de explodir;

RÍGIDA
Tendência a se manter ereto;
Medo de ceder;
Entende que se submeter significa perder-se completamente;
Sente passividade como sendo vulnerabilidade.
Sempre alerta para situações onde possa ser usado ou enganado;
Forte ego;
Orgulhoso;
Elevado teor de controle comportamental;
Testa a realidade antes de agir;
Sentimentos fluem, mas com manifestação limitada;
Tensão nos músculos longos do corpo;
Dado a gozos ou prazeres materiais;
Ambicioso e competitivo;
Agressivo;
Teimoso;
Proibição da masturbação infantil;
Age com o coração, mas debaixo de restrições e sob o controle do ego;
Nos relacionamentos, realiza "manobras" visando a proximidade;
Excepcional talento executivo; grande habilidade de ação;
Lida bem com trocas à distância (manipular e exercer autoridade, desempenhar
tarefas), mas as relações holísticas são indiferentes e frustrantes.
Ênfase no sucesso;

ANÁLISE COM OBJETIVOS PRÁTICOS

1) CLIENTE DESCONECTADO
Pontos a serem observados:
Experiência base: REJEIÇÃO
Problema principal: TERROR DA EXISTÊNCIA
O não desejo de interagir com outras pessoas ocorre por conta de uma hostilidade
que acredita ocorrer a partir deste contato por parte do outro.
Suas necessidades:
Sentir-se seguro no mundo, aprender a se ligar às pessoas afetivamente, viver o
momento presente.

Interagindo com o Desconectado:


Peça permissão para tocá-la. Peça-a que faça movimentos físicos, do tipo, de pé
dobrar os joelhos. Sorria sempre e peça que ela sorria. Motive-a falar o máximo
possível. Faça-a compreender que esta lá buscando ajuda. Faça-a repetir que se
sente segura ali, “eu me sinto segura aqui”. Faça-a perceber a amabilidade por parte
dela e que tem correspondência na sua. Faça-a ir se abrindo aos poucos, para falar
sobre os relacionamentos humanos, amor, carinho, amizade, namoro.

2) CLIENTE CARENTE
Pontos a serem observados:
Experiência base: CARÊNCIA AFETIVA

Problema principal: INSACIEDADE


Medo de nunca terem o suficiente, consequentemente, buscam sem limites que os
outros o satisfaça. Tornam-se verdadeiros sugadores de energia alheia. Vivem se
desapontando. Geralmente acreditam serem elas que vivem sufocadas no seio
familiar, no trabalho, nos relacionamentos, pois acreditam estarem sempre dando
mais que recebem.
Suas necessidades:
Sentir-se querido com toda a força do afeto na mesma medida que tem afeto para
dar ao próximo.

Interagindo com o Desconectado:


Primeiramente não deixá-lo se posicionar de forma a começar a exigir de você, mas
sim, de que ali existe uma troca. Pedir para tocá-lo e pedir para que o toque
também. Falar sobre as trocas humanas e que nem sempre são feitas na mesma
intensidade, visto que as pessoas não são iguais, logo, a intensidade de expressar
seus afetos também não.

3) CLIENTE CONTROLADOR
Pontos a serem observados:
Experiência base: TRAIÇÃO

Problema principal: NÃO CONFIA EM NINGUÉM


A postura de controle sobre as pessoas parte desta desconfiança na capacidade do
outro sendo ele o único sabedor de como agir, o que todos devem fazer, etc.
Geralmente com experiências na infância referentes a promessas não cumpridas.
Excesso de responsabilidades neste período de vida também são pontos a serem
observados. Este excesso gera uma insegurança de não ser capaz de satisfazer as
expectativas dos pais, sendo que uma vez suportado o fardo, ocorre um não
reconhecimento (traição).
Suas necessidades:
Sentir-se seguro e confiante em relação aos outros. Para de tentar controlar a tudo e
a todos. Não buscar ter mais atribuições do que é capaz buscando um
reconhecimento. Aprender a lidar com as imperfeições do mundo e as suas próprias.
Interagindo com o Controlador:
Busque não olhá-la nos olhos e caso ela exija ou comente este fato, diga que você
precisa ouvi-la e esta sua postura o ajuda a se concentrar. Demonstre que a sua
presença ali demonstra confiar em você. Estimule-a falar sobre confiança. Falar
sobre as expectativas que espero dos outros. Estimule a falar do seu excesso de
atividades e se já não é hora de se organizar de maneira a manter a mesma
produtividade, mas sem se desgastar tanto. Busque fazê-la compreender que as
pessoas são diferentes umas das outras e que cada um tem sua maneira de se
expressar e reconhecer os esforços do outro.

4) CLIENTE INVADIDO
Pontos a serem observados:
Experiência base: CERSEAMENTO DE EXPRESSIVIDADE

Problema principal: O MEDO DE INVASÃO DE SUA PRIVACIDADE.


O Invadido de certo viveu na infância em um ambiente onde pensamentos, ideias e
criatividade eram controladas. Com isto, carecem de autonomia, criando uma
insegurança no que tange agir de forma própria. Geralmente não pensam no futuro e
em criar expectativas, vivendo tão somente o presente.
Suas necessidades:
Sentir-se autossuficiente. Ter liberdade de agir e traçar seu destino. Ter liberdade de
se expressar.
Interagindo com o Invadido:
Estimule-o a refletir sobre o que o impede de se expressar, de agir, de traçar
projetos. Fale sempre de forma a buscar a colaboração dele em participar ou
mesmo, sugerir reflexões. Faça com ele um exercício onde irá elaborar um projeto
pessoal.

5) CLIENTE RÍGIDO
Pontos a serem observados:
Experiência base: DIFICULDADE EM TER PRAZERES.

Problema principal: FALTA DE AUTENTICIDADE.


O Rígido na infância pode ter se desenvolvido em um ambiente tenso e tido
experiências desagradáveis como pais alcoólatras, infiéis, com muitas doenças,
desavenças entre eles. Brigas a noite e paz durante o dia. Uma ilusão de perfeição.
Supervalorização das aparências, como se vestir bem. Geralmente um orgulho
extremo de ser quem é acompanhado de um vazio profundo de não saber bem o
que faz na vida. Por não ser autentico, tudo vive na superficialidade, tanto nos
relacionamentos quanto nas relações profissionais e familiares.
Suas necessidades:
Sentir-se autêntico. Conhecer seus reais desejos independentemente do que os
outros pensam. Descobrir no fundo, quem realmente é e o que busca na vida. Viver
experiências novas e não repetir as mesmas experiências que já conhece e as
quais, se apega.
Interagindo com o Controlador:
Estimule-o a falar do seu dia a dia e o que poderia fazer para torná-lo diferente. Fale
sobre felicidade e a relação desta com realizações. Peça a sua opinião sobre alguns
assuntos e argumente contrário estimulando um debate de ideias diferentes, onde
ele irá reforçar o que pensa, mas perceber outras formas de pensar.

Buscar trazer à consciência as facetas inconscientes que padronizam


comportamentos que são inadequados é, em resumo, o principal objetivo. Daí
estimularmos o cliente a ter uma nova visão sobre os seus problemas, sobre si
mesmo, os outros e o mundo, pois assim, ele se mostrará por inteiro, assumindo as
rédeas de sua vida e promoverá, através do processo de autoconhecimento, as
mudanças necessárias para um viver mais pleno e produtivo.

UM QUADRO APRESENTADO DE FORMA PONTUAL COM OS ASPECTOS

DEFENSIVOS EM RELAÇÃO ÀS ESTRUTURAS.

Desconectado Carente Controlador Invadido Rígido


Terror existencial Insaciedade Traição Perda de Falta de
Questão Privacidade autenticidade
principal Negação do
seu Eu
Enfrentar a Não ter o Soltar-se e Ser Ser
Medo realidade suficiente de confiar controlado; imperfeito
alguma coisa perda de si
mesmo
Agressão direta Falta de Foi usado e Vulnerável; Negação da
Sensação carinho traído humilhação realidade
psicológica e
espiritual
Ação Abandona o Suga a vida Controla os Exige e Não atua de
defensiva corpo dos outros outros resiste ao forma
mesmo autêntica
tempo
Resultado Corpo mais fraco Sente-se Agressão/traiç Inoperante Incapaz de
da ação incapaz ão contra si conhecer a si
defensiva mesmo mesmo
Individuar-se; Saber que o Confiar nos Ser livre Inserir-se na
Demanda entregar-se à Eu é outros; para sentir vida; sentir o
humana condição suficiente e se verdadeiro
humana expressar Eu
Incapaz de sentir O tempo é Nunca tem O tempo é O tempo é
o tempo linear uma tortura tempo estagnado um
Distorção
ou de viver no suficiente movimento
temporal
presente, no mecânico
mundo físico

LIBERANDO AS EMOÇÕES

Segundo Lowen temos memórias celulares que estão ligadas à cadeia muscular

que são identificados como “pontos emocionais” e que são apresentados no

desenho abaixo.
Ao ativarmos a memória destas células, podemos liberar sentimentos que estão
concentrados nestes pontos específicos.
Estas retenções de sentimentos, que são involuntárias, são responsáveis muitas
vezes por atitudes que prejudicam os relacionamentos com os outros e do indivíduo
com ele mesmo. São elementos que também ativam as defesas da personalidade,
que estudamos anteriormente e que também são prejudiciais ao convívio do
indivíduo com o mundo e com si mesmo.
Como desdobramento desse quadro, temos as raivas, inseguranças, medos, dentre
outros sentimentos e emoções negativas, bem como, muitas vezes o indivíduo deixa
que estes problemas se amplifiquem e venham a atingir familiares e demais pessoas
de seu círculo de convívio.
Lidar com esta liberação de emoções não é simples visto que para o corpo
emocional não existe a percepção temporal, como ocorre com nosso corpo mental,
por exemplo. Em outras palavras, ao sentirmos determinados sentimentos como
raiva ou medo, nossa reação é sempre a mesma e na mesma intensidade da
primeira vez que assim reagimos. Um exemplo para deixar bem claro: um homem
com raiva acumulada e que explodiu com a sua mulher, caso não libere
corretamente esta raiva, irá explodir novamente em outro momento do convívio ou
mesmo com outra mulher na mesma intensidade, pois um ciclo é gerado e a
repetição ocorre de forma automática. Daí que por vezes vemos pessoas reagindo
de forma desproporcional à situação em questão.
Liberar emoções é descarregar tensões reprimidas e antigas, abrindo assim um
caminho para um maior entendimento e percepção dos conflitos que fazem parte da
vida e que ao lidarmos com eles, devemos fazê-lo de forma equilibrada e madura.
Existem várias técnicas que podem se utilizadas e veremos algumas delas no
próximo módulo.
São indicadas para todo individuo que queira estar melhor consigo mesmo e com o
outro, sendo particularmente benéfico para todos aqueles que lidam diretamente
com várias pessoas no seu dia a dia, principalmente com crianças e/ou
adolescentes, bem como, para aqueles que trabalham junto a doentes ou pessoas
com problemas pessoais, em especial, pessoas que estejam vivendo um período
delicado, desgastante, estressante e que produzem com facilidade desequilíbrios
emocionais e energéticos.
Alguns sentimentos podem ser mudados com maior facilidade de forma definitiva e
quase que instantaneamente após algumas poucas sessões de psicoterapia
holística. Esses sentimentos normalmente estão ligados a percepções e/ou
expectativas distorcidas da realidade.
Outros sentimentos para serem dissolvidos envolvem o desdobramento de longos
períodos, pois demandam a troca de memórias de situações adversas por novas
experiências compensatórias.
No primeiro caso, temos o grupo das "coisas" que a pessoa idealizou ou projetou de
forma distorcida a partir de suas próprias ideias e percepções. No segundo,
experiências negativas reais efetivamente vividas e que precisam ser trocadas.
A memória independe da vontade própria, é automática e está diretamente ligada e
influenciada pela qualidade emocional presente durante o momento de ocorrência e
gravação de seus conteúdos. Dessa forma, uma sensação constante, por exemplo,
de fracasso não será passível de ser esquecida pela pessoa. Entretanto, sua
memória emocional de fracasso poderá ser reeditada por experiências recorrentes
de sucesso e êxito, proporcionalmente tão importantes quanto a(s) experiência(s)
que geraram o sentimento anterior de fracasso e perspectiva de que tudo o que
venha a ser realizado "não levará a nada".
Nesta mesma esfera encontram-se experiências de rejeição, medo/ insegurança,
fraqueza, fome e carência dentre tantas outras, que devem ser reeditadas
positivamente com experiências bem sucedidas de aceitação, confiança, força,
satisfação etc. Isso pode levar muitos anos.
Muitas mudanças somente serão passíveis de serem efetivadas e gravadas como
definitivas em nós a partir de exercícios constantes, desde os físicos até os
exercícios de comportamento e atitudes. Por exemplo: para acabar com uma
sensação constante de ansiedade é muitíssimo recomendado o exercício de comer
lentamente, o que exige normalmente um esforço tremendo, a confluência de várias
pequenas técnicas e muito, muito tempo, para que a pessoa possa ter êxito nessa
tarefa aparentemente tão simples.
Depois de percebido um determinado padrão indesejável em nós, haverá ainda um
tempo posterior no qual perceberemos a sua ocorrência novamente, sem que
consigamos nos manifestar ainda da forma que já desejamos. Esse período é crítico.
E devemos conduzir o cliente a ter muita calma e aceitação nesse momento.
LIDANDO COM OS SENTIMENTOS
Devemos ter a certeza que a consciência é a chave para a liberdade de se poder
viver e sentir todas as coisas de forma plena e saudável. Em equilíbrio, mente e
corpo sob uma clareza consciente, promove a potencialização do que é bom e a
dissolução do que é ruim.
Uma das formas de expressarmos nossos sentimentos é através da palavra dita,
que por vezes, por não ser dita ou dita de forma inadequada, podem acarretar
problemas ao indivíduo.
Façamos fechando este módulo, um estudo sobre as dificuldades de expressão e
como orientarmos o cliente em superar esta dificuldade.
O primeiro passo é orientá-lo em situações onde ele tem a necessidade de deixar
transparecer um incomodo e sentimentos negativos, de sempre se dirigir ao outro
falando de si e não do outro propriamente dito.

Um exemplo:
Ao invés de dizer: “você é muito controlador, você me invade demais”! Oriente-o a
falar de si embora expressando o mesmo descontentamento com a situação como,
por exemplo: “eu me sinto controlado quando você age deste modo” ou “eu me sinto
invadido quando estou perto de você”.
Ao mesmo tempo em que o indivíduo expressa seus sentimentos, o percebe em si
mesmo através das palavras.
Outros exemplos:
Ao invés de:
“Você é um safado, um cachorro”.
Utilize:
“Eu não me sinto bem quando você age de tal e tal forma. Na realidade, eu me sinto
um lixo...”
Ou no caso:
“Você está louco! Nem morto eu vou fazer essa m**** que você está me pedindo.”
Utilize:
“eu não vou fazer o que você está me pedindo porque se eu o fizer, EU vou me
sentir muito mal comigo mesmo (a). Não vai dar, pois não posso passar por cima de
mim mesmo(a) e sei que se fizer isso, depois ficarei com um sentimento muito ruim
dentro de mim. É algo meu, não tem nada a ver com você. Eu não ficarei bem
comigo. Me sentirei muito desconfortável Por isso não poderei fazer o que você está
me pedindo.”
Obviamente estes são apenas alguns exemplos, sendo o discurso adaptado pelo
cliente. Os exemplos servirão tão somente para mostrar o cerne da questão que é o
individuo estar sempre se posicionando de alguma forma, se questionando,
refletindo sobre si mesmo, se auto-observando.
Começando a agir assim, a pessoa irá ganhando desenvoltura com essa forma de
expressão até chegar o dia e a situação na qual consiga dizer, sem se alterar, com
senso de adequação e impostação, em equilíbrio e maturidade emocional, coisas do
tipo como no diálogo abaixo.
Para. Eu não quero que isso continue.
O outro - Por quê?...
Não sei. Só sei que não estou me sentindo bem com esta situação.
Algo errado que eu fiz? Dá pra ser de outro jeito?
Não. Não dá pra ser de outro jeito. Não tem nada a ver com certo ou errado. Só sei
que não estou me sentindo bem e não quero que isso continue. Não sei dizer ainda
nem o que está me incomodando. Se um dia, ou em algum momento, eu souber o
que está ruim pra mim, e houver uma oportunidade, eu posso até lhe dizer o que é.
No momento, só sei que eu não quero que isto continue. Chega.
Ou ainda:
Eu me senti roubado (a) quando você fez isso...
Você está me chamando de ladrão?!...
Eu não estou lhe chamando de nada. O que você é, ou como você se sente, é uma
questão pessoal e íntima sua, cabe unicamente a você descobrir e definir isso.
Investir o seu tempo e sua energia nisso. Isso não me cabe. Cabe a você. O que
acontece, o que eu disse, é que EU me senti roubado (a) quando isso aconteceu.
Estou lhe expondo isso com sinceridade e, neste momento, com tranquilidade, pois
estou me direcionando e fazendo o necessário para que isso não volte a ocorrer em
hipótese nenhuma. Neste momento, me expressando desta forma pra você, também
espero que o nosso contato a médio e longo prazo possa ser preservado e mantido
dentro do respeito e da consideração mútuos, pois de outra forma, vejo
possibilidades de que isso também possa ser perdido. Acredite: pode ser difícil para
você estar ouvindo isso, mas lhe asseguro, e tenho convicção de que você pode
sentir isso através do que estou manifestando agora, que também não é fácil para
eu falar essas coisas e estar aqui diante de você podendo olhá-lo com sinceridade e
autonomia. Pelo contrário: este momento também está sendo muito difícil pra mim...
Claro que para se chegar neste nível de autocontrole, expresso pela forma de
colocar palavras com entendimento e clareza de percepção, demanda tempo, até
mesmo vários anos, dependendo da situação em questão, especialmente quando
isso envolve cenários que abrangem pessoas muito próximas e mágoas ou padrões
já perpetuados ao longo de muitos anos.
O ideal é que a pessoa comece a treinar com pessoas e situações novas, de
preferência inéditas, e com envolvimentos mais leves. Pessoas que nunca viu e que
está encontrando uma primeira vez num contato fortuito. Um atendente de
estabelecimento comercial, uma pessoa na rua ou qualquer situação assim, com
baixo envolvimento. Posteriormente à medida que for ganhando confiança e sucesso
nesse tipo de situação, a pessoa pode ir evoluindo e começando a se expressar
melhor com os outros de uma forma em geral, trazendo esse padrão para
relacionamentos mais próximos, até chegar a ponto de estar com as pessoas mais
íntimas e resgatar questões que lhe incomodam a muitos anos silenciosamente, com
boas possibilidades de dissolução.
Esta forma de saber se colocar implica resumidamente, em não deixar que o outro o
transgrida, respeitando a si mesmo e seus direitos próprios e naturais, mas também
sem a necessidade de que para que isso ocorra seja necessário ser agressivo ou
subjugar o outro, mesmo que subliminarmente, impondo falsa autoridade, impingindo
medo, etc.
O indivíduo com dificuldade de expressão emocional deve dar uma especial atenção
à questão da dissolução da defesa invadida e das culpas que também muito
provavelmente carrega dentro de si. Fazer isso abrirá canais para que a pessoa
também comece a equilibrar o valor entre si e os outros, que antes era sempre
pesado a favor dos outros em detrimento de si própria, muito comum nos casos dos
controladores onde existe um sentimento real para o indivíduo de que “sacrifica-se
pelos outros sem o devido reconhecimento, valor e contrapartida...”
A orientação que será dada pelo terapeuta seguirá dois pontos básicos: que sejam
substituídos o julgamento e a crítica por uma afirmação objetiva dos fatos e que a
franqueza sempre é o melhor caminho para que o outro queira cooperar.

2- Fundamentos da Psicanálise

Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada por Sigmund Freud (1856-
1939). É um método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o
significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias
(sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito.

Este método baseia-se principalmente nas associações livres do sujeito, que são a
garantia da validade da interpretação. A interpretação psicanalítica pode estender-se
a produções humanas para as quais não se dispõe de associações livres. A
psicanálise é um método psicoterápico baseado nesta investigação e especificado
pela interpretação controlada da resistência, da transferência e do desejo. O
emprego da psicanálise como sinônimo de tratamento psicanalítico está ligado a
este sentido; exemplo: começar uma análise.

A psicanálise é um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são


sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e de
tratamento. A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da
doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do
complexo de Édipo são os conteúdos principais da psicanálise e os fundamentos de
sua teoria, e quem não estiver em condições de subscrever todos não deve figurar
entre os psicanalistas.

A Psicanálise é ao mesmo tempo um modo particular de tratamento do desequilíbrio


mental e uma teoria psicológica que se ocupa dos processos mentais inconscientes;
uma teoria da estrutura e funcionamento da mente humana e um método de análise
dos motivos do comportamento; uma doutrina filosófica e um método terapêutico de
doenças de natureza psicológica supostamente sem motivação orgânica. Originou-
se na prática clínica do médico e fisiologista Josef Breuer, devendo-se a Sigmund
Freud (1856-1939) a valorização e aperfeiçoamento da técnica e os conceitos
criados nos desdobramentos posteriores do método e da doutrina, o que ele fez
valendo-se do pensamento de alguns filósofos e de sua própria experiência
profissional.

A formulação da Psicanálise representou basicamente a consolidação em um corpo


doutrinário de conhecimentos existentes, como a estrutura tripartite da mente, suas
funções e correspondentes tipos de personalidade, a teoria do inconsciente, o
método terapêutico da catarse, e toda a filosofia pessimista da natureza humana
difundida na época. Além de alicerçar-se - como método terapêutico -, nas
descobertas do médico austríaco Josef Breuer, como doutrina tem em seus
fundamentos muito do pensamento filosófico de Platão e do filósofo alemão Arthur
Schopenhauer. No entanto, ao serem esses conhecimentos incorporados na
Psicanálise, foi aberto o caminho para um número grande de conceitos
subordinados que eram novos, como os de atos sintomáticos, sublimação,
perversão, tipos de personalidade, recalque, transferência, narcisismo, projeção,
introjeção, etc. A psicanálise constituiu-se, por isso, em um modo novo de abordar
as condições psíquicas correspondentes a estados de infelicidade e a
comportamentos antissociais, e deu nascimento ao tratamento clínico psicológico e
psiquiátrico moderno.

A extraordinária popularidade da psicanálise poderá, talvez, ser explicada, em parte,


pela sua ousada concepção da motivação humana, ao colocar o sexo - objeto
natural de interesse das pessoas e também sua principal fonte de felicidade -, como
único e poderoso móvel do comportamento humano. O mundo civilizado, pouco
antes chocado com a tese evolucionista de que o homem descendia dos
chimpanzés, já não se surpreendia com a tese de que o sexo dominava o
inconsciente e estava subjacente a todos os interesses humanos. A novidade foi
recebida com divertido espanto e prazerosa excitação. Em que pese os detalhes
picarescos de muitas narrativas clínicas, a abordagem do sexo sob um aspecto
científico, em plena era vitoriana, representou uma sublimação (para usar um
conceito da própria psicanálise) que permitiu que a sexualidade fosse, sem
restrições morais, discutida em todos os ambientes, inclusive nos conventos. Essa
permeabilidade subjetiva confundiu-se com profundidade científica, e a teoria foi
levada a aplicação em todos os campos das relações sociais, nas artes, na
educação, na religião, em análises biográficas, etc. Porém, a questão da motivação
sexual foi causa de se afastarem do círculo de Freud aqueles que haviam
inicialmente se entusiasmado pela psicanálise como método de análise do
inconsciente, entre eles Carl Jung, Otto Rank, e Alfred Adler que decidiram por
outras teses, e fundaram suas próprias correntes psicanalíticas. No seu todo, a
psicanálise foi fortemente contestada por outras correntes, inclusive a da
fenomenologia, a do existencialismo, e a da logoterapia de Viktor Frankl.

O pensamento de Freud está principalmente em três obras: "Interpretação dos


Sonhos", a mais conhecida, que publicou, em 1900; "Psicopatologia da Vida
Cotidiana", publicada em 1901 e na qual apresenta os primeiros postulados da teoria
psicanalítica, e "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade", de 1905, que contem
a exposição básica da sua teoria.

Em "Mal Estar na Civilização", publicado em 1930, Freud lança os conceitos de


culturas neuróticas, mais os conceitos de projeção, sublimação, regressão e
Transferência. Em "Totem e Tabu (1913/14) e "O Futuro de uma Ilusão" (1927)
expõem sua posição sobre a religião. Os postulados da teoria são numerosos, e seu
exame completo demandaria um espaço muito extenso, motivo porque somente os
aspectos usualmente mais conhecidos da doutrina e do método serão examinados
nesta página.

Importância do instinto sexual. Freud notou que na maioria dos pacientes que teve
desde o início de sua prática clínica, os distúrbios e queixas de natureza
hipocondríaca ou histérica estavam relacionados a sentimentos reprimidos com
origem em experiências sexuais perturbadoras. Assim ele formulou a hipótese de
que a ansiedade que se manifestava através dos sintomas (neurose) era
consequência da energia (libido) ligada à sexualidade; a energia reprimida tinha
expressão nos vários sintomas neuróticos que serviam como um mecanismo de
defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava consciente
devido à "repressão" tornada também inconsciente. A revelação da "repressão"
inconsciente era obtida pelo método da livre associação (inspirado nos atos falhados
ou sintomáticos, em substituição à hipnose) e pela interpretação dos sonhos
(conteúdo manifesto e conteúdo latente). O processo sintomático e terapêutico
compreendia: experiência emocional - recalque e esquecimento - neurose - análise
pela livre associação - recordação - transferência - descarga emocional - cura.

Estrutura tripartite da mente. Freud buscou inspiração na cultura Grega, pois a


doutrina platônica com certeza o impressionou em seu curso de Filosofia. As partes
da alma de Platão correspondem ao Id, ao Superego e ao Ego da sua teoria que
atribui funções físicas para as partes ou órgãos da mente (1923 - "O Ego e o Id").

O Id, regido pelo "princípio do prazer", tinha a função de descarregar as tensões


biológicas. Corresponde à alma concupiscente, do esquema platônico: é a reserva
inconsciente dos desejos e impulsos de origem genética e voltados para a
preservação e propagação da vida...

O Superego, que é gradualmente formado no "Ego", e se comporta como um


vigilante moral. Contem os valores morais e atua como juiz moral. É a parte irascível
da alma, a que correspondem os "vigilantes", na teoria platônica.

