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Brasília-DF.
Elaboração
Atualização
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
Bases e Ações em Segurança Alimentar.......................................................................................... 9
Capítulo 1
Princípios da segurança alimentar.................................................................................... 9
Capítulo 2
Epidemiologia das principais doenças de origem alimentar........................................ 19
Capítulo 3
Perigos químicos, físicos e biológicos em alimentos.................................................. 28
Unidade iI
Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I........................ 37
Capítulo 1
Segurança e controle de qualidade dos alimentos.................................................... 37
Capítulo 2
Normas e padrões de qualidade – legislação de segurança de alimentos.............. 42
Capítulo 3
Gestão na produção de alimentos e marketing na gestão de alimentos.................. 48
Unidade iII
Gestão Em Segurança Alimentar II................................................................................................. 53
Capítulo 1
Programas de garantia de controle de qualidade (Boas Práticas, APPCC).............. 53
Capítulo 2
Certificação, auditoria e credenciamento de gestão na qualidade de alimentos.. 63
Capítulo 3
Ferramentas de controle de qualidade na produção de alimentos......................... 71
Referências................................................................................................................................... 84
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O alimento constitui-se pela sua essencialidade para a vida, com certeza o inicial
entendimento sobre Segurança Alimentar já surgiu nos indivíduos do início da
humanidade, compreendido como a necessidade de garantir o alimento de cada dia,
para si e para os seus. Essa abordagem foi se expandindo das pessoas para a coletividade
à medida que esta foi se organizando em grupos cada vez maiores e mais complexos,
segundo nos relatam os destaques históricos de todos os povos, nos quais o suprimento
alimentar sempre aparece como preocupação importante para a sobrevivência e o
aumento das populações.
Defende-se uma concepção sobre segurança alimentar que reconhece o acesso aos
alimentos como um direito em si mesmo, discutindo a relação entre segurança alimentar
e a sustentabilidade, assim como o custo e a qualidade dos alimentos no Brasil.
Dentro da ótica aqui definida, pode-se afirmar que a segurança alimentar está
regida por determinados princípios. O primeiro deles é que a segurança alimentar
e a segurança nutricional são como “duas faces da mesma moeda”, não podendo se
garantir uma delas sem que a outra também esteja garantida. O segundo princípio
está no fato de que somente será assegurada a segurança alimentar e nutricional
por meio de uma participação conjunta de governo e sociedade, sem que com isso se
diluam os papéis específicos que cabe a cada parte. Por fim, é preciso que se considere
o direito humano à alimentação como primordial, que antecede a qualquer outra
situação, de natureza política ou econômica, pois é parte componente do direito à
própria vida (MALUF, 2007).
7
Objetivos
»» Atualizar nos aspectos que se relacionam a segurança alimentar.
8
Bases e Ações
em Segurança Unidade I
Alimentar
Capítulo 1
Princípios da segurança alimentar
9
UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Para Galeazzi (1996), haverá segurança alimentar “quando todos os brasileiros tiverem,
permanentemente, acesso em quantidade e qualidade aos alimentos requeridos e às
condições de vida e de saúde necessárias para a saudável reprodução do organismo
humano e para uma existência digna”.
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
»» Acesso ao alimento, tanto por questão de distância física, como por renda
e poder de compra.
Nesse contexto, surge ainda o grande fato dos alimentos serem, no presente, objeto de
processamento industrial, variando de minimamente processado a ultraprocessados
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Há uma vertente dentro da ideia de segurança alimentar que vem de tempos remotos,
na sua caracterização essencial e perdura até hoje, relacionada ao alimento em si, suas
propriedades intrínsecas relativas aos atributos nutritivos: trata-se do valor do alimento
para a constituição da vida e reposição diária da energia para o trabalho cotidiano.
Os nutrientes são incorporados ao organismo e cumprem algumas finalidades físicas
e psíquicas. As físicas proporcionam energias necessárias para a manutenção da
integridade da vida, bem como, o funcionamento das estruturas corpóreas, ao proverem
materiais necessários a elas e para abastecerem os tecidos de substâncias para regular
seu metabolismo (ORDONEZ, 2010). As finalidades psíquicas são as de saciar as
necessidades sensoriais, historicamente construídas e, mais tarde, o alimento aparece
como símbolo, ou seja, como elemento de cultura, que influi na segurança alimentar.
Cabe aqui citar Michael Pollan: “Se um alimento é mais que a soma de seus nutrientes
e uma dieta é mais que a soma de seus alimentos, logo, uma cultura alimentar é mais
que a soma de seus cardápios – abrangem também os modos, os hábitos alimentares
e as regras tácitas que, juntos, determinam a relação de um povo com a comida e com
a alimentação. A maneira como uma cultura se alimenta pode ter tanta relação com a
saúde quanto o conteúdo da alimentação” (POLLAN, 2008).
