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(CNPJ 43957433000142)
Editor Chefe
Daniel L. S. Braga
Corpo Editorial
Andressa Hilha
Lariza Gabriele Pereira Da Silva
Matheus Borges Do Amorim
Alex Oliveira de Castro Castelo
Glayciane Costa Gois
Amanda Bastos Pereira
José Antonio Moreira
Alberto Augusto Dos Santos
Gilberto Batista Almeida
Rogério Souza Ferreira
Antônio Silva Amaral
Pedro Macedo de Souza
Gustavo Rodrigues Ferreira
Eduarda Soares Macedo
Ana Carolinna Ribeiro
Henrique Moura dos Santos
Agnaldo Moreira da Silva
Vitória Carolina Pimentel
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APRESENTAÇÃO
O presente livro trata-se de uma coletânea dos artigos científicos submetidos e aprovados no
Congresso Nacional Multidisciplinar em Ciência (COMCIÊNCIA) na área científica das Ciências
Agrárias, Engenharias e Ciências Exatas e da Terra
DOI: 10.55232/237922
ISBN 978-65-997239-2-6
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
1.INTRODUÇÃO
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O artigo está estruturado em quatro seções, incluindo esta. A segunda seção apresenta
a metodologia utilizada. A análise e interpretação dos resultados são apresentados. Por fim, a
quarta seção fornece as considerações finais da investigação.
2. METODOLOGIA
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Etapa 1 - Planejamento: foram definidas, para esta etapa, quatro atividades a serem
desenvolvidas. A primeira, diz respeito à definição da questão de pesquisa, pois é a partir desta
que o pesquisador pode selecionar a melhor estratégia a ser adotada para compreender o objeto
a ser estudado. Assim, esta revisão integrativa busca responder a seguinte questão: como as
competências contribuem com o desenvolvimento da Indústria 4.0, a luz do sistemismo?
Como fontes de pesquisa para busca dos registros foram delineadas as bases de dados
Scopus e Web of Science. Para esta revisão integrativa da literatura foram definidos os termos:
Core Competences, Industry 4.0 e Sistemism. Na sequência, partiu-se para a construção das
expressões de busca nas bases. Para tal, adotou-se palavras sinônimas dos descritores e/ou
expressões similares com o propósito de abranger uma quantidade maior de registros. As buscas
foram organizadas em três fases distintas: A, B e C, onde a fase “A”, corresponde a busca por
registros nas bases utilizando-se os descritores de forma isolada. Na fase “B”, os descritores
foram combinados em pares e, na fase “C”, os três descritores foram utilizados em conjunto. O
Quadro 3, apresenta os descritores e os respectivos sinônimos utilizados, bem como as
expressões de busca definidas.
Base de Dados
Web of Expressão de Busca
Scopus
Science
A1 A2 (“CORE” or “ESSENTIA*”) and (“COMPETENCE*” or “SKILL*”)
A3 A4 (“INDUSTR* 4.0” or “SMART FACTOR*” or “SMART FIRM*”)
(“SISTEMISM*” or “SYSTEM* VIEW” or “SYSTEM* APPROACH” or
A5 A6 “EMERGENTISM*” or “GENERAL THEORY OF SYSTEMS” or
“GENERAL SYSTEM THEORY” or “SYSTEM* THEORY”)
(“CORE” or “ESSENTIA*”) and (“COMPETENCE*” or “SKILL*”)
B1 B2
and (“INDUSTR* 4.0” or “SMART FACTOR*” or “SMART FIRM*”)
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Etapa 2 – Execução da Pesquisa: A busca nas bases de dados foi realizada no mês de
agosto de 2019. A busca primária não fez uso de critérios de inclusão/exclusão de registros.
Este procedimento visou obter um panorama completo do que está sendo estudado sobre o(s)
descritor(es) pesquisados. Os resultados extraídos desta pesquisa podem ser observados no
Quadro 4.
O total de registros recuperados das bases Scopus e Web of Science, 173.667 e 95.326
registros respectivamente, correspondem a 64,56% e 35,42% do total de registros extraídos das
duas bases, respectivamente. O termo de pesquisa com maior incidência de registros foi
“Sistemism”, com 169.175 (buscas A5 e A6), o que equivale a 63,11% do total de registros,
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enquanto que o termo de menor incidência foi “Industry 4.0” com 11.246 registros (buscas A3
e A4), quantidade essa que representa 4,18% do total de registros encontrados nas buscas das
duas bases de dados pesquisadas.
Na sequência da pesquisa, foram realizadas as buscas, com os descritores isolados e
combinados entre si, utilizando-se os seguintes critérios de inclusão/exclusão de registros:
Com base nos resultados da Tabela 1, foram selecionados os dez registros mais citados
e os 10 registros mais relevantes em cada busca realizada. A busca A2 não utilizou este critério
pois a quantidade de registros extraídos (17), foi inferior a 20 documentos (ver Tabela 2).
Tabela 2 – Resultados das buscas de termos isolados/combinados dos registros mais citados/relevantes.
Scopus Web of Science
Id da Busca Quantidade de Registros Id da Busca Quantidade de Registros
A1 20 A2 20
A3 20 A4 20
A5 20 A6 20
B1 20 B2 17
B3 20 B4 20
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B5 20 B6 20
C1 0 C2 0
Total 119 117
Total Geral: 236
Fonte: Autores.
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1990 The core competence of the corporation
HAMEL, G.
Fonte: Autores.
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baseada em competências, que contribui de forma efetiva para a identificação das competências
necessárias para a realização das atividades dentro da organização.
A arquitetura de empresas é uma abordagem utilizada para gerenciar, planejar e
desenvolver as empresas e seus departamentos de tecnologia. Esta abordagem trata da
constituição de elementos essenciais de uma organização sociotécnica, as relações entre estes
elementos, o ambiente, bem como, os princípios evolutivos da organização. Teorias como a
Teoria Geral de Sistemas, Cibernética, Teoria dos Sistemas Vivos, Sistemas do Pensamento,
entre outras contribuem significativamente para as organizações, mas que teorias isoladas não
conseguem abranger todos os problemas que envolvem a arquitetura de empresas (NURMI;
PULKKINEN; SEPPÄNEN; PENTTINE, 2019). A operacionalização do processo fabril da
Indústria 4.0 enfrenta desafios relacionados com a falta de integridade entre os sistemas de
informação legados pela falta de mecanismos de comunicação eficientes. Tecnologias como
sistemas ciberfísicos, sistema de comunicação máquina-máquina, sistemas em nuvens, entre
outros podem viabilizar uma gerência eficaz de todo o processo de fabricação inteligente. Tais
tecnologias formam um arcabouço que deve considerar a complexidade das relações existentes
nos processos de fabricação inteligente. Dessa forma, os princípios da Teoria de Sistemas
podem contribuir de maneira efetiva para o entendimento do sistema como um todo e as
relações entre suas partes (FATORACHIAN; KAZEMI, 2018).
Ao considerar a organização como um sistema complexo, Kanungo e Jain (2007)
afirmam que o seu entendimento deve contemplar quatro conceitos:
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automação de processos. Este gerenciamento pode ser mais efetivo a partir da utilização de
agentes não humanos, como sistemas multiagentes, arquiteturas orientadas à serviços e
tecnologias utilizando a web semântica com o objetivo de gerenciar dispositivos utilizados no
conceito da Internet das Coisas (CAGNIN et al., 2018). Trappey et al. (2017) enfatizam a
necessidade de criação de padrões para a Internet das Coisas a fim de aumentar a possibilidade
de conexão entre diferentes dispositivos, mas que, para isso acontecer, ainda pode levar em
torno de 10 anos. Apesar das iniciativas, muitas empresas ainda não sabem como utilizar o
potencial da Internet das Coisas, o que está deixando de fora uma gama muito grande de objetos
conectados. Um bom exemplo de implementação de ambientes contemplando sistemas
ciberfísicos pode ser observado no protótipo implementado por Jazdi (2014) no Instituto de
Engenharia de Automação e Software da Universidade de Stuttgart.
Com a Internet das Coisas, fábricas inteligentes podem se conectar a clientes através da
internet para obter informações de seus produtos/serviços inteligentes sobre o uso e/ou
consumo, o que pode contribuir para um melhor entendimento das necessidades e
comportamentos dos clientes. O modelo de arquitetura baseado em Internet das Coisas propicia
uma conexão em tempo real envolvendo clientes, fornecedores, a própria fábrica inteligente,
onde todos os elementos estão conectados entre si por meio de tecnologias presentes em
produtos, máquinas, sistemas, como também de recursos como Big Data e Computação em
Nuvem para armazenamento do gigantesco volume de dados necessários para uma análise
completa de toda a cadeia produtiva (SHROUF; ORDIERES; MIRAGLIOTTA, 2014).