Também inconsciente, o Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a


cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos
e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se
á consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições
e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto
é, da pessoa moral, boa e virtuosa. O Superego ou censura desenvolve-se em um
período que Freud designa como período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e
o inicio da puberdade ou adolescência. Nesse período, forma-se nossa
personalidade moral e social (1923 "O Ego e o Id").

O Ego ou o Eu é a consciência, pequena parte da vida psíquica, subtraída aos


desejos do Id e à repressão do Superego. Lida com a estimulação que vem tanto da
própria mente como do mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é
governado pelo "princípio de realidade" ou seja, a necessidade de encontrar objetos
que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do Superego. É a alma
racional, no esquema platônico. É a parte perceptiva e a inteligência que devem, no
adulto normal, conduzir todo o comportamento e satisfazer simultaneamente as
exigências do Id e do Superego através de compromissos entre essas duas partes,
sem que a pessoa se volte excessivamente para os prazeres ou que, ao contrário,
imponha limitações exageradas à sua espontaneidade e gozo da vida.

O Ego é pressionado pelos desejos insaciáveis do Id, a severidade repressiva do


Superego e os perigos do mundo exterior. Se submeter-se ao Id, torna-se imoral e
destrutivo; se submeter-se ao Superego, enlouquece de desespero, pois viverá
numa insatisfação insuportável; e se não se submeter á realidade do mundo, será
destruído por ele. Por esse motivo, a forma fundamental da existência para o Ego é
a angústia existencial. Estamos divididos entre o principio do prazer (que não
conhece limites) e o principio de realidade (que nos impõe limites externos e
internos). Tem a dupla função de, ao mesmo tempo, recalcar o Id, satisfazendo o
Superego, e satisfazer o Id, limitando o poder do Superego. No indivíduo normal,
essa dupla função é cumprida a contento. Nos neuróticos e psicóticos o Ego
sucumbe, seja porque o Id ou o Superego são excessivamente fortes, seja porque o
Ego é excessivamente fraco.

O inconsciente, diz Freud, não é o subconsciente. Este é aquele grau da consciência


como consciência passiva e consciência vivida não-reflexiva, podendo tomar-se
plenamente consciente. O inconsciente, ao contrário, jamais será consciente
diretamente, podendo ser captado apenas indiretamente e por meio de técnicas
especiais de interpretação desenvolvidas pela psicanálise.

Atos falhos ou sintomáticos. Os chamados Atos sintomáticos são para Freud


evidência da força e individualismo do inconsciente: e sua manifestação é comum
nas pessoas sadias. Mostram a luta do consciente com o subconsciente (conteúdo
evocável) e o inconsciente (conteúdo não evocável). São os lapsus linguae,
popularmente ditos "traição da memória", ou mesmo convicções enganosas e erros
que podem ter consequências graves.

Motivação. Para explicar o comportamento Freud desenvolve a teoria da motivação


sexual (sobrevivência da espécie) e do instinto de conservação (sobrevivência
individual). Mas todas as suas colocações giram em torno do sexo. A força que
orienta o comportamento estaria no inconsciente e seria o instinto sexual;

Fases do desenvolvimento sexual. Freud contribuiu com uma teoria das fases do
desenvolvimento do indivíduo. Este passa por sucessivos tipos de caráter: oral, anal
e genital. Pode sofrer regressão de um dos dois últimos a um ou outro dos dois
anteriores, como pode sofrer fixação em qualquer das fases precoces. Essas fases
se desenvolverão entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos de idade, e
estão ligadas ao desenvolvimento do Id:

(1) Na fase oral, ou fase da libido oral, ou hedonismo bucal, o desejo e o prazer
localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno,
a mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer;

(2) Na fase anal, ou fase da libido ou hedonismo anal, o desejo e o prazer


localizam-se primordialmente nas excreções e fezes. Brincar com massas e com
tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do
prazer;

(3) Na fase genital ou fase fálica, ou fase da libido ou hedonismo genital, o desejo
e o prazer localizam-se primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo
que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mãe é o objeto do desejo e
do prazer; para as meninas, o pai.

TIPOS DE PERSONALIDADE

Aqueles que se detêm em seu desenvolvimento emocional, e por algum motivo se


fixam em qualquer uma das fases transitórias (Freud, 1908), constituem tipos e
subtipos de personalidade nomeados segundo a fase correspondente de fixação.

O tipo que se detém na fase oral é o Oral receptivo, pessoa dependente - espera
que tudo lhe seja dado sem qualquer reciprocidade; ou o Oral sadístico, o que se
decide a empregar a força e a astúcia para conseguir o que deseja. Explorador e
agressivo, não espera que alguém lhe dê voluntariamente qualquer coisa.

O Anal sadístico é impulsivamente avaro, e sua segurança reside no isolamento.


São pessoas ordenadas e metódicas, parcimoniosas e obstinadas.

O tipo genital é a pessoa plenamente desenvolvida e equilibrada

Complexos de Édipo. Depois de ver nos seus clientes o funcionamento perfeito da


estrutura tripartite da alma conforme a teoria de Platão, Freud volta à cultura grega
em busca de mais elementos fundamentais para a construção de sua própria teoria.

No centro do "Id", determinando toda a vida psíquica, constatou o que chamou


Complexo de Édipo, isto é, o desejo incestuoso pela mãe, e uma rivalidade com o
pai. Segundo ele, é esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida
psíquica e determina o sentido de nossas vidas. Freud introduziu o conceito no seu
Interpretação dos Sonos (1899). O termo deriva do herói grego Édipo que, sem
saber, matou seu pai e se casou com sua mãe. Freud atribui o complexo de Édipo
às crianças de idade entre 3 e 6 anos. Ele disse que o estágio geralmente terminava
quando a criança se identificava com o parente do mesmo sexo e reprimia seus
instintos sexuais. Se o relacionamento prévio com os pais fosse relativamente
amável e não traumático, e se a atitude parental não fosse excessivamente proibitiva
nem excessivamente estimulante, o estagio seria ultrapassado harmoniosamente.
Em presença do trauma, no entanto, ocorre uma neurose infantil que é um
importante precursor de reações similares na vida adulta. O Superego, o fator moral
que domina a mente consciente do adulto, também tem sua parte no processo de
gerar o complexo de Édipo. Freud considerou a reação contra o complexo de Édito a
mais importante conquista social da mente humana. Psicanalistas posteriores
consideram a descrição de Freud imprecisa, apesar de conter algumas verdades
parciais.

Complexo de Eletra. O equivalente feminino do Complexo de Édipo é o Complexo de


Eletra, cuja lenda fundamental é a de Electra e seu irmão Orestes, filhos de
Agamemnon e Clytemnestra. Eletra ajudou o irmão a matar sua mãe e o amante
dela, um tema da tragédia grega abordado, com pequenas variações, por Sófocles,
Eurípedes e Esquilo.

Narcisismo. Conta o mito que o jovem Narciso, belíssimo, nunca tinha visto sua
própria imagem. Um dia, passeando por um bosque, encontrou um lago. Aproximou-
se e viu nas águas um jovem de extraordinária beleza e pelo qual apaixonou-se
perdidamente. Desejava que o jovem saísse das águas e viesse ao seu encontro,
mas como ele parecia recusar-se a sair do lago, Narciso mergulhou nas águas, foi
ás profundezas á procura do outro que fugia, morrendo afogado. Narciso morrera de
amor por si mesmo, ou melhor, de amor por sua própria imagem ou pela
autoimagem. O narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa
própria imagem ou por nós mesmos, porque não conseguimos diferenciar um do
outro. Como crítica à humanidade em geral - que se pode vislumbrar em Freud -
narcisismo é a bela imagem que os homens possuem de si mesmos, como seres
ilusoriamente racionais e com a qual estiveram encantados durante séculos.

Mecanismos de defesa são processos subconscientes que permitem à mente


encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. A
psicanálise supõe a existência de forças mentais que se opõem umas às outras e
que batalham entre si. Freud utilizou a expressão pela primeira vez no seu "As
neuroses e psicoses de defesa", de 1894. Os mecanismos de defesa mais
importante são:

Repressão, que é afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo


do instinto. Um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode
ser completamente esquecido e se tornar não evocável.

Defesa de reação, que consiste em ostentar um procedimento e externar


sentimentos ambos opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são
inconfessáveis. Um pai que é pouco amado, recebe do filho uma atenção por vezes
exagerada para que este convença a si mesmo de que é um bom filho.

Projeção. Consiste em atribuir ao outro um desejo próprio, ou atribuir a alguém, algo


que justifique a própria ação. O estudante cria o hábito de colar nas provas dizendo,
para se justificar, que os outros colam ainda mais que ele.

Regressão é o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e


gratificantes, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente
angustiante. Devaneios e memórias que se tornam recorrentes, repetitivas. Aplica-se
também ao regresso a fases anteriores da sexualidade, como acima..

Substituição. O inconsciente, em suas duas formas, está impedido de manifestar-se


diretamente à consciência, mas consegue fazê-lo indiretamente. A maneira mais
eficaz para essa manifestação é a substituição, isto é, o inconsciente oferece à
consciência um substituto aceitável por ela e por meio do qual ela pode satisfazer o
Id ou o Superego. Os substitutos são imagens (representações analógicas dos
objetos do desejo) e formam o imaginário psíquico que, ao ocultar e dissimular o
verdadeiro desejo, o satisfaz indiretamente por meio de objetos substitutos (a
chupeta e o dedo, para o seio materno; tintas e pintura ou argila e escultura para as
fezes, uma pessoa amada no lugar do pai ou da mãe, de acordo com as fases da
sexualidade, como acima).

Além dos substitutos reais, o imaginário inconsciente também oferece outros


substitutos, os mais frequentes sendo os sonhos, os lapsos e os atos falhos. Neles,
realizamos desejos inconscientes, de natureza sexual. São a satisfação imaginária
do desejo. Alguém sonha, por exemplo, que sobe uma escada, está num naufrágio
ou num incêndio. Na realidade, sonhou com uma relação sexual proibida. Alguém
quer dizer uma palavra, esquece-a ou se engana, comete um lapso e diz uma outra
que o surpreende, pois nada terá a ver com aquela que queria dizer: realizou um
desejo proibido. Alguém vai andando por uma rua e, sem querer, torce o pé e
quebra o objeto que estava carregando: realizou um desejo proibido.

Sublimação. A Ética pede a renúncia às gratificações puramente instintuais por


outras em conformidade com valores racionais transcendentes. A sublimação
constitui a adoção de um comportamento ou de um interesse que possa enobrecer
comportamentos que são instintivos de raiz. Um homem pode encontrar uma válvula
para seus impulsos agressivos tornando-se um lutador campeão, um jogador de
futebol ou até mesmo um cirurgião. Para Freud as obras de arte, as ciências, a
religião, a Filosofia, as técnicas e as invenções, as instituições sociais e as ações
políticas, a literatura e as obras teatrais são sublimações, ou modos de substituição
do desejo sexual de seus autores e esta é a razão de existirem os artistas, os
místicos, os pensadores, os escritores, cientistas, os líderes políticos, etc.

Transferência. Freud afirmou que a ligação emocional que o paciente desenvolvia


em relação ao analista representava a transferência do relacionamento que aquele
havia tido com seus pais e que inconscientemente projetava no terapeuta. O
impasse que existiu nessa relação infantil criava impasses na terapia, de modo que
a solução da transferência era o ponto chave para o sucesso do método terapêutico.
Embora Freud demorasse a considerar a questão inversa, a da atratividade do
paciente sobre o terapeuta, esse problema se manifestou tão cedo quanto ainda ao
tempo das experiências de Breuer, que teria se deixado afetar sentimentalmente por
sua principal paciente, Bertha Pappenheim.

Os mecanismos de defesa são aprendidos na família ou no meio social externo a


que a criança e o adolescente estão expostos. Quando esses mecanismos
conseguem controlar as tensões, nenhum sintoma se desenvolve, apesar de que o
efeito possa ser limitador das potencialidades do Ego, e empobrecedor da vida
instintual. Mas se falham em eliminar as tensões e se o material reprimido retorna à
consciência, o Ego é forçado a multiplicar e intensificar seu esforço defensivo e
exagerar o seu uso. É nestes casos que a loucura, os sintomas neuróticos, são
formados. Para a psicanálise, as psicoses significam uma severa falência do sistema
defensivo, caracterizada também por uma preponderância de mecanismos
primitivos. A diferença entre o estado neurótico e o psicótico seria, portanto,
quantitativa, e não qualitativa.

Perversão. Porém, assim como a loucura é a impossibilidade do Ego para realizar


sua dupla função (conciliação entre Id e Superego, e entre estes e a realidade),
também a sublimação pode não ser alcançada e, em seu lugar, surgir uma
perversão ou loucura social ou coletiva. O nazismo é um exemplo de perversão, em
vez de sublimação. A propaganda, que induz no leitor ou espectador desejos
sexuais pela multiplicação das imagens de prazer, é outro exemplo de perversão ou
de incapacidade para a sublimação.

Os sonhos: conteúdo manifesto e conteúdo latente (Significados conscientes e


subconscientes). A vida psíquica dá sentido e coloração afetivo-sexual a todos os
objetos e a todas as pessoas que nos rodeiam e entre os quais vivemos. As coisas e
os outros são investidos por nosso inconsciente com cargas afetivas de libido.
Assim, sem que saibamos por que, desejamos e amamos certas coisas e pessoas e
odiamos e tememos outras.

É por esse motivo que certas coisas, certos sons, certas cores, certos animais,
certas situações nos enchem de pavor, enquanto outras nos trazem bem-estar, sem
que saibamos o motivo. A origem das simpatias e antipatias, amores e ódios, medos
e prazeres desde a nossa mais tenra infância, em geral nos primeiros meses e anos
de nossa vida, quando se formaram as relações afetivas fundamentais e o complexo
de Édipo.

A dimensão imaginária de nossa vida psíquica - substituições, sonhos, lapsos, atos


falhos, prazer e desprazer, medo ou bem-estar com objetos e pessoas - indica que
os recursos inconscientes surgem na consciência em dois níveis: o nível do
conteúdo manifesto (escada, mar e incêndio, no sonho; a palavra esquecida e a
pronunciada, no lapso; o pé torcido ou objeto partido, no ato falho) e o nível do
conteúdo latente, que é o conteúdo inconsciente verdadeiro e oculto (os desejos
sexuais). Nossa vida normal se passa no plano de conteúdos manifestos e, portanto,
no imaginário. Somente uma análise psíquica e psicológica desses conteúdos, por
meio de técnicas especiais (trazidas pela psicanálise), nos permite decifrar o
conteúdo latente que se dissimula sob o conteúdo manifesto.

A PSICANÁLISE E A PSICOLOGIA DE SCHOPENHAUER, BRENTANO E


HARTMANN

Os críticos consideram impressionante o quanto possivelmente Brentano influenciou


a Freud. Este assistiu suas aulas por pelo menos dois anos, e exatamente na época
que Brentano publicou seu famoso livro de 1874, Psychologie vom empirischen
Standpunkte (Psychology from an Empirical Standpoint. Trad. de A. C. Rancurello,
D. B. Terrell, and L. L. McAlister. Ed. Routledge & Kern Paul, Londres, 1973; 448 p. -
"A Psicologia de um ponto de vista empírico") em que seu equacionamento entre o
físico e o psíquico, o psicossomático, é mais salientado. Arthur Schopenhauer é
citado inúmeras vezes no referido livro, onde Brentano também discute amplamente
Karl von Hartman, filósofo alemão chamado "o filósofo do inconsciente", autor de "A
filosofia do inconsciente", de 1983, e o faz precisamente na questão dos estados
mentais inconscientes. Brentano gozava de grande popularidade em meio aos
estudantes, entre os quais estavam, além de Sigmund Freud, o psicólogo Carl
Stumpf, e o filósofo Edmund Husserl.

O quanto Freud retirou de Schopenhauer foi provavelmente através de Brentano.


Alguns críticos de Freud dizem que ele não fez muito mais que desenvolver na
Psicanálise as idéias que o filósofo apresentou em seu livro "O mundo como vontade
e representação". E o mais importante, Schopenhauer articula a maior parte da
teoria freudiana da sexualidade. A começar pela sua teoria dos instintos, o poder
dos complexos com origem na inibição sexual, incesto, fixação materna e complexo
de Édipo, correspondem perfeitamente à Vontade opressora que, na psicologia de
Schopenhauer, dirige as ações do homem, e o faz de modo total, não apenas no
instinto sexual (Eros) como também no instinto de morte (Tanatus) uma
manifestação da mesma Vontade condutora da natureza.

O conceito de "Vontade" de Schopenhauer contem também os fundamentos do que


viriam a ser os conceitos de "inconsciente" e "Id" da doutrina freudiana. A Vontade
como coisa absoluta e autossuficiente, tem ela própria "desejos". Quando se
manifesta na forma de uma criatura ela busca se perpetuar por via dos meios de
reprodução dessa criatura. Por isso o sexo é básico para a Vontade perpetuar a si
própria. Resulta que o impulso sexual é o mais veemente de todos os apetites, o
desejo dos desejos, a concentração de toda nossa vontade.

O que Schopenhauer escreveu sobre a loucura antecipou a teoria da repressão e a


concepção da etiologia das neuroses na teoria da Psicanálise e inclusive o que veio
a ser a teoria fundamental do método da livre associação de ideias utilizado por
Freud.

SÍNTESE DA PSICANÁLISE

As Cinco Premissas da Psicanálise:

1. Existe um inconsciente dinâmico.

2. Existe uma sexualidade infantil.

3. O núcleo da neurose é o complexo de édipo.

4. A neurose do adulto é a repetição da neurose infantil.

5. O indivíduo adoece com a diminuição da capacidade de amar.


Notas:

O inconsciente dinâmico exerce grande influência na conduta dos pacientes.

A sexualidade infantil é o conjunto de transformações no corpo e no psiquismo que


se iniciam no nascimento e culminam na fase fálica.

A neurose está ligada a uma tendência a repetir situações traumáticas.

Freud: focalizava suas teorias no complexo de Édipo e na sexualidade infantil.

Pós-Freudianos: focalizavam nas primeiras experiências emocionais infantis.

As duas hipóteses fundamentais da Psicanálise:

As duas hipóteses fundamentais são o determinismo psíquico e o inconsciente.

Teoria Psicanalítica é um corpo de hipóteses sobre o funcionamento e


desenvolvimento da mente humana.

O Determinismo Psíquico afirma que nada acontece por acaso na mente, tudo está
relacionado com algo anterior. Os sonhos também estão sujeitos a essa regra.

A Técnica Psicanalítica são métodos indiretos para o estudo de fenômenos


psíquicos ocultos.

A Associação Livre é a essência da técnica psicanalítica.

O Pré-consciente detém tudo aquilo que é de fácil acesso, como memórias e


lembranças que podem facilmente tornar-se conscientes.

O Inconsciente detém aquele conteúdo de difícil acesso e exerce grande influência


na vida mental.

Os Atos falhos ocorrem por influência do inconsciente.

Impulsos

Impulsos são forças instintivas que, juntamente às percepções sensoriais, vinculam


a Psicanálise com a Biologia.

A diferença entre instinto e impulso está na resposta motora do impulso que é


mediada pelo Ego.

Os impulsos são dinâmicos pois possuem uma fonte, uma finalidade, um objeto e
uma força, empregado energia psíquica (catexia); são inatos e internos ao
organismo; estão no limite entre o somático e o psicológico (no limite entre as
necessidade fisiológicas e as necessidades psicológicas); pertencem ao
inconsciente, mas tornam-se conscientes quando se ligam a um afeto ou a uma
representação.
Representações abrangem sensações e experiências emocionais primitivas que
ficam impressas no Ego.

Pulsões (impulsos) são dinâmicas, originam-se do corpo (fonte), visam obter


satisfação (finalidade), possuem um objeto que pode ser uma pessoa ou a própria
pessoa, e empregam uma energia e intensidade (força/catexia) que é constante
enquanto não há satisfação.

As pulsões passam por vicissitudes, que são a transformação ou deslocamento da


energia psíquica de uma pulsão para outra.

Tensão é o estado de excitação psíquica provocada por um impulso que impele o


indivíduo a buscar alguma gratificação.

A Energia Psíquica é a energia envolvida na tensão provocada por um impulso.

Catexia é a quantidade de energia psíquica associada à representação mental de


uma pessoa ou objeto.

Libido é a energia com um componente erótico originária de um impulso sexual. A


libido abrange todas as pulsões que se relacionam ao amor.

Destruto é a energia com um componente destrutivo originária de um impulso


agressivo.

Fases do desenvolvimento psicossexual são fases de fluxo gradual e variável,


denominadas fase oral, fase anal, fase fálica, latência e fase genital. Os nomes
estão relacionados ao objeto e modalidade de gratificação em que está investida
grande energia psíquica.

As três primeiras fases (oral, anal e fálica) compreendem o desenvolvimento


psicossexual da criança. A fase oral e a fase anal são conhecidas também como a
fase narcísica.

Tanto o impulso libidinal quanto o impulso agressivo participam da progressão das


fases.

As pulsões normais são aquelas observadas no desenvolvimento psicossexual.

Intercâmbio de pulsões pode ser exemplificado quando o sadismo vira masoquismo


ou o voyeurismo vira exibicionismo.

A transformação de pulsões pode ser exemplificada pelos mecanismos de


sublimação - quando a energia da pulsão sexual é empregada em outra atividade;
repressão - quando a energia é reprimida para o inconsciente; e pela formação
reativa - quando a energia é manifesta de uma forma contrária à pulsão original.

Compulsão a repetição trata-se da tendência de voltar a catexia para objetos que já


foram altamente catexizados e repetir a modalidade de gratificação.

Fixação da libido é a permanência de forte catexia libidinal em algum objeto ou


modalidade de gratificação de uma fase passada.
Refluxo ou regressão é quando, na progressão normal do desenvolvimento
psicossexual, a catexia libidinal retorna para um objeto de alguma fase anterior.
Quando é desencadeada por um impulso trata-se de uma regressão instintiva.

Autoerotismo é voltar a catexia libidinal dispensada a um objeto para o próprio corpo.

Infantilismo psicossexual: refere-se àquelas pessoas que se tornam fixadas em


algum estágio do desenvolvimento psicossexual e não atingem a maturação para a
heterossexualidade.

O Aparelho Psíquico

A mente é dinâmica em seu amadurecimento e funcionamento. As fases não


possuem uma divisão bem definida e eventos marcantes em cada fase costumam
influência a vida mental por um longo tempo.

A diferença entre pré-consciente e inconsciente é que aquilo que está no pré-


consciente torna-se consciente facilmente.

A Psicologia Profunda (ou Ψ do Ics.) trata dos conteúdos e processos mentais


impedidos de atingir a consciência por alguma força psíquica.

As três hipóteses do Aparelho Psíquico:

1ª. Hipótese Telescópica (ou do Trauma): modelo funcional → uma percepção ou


sensação chega a mente e provoca uma resposta motora (sistema perceptivo →
mente → sistema motor). Paradigma: o neurótico possui remanescências que
precisam ser revividas.

2ª. Hipótese Topográfica: dividia a mente em consciente, pré-consciente e


inconsciente. Paradigma: o que é inconsciente precisa se tornar consciente.

3ª. Hipótese Estrutural: divide a mente em Id, Ego e Superego. Paradigma: onde há
Id precisa haver Ego.

Diferença entre a 2ª e a 3ª Hipótese: a 3a hipótese é mais dinâmica.

Id é onde residem os impulsos. Ego é onde a mente interage com o ambiente e onde
os impulsos do Id são intermediados com os preceitos morais do Superego.
Superego é onde residem os preceitos morais.

As funções do Ego são o controle motor, a percepção sensorial, as lembranças, os


sentimentos e os pensamentos.

A Prova da Realidade é uma função do Ego que consiste em distinguir os estímulos


do ambiente (externos) dos impulsos e desejos do Id (internos).

Os fatores de desenvolvimento gradativo do ego são dois: o crescimento físico


sistema nervoso central (maturação) que é geneticamente determinado e os fatores
experienciais.
O corpo do bebê tem uma importância fundamental para o desenvolvimento do Ego
pois, diferente dos demais objetos, o corpo não é apenas sentido, mas também
sente. Isso define o Ego corporal.

Identificação é o processo que enriquece o ego para melhor ou para pior.

A identificação com o agressor ocorre quando um objeto é catexizado pela energia


agressiva e o indivíduo sente satisfação de participar ele próprio, pelo menos em
fantasia, do poder e da glória que atribui ao seu oponente.

O Superego é formado durante o complexo de édipo, como subproduto do medo da


castração – é uma instância psíquica que se separou do ego. É a internalização
simbólica da figura paterna e da cultura ideal. O Superego age como consciência,
mantendo o senso de moral e de proibição, e por tender a ficar em constante
oposição aos desejos do Id acaba sendo agressivo com o Ego. Diz-se que o
Superego é o herdeiro do complexo de édipo por sua formação estar marcada pelas
proibições paternais que impedem a realização dos desejos incestuosos dessa fase.
Ele emerge da solução dada pela criança a esse impedimento, na forma da
introjeção dos pais para si (identificação).

O Superego também encontra a energia para sua formação no sentimento de


hostilidade da criança para consigo mesma.

As três funções principais do Superego são:

Auto-observação;

Consciência moral – responsável pela culpa;

Ideal – responsável pelo sentimento de inferioridade.

Ideal do Ego é uma subdivisão do ego, relativamente autônoma, que surge com a
perda do narcisismo individual e permite a submissão de grupos à figura de um líder.

Ego Auxiliar são objetos do Superego que se organizam como aliados do Ego,
estabelecendo limites e impondo valores de forma não agressiva

Processo primário é o modo original como funciona aparelho psíquico, característico


de um Ego imaturo. No processo primário a energia psíquica se desloca e
descarrega no Id ou no Ego imaturo.

A tendência a gratificação imediata, a facilidade com que a catexia pode ser


deslocada do objeto original ou a facilidade com que um método de descarga pode
ser substituído por outro são características do processo primário.

O deslocamento está ligado ao modo como o Ego originalmente se manifesta, até


evoluir e se tornar capaz de retardar a descarga da energia catéxica.

O pensamento do processo primário é ilógico, atemporal, confuso, não verbalizado e


sem sequência.
São três os aspectos do pensamento do processo primário:

Deslocamento: uma parte representa o todo ou o todo representa uma parte de uma
idéia ou objeto.

Simbolismo: linguagem inconsciente para objetos e idéias proibidas.

Condensação: várias idéias são representadas por uma idéia ou parte de uma idéia.

Renegação: o indivíduo acredita em nível inconsciente ter sofrido a castração, sem


ter sido deveras castrado.