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Chico Menezes, por meio da lei no 11.346, que fala da consagração de uma concepção
abrangente da Segurança Alimentar e Nutricional e de princípios que a orientam, a
soberania alimentar e o direito humano à alimentação. Segundo Consea (2006) entender
a Segurança Alimentar e Nutricional como um direito humano, é a representação
de um enorme passo para vencermos a desnutrição e a fome, ou outros fatos que
envergonham o país, abrindo possibilidade para que o povo brasileiro possa cobrar do
Estado medidas para corrigir essa situação. De maneira que o princípio da soberania
alimentar possa reconhecer o povo para determinar livremente o que irá consumir e
produzir de alimentos.
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
mineral, metanol no vinho etc. que assim houve uma maior preocupação com a
qualidade sanitária dos alimentos (segurança alimentar). Sendo assim os consumidores
alteraram sua percepção sobre segurança sanitária de alimentos, acarretando reflexos
rápidos e graves para a economia dos países envolvidos nessa questão.
De acordo com Andrigueto et al. (2008), existe uma realidade que dever ser enfrentada
e solucionada para garantir a salubridade dos produtores e trabalhadores rurais,
como também terem acesso a alimentos saudáveis. Como, por exemplo, combater os
métodos, as tecnologias utilizadas e os processos produtivos que expõem a população
à contaminação e intoxicação, devido os perigos químicos, físicos e biológicos nos
alimentos.
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Nos últimos anos alguns temas se tornaram frequentes na agenda do governo brasileiro,
causando preocupação para Chefe de Estado e para autoridades internacionais no mundo
todo, como problemas com produção, consumo e circulação de alimentos. Pode-se
considerar que o termo segurança alimentar é alvo de programas nacionais, campanhas,
políticas públicas, e assim sendo uma área interdisciplinar que exige cada vez mais a
ação de profissionais de diversas áreas, como os nutricionistas, médicos, economistas,
sociólogos etc. (GOMES JUNIOR, 2007). Então, a partir do momento que a qualidade
dos alimentos passa a ser preocupação dos consumidores, O Instituto de Defesa do
Consumidor (IDEC) demonstra que existe uma situação inaceitável decorrente de altos
níveis de contaminação microbiológica e química, fraudes e informação na rotulagem
de produtos no mercado (VIEIRA et al., 2007).
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
O consumidor no Brasil está assegurado com o Código de Defesa (artigo 31) com a
afirmação de que os produtos devem assegurar corretas informações e claras sobre
características de qualidade, composição e origem. O código se refere a assuntos como:
cumprimento de informar ao mercado consumidor, desde o empresário, inversão do
ônus da prova relacionado ao direito da informação, função de suficiência e adequalidade
de informações prestadas sobre o risco à segurança e a saúde dos consumidores,
defeito de comercialização de informações do uso do produto ou serviço, podendo ser
considerado vício de qualidade o descompasso entre as informações de publicidade,
embalagem, recipiente, rotulagem de fornecimento (GOMES JUNIOR, 2007).
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Capítulo 2
Epidemiologia das principais doenças
de origem alimentar
A incidência das DTAs é influenciada por diversos fatores nomeadamente por alterações
ambientais, industrialização, mudanças de hábitos, urbanização, estilo de vida,
comércio internacional, alongamento da cadeia alimentar, conhecimentos, atitudes e
comportamentos dos manipuladores de alimento, seja profissional ou doméstico, e pela
própria informação do consumidor (SOARES, 2007).
A contaminação de alimentos pode dar origem a surtos, definidos por episódios nos
quais duas ou mais pessoas apresentam, em um mesmo período de tempo, sinais e
sintomas semelhantes após a ingestão de um determinado alimento de mesma origem
considerado contaminado por evidência clínica, epidemiológica e/ou laboratorial
(MARCHI, 2011).
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Casos
notificados
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
Os surtos de DTA podem ser investigados por meio de exames clínicos, etiologia
laboratorial ou critérios epidemiológicos, com esses dados pode-se obter características
das doenças, local de ocorrência, veículo (CARMO e COLABORADORES, 2005). Os
surtos mais comuns estão relacionados com alimentos de boa aparência sem qualquer
alteração, já que a dose infectante é menor que a quantidade de micro-organismo para
degradar alimentos, dificultando assim a rastreabilidade dos alimentos que causam os
surtos.