A interoperabilidade na Indústria 4.0 é uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas
organizações. Sua compreensão deve considerar aspectos relacionados com os conceitos e
perspectivas da Indústria 4.0, sistemas ciberfísicos baseados na Indústria 4.0, a
interoperabilidade da Indústria 4.0, as tecnologias chaves da Indústria 4.0 e; as diferentes
aplicações da Indústria 4.0, o que necessariamente inclui os níveis: operacional
(organizacional), sistemático (aplicável), técnico e semântico (LU, 2017). Em relação a
arquitetura orientada a serviços, Moghaddam, Cadavid, Kenley e Deshmukh (2018) afirmam
que sua utilização pode pode oferecer benefícios como interoperabilidade, reutilização e
escalabilidade. Redes sem fio industriais podem melhorar de forma efetiva a flexibilidade e
produtividade da Indústria 4.0, mas, aspectos relacionados com outras tecnologias como Big
Data e Computação em Nuvem devem ser avaliados como potenciais aplicações, assim como
os desafios envolvendo a qualidade dos serviços, execução em tempo real, a segurança e
privacidade, a qualidade dos dados, a confiabilidade e a longevidade das redes (LI et al., 2015).
Diferentes dispositivos como computadores, smartphones, smartwatches, robótica, entre outros
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conhecimentos e habilidades; (2) Sistemas de gestão; (3) Sistemas técnicos e; (4) Normas e
valores.
Por fim, as competências essenciais combinam conhecimentos, habilidades e atitudes,
mas que estas, somente geram valor a partir da sua integração e aplicação. Competências
essenciais somente existem se atenderem três testes: (1) Possibilitar a expansão para novos
mercados; (2) Gerar percepção de valor nos clientes e; (3) Ser muito difícil de ser copiada
(PRAHALAD; HAMEL, 1990).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Indústria 4.0 pode ser compreendida como um bilhete de passagem sem volta para as
organizações. A inserção de tecnologias, se conduzida de maneira planejada pode resultar em
diferenciais de competividade e sustentabilidade para as organizações. Não podemos afirmar
que qualquer iniciativa de implementação ou melhoria da estrutura organizacional representa
uma tarefa fácil. A velocidade da evolução tecnológica cria novos desafios paras as
organizações. Dessa forma, uma postura sistêmica deve ser adota em toda a organização. A
complexidade da Indústria 4.0 exige um olhar sistêmico, uma compreensão de que a
organização é o sistema maior e, que hospeda inúmeros outros sistemas em contínua relação.
Esta relação entre as diferentes partes do sistema organização deve necessariamente buscar a
máxima orquestração possível a fim de garantir o equilíbrio necessário do todo e principalmente
reduzir a possibilidade de influências negativas entre as partes. A visão sistêmica permite
conhecer não somente o sistema interno, mas o ambiente onde este sistema (a organização) se
insere. Buscar um equilíbrio interno é fundamental, o que contribui para a sobrevivência de
qualquer organização em qualquer ambiente. Neste cenário em constante mutação, as
competências da organização são peças chaves da Indústria 4.0. À medida que as mudanças
ocorrem, novas competências e habilidades serão necessárias, processos serão criados e
eliminados com base nas diferentes oportunidades de negócios associadas pelo uso da
tecnologia. A aprendizagem contínua passa a ser uma obrigação de toda a organização e, isto
inclui as pessoas. Pessoas que assumem a responsabilidade de serem o principal ator na
condução do uso das tecnologias. Lembramos que nenhuma tecnologia em si irá propiciar a
sobrevivência das organizações. O que realmente irá fazer a diferença é como essas tecnologias
serão utilizadas. Dessa forma, o ser humano se torna o principal agente de transformação digital
das organizações, contribuição não somente com as suas competências técnicas, mas,
principalmente com suas características e comportamentos.
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CAPÍTULO 2
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INTRODUÇÃO
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2021). A produção em larga escala de mudas enfrenta dificuldades no que diz respeito à
necessidade de obtenção de mudas de qualidade, que são diretamente dependentes de sementes
de qualidade. A qualidade está diretamente relacionada à sua sanidade. A semente é capaz de
abrigar e transportar microrganismos, sendo estes patogênicos ou não (BARROCAS;
MACHADO, 2010). Tais sementes estão sujeitas a vários danos, dentre eles, aqueles causados
por fitopatógenos, especialmente fungos (SOUSA et al., 2012). Estes micro-organismos são
capazes de colonizar as sementes, podendo reduzir sua capacidade germinativa e seu vigor,
tornando-se necessário, conhecer esses agentes, as consequências decorrentes da sua
contaminação e buscar maneiras eficientes de realizar o tratamento destas.
O uso de óleos essenciais e de extratos de plantas medicinais tem apresentado eficiência
quanto ao controle de leveduras e fungos filamentosos. Esse controle de fitopatógenos pode
ocorrer por ação fungitóxica direta, inibição do crescimento micelial e inibição da germinação
de esporos (SOUSA et al., 2012; PEIXINHO et al., 2017). A ação do óleo e extrato vegetal se
deve, em muito casos, a pequenos terpenóides e compostos fenólicos como timol, carvona,
carvacrol, mentol e muroleno, que na forma pura, também exibem atividade antifúngica
(LIMA; CARDOSO, 2007; GOMES et al., 2011; MIRANDA et al., 2016). O alecrim-pimenta
(Lippia sidoides Cham.) apresenta timol e carvacrol, já a citronela (Cymbopogon nardus L.
Rendle.) apresenta os compostos citronelal e o geraniol, que também apresentam atividade
antimicrobiana (MARTINS et al., 2002; SEIXAS et al., 2011).
Neste contexto, os objetivos deste trabalho foram caracterizar a qualidade sanitária e
fisiológica das sementes de Dimorphandra mollis, de diferentes procedências do estado de
Minas Gerais; investigar a influência de fungos no desempenho das sementes e, avaliar
tratamentos antifúngicos utilizando óleos essenciais e fungicida.
METODOLOGIA
Locais de coleta
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lote coletado em Olhos D’água por apresentar maior disponibilidade de sementes. As sementes
foram acondicionadas em sacos de papel e armazenadas em local seco em temperatura ambiente
(29 ºC).
Análise sanitária
Análise fisiológica
As sementes de D. mollis foram submetidas à escarificação mecânica com lixa para ferro
nº 50 na extremidade oposta à micrópila até atingir os cotilédones. Em seguida foram tratadas
com fungicida por 5 minutos, para evitar interferência por infestação fúngica (PACHECO et
al., 2010). As sementes foram semeadas em caixas gerbox, contendo o substrato vermiculita,
autoclavada a 121ºC e umedecida com água destilada esterilizada. Após a semeadura, foram
incubadas em germinador do tipo B.O.D. a uma temperatura constante de 30ºC e fotoperíodo
de 8 horas de luz/16 horas de escuro (PACHECO et al., 2010). A semeadura foi realizada no
substrato, e as sementes foram cobertas com uma camada de aproximadamente 1cm de
vermiculita.
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Patogenicidade
A patogenicidade dos fungos isolados das sementes foi testada pelo método de
inoculação de suspensão de esporos. Para isso, os isolados fúngicos foram selecionados a partir
daqueles de maior ocorrência, detectados na análise sanitária das sementes. As culturas de
trabalho foram obtidas a partir do cultivo dos fungos em meio BDA. Antes da inoculação, foi
realizada a quebra de dormência das sementes conforme metodologia descrita por Pacheco et
al. (2010). Para a obtenção da suspensão de esporos dos fungos, foram transferidos discos de 5
mm de diâmetro retirados das margens de colônias das culturas de trabalho para novas placas
de Petri contendo meio BDA (SALES; CASTRO, 1994). Todas as placas de trabalho foram
acondicionadas em incubadora a uma temperatura de 25ºC, sob fotoperíodo de 12 horas por
sete dias.
O inóculo foi constituído de uma suspensão de esporos, para cada fungo-teste. A
suspensão foi preparada adicionando-se 10 ml de água destilada a cada placa com as culturas
puras e com o auxílio de um escalpelo fez-se a raspagem da superfície da colônia. A colônia
desprendida foi vertida em um béquer com 90 ml de água destilada, para se obter uma suspensão
inicial contendo micélios e esporos de 100 ml. Foi adicionada uma gota de tween 80
(espalhante) para cada 100 ml de suspensão. Em seguida a suspensão foi filtrada em duas
camadas de gaze, e a concentração foi ajustada para 2x105 esporos/ml, por meio de contagem
em câmara de Neubauer e diluições em água destilada esterilizada.
As sementes de D. mollis foram desinfetadas em hipoclorito de sódio 2% por dois
minutos e enxaguadas por três vezes em água destilada esterilizada, 24 horas antes da
inoculação. Posteriormente foram imersas na suspensão de inóculo por trinta minutos e, após
este período, foram semeadas em bandeja de polietileno com o substrato vermiculita,
previamente autoclavada a 121ºC durante 60 minutos, três vezes consecutivas, com um
intervalo de 24 horas entre cada esterilização. As bandejas foram acondicionadas em B.O.D.
em fotoperíodo de 8 horas, a 30 ºC por 20 dias (PACHECO et al., 2010).