Perverso polimórfico: é a capacidade de utilizar qualquer tipo de objeto como fonte


de prazer. É característico das fases iniciais do desenvolvimento psicossexual, a
catexia fica dispersa em vários órgãos.

O processo secundário é o modo característico de funcionamento do Ego maduro.


São características do processo secundário o pensamento consciente,
primariamente verbal que obedece as leis habituais da sintaxe e da lógica.

Neutralização é colocar a energia de um impulso a serviço do Ego. No processo


primário a energia do impulso não é neutralizada. No processo secundário a energia
do impulso é neutralizada.

A frustração é importante para a maturação e desenvolvimento do Ego pois


estabelece os limites entre o "eu" e o "não eu".

O Ego pode opor-se aos impulsos e desejos do Id, e até mesmo combatê-los.O
desenvolvimento do Ego determina inevitavelmente um certo grau de
enfraquecimento do Id.

Os processos de gratificação fantasiosa são devaneios ou sonhos onde os desejos


do Id se encontram parcialmente realizados, trazendo certa gratificação.

O Princípio do Prazer é a tendência da mente em obter prazer e evitar o desprazer.


O Id é dominado pelo princípio do prazer e pelo processo primário.

É importante notar a diferença entre o princípio do prazer e o processo primário: o


processo primário é objetivo, enquanto o princípio do prazer é subjetivo.

Duas Teorias da Ansiedade

1ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade seria resultado da transformação da libido


represada.

2ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade seria consequência da influência de estímulos


que podiam emanar dos impulsos ou do ambiente.
A ansiedade é causada por estímulos internos do Id ou externos do ambiente que
ficam represados e não são adequadamente assimilados pelo Ego, dando origem a
uma situação traumática.

Ansiedade de alarme é uma função do ego que visa prevenir o trauma por meio da
antecipação da ansiedade de uma situação traumática, em uma situação de perigo
ou de perigo eminente.

A função normal da ansiedade é permitir ao Ego inibir os impulsos e desejos


perigosos do Id.

Mecanismos de defesa do Aparelho Psíquico

Defesa (atividade defensiva do Ego) é o controle exercido pelo Ego sobre os


impulsos do Id, usando a ansiedade que age sobre o "onipotente" princípio do
prazer.

Contracatexia é a energia empregada pelos mecanismos de defesa e que faz


oposição às catexias.

Supressão: atividade consciente de "esquecer" um conteúdo.

Mecanismos de Defesa:

1. Repressão: atividade inconsciente em que um conteúdo é bloqueado ao


acesso do consciente.

2. Formação reativa: transformar um sentimento em seu oposto.

3. Isolamento do sentimento: uma fantasia ou pensamento aparece no


consciente isolada de seu respectivo sentimento.

4. Anulação: ação que visa anular suposto dano.

5. Projeção: atribuir impulso ou desejo seu a outra pessoa.

6. Voltar-se contra si próprio: utilizar-se como meio de gratificação a um impulso


destrutivo.

7. Negação: negar a realidade externa.

8. Identificação: introjetar as características de outrem.

9. Regressão: voltar a uma fase anterior relacionada ao trauma que


desencadeia o mecanismo.

10. Sublimação: gratificar os impulsos por meio de uma atividade produtiva e


aceita pelo Superego.
Os mecanismos de defesa raramente são empregados de modo isolado ou mesmo
aos pares, ao contrário, muitos são usados em conjunto. Em geral um ou dois
mecanismos sobressaem-se como sendo os mais importantes.

As Transformações Sofridas pelo Ego

Segundo Freud não haveria ego no recém-nascido, no início apenas o Id está


presente. Madeleine Klein e outros refutam essa ideia, para os pós-freudianos o ego
é inato.

O Ego Arcaico (ou Ego do prazer puro) já permite interação com o mundo exterior,
mas é incapaz de diferenciar o "eu" do "não eu" por não possuir condições
neurobiológicas para tanto. Nesta fase o bebê expele (projeta) tudo que for
desagradável e retém (introjeta) tudo o que for agradável.

No Ego da Realidade Primitiva persiste a indiscriminação entre o "eu" e o "outro", a


realidade exterior. O processo de representações no ego está em pleno andamento.

O Ego da Realidade Definitiva é o estágio em que a criança procura reencontrar no


exterior um objeto real que corresponda à representação de um objeto
primitivamente satisfatório e perdido.

As Funções do Ego

Freud definiu o Ego como sendo um conjunto de funções e de representações a


nível inconsciente e consciente. Na Psicanálise Clássica a preocupação era com os
conflitos que se processavam no plano inconsciente entre as pulsões e as defesas;
já na Psicanálise

Contemporânea Vincular, embora persista a valorização da abordagem clássica, é


concedida grande importância a muitos outros aspetos do plano consciente.

As Funções Egóicas apresentam implicações inconscientes mas manifestam-se


principalmente no plano consciente. Estão intimamente ligadas aos órgãos dos
sentidos, contatam diretamente a realidade externa com a finalidade adaptativa.

As funções inconscientes do Ego são os mecanismos de defesa e a ansiedade.

Atividades com participação consciente do Ego:

Percepção: é como o indivíduo percebe o mundo exterior e a possível intenção dos


outros, e como o indivíduo percebe a si próprio.

Pensamento: a capacidade para pensar de forma eficaz tem origem no plano


inconsciente do ego. Depende da capacidade do sujeito se deprimir para possibilitar
a formação de símbolos que permitam a generalização e abstração do pensamento.
O ato de pensar requer o estabelecimento de confrontos e correlações entre idéias,
fatos presentes e passados e entre aspectos contraditórios de si mesmo.
Juízo Crítico: supõe a capacidade do ego em articular e discriminar diversos
pensamentos que são separados entre si, relaciona-se a capacidade de raciocínio
(articulação de diversos juízos).

Capacidade de Síntese: consiste em juntar e integrar os mesmos elementos que


estão sendo pensados, mas com um novo arranjo combinatório de modo a
possibilitar um novo significado.

Conhecimento: função egóica importante na prática psicanalítica pois permite tomar


ciência das verdades penosas, externas e internas.

Linguagem e Comunicação: dá boa ou má resolução das funções do pensamento e


conhecimento, e resultará na qualidade da estrutura lingüística e comunicacional.

Ação: função do ego que se refere ao plano comportamental. Depende da harmonia


entre as funções de pensamento de conhecimento com as funções de conduta
(ação). A falha nesta função egoica acarretará na reprodução das vivências de
impotência infantil e na descarga da ansiedade na forma de actings e de condutas
sintomas.

Diferença entre a visão Psicanalítica da visão Behaviorista do comportamento: os


Psicanalistas valorizam a participação do Ego (mundo interior) na conduta do
indivíduo, já os Behavioristas preocupam-se apenas com os estímulos positivos e
inibitórios provenientes do ambiente, que geram a resposta ou conduta exterior.

Atividades com participação inconsciente do Ego:

Formação de ansiedade: divide-se em dois tipos de angústia. A angústia automática


ocorre quando há um excesso de estímulos que o Ego não consegue processar e,
por isso, reprime-os. A angústia sinal é concebida como "sinal" emitido pelo ego
diante de uma ameça, para então processar-se a repressão.

Mecanismos de defesa, também são uma atividade inconsciente do Ego.

Ansiedades e Angústias identificadas por Freud

Ansiedade: receio sem relação com qualquer contexto de perigo de causa


psicológica inconsciente.

Angústia: ansiedade ou aflição intensa.

Angústia de Nascimento: situação traumática primal.

Angústia de Desamparo: deriva da incapacidade do ego em processar os traumas


psíquicos e pode ser considerada como o protótipo de todas as demais angústias.
Manifesta-se com uma terrível sensação de desvalia e abandono.
Angústia de perda: ocorre em momentos de separação do objeto catexizado.
Angústia de perda do amor dos pais: ocorre no complexo de édipo e é importante no
desenvolvimento psicossexual da criança.

Angústia de castração: também ocorre no complexo de édipo. Quando mal resolvida


pode gerar problemas como insegurança.

Angústia de culpa e medo diante do Superego: ameaça de punição em nível de vida


mental caso houver transgressão do código de valores impostos pelo Superego.

Angústia devido à presença do instinto de morte (thanatos): desejo inato ao ser


humano de autodestruição.

1ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade é resultado da descarga de um represamento


inadequado da libido. A ansiedade era a libido transformada em uma manifestação
patológica.

2ª. Teoria da Ansiedade: a ansiedade é o problema central da neurose e tinha uma


base biológica herdada. Sendo o ego o local de todas as emoções, a ansiedade
deveria, portanto, ser sentida no ego. Quanto mais desenvolvido for o ego mais ele
será capaz de dominar ou descarregar os estímulos produzidos quer sejam eles de
ordem interna ou externa. A situação se tornaria traumática apenas quando esses
estímulos superarem a capacidade do ego de digeri-los adequadamente.

Diferença entre a 1ª Teoria da Ansiedade e a 2ª Teoria da Ansiedade: na primeira


teoria a ansiedade é originada por estímulos internos, na segunda teoria a
ansiedade pode tanto ser originada por estímulos internos quanto externos.

Mecanismos de Defesa do Ego

São processados pelo Ego e são praticamente inconscientes. Quanto mais imaturo e
menos desenvolvido estiver o ego, mais primitivas e carregadas de magia serão as
defesas. O mecanismo fundamental do ego é rejeitar de qualquer forma a vivência e
a tomada de conhecimento de experiências emocionais ansiogênicas.

A importância dos mecanismos de defesa: todos os mecanismos de defesa


participam do enriquecimento do Ego, ou seja, são estruturantes para a época do
seu surgimento. A forma e o grau do emprego destes mecanismos diante da
ansiedade é que vai determinar a natureza da formação de uma normalidade ou
patologia nas diferentes estruturas psíquicas.

Símbolos

A Formação de Símbolos é uma capacidade exclusiva do ser humano e é por meio


dela que a criança terá acesso a outras capacidades de conceituar, generalizar,
abstrair, verbalizar, construir metáforas e criar, sendo que a aquisição e a
verbalização da palavra que designa fatos e ideias – característica do processo
secundário – representa um dos mais nobres símbolos.

Identificação

Identificação é a aquisição de um sentimento de identidade coesa e harmônica


resulta do reconhecimento e da elaboração de diferentes identificações parciais que
foram sendo incorporadas aos indivíduos pela introjeção dos valores dos pais que,
por sua vez, transmitem os valores que assimilaram da sociedade.

Dois tipos de identificação

Protoidentificação: tem natureza arcaica e divide-se em 4 modalidades:

• Adesiva, quando há uma fusão e não se forma uma identificação


acompanhada de uma necessária individuação (o indivíduo absorve a característica
como ela é, sem adaptá-la à sua subjetividade).

• Especular, comum na infância quando a criança comporta-se como se fosse


uma mera imagem que só reflete os desejos da mãe.

• Aditiva, quando o indivíduo não encontra sua identidade própria e torna-se


dependente de certas pessoas que complementam as lacunas de sua
personalidade.

• Imitativa, que é a identificação saudável, quando a criança introjeta as


características sem anular-se, sem tornar-se dependente, e adaptando-as às sua
subjetividade.

Identificação propriamente dita é aquela que resulta dos processos de introjeção de


figuras paternais dentro do ego sob a forma de representação objetais - símbolos - e
no superego.

Tipos e causas das identificações propriamente ditas

• Com a figura amada e admirada, tipo mais sadio e harmônico de


identificação;

• Com a figura idealizada, costuma ser frágil devido à pequena tolerância às


decepções e custa ao indivíduo um esvaziamento de suas capacidades afetivas;

• Com a figura odiada, que configura a identificação com o agressor;

• Com a figura perdida, base do processo depressivo;

• Com a figura que, na realidade ou na fantasia, foi atacada - identificação com


a vítima;

• Com valores impostos pelos pais, mais evidente ao final do complexo de


édipo.

A identificação pode se dar por meio da projeção, onde características do próprio


indivíduo que, de início, não podem ser assimiladas por ele, são projetadas em
outrem para então serem introjetadas.

A aquisição do sentimento de identidade se dá em vários planos - sexual, social,


profissional - e inicia-se com as múltiplas identificações parciais ou totais, saudáveis
ou não. A identidade sofre contínuas transformações ao longo da vida. Existem
vários transtornos do sentimento de identidade, tais como os normais - como a
adolescência -, até as formas patológicas que aparecem em indivíduos psicopatas.
“Falso Self” é uma percepção errada que o indivíduo possui de si mesmo, que o
leva a agir de maneira diferente àquela que seria de se esperar de sua formação.

Difusão de identidade é quando o indivíduo projeta suas características nos outros e


as encontra de maneira desintegrada em si mesmo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amaral Dias, C. (2000). Freud para além de Freud (Vol. 1). Lisboa: Fim de Século.

Amaral Dias, C. (2001). Psicanálise, Psicoterapia, Epistemologia e Método científico:


Muitas questões, algumas considerações. Interacções, nº1: pp. 11-27.

Amaral Dias, C. (2004). Costurando as linhas da psicopatologia borderland (estados


limite). Lisboa: Climepsi.

Amaral Dias, C. (2005). Freud para além de Freud (Vol. 2). Lisboa: Climepsi.

Amaral Dias, C. (2007). Da psicanálise à psicoterapia psicanalítica e da psicoterapia


Psicanalítica à psicanálise. Conferência de encerramento do primeiro ano de
formação em psicoterapia psicanalítica. Lisboa.

Bibring, E. 1954). Psychoanalysis and dynamic psychotherapies. Journal of the


American Psychoanalytic Association, 2: pp. 745-770.

Bion, W. R. (1959/1994). Ataques à ligação. In Elementos psicanalíticos revisitados.


Rio de Janeiro: Imago (obra original publicada em 1959).

Bion, W. R. (1970/1993). Attention and interpretation. London: Karnac (obra original


publicada em 1970).

Zimerman, D. (2003). Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed.

2- Fundamentos das Terapia Reichiana

HISTÓRICO DA VIDA E OBRA DE REICH

O austríaco Wilhelm Reich (1897-1957) foi um médico e cientista natural que, por
quase quarenta anos, desenvolveu uma ampla pesquisa sobre os processos
energéticos primordiais, vitais, tendo publicado inúmeros livros e textos a respeito.
Considerado gênio por alguns e louco por outros, foi considerado por muitos o maior
revolucionário da Psicologia deste século. Pioneiro da Revolução Sexual, precursor
dos movimentos ecológicos e da psiquiatria biossocial, Reich desenvolveu também
artefatos usados na cura do câncer e na diminuição dos efeitos negativos da energia
nuclear.

Grande humanista, ele atuou transformando o campo social e pedagógico, tendo


como preocupação a canalização adequada do fluxo da energia para o bem estar do
indivíduo na sociedade. Reich iniciou seu trabalho na década de 20, tendo como
principal objeto de estudo o funcionamento da "bioenergia" ("a função bioenergética
da excitabilidade e motilidade da substância viva").

O encaminhamento lógico e experimental desse trabalho conduziu-o à descoberta


de uma força básica que atua não só nos seres vivos, mas também no cosmos.
Esse novo tipo de energia foi experimentalmente comprovado por Reich no período
de 1939-1940 e nomeado como "energia orgone cósmica". Nesse momento, nasce a
Orgonomia — a ciência que se dedica ao estudo das manifestações da energia
orgone no micro e no macro cosmos, no vivo e no inanimado.

A Orgonomia surge, portanto, como resultado de quase duas décadas de trabalho, e


Reich desenvolve-a, ainda, por mais dezoito anos (até sua morte, em 1957), em
várias dimensões: Orgonoterapia; Física, Astrofísica e Biofísica Orgone; Pedagogia
Orgonômica; Orgonometria, etc. (O termo "orgonomia", além de indicar essa nova,
vasta e promissora ciência, expressa, também, o conjunto da produção científica
reichiana).

Simultaneamente à pesquisa sobre os processos energético-vitais, Reich elaborou,


no decorrer de seu percurso científico, três técnicas terapêuticas: a análise do
caráter (1923-1934), a vegetoterapia caracteroanalítica (1934-1939) e a
orgonoterapia (1939-1957). E, também, um novo método de pensamento e
pesquisa— o Funcionalismo Orgonômico — que é uma inédita técnica de ordenação
das funções naturais, que associa as dimensões qualitativas e quantitativas na
pesquisa orgonômica — a Orgonometria.

Embora Reich tenha circulado pelas mais variadas áreas do conhecimento


(Psicanálise, Epistemologia, Sociologia, Antropologia, Biofísica, Física, etc.), o fio
condutor e entrelaçado da pesquisa reichiana sempre foi a investigação da
especificidade dos processos energéticos básicos. Inicialmente, nos domínios
psíquico e social; depois, na dimensão biofísica; por fim, no território cósmico.

Em seu livro “O Assassinato de Cristo” (4 ed. São Paulo: Editora Martins Fontes,
1991), Reich diz que “viver na plenitude é abandonar-se ao que se faz”, isto é, seja
nas tarefas mais simples e cotidianas ou nas tarefas mais grandiosas e de maior
responsabilidade, viver com plenitude é estar por inteiro em cada atividade ou
relacionamento, no momento em que ele (a) está sendo vivenciado.

Durante anos, vários movimentos revolucionários recuperaram parte de sua obra,


sobretudo seus escritos sociopolíticos, seguindo a tese de que não há revolução
social sem revolução sexual, entendendo por sexualidade as relações afetivas,
comunicantes, pessoais, etc. Reich reivindicou a função da sexualidade não como
uma mera realização do coito, mas como a fusão com o outro. A vivência plena do
amor e da sexualidade era vista por ele como fator indispensável para a satisfação
emocional.

Todo o seu pensamento indica que é preciso uma mudança radical nas relações
humanas. Associa a separação de um bebê do corpo da mãe na hora do parto com
o assassinato de Cristo, com a psicose, com o fascismo e com a função do orgasmo.
A complexidade de seu discurso é algo que vai além de sua época.
A sua mais importante contribuição, que revolucionou toda a Psicologia, foi provar
que a neurose é produzida socialmente, instalando-se em todo o corpo e não
apenas na mente das pessoas. Por isso, preocupou-se em desenvolver, no final dos
anos 20, em Viena, um programa de prevenção de neuroses, pois percebeu que
muitas neuroses eram desencadeadas a partir da pobreza e da repressão sexual.

O conceito de couraça neuromuscular do caráter mostra como a neurose se dá


através da estagnação da energia vital. No livro "A Função do Orgasmo", Reich
coloca que o orgasmo sexual pleno e satisfatório é o regulador biológico da
harmonia vital. Militante socialista, despertou a atenção para o fato de que as
neuroses eram provocadas pelo desvio da originalidade das pessoas, através de
bloqueios à sexualidade e à afetividade, portanto um fenômeno sociopolítico. A partir
daí, passou a dar um novo enfoque a Psicologia, centrado no indivíduo, seu corpo e
suas relações sociais.

Wilhelm Reich foi expulso da sociedade Psicanalítica por divergências teóricas e


ligações com a política; e também do Partido Comunista por suas denúncias contra
o autoritarismo reinante. Perseguido pelo nazismo, após percorrer vários países
europeus, se instala nos Estados Unidos, onde passa a pesquisar fenômenos
climáticos, caixas de acumulação de orgônio, etc. Em 1956, Reich é detido por se
recusar a comparecer ao Tribunal para comprovar os efeitos terapêuticos dos
acumuladores. Um ano após sua prisão, Reich morre na cadeia deixando um legado
para as gerações futuras que ainda surpreendem-se com sua originalidade e
rebeldia.

MODELO TEÓRICO E PRINCIPAIS CONCEITOS

Caráter

De acordo com Reich, “o caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e
de seu padrão consistente de respostas para várias situações. Inclui atividades e
valores conscientes, estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por
diante) e atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do
corpo). (REICH, 1998).

O conceito de caráter já havia sido discutido anteriormente por Freud, em sua obra
Caráter e Erotismo Anal. Reich elaborou este conceito e foi o primeiro analista a
tratar pacientes pela interpretação da natureza e função de seu caráter, ao invés de
analisar seus sintomas. Entendemos como caráter, a partir de Reich, o modo de
reação típico, não vivido como sintoma ou síndrome, constituinte da personalidade
do indivíduo.

A couraça serve para restringir tanto o livre fluxo de energia como a livre expressão
de emoções do indivíduo. O que começa inicialmente como defesa contra
sentimentos de tensão e ansiedade excessivos, torna-se uma camisa de força física
e emocional.
Couraça Caracterológica

Reich sentia que o caráter se forma como uma defesa contra a ansiedade criada
pelos intensos sentimentos sexuais da criança e o conseqüente medo da punição. A
primeira defesa contra esse medo é o Mecanismo de Defesa do Ego, o qual refreia
os impulsos sexuais por algum tempo. À medida que as defesas do Ego se tornam
cronicamente ativas e automáticas, elas evoluem para traços ou couraça
caracterológica. O conceito de couraça caracterológica de Reich inclui a soma total
de todas as forças defensivas repressoras, que são organizadas num modelo mais
ou menos coerente no ego.

Traços de neuróticos não são a mesma coisa que sintomas neuróticos. A diferença
repousa no fato de que sintomas neuróticos são experimentados como estranhos ao
indivíduo, enquanto que traços de caráter neurótico são experimentados como
partes integrantes da personalidade. Temos como exemplos de sintomas neuróticos:
medos e fobias irracionais e como exemplos de traços de caráter neurótico: ordem
excessiva ou timidez ansiosa. As defesas de caráter são particularmente efetivas, e,
além disso, difíceis de se erradicarem pelo fato de serem tão bem racionalizadas
pelo indivíduo e experimentadas como parte de seu autoconceito.

A couraça ainda pode ser móvel, flexível ou crônica. A couraça móvel é aquela que
não impede nossos movimentos básicos (o amor, o trabalho e o conhecimento). A
couraça flexível serve de proteção biológica e energética de um ego que se depara
com ameaças externas e que pode ser desfeita a qualquer momento pela vontade
consciente do sujeito. A couraça crônica é a expressão da couraça narcísica
entranhada e enraizada na estrutura psíquica. Ela é dinâmica e pode crescer ou
diminuir durante toda a vida do sujeito. A couraça serve para restringir tanto o livre
fluxo de energia como a livre expressão de emoções do indivíduo.

As couraças também são classificadas de acordo com a sua localização no corpo:

- Couraças superficiais (sociais)

- Couraças intermediárias (perversões inconscientes)

- Couraças internas (cerne biológico).

A Couraça Muscular

Reich descobriu que cada atitude de caráter tem uma atitude física correspondente e
que o caráter do indivíduo é expresso corporalmente sob a forma de rigidez
muscular ou couraça muscular.

Em seu trabalho sobre couraça muscular, Reich descobriu que tensões musculares
crônicas servem para bloquear uma das três excitações biológicas: ansiedade, raiva
ou excitação sexual. Ele concluiu que a couraça física e a psicológica eram
essencialmente a mesma coisa. Com esse raciocínio, as couraças de caráter eram
vistas agora como equivalentes à hipertonia muscular. O trabalho psiquiátrico de
Reich lidava cada vez mais com a libertação de emoções através do trabalho com o
corpo.

Ele analisava em detalhes a postura de seus pacientes e seus hábitos físicos a fim
de conscientizá-los de como reprimiam sentimentos vitais em diferentes partes do
corpo. Reich achava que a couraça muscular está organizada em sete principais
segmentos de armadura, que são compostos de músculos e órgãos com funções
expressivas relacionadas. Estes segmentos formam uma série de sete anéis mais ou
menos horizontais, em ângulos retos com a espinha e o torso. Os principais
segmentos de couraça estão centrados nos olhos, boca pescoço, tórax, diafragma,
abdome e pelve.Aos poucos, Reich começou a trabalhar diretamente com suas
mãos sobre os músculos tensos a fim de soltar as emoções presas a eles.

A terapia reichiana consiste em dissolver cada segmento da couraça, começando


pelos olhos e terminado na pélvis, de modo que, livre dessas disfunções, a pessoa
possa fazer aflorar emoções e conteúdos psíquicos capazes de restaurar o fluxo
livre e natural de energia, proporcionando sua retomada de contado consigo mesma,
com o outro e com a vida. Cada segmento é uma unidade mais ou menos
independente com a qual se precisa lidar separadamente. Três instrumentos
principais são usados para dissolver a couraça:

- Armazenamento de energia no corpo por meio de respiração profunda;

- Ataque direto dos músculos cronicamente tensos a fim de soltá-los;

- Manutenção da cooperação do paciente lidando abertamente com quaisquer


resistências ou restrições que emerjam. (Baker, 1967).

Na Metodologia Reichiana, como já citado, o corpo está organizado em sete


segmentos, incluindo os órgãos internos em cada anel.

A seguir, a partir da leitura que Fadiman e Frager (2003) fazem da teoria reichiana,
uma exposição dos efeitos do encouraçamento em cada um dos sete segmentos do
corpo humano, e os procedimentos adotados na sua dissolução:

* Manifestações da couraça dos olhos: A testa fica imobilizada e os olhos


apresentam uma expressão vazia, distante, funcionando, aparentemente, por detrás
de uma máscara. Técnica para a sua dissolução: O terapeuta pede que seus
pacientes abram bem os olhos, como se estivessem com medo. Eles devem mover
as pálpebras e a testa, e forçar a sua expressão emocional e movimento livre
(movimentos oculares circulares e fluidez da expressão da testa).

* Manifestações da couraça da boca (músculos do queixo, a garganta e a parte


de trás da cabeça): o maxilar nas condições de encouraçamento, pode ser
excessivamente preso ou frouxo de forma antinatural. As expressões emocionais
relativas ao ato de chorar, morder com raiva, gritar, sugar e fazer caretas são todas
inibidas por este segmento. Técnica para a sua dissolução: a couraça pode ser solta
encorajando-se o paciente a imitar o choro, a produzir sons que mobilizem os lábios,
a morder e a vomitar e pelo trabalho direto com os músculos envolvidos.

* Manifestações da couraça do pescoço (músculos profundos do pescoço e a


língua): a couraça funciona principalmente para segurar a raiva ou o choro. Técnica
para a sua dissolução: o terapeuta deve exercer pressão direta sobre os músculos
profundos do pescoço. Algumas ações como gritar, berrar e vomitar são meios
importantes para soltar este segmento.