Carmo et al. (2005), afirmam que notícias nacionais e internacionais demonstram que
a maioria dos casos não são notificados às autoridades, e assim não buscam serviço
médico. No Brasil e em alguns países, os surtos que são notificados são apenas quando
envolvem um maior número de pessoas ou se a duração é mais prolongada. Esses surtos
são resultados de manipulação inadequada e conservação em condições impróprias e
alguns desses resultam da OAKLAND entre o consumo de alimentos contaminados
com a manipulação inadequada e conservação ou distribuição em condições impróprias
(GREIG; RAVEL, 2009b). Alimentos contaminados por pequenas quantidades de
micro-organismos podem não causar surtos alimentares, porém se forem conservados
em condições que permitam a multiplicação desses agentes microbianos, as chances
para a ocorrência de surtos aumentares é significativamente. Por outro lado, algumas
bactérias, como Listeria (L.) monocytogenes e E. coli O157:H7, apresentam doses
infectantes muito baixas, possibilitando que a simples contaminação e a ausência de
alguma etapa de processo que elimine esses micro-organismos possa ocasionar surtos
(GREIG; LEE, 2009a).
Nesse contexto a Vigilância Sanitária atua com medidas capazes de eliminar, diminuir
ou prevenir riscos e agravos à saúde individual e coletiva. Exerce fiscalização e controle
sobre o meio ambiente, detectando falha no controle do fluxograma de produção (riscos
biológicos, químicos ou físicos), identificando os seus pontos críticos e educando com
vistas à transformação nos procedimentos de preparo e produção dos alimentos, higiene
dos manipuladores e da população (BRASIL, 1994).
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Os alimentos são veículos por meio dos quais, muitos microrganismos causadores de
DTA podem chegar a um novo hospedeiro com condições adequadas para colonização
(NEWELL et al., 2010). Microrganismos patogênicos podem entrar na cadeia alimentar
em diferentes etapas do processo. Como são altamente versáteis, podem se adaptar
ao ambiente produtivo, conseguindo sobreviver, multiplicar e/ou produzir compostos
tóxicos (HAVELAAR et al., 2009).
No Brasil, o perfil epidemiológico das DTA ainda é pouco conhecido. Somente alguns
estados ou municípios dispõem de estatísticas e dados publicados sobre os agentes
etiológicos mais comuns, alimentos mais frequentemente implicados, população de
maior risco e fatores contribuintes. De acordo com os dados disponíveis de surtos,
esses apontam como agentes mais frequentes os de origem bacteriana e dentre
eles, Salmonella spp, E. coli, S. aureus, Shigella spp, B. cereus e C. perfringens
(BRASIL, 2010).
Com o intuito de obter mais informações a respeito das DTA no Brasil, a Secretaria
de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, desenvolveu o Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos
(VE-DTA). Esse sistema, implantado em 1999, em parceria com a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o
Instituto Pan-Americano de Alimentos, da Organização Pan-Americana de Saúde,
visa reduzir a incidência das DTA no Brasil (BRASIL, 2010).
Em 1991, uma epidemia de cólera nas Américas, provavelmente com início, na água
contaminada e frutos do mar, no Peru, rapidamente se espalhou por toda a América,
resultando em aproximadamente 400.000 casos notificados e mais de 4.000 mortes
em vários países (OPAS, 2001).
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
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Capítulo 3
Perigos químicos, físicos e biológicos
em alimentos
Os perigos são definidos pelo Codex Alimentarius (1997) como qualquer propriedade
de natureza biológica, química ou física que pode tornar um alimento prejudicial para
consumo humano. Como perigos biológicos destacam-se as bactérias, os fungos, os
vírus, as toxinas microbianas e os parasitas patogênicos, dentre outros. Como perigos
químicos podem ser citados: pesticidas, herbicidas, antibióticos, promotores de
crescimento, aditivos alimentares tóxicos, tintas, material de limpeza e outros produtos
químicos. Fragmentos de vidro, metal e madeira ou objetos que possam causar algum
dano à integridade física ao consumidor são conhecidos como perigos físicos. Os perigos
podem ser classificados de acordo com sua severidade para a saúde do ser humano em
alta, moderada ou baixa. Outro conceito importante relacionado à segurança alimentar
diz respeito ao risco, definido como a probabilidade de um perigo ocorrer em um
processo de produção, afetando assim a inocuidade do alimento (INPPAZ, 2001).
Para uma alimentação saudável é fundamental que o alimento seja seguro e não
apresente nenhum perigo físico (caco de vidro, fragmentos de palha de aço, metal, palitos,
pedaços de unha, pedra, prego e outros), químico (produtos de limpeza e inseticida)
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Perigos químicos
Os perigos químicos podem ser introduzidos ainda no campo por meio de práticas
inadequadas na aplicação, acondicionamento e descarte de agrotóxicos, na escolha
equivocada do ingrediente ativo e no desrespeito à legislação que regulamenta o uso
destes produtos (LIMA, s.d.).