Avaliou-se a germinação das sementes conforme metodologia anteriormente descrita no
experimento de análise fisiológica. Procedeu-se, posteriormente, o reisolamento dos fungos em
placas de Petri com meio BDA, a partir das partes da planta que apresentaram sintomas. O
delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições de
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25 sementes.
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Análise estatística
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análise sanitária
Pelo método Blotter test foi detectada a ocorrência de 10 diferentes isolados fúngicos,
oito identificados em gênero e dois em espécie (Tabela 1). Os fungos de maior ocorrência entre
os lotes foram Aspergillus flavus, A. niger, “fungo não identificado” e Phomopsis sp.
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Análise fisiológica
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Patogenicidade
Pelo método de inoculação por suspensão de esporos foi verificado que os fungos afetaram
a germinação e o desenvolvimento das plântulas, visto o grande número de plântulas anormais
e mortas (Tabela 4).
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da taxa de ácidos graxos que provoca rancificação de óleos e aquecimento da massa das
sementes (MACHADO, 1988). Desta forma, estes fungos são capazes de influenciar a produção
final de mudas em consequência das perdas pelo apodrecimento de sementes (CHEROBINI et
al., 2008).
Quando inoculadas com Penicillium sp. as sementes apresentaram um maior número de
plântulas normais e um menor índice de mortalidade comparada a testemunha, ou seja, o fungo
promoveu um efeito positivo sobre a germinação. Isto pode ser explicado devido à ação
benéfica de alguns fungos associados à semente, que degradam o endocarpo, o que pode
facilitar a emergência de plântulas sadias, mesmo estando completamente colonizadas com
fungos como Pestalotia sp., Cladosporium sp. e Penicillium sp. (GRIGOLETTI JÚNIOR et al.,
1999; FOWLER; BIANCHETTI, 2000). Também pode ser explicada pelo fato de que algumas
espécies do gênero Penicillium serem capazes de produzir penicilina, que é reconhecidamente
um antibiótico, o que pode ter impedido o desenvolvimento da bactéria das sementes e
favorecido assim a formação de plântulas normais (NATHWANI; WOOD, 1993).
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essencial de alecrim-pimenta, nas duas dosagens testadas T2 (5 μl/mL) e T3 (10 μl/mL) (Tabela
5). Estes tratamentos foram capazes de reduzir em mais de 40% a contaminação das sementes.
Os tratamentos com citronela (T4 e T5, respectivamente), nas dosagens testadas e,
apenas com uso de hipoclorito de sódio 2% (T6) não reduziram os fungos incidentes nas
sementes. O hipoclorito pode ter sido ineficiente devido à concentração testada, visto que em
outros trabalhos foi capaz de reduzir a incidência de fungos de armazenamento (Pinheiro et al.,
2016).
Com relação ao óleo de citronela, outros trabalhos constataram a sua eficácia contra
fitopatógenos (SOUZA JÚNIOR et al., 2009; SEIXAS et al., 2011; SARMENTO-BRUM et
al., 2013), sendo necessários novos estudos para verificar a ação de outras concentrações deste
óleo. Apesar de eficiente, o uso indiscriminado e contínuo de agrotóxicos pode trazer diversos
problemas à saúde humana e ao meio ambiente, além de gerar resistência nos patógenos (LEE
et al., 2008; SOYLU et al., 2010).
Logo, o emprego de extratos vegetais e óleos essenciais com potencial antifúngico têm
se constituído uma das alternativas que vem sendo pesquisadas (PEIXINHO et al., 2017).
Exemplo disso é a confirmação de Leite et al. (2012), de que o uso de óleo essencial de
Pimpinella anisum L. e extrato vegetal de Allamanda blanchetti L. e Momordica charantia L.
possibilitou o aumento da taxa de germinação em sementes de sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia
Benth.) e foi considerado viável para o tratamento contra os patógenos de sementes. Bem como
os extratos aquosos de Allium sativum L e Lippia alba (Mill.) N. E. Brown que também
apresentaram atividade antifúngica sobre vários fungos como A. flavus, A. niger, Aspergillus
sp., Curvularia lunata, Fusarium sp. (ARAÚJO et al., 2019).
CONCLUSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
de D. mollis.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 3
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
Apesar do ano de 2020 ter sido marcado pelas incertezas e desafios em virtude da
pandemia de COVID-19, a piscicultura brasileira apresentou desempenho positivo, com
crescimento de 5,93 % sobre o ano anterior, atingindo a produção de, aproximadamente, 802
mil toneladas de pescado de acordo com o levantamento realizado pela Associação Brasileira
da Piscicultura (PEIXE BR). A mesma instituição assim como o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) afirmam que a Tilápia (Oreochromis niloticus) continuou
ocupando posição de destaque na psicicultura nacional, com participação de 60,6 % da
produção total de peixes de cultivo e liderando as exportações, correspondendo a 88,17 % das
vendas, cujo principais destinos são Estados Unidos, Chile e China (IBGE, 2020; PEIXE BR,
2021).
No que tange ao consumo de pescado pela população brasileira, este é menor do que os
demais principais tipos de carne (frango, bovina, suína) , atingindo em média, cerca de 10
kg/habitante/ano, estando abaixo dos 12 kg/habitante/ano recomendados pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e da média global de 20,5 kg/habitante/ano (FAO, 2020). Por outro
lado, nota-se que em comunidades ribeirinhas, principalmente no norte do país, o consumo per
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capita anual de pescado pode ultrapassar 130 kg (OLIVEIRA et al., 2010; SOARES et al.,
2018).
O consumo dessa proteína também deve ser incentivado em razão da presença de ácidos
graxos poliinsaturados de cadeia longa em sua composição, que auxiliam na manutenção da
saúde, prevenindo uma série de enfermidades como doenças coronarianas, neoplasias, doenças
de caráter inflamatório, além de auxiliarem no controle da pressão arterial (MESÍAS et al.,
2015; IOM, 2015; MATOS et al., 2019).
METODOLOGIA
O presente trabalho configura-se como uma revisão de literatura integrativa que versa
sobre a cadeia produtiva do pescado de forma abrangente, incluindo as perspectivas futuras para
o setor. Para isso, foi realizada uma busca sistematizada das informações nas bases de dados
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Principais recursos pesqueiros do Brasil
A heterogeneidade da categoria pescado é considerável e, nesse sentido, os habitats e,
consequentemente, os métodos de captura também diferem de acordo com a espécie em
questão. Em se tratando de pesca por extrativismo, os principais recursos pesqueiros
empregados no Brasil são a rede de arrasto de fundo, rede de cerco, rede de arrasto e covos
(DIAS NETO, 2010; BRASIL, 2019a).
Os peixes e demais espécies de pescado demersais são aqueles que, apesar da
capacidade de natação, permanecem, na maior parte do tempo, no fundo do mar e, em muitas
das vezes, em associação com o substrato arenoso. Como exemplo pode-se citar o camarão,
linguado, merluza, corvina e cação. Para sua captura é necessário o emprego de redes de arrasto
de fundo, em que maior aplicabilidade está associada à pesca industrial (KENNELY &
BROADHURST, 2021).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Recursos pelágicos são o grupo de peixes marinhos que vivem associados à coluna
d'água, com pouca ou nenhuma relação com o leito marinho, apresentando habitat em
cardumes. Como exemplos podem ser mencionados sardinha, salmão e atum. Para sua captura,
o recurso pesqueiro utilizado é a rede de cerco que, por ser uma pesca não seletiva, acaba
capturando muitas vezes elevadas quantidades de pescado ainda jovens (LIMA et al., 2011;
BRASIL, 2015).
O recurso de meia água objetiva a captura do pescado cujo habitat são as águas
intermediárias, sendo utilizado geralmente para captura de uma única espécie, como acontece
no caso da tilápia, dourado, pintado e pacu. Para esse método de captura é empregada a rede de
arrasto (DOMINGOS et al., 2016; BRASIL, 2021).
Para a captura de crustáceos, como lagosta e camarão, por exemplo, são empregados os
covos, recursos de fundo do mar conhecidos também como cercos fixos, sendo considerado
como um dos métodos mais produtivos, tendo como vantagem a seletividade de acordo com o
tamanho e abertura da estrutura (POSSAMAI et al., 2014).
Por fim, os barcos-fábrica são as embarcações de pesca destinada à todo o
processamento do pescado, incluindo a captura ou recepção, lavagem, manipulação,
acondicionamento, rotulagem, armazenamento e expedição do pescado bem como de seus
produtos (BRASIL, 2020).
Características bioquímicas
O óxido de trimetilamina (OTMA) é um composto presente de forma abundante em
peixes marinhos. Em virtude da ação bacteriana e de enzimas endógenas, tal composto é
reduzido em trimetilamina, corroborando com a degradação proteica, consequentemente
aumentando da produção das bases voláteis e provocando a formação de mal odor. Fatores
como manipulação excessiva e qualidade da água são determinantes para a garantia da
qualidade do produto final que é gerado (SANTOS et al., 2021).