* Manifestações da couraça torácica (músculos longos do tórax, os músculos


dos ombros e da omoplata, toda a caixa torácica, as mãos e os braços): a inibição
do riso, da raiva, da tristeza e do desejo são comuns, bem como da importante
função respiratória, no que ocorre também a supressão de toda a emoção em
grande parte no tórax. Técnica para a sua dissolução: a couraça pode ser solta
através do trabalho com respiração, especialmente o desenvolvimento da expiração
completa. Os braços e as mãos são usados para bater, rasgar, sufocar, triturar e
levar a cabo o desejo da pessoa.

* Manifestações da couraça diafragmática (inclui o diafragma, o estômago, o


plexo solar, vários órgãos internos e os músculos ao longo das vértebras torácicas
baixas): a couraça é expressa por uma curvatura da espinha para frente, de modo
que há um espaço considerável entre a parte de baixo das costas do paciente e o
colchão. É muito mais difícil expirar do que inspirar. A couraça inibe principalmente a
raiva extremada. Técnica para a sua dissolução: os quatro primeiros segmentos
devem estar mais ou menos livres antes que o diafragma possa ser solto através do
trabalho repetido com respiração e reflexo do vômito.

* Manifestações da couraça abdominal (músculos abdominais longos e


músculos das costas). A tensão nos músculos lombares está ligada ao medo de
ataque. A couraça nos flancos de uma pessoa produz instabilidade e relaciona-se
com a inibição do rancor. Técnica para a sua dissolução: a dissolução da couraça,
neste segmento, é relativamente simples, desde que os segmentos mais altos
estejam abertos. São solicitados movimentos abdominais ao paciente.

* Manifestações da couraça pélvica (músculos da pélvis e membros inferiores):


quanto mais intensa a couraça, mais a pélvis é puxada para trás e saliente nesta
parte. Os músculos glúteos são tesos e doloridos, a pélvis é rígida, "morta" e
assexual. A couraça pélvica serve para inibir a ansiedade e a raiva, bem como o
prazer. A ansiedade e a raiva resultam das inibições das sensações de prazer
sexual, e é impossível experienciar livremente o prazer nesta área até que a raiva
tenha sido liberada dos músculos pélvicos. Técnica para a sua dissolução: a couraça
pode ser solta primeiramente mobilizando a pélvis, e até a batendo contra o colchão,
com o paciente deitado. Pede-se ainda que o paciente chute os pés repetidas vezes.

A abordagem reichiana não busca nem a "psicologização" nem a "biologização",


mas insere um terceiro elemento nesta relação, e considera os outros dois, psique e
soma, como derivações da energia. Os fenômenos psicológicos e orgânicos são
articulados como manifestações em níveis diferentes de um mesmo princípio
comum: a energia orgone. Poderíamos dizer que Reich faz uma “energetização". O
corpo sem a psique, o corpo-objeto, desprovido de sua fenomenologia vivencial não
é o corpo reichiano. A psique sem corpo, alma desencarnada, não é a psique
reichiana.

A energia quando presente no organismo vivo torna-se bioenergia, ou mais


precisamente, biopsicoenergia e então, passa a adquirir algumas leis próprias de
funcionamento: as leis da unidade psicossomática. Reich faz uma
"biopsicoenergética". Neste sentido a obra reichiana oferece-se como uma
possibilidade de resposta à cisão moderna que ocorre frente à aparente
incompatibilidade entre a Medicina e a Psicologia, e também com a espiritualidade.

O Caráter Genital

O termo Caráter genital foi usado por Freud para indicar o último estágio do
desenvolvimento psicossexual. Reich adotou-o para se referir especificamente à
pessoa que adquiriu potência orgástica. Para ele a potência orgástica era a
capacidade de abandonar-se, livre de quaisquer inibições, ao fluxo de energia
biológica, era a capacidade de descarregar completamente a excitação sexual
reprimida por meio de involuntárias e agradáveis convulsões do corpo.

Reich descobriu que assim que seus pacientes renunciavam à sua couraça e
desenvolviam a potência orgástica, muitas áreas de funcionamento neurótico
mudavam de forma espontânea. No lugar de rígidos controles neuróticos, os
indivíduos desenvolviam uma capacidade para autorregulação. Reich descreveu
indivíduos autorreguladores como naturais, mais do que morais. Eles agem em
termos de suas próprias inclinações e sentimentos internos, ao invés de serem
algum código externo ou ordens pré-estabelecidas por outros.

Os caracteres genitais não estão aprisionados em suas couraças e defesas


psicológicas. Elas são capazes de se encouraçar, quando necessário, contra um
ambiente hostil. Entretanto, sua couraça é feita mais ou menos conscientemente e
pode ser dissolvida quando não houver mais necessidade dela.

Reich escreveu que caracteres genitais trabalharam sobre o complexo de Édipo, de


maneira que o material edipiano já não é mais tão intensamente carregado ou
reprimido. O superego, para ele, torna-se “sexo-afirmativo”, portanto o Id e o
Superego passam a estar em harmonia. O Caráter Genital é capaz de experimentar
livre e plenamente o orgasmo sexual, descarregando por completo toda a libido
excessiva. Dessa forma, o orgasmo, o clímax da atividade sexual, seria
caracterizado pela entrega à experiência sexual e pelo movimento desinibido,
involuntário, ao contrário dos movimentos forçados ou até violentos dos indivíduos
encouraçados.

A Energia Orgone

Na década de 1920, Reich iniciou seus estudos sobre as teorias da energia


orgonômica e, assim, se estendeu por cerca de 20 anos de trabalho. Logo após esta
descoberta, deu continuidade e permaneceu desenvolvendo a orgonomia por mais
dezoito anos até sua morte, em 1957. Porém, essas teorias foram
experimentalmente comprovadas com muito esforço por Reich no período de 1939 –
1940, pois o próprio sentia-se muito incomodado com o fato destas não poderem ser
testadas pelos rigorosos critérios da pesquisa científico-natural. Reich não
considerava a Orgonomia apenas como mais uma etapa de sua obra; considerava-a,
principalmente, como a expressão da totalidade de seu trabalho científico-natural.

A essa energia, descoberta em 1939 no domínio do Vivo e detectada, em 1940, no


universo inanimado, Reich nomeou como "Energia Orgone Cósmica". Nasce, então,
a Orgonomia (a ciência que investiga as manifestações da energia orgone nos
domínios do vivo e do não-vivo, do orgânico e do inorgânico, no micro e no macro
cosmos), o Funcionalismo Orgonômico (um específico método que espelha a
dinâmica dos fenômenos orgonóticos), a Orgonoterapia (a experiência da análise do
caráter e da vegetoterapia somadas às descobertas orgonômicas) e vários outros e
promissores ramos de pesquisa.

A Orgonomia rompe com os parâmetros de uma ciência mecanicista e apresenta


um pensamento funcional segundo o qual os aspectos físicos, energéticos e
emocionais são indivisíveis e influenciam-se mutuamente, interferindo no livre fluxo
energético da natureza e de tudo o que dela faz parte.

Partindo de constructos provenientes da Psicanálise (principalmente, os conceitos


de "impulso" e "libido"), da Filosofia (especialmente, a idéia de um élan vital, do
filósofo francês Henri Bergson) e das teorias dos Biólogos Vitalistas (que postulavam
uma singular energia biológica), Reich inicia, então, sua pesquisa, apoiando-se em
um primeiro momento, exclusivamente na prática clínica. E logo desenvolve uma
nova terapêutica (a Análise do Caráter) que funcionará, simultaneamente, como uma
bússola para o trabalho clínico e como um instrumento para a compreensão da
dinâmica do processo energético nos seres humanos.

Podemos entender a respeito de Energia Orgônica: energia cósmica que nos


seres vivos manifesta-se como energia biológica específica que permeia o
organismo todo e gera um campo energético ao redor, na base de todos os
processos vitais, nas emoções, intenção e consciência. Decorre o entendimento de
que mente e corpo, matéria e energia são aspectos de uma mesma realidade; a
criação é um processo natural, contínuo e observável. Emoção, vontade e
sensação são partes integrantes do processo criativo; a natureza toda funciona
como uma unidade, integrando a todos, seres e fenômenos.
Um novo método de pensamento e pesquisa, o Funcionalismo Orgonômico,
apresenta a lógica que rege os processos energéticos funcionais. A simultaneidade
impulso/defesa, a potência orgástica, a dependência dos conteúdos psíquicos em
relação ao estado energético, as pequenas descargas que promovem aumentos de
carga, o trabalho sistemático com as defesas e várias outras descobertas de
Wilhelm Reich, através de estudos de casos clínicos, apontou a importância da
atividade sexual propriamente dita, na evolução do tratamento de perturbações
mentais. Concentrou-se na questão da obtenção de satisfação ou desprazer e não
apenas na execução mecânica ou na fisiologia do ato sexual. Ou seja, afirmou
veementemente que uma vida sexual saudável está na base do equilíbrio emocional,
mental e físico. Diferente da fome, sede e respiração que não podem ser adiadas
ou modificadas podendo custar a vida do organismo, a sexualidade é uma função
vital instintiva que admite transformação porém requer ser saciada. Distinguiu no ato
sexual uma fase inicial de movimentos e controle voluntário da excitação que dá
lugar a movimentos autônomos da musculatura e perda do controle acompanhado
de convulsões rítmicas pelo corpo todo, no orgasmo.

Abaixo segue um gráfico demonstrando a excitação e descarga da energia sexual


(o orgasmo propriamente dito).

A capacidade para a máxima excitação e descarga da energia sexual e o abandono


ao funcionamento involuntário do corpo foi chamada, por Reich, de “Potência
Orgástica”.

Quando não ocorre a plena satisfação no orgasmo, a energia sexual tende a


acumular, gerando no organismo uma fonte energética de neurose e distúrbios
psicossomáticos. Com isso vai se perdendo a capacidade natural de abandono ao
funcionamento involuntário do corpo e adquirindo medo de suas sensações.

Para Reich, o estudo do orgasmo levou além da psicologia profunda e da fisiologia,


penetrando em terreno biológico até então inexplorado. Em outras palavras, a partir
do momento em que a sexualidade e o processo vital identificaram-se, novos
caminhos foram abertos no campo da biogênese, isto é, o que antes era visto só
como parte da psicologia tornou-se, também, biofísica e parte de uma genuína
ciência natural experimental.

No organismo humano encouraçado, a Energia Orgônica é presa nos espasmos


musculares crônicos. Após a perda de um anel da couraça, o orgon do corpo não
começa de imediato a correr livremente. Logo que os primeiros blocos da couraça
são dissolvidos, nós descobrimos que, com os fluxos e as sensações orgônicas, a
expressão do “dar” se desenvolve cada vez mais. Entretanto, couraças ainda
existentes evitam seu desenvolvimento total.

Estrutura Psíquica

A adaptabilidade do corpo, biológica, psicológica e social se afirma em múltiplas


relações sujeito/ambiente. É aí que situamos as funções da Estrutura Psíquica e do
Caráter. Entendemos como estrutura psíquica o modo de arranjo energético do
sujeito e de suas funções. Esse arranjo é a nosso ver determinado pela ancoragem
da inscrição tópica profunda da relação mãe/filho. E a relação mãe/filho,
superdeterminada pelo fenômeno edípico.

No fenômeno edípico, relendo Lacan e Winnicott, propomos a função mãe limite, o


outro, o tu, corolário do narcisismo primário, próprio do id e fundador do ego, e a
função pai, a terceira pessoa, a lei, como fundadora do superego, sedimentador do
ego. A estrutura é um todo, reconhecidas as interrelações entre as partes, diferente
da organização. O corpo substancia essas instâncias relacionadas. Assim
distinguimos as seguintes estruturas:

* A da psicose, marcada pela possibilidade de forclusão e injunção, disfunções


próprias do limite. O foco energético é difuso, campo energético disperso com fluxos
frouxos, pouco concentrados.

* A neurose, basicamente disfunção da dimensão da lei. Ocorre contração do


campo energético, fluxos energéticos constantemente obstaculizados.

* A perversão marcada pela renegação com a cristalização do objeto relacional,


disfunções do limite e da lei. Há rigidez nos percursos energéticos, monótonos, e
pouca disponibilidade de energia para investimento.

* A psicopatia, marcada pelo isolamento afetivo da lei, pelo empobrecimento do


investimento libidinal sobre os objetos exteriores associado a introversão (desapego
da libido sobre os objetos exteriores com retração para o mundo interior – Jung) do
limite. Há um campo energético difuso com focos distintos rígidos bipolarizados (ou
dentro ou fora).

O CRESCIMENTO PSICOLÓGICO E O ORGONOTERAPEUTA

Reich definiu crescimento como o processo de dissolução de nossa couraça


psicológica e física, tornando-nos, gradualmente, seres humanos mais livres, abertos
e capazes de gozar um orgasmo pleno e satisfatório.

O diagnóstico da estrutura e do caráter é de um grau de acuidade e profundidade


necessário e suficiente para a maior parte das intervenções esperadas em uma
terapia reichiana. O orgonoterapeuta é alguém que se instrumentaliza na busca do
entendimento do ser humano em suas expressões mais autênticas, não somente
subordinadas a suas demandas adaptativas.

Em “O Éter, Deus e o Diabo” (Textos não publicados, traduzidos da edição francesa


L’Eter, Dieu et le Diable, Paris, Payot, 1973), Reich diz: “Trata-se exclusivamente de
resguardar a integridade do aparelho sensorial, nosso instrumento de pesquisa. Esta
condição não é um ”dom” nem um “talento”, mas o resultado de um esforço
contínuo, um exercício ininterrupto de autocrítica e autocontrole... Sem um sistema
sensorial perfeitamente límpido e sem meios de desanuviá-los quando apresente
opacidades irracionais, é impossível alcançar as profundezas da estrutura
caracterológica do Homem e descrever objetivamente os processos da Natureza”.
Outro ponto importante refere-se ao modo de pensar do terapeuta. Reich baseou
suas investigações e conceitos teóricos numa forma de pensar a que chamou de
pensamento funcional. Tal técnica de raciocínio inclui e considera as sensações do
investigador diante de seu objeto de estudo e se define por algumas regras quanto
às funções existentes no ser vivo. Considera as formas de pensar tradicionais como
um obstáculo ao avanço do conhecimento, pois se baseia no funcionamento
encouraçado que determina duas formas típicas de pensar: a forma mística e a
forma mecanicista. Para Reich, só é possível sair dessa dualidade pelo resgate do
funcionamento do vivo dentro de si, e pela compreensão das regras deste
funcionamento integrado da energia e da matéria orgânica que se expressará sob a
forma da pulsação conjunta.

FREUD E REICH

Wilhelm Reich forneceu importantes contribuições à psicanálise, especialmente no


que se refere ao desenvolvimento da técnica analítica.

Foram vários os temas que levaram ao afastamento de Reich e Freud. As opiniões


de Reich quanto a sua teoria da genitalidade, sua psicossomática e a tentativa de
conciliar Marx e Freud não foram aceitas pelos freudianos mais ortodoxos. Vários
outros psicanalistas, mais tarde, tentaram conciliar as teorias de Freud e Marx e, em
que pese a desistência de muitos destes, para Reich era perfeitamente possível a
presença do materialismo dialético em formulações a respeito do percurso da
energia psíquica dos seres humanos, pois os freudianos tentavam compreender a
estrutura da mente para poder mudar o indivíduo, enquanto os marxistas
procuravam transformar a estrutura social. Ao contrário de serem tendências
diversas, para Reich tais teorias eram duas maneiras de ver o mesmo problema
básico: a repressão.

Freud foi mestre de Reich, mas, quando este filiou–se ao partido comunista,
interessando-se cada vez mais pelas condições sociais dos pacientes, surgiram
divergências entre eles. A militância política de Reich é considerada por muitos
como o grande ponto de atrito entre ele e seu mestre.

Reich chamou de “miséria sexual” a falta de orientação para o controle da


natalidade, a falta de informação nas escolas, a falta de higiene, mulheres sem
orgasmo e temendo engravidar, outras morrendo devido a abortos clandestinos, o
nascimento de crianças indesejadas, etc. Para ele, não havia possibilidade de
revolução cultural sem revolução sexual. Discutiu a sexualidade como um todo, não
se detendo apenas aos detalhes relacionados à libido, e atentou para o caráter
social das neuroses, colocando o modelo de família patriarcal e monogâmica como
base da ideologia social repressiva.

Outro ponto importante que levou a divergências e ao afastamento entre Reich e


Freud foi o fato de que Reich retomou a teoria da libido freudiana, buscando
investigá-la enquanto energia biológica concreta, passível de ser mensurada.

Reich discordou de dois conceitos fundamentais da teoria psicanalítica de Freud: a


pulsão de morte e a universalidade do complexo de Édipo.
Freud havia elaborado uma teoria da cultura, como um dos suportes teóricos da
psicanálise. Para ele, a repressão produziria neurose, mas, ao mesmo tempo, não
haveria cultura sem repressão e o complexo de Édipo seria, de certa forma, o agente
dessa repressão necessária e, por isso, seria um estruturante universal.

Mais tarde, Freud reformulou sua teoria pulsional, apresentando a ideia de uma
pulsão de morte que seria ontológica, situando a destrutividade na própria natureza
humana.

Para Reich, Freud estava errado, pois nem a repressão é condição para a cultura,
nem a destrutividade é um atributo da natureza. Reich busca no materialismo
histórico de Marx e Engels e nas pesquisas antropológicas de Malinowsky a base
teórica e a prova empírica necessárias para refutar a teoria freudiana. Reich afirma
que a família patriarcal burguesa, com sua respectiva moral, não é a versão final e
acabada da organização familiar, já que se transforma de acordo com os modos de
produção historicamente estabelecidos e, além disso, existem culturas não
repressivas nas quais desenvolvem-se outros modelos familiares. Com isso, Reich
mostra que o triângulo familiar no qual se dá o complexo edípico não é um
estruturante universal, mas tão somente uma formação própria da sociedade
patriarcalautoritária, passível, portanto, de ser transformada.

Já em relação à pulsão de morte, Reich toma como referência suas experiências


clínicas com masoquistas, considerando que o que acontecia era uma forma
específica de angústia de orgasmo e não uma pulsão. Para Reich, o masoquista
não consegue viver o prazer porque a angústia aparece, fazendo com que o prazer
seja sentido como perigo antecipado. Não se trata, portanto, de pulsão e sim de
uma formação secundária, resultante da ação da cultura repressiva e, por essa
razão, desfigurada de sua natureza original.

Reich tem na natureza o grande modelo de referência para a sua concepção de vida
e, como as forças naturais (entre elas as pulsões) trabalham pela e para a vida,
seriam incompatíveis com a destrutividade que Freud lhes atribui. Por isso, para
Reich, o mal não tem origem na natureza e sim no campo da cultura, dos homens-
em-relação. Quando a cultura se opõe sistematicamente à natureza, acaba por
degenerar suas forças, transformando-as em antinaturais, irracionais e antissociais,
causando, agora sim, destruição e sofrimento, como no caso do impulso masoquista.

Podemos perceber, pelos elementos presentes, duas grandes e diferentes matrizes


filosóficas nas teorias de Reich e Freud, uma mais otimista e outra mais pessimista.

Freud vê o indivíduo como portador de tendências antissociais e usa o modelo de


cultura versus natureza, atribuindo à primeira o papel de corrigir a segunda em suas
características egoístas e perigosas, propondo a dominação das paixões humanas e
garantindo que os interesses racionais (um atributo da cultura) se imponham como
condição para a sociabilidade e a política.

Já a teoria de Reich toma a natureza como modelo para a vida e para o social,
fazendo um resgate positivo das paixões e conferindo-lhes racionalidade e
sociabilidade.
Se, para Freud, o modelo político racionalista desconfia acertadamente da natureza
humana, por ser esta sempre traiçoeira, propondo sua dominação, Reich procura
mostrar que é justamente essa dominação que leva à degeneração da natureza
humana, transformando-a em seu oposto, isto é, tornando irracional o que era
racional, desprazer o que era prazer, destrutividade social, crimes e guerras o que
era sociabilidade. Segundo Reich, a própria natureza é racional e social e, por isso,
é necessária uma cultura capaz de dar livre fluxo à natureza humana, única maneira
de se construir uma sociedade realmente racional (e não racionalista). Para isso,
Reich defendeu a realização das pulsões, a “democracia natural do trabalho” (sua
teoria da sociabilidade) e apostou numa sexualidade natural, introduzindo o corpo no
setting terapêutico, postulando uma sociedade mais saudável e livre e combatendo,
assim, a visão mais pessimista de homem presente, segundo o modo de ver
reichiano, na matriz filosófica que embasa a teoria cultural de Freud.

REICH E A CONTEMPORANEIDADE

Considerações sobre questões contemporâneas segundo a visão reichiana.


Incompreendido à esquerda e amaldiçoado à direita, Wilhelm Reich foi um
investigador e um pensador heterodoxo, no sentido verdadeiramente revolucionário
que este termo pode apresentar.

Foi libertado do esquecimento e dos preconceitos, com os quais se deparou durante


a construção de sua obra, pela juventude europeia e americana dos diversos
movimentos contestatórios contemporâneos, pois tocou em questões que continuam
atuais, o que o faz um pensador inconformista e autenticamente progressista ainda
nos dias de hoje.

O Paradigma Reichiano e a Multidisciplinaridade

O paradigma reichiano se define por uma autêntica fé na vida, desde que esta
encontre meios para se realizar. Reich apostava na esperança de que as
sociedades do futuro serão capazes de construir a verdadeira civilização humana,
onde o sistema social não se oporá as leis da natureza que se manifestam no
homem desde sua concepção em fase embrionária. A vida seria preservada pelas
regras sociais desde seu surgimento até o último suspiro de cada ser vivente e tal
preservação se daria pela compreensão clara de todas as necessidades básicas do
ser humano nas principais fases de desenvolvimento, desde a infância.

A partir do conhecimento das leis de organização e funcionamento da vida, Reich


propõe uma mudança de paradigma que permite ao homem se reconhecer não
somente pela sua inscrição social (profissão, função familiar, capacidade de
liderança, etc.), mas também por sua relação com a natureza. O conceito de cerne
biológico nos permite estarmos abertos para uma relação com a vida onde as
prioridades são determinadas pelo contado com a essência de cada um. Cabe,
neste ponto, recorrermos ao entendimento das funções energéticas diferenciando as
autênticas expressões da vida das manifestações distorcidas do funcionamento
humano (couraças).
Além da mudança de paradigma, a perspectiva reichiana permite que se lance um
olhar multidisciplinar sobre o Homem e seu adoecimento.

As ideias de Reich estão presentes hoje em várias áreas do conhecimento humano,


o que o torna multidisciplinar. A área de saúde é apenas uma entre as inúmeras
áreas que foram influenciadas por suas ideias.

Grande humanista, Reich atuou transformando o campo social e pedagógico, tendo


como preocupação a canalização adequada do fluxo da energia para o bem estar do
indivíduo na sociedade.

Preocupou-se, também, em desenvolver, no final dos anos 20, em Viena, um


programa de prevenção de neuroses, pois percebeu que muitas neuroses eram
desencadeadas a partir da pobreza e da repressão sexual.

Reich antecipou-se na visão de que os cuidados com o ser humano deveriam iniciar-
se antes mesmo da concepção, sendo desde o princípio desejado e conseqüência
de um ato de amor. Os cuidados deveriam se estender durante o período
gestacional, o parto, e em todas as fases do desenvolvimento psicoemocional do ser
humano.

Criou o Centro de Pesquisa Infanto Orgonômico nos Estados Unidos, onde


pretendia, dentre outras coisas, cuidar das mães grávidas e dos primeiros anos de
vida dos bebês. Ele julgava que este tipo de trabalho era preventivo, evitando,
assim, problemas de neurose do futuro adulto. Esta concepção está presente hoje
em várias correntes de promoção da saúde voltados para o início da vida, tais como
as que incentivam o parto humanizado e a prática do aleitamento.

Reich julgava importante que o aleitamento respeitasse a demanda da criança, sem


o estabelecimento de um horário, acreditava ser importante a troca afetiva e a
educação sem cerceamentos desnecessários, desde que respeitasse os limites do
outro. Segundo ele, estas condições acima facilitavam o desenvolvimento das
potencialidades do ser humano.

A ideia básica do pensamento reichiano, o homem genital, o homem saudável, pode


ser aplicado a várias disciplinas, pois ela é multidisciplinar. Trata-se de um ser
humano sem bloqueios excessivos que lhe impeçam a realização da sua
capacidade, das suas possibilidades. Sem bloqueios sexuais, musculares, afetivos,
energéticos e intelectuais, tendo a integridade de sua capacidade mantida.

Reich e o Feminismo

Reich sempre afirmou que certas estruturas humanas são nativas a certas
organizações sociais. Assim, a condição feminina em uma sociedade patriarcal é
muito diferente da sociedade matriarcal. A primeira é acentuadamente demarcada
por diferenças nos gêneros, colocando o feminino, em muitos casos, como um
subproduto social.

Desde o século XIX a mulher e seu útero estão associados à histeria. Reich,
diferentemente de Freud, coloca que o caráter histérico é identificado tanto no
homem como na mulher. Na Análise do Caráter ele afirma ser a histeria, na mulher,
uma forma circunscrita das defesas psíquicas, muitas vezes por razões morais, em
relação ao desapontamento amoroso com os homens.

Segundo Reich, quando a frustração na esfera heterossexual é relativamente fraca,


a inveja do pênis não tem muito significado na formação do caráter. Ao contrário de
Freud, não considerou como muito importante a inveja do pênis, pois deu maior
ênfase em como essa questão afeta o caráter, e quais sintomas produz. O ponto
decisivo é se a identificação com a mãe se organiza no ego; e também como essas
expressões, que chamamos de femininas, se estabelecem nos traços caracteriais.

Um ser feminino de caráter genital, isto é maduro, vive a entrega afetiva com seu
parceiro, na sua maternidade, no seu trabalho e não se aprisiona nas condições de
submissão, pois seu funcionamento está centrado na sua potência e sua realidade
somática.

Reich na Universidade

A maioria das universidades brasileiras não possui matérias que abordem a teoria
reichiana, nem práticas supervisionadas de psicoterapias somáticas. Este fato é
lamentável, afinal, é função do curso de Psicologia oferecer aos seus alunos um
vasto leque de opções teóricas, dando-lhes a oportunidade de conhecer e se
identificar com aquelas que melhor lhe convierem.

Universidades que oferecem matéria específica com este tema têm comprovado que
a teoria do orgasmo, a análise do caráter e a peste emocional despertam interesse e
curiosidade. Apesar de ter sido escrita por Reich na década de quarenta, a peste
emocional tem um caráter atual dentro do momento em que vivemos.