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
Perigos físicos
De acordo com Lima (s.d.), qualquer corpo ou material estranho presente no alimento,
em níveis e dimensões inaceitáveis, representa um perigo físico. Os principais tipos de
perigos físicos encontrados nos alimentos são:
»» Fragmentos de vidro.
»» Podridões fúngicas.
»» Fragmentos de madeira.
»» Resíduos de areia.
Perigos biológicos
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
São uma forma de vida que não pode ser visualizada sem auxílio de um microscópio.
Esses seres microscópicos podem ser encontrados no ar, no solo, e, inclusive, no
homem. Certos microrganismos podem causar a deterioração dos alimentos, alguns
destes podem também causar doenças alimentares (patogênicos). Existem também
bactérias patogênicas que não causam estragos óbvios aos alimentos.
Outros microrganismos são benéficos e podem ser usados para alterar as características
dos alimentos aliados ao processamento (por exemplo, a fermentação na preparação
de salsichas, iogurtes e queijos) e para prolongar o prazo de validade de certos
produtos.
Os microrganismos estão por todo o lado. Em nossas mãos e corpo, no ar, nos utensílios
de cozinha e mesmo nos alimentos que ingerimos. O fato de os alimentos possuírem
microrganismos não os torna impróprios para consumo. O problema é que eles têm a
capacidade de crescer muito rapidamente se as condições ambientais o favorecerem
e por isso a forma como manipulamos os alimentos é essencial para assegurar a sua
qualidade.
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
Figura 4.
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Bases e Ações em Segurança Alimentar │ UNIDADE I
1. Temperatura:
a. Calor seco:
b. Calor úmido:
O calor úmido é mais eficiente, pois tem um poder de penetração maior que o calor seco.
O calor seco age, promovendo uma oxidação violenta de componentes do protoplasma,
enquanto que o calor úmido age promovendo a desnaturação das proteínas e dissolução
de lipídios.
a. Congelamento:
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UNIDADE I │ Bases e Ações em Segurança Alimentar
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Bases E Ações Em
Segurança Alimentar II Unidade iI
E Gestão Em Segurança
Alimentar I
Capítulo 1
Segurança e controle de qualidade dos
alimentos
As questões da qualidade têm existido desde que chefes tribais, reis e faraós governavam.
O código de Hamurabi, datado de 2150 a.C. estabelece que inspetores fenícios
eliminassem quaisquer violações reincidentes de padrões de qualidade amputando a
mão do fabricante do produto defeituoso. Inspetores aceitavam ou rejeitavam produtos
e faziam cumprir as especificações governamentais. Com o surgimento da Revolução
Industrial, a produção em massa de bens manufaturados se tornou possível por meio
da divisão do trabalho e da criação de peças intercambiáveis, entretanto, isso criou
problemas para aqueles que estavam acostumados a ter seus bens feitos sob medida
(GITLOW, 1993).
Wurlitzer (2007) afirma que quando o conceito de qualidade de alimentos está na visão
do consumidor, implica na satisfação de algumas características relacionadas ao sabor,
embalagem, preço e até disponibilidade. Por meio da qualidade, pode ser realizada uma
escala na qual será possível aprovar, aceitar ou recusar o produto por meio de avaliações
que podem ser microbiológica, sensorial e físico-química.
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UNIDADE II │ Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I
I. manipulação inadequada;
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
São as BPFs de alimentos, que uma vez implantadas e descritas em manual, asseguram os
parâmetros básicos de qualidade. As normas descritas no manual e nos procedimentos
devem ser conhecidas e praticadas por todos os colaboradores da instituição. O manual
de Boas Práticas de Fabricação possui os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios,
a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o
controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, a
capacitação profissional, o controle de higiene e saúde dos manipuladores, o manejo de
resíduos e o controle e garantia do alimento preparado (BRASIL, 2004).
Lovatti, (2004) afirma que as Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto
de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias e/ou serviços na área de alimentos
a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios
com os regulamentos técnicos. Esse sistema deve ser aplicado nas diferentes etapas da
produção e ser continuamente reavaliado.
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UNIDADE II │ Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
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Capítulo 2
Normas e padrões de qualidade –
legislação de segurança de alimentos
Codex Alimentarius
O fórum internacional que normaliza os alimentos é chamado de Codex Alimentarius,
no qual é estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da
FAO e OMS que tem como objetivo proteger a saúde dos consumidores e garantir
práticas adequadas no comércio regional como também o internacional de alimentos
(BRASIL, 2002). Segundo (BENNET; STEED, 1999) para alcançar a segurança de
alimentos, o Codex Alimentarius se baseia em conceitos que abrange toda a cadeia
alimentar na qual se destina aos governos, indústrias e consumidores, esses conceitos
junto com as Boas Práticas serão os pré-requisitos para implementar as Análises de
Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).