A histidina é um aminoácido que é encontrado de forma livre na musculatura de peixes
escuros, como é o caso do atum. O contato desse aminoácido com enzimas bacterianas provoca
a sua degradação em histamina, que é um mediador inflamatório. Tal reação é extremamente
prejudicial para o organismo, caracaterizando-a como intoxicação alimentar em virtude do
consumo de peixes contaminados, podendo causar reações alérgicas e cefaleia (COLOMBO et
al., 2018; JOENPUTRI & SURYANA, 2020).
A ureia é formada por meio da degradação proteica, sendo comumente encontrada em
peixes cartilaginosos, como a arraia e o cação. O contato da ureia com a urease bacteriana
exógena, oriunda da contaminação, provoca a sua degradação em amônia, sendo este um
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composto extremamente tóxico, que forma o odor amoniacal no pescado (BUCKING, 2016).
A fenilalanina é um aminoácido presente, principalmente, nos crustáeos, como camarão
e lagosta. Ainda em sua forma original, representa um risco para os fenilcetonúricos, ou seja,
aqueles indivíduos que são incapazes de converter a fenilalanina em tirosina e, dessa forma,
pode gerar efeito tóxico no organismo desses indivíduos. Em virtude da degradação por ação
bacteriana, quando a fenilalanina entra em contato com a tirosina bacteriana, ocorre a sua
conversão em melanina e feniltilamina. A melanina é responsável pela produção de machas
negras na carapaça do animal, também conhecidas como black spot e, em casos mais avançados,
pode atingir a musculatura do crustáceo. Tal alteração, apesar de não oferecer riscos à saúde
humana, apresenta grande impacto econômico devido ao aspecto repugnante gerado
(CASTILHO-WESTPHAL, 2017).
Tecnologia de conservação do pescado fresco
O frescor microbiológico é um critério determinante da qualidade do pescado. Nesse
sentido, a legislação vigente, por meio da Instrução Normativa n. 60/2019, do Ministério da
Saúde, estabelece padrões microbiológicos para alimentos. Assim, a tecnologia de conservação
dos alimentos apresenta um papel fundamental na manutenção das suas características
nutricionais e sensoriais, bem como na extensão do seu prazo de validade (ALEXANDRE et
al., 2019; BRASIL, 2019b).
O gelo fundente é uma técnica de conservação provisória, entretanto, muito utilizada,
principalmente no momento da comercialização do pescado. Nesse método, o gelo encontra-se
a 0 ºC, sendo disposto em camadas alternadas entre o pescado, de modo que o seu derretimento
promove o resfriamento do produto. Tal técnica não é capaz de promover o congelamento do
pescado, mas apenas o seu resfriamento (OSÓRIO, 2017; CRIBB et al., 2018).
O congelamento é um dos métodos mais apropriados para a conservação do pescado,
sendo capaz de manter o seu valor nutritivo bem como suas características sensoriais. Antes do
processo de congelamento, que deve acontecer de maneira rápida, o pescado deve ter a sua
cabeça removida e seu corpo eviscerado, a fim de diminuir a carga microbiana inicial. A
temperatura ideal para o congelamento do pescado é entre -35 e -40 ºC, com temperatura
mínima de conservação permitida de -18 ºC (BRASIL, 2017). Se realizado corretamente, o
congelamento garante a qualidade do pescado gordo durante seis meses e do pescado com biaxo
teor de lipídeos por aproximadamente um ano. Os métodos de congelamento empregados
incluem os túneis de congelamento por ar parado ou forçado, o congelador em placas, o
congelamento por imersão em salmoura e, por fim, o congelamento criogênico (MINOZZO,
2011; OETTERER et al., 2012).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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tipo de corrente elétrica e tempo de exposição necessários para cada espécie animal (ROBB &
ROTH, 2003). A compreensão destas variáveis é importante na prevenção de alguns defeitos
indesejáveis na carne do pescado, em virtude de hemorragias que podem ocorrer durante a
prática de insensibilização, as quais resultam no aparecimento de manchas de sangue
(BORDIGNON et al., 2017).
O choque térmico com água e gelo ou termonarcose é outro método de insensibilização
e abate, muitas vezes utilizado nas principais espécies de pescado de cultivo marinho e
continental. No entanto, a eficiência desta técnica, do ponto de vista do bem-estar animal, é
muito contestada, sobretudo em virtude do tempo prolongado necessário para promoção da
insensibilização, sendo este variável entre as diferentes espécies, além de promover a morte
lenta dos animais, quando utilizado como método para abate (VIEGAS et al., 2012).
Pescados cultivados e provenientes de climas quentes, quando imersos em água e gelo
e submetidos ao choque térmico, podem apresentar imobilidade e aparente insensibilidade,
todavia, é possível que os animais, embora paralisados ou com redução significativa de sua
movimentação, permaneçam conscientes por um período substancial, ou seja, o choque frio
inicialmente paralisa os peixes, em vez de atordoá-los (LINES & SPENCE, 2011).
A secção da medula é uma alternativa como método de insesibilização prévia à
realização da sangria, pois é feita por meio da introdução de uma faca afiada, com lâmina
unilateral ou bilateral, em um dos opérculos dos peixes até atingir a medula espinhal para sua
secção e, em sequência, é realizada a sangria na mesma região. A secção da medula é
considerada como método mais eficiente, gerando maior insensibilidade à dor, sem apresentar
diferenças significativas quando comparada à métodos mais tradicionais, como a termonarcose,
no que se refere aos padrões de qualidade do pescado (PEDRAZZANI, 2007).
Com relação aos métodos de abate, a sangria por perfuração das brânquias é um dos
mais utilizados. Neste os grandes vasos próximos à base do coração são seccionados e,
posteriormente, o animal é submerso em água gelada (1 °C) (OLSEN et al., 2006). Para a
garantia do bem-estar animal e preservação da qualidade da carne, este método deve ser
realizado em conjunto com prévia insensibilização (FREIRE & GONÇALVES, 2013).
Ademais, ainda é possível realizar o abate de crustáceos por meio do Sistema de
Imobilização e Abate de Crustáceos (SIAC), o qual envolve uma máquina confeccionada em
fibra de vidro, que é capaz de imobilizar e abater crustáceos imersos em água doce ou salgada,
por meio da emissão de pulsos de corrente elétrica alternados. O abate é realizado à temperatura
ambiente e a voltagem usualmente utilizada é de 110 a 220 Volts, com corrente elétrica de até
30 Amperes, todavia, a voltagem e o tempo de exposição e duração dos pulsos elétricos são
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regulados de acordo com a espécie de crustáceo. Do ponto de vista sensorial, após o cozimento,
a carne dos caranguejos abatidos pelo SIAC soltou-se mais facilmente da carapaça (OGAWA
et al., 2008).
Após o abate, o pescado pode ser direcionado a diferentes linhas de produção e
tecnologias de processamento, dependentes da espécie e forma de comercialização adotada pela
indústria. De maneira geral, sofre por evisceração, a qual pode ser manual ou mecânica, com
posterior remoção ou não da cabeça, podendo ser comercializado inteiro ou submetido à
filetagem ou postejamento (ARGENTA, 2012). A esfola para remoção da pele é uma técnica
opcional, visto que diversas espécies são comercializadas sob a forma de filés ou postas com
pele, já outras, como a tilápia, geralmente são submetidas à filetagem e esfola (SIMÕES et al.,
2007).
Uma das últimas etapas de beneficiamento do pescado é a aplicação dos métodos para
sua conservação, para posterior embalagem, estocagem e expedição do produto. Sendo assim,
os métodos tradicionalmente empregados para conservação das diferentes espécies são o uso
do frio, para resfriamento ou congelamento, a salga, a defumação e a fabricação de conservas
(FIGUEIREDO, 2016), tal como já mencionado anteriormente.
A ocorrência do rigor mortis ou rigidez cadavérica é de fundamental importância na
conservação do pescado, visto que este é responsável por retardar a autólise e a proliferação
microbiana. Nesse sentido, três fases são observadas no pescado: pré-rigor mortis, rigor mortis
e pós-rigor mortis. A duração da primeira fase é influenciada pelas reservas de glicogênio
muscular no momento da morte, as quais, por sua vez, são dependentes do estresse sofrido pelos
animais nos manejos pré-abate, sendo essencial que esta fase se prolongue ao máximo,
buscando preservar as características sensoriais e estender a vida útil do pescado (MENDES et
al., 2015).
Na fase de pós-rigor mortis iniciam-se os processos de degradação do pescado,
caracterizados pela ação de enzimas proteolíticas, as quais levam ao amolecimento da
musculatura e formação de peptídeos, aminoácidos livres e aminas e, por este motivo, neste
momento torna-se necessária a adoção de algum método de conservação do produto
(MONTEIRO, 2013).