O fato é que existem informações distorcidas a respeito de Reich, e estas limitam o


interesse em sua teoria. A universidade tem o dever de difundir de maneira correta
as informações, e ainda que não possa acabar com as distorções históricas, tem a
função primordial de minorá-las, substituindo o preconceito pelo conhecimento.

A Ética Reichiana

Reich define o sentido ético como a visão do todo, suas confluências e influências
sobre nós. Esse sentido é apreendido pelas sensações amorosas transmitidas pelo
nosso corpo. Essas sensações são apreendidas das percepções das nossas
correntes orgonóticas e estas nos ligam a tudo que é vivo e, em última instância, ao
universo.

Quando pensamos em ética também pensamos na moral que é comandada


socialmente ou ainda na relação entre as noções de bem e de mal. Esses conceitos
são uma construção coletiva que busca orientar a sociedade, entre o bom e o ruim, o
bem e o mal. Os conflitos são administrados, privilégios distribuídos e a moral
enunciada em nome de uma sociedade melhor, mais feliz, mais justa. Quanto maior
for a utopia prometida, maior é o despotismo que conduz à ilusão do ter que se
concentra nas noções de riqueza e poder. Essa situação representa a adoração da
própria imagem - o narcisismo - que evidencia o extremo da falha no sentido da
ligação empática que Reich chamou de contato.

Os poderes únicos são apoiados por nós, seja por omissão ou mesmo pela
participação direta. Para combatê-los, temos saberes. Se acreditamos na justiça,
devemos construí-la dia-a-dia, como um hábito introjetado. Caso contrário,
estaremos sendo coniventes e participantes da criação de pessoas incapazes de
contato e de sociabilidade. A esse processo Reich chamou de ética cotidiana e, para
exercê-la, é necessário em primeiro lugar o contato com nós mesmos e, em um
segundo momento, o contato com os outros.

Considerações

Wilhelm Reich diz, em “Escuta, Zé Ninguém!”: “Amor, trabalho e sabedoria são as


fontes da nossa vida. Deviam também governá-la”.

O que podemos pensar a partir daí? Como viver da maneira que Reich propõe na
sociedade atual? Como voltar nossa energia vital nessa direção?

Existe um mundo a nossa volta que, numa relação dialética conosco, constrói e é
construído, desenvolve e é desenvolvido e, devido a isso, não há como fazer uma
análise dicotômica da relação homem/sociedade (ou natureza), uma vez que estes
não agem de maneira isolada. Seguindo essa análise, o que pensar de um homem
que defende a liberdade, se em suas relações íntimas ele se coloca como um
opressor? E o que dizer sobre aqueles que em nome do amor, do status, cerceiam a
tão cara e preciosa expressão afetiva, sexual, emocional, seja do próximo ou de toda
uma sociedade?

Cientes destas indagações questionamos se é possível vivenciar plena e


satisfatoriamente nossa energia diante de uma sociedade que - não apenas com
armas, mas com leis e normas -, se baseia fundamentalmente na exploração do
homem pelo homem; que expropria nossa força de trabalho a fim de aumentar o
lucro de tão poucos; que exproprianos o tempo de descanso, do ócio, da criação,
das relações interpessoais, a saúde, a vida; como estudar o psiquismo de uma
pessoa se a dissociamos da sua relação com o meio? E ainda, a quem interessa
uma sociedade doente, oprimida, neurótica?

Entender que há uma ponte entre o micro e o macrocosmo e que esta se consolida
em nossas relações cotidianas, é o primeiro passo para nos reconhecer parte deste
sistema, desta natureza, deste universo. É começar a entender que o valor a vida
passa por tomarmos ciência de que a energia vital, a sexualidade (não apenas no
que diz respeito a libido), se faz presente em todos os seres vivos e inanimados, e
que isso é fundamental para a nossa saúde holística, ou seja, o ser humano visto
como um todo, não fragmentado. Reich acreditava nesta teoria, como diz em
“Escuta, Zé Ninguém!”: “Descobri que o teu espírito é uma função da tua energia
vital, isto é, por outras palavras, que existe uma unidade entre o corpo e o espírito”.

Para alguém que entendia que para haver revolução cultural precisa haver revolução
sexual e que, para tal, precisávamos romper com uma sociedade opressora que nos
impunha tantas couraças energéticas as quais bloqueavam a energia em nossos
centros vitais, dificilmente teremos como ignorar a importância desta reflexão nos
dias de hoje. Tomar o ser humano como um ser meramente individual, é a maneira
mais requintada de desqualificar o ser humano, pois como diz Heidegger no Ser e o
Tempo: “Ninguém é si mesmo. É o reino do a gente. A gente vive, a gente se ocupa,
a gente é. A gente não é ninguém. Esse tempo, a gente o perde”. Em outras
palavras, nós só somos na relação com o outro. O “cada um por si e Deus por todos”
é mais uma falácia desta sociedade opressora a qual Reich se referia, pois uma vez
sozinhos, isolados em nosso egoísmo, nos tornamos presas fáceis. Porém, quando
nos manifestamos seja num grito, num beijo, num riso ou numa passeata, o que aos
olhos dos opressores é uma baderna, uma ameaça, para nós é símbolo de
liberdade, prazer, união e graça.

Portanto, procurar relações onde se respeita e prioriza a vida e o livre fluxo da nossa
energia criativa, é investir cada vez mais na saúde, é crer que somos o próprio
cosmos, não somente parte deste; que somos filhos deste universo, um Deus em
formação; e que portanto, temos todo o direito de estar aqui e ser feliz.

Como, então, podemos exercer esse direito e viver melhor? Quando poderemos?

Ouçamos Reich, mais uma vez:

“Perguntas-me se poderei dizer-te quando saberás viver a tua vida em paz e


segurança; a resposta consiste no inverso da tua forma de ser actual: viverás bem e
em paz quando a vida significar para ti mais do que a segurança; o amor mais do
que o dinheiro; a tua liberdade mais do que as linhas directivas do partido ou a
opinião pública; quando o modo de estar no mundo de um Beethoven ou de um
Bach for o tom habitual de toda a tua existência (...); quando a tua forma de pensar
estiver de acordo, e não, como hoje, em discordância, com a tua forma de sentir; ... ;
quando os professores dos teus filhos forem mais bem pagos do que os políticos;
quando tiveres maior respeito pelo amor entre um homem e uma mulher do que por
um certificado de casamento; quando puderes reconhecer os teus erros refletindo a
tempo, e não demasiado tarde, como o fazes hoje; ... ; quando a alegria que a tua
filha adolescente possa encontrar no amor for também a tua alegria, e não motivo da
tua cólera; quando finalmente a face humana do homem da rua puder expressar a
alegria, a liberdade e a comunicação, não mais a tristeza e a miséria; quando os
seres humanos não mais povoarem a terra com as suas ancas retraídas e rígidas e
os seus órgãos sexuais enregelados.” (“Escuta, Zé Ninguém!”, pág. 106 e 107, 10
ed., Lisboa, Livraria Martins Fontes Editora Ltda.).

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3- As doenças e as Emoções

Emoção, Saúde e Doença

As emoções podem representar um importante papel no bem estar do indivíduo,


como a alegria ou o amor. São estas emoções positivas.

Temos as emoções negativas que produzem uma vivência desagradável no


individuo, como a raiva, tristeza, ansiedade, para citar as três emoções negativas
mais importantes.

Atualmente já podemos afirmar que as emoções positivas potencializam a saúde,


assim como as emoções negativas a comprometem. Longos períodos de exposição
ao estresse levam o individuo a vivenciar muitas emoções negativas e a
possibilidade deste indivíduo desenvolver certas doenças como gripe e herpes, por
exemplo, é aumentada bem como, o bom humor e o riso auxiliam o indivíduo a
manter ou mesmo, recuperar a saúde.

Das emoções negativas, a ansiedade vem sendo profundamente estudada, por


conta de reconhecidamente estar associada a vários transtornos. A raiva e a tristeza
também vêm tendo destaque, a primeira por estar associada a transtornos
cardiovasculares e a segunda, que pode se transformar em depressão.

Ansiedade – É definida como uma reação produzida diante de determinadas


situações em que o indivíduo necessita de mobilizar certos recursos para se adaptar
a situação. Estes recursos são da ordem da atenção, memória, pensamento, etc. e
de recursos fisiológicos também, tais quais ativação motora, ativação do sistema
nervoso autônomo, enfim.

Embora seja um processo natural, ocorrendo de forma excessiva, poderá produzir


doenças.
Quando a pessoa experimenta altos níveis de ansiedade, durante tempo
prolongado, seu bem estar psicológico se encontra seriamente prejudicado,
ocorrendo alterações em seu sistema fisiológico exatamente pelo excesso de
solicitação de recursos e seu sistema imunológico torna-se incapaz de defender o
organismo.

Importante aqui você observar que certos clientes se vangloriam de conseguirem


“controlar” as emoções. No entanto, é importante vermos o contexto estressante em
que está mergulhado o cliente, uma vez que mesmo ele não expressando reação ao
estresse, de certo, seus níveis de ativação fisiológica, de alterações no sistema
nervoso autônomo, enfim, todo o aparato psíquico orgânico é estimulado de forma
inadequada.

Estão associados a esta excessiva ativação das respostas fisiológicas, males como
dores de cabeça, dores nas costas, arritmias cardíacas, hipertensão arterial e alguns
males digestivos.

Abaixo algumas doenças psicofisiológicas associadas a estados de ansiedade


extremos:

Transtornos cardiovasculares
Transtornos respiratórios
Transtornos gastrintestinais
Transtornos dermatológicos
Dor crônica
Transtornos imunológicos

Acima temos alguns transtornos da ordem orgânica, mas também podemos ter
transtornos da ordem psíquica associadas a estados de ansiedades extremos, tais
quais:

Ataque de Pânico

Agorafobia

Fobia específica

Fobia social

Transtorno obsessivo-compulsivo

Transtorno por estresse pós-traumático

Fatores Predisponentes

Doenças Psicossomáticas

O termo “doença psicossomática” é bastante utilizado quando uma doença física ou


não, tem seu princípio na mente. O que leva os pacientes de vários hospitais a uma
consulta em conjunto com um psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista.
Essa conduta, que pode partir dos médicos que acompanham o caso, gera muitas
dúvidas ao paciente. “Como algo é psicológico se dói no corpo?” O fato de que uma
pessoa tenha uma doença psicossomática não significa que a dor e a enfermidade
não existem. Pelo contrário, o corpo realmente está em sofrimento, com dores,
feridas, descontroles e descompensações orgânicas, que inclusive são até
dificilmente controladas com medicamentos e os recursos da medicina tradicional.

As doenças psicossomáticas podem se manifestar em diversos sistemas que


constituem nosso corpo, como por exemplo: gastrointestinal (úlcera, gastrite,
retocolite); respiratório (asma, bronquite); cardiovascular (hipertensão, taquicardia,
angina); dermatológico (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema);
endócrino e metabólico (diabetes); nervoso (enxaqueca, vertigens); das articulações
(artrite, artrose, tendinite, reumatismos).

É comum, nos casos de doenças psicossomáticas, que o paciente enfrente


dificuldades no diagnóstico e até insucesso dos tratamentos propostos, gerando
uma passagem por vários médicos especialistas em busca da cura ou alívio.

O diferencial mais importante para se considerar uma doença como psicossomática


é entender que a causa principal desta descompensação física que aparece no
corpo, está dentro do emocional da pessoa, ligada, portanto à sua mente, aos seus
sentimentos, à sua afetividade. E esta variável emocional se torna importante tanto
no desencadeamento de um episódio, de uma crise, quanto no aumento e/ou
manutenção do sintoma, conforme cada pessoa.

A mente e o corpo formam um sistema único e os mecanismos inconscientes são


muito presentes nesta ligação. Por isso é comum a sensação inicial de que os
sintomas “vieram de repente”, “ou não existir nenhum motivo para que os sintomas
aparecessem”. É difícil para um paciente com gastrite identificar quais podem ter
sido as causas emocionais de desencadeamento de uma nova crise.

A ansiedade e a irritabilidade são sentimentos comuns nos quadros


psicossomáticos, e há uma tendência a identificar e culpabilizar eventos externos
pelo problema, aumentando a sensação de impotência diante das dificuldades.

É importante deixar claro que o corpo também deve ser cuidado com os tratamentos
adequados (A pessoa com gastrite deve procurar o médico e realizar exames
solicitados, tomar os remédios prescritos, fazer uma dieta alimentar caso seja
indicada). O aconselhável é um atendimento psicológico associado, que possibilite
auxiliar o sujeito a nomear os sofrimentos que vivencia, para além do real do seu
corpo. A importância deste tipo de abordagem nos transtornos psicossomáticos
também se deve ao fato romper uma possível evolução crônica do problema, que
limite progressivamente a vida social e emocional da pessoa.

A visão de Paracelso para as causas das doenças – Uma abordagem holística

Theophrastus Bombastus, chamado Paracelso (1493-1541), foi um grande ocultista


e determinou os seguintes Cinco Princípios, pelos quais surgem as verdadeiras
causas das doenças:
1. PRINCÍPIO ASTRAL (ENS ASTRALE) - Baseia-se em realidades cósmicas, as
causas são do tipo astral, ou causadas no corpo astral pessoal ou pelo mundo
astral. Influências climáticas e infecções podem ser também incorporadas.

Efeito: Todos os vícios, epidemias, ódio, vida psíquica impura

Remédio: Autocontrole, auto-disciplina, bondade, amor, compaixão

Emoção: Simpatia/pensamentos (terra)

Cor/som: Amarelo/canto (boca)

2. PRINCÍPIO VENENOSO (ENS VENENI) - Surge dos venenos e envenenamentos


do corpo humano, portanto uma desarmonia de impurezas, má alimentação, má
respiração, todas as coisas contrárias à constituição da pessoa.

Efeito: Vida desregrada, drogas (ópio, cocaína, fumo, bebida)

Remédio: Cuidar de uma boa alimentação/homeopatia

Emoção: Tristeza/preocupação (ar)

Cor/som: Branco/choro (nariz)

3. PRINCÍPIO NATURAL (ENS NATURALE) - Fica na constituição natural


(natureza) do homem. Você não pode fugir de si mesmo. As causas são
predeterminadas, fixas. São doenças herdadas, que já vem com o nascimento. Não
podem ser curadas com substâncias materiais, somente seu efeito pode ser
amenizado.

Efeito: Todas as influências hereditárias

Remédio: Magnetismo e alopatia

Emoção: Medo (água)

Cor/som: Preta/gemido (ouvidos)

4. PRINCÍPIO ESPIRITUAL (ENS-SPIRITUALE) - As causas da doença são de


origem mágica, originadas ou de espiritualidade estranha ou do próprio espírito, às
quais fica submetida, sem a percepção do corpo e da alma. Compreende todas as
doenças causadas por uma imaginação doentia e uma vontade mal dirigida, são as
doenças psíquicas ou da idéia.

Efeito: Teimosia, vacilação, preocupações, obsessão, obstinações

Emoção: Raiva/zanga (madeira)

Cor/som: Verde/grito (olhos)

5. PRINCÍPIO DIVINO (ENS-DEI) - Só podem ser curadas quando o homem


alcançou o amadurecimento através delas. Estas doenças são impostas com fins de
purificação. O médico não pode fazer nada, é Carma.
Efeito: Carma leve, moderado, pesado

Remédio: Ser um mago para chegar até ao segredo da doença e


reconhecer a hora certa para intervir

Emoção: Alegria (fogo)

Cor/som: Vermelho/riso (língua)

NOTA: Segundo ainda Paracelso as doenças são catalogadas da seguinte forma:

Do lado direito do corpo tudo é físico

Do lado esquerdo do corpo tudo é psíquico

Do lado da frente do corpo tudo é positivo (elétrico)

Do lado das costas do corpo tudo é negativo (magnético)

Causas Cura
Doenças (Pensamentos - Padrões (Pensamentos - Padrões
negativos) positivos)

Rebelião contra autoridade. Paz e segurança. Eu amo e


Acidentes
Crença em violência, raiva aceito tudo na vida

Eu me amo, eu me aceito
Acne Não se aceitar; desamor de si onde eu estou agora. Eu sou
maravilhoso

Atritos familiares, discussões. A criança é querida e bem-


Adenóides
Criança se sente mal querida vinda

Sentimentos de futilidade, Eu relaxo o passado. Eu


Alcoolismo inadequação, culpa e auto- tenho valor. Eu me amo e me
rejeição aceito agora

A quem você é alérgico? Falso Eu estou em Paz. O mundo é


Alergias
ego e sensibilidade seguro e amigo

Nada impede o bom em mim.


Eu permito a liberdade de
Emoções reprimidas e medo;
Amigdalite expressão, das idéias divinas,
raiva reprimida
que fluem e ganham
significado em mim

Falta de prazer; desinteresse Meu mundo é cheio de


Anemia
da vida alegria e estou interessado
em tudo

Medo da vida; bloqueio do Alegria; eu relaxo e deixo


Apendicite
fluxo das sensações minhas sensações fluírem

Eu estou completamente
Resistência; tensão; abertura
Arteriosclerose aberto para a vida e a alegria.
mental estreita
A vida é boa

Amargura, ressentimento, Amor e perdão. Eu deixo os


Artrite crítica, sentimentos de outros serem eles mesmo. Eu
desamor sou livre

Eu sou livre. Eu me
Super sensibilidade; amor encarrego da minha própria
Asma sufocado; supressão do choro, vida. Eu posso expressar
sentimentos sufocados meus sentimentos como eles
são

Eu aceito a vida passada,


Ataques, golpes, Rejeição da vida; auto-
presente e futura. Vida e
congestão violência, resistência extrema
alegria

Eu abandono o passado,
Bexiga Ansiedade; resistência contra
despreocupo me do futuro.
(problemas) novas idéias
Eu aceito o que é novo, agora

Incapacidade de engolir idéias;


Eu dou boas-vindas a idéias
Boca (problemas) fixação de opiniões e mente
e conceitos novos
fechada

Paz. Ninguém consegue


Bronquite Ambiente familiar inflamado
irritar-me

Eu relaxo a raiva de maneira


Raiva reprimida, vontade de
Bursite que ela não cause mal. O
bater em alguém
amor relaxa

Câimbras Tensão; segurar-se; oprimir-se Eu relaxo e deixo a vida fluir

Profundos segredos ou aflições Não existem segredos. Eu


corroendo o Eu; retenção longa deixo que o passado se vá.
Câncer
dos ressentimentos; ferimentos Meu presente é preenchido
profundos com alegria
Futuro pouco claro; inabilidade Eu sou livre. A vida é eterna e
Catarata
de ver a frente cheia de alegria

Eu me movimento no melhor
Ciática Medo do dinheiro e do futuro de tudo. Meu bem está em
todo lugar e eu estou seguro

Crescimento falso; fomentação


Eu dissolvo velhas raivas.
Cisto de choques e machucados
Nada pode ferir-me
emocionais

Tudo que eu precisar estará


Desejos insatisfeitos, remorso; sempre aqui. Eu aceito tudo
Coceira
punição e culpa de bom sem sentimentos
culposos

Entupimento dos canais do O prazer é normal. Meus


Colesterol prazer; medo de aceitar o canais estão largamente
prazer abertos. Eu amo a vida

Pais superexcitados; opressão, Eu sou livre-pensador. Eu


Colite menosprezo; necessidade de estou em paz na minha
afeto mente

Contensão, Não existe razão para eu


(machucaduras, Pequenos impactos da vida bater na vida. Eu estou
esgotamento) agindo com amor

Problemas emocionais sérios


longamente suportados; falta Alegria, alegria, alegria, amor
Coração do prazer, rejeição da vida. e paz. Eu prazerosamente
Crença nas pressões e no aceito tudo na vida
esforço

Eu vejo o passado com


Raiva atrás de você,
Corcunda alegria. Ninguém jamais me
ressentimento conservado
fez mal

Nutrir ferimentos emocionais, Perdão. Eu amo a mim


Crescimento falso senso de valores e mesmo. Não irei fazer-me
orgulho mal

Eu relaxo conscientemente
Super exagerar os detalhes da
Dedos de que a sabedoria da vida
vida (unhas- super analisar)
cuida dos detalhes
Não se sinta culpado. Você e
Defeitos de Necessidade de reencarnação;
seus pais, têm algo a
nascença você pediu para vir assim
aprender

Eu faço minhas decisões


Sustentar longas indecisões;
baseado nos princípios da
Dentes incapacidade de derrubar
verdade e fico seguro com o
idéias por análise ou decisão
resultado

Indecisão; não se sentir Eu sou corajoso e


Deslocamento de
emocionalmente amparado independente. Eu sou
disco
pelos outros amparado pela vida

Eu tenho poder, força e


Medo; não poder conviver ou
Desmaios conhecimento para lidar com
enfrentar; apagar-se de tudo
tudo na vida

Eu permito que a vida seja


gostosa. Eu deixo o passado
Profundo sentimento de ser apenas passado. Eu
Diabetes
mágoa; falta de açúcar na vida aceito que o prazer e a
alegria sejam as bases da
minha vida

Culpa sexual; crença de que os Eu amorosa e


órgãos genitais são prazerosamente aceito minha
Doenças venéreas
pecaminosos e sujos; sexualidade e sua expressão.
necessidade de punição Não há culpa sem punição

Eu descanso minha
Congestão, bloqueio; crença
Dor necessidade de punição. Eu
em barreiras; punição, culpa
deixo a vida fluir

Tensão, revolta, Paz, amor, alegria,


Dor de Cabeça contrariedades emocionais. relaxamento. No meu mundo
Sentimentos feridos tudo está bem

Eu ouço com amor e prazer.


Dor de ouvido Raiva; não querer ouvir Sempre escuto o bom de
tudo

Super sensibilidade, Eu sou seguro, ninguém


Edema individualidade machucada. ameaça minha
Personalidade ferida individualidade
Medo-dependência, sentimento Eu ando facilmente no tempo
Enjôo de carro
de ser pego em armadilhas e espaço. Não existe o medo

A vida continua. Não existe a


Enjôo do mar Medo; medo da morte
morte. Somente mudanças

Eu respondo à vida, reparto


Enlouquecer Reter amor e consideração meus sentimentos e meu
amor. Eu sinto... eu amo...

Eu me amo e me aceito em
Crença social; velhos todas as idades; cada idade é
Envelhecer
pensamentos perfeita. Eu sou espírito. Eu
sou eterno

Resistência ao fluir da vida;


Eu descanso no fluxo da vida.
Enxaqueca medos sexuais. Desperdícios
Deixo-a fluir através de mim
emocionais

Eu amo a mim mesmo e a


Rejeição da vida; sensação de
Epilepsia toda a vida. A vida é uma
perseguição; violência contra si
eterna alegria

Dureza mental, coração


Eu não tento me controlar. Eu
Esclerose múltipla endurecido, vontade de forra;
me solto com alegria na vida
inflexibilidade

Eu não propago
Crença na feiúra, culpa, ódio pensamentos feios. Eu amo
Espinhas
de si todo o meu corpo. Não há
culpa

Eu assimilo novas idéias


Estômago Incapacidade de assimilar
facilmente. A vida concorda
(problemas) idéias. Medo de novas idéias
comigo

Insegurança; auto-rejeição; Eu me aceito e me amo como


Excesso de peso procura de amor. Medo de eu sou. Eu sou sempre
perda, sufocar sentimentos seguro no espiritual

Reconheço meus verdadeiros


Representa individualidade,
Face (doenças) valores. Minha
reconhecimento
individualidade

Fadiga Resistência, aborrecimento; Estou entusiasmado com a


falta de amor pelo que faz vida. Cheio de Energia

Queimar-se com alguém ou Eu sou calmo, exprimo amor


Febre
algo; raiva e paz

Congestão emocional;
Eu nego qualquer moralismo.
Febre do Feno confusão nas crenças; medo
Eu sou uno em tudo na vida
do moralismo

Insegurança; falta de auto- Eu me permito falar por mim.


Gagueira
expressão Eu me comunico com amor

Repressão de raiva; ferimentos Eu me expresso com alegria.


Garganta
emocionais engolidos Ninguém pode ferir-me

Reter idéias indigestas; sufocar Eu deixo a vida fluir através


Gastrite (gases)
o ar por medo de (gases) mim

Inabilidade de levar avante as


Gengivas Eu sou uma pessoa decidida.
decisões uma vez que elas
(problemas) Eu deixo-me ir pela vida
sejam tomadas

Eu estou em equilíbrio total.


Glândulas Desequilíbrio; falta de ordem;
Meus sistemas estão em
(problemas) distribuição insuficiente
ordem

Pressão emocional por Ninguém pode jamais me


Glaucoma sustentar por longo tempo ferir. Eu vejo com amor e
sentimentos feridos ternura

Eu deixo o ego e sentimentos


de superioridade irem-se.
Gota Impaciência, raiva, dominação
Deixo os outros serem o que
são

Eu não sou governado pelas


Respostas a negatividade e
crenças de grupos ou
Gripe crença geral; medo, crença em
preconceitos. Eu sou livre de
estatísticas
todas influências

Eu descanso todo o peso e


Carga, pressão, tensão, medo
Hemorróidas as cargas. Eu vivo na alegria
de deixar acontecer
do presente

Hepatite Medo, raiva, ser odiado. O Eu deixo ir agora tudo que


fígado é o local da raiva e não preciso mais, minha
emoções primitivas consciência esta limpa, cheia
de vida

Carga, resistência mental, Minha vida é calma e


Hérnia autopunição; raiva; expressões harmoniosa. Eu me amo com
criativas incorretas ternura

Estou descansado de todos


Prolongada suspensão os meus pensamentos e de
Herpes
nervosa todas atividades. Que a paz
esteja comigo

A aceitação do prazer
Hipoglicemia Desequilíbrio no sistema
equilibra o meu sistema

Pressão sexual, tensão, culpa; Eu permito que todo poder


Impotência crenças sociais; rancor contra dos meus princípios sexuais
um antigo parceiro opere com facilidade e prazer

Eu só adiciono amor em mim.