O estudo de Ishikawa (1986) cita que o marco histórico da ISO iniciou na década de
1970 devido a competição entre as empresas brasileiras, na qual teve início com um
movimento no qual demonstrou o diferencial dos sistemas de qualidade mediante a
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
Entende-se que a ABNT é considerada uma entidade privada, mas sem fins lucrativos,
sua missão é prover o conhecimento sistematizado para a sociedade brasileira
mediante documentos normativos, comercialização e utilização de bens e serviços
de maneira competitiva e sustentável para os mercados, e assim irá contribuir para
a proteção do meio ambiente, a defesa do consumidor e o desenvolvimento científico
(ABNT, 2000).
A primeira versão da norma que tem por referência sistema de qualidade, foi a
norma ISO 9000, lançada em 1987, para padronizar procedimentos e métodos para
a garantia na gestão de processos (RODRIGUES, 2004).
Tudo o que a organização faz para gerenciar suas atividades e seus processos
referem-se ao sistema de gestão, com sua operação sistêmica, garantindo que nada
importante seja esquecido e todos sejam conscientes e responsáveis pelo o que fazem
(MELLO et al., 2002).
Os princípios de gestão da qualidade podem ser utilizados pela alta direção para
conduzir a organização à melhoria do seu desempenho. A seguir, esses princípios
são apresentados, tendo sido extraídos na íntegra da NBR ISO 9000 publicada em
dezembro de 2000 (ABNT, 2000):
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UNIDADE II │ Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
Rossiter (2004) define BPF como o programa de segurança de alimentos que estabelece
o alicerce dos programas de pré-requisitos, descrevendo sua estrutura, procedimentos
e organizações necessárias para garantir aspectos higiênico-sanitários na fabricação
e manuseio de alimentos, tendo como principal objetivo garantir a integridade do
alimento e a saúde do consumidor.
As BPFs abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias
de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos
alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta
essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e
específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos
(ANVISA, 2010).
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UNIDADE II │ Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I
medidas de caráter geral, que se aplica a todo tipo de indústria alimentícia, por meio
dos seguintes documentos (ANVISA, 2010):
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
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Capítulo 3
Gestão na produção de alimentos e
marketing na gestão de alimentos
O hábito de realizar as refeições em casa está sendo substituído pela alimentação fora
do lar devido a mudanças que ocorreram na sociedade, como a maior participação da
mulher no mercado de trabalho e a alta concentração populacional nos grandes centros,
o que gerou um significativo aumento no número de estabelecimentos de produção e
comercialização de alimentos (OLIVEIRA et al., 2005).
A qualidade, dentro deste novo contexto, deveria ser redefinida dentro de uma
visão mais ampla ao mundo exterior das organizações, focando especialmente
o cliente. Segundo Garvin (2002): “A gestão estratégica da qualidade é, então,
mais uma extensão de suas antecessoras do que uma negação delas. Podem-
se ver aspectos tanto de garantia da qualidade quanto do controle estatístico
da qualidade em empresas que adotam a nova abordagem. Mas não se devem
confundir as três eras. A abordagem estratégica da qualidade é mais ampla
que suas antecessoras, mais intimamente ligada à lucratividade e aos objetivos
empresariais básicos, mais sensíveis às necessidades da concorrência e ao ponto
de vista do consumidor e, mais firmemente associada à melhoria contínua.
Muitas empresas acham, erradamente, que adotam a nova abordagem quando
seus programas incluem meramente elementos da garantia da qualidade e
controle da qualidade. Na maioria das vezes, essas empresas ainda pensam
defensivamente sobre qualidade. Ainda tem que ver seu potencial para a
concorrência”.
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I
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Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I │ UNIDADE II
Quadro 6. Estratégias do composto mercadológico baseado no ciclo de vida dos produtos agroalimentares.
Comunicação Divulgar e estimular Direcionada (criar hábito de Enfatizar benefícios da marca e Mínima.
(Promoção) o uso. consumo). diferenças do produto.
Fonte: Adaptado de Silva e Batalha (2001).
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UNIDADE II │ Bases E Ações Em Segurança Alimentar II E Gestão Em Segurança Alimentar I
No que diz respeito aos produtos, as principais tendências que devem ser levadas em
consideração pelo marketing agroalimentar são (STEFANELO, 2002):
»» Aumento da diferenciação.
»» Variedade de escolha.