Alterações e modificações após captura
Uma das principais modificações na qualidade e segurança do pescado ocorre em
virtude do estresse pré-abate e, por esse motivo, sua adequada captura e manipulação correta
exercem tanta influência sobre a conservação post mortem. Isso porque as situações que
provocam um estresse acentuado antecipam o estabelecimento e reduzem a duração do rigor
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de boa qualidade e com seu frescor preservado. Valores superiores aos discriminados
inviabilizam o consumo do produto quando associados à outras características observadas
durante a inspeção sanitária, sobretudo as sensoriais (BRASIL, 2017).
Em associação, existe ainda a possibilidade de contaminação exógena dos pescados
durante sua industrialização, mediante práticas inadequadas de preservação e processamento,
as quais também favorecem sua rápida deterioração. Da mesma maneira, traumas mecânicos
podem ocorrer em etapas que antecedem seu processamento, tanto a bordo de embarcações
pesqueiras, logo após a captura, como em terra, durante o transporte rodoviário e sua
distribuição e, da mesma maneira, estes contribuem para depreciação do produto por
degradação de seus nutrientes, sobretudo das proteínas, abundantes nos pescados (PEREIRA &
TENUTA-FILHO, 2005).
Outra importante causa de deterioração está relacionada à microbiota do pescado. Isso
porque, mesmo quando há a adoção de métodos para conservação do produto, como o uso do
frio, há a possibilidade de proliferação de bactérias psicrófilas e psicrotróficas, as quais
participam diretamente do processo de deterioração pelo fato de se multiplicarem bem em
pescados refrigerados ou, até mesmo, congelados. Por esse motivo, os animais provenientes de
regiões tropicais apresentam vida útil superior aos pescados de regiões frias ou temperadas, os
quais possuem naturalmente a microbiota endógena adaptada a temperaturas mais baixas
(BRITTO et al., 2007).
Ademais, alguns indicadores de deterioração podem ser encontrados no pescado,
indicando a perda do frescor e qualidade nutricional, como é o caso da presença de
trimetilamina, que também indica alteração da qualidade sensorial pela ação de microrganismos
deteriorantes (EVANGELISTA et al., 2000).
Outra particularidade das espécies de pescado é a composição de suas fibras musculares.
Seus músculos são funcionalmente similares aos dos mamíferos, mas há diferenças importantes
quanto ao comprimento das fibras musculares que são mais curtas no pescado. Além disso, a
carne é abundante em fibras brancas e possui menor percentual de tecido conjuntivo, quando
comparada à carnes de outras espécies e, dessa forma, apresenta menor barreira física de
proteção, tornando-se mais vulnerável à deterioração (SOARES & GONÇALVES, 2012;
VELIOĞLU et al., 2015).
Inspeção do pescado
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Todavia, caso a análise sensorial gere dúvidas ou indique alterações no produto, podem
ser necessárias avaliações físico-químicas complementares, como as dispostas no Manual de
Métodos Oficiais para Análise de Alimentos de Origem Animal, aprovado pela Instrução
Normativa 30/2018, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que trata sobre os
métodos analíticos para controle de produtos de origem animal. Assim, é possível verificar o
pH, dosar nitrogênio total e proteína total, relacionados à degradação proteica por deterioração,
bem como a dosagem de bases voláteis totais, também relacionadas à proteólise e que devem
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O teste de amônia ou prova de Éber é uma análise de natureza qualitativa que pode ser
utilizada como indicativo do grau de frescor do pescado, como método complementar. A
amônia identificada na reação é resultante da desaminação de aminoácidos e degradação de
nucleotídeos e seu resultado sugere deterioração do pescado quando positivo (MONTEIRO et
al., 2012). A metodologia oficialmente adotada utiliza como reagentes o ácido clorídrico, éter
etílico e o álcool etílico, os quais são misturados em proporções especificadas para compor o
reagente de Éber. O resultado positivo é observado na forma de um esfumaçado branco, gerado
mediante formação do cloreto de amônio. Isso ocorre pois, em amostras em deterioração, a
degradação proteica leva à produção de amônia, que reage com o ácido clorídrico do teste,
produzindo cloreto de amônio. Para melhor observação do vapor branco, a prova é realizada
contra um fundo negro (LANAGRO, 2014).
A extensão da oxidação lipídica do pescado também pode ser monitorada por meio de
testes específicos. Nesse sentido, a determinação do Índice de Peróxido é um método
colorimétrico indireto, baseado na reação dos peróxidos contidos na amostra analisada,
mediante sua prévia oxidação, com o ferro, utilizado como reagente. O resultado do teste é
positivo para rancidez quando há formação de uma cor vermelha característica, mediante
oxidação do ferro. Outras metodologias também podem ser empregadas para determinação da
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Programas de Autocontrole
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CONCLUSÃO
O pescado é um produto de origem animal com características nutricionais singulares,
entretanto, sua alta perecibilidade representa uma limitação para a cadeia produtiva. Nesse
sentido, torna-se indispensável a manutenção das condições higiênico-sanitárias durante todas
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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CAPÍTULO 4
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1. INTRODUÇÃO
Tendo sido originalmente usados como arma química na Segunda Guerra Mundial, os
agrotóxicos, a partir dos anos 40, começaram a ser produzidos em escala mundial (OPAS/OMS,
1996). Segundo Brum (1988), já nos anos 50, as práticas agrícolas foram sensivelmente
modificadas durante a Revolução Verde, em decorrência do processo de modernização
tecnológica. Além disso, este processo gerou mudanças de cunho ambiental, trabalhista, na
utilização dos agrotóxicos na agricultura e nos seus efeitos sobre a saúde, colocando os
trabalhadores rurais expostos a riscos diversificados (FARIA et al., 2000).
Devido algumas culturas necessitarem de pulverizações semanais para o controle de
pragas e doenças, a horticultura é responsável por grande parte da utilização destes produtos
(ARAÚJO et al., 2000; ALMEIDA; CARNEIRO; VILELA, 2009). Este fato aumenta a
exposição dos trabalhadores rurais a estes produtos e a riscos de intoxicação (MARQUES et
al., 2010).
O número de intoxicações e óbitos de contaminação por agrotóxicos são preocupantes
em todo o mundo (MARQUES et al., 2010), ainda que esta relação seja de complexa
identificação devido a intoxicação crônica. Números da Organização Mundial da Saúde (OMS)
revelam que ocorram no mundo cerca de três milhões de intoxicações por agrotóxicos, sendo
220 mil mortes por ano, destas, 70% nos países em desenvolvimento. No Brasil, segundo a
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), as intoxicações atingem
o número de 800 mil casos anualmente (CONTAG, 2005). Tendo como exemplo, no estado do
Paraná, 14,3 mil pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos, com registros de 1439 óbitos entre
os anos de 1986 a 2004, com média anual de 754 ocorrências de intoxicação e 75 óbitos
(SESA/PR, 2005).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
alfabetizadas e esclarecidas quanto aos riscos (MARQUES et al., 2010). As informações mais
confiáveis podem ser encontradas no rótulo e bula do produto (ANDEF, 2005). Os rótulos dos
agrotóxicos são úteis pois reúnem as informações a respeito do grupo químico, ingrediente ativo
do produto e instruções necessárias à utilização adequada dos produtos com o objetivo de evitar
intoxicações, os equipamentos de proteção individual (EPIs) a serem empregados e o grau de
periculosidade. Não obstante, já foi verificado em alguns locais do país que produtores, ao
aplicarem os inseticidas, não utilizam os EPIs necessários, o que gera intoxicações (ARAÚJO
et al., 2000).
Segundo Monquero et al. (2009), o aumento do número de intoxicações é causado,
majoritariamente, devido a subutilização ou utilização ineficiente de EPI, conferindo perigo à
saúde do aplicador. Em função da natureza dos serviços, os trabalhadores do setor agropecuário
estão quase que diariamente expostos a diversas periculosidades, de origem física, química e
biológica, podendo levar a acidentes, tais como máquinas, implementos agrícolas, ferramentas
manuais, agrotóxicos, ectoparasiticidas e animais domésticos ou peçonhentos (ALMEIDA,
1995). Esta exposição múltipla pode resultar em quadros sintomatológicos combinados, que se
confundem com outras doenças comuns, mascarando a real causa da intoxicação e levando a
erros diagnósticos e a tratamentos equivocados (MATTOS et al., 2001).
De acordo com Monquero et al., (2009) as principais respostas por parte dos
entrevistados para a não utilização do EPI foram: o uso do EPI convencional ser
demasiadamente quente, incômodo e dificultar a respiração e a mobilidade. Segundo Marques
et al., (2010), os maiores motivos em não se usar ou seu uso incorreto do EPI são, a saber: o
calor (60,6%), desconforto durante a execução do trabalho (57,6%), não acreditam ser
necessário o uso (24,2%); sendo menos citados a negligência e a falta de tempo (3,3%). Ainda,
segundo NUNES (2010), foi comprovado que 53,3% dos agricultores entrevistados definem
que o principal entrave ao emprego correto destes equipamentos na atividade é a existência de
EPI não elaborados especificamente para a realização das tarefas, dificultando o trabalho, e
40% informam que o desconforto proporcionado pelo EPI, é a causa predominante da
resistência ao uso destes equipamentos e somente 6,7% dizem ser o alto custo do equipamento
a principal dificuldade encontrada para o uso devido.
Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo esclarecer o que é o EPI, sua
utilidade na agricultura, os riscos oferecidos quanto a sua subutilização ou não utilização, assim
como elucidar técnicas visando a conscientização do empregador e dos trabalhadores rurais
acerca do correto uso desse equipamento.
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2. DEFINIÇÃO E ORIGEM
3. OBRIGAÇÕES
A legislação exige a utilização do EPI por meio das Normas Regulamentadoras, que
nesse caso é a NR 6. Segundo o item 6.3, é obrigação da empresa o fornecimento do EPI
adequado a situação de risco, em estado de conservação e funcionamento perfeito, e de forma
gratuita: a) quando as medidas tomadas de ordem geral não oferecerem proteção completa
contra os riscos de acidentes e doenças do trabalho; b) durante a implantação das medidas de
proteção coletiva; e c) como resposta a situações de emergência.
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Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origens térmica e mecânica, contra
agentes químicos, riscos de origem radioativa, umidade proveniente de precipitação
pluviométrica e umidade proveniente de operações com uso de água.
O avental é confeccionado com materiais resistentes a solventes orgânicos, de modo a
aumentar a proteção do operador contra respingos durante o preparo da calda ou de possíveis
vazamentos do equipamento de aplicação costal.
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As vestimentas fabricadas em não tecidos tem menor durabilidade e não podem ser
reutilizadas, caso sejam danificadas.
5. RECOMENDAÇÃO DE USO
Segundo o item 6.5, compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho - SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente
em determinada atividade.
Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador selecionar o EPI
adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA
ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários.
6. EMPREGADOR
Sendo assim, cabe ao empregador, quanto ao EPI, a aquisição do equipamento
adequado, a exigência do uso, o fornecimento somente de equipamentos aprovados pelo órgão
competente, a orientação e treinamento do trabalhador quanto ao manuseio e conservação, a
substituição imediata sempre que houver dano ou extraviação, a higienização e manutenção
periódicas, a comunicação ao Ministério do Trabalho e Emprego de qualquer irregularidade
observada e o registro da sua entrega ao trabalhador.
Quanto ao item “a”, a figura 1 apresenta o tipo mais adequado de EPI para cada
operação. É importante ressaltar que os EPI não substituem os demais cuidados na aplicação e
sim os complementam, evitando-se a exposição.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Quanto ao item "f", alguns cuidados devem ser tomados no momento da higienização
EPI. Na lavagem dos EPIs, recomenda-se que a pessoa utilize luvas a base de Nitrila ou
Neoprene.
As vestimentas de proteção devem ser enxaguadas com água corrente e lavadas com
são neutro, a fim de diluir e remover os resíduos da calda pulverizada. Não é recomendada a
utilização de alvejantes para não danificar o tratamento do tecido. Elas devem secar à sombra.
Para evitar arranhar e diminuir a transparência da viseira, ela não pode ser esfregada
durante a lavagem.
Tratando-se especificamente do item “d”. Para proteger adequadamente, os EPIs devem
seguir a ordem e a forma corretas de vestimenta e retirada, que, geralmente, são:
1. Calça e Jaleco: a ordem de vestimenta é a calça, seguida do jaleco, que deve ficar
sobre a primeira. Os cordões do velcro, após fechado, devem ficar para o interior da roupa.
2. Botas: a boca da calça deve ficar sempre sobre o cano da bota, para evitar a entrada
do produto no calçado.
3. Avental impermeável: deve permanecer sobre jaleco ao preparar a calda e atrás, em
caso de aplicação com utilizando equipamento costal.
4. Respirador: deve ter o encaixe perfeito, evitando aberturas pelas quais o produto
possa entrar em contato direto com o rosto do usuário.
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A figura 2 destacada do modelo do rótulo, indica os EPI específicos para cada etapa e a
ordem em que devem ser vestidos e retirados. Vale ressaltar que uma das etapas que mais ocorre
a contaminação é durante a retirada do EPI. Logo, é de extrema importância que as orientações
por parte do empregador/fornecedor sejam bastante claras quanto às etapas de preparo do
produto para que os riscos à saúde sejam os mínimos possíveis.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Por fim, quanto ao item “e”. Em relação ao descarte, os fabricantes devem informar a
durabilidade das vestimentas e a checagem deve fazer parte da rotina do usuário. Quando não
oferecerem os níveis de proteção adequados, os EPIs têm que ser lavados, rasgados e
descartados.
6.1 TRABALHADOR
Cabe ao trabalhado, quanto ao EPI, a utilização de acordo com as determinações dadas
pelo empregador somente para o fim a que foi destinado, a responsabilidade pelo
armazenamento e conservação e a comunicação de qualquer irregularidade que comprometa o
uso ao empregador.
Em referência ao item “b”, os EPIs devem ser lavados e armazenados de forma
adequada, para garantir maior durabilidade. Eles devem ser guardados separados das roupas da
família.
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9. APLICAÇÕES DE PENALIDADES
A parte responsável que não cumprir com as obrigações poderá ser responsabilizada. O
empregador poderá responder no âmbito criminal ou cível, além de receber multa. O
funcionário estará sujeito a sanções trabalhistas e poderá ser demitido por justa causa.
Recomenda-se o registro em documentação adequada tanto do fornecimento do EPI quanto do
treinamento para ser utilizado em eventual esclarecimento em causas trabalhistas.
Na emissão da receita, a atribuição do engenheiro agrônomo na indicação dos EPIs
adequados é fundamental, pois além de considerar as características inerentes ao produto, o
profissional considera os equipamentos disponíveis para a aplicação, as etapas da manipulação
e as condições da lavoura.
A figura 3 apresenta exemplos de faixas contendo pictogramas específicos e que devem
ser representados nos rótulos de agrotóxicos, indicando quais os EPI devem ser utilizados para
manuseio e aplicação dos mesmos e a ordem em que devem ser vestidos. Em complemento, a
figura 4 mostra alguns pictogramas de EPI e seus significados:
Vale salientar que com a reclassificação toxicológica dos agrotóxicos publicado pela
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Diário Oficial da União no dia 1º de
agosto de 2019, a indicação de quais EPI a serem utilizados, inevitavelmente sofrerá mudanças,
com a finalidade de se ajustar ao novo marco regulatório no país.
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CAPÍTULO 5
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INTRODUÇÃO
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FERTILIDADE
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membrana e proteínas expressas nos fluidos reprodutivos são realizadas com o intuito de
identificar biomarcadores de fertilidade (MOURA et al., 2011).
Os marcadores genéticos podem ser úteis na seleção de garanhões. Como são
conhecidos muitos genes que influenciam a fertilidade em outras espécies, especialmente em
humanos e em camundongos, é provável que mais genes em garanhões se tornem conhecidos
(SIEME e DISTL, 2012).
Em garanhões Hannoverianos, a associação do genoma, para estimar os valores
reprodutivos do componente paterno, no índice de prenhez por ciclo estral foi estudada. Um
total de 228 garanhões Hannoverianos foram genotipados usando o Equine SNP50 Beadchip.
Os polimorfismos não codificantes dentro do gene Phospholipase C zeta (PLCζ) foram
identificados como conferindo a fertilidade do garanhão (SCHRIMPF et al., 2014). Outro
estudo utilizando seis garanhões subférteis com taxa de prenhez inferiores a 30% demonstrou
quantidades inferiores de PLCζ em cinco garanhões quando comparada com garanhões
controle (ZAMBRANO et al., 2016).
O conhecimento de genes específicos do espermatozoide de humanos já está bem
documentado (LAMBARD et al., 2004), enquanto poucos estudos estão disponíveis para
equinos (CHOWDHARY et al., 2008). Foram realizadas clonagens para a caracterização da
PLCζ em espermatozoides de equinos com o objetivo de caracterizar a atividade extracelular
e intracelular de Ca+2 e a expressão da PLCζ no espermatozoide equino. Microinjeções do
gene foram realizadas em oócitos equinos, onde foram observadas aumento das ondas de Ca+2
(SYLVIA et al., 2012). No momento, pouco se sabe sobre a potencial ligação entre a
deficiência de PLCζ e subfertilidade ou infertilidade no garanhão, embora a diminuição dos
níveis de expressão de PLCζ tenha sido previamente relatada em sêmen de garanhões inférteis
(GRADIL et al., 2006). No equino o gene é expresso sob a cabeça do espermatozoide e na
região da cauda (SYLVIA et al., 2012).