Inchaços Auto-rejeição, medo, falta de
Nada terá mais poder em
(verrugas) amor
mim

Indigestão Medo, ansiedade, pavor Eu recebo o novo e assimilo

Nada tem o poder de irritar-


Infecções Irritação, raiva, chateação me. Eu sou pacífico e
harmonioso

Minha mente sabe sua


Escapismo, recolhimento;
verdadeira identidade e eu
Insanidade violenta separação da vida.
sou um ponto criativo da
Ressentimentos familiares
expressão divina

Eu descanso do dia e
Insônia Tensão, culpa, medo mergulho num sono perfeito,
pacífico

Medo de verbalizar opiniões;


Eu posso falar por mim. Eu
Laringite raiva. Ressentimento da
me expresso livremente
autoridade

Mãos A habilidade de segurar e Eu lido com todas as idéias


deixar as idéias escaparem; com amor e facilidade
medo de novas idéias

Atitudes podres, pensamentos Eu falo com amor. Eu expiro


Mau hálito
estúpidos o que é bom

Eu sou equilibrado em todos


Medo de não ser mais querido,
os ciclos da mudança,
Menopausa auto-rejeição. Modo de
abençôo meu corpo com
envelhecimento
amor

Eu estou na interminável
Comunicação, luta, pressa; jornada pela eternidade. Que
Nervos e
medo, ansiedade. a paz esteja conosco. Não
nervosismo
Pensamentos confusos existe nenhum lugar para o
qual devamos nos apressar

Não gostar do que vê em sua Eu vejo com olhos amorosos,


Olhos (problemas) vida. Medo do futuro; não ver a eu vejo, a verdade, eu vejo
verdade claramente

Suportar carga, excesso de A vida é alegria e liberdade;


Ombros
carga tudo o que aceito é bom

Rebelião contra a autoridade Eu estou em paz com a


Ossos
(os ossos são a estrutura do autoridade. Em meu mundo,
(problemas)
universo) sou minha própria autoridade

Medo, escapismo, resistência, Eu sou uno com a vida. Eu


Paralisia
choque bendigo minhas experiências

Sentir-se ameaçado na Eu aceito minha


individualidade; falta de individualidade. Eu sou
Pele (problemas) segurança, impaciência; emocionalmente seguro. Eu
assadura; maneira de ganhar ganho atenção de maneira
atenção positiva

Pernas Medo do futuro (as pernas Eu me movo com confiança e


(problemas) carregam você para frente) alegria

Eu paro na verdade. Vou


Pés (problemas) Medo do futuro adiante com prazer. Tenho
compreensão espiritual

Pescoço Inflexibilidade, recusa em ver Eu sou flexível. Aceito outros


(problemas) outros lados da questão; pontos de vista
teimosia

Desespero; cansaço da vida, Eu recebo livremente idéias


Pneumonia preocupações emocionais; divinas, impregnadas com o
distúrbios internos hálito da vida

ALTA: manter por longo tempo ALTA: eu sou alegria e deixo


Pressão problemas insolúveis; BAIXA: o passado dissolver-se.
sangüínea depressão, mágoa, derrotismo, BAIXA: eu vivo com mais
raiva alegria agora; a vida é alegria

Eu relaxo o passado,
Prisão de ventre Recusa de relaxar sobre
generosamente permito que a
(intestinos) velhas idéias; mesquinhez
vida flua através de mim

Desistência, derrotismo Eu aceito minha


Próstata sensualidade excessiva com masculinidade; eu sou
(problemas) sentimento de culpa; crença na eternamente poderoso. Sexo
velhice é prazer

Eu sou pacífico e seguro. Eu


Psoríase (pele) Insegurança emocional estou em paz com tudo na
vida

Medo de receber e dar-se à A respiração flui através de


Pulmões
vida mim

Quadris Medo de ir avante em decisões Sigo com alegria, amparado e


(problemas) importantes sustentado pelo poder da vida

As pessoas não tem poder


Raiva; queimar-se com os
Queimaduras contra mim. Eu tenho paz no
outros
meu ambiente

Desequilíbrio emocional; falta Eu sou seguro e nutrido pelo


Raquitismo
de amor e segurança amor do Universo

Confusão, desordem,
Eu sou livre-pensador; estou
Resfriados pequenos machucados; família
em paz com minha mente
e crenças estereotipadas

Retenção O que é que você tem medo de Eu descanso com alegria, e


(líquidos) perder? espontaneidade

Reumatismo Falta de amor; ressentimento; Eu tenho compaixão com os


amargura crônica; vingança outros e comigo. Eu aceito
sentimentos prazerosamente

Eu vejo somente o bom em


Crítica, sensibilidade,
Rins (problemas) tudo. Ações corretas sendo
desapontamento
tomadas. Eu estou realizado

Eu sou indivíduo criativo.


Separação dos pais, pedaço
Roer unhas Aceito, sou seguro em minha
de si que se recalca
maturidade

Falta de alegria; faltas de


Sangue Alegria. Com alegria as novas
circulação das idéias;
(problemas) idéias circulam livremente
pensamentos estagnados

Ninguém tem o poder de me


Presença de pessoa que o
Sinusite irritar a menos que eu
irritam
permita. Paz e harmonia

Eu escuto Deus. Eu escuto o


O que você não quer escutar?
Surdez prazer e a vida, sou parte
Rejeição, teimosia, isolamento
dela

Super dimensão de atitudes e


Eu sou livre e permito
Tórax (cisto) propósitos na vida. Super
liberdade a todos
proteção

Me expresso pacificamente e
Tosse Nervosismo, amolação, crítica
falo com amor

Eu não me sufoco na vida.


Meus pensamentos
Egoísmo; possessão;
Tuberculose desenvolvem ótimas idéias.
crueldade
Todos momentos da vida são
cheios de sentido

Crescimento falso; ferimentos Descanso e perdão. O amor


Tumor
e choques emocionais dissolve ferimentos

Crenças incorretas Tudo na vida é mudança.


Tumor no cérebro computadas; teimosia; recusa Meus padrões são sempre
em mudar os velhos padrões novos

Úlceras Algo se corrói em você; Nada pode irritar-me; sou


ansiedade, medo, tensão. pacífico, calmo e feliz
Crença em pressões

Medo dos pais (normalmente Amor, compreensão e


Urinar na cama
do pai) compaixão

Pequenos medos escondidos;


Eu estou em paz com as
Urticária exagero de pequenos
pequenas coisas da vida
problemas

As formas e as vias podem


Culpa sexual; sentimento de
mudar. O amor nunca se
Vaginite perda de alguém ou algo
perde. Todas as partes do
amado
meu corpo são bonitas

Negatividade, resistência;
remoer emoções; sustentar um Eu me movimento e vivo com
Varizes trabalho que você odeia; prazer. Eu amo a vida e
circulação entravada, atulhada circulo livremente
de idéias; desencorajamento

Amargura; pensamentos Jubilosamente deixo o


Vesícula (pedras
dolorosos que você não passado ir-se. A vida é boa.
na)
encontra meios de evitar Eu sou bom

Trabalho Avaliativo do Módulo 3

Ao final de cada módulo, será solicitado um trabalho avaliativo visando o maior


aprofundamento do aluno nos assuntos estudados.

O trabalho do módulo 2 consiste em formular uma pesquisa de no mínimo 3 folha e


no máximo 5 folhas, em tamanho A4, usando fonte arial 12, espaçamento simples e
margens normais. No início do trabalho crie um cabeçalho com seu nome, curso e
capítulo como o exemplo abaixo:

Formação Livre em Psicoterapia Holística

Trabalho Avaliativo do módulo 2

Aluno: Fernanda Kriger

Data de entrega :01 de Janeiro de 2015


O assunto da pesquisa será o que você aprendeu neste módulo. Você terá o tempo
necessário para entregar esse trabalho.

O trabalho deverá ser enviado por email para fernandakrigger@gmail.com


FORMAÇÃO LIVRE EM
PSICOTERAPIA
HOLÍSTICA

Módulo 05
MERGULHANDO EM SI
Compreensão Onírica | Reforma Íntima | Processo de Cura

1 – Compreensão Onírica

Outra possibilidade de trabalho terapêutico dentro da Psicoterapia Holística é a


interpretação dos sonhos. Segundo o médico psiquiatra e criador da Psicologia
Analítica, Carl G. Jung, somente o inconsciente pode fornecer informações claras e
verdadeiras a nosso respeito, uma vez que está livre dos controles racionais do
nosso consciente.
Quando adormecidos e sonhando, entramos em diálogo com nosso inconsciente.
Imagens, histórias, revelações se apresentam a nós através deste momento de
relativa liberdade de nosso ser. Digo relativa liberdade, por conta de que o
inconsciente não se expressa de forma plena, mas sim, de maneira disfarçada, daí
serem nossos sonhos por vezes confusos e sempre, verdadeiros quebra-cabeças.
Interpretar nossos sonhos é dialogar com conteúdos inconscientes e
consequentemente, integrarmos nosso Ser, trazendo a compreensão do que está
por algum motivo, distante da nossa consciência, nas profundezas de nosso
inconsciente.
Podemos dizer então, que analisar os sonhos é fazer uma análise de nós mesmos.
Conectar-se com os sonhos é, então, expandir a consciência, trazendo a esta,
conteúdos inconscientes.
Definindo o Sono - Podemos definir o sono como uma inibição de nossas funções
neurológicas que se estende por todo o córtex (tecido que cobre a parte externa do
cérebro) posteriormente a níveis mais profundos de nosso cérebro. Esta elaboração
fisiológica teria como objetivo, “proteger” nossas células nervosas permitindo uma
recuperação destas por meio do repouso.

A Fisiologia do Sono
A fisiologia do sono foi compreendida pela primeira vez em 1953, com a análise do
ciclo do sono humano. Descobriu-se que, nos humanos, o sono se inicia pelo estado
hipnagógico, período de vários minutos durante os quais os pensamentos consistem
em imagens fragmentadas ou pequenas cenas. O estado hipnagógico é seguido
pelo sono de ondas lentas, assim chamado porque, durante esse período, as ondas
cerebrais do neocórtex (a camada circunvoluta mais externa do cérebro) apresentam
frequências baixas e de grande amplitude. Esses sinais são medidos como registros
de eletroencefalograma (EEG). Os pesquisadores descobriram também que o sono
noturno é entremeado por períodos em que os registros do EEG apresentam
frequências irregulares a amplitudes baixas - similares às observadas em indivíduos
acordados. Esses períodos de atividade mental são chamados de sono REM. Os
sonhos ocorrem somente durante esses períodos. Os neurônios motores são
inibidos durante o sono REM, o que impede o corpo de se mover livremente, embora
permita que suas extremidades permaneçam ligeiramente ativas. Os olhos movem-
se rapidamente em sincronia sob as pálpebras fechadas, a respiração toma-se
irregular e a frequência cardíaca aumenta.
O primeiro estágio REM da noite ocorre 90 minutos após o sono de ondas lentas e
dura aproximadamente 10 minutos. O segundo e terceiro períodos REM ocorrem
após breves episódios de sono de ondas lentas, mas tornam-se progressivamente
mais longos. O quarto e último intervalo, dura de 20 a 30 minutos e é seguido pelo
despertar. Se um sonho for lembrado, trata-se, frequentemente, do sonho que
ocorreu durante esta última fase.

CONHECENDO OS SONHOS E NOS CONHECENDO

Simplificando, podemos dizer que o inconsciente é tudo aquilo que está fora de
nossa percepção consciente. São conteúdos que ficam “bloqueados” de nossa
consciência, no entanto, fazendo parte do nosso ser, mas sem integrá-lo
adequadamente.
Quanto mais reprimido estiver a sua integração ao eu, mais o inconsciente se
manifestará sob formas cada vez mais "densas", aparecendo evolutivamente como:
sonhos perturbadores; pensamentos dominantes, fixos; incômodos emocionais e/ou
físicos; atos falhos; padrões de comportamento e ação autodestrutivos; doenças
físicas, etc.
Aceitar que a vida é composta não somente de racionalidade é um bom passo para
abrir-se para o processo de integração do inconsciente. Os processos
psicoterapêuticos e de busca de autoconhecimento, sempre evoluindo, tendem a
abrir caminho para que a pessoa possa integrar a manifestação de seu inconsciente.
Conhecer, assimilar, aceitar e respeitar as mensagens do inconsciente é necessário
para que seus conteúdos se integrem de forma adequada a nossa consciência. Uma
forma é sua integração pela interação com os sonhos, o despertar da intuição, uma
vida atenta ao sutil sem perder o foco do equilíbrio, o caminho do meio.
Diminuindo a carga de "represamento", normalmente alta, dos conteúdos
inconscientes, abrimos caminho para que durante os sonhos tenhamos mais
tranquilidade e equilíbrio emocional para lidarmos com os conteúdos envolvidos,
pois conseguiremos acessar emoções, inclusive ruins ou marcantes, em dimensões
e intensidades energéticas com profundidades infinitas.
Na prática você verá muitas vezes pessoas se queixando de estarem tendo sonhos
ruins, agitados e no meio acordando angustiados. Voltando a dormir eles voltam a
incomodar, levando um amanhecer de cansaço e com sensações desconfortáveis.
Esse tipo de acontecimento ilustra bem o que foi dito anteriormente sobre a questão
de repressão de manifestação do inconsciente. Neste caso, a pessoa apresenta
uma mensagem forte do inconsciente que está tentando vir à tona, sem sucesso.
Podem advir daí dois caminhos:
- o primeiro e mais comum é o de que a pessoa não se abra realmente para o que o
sonho está tentando trazer à tona, continuando seus esforços racionais para
bloquear essa ação e, pior ainda, sem tentar entender e integrar o que pode estar
querendo ser revelado. Como consequência desse tipo de ação, o inconsciente
seguirá aquele caminho já citado de procurar manifestações mais densas e
contundentes, adentrando nos fatos da vida cotidiana. Como o que está tentando se
manifestar é de natureza forte, pesada, pode-se esperar pela frente algo
marcadamente ruim, como doenças, acidentes, insucessos;
- o segundo é que a pessoa possa se abrir para o sonho ruim, entrando nele e
deixando-o acontecer, integrando os sentimentos que daí decorrerão. Uma
alternativa mais fácil nessa linha é, ao menos, dedicar um bom tempo refletindo
sobre o que pode estar querendo vir à tona, e aí entra o psicoterapeuta holístico
conduzindo este processo interpretativo.

CONDUZINDO O PROCESSO

Para poder sonhar e, ainda, ir além, permitindo que os conteúdos dos sonhos
possam se manifestar livremente, inclusive trazendo mensagens fortes e marcantes
é necessário:
- ter sono de qualidade, decorrente e integrada com qualidade de vida;
- saber lidar com sentimentos e emoções na vida cotidiana;
- ter baixo nível de retenção e desequilíbrios emocionais;
- estar aberto para o mundo da manifestação do inconsciente e consciente sobre
sua real importância e necessidade vital de integração para manutenção de nosso
estado de vitalidade e de saúde.
Agora partimos para a interpretação dos sonhos visando a sua integração à
consciência.
Lembrar-se dos sonhos é o primeiro passo fundamental para integrá-los, após já os
ter tido.
PS1: para começar a desenvolver a memória dos sonhos, essa ação deve ser a
primeira, exatamente após acordar, pois essa memória é muito fluida e se
desvanece com muita facilidade, qualquer atividade, mesmo apenas mental, pode
dissolvê-la muito rapidamente.

Anotando os sonhos
Anotar os sonhos é uma prática muito positiva (também devendo ser feita logo após
acordar). O importante é que isso não se torne mais obrigação para fazermos sem
prazer algum. A frequência pode ser bem variável. Podemos anotá-los
sequencialmente durante alguns dias e passar um bom tempo sem o fazê-lo
novamente. Com a evolução do processo, vamos sentindo vontade e interesse em
registrar alguns sonhos que sentimos terem algum tipo de mensagem mais
significativa para nós. Em alguns casos, essa sensação é tão marcante, que até
levantamos ainda no meio da noite para fazer esse tipo de registro.
Mantenha um caderno especificamente para isso. A longo prazo, você irá ver os
benefícios e a satisfação em manter esse tipo de registro. Muitas vezes, não é
preciso nenhum tipo de aplicação específica, como rever as anotações, para se
obter os benefícios deste tipo de prática. Em outros casos, você poderá ficar
surpreso (a) em reler o que escreveu depois de passado algum tempo: as
mensagens podem se tornar extremamente claras, coisa que muito frequentemente
pode não ter acontecido quando da época em que o registro foi feito.
Outro aspecto interessantíssimo é o seguinte: a forma como fazemos esse tipo de
registro, as palavras, frases e estruturas que utilizamos são também surpreendentes
em si próprias. Ao trazer o registro das imagens e lembranças do sonho, há,
necessariamente em decorrência de estarmos usando um código escrito, um filtro da
nossa racionalidade. Essa interação entre o que sonhamos e o que e como
efetivamente registramos é de suma importância para o entendimento dos processos
que estão sendo representados e como o sonhador reage a eles.

Preparar-se para dormir e até direcionar assuntos e emoções


Preparar-se para o sono também é muito importante. Atitudes e preparações como
alimentação leve à noite, não entrar em contato com conteúdos de jornais, filmes e
livros que contenham elementos fortes e perturbadores (desgraças, mortes, imagens
violentas, etc), ambiente tranquilo, confortável, seguro e aconchegante, bem como
se direcionar para um bom sono com práticas como programação mental, exercícios
de relaxamento, meditação, são fatores que beneficiarão em muito poder entrar em
contato com sonhos producentes para nosso crescimento emocional (veja como
ocorre uma interação entre práticas terapêuticas e como é importante o
psicoterapeuta holístico estar inteirado delas).

Interpretando
A interpretação dos sonhos não é uma ciência, é uma arte. Como tal está
diretamente ligada à prática e ao tempo e energia que é dedicado a esta atividade.

O que é importante para a interpretação:


- Conhecer a pessoa do sonhador é fundamental, e isto ao longo das primeiras
consultas você deverá fazer. Saber de sua história, seu jeito de ser, sua busca e
quais traços de personalidade e contexto de seu eu podem estar envolvidos no(s)
sonho(s) em questão. Tendo isso em consideração, os livros de interpretação de
sonhos, com mensagens e leituras pré-estabelecidas associando determinados
elementos isolados que aparecem em um sonho com possíveis significados, são
totalmente sem valor. Eles valem, como descrito adiante, como formas de se
conhecer e se familiarizar com a questão de símbolos e arquétipos de uma forma em
geral.
- Estado em que o sonhador se encontrava no dia, ou nos dias, referentes ao(s)
sonho(s), pois isso dará sinais claros de como andava o inconsciente no período a
ser considerado.
- Qual o sentimento que o sonho despertou? Uma mulher pode, por exemplo,
sonhar que foi estuprada e acordar apavorada, ou então, descobrir que teve um
orgasmo profundo e gratificante...
- No primeiro sonho, o inconsciente pode ter lançado mão do estupro apenas
como um pano de fundo para evocar medo e tensão, poderia ser também dentro de
um contexto ruim, sensação de invasão, sujeira, roubo...;
- No segundo, o pano de fundo, o estupro, foi usado para evocar necessidades
de prazer que o inconsciente precisava manifestar naquele momento, quer seja por
um reforço de sintonia (gostar de sentir o prazer sexual) ou em contraposição a uma
eventual repressão interna não admitida. De qualquer forma, o foco era evocar
prazer de natureza sexual. Nestes casos, as questões morais, dentre outras, não
fazem parte, necessariamente, do que pode estar vindo à tona...
Uma pessoa pode matar alguém no sonho e se sentir transtornada, apavorada ou
ainda incrivelmente forte, realizada, feliz... Os exemplos são infinitos, o importante é
cumprir essa etapa de verificação do(s) sentimento(s) despertado(s).
- Estar atento às reações que normalmente não seriam comuns ao sonhador – esse
ponto é uma chave bastante importante e interessante. Vamos supor que a pessoa
em seu cotidiano sinta-se sempre fraca, oprimida, com tendências a depressão e
submissão. Em determinado sonho, e a partir de então numa sequência deles, ela
começa a se ver em situações onde se sinta forte, senhora de si, cheia de energias
para viver e para evitar que se imponham a seus próprios interesses. Isso indica
uma forte tendência de que seu inconsciente está começando a criar condições
internas e testes emocionais para que a pessoa atinja esse novo tipo de
comportamento e encontre condições para começar a implementá-lo em sua vida.

OBS.:
Muito raramente, um sonho isolado irá apresentar uma mensagem completa e
integrada. Para entender as mensagens contidas nos sonhos, o mais indicado é
perceber a relação que existe entre sonhos "sequenciais" que tratam do mesmo
assunto.

Primeiro: deve-se entender que sonhos de um mesmo grupo não envolvem


necessariamente os mesmos tipos de contexto, uma vez que os contextos, cenários
e personagens são artifícios dos quais o inconsciente lança mão para gerar
situações dentro das quais consiga se manifestar dentro daquele momento de vida
da pessoa, especialmente para evocar emoções e percepções bloqueadas de se
apresentarem em razão da ação do consciente. Desta forma, cabe à pessoa sentir
onde se encontram os links entre os sonhos em decorrências dessas sensações e
percepções evocadas.
Segundo: sonhos sequenciais podem se manifestar em espaços de tempo muito
irregular. É comum, por exemplo, termos um determinado tipo de sonho na infância
(como estar sendo perseguido, correr, correr e não sair do lugar) que passamos
muitos anos sem ter. Um dia, voltamos a ter esse mesmo sonho. Passam-se mais
alguns anos e ele volta novamente. Parece ser claro que fazem parte de uma
sequência. Neste tipo de exemplo, cabe lembrar os tipos de reações que tivemos em
cada momento, na infância e atualmente, em decorrência desse sonho, reações
estas que podem ser similares ou divergentes, bem como verificar quais as
situações de vida que podem estar sendo comparadas entre o que nos acontece
hoje e o que aconteceu naqueles primeiros anos de vida. Podemos ter situações
iguais e reações iguais; ou reações diferentes, indicando uma superação ou um
novo padrão de comportamento...

A fluidez com símbolos e arquétipos


Conhecer questões como arquétipos, padrões de comportamento, mitos, lendas e
fábulas são de suma importância para quem deseja entrar no fantástico mundo da
interação com o inconsciente.
A maior contribuição dos livros com interpretações de sonhos para nós
psicoterapeutas é a de facilitar familiarizar seu leitor com os conjuntos de símbolos
mais comuns para a maioria das pessoas.
Todos os povos tiveram seus mitos e lendas. Essas formas de expressão trazem em
si um dos maiores legados da humanidade, que é a capacidade não apenas de se
expressar, mas especialmente de fazer da comunicação um fenômeno vivo, capaz
de evoluir em conjunto com o ser humano. Os mitos são representações de
emoções e sentimentos que foram criados com propósitos subliminares de
comunicação, intencionando transmitir um conhecimento que ia além da razão na
época em que foi criado. Os arquétipos são mais do que apenas modelos de seres,
padrões e exemplos, apontam também imagens psíquicas do inconsciente coletivo e
que são patrimônio comum a toda a humanidade.
Sendo um pouco mais específico: sonhar com água, por exemplo, é um forte
indicativo de que há uma representação emocional intensa envolvida. Água é
sentimento. Mesmo que o sonhador não tenha consciência dessa correspondência e
dessa representação, essa associação está não apenas no consciente coletivo, mas
também registrada e grafada em seu próprio corpo, querendo ele ou não.
Um exemplo mais intrigante: sonhar que está voando. O voo por si só tem um
componente fortíssimo de liberdade e de espírito (ar é espírito). Entretanto, esse tipo
de sonho não implica em que a pessoa esteja evocando liberdade e espiritualidade.
É fundamental entender o que a sua sequência de sonhos com voo está
representando para ela, bem como esses voos se manifestam e que tipo de
sensação causam ao sonhador. Muitos voos em sonhos são limitados em altura, em
força e autonomia. Alguns geram sensação de liberdade, outros de limitação. Pode
ser que após muitas inferências, chegue-se a conclusão de que para determinada
pessoa seus voos oníricos traziam a representação de sua carreira profissional; para
outra, o modelo de como se relaciona com seus pais, e por aí vai...

Os diversos correspondentes
A interpretação dos sonhos ainda tem mais um componente para tornar tudo ainda
mais intrincado. Cada sonho trará muitos aspectos distintos que poderão ser
revelados.
- Físico – o sonho irá revelar coisas efetivas e diretamente ligadas a partes
específicas do corpo. Aquela água em enxurradas pode dizer algo sobre o coração.
Aquele voo limitado em autonomia pode estar revelando um pulmão enfraquecido...
- Psíquico – qual a mensagem que o sonho evocou que a mente racional se
nega a pensar, a acreditar, a aceitar? Qual o padrão moral que pode estar
inconscientemente querendo ser rompido, mas encontra-se sufocado pelo medo de
ser quebrado perante a sociedade?...
- Emocional – qual a emoção que não se permite sentir, não se consegue sentir
e que o inconsciente tenta trazer para a tona?...
- Espiritual – este é o aspecto mais procurado nas interpretações, embora não
seja comumente assim denominado. Espírito é ação. Ação pura. “O que esse sonho
quer me dizer?...”; “O que devo fazer?”; “O que irá acontecer?”; “Será que é para eu
parar de fazer isso ou aquilo? Ficar mais atento”. Bem, as divagações são infindas
mesmo para um sonho e um sonhador específico, o que dirá para evoca-las assim
abertamente...

Dicas sobre o dormir


Algumas dicas que podem ser dadas ao cliente e observações que podem ser feitas
sobre a sua forma de dormir.
Dormir de barriga para cima
Dormir de barriga para cima é uma prática bastante saudável e proveitosa em
relação a tudo o que já foi dito até aqui em relação a se direcionar e deixar que os
sonhos ocorram livres, suave ou intensamente, conforme a necessidade da
sabedoria do corpo naquele momento.
Muitas pessoas têm extrema dificuldade em dormir dessa forma. Um dos primeiros
fatores associados aí é a questão de que nessa posição a respiração fluirá muito
mais fácil e intensamente, desdobrando daí todo um influxo energético e uma íntima
associação com a liberação e manifestação de emoções reprimidas e/ou
acumuladas.
Essa posição também possibilita uma tendência de alinhamento da coluna vertebral,
o que pode gerar processos internos pelos quais a pessoa deva ter de passar para
poder chegar ao ponto de postura que lhe é natural, mas do qual está há muito
tempo afastada.
Sensações como princípios de pesadelo, dormência generalizada e catalepsia
projetiva (sensação de estar fora do corpo, muitas vezes associada a tentativas
frustradas de tentar se mexer e não o conseguir) podem ocorrer.
Uma dica é a de que a pessoa comece a fazer isso quando estiver se deitando para
dormir e se manter assim o tempo que conseguir sem muito desconforto, até chegar
o ponto em que começar a entrar em alguns momentos de sono assim. As
sensações podem começar a vir, ao sentir que o desconforto já está incomodando,
mude de posição. Vá integrando essas sensações desconfortáveis ao longo dos
meses e até anos, se for necessário. Gradativamente, o período em que se
consegue dormir nessa posição irá aumentando, até que se consiga ficar horas ou
até mesmo à noite toda assim.
Dormir de barriga para baixo acaba gerando certa proteção emocional, entretanto, é
a pior postura para se dormir, pois a cabeça terá de ficar de lado, com uma das
fases para cima e a outra no colchão. Essa torção das vértebras cervicais vai acabar
gerando reflexos dissonantes, em decorrência da tentativa de adequação, para toda
a coluna e consequentemente para todo o organismo. Em médio e longo prazo isso
faz bastante mal à pessoa.
A alternativa viável entre ficar de barriga para cima e para baixo é dormir de lado,
com o cuidado de manter a cabeça apoiada em uma altura ideal, sem fazer ângulos
fortes nem para baixo e nem cima. Dormindo de lado, habitue-se a poder alternar
entre os lados que estão para baixo e para cima. Uma prática saudável é deixar para
cima o lado do corpo cuja narina correspondente estiver mais fechada do que a
outra. Como esse fechamento entre uma narina e outra se alterna constantemente,
esta própria adaptação irá gerar um equilíbrio entre um lado e outro que estivermos
deixando para baixo e para cima. Outra questão é a seguinte: o lado que permanece
para cima faz com que as correntes respiratórias e energéticas fluam melhor por
aquele lado, privilegiando a circulação e vitalidade dos órgãos àquele lado
associados. Sendo esse lado o que a narina está mais fechada, ela tenderá a se
abrir e trazer mais equilíbrio para o corpo. É comum nesta prática a outra narina ir
ficando mais fechada e termos de trocar de lado durante o sono, o que é saudável.