Segundo Hüskes (2001) os clientes, influenciados por vários fatores, podem adquirir
uma determinada percepção do produto ou serviço, por isso se faz necessário conhecer
alguns atributos que influencie ou favoreça positivamente a satisfação e a percepção
dos clientes sobre a empresa frequentada. Esses atributos são classificados em
obrigatórios, quando servem como base para comparação de um produto ou serviço ou,
unidimensionais, quando promovem a satisfação de forma diretamente proporcional
ao nível do esforço na oferta dos produtos ou serviços ao público-alvo. Este aspecto
serve de orientação para analisar o mix de produto e a insatisfação dos clientes.
50
Gestão Em
Segurança Unidade iII
Alimentar II
Capítulo 1
Programas de garantia de controle de
qualidade (Boas Práticas, APPCC)
51
UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
Para evitar os problemas de saúde por consequência da falta de cuidado com os alimentos
criou-se a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) no 216/2004 que tem como objetivo
estabelecer procedimentos de Boas Práticas para serviços de alimentação a fim de
garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado. De acordo com essa
resolução, os requisitos para uma unidade de serviço de alimentação compreendem os
seguintes aspectos: edificação, instalações, equipamentos, móveis e utensílios, controle
de vetores e pragas urbanas, abastecimento de água, manejo de resíduos, higiene e
saúde dos manipuladores, matérias-primas, ingredientes e embalagens, preparação do
alimento, armazenamento e transporte do alimento preparado, exposição ao consumo
do alimento preparado.
As Boas Práticas (BP) têm uma abordagem ampla e cobrem muitos aspectos
operacionais da planta e de pessoal. O Procedimento Padrão de Higiene Operacional
(PPHO) e Procedimento Operacional Padronizado (POP) são procedimentos usados
pelas empresas processadoras de alimentos para alcançar a meta global de manter as
BPs na produção de alimentos (SENAC/DN, 2004).
52
Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
As Boas Práticas de Fabricação são obrigatórias pela legislação brasileira, para todas as
indústrias de alimentos, e as portarias 326/1997 e 368/1997, do Ministério da Saúde,
estabelecem o “Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de
Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores de Alimentos”.
53
UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
De acordo com Silva Jr. (2001), Boas Práticas são normas de procedimentos para atingir
um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto e/ou serviço entre
os quais a produção de alimentos. Logo, são regras que, quando praticadas, ajudam a
prevenir perigos.
54
Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
Higiene pessoal
»» Deve usar luvas se estiver com alergias ou ferimentos nas mãos; nunca
tossir ou espirrar sobre os alimentos.
Além de bem lavadas, as mãos precisam de cuidados regulares para garantir que elas
não transfiram contaminantes para o alimento. Os cuidados são:
»» cortes e feridas nas mãos devem ser tratados e protegidos com curativos,
dedeiras ou luvas.
55
UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
»» Sendo necessário usar suéter, este deve estar completamente coberto pelo
uniforme, para prevenir que fibras se soltem e contaminem o produto.
A troca dos calçados de segurança deverá ser efetuada 6 meses após utilização do par
atual ou salvo determinação da supervisão.
Segundo SILVA et al. (2003), nas unidades escolares, os manipuladores são responsáveis
por importantes etapas, passíveis de constituírem perigo para os comensais, tais
como: recebimento das matérias-primas; preparação das refeições ou montagem dos
pratos, controle do binômio tempo-temperatura de descongelamento, cocção e/ou
reaquecimento, armazenamento de sobras, distribuição das refeições aos escolares nos
horários de rotina do estabelecimento.
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
e pré-cozidos. Quando possível, deve-se ter utensílios separados para alimentos cruz
e cozidos, caso isso não ocorra, a limpeza e desinfecção devem ser muito criteriosas
(ABERC, 2003).
Qualidade de água
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
60
Capítulo 2
Certificação, auditoria e
credenciamento de gestão na
qualidade de alimentos
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
A ABNT NBR ISO 22000 contempla quatro elementos chave para a segurança de
alimentos (ABNT, 2006):
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
Elementos de
Sistema de Gestão
Princípios de APPCC/HACCP
(CODEX ALIMENTARIUS)
Monitoramento;
Verificação
ações corretivas
Melhoria Implementação
Etapas Estabelecimento
Planejamento Validação do plano APPCC
preliminares Análise
e realização de medidas
para permitir de
de produtos de controle Estabelecimento
a análise de perigos
seguros dos PRR
perigos
operacionais
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
Envio da documentação requerida para Esta auditoria visa entre outros assuntos:
instrução do processo de certificação ∗ Avaliar o preparo de SGSA para a auditoria de 2ª
fase;
∗ Conhecer a organização para melhor planificar a
fase siguente;
∗ Validar âmbito, objetivos e métodos;
∗ Identificar potenciais problemas;
Análise da documentação pelo
organismo certificador ∗ Recolher informações adicionais se necessário.