A correlação da expressão gênica de Phospholipase C zeta (PLCζ) e
WW domain binding protein 2 N-Terminal Like (WBP2NL) no espermatozoide, com a
qualidade seminal e fertilidade de 40 garanhões da raça Crioula foi avaliada, comprovando
que a expressão do gene PLCζ no espermatozoide equino pode desempenhar diversos papéis
na fisiologia do sêmen, assim como pode tornar-se um biomarcador para a qualidade seminal
e fertilidade do garanhão (BUENO et al., 2018).
Estudos moleculares com os genes Cysteine-Rich Secretory Protein 3 (CRISP3) e
Spermatogenesis Associated 1 (SPATA1) têm sido realizados, demonstrando a sua associação
com problemas de fertilidade em garanhões (GIESECKE et al., 2010). O gene SPATA1 foi
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é superior nas amostras obtidas nos dias 21 e 27 quando comparadas com as dos dias 14 e 17
de prenhez (AL-RAMADAN et al., 2002).
Fatores de crescimento e citocinas derivadas do útero desempenham papéis essenciais
na regulação do pré-implante e desenvolvimento do concepto. Em várias espécies, o Fator de
Crescimento de Fibroblastos-2 (FGF2) promove embriogênese, migração de células
trofoblásticas e adesão. A expressão do gene FGF2 foi investigada no endométrio e
trofectoderma equino durante o ciclo estral e início da gestação. Este estudo concluiu que
durante a terceira e quarta semana de gestação o epitélio luminal do endométrio equino
produz FGF2, que pode desempenhar um papel no desenvolvimento e adesão de trofoblastos
(RUIJTER-VILLANI et al., 2013).
Foram verificadas alterações na expressão gênica do endométrio de éguas prenhes,
éguas vazias e após o reconhecimento materno da prenhez (MRP) com o objetivo de
identificar possíveis genes envolvidos, através da técnica PCR em tempo real (RT-PCR). Dez
genes foram identificados como tendo maiores ou menores níveis de expressão no endométrio
de éguas prenhes versus éguas vazias nos dias 14, 16 e 18 pós-ovulação. Cada um desses
genes pode ter um papel fundamental na modificação do útero para que haja o
reconhecimento da gestação. Os genes que apresentaram maior expressão no endométrio de
éguas prenhes foram: Juxtaposed with another zinc finger 1-like (JAZF10), S100 calcium
binding protein G (S100G), Solute Carrier Family 36 Member 2 (SLC36A2),
Methyltransferase-like protein 7A-like (METTL7A), Eukaryotic translation initiation factor 2-
alpha kinase 3 (EIF2AK3), Dickkopf 1 homolog (DKK1) and Adrenomedullin (ADM). Já os
genes com menor expressão no endométrio de éguas prenhes foram: Retinaldehyde
dehydrogenase 1-like (RALDH1), Estrogen receptor 1 (ESR1) and phospholipase A2 (SPLA2)
(KLOHONATZ et al., 2015).
O efeito do lado do corpo lúteo na expressão gênica uterina e na localização da
proteína do Receptor de estrogênio α (ERα) e Receptor de progesterona (PR) em éguas
cíclicas e éguas prenhes 13 dias após a ovulação (dia 0) foram investigadas. Biópsias
transcervicais foram realizadas para coletar endométrio ipsilateral e contralateral em relação
ao lado do corpo lúteo no dia 13 pós-ovulação em éguas cíclicas (n = 6) e prenhes (n = 6). A
expressão do receptor foi determinada por imunohistoquímica e a expressão do transcrito por
RT-PCR. O corno contralateral apresentou maior porcentagem de células positivas para ERα
do que o corno ipsilateral, mas o lado não afetou o PR. ERα mostrou baixa coloração e
nenhum efeito principal na prenhez foi encontrado, mas éguas prenhes tiveram menor
expressão de proteína de PR. O corno contralateral tendeu a apresentar maior expressão do
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gene ERα e PR. A expressão relativa do mRNA ERα foi menor no grupo prenhe. A interação
do estado reprodutivo e lado do corpo lúteo tendeu para afetar a expressão de mRNA de PR,
pois éguas prenhes tinham um conteúdo de mRNA de PR mais baixo no corno ipsilateral do
que éguas cíclicas. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo que descreve o
comportamento dos receptores de esteroides no endométrio de éguas em relação ao lado do
corpo lúteo (KALPOKAS et al., 2018).
Ciclos alúteos (AL) foram induzidos em éguas para avaliar os efeitos da privação de
progesterona na expressão gênica de embriões e endométrio coletados 8 dias após a ovulação.
Sete éguas cíclicas foram inseminadas artificialmente. As éguas controle receberam solução
salina, já as éguas do grupo AL receberam Prostaglandina F2 alfa (PGF2α), duas vezes ao dia,
nos dias 0, 1 e 2 e uma vez ao dia nos dias 3 e 4, sendo o zero o dia da ovulação. As éguas
foram monitoradas até retornarem ao estro e foram artificialmente inseminadas. Quatro
transcritos mostraram aumento da expressão em embriões desenvolvidos durante os ciclos
AL: estrogen receptor (ESR1), P19 lipocalin (P19), apolipoprotein B (APOB) e progesterone
receptor (PGR). Quatro transcritos mostraram aumento no endométrio desenvolvido durante
os ciclos AL: SPLA2, PGR, ESR1, fibroblast growth factor 9 (FGF9) e quatro transcritos
apresentaram diminuição na sua expressão: P19, connective tissue growth fator (CTGF),
interferon épsilon (IFNE), hexokinase 2 (HK2). Embriões e endométrio em um ambiente
privado de progesterona durante AL induzidos demonstraram expressão transcrita alterada.
Esses resultados indicam que níveis adequados de progesterona podem ser um mediador
chave do ambiente embrião-materno apropriado durante o período de pré-implantação
(LEISINGER et al., 2019).
Os genes Metaloproteinases 1 (MMP-1) e Metaloproteinases 2 (MMP-2) foram
apontados como genes importantes em todo o processo de remodelamento tecidual, o qual
ocorre durante o desenvolvimento folicular em éguas. O receptor de hormônio luteinizante,
presente no ovário e no epitélio superficial ovariano, pode ter um papel fundamental para o
mecanismo de sinalização para a produção das metaloproteinases, visto que os ovários que
apresentaram maiores concentrações de receptor de hormônio luteinizante tiveram maior
expressão gênica de MMPs (BASTOS et al., 2014). A expressão de MMP2 também já foi
verificada nas células da granulosa em éguas, sugerindo seu envolvimento no processo de
desenvolvimento folicular (SESSIONS et al., 2009). Centeno et al. (2018), quantificaram a
expressão gênica das MMP-1, MMP-2 e TNF-α no endométrio de éguas com diferentes graus
de fibrose. Ambas as MMPs apresentaram valores de expressão inversa, sugerindo ações
opostas na cascata de formação de fibrose endometrial. A expressão de TNF-α foi semelhante
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
8 (FUMOSO et al., 2006). Os resultados obtidos sugerem que o estímulo deveria ultrapassar
certo limiar para induzir uma transcrição coordenada de citocinas e que este limiar seria
menor nas éguas susceptíveis do que nas resistentes (FUMOSO et al., 2003). As proteínas
expressas estariam relacionadas tanto à contratilidade uterina, quanto ao processo
inflamatório, concordando com achados anteriores de que éguas susceptíveis apresentariam
um nível exacerbado de resposta inflamatória (FUMOSO et al., 2003).
A retenção das membranas fetais (RFM) é uma enfermidade pós-parto prevalente em
éguas, pode ser definida como a falha parcial ou liberação incompleta do alantocório 3 h após
o parto. A incidência varia de 2% a 10% dos partos em éguas de raça leve, mas pode chegar a
30% - 54% nas raças pesadas (CANISSO et al., 2013). Durante o parto, várias citocinas pró-
inflamatórias são liberadas na placenta, o que facilita ainda mais as contrações uterinas,
expulsão do feto e membranas fetais. Uma resposta inflamatória alterada nas éguas pode
resultar em RFM. Amostras do endométrio e do alantocórion foram coletadas de 15 éguas
com RFM e de 29 éguas de controle dentro de 2 h após o parto. A expressão do mRNA das
proteínas IL-1b, IL-6 e TNF-α foi analisada por RT-PCR e Western blot. Em éguas com
RFM, a expressão de mRNA da IL-1b no endométrio (p <0,05) e IL-6 na alantocórion (p
<0,0001) foi maior do que nas éguas que expulsaram fisiologicamente as membranas fetais. A
maior expressão de IL-6 no alantocórion foi confirmada por Western blot. O aumento da
expressão de IL-6 no alantocórion e IL-1b no endométrio pode refletir uma resposta imune
local que leva ao descolamento das membranas fetais. A baixa expressão de TNF-α pode
sugerir que essa citocina não está envolvida na expulsão das membranas fetais (JAWORSKA
e JANOWSKI, 2019).