2- Reforma Íntima
Entendemos como Reforma Íntima o abandono de comportamentos que não nos
servem mais, o crescimento como pessoa, o entendimento de que estamos em um
corpo físico com propósitos pré-definidos (missões de nossa alma), o domínio sobre
o Ego e a busca da nossa evolução espiritual.

Tal qual uma casa em reformas, necessitamos avaliar o que podemos desprezar, o
que devemos conservar e o que precisamos reformar (aprimorar).

Tendo o entendimento claro da personalidade congênita (personalidade da alma


imortal), necessitamos nos conhecer, como realmente somos, para podermos nos
analisar de forma crítica e modificarmos velhos comportamentos, velhos
sentimentos, velhos hábitos e velhos pensamentos. Neste momento, em que temos
uma visão clara e ampla do nosso Eu verdadeiro, sem máscaras, podemos
realmente iniciar o processo de Reforma Íntima.

No instante em que a pessoa entende que sempre foi assim, que sempre agiu
assim, que sempre pensou e sentiu assim? começam a surgir as respostas e os
caminhos para essa conquista, ainda nesta existência.
Personalidade Congênita
A Personalidade Congênita nos diz que nós já encarnamos com uma personalidade
definida: a que viemos apresentando nas últimas encarnações. É aquilo que nós
somos porque já nascemos assim. O congênito aqui, vem como licença poética,
portanto, não se referindo a algo herdado dos pais, mas uma herança de ego. Sob
esse ponto de vista, para a Terapia Reencarnacionista, nós não formamos uma
personalidade, nós a revelamos de acordo com os reforços e gatilhos que se
apresentam para nós desde nossa infância. São características intrinsecas que nós
trazemos, aquelas que nos definem e que ninguém nos ensinou. Trata-se de um
padrão comportamental similar ao atual, que viemos revelando há várias
encarnações, e que nos indica o primeiro passo a percorrer em busca da nossa
Reforma Íntima.
É na compreensão da personalidade congênita que mostra-se a chave para o
trabalho da Reforma Íntima. Trabalho este, que culmina na mudança do nosso
padrão vibracional e possibilita uma cura holística.
No momento em que o ser humano reconhece que a infância não é o começo e que
a morte não é o fim, as condições limitantes de uma só existência desaparecem e o
campo de atuação terapêutica adentra na amplitude da alma eterna. E é neste
momento que o corpo físico mostra, que embora tenha sua importância, não é ele
quem carrega a chave da cura das doenças conhecidas como crônicas,
simplesmente pelo fato de que o corpo físico é o veículo que cada ser humano tem
em uma existência física, portanto perecível. Ao contrário da alma, que resiste e que
registra em sua memória consciencial todas as impressões, acontecimentos,
aprendizados e evolução que o ego e a essência viveram. E como é o espírito que
habita o corpo e não inverso, a morada de nossa consciência não é o físico, é o
extrafísico; ou melhor, a essência divina que todos temos.
A personalidade da alma, ou seja a Personalidade Congênita, é notada com nitidez
em crianças, que mesmo sem quase nenhuma experiência de vida, apresenta um
temperamento bem definido, sem sequer ter tido tempo de aprender ou desenvolver
características que a moldassem. Veja, algumas crianças são calmas, outras
agitadas, outras agressivas, sérias ou brincalhonas e por aí vai... E isso se explica
através da Personalidade Congênita, pois a criança não É uma criança (rótulo), é um
espírito com um corpo em formação que está passando pela fase física, orgânica e
cognitiva da infância, mas que carrega em sua essência seus traços de
personalidade positivos e negativos. Nesses casos, a alma está revelando
tendências adquiridas em outras existências, tanto de sentimentos, como medos,
mágoas, tristezas, depressões, entre outras, inclusive as positivas, quanto de
comportamentos.
Por isso a importância da terapêutica ter uma abrangência transcedental, pois essa
visão vai além da concepção básica que diz que a nossa personalidade se forma a
partir de aspectos genéticos, familiares e sociais. Nessa visão ortodoxa, a causa de
muitos traços inferiores de personalidade é encontrada nas relações interpessoais,
como com os pais e os amigos, e com os acontecimentos da vida, inserindo-nos no
binômio vítima-vilão, pois inevitavelmente há a tendência de encontrarmos culpados
para justificarmos as reações e personalidades negativas de cada um

TIPOS DE ABORDAGEM

Alinhando os quatro corpos


Harmonizar, alinhar, por em sintonia, equilibrar, são termos muito utilizados na
psicoterapia holística e por ser holística envolve os quatro corpos: emocional, físico,
mental e espiritual.
Estes corpos se alinham na percepção do tempo.
Para a mente, o tempo constitui-se na sequência dos fatos percebidos.
Para o corpo físico, o tempo está associado à velocidade dos processos
metabólicos.
Para o corpo emocional o tempo é o presente. Entendendo presente, a sensação
dominante num determinado momento. O presente constitui-se apenas por aquela
sensação e nada mais existe. Daí ser tão difícil lidar com pessoas acometidas
momentaneamente por medos ou outras elaborações, pois para ela, naquele
momento não há percepção de nada mais do que aquela sensação.
Para o corpo espiritual, o tempo é ação. Ação aqui entendida como pontos vividos
no fluxo de uma vida ou de outras tantas precedidas.
Relembremos aqui as distorções para cada tipo de personalidade estudada
anteriormente.
O desconectado é incapaz de viver o presente.
O carente nunca tem tempo suficiente.
O controlador sempre se lança para o futuro.
O invadido sente que o tempo para.
O rígido sente o movimento mecânico do tempo.
Considerando que em todos os casos existe um desequilíbrio entre os corpos físico,
mental, emocional e espiritual, conduzir o processo psicoterápico holístico com uma
variedade de instrumentos que atendam a cada um destes corpos é fundamental.
Como exemplo temos o desconectado que através da meditação, irá equilibrar seu
corpo mental, visto que estar atento, focado, lhe é uma dificuldade, bem como
sessão de massoterapia com óleos será interessante indicação para que ele sinta
seu corpo, visto que parece este não existir bem, outrossim, uma vivência mística
que o faça vivenciar o presente como construção de um futuro é uma opção para um
reequilíbrio espiritual assim como através do aconselhamento poderemos
harmonizar seu corpo emocional.
Para cada caso é um caso e mesmo dentro deste quadro de personalidade que você
percebeu ter ênfase no desconectado, outros instrumentos você poderá utilizar ou
indicar durante o processo psicoterápico holístico.
OBS.: o exemplo dado é para casos cuja abordagem siga a linha do equilíbrio dos
quatro corpos, sendo, que nem sempre esta abordagem é a mais adequada ou
mesmo necessária. Aqui apresentada como dito acima como uma das possibilidades
de abordagem.

Integrando o inconsciente
Sob uma forma simples, poderíamos dizer que inconsciente é tudo aquilo que está
fora da percepção captada direta e racionalmente. O processo terapêutico, em sua
evolução, tende a abrir caminho para que a pessoa possa integrar a manifestação
de seu inconsciente, tanto a nível pessoal quanto coletivo. Como parte do sistema
de equilíbrio psíquico, a manifestação do nosso inconsciente é simplesmente um
fato, uma característica do nosso estado de ser. Quanto mais reprimida estiver sua
integração ao eu, mais o inconsciente se manifestará sob formas cada vez mais
“densas”, aparecendo evolutivamente como: pensamentos dominantes, fixos;
incômodos emocionais e/ou físicos; atos falhos; padrões de comportamento e ação
autodestrutivos; doenças físicas, etc.
Aceitar que a vida é composta não somente de racionalidade é um bom passo para
abrir-se para o processo de integração do inconsciente. Conhecer, assimilar, aceitar
e respeitar as mensagens do corpo e seus inúmeros sinais bem como dos nossos
sistemas energéticos é forte instrumento para busca da cura. Uma forma prazerosa
de se atingir esta integração é pela interação com os sonhos, o despertar da
intuição, uma vida atenta ao sutil sem perder o foco do equilíbrio, o caminho do
meio.
Citando novamente Jung, não há dentro de uma avaliação objetiva, racional, meios
confiáveis de fazermos uma análise adequada de nós mesmos. Só o inconsciente,
por estar livre de nossas ações reflexas racionais, pode nos dar um feedback
cristalino a nosso próprio respeito.
Conhecer e interagir com seu inconsciente é um dos processos e para tanto, várias
técnicas existem e estudos, principalmente o que fizemos sobre as estruturas de
defesa da personalidade são fundamentais. Voltaremos a este tópico ao final do
módulo.

Expandindo a consciência
A consciência se expande a partir de nossa autopercepção do que somos e de
nossa relação com o mundo a nossa volta. O trabalho terapêutico visa conscientizar
o individuo que é necessário aceitar suas responsabilidades por todos os
acontecimentos de sua vida.
De posse desta responsabilidade, o individuo parte para enfrentar as dificuldades
buscando evoluir nesta jornada. Evoluir é o sentido da vida e expandir a consciência
é exatamente integrar essa evolução na jornada de vida do individuo.
Bárbara Brennan diz que a doença começa quando começamos a esquecer de nós
e de quem nós somos.
Este resgate de quem somos é sentido nos processos de cura, em uma sensação
real. Um momento de grande evolução quando percebemos nossas capacidades e
potencialidades. Percepção esta bloqueada pelos conflitos com o meio externo, a
não aceitação de nossas falhas e dificuldades e principalmente, a baixa autoestima.
A evolução é o sentido da vida. Expandir a consciência é integrar evolução em
nossa jornada.
Voltaremos ao tema no fim do módulo.
Entendendo os Canais de Cura
Um canal de cura pode ser uma pessoa, um remédio, uma situação, um sonho,
enfim, qualquer veículo para o qual a pessoa esteja atenta, aberta e saiba aceitar e
receber a vivência e o aprendizado de cura.
Na qualidade de psicoterapeuta holístico, deves ter em mente que a variedade de
técnicas utilizadas por você na condução terapêutico de seu cliente, trará grande
eficácia o quanto maior forem estas técnicas, pois assim sendo, amplas serão as
vivencias.
Por vezes irás despertar no cliente, a percepção que está dentro dela a resposta,
que é ele o seu próprio canal de cura. Como já visto anteriormente, mudando sua
postura diante de si mesmo e do mundo que o cerca, estará ele promovendo por si
só sua própria cura.
Por vezes é necessário o uso de técnicas específicas, como florais ou massoterapia,
mas sempre na direção de que o objetivo final é fazer com que o cliente caminhe
com as próprias pernas.
Todos têm em si a capacidade de se autocurar, cabe a nós como terapeutas,
conduzirmos este processo.
Enfim, importante é saber que a técnica utilizada seja ela qual for, deverá refletir em
todos os aspectos do ser, daí a orientação diversificada. Massoterapia para o corpo
refletindo na mente que também será trabalhada com Meditação que irá refletir no
espírito e aí por diante, citando um exemplo.
Sendo que, o maior canal de cura consiste em a pessoa desenvolver a capacidade
de atrair para a sua vida os fatos e os acontecimentos necessários para o seu
desenvolvimento e crescimento global.

AS FASES DO PROCESSO

Comportamento
Uma questão é particularmente interessante em relação às mudanças de atitudes
ligadas aos processos de cura, o estabelecimento de alternativas em relação a
padrões e hábitos que nos eram comuns. Vejamos, por exemplo, essa sequência de
hábitos (ou ainda de tantos outros comportamentos depreciativos do nosso estado
geral de saúde e manifestação que verás em seu espaço):
 Mudança de hábitos alimentares pautados na busca de um prazer que na
verdade vem “tapar” vazios, estes sim, devendo ser preenchidos (chocolate,
café, etc.).
 A utilização de drogas. Uma forma mais grave de “tapar” os vazios citados
anteriormente.
 Sedentarismo, que pode ser consequência de estados depressivos, de
melancolia ou, falta de estímulo por conta de desesperanças ou decepções.
Estes são hábitos que podemos chamar de psicossomáticos, pois envolvem o corpo
na busca de satisfações, por uma desordem psíquica, que por sua vez pode atingir o
próprio corpo (bulimia, anorexia como exemplo).
A condução de aconselhamento que irá promover as mudanças deve ser não só no
sentido de desfazer estes hábitos, mas também, no sentido de apresentar, em
diálogo com o cliente, uma alternativa que preencha as lacunas criadas ao se deixar
esses hábitos para trás. Alternativas que se mostrem eficientes e prazerosas, em um
primeiro momento, visto que o próximo passo será conduzir o cliente ao cerne da
questão, que “falta” é esta que o levou a ter tais comportamentos. Nesse sentido, a
pessoa deve estar atenta para os resultados não imediatos que as mudanças podem
proporcionar e focar em seu bem estar, o que ajuda e facilita a encontrar prazer e
satisfação em atingir as mudanças desejadas e/ou necessárias.
Ou seja, em um primeiro momento, devemos tão somente aconselhar as mudanças
de hábitos, criando uma programação que, utilizando o exemplo acima, conduza o
cliente a se alimentar de forma mais saudável, exercitar-se fisicamente, etc.

Indicação da alopatia
É importante tanto para o terapeuta quanto para o cliente, terem a consciência que a
chamada terapia holística, em um primeiro momento denominou-se e assim ainda é
chamada até hoje, de “terapia complementar”, visto que no seu início funcionava
como suporte para outras técnicas mais ortodoxas.
Hoje, com o desenvolvimento de estudos mais aprofundados e um índice de eficácia
significativo, muitas pessoas que recorrem as terapias holísticas passam a ignorar
as terapias ortodoxas, principalmente no que tange a medicação alopática, o que é
um erro.
A cura se dá de diversas formas e diversas são as técnicas sendo que, muitas
vezes, a orientação para que o cliente procure um médico ou psicólogo, se faz
necessária. No tocante a medicação, o que é prerrogativa dos médicos, não
devemos titubear se percebermos a necessidade e aconselhar a consulta com um,
de preferência por nós indicado, da mesma forma, certas técnicas específicas da
Psicologia, como a Psicanálise ou TCC.

OBS.: Florais não são remédios nem tão pouco fitoterápicos, daí podermos como
terapeutas holísticos, recomendá-los (não utilizar o termo receitar ou prescrever).

Crises no processo

Ocorrerá em sua prática, momentos em que ao resgatar sentimentos, emoções e se


defrontar com elas, o cliente irá sofrer efeitos colaterais do processo de cura, como
alterações no sono, gripes, desarranjos intestinais. Estes efeitos colaterais na
verdade são sinais, que devem ser observados, em um entendimento como na
técnica dos Florais de Bach, por exemplo, (um dos cursos que oferecemos) onde os
primeiros florais trazem à tona, novas emoções a serem trabalhadas e com isso,
novos florais são recomendados.
Isto ocorre por conta das descargas emocionais vivenciadas irem além das
capacidades do indivíduo, daí ocorrer uma grande perda de energias o que gera
consequentemente, uma baixa na capacidade imunológica.

Responsabilidade Pessoal
A responsabilidade por si própria é um dos maiores canais de cura. Entretanto, este
é um caminho que se trilha lentamente, ancorando progressivamente consciência e
responsabilidade sobre tudo o que possa nos acontecer.
Toda manifestação de nosso ser possui um correspondente em cada um de nossos
corpos. Assim, em relação às doenças que são objeto de queixa, é importante
mostrarmos ao cliente as correspondências psicossomáticas, que já vimos em
módulos anteriores, levando este a se autoquestionar, se autoavaliar.
Muitos clientes não assumem esta posição, são aqueles que culpam a tudo e a
todos e nunca assumem para si a responsabilidade de suas vidas e de seus
problemas.
A profundidade de envolvimento com o processo deve de ser do cliente. Cabe-nos,
esclarecer a ele, mesmo que isso lhe desagrade, a eventual condição de estar
procurando, mesmo que inconscientemente, um determinado processo terapêutico
apenas para mais uma vez provar que "é um pobre coitado", "que seu caso não tem
remédio" ou ainda apenas para reforçar novamente seu padrão de que nenhum
canal de cura ou processo consegue vencê-lo em seu propósito em continuar
doente, inconsciente à sua própria realidade ou irresponsável por sua própria
condição.
Um dos grandes males é exatamente o individuo crer que ele e seu comportamento
não têm nada a ver com as doenças que manifesta, que não cabe a ele próprio
nenhum tipo de responsabilidade sobre o que acontece exatamente dentro dele.
Esse tipo de pensamento é uma muleta social amplamente aceita. É muito fácil taxar
alguém de vagabundo ou preguiçoso por não conseguir carregar forças suficientes
para trabalhar ou vencer suas próprias limitações (inclusive, as pessoas que fazem
esse tipo de taxação ignoram, dentre muitos outros conhecimentos, as
manifestações ligadas à depressão e à oralidade). Entretanto, todo mundo aceita de
bom grado quando alguém sofre algum tipo de ataque ou mal qualquer, sendo os
mais comuns, os cardíacos, vasculares e os de coluna. Quando alguém cai doente,
tudo bem se a pessoa “estava fazendo sua parte”, entendendo isso como ir além
dos seus próprios limites para se adequar às expectativas e falsas crenças das
outras pessoas, da sociedade ou até mesmo para sufocar suas próprias limitações
em perceber e definir o que realmente está errado consigo. Enganar-se é um artifício
que serve apenas à consciência e a razão, mas não é o suficiente para a emoção, o
corpo e o espírito.
Muitas pessoas atribuem a causas externas a responsabilidade por tudo o que
acontece em suas vidas, aos pais, à criação, às condições de sua infância, aos
infortúnios que vivenciou, a condições sociais desiguais, ao governo, à falta de
oportunidade, enfim. Para quem já está a mais tempo no caminho da busca pessoal,
fica clara a própria responsabilidade e participação inclusive sobre os infortúnios,
fracassos e, até mesmo, acidentes nos quais se envolvam. Este tipo de cliente se
envolve mais fácil no processo, mas não podemos escolher clientes.

IMPORTANTE: Vale ressaltar que a questão deve ser focada sob a ótica da
responsabilidade e não da culpa (que são polaridades do mesmo sentimento...),
tanto por parte de quem passa por qualquer sofrimento quanto por quem se
apresenta apenas como parte externa do processo. Claro que uma criatura não sofre
por opção consciente (a razão é limitada para isso, o espírito e o plano causal
não...).
Muitas vezes, o que ocorre em clínica é maravilhoso, até espantoso. Entretanto, o
mais importante é que a pessoa possa consolidar o que se alcançou, resgatar
voluntária e permanentemente qualquer eventual sensação que tenha se
evidenciado a sua memória em uma vivência de cura. Por exemplo: às vezes,
determinada pessoa vive a tantos anos com medo, ansiedade, uma determinada dor
específica ou qualquer outro sentimento desagradável e dominante, que nem sabe
mais ou nem tem mais a noção de como é o estado de não ter aquilo incorporado a
sua autopercepção.
Durante um processo terapêutico, ela pode sentir-se (seguindo a sequência de
exemplos acima...) confiante, serena, leve e fluída... Este estado pode não ser a
cura em si, mas pode perfeitamente servir de parâmetro para que a lembrança de
seu real estado de saúde seja resgatada, abrindo um portal para que, no dia-a-dia,
ela possa trabalhar para si própria, com o intuito de resgatar e incorporar o benefício
alcançado. Seria um recondicionamento.
O trabalho pessoal é fundamental para a consolidação e continuidade dos benefícios
alcançados dentro de trabalhos da clinica.
Temos para ele já estudado as estruturas de defesa e a partir dela, indicações como
meditação e os autoquestionamentos, seguidos do aconselhamento sempre
fundamental no trabalho do psicoterapeuta holístico, sendo que não só no que tange
o comportamento em geral, mas em detalhes do dia a dia como vimos anteriormente
(alimentação, sedentarismo, etc).

POSTURAS

As mudanças no sentido da cura tendem a ser mais lentas e envolvendo processos


mais demorados nas primeiras vezes em que ocorre com o indivíduo, especialmente
sob sua vivência/entendimento como sendo um processo integral e completo. À
medida que a pessoa vai interiorizando o conhecimento além da razão,
especialmente os conhecimentos físicos e emocionais do seu estado de cura, de
saúde plena, os processos de mudança vão ficando mais rápidos, podendo em
alguns casos pontuais se manifestarem instantânea e definitivamente.
Alguns sentimentos ou percepções são mais passíveis de serem mudados definitiva
e quase que instantaneamente após algumas sessões terapêuticas. Esses
sentimentos normalmente estão ligados a percepções e/ou expectativas distorcidas
da realidade, como por exemplo, sensação de que algo extraordinário irá acontecer
e mudar sua vida, ou até mesmo a sociedade e o mundo; necessidade de
reconhecimento e acolhimento além da realidade (normalmente a pessoa se quer
tem noção que sua carência de afeto e reconhecimento é gigante e definitivamente
fora da realidade: não importa o quanto ela seja reconhecida, sua expectativa será
ainda maior...).
Outros sentimentos para serem dissolvidos envolvem o desdobramento de longos
períodos, pois demandam a troca de memórias de situações adversas por novas
experiências compensatórias.
No primeiro caso, temos o grupo das "coisas" que a pessoa idealizou ou projetou de
forma distorcida a partir de suas próprias ideias e percepções. No segundo,
experiências negativas reais efetivamente vividas e que precisam ser trocadas.
A memória independe da vontade própria, é automática e está diretamente ligada e
influenciada pela qualidade emocional presente durante o momento de ocorrência e
gravação de seus conteúdos. Dessa forma, uma sensação constante, por exemplo,
de fracasso não será passível de ser esquecida pela pessoa. Entretanto, sua
memória emocional de fracasso poderá ser reeditada por experiências recorrentes
de sucesso e êxito, proporcionalmente tão importantes quanto a(s) experiência(s)
que geraram o sentimento anterior de fracasso e perspectiva de que tudo o que
venha a ser realizado "não levará a nada".
Nesse "mesmo barco", encontram-se experiências de rejeição, medo/insegurança,
fraqueza, dentre tantas outras, que devem ser reeditados positivamente com
experiências bem sucedidas de aceitação, confiança, força, satisfação etc. Isso pode
levar muitos anos.
Muitas mudanças somente serão passíveis de serem efetivadas e gravadas como
definitivas em nós a partir de exercícios constantes, não apenas, e também,
exercícios físicos, mas exercícios de comportamento e atitudes. Por exemplo: para
acabar com uma sensação constante de ansiedade é muitíssimo recomendado o
exercício de comer lentamente, o que exige normalmente um esforço tremendo, a
confluência de várias pequenas técnicas e muito, muito tempo, para que a pessoa
possa ter êxito nessa tarefa aparentemente tão simples.
Depois de percebido um determinado padrão indesejável em nós, haverá ainda um
tempo posterior no qual perceberemos a sua ocorrência novamente, sem que
consigamos nos manifestar ainda da forma que já desejamos. Esse período é crítico.
Muita calma e aceitação nesse momento.
Conscientizando o cliente deste fato, cabe aí a programação terapêutica, com
atividades que visem diluir estes sentimentos e reorganizar a vida com padrões mais
adequados.

Frequência de tratamentos
Muitos psicoterapeutas holísticos estabelecem uma frequência pré-determinada de
encontros terapêuticos, com número de sessões definidas. Este formato pode ser
aplicado em muitos casos.
Entretanto, tanto em longo prazo, quanto para aplicações pontuais, o mais
importante é que a própria pessoa que busca a terapia perceba, compreenda e
assuma a responsabilidade pessoal de definir para si própria a frequência e os
períodos de suas próprias necessidades de buscar a cura e ajuda. Pois muitos
processos exigem muito mais do que apenas orientações realizadas no ambiente
clínico.
A frequência de tratamentos também depende da reação da pessoa após cada
sessão, da sua abertura, resistência e capacidade para integrar o que foi trabalhado,
além da confluência imprevisível da força dos fatos e dos acontecimentos externos.