NÃO Reúne a
informação
necessária?
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
Decisão positiva da
certificação?
Legenda:
------- Nota explicativa
Etapa do processo
Decisão
Continuação da etapa
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Capítulo 3
Ferramentas de controle de qualidade
na produção de alimentos
Diagrama de causa-efeito
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
BRASSARD (1985)
Processos
CAUSAS EFEITO
Mão de obra Métodos ou
Pessoas Procedimentoss Máquina
RESULTADOS
ITENS DE VERIFICAÇÃO
PRODUTO O
SERVIÇO
PROCESSO
Histogramas
Gráfico que mostra o número de vezes que um valor ocorre, é a uma ferramenta
estatística em forma de gráfico de barras que apresenta a distribuição de um conjunto
de dados. Esses agrupamentos de dados, denominado distribuição de frequência, têm
o poder de mostrar, de forma resumida, o número de vezes (frequência) em que o
valor da variável que está sendo medida ocorre em intervalos especificados (classe)
(HAGEMEYER; GERHENSON; JOHNSON, 2006).
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
O histograma pode ser usado em várias aplicações que se destacam para verificar a
quantidade de produtos não conforme, em processos que necessitam ações corretivas,
para determinar a dispersão de valores de medidas em peças, para encontrar e mostrar
por meioatravés de gráfico o número de unidades por cada categoria. Alguns dados são
pré-requisitos para construir um histograma: a coleta de dados, calcular os parâmetros
de amplitude R, classe K, frequência de cada classe, média e desvio padrão.
Para sua elaboração é necessária a coleta de dados com número maior que trinta,
determinar a amplitude R, sendo R= maior valor - menor valor, determinar a classe
K através da escolha do número usando o bom senso, k= √n, determinar o intervalo
da classe H, R=H, determinar o limite da classe, sendo o maior e o menor valor
levantado na coleta de dados da amostra, determina, determinar a média de cada
classe, sendo a soma do limite superior + inferior dividido, determinar a frequüência
de cada classe, considerando: Fr = F / n . 100, construir o gráfico, no eixo vertical à
altura da classe com a frequüência calculada e no eixo horizontal o intervalo de cada
classe (VERAS, 2009).
Gráficos de controle
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
Folhas de verificação
Usada quando se pretende coletar dados com base em observações amostrais a fim
de determinar um modelo, facilitar a coleta e análise de dados. O uso de folhas de
verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever
números repetitivos.
Para alcançar a qualidade, ferramentas são necessárias como a folha de verificação que
são usadas para: tornar os dados fáceis de obter e utilizar, dispor os dados de uma
forma mais organizada, verificar a distribuição do processo de produção por meio da
coleta de dados de amostra da produção, verificar itens defeituosos sabendo o tipo de
defeito e sua percentagem, verificar a localização de defeito, mostrando o local e a forma
de ocorrência dos defeitos, verificar as causas dos defeitos, fazer uma comparação dos
limites de especificação, investigar aspectos do defeito como: trinca, mancha, e outros,
obter dados da amostra da produção, determinar o turno, dia, hora, mês e ano, período
em que ocorre o problema, criar várias ferramentas, tais como: diagrama de Pareto,
diagrama de dispersão, diagrama de controle, histograma etc.
Alguns pré-requisitos são necessários para construção da folha de verificação, são eles:
identificar claramente o objetivo da coleta de dados: quais são e os mais importantes
defeitos; decidir como coletar os dados: como serão coletados os dados? Quem irá
coletar os dados? Quando serão coletados os dados? Qual o método será utilizado para
coleta dos dados?; estipular a quantidade de dados que serão coletados: tamanho da
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
Para sua construção necessita-se de: elaborar um tipo de folha de verificação de forma
estruturada adequada a ser analisada, que permite um fácil preenchimento, definir a
quantidade e o tamanho da amostra dos dados, definir onde será feita a coleta dos
dados, determinar a frequência com que serão coletados os dados (diário, semanal,
ou mensal), escolher quem deverá coletar os dados, por meio da folha de verificação
realizar a coleta dentro do planejado (VERAS, 2009).
Mês e Quant. Total % Ret P/ Q/Retorno % Meta Q/Retorno Dis/L % Sob Q/ Retorno Q/L/N Custo/L Ganh/Perd
Ano da Produção Sob/Meta Real Retornado
Base Per/Base Base/Meta Real/Prod N/Retorno Reais/Mês
Jan/04 1.793.586 33,6 602.645 22,0 394.589 (208.056) 34,32 615.546 (12.901) 0,16190 (2.088,69)
Fev/04 1.729.462 33,6 581.099 22,0 380.482 (200.618) 29,68 513.274 67.825 0,16190 10.980,91
Mar/04 1.965.561 33,6 660.428 22,0 432.423 (228.005) 19,38 380.840 279.588 0,16190 45.265,38
Abr/04 1.952.693 33,6 656.105 22,0 429.592 (226.512) 18,36 358.488 297.616 0,16190 48.184,17
Mai/04 1.917.861 33,6 644.401 22,0 421.929 (22.472) 16,89 323.921 320.480 0,16190 51.885,76
Jun/04 2.027.786 33,6 681.336 22,0 446.113 (235.223) 20,48 415.365 265.971 0,16190 43.060,72
Jul/04 2.297.603 33,6 771.995 22,0 505.473 (266.522) 17,40 399.669 372.325 0,16190 60.279,52
Ago/04 1.955.286 33,6 656.976 22,0 430.163 (226.813) 18,18 355.540 301.436 0,16190 48.802,50
Set/04 1.930.450 33,6 656.976 22,0 424.699 (223.932) 23,05 444.912 203.719 0,16190 32,982,14
Out/04 1.746.518 33,6 648.631 22,0 384.234 (202.596) 21,93 383.045 203.785 0,16190 32.992,80
Nov/04 1.893.050 33,6 586.830 22,0 416.471 (219.54)* 22,84 432.287 203.777 0,16190 32.991,63
Dez/04 1.755.199 33,6 636.065 22,0 386.144 (203.603) 25,31 44.294 145.452 0,16190 23.548,82
Média 22.965.055 33,6 589.747 22,0 5.052.312 (2.663.946) 22,06 5.067.181 2.649.077 0,16190 428.885,60
M/mês 1.913.754,6 33,6 7.716.258 22,0 412.026 (221.996) 22,06 422265,1 220.756 0,16190 35.740,50
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
Gráficos de pareto
Algumas situações que podem ser utilizadas para os Gráficos de Pareto: identificar
problemas, encontrar as causas que atuam em um defeito, descobrir problemas (erro,
falhas, gastos, retrabalhos etc.) e causas (operador, equipamento, matéria-prima etc.)
e suas causas, para melhor visualizar uma ação (atividade, tarefa, operação), para
priorizar a ação (atividade, tarefa, operação), confirmar os resultados de melhoria
implantada, verificar a situação antes e depois do problema, devido às mudanças
efetuadas no processo, detalhar as causas maiores em partes específicas, eliminando
a causa de um problema, estratificar uma ação (detalhar, descrever as partes
componentes), identificar os itens que são responsáveis pelos maiores impactos,
definir as melhorias de um projeto, tais como: principais fontes de custo e causas que
afetam um processo na escolha do projeto, em função de número de não conformidade,
e outros.
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UNIDADE III │ Gestão Em Segurança Alimentar II
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Gestão Em Segurança Alimentar II │ UNIDADE III
Processo de
Recebimento do Processo de corte e
fabricação de
embutidos animal de corte desossamento
NÃO
Moagem total
Moído normalmente do material Moagem do material
SIM
Homogenização
NÃO
Homogenização Refazer a
completa homogenização
SIM
Preparação e Descanso da
escolha do massa
envoltório
Produto
Envoltório natural descartado
o artificial
Envoltório
natural
NÃO
Envoltório Preparação do
Embrulhamento Embrulhamento
artificial equipamento correto
SIM
Fim do processo
Cura completa Defumação e
do produto
cura do produto
Produto
descartado
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Para (não) Finalizar
Considerando que o alimento é toda substância ou mistura, que são destinadas a fornecer
ao organismo elementos essenciais para sua formação e desenvolvimento, e que deve
atender as necessidades do consumidor estando livre de substâncias que fazem mal
a quem consome. Uma das qualidades mais esperadas nos alimentos é a segurança
que se relaciona diretamente com a qualidade, e assim os consumidores podem ter
a rastreabilidade, controle sanitário e bem estar. Os termos estudados apresentam
diferenças, como: o conjunto de características (atributos) que leva o alimento a ser
escolhido pelos consumidores é chamado de Qualidade de Alimentos. Quando existe
garantia de oferta de um alimento sem contaminação, sem causar dano ao consumidor,
é chamado de Segurança de Alimentos, que tem por objetivo preservar e proteger os
possíveis riscos que podem estar presentes nos alimentos, diferenciando do termo
Segurança Alimentar no qual garante o acesso ao consumo de alimentos, levando em
consideração a nutrição humana.
78
Referências
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