Resistências
Não ter segurança na proposta de trabalho do profissional que eventualmente o
esteja orientando sobre este assunto pode ser um sinal vermelho contra uma força
que pode estar mais preocupada em tirar benefícios para si própria do que fazer
uma troca justa com você. Ligue a sua intuição. Esteja atento.
Algumas pessoas têm esse clichê mental internalizado de que não gostam de
terapia. Dizer ou pensar algo assim é como dizer "não gosto de essências" é trocar
um conceito por outro. A pessoa pode não gostar de determinadas essências, até
mesmo de muitas delas, mas, com certeza, existem essências que lhe serão
agradáveis.
O que normalmente ocorre em relação a eventuais aversões a processos
terapêuticos, via de regra, vem de dois caminhos:
- um total desconhecimento do que seja um processo terapêutico;
- uma vivência inicial desagradável ou de pouco ou nenhum retorno efetivo em
algum tipo de processo.
Sob uma determinada ótica, podemos entender a terapia como sendo uma ajuda.
Ajuda é sempre boa, quando ela realmente se constitui de uma ajuda, é buscada ou
oferecida no momento adequado.
"Terapia, uma ajuda?... Ajuda pra quê?!"
Ajuda para conseguir algo que não estamos conseguindo realizar sozinhos, não
apenas restabelecer o estado de saúde sob determinado aspecto efetivo, mas
também para conseguir realizar algo que se vem tentando sem sucesso, atravessar
uma barreira interna que sentimos não estar conseguindo ultrapassar, ou ainda
tantas outras e infinitas necessidades.
O costume que tivemos com a sequência ininterrupta de séculos e séculos de uma
medicina voltada apenas para o socorro de reversão de males já bem instalados e
de intervenções drásticas, inclusive com muitos processos invasivos, fez perde-se
de foco o sentido terapêutico de ajuda como resgate para os próprios processos
internos de cura e evolução do sistema humano.
O estado de cura real, de satisfação plena, na realidade, e infelizmente, já foi
vivenciado por muito poucos de nós.
O processo e o estado de cura são um dos vários conhecimentos e vivências que
vão além do alcance da razão. É um conhecimento emocional, físico, mental e
espiritual, que não se traduz apenas em palavras, mas, que por uma graça da
natureza, é passível de ser propagado entre nós pelo poder da transmissão
sinestésica. A sinestesia é a capacidade de se perceber uma mensagem de um
meio com o sentido de outro. Assim podemos ter cores e cheiros "doces" ou
"amargos", por exemplo. Desta forma, o psicoterapeuta, possui "uma chave" para
nos transmitir uma emoção, uma sensação, uma força de vontade, seja lá o que for,
que não estamos conseguindo sintonizar por um motivo ou por outro.
De forma resumida, este entendimento deve ser repassado para o cliente a fim de
deixá-lo mais à vontade e quebrar a barreira da resistência.

Os segredos incontáveis

Por vezes o cliente fala e fala e fala e, no entanto, continua escondendo um


segredo.
Um segredo "incontável" funciona somaticamente para o organismo da mesma
forma que um veneno.
Dessa forma, existem coisas "incontáveis" ou das quais nos envergonhamos muito,
mas para as quais precisamos dar vazão. Pois algo incontável gera um sentimento
de exclusão dentro do grupo humano.
Para esses casos, a figura do psicoterapeuta holístico funciona com alguém que, a
partir de um distanciamento proporcional ao tamanho desse segredo, esteja apto a
ouvi-lo e desta forma, dividir este fardo com ele.

EXPANDINDO A CONSCIÊNCIA

Conduzir a expansão da consciência do cliente envolve buscar e conscientizá-lo dos


padrões de comportamento que vive e que é a causa de seus males. Reverter este
quadro é o objetivo e proporcionar ao cliente ser o promotor desta mudança é a
consagração de nosso tratamento.
Um direcionamento bastante proveitoso em relação à dissolução de padrões antigos,
e consequente liberdade de manifestação de novas respostas e comportamentos, é
o seguinte: ao implementar uma mudança de padrão é sempre bom começarmos
por contextos mais simples, até que o cliente se sinta mais seguro com o novo
padrão, aguardando o momento mais adequado de implementá-lo em situações
mais profundas.
Um bom exemplo para isso está ligado aos padrões de reação dentro dos
relacionamentos. Digamos que o cliente se sente oprimido e imobilizado, toda vez
que alguém "cresce" pra cima dele com argumentos e até atitudes mais
contundentes. Ele percebe esse padrão e começa a se trabalhar para mudar isso.
Muito pouco provavelmente ele terá êxito se for tentar mudar isso já numa primeira
tentativa exatamente com alguém que lhe seja muito próxima e constante, como
marido/mulher, pai/mãe, chefe etc. O indicado é que ele possa ir mudando essa sua
atitude/sentimento em contatos primeiramente mais fortuitos, que nem irão
acontecer novamente, como com uma pessoa qualquer que a chame a atenção na
rua, um atendente de uma loja onde passou apenas eventualmente e por aí vai.
Nessa fase, a pessoa verá que apesar de seus esforços, muitas vezes ainda virá a
se sentir oprimida/imobilizada nesse tipo de situação em questão, mas também que
já consegue observar mudanças em algumas ou muitas vezes. Gradativamente, a
pessoa vai se sentir mais segura para tentar essas mudanças também em contatos
um pouco mais frequentes, como, por exemplo, em relação ao síndico de seu prédio,
um colega de outro departamento da empresa etc.
Chegará o dia em que começará conseguir a trazer seu desprendimento em relação
àquele velho padrão para dentro dos relacionamentos mais íntimos. Geralmente,
quando conseguimos mudar frente a velhos padrões em relação a pai/mãe é um
indicativo quase certeiro que não teremos mais problemas com esse padrão com
mais nenhuma outra pessoa...
Ficando atento para os padrões de comportamento/reação dentro dos
relacionamentos, também vamos adquirindo mais habilidade para conhecer nossos
padrões também em outras áreas e dimensões do nosso ser, como por exemplo,
nossos padrões de nutrição, humor, habilidade em reagir frente a desafios diversos,
doenças, metabolismo, etc.
Os padrões mais profundos que podemos perceber estão ligados à energia de
nossa essência e podem ser denunciados pela análise das estruturas de defesa,
que já vimos anteriormente e veja que é um conhecimento fundamental para um
processo psicoterapêutico adequado.
A questão de padrões associa-se à questão de flashbacks. Um mecanismo
psicoterapêutico muito utilizado que vem a ser a sensação, muitas vezes induzida,
de a pessoa resgatar as lembranças e, principalmente, as sensações e emoções
que teve em relações a determinado trauma, agora sob uma nova condição que lhe
permita reviver a situação, porém integrando o que possa ter ficado de bom ou de
ensinamento, agregando valor sobre aquilo, uma vez que o que ficou de negativo ou
já está bem patente para a consciência, ou, bem pior, de tão intenso foi agregado
aos conteúdos inconscientes, como uma forma de proteção do próprio sistema de
equilíbrio psíquico e orgânico.
O flashback pode tanto ser a fatos recentes, quanto à de qualquer período da vida,
como da infância, da época de gestação ou ainda sobre conteúdos de vida passada
(TVP) ou de origem até mesmo não identificada. Mesmo que a pessoa não tenha a
crença de períodos como os de vidas passadas, o mais importante sobre este tipo
de experiência é que ela possa viver a verdade de determinado conteúdo que ela
traz dentro de si, e que essa revivência/releitura, dentro do contexto terapêutico
possa trazer a ela o resultado de cura que ela procura e/ou precisa.

OBS.: Cito aqui a TVP por ser uma abordagem válida para o processo de expansão
da consciência, mas que é algo muito específico e que cabe ser estudado em um
curso próprio desta técnica.
É a partir desta expansão da consciência que vem a ser exatamente este resgate de
conteúdos inconscientes, de sentimentos e emoções registradas e não percebidas
pelo cliente que se dará o passo seguinte, que vem a ser a integração do
inconsciente, para daí termos um individuo inteiro, com um inconsciente integrado ao
seu Ser, uma consciência expandida e consequentemente, em equilíbrio e harmonia
consigo mesmo e com o mundo que o cerca.

INTEGRANDO O INCONSCIENTE

Segundo Jung, todo indivíduo possui uma tendência para o autodesenvolvimento,


que ele chama de individuação.
Individuação significa tornar-se um ser único, homogêneo, na medida em que por
individualidade entendemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável,
significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Pode-se traduzir
Individuação como tornar-se si mesmo, ou realização do si mesmo.
Individuação é um processo de desenvolvimento da totalidade e, portanto, de
movimento em direção a uma maior liberdade. Isto inclui a expansão da consciência
e a integração de vários elementos que compõe o nosso Ser.
Na teoria de Jung, a Psicologia Analítica, ele criou termos para definir estes
elementos, como Ego, Persona, Sombra, Anima ou Animus, que vem a ser
arquétipos inconscientes.
Quanto mais conscientes nos tornamos de nós mesmos através do
autoconhecimento, tanto mais se reduzirá a camada do inconsciente pessoal que
recobre o inconsciente coletivo. Desta forma, sai emergindo uma consciência livre do
mundo mesquinho, suscetível e pessoal do Eu, aberta para a livre participação de
um mundo mais amplo de interesses objetivos.
Essa consciência ampliada não é mais aquele novelo egoísta de desejos, temores,
esperanças e ambições de caráter pessoal, que sempre deve ser compensado ou
corrigido por contratendências inconscientes; tornar-se-á uma função de relação
com o mundo de objetos, colocando o indivíduo numa comunhão incondicional,
obrigatória e indissolúvel com o mundo.
Do ponto de vista do Ego, crescimento e desenvolvimento consistem na integração
de material novo na consciência, o que inclui a aquisição de conhecimento a
respeito do mundo e da própria pessoa. O crescimento, para o Ego, é
essencialmente a expansão do conhecimento consciente.
Temos então o autoconhecimento como a integração total entre os conteúdos
inconscientes, nossos desejos profundos com a consciência, nosso contato com o
mundo.
Expandindo a consciência estaremos com uma visão clara do que nos cerca e a
certeza de lidar melhor com as situações. Com os conteúdos inconscientes
integrados, estaremos livres de conflitos internos, pois estaremos nos
compreendendo melhor.
Cabe ao psicoterapeuta holístico desenvolver no seu cliente estas capacidades, a de
expandir a consciência e integrar o inconsciente.

Trabalho Avaliativo do Módulo 5

Ao final de cada módulo, será solicitado um trabalho avaliativo visando o maior


aprofundamento do aluno nos assuntos estudados.

O trabalho do módulo 5 consiste em formular uma pesquisa sobre os assuntos do


módulo, de no mínimo 3 folha e no máximo 5 folhas, em tamanho A4, usando fonte
arial 12, espaçamento simples e margens normais. No início do trabalho crie um
cabeçalho com seu nome, curso e capítulo como o exemplo abaixo:

Formação Livre em Psicoterapia Holística

Trabalho Avaliativo do módulo 5

Aluno: Fernanda Kriger

Data de entrega :01 de Janeiro de 2015

O trabalho deverá ser enviado por email para fernandakrigger@gmail.com


FORMAÇÃO LIVRE EM
PSICOTERAPIA
HOLÍSTICA

Módulo 06
ATENDIMENTO NO ESPAÇO TERAPÊUTICO
Abordagem Terapêutica | Anamnese |Técnicas e modelos de atendimento.

1 - Abordagem Terapêutica

Em geral, quando um cliente procura um psicoterapeuta holístico, na maioria das


vezes ele vem com uma grande necessidade de ser ouvido e esvaziar as emoções e
sentimentos.
Por isso, para o atendimento ao cliente ser realmente eficaz, é preciso que ele saiba
escutar e agir quando seu cliente precisar ser ouvido e aconselhado.
A sugestão de protocolo a baixo foi criada diante da necessidade de o terapeuta
iniciante ter uma espécie de padrão de atendimento.

Sugestão de Protocolo:
PRIMEIRA CONSULTA: O terapeuta recebe o cliente e acolhe com carinho e
respeito, primeiramente, deve-se explicar o que o terapeuta tem para oferecer, como
funciona a terapia holística, quais ferramentas usa, o que o cliente pode esperar, e
deixa-se muito claro que não existe vínculo com a psicologia. Em seguida, faz-se a
anamnese, dá-se a ficha para o cliente responder.
Após, o terapeuta lê a ficha e pergunta ao cliente por que ele procurou o terapeuta.
E deixa ele falar. E falar, e falar. Na primeira consulta, o cliente precisa esvaziar os
sentimentos imediatos, e o papel do terapeuta é ouvir, com escuta atenta e evitando
qualquer julgamento de caráter. Após ouvir muito sem interferir, o terapeuta pode
usar seus conhecimentos para apontar algumas percepções sobre o que o cliente
falou. Na primeira consulta o melhor papel para o terapeuta é ouvir, nessa consulta
ouve-se 90% e fala-se 10%.Lembre-se, terapia holística é um processo e não se
resolve tudo em uma sessão.

SEGUNDA CONSULTA: Aqui o terapeuta já conhece o cliente, mas ele ainda


precisa falar muito, esvaziar as emoções. Comece perguntando a ele como foi a
semana e deixe-o falar. Nesse dia ouça 70% e fale 30%, comece a usar suas
ferramentas, Ouça seu cliente com muita atenção, evite dar conselhos, seja amoroso
e respeitoso.
TERCEIRA CONSULTA EM DIANTE: Aqui o cliente já deve estar mais fortalecido, e
o terapeuta já pode efetivamente usar suas ferramentas, que dependerão de sua
formação e habilidade.
Existem inúmeras formas de se conduzir um processo de psicoterapia holística, isso
depende das ferramentas e técnicas que o terapeuta conhece e sente-se confortável
em usar.
A média de sessões no processo pode variar, mas normalmente em 10 sessões o
cliente estará bem o suficiente para passar ao período de manutenção ou receber
liberação.
A psicoterapia holística se caracteriza justamente por sua brevidade. Até que o
cliente esteja bem, sugiro que suas consultas sejam semanais, depois, pode haver
um período de manutenção quinzenal, e por fim, a liberação com o término do
processo.
DICAS:
Tenha sempre a anamense e as anotações sobre o processo de cada cliente
organizados, isso o ajudará a lembrar de cada caso antes de receber o cliente na
próxima sessão. Estude-os.
Leia e estude muito. Procure novas possibilidades de trabalho com seu cliente, não
limite-se apenas à escuta ativa.
Use sua intuição. Sempre.
Abaixo daremos algumas sugestões de como proceder na primeira consulta, durante
a anamnese e nas reconsultas, quando for necessária a intervenção do terapeuta e
o aconselhamento. Não existe regra, cada terapeuta tem liberdade de usar as
ferramentas e formas que julgar interessante, mas queremos trazer ao terapeuta
ferramentas práticas e fáceis de serem usadas.

2- Anamnese ou entrevista inicial


A anamnese ou entrevista inicial é o primeiro contato realizado entre o Terapeuta e o
cliente. É a partir dela que o Terapeuta poderá desenvolver um programa
terapêutico adequado.
Entrevistar é uma técnica que não se baseia em um dom como muitos pensam, mas
sim, uma técnica que se adquire através da prática constante.
Ter facilidade de diálogo ajuda e muito, mas não é tudo, pois a entrevista inicial vai
além de uma boa conversa, ela visa principalmente, levantar dados significativos,
essenciais para compor o quadro diagnóstico e assim, o terapeuta propor de forma
adequada, um programa terapêutico.
Podemos dizer então que o objetivo da entrevista inicial é: levantar dados
significativos, essenciais para compor o quadro diagnóstico para que seja elaborado
um programa terapêutico.
A entrevista pode se desenvolver de três formas:
Perguntas Abertas: Conduzida através de perguntas feitas de forma a proporcionar
ao cliente uma amplitude de expressão, sem que ele se restrinja a um determinado
foco. Um exemplo clássico é a pergunta: mas diga-me, o que lhe traz aqui?
São perguntas que devem ser feitas no início da entrevista.
Perguntas Fechadas: São perguntas complementares sobre assuntos não falados
ou detalhamentos de assuntos já tratados.
Como exemplo: Quando iniciou esta sensação de angústia? Quais as pessoas que
lhe causam maior constrangimento?
Geralmente respondidas por sim ou não, ou por um número, nomes, etc.
Caracteriza-se por respostas curtas.
Estas perguntas devem se seguir após as perguntas abertas ou focadas.
Perguntas Focadas: Neste caso, as perguntas tocam em um ponto já levantado na
fala do cliente. Ou seja, ele fica a vontade para responder com amplitude como na
pergunta aberta, mas direcionado a um tema proposto pelo terapeuta fazendo
referencia ao que já fora dito anteriormente pelo cliente.
Como exemplo: Como você definiria este mal estar?
A progressão sugerida é iniciar com perguntas abertas, passando a focadas e
fechadas.
Escutar o cliente é fundamental por dois principais motivos:
O acolhimento, ou seja, uma ação que dá ao cliente o bem estar da segurança e que
o aproxima do Terapeuta, criando um laço pautado no respeito mútuo. O terapeuta
está ali para ouvir a queixa do cliente e este buscando alguém que o ouça e o
ouvindo, descubra as causas de seus males e consequentemente, busque minimiza-
las quiçá, extingui-las.
Buscar levantar com clareza, dados significativos na fala do cliente que possibilitem
a elaboração mais precisa possível de um programa terapêutico.
Ao longo da escuta ocorrem alguns momentos que considero importante e quê listo
aqui:
Confirmação por parte do terapeuta de ter entendido o que foi dito pelo cliente, com
frase como “compreendo” ou um gesto afirmativo com a cabeça. A confirmação
estimula o cliente a dar prosseguimento na sua fala e buscar ser mais preciso e
claro.
Manter-se em silêncio. Um momento que requer habilidade. Por vezes, o cliente diz
coisas absurdas ou claramente mentirosas, talvez no intuito de desafiar o terapeuta,
daí a necessidade de um silencio quase contemplativo, que levará o cliente a
modificar o seu pronunciamento, revendo o que foi dito. Nunca questione a
veracidade do que foi dito pelo cliente. Devemos trabalhar com a fala dele e se
percebermos que o que foi dito não corresponde por algum motivo à realidade,
devemos ao invés de questionar ou apontar o fato, refletir no porque do cliente ter
agido desta forma.
Temos também de observar momentos no qual deveremos criar uma empatia com o
cliente, através de comentários sobre falas que exprimem conteúdos importantes
emocionalmente, como por exemplo:
“... eu acordei com uma sensação de vazio naquela manhã...”, diz o cliente.
“... isto deve ter te causado um grande mal estar não?”, diz o terapeuta.
Empatia significa o se colocar no lugar do outro, sentir como sente o outro, ou seja,
uma postura que é parte fundamental no Acolhimento.
Preste atenção no que o cliente fala sem usar as palavras: Chamamos comunicação
não verbal a forma de passar informações através da linguagem corporal. Este
enviar de mensagens pode ser feito de forma inconsciente ou consciente.
Expressões faciais, movimentos dos braços, pernas, devem ser interpretados bem
como a própria aparência apresentada pelo cliente ao chegar ao seu consultório.
É importante observar a maneira de sentar do cliente, se de forma leve ou brusca, se
os braços estão cruzados ou os punhos fechados, demonstrando tensão.
O antropólogo Albert Mehrabian fez um levantamento estatístico de proporção entre
linguagem verbal e não verbal na transmissão de mensagens e conclui que cerca de
55% delas é transmitida via linguagem corporal.
Algumas situações com as quais o terapeuta pode se deparar nesse momento:
Diante do silêncio do cliente, mantenha a postura atenta. Mantenha postura atenta
com breve estímulo para que o paciente continue. Observar se não é por falta de
sensibilidade ou erro do entrevistador.
Diante de clientes prolixos, busque interrompe-los quando necessário de forma
delicada. Nestes casos trabalhe priorizando perguntas focadas ou fechadas.
Diante de clientes ansiosos, busque fazê-lo falar sobre seus sentimentos.
Diante de clientes hostis, aceite este sentimento sem revide.
Diante do choro, estenda um lenço, aguarde o cliente se recompor. Se algum
comentário for feito de sua parte, que seja: é bom desabafar.
Diante de histórias incompreensíveis e confusas, indague sobre seu passado clínico,
se toma medicamentos e onde foi sua última consulta clínica. Poderemos estar de
frente para um caso específico para a psiquiatria (estrutura esquizofrênica, por
exemplo).

REGRAS GERAIS DA ENTREVISTA INICIAL


• É o primeiro contato entre o Terapeuta e o cliente. Momento de acolhimento.
• Expresse-se com palavras compreensíveis para o cliente.
• As informações coletadas devem estar relacionadas ao problema do cliente,
somente assim, as informações poderão ser úteis ao Terapeuta e não, informações
que confundam o raciocínio na hora de elaboração do programa terapêutico.
• Ir do geral para o específico. De perguntas abertas para as focadas e
fechadas.

Abaixo, disponibilizamos um modelo de ficha de Anamnese, perceba que só no final


da ficha é perguntado o motivo do cliente estar buscando a terapia. Isso por que
uma das estratégias mais fáceis é entregar a ficha de anamnese para o cliente
preencher enquanto o terapeuta vai explicando como funciona a terapia, ao final,
quando o cliente entrega a ficha preenchida, o terapeuta questiona o motivo dele
procurar, e ai de fato, inicia a entrevista.

ANAMNESE
Nome:__________________________________________________________
Nascimento:____________________________________Idade:____________
EstadoCivil:__________________________Religião:__________________
Endereço:____________________________________________________
Telefone:________________________email:________________________
Onde você trabalha:____________________________________________
Marque com um x se tiver alguma das opções abaixo:
[ ] depressão [ ] hipertensão [ ] problemas renais
[ ] síndrome do pânico [ ] fobia_____________________
[ ] osteoporose
[ ] crises de estresse [ ]câncer____________________
[ ] tendinite
[ ] insônia [ ] tumor ou nódulo___________
[ ] problemas hepáticos
[ ] fobia social [ ] alergia___________________
[ ]problemas na coluna
[ ] diabetes [ ]problemas cardíacos
[ ] sinusite
[ ] problemas nas articulações [ ] problemas respiratórios
[ ]outro:________________
Toma algum medicamento controlado ou
contínuo?_______________________________________________________
Que nota entre 0 e 10, sendo 0 muito ruim, e 10 muito bom, você dá para:
[ ] seu sono [ ] sua digestão [ ] o funcionamento de seu intestino
Data da primeira sessão:_________________________________
Já fez algum processo terapêutico ou holístico?
______________________________________________________________
PARA USO DA TERAPEUTA:
Periodicidade:________________
Dia e hora:____________________________________________
Valor acordado:________________
Forma de pagamento:__________________________________
O que você veio buscar nessa terapia?
______________________________________________________________

3- Técnicas e Modelos de Atendimento

3.2 – Técnica da Criança Interior


Essa técnica é para despertar e fazer as pazes com a criança interior.
Material necessário: 1 espelho de rosto, música instrumental de fundo, 1 foto de
criança do cliente.

Como proceder: Peça ao cliente que traga para a sessão uma foto sua de criança.
Na sessão, peça para ele segurar a foto e o espelho.
Peça para que olhe para foto e mantenha-se assim, enquanto isso, vá falando sobre
aquela criança da foto, lembrando que ela só queria ser livre, ser feliz, que não se
preocupava, que era amada, que tinha sonhos....
Em seguida peça para que ele olhe no espelho, e pergunte se aquela imagem no
espelho é tudo o que a criança da foto sonhou ser, se ele conseguiu realizar seus
sonhos, se não, onde foi que errou, o que aconteceu.
Vá intercalando entre foto e sonho até sentir que o cliente está bem mobilizado, daí,
peça pra ele fechar os olhos e se imaginar abraçando e pedindo perdão pra aquela
criança, e se imaginar sendo perdoado por ela. Diga que aquela é a criança interior
dele, e que ele deve de vez em quando, voltar ali para brincar com ela.
3.2 Técnica do Espelho
Essa técnica é para o cliente desenvolver auto estima, auto amor e perdão
próprio.
Materiais necessários: 1 espelho de rosto, música suave instrumental
Como proceder: Dê um espelho para o cliente, peça para que ele olhe
profundamente dentro dos próprios olhos, tentando enxergar o que está escondido
no inconsciente, deixe ele olhar por uns 2 minutos, depois peça para que ele diga
em voz alta e com toda emoção que conseguir: Apesar de tudo o que ainda não
considero perfeito, eu me amo e me aceito do jeito que eu sou. Eu me perdoo e me
amo.
Faça ele repetir isso por pelo menos 10 vezes, sempre olhando dentro do olho dele
mesmo.

3.3 Ho’oponopono
Esse exercício é ótimo para quando o cliente não consegue expressar o
motivo que o bloqueia.
Fale sobre perdão e auto perdão e auto amor, e sua importância na vida da gente.
Explique que o Ho’oponopono: é um dos métodos de auto-cura mais efetivos que
existe, porque se baseia no amor expressado através de tuas palavras para chegar
até seu subconsciente, que é onde residem as memórias que obstaculizam os
processos vitais, baseado na filosofia hawaiana para sanar memórias, pessoas,
espaços e situações. As frases de Hooponopono estão dirigidas à Divindade que há
em ti. São frases simples: Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato.
Peça para o cliente deitar sobre o papel, desenhe o contorno do corpo dele, e dê
para que ele use como molde. Esse é seu molde e você o usará para praticar o
Ho’oponopono escrevendo por que você sente muito, Pelo que você se perdoa, por
que você se ama e pelo que você é grato. Você pode usa também desenhos, cores,
enfim, expressar-se como for mais importante para você. As frases que ele precisa
colocar no molde e explicar por desenhos ou frases são: SINTO MUITO, ME
PERDOE, EU TE AMO, EU SOU GRATO.

Conclusão
Ser psicoterapeuta holístico, é na verdade, ESCUTAR ativamente, sem exercer
julgamento e fazer com que o cliente sinta-se a vontade para se esvaziar dos
sentimentos.
A sessão de psicoterapia nada mais é do que uma conversa franca e sem
julgamentos, onde o terapeuta mais ouve do que fala, e onde eventualmente lança
mão de recursos como os exercícios acima.
Além desses, existem diversos outros exercícios de imaginação, PNL, coaching e
meditação que podem ajudar, e cabe ao terapeuta buscá-los e agregá-los ao seu roll
de terapias.
Reiki, florais, cromoterapia, aromaterapia entre outros, podem ser recursos
complementares valiosos.
Estude sempre, lembre-se que o conhecimento aliado à prática é que fará diferença.
Conheça todas as técnicas e saiba aplicá-las, mas quando estiver frente ao cliente,
lembre-se de ser um ser humano amoros ouvindo um ser humano necessitado.
Acima de tudo, aja de acordo com seus princípios, com seu coração e intuição, e
tudo dará certo.

Trabalho Avaliativo do Módulo 6

Ao final de cada módulo, será solicitado um trabalho avaliativo visando o maior


aprofundamento do aluno nos assuntos estudados.

O trabalho consiste em formular um resumo sobre os assuntos abordados no


módulo, de no mínimo 3 folha e no máximo 5 folhas, em tamanho A4, usando fonte
arial 12, espaçamento simples e margens normais. No início do trabalho crie um
cabeçalho com seu nome, curso e capítulo como o exemplo abaixo:

Formação Livre em Psicoterapia Holística

Trabalho Avaliativo do módulo 6

Aluno: Fernanda Kriger

Data de entrega :01 de Janeiro de 2015

O trabalho deverá ser enviado por email para fernandakrigger@gmail.com

Após a entrega deste trabalho, será conferido o certificado de participação no curso.


Rua Pinheiro Machado, 990, Centro – Caxias do Sul – RS

Terapeuta holística responsável: Fernanda Krigger

Facebook.com/TerapiasHolisticasEmCaxiasDoSul

fone/whatsapp: 54 84040296

e-mail: fernandakrigger@gmail.com

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