Endometrite persistente induzida por cobertura é uma das principais causas de
infertilidade em éguas. Um estudo foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a perfusão
genital e a expressão de citocinas inflamatórias em éguas classificadas como suscetíveis ou
resistentes. Dez éguas foram examinadas diariamente durante o estro até seis dias após a
ovulação induzida por hCG por dois ciclos estrais, sendo inseminadas 24 horas após a
indução da ovulação em um ciclo com sêmen morto congelado e no outro ciclo com solução
salina estéril. Biópsias endometriais foram obtidas 24 h antes, 2 e 7 dias após a infusão, e
expressões de mRNA de IL1B (Interleukin 1b), IL6 (Interleukin 6), IL8 (Interleukin 8), IL10
(Interleukin 10), TNF (Tumor necrosis factor a), CASP3 (Caspase 3) e COX2
(Cyclooxygenase 2) foram determinados por RT-PCR. A expressão de mRNA endometrial de
IL1B aumentou em 2 dias após a infusão de sêmen morto em éguas suscetíveis, e a expressão
de IL10 aumentou em 7 dias após a infusão dentro do éguas resistentes. O mRNA da IL6 foi
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
aumentado em éguas suscetíveis em comparação com éguas resistentes aos 2 dias após a
infusão. Em resumo, uma infusão intrauterina de sêmen morto aumenta o fluxo sanguíneo
uterino resistência e altera a expressão do gene endometrial de citocinas inflamatórias por
pelo menos sete dias, mas não altera afetam o suprimento sanguíneo ovariano e a função lútea
em éguas suscetíveis à endometrite persistente induzida por cobertura (LÜTTGENAU et al.,
2021).
As b-defensinas são pequenas proteínas catiônicas com potente atividade
imunorregulatória e antimicrobiana. Uma pesquisa sistemática do genoma de Equus caballus
que identificou um cluster de novos genes b-defensina no cromossomo 22, que é homólogo a
um aglomerado no cromossomo 13 de bovino foi realizada. Foram encontradas
correspondências para ortólogos de 13 dos genes bovinos, denominados b-defensinas eqUinas
(eBD) 115, eBD116, eBD117, eBD119, eBD120, eBD122a, eBD123, eBD124, eBD125,
eBD126, eBD127, eBD129 e eBD132. Fragmentos de tecido foram obtidos do testículo,
epidídimo e ducto deferente de três garanhões e do ovário, oviduto, corno uterino, útero, colo
do útero e vagina de três éguas. Os genes b-defensina mostraram padrões distintos de
expressão específicos da região. A expressão preferencial no epidídimo e no oviduto sugerem
um possível papel na imunoproteção do aparelho reprodutor equino ou na fertilidade
(JOHNSON ET AL., 2016).
MicroRNAs (miRNAs) são pequenas moléculas de RNA não codificantes envolvidas
em uma ampla gama de processos biológicos por meio da regulação pós-transcricional da
expressão gênica. Os miRNAs mostraram fazer parte da patogênese de doenças e da fisiologia
da reprodução em animais, tornando-os candidatos a biomarcadores (WINTER et al., 2022).
Donadeu e Schauer (2013), estudaram o papel de miR-21, −23a, −145, −503, −224,
−383, −378, −132 e −212 na regulação do desenvolvimento do folículo ovariano. Em relação
aos folículos ovulatórios, os folículos anovulatórios apresentaram níveis médios mais
elevados de miR-21, −23b, −378, −202 e – 145.
Outro estudo também avaliou o papel do miRNA no fluido folicular e na variação do
miRNA em diferentes idades. MiRNA em exossomos isolados de fluido folicular também
estavam presentes nas células da granulosa e cúmulos circundantes, indicando a comunicação
celular dentro do folículo ovariano de mamíferos. Os miRNAs presentes nos exossomos do
fluido folicular ovariano também variaram com a idade da égua (da Silveira et al., 2012).
Um trabalho estudou a presença de miRNA em soro equino e membrana
corioalantóide (CAM) durante a gestação com o objetivo de caracterizar genes de referência
para normalização da expressão de miRNA em CAM e soro em eguas gestantes. MiR-21-5p,
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
let-7a-5p e miR-10a-5p como os três genes de referência mais estáveis para a normalização de
miRNAs de soro equino. Dentro das amostras CAM, miR-8908a-1-5p, −369-5p e -106a-5p
como os três miRNAs mais estáveis (DINI et al., 2018).
Os miRNAs séricos também foram avaliados em éguas gestantes, e um miRNA (miR-
374b) foi regulado diferencialmente no final da gestação e quatro miRNAs (miR-454, −133b,
−486-5p e -204b) foram diferencialmente regulados entre as éguas prenhez e amostras as
vazias. Os miRNAs circulantes têm um enorme potencial diagnóstico para complicações
relacionadas à gestação, incluindo restrição do crescimento fetal e infecção placentária
(LOUX et al., 2017).
Outro estudo elucidou o perfil materno circulante de miRNAs associados a C24MC
durante a gestação e sugeriu que miR-1247-3p, −134-5p e - 409-3p séricos poderiam ser
usados como marcadores específicos da prenhez durante o início da gestação (DINI e EL-
SHEIKH ALI, 2019).
Diversas ferramentas tecnológicas foram criadas para atender as expectativas e
imposições do mercado, sendo uma delas o melhoramento genético, que utiliza dados
estatísticos para selecionar indivíduos que apresentam aumento na frequência dos genes
desejáveis e para diminuir consequentemente a frequência dos genes indesejáveis nas futuras
gerações (BALAN et al., 2016). Após estabelecer o banco de dados, os criadores deverão
contar com métodos genético-estatísticos e computacionais que permitam a organização de
todas as informações disponíveis e ordenar cada indivíduo de acordo com o seu mérito
genético como reprodutor. (BALAN et al., 2016).
Embora o complexo do agronegócio do cavalo seja de grande importância para o
Brasil e inúmeras pesquisas em vários países estejam sendo publicadas na literatura,
envolvendo de alguma forma, o melhoramento genético de equinos, os programas de
seleção não estão sendo praticados de forma consistente. Isto significa, de certa forma,
que a maior parte dos resultados de pesquisas nesta área não gera aplicação prática e,
portanto, pouco contribui para o desenvolvimento da espécie (MOTA & REGITANO,
2012). Mesmo assim, o melhoramento genético em equinos tem grandes chances de ser
aprimorado devido ao excelente rebanho que possui, ao alto potencial de produção que tem
e às ferramentas científicas existentes atualmente.
CONCLUSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 6
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
desse sinal irá variar de espécie para espécie (YOO et al., 2019). Com relação a luminosidade
e a forma como as sementes se comportam na sua presença/ausência estas podem ser
classificadas como fotoblásticas positivas, negativas ou ainda fotoblásticas neutras.
Assim, o trabalho tem por objetivo avaliar a germinação de sementes de Aspidosperma
vargassii em condições de laboratório, identificando a melhor temperatura e o efeito da luz na
germinação de sementes de amarelão.
METODOLOGIA
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
fórmula proposta por Maguire (1962). O tempo médio de germinação foi calculado pela
fórmula citada por Silva e Nakagawa (1995) com base no número de sementes germinadas
diariamente, durante os trinta dias do teste de germinação.
Os procedimentos relacionados à análise estatística dos resultados das variáveis
consistiram na verificação inicial da presença de dados discrepantes pelo teste de Grubbs,
normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro-Wilk e homogeneidade das variâncias pelo teste
de Bartlett. Após verificação dos pressupostos, foram realizadas a análise de variância pelo teste
F, através do programa estatístico Sisvar, para verificação de efeitos dos tratamentos e
constatando diferenças, os dados qualitativos foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Bewley e Black (1994) citado por Oliveira et al, (2011), a maior parte
das espécies vegetais se encontram com uma umidade inicial entre 5 a 20 %. Nesse estudo as
sementes de amarelão apresentaram teor de umidade de 9,4%. Valor que corrobora com o
apresentado por Miranda (2021), também com sementes de amarelão. Resultados similares são
descritos por Oliveira et al., (2015) com A. subincanum (4%) e Oliveira et al., (2011) com
sementes de A. tomentosum (7,7%). Indicando que o gênero Aspidosperma possui valores nessa
faixa de 5 a 10% de teor de água, o que pode ser comprovado com a classificação das especies
A. cylindrocarpon e A. polyneuron como ortodoxas conforme Carvalho et al., (2006).
Observa-se na tabela 1, interação entre fotoperíodo e temperatura, para índice de
velocidade de germinação e tempo médio de germinação. Enquanto que para porcentagem de
germinação esses fatores atuam de forma independentes.
Tabela 1. Resumo da análise de variância de porcentagem de germinação (G), índice de velocidade de germinação
(IVG) e tempo médio de germinação (TMG) de sementes de amarelão em função da temperatura e fotoperíodo.
G IVG TMG
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100
a
75
Germinação (%)
a a
b b
50
b
25
0
Escuro 12 h/luz 20 25 30 35
Fotoperíodo Temperatura (°C)
Médias com a mesma letra, dentro de cada fator, não diferem entre si (p<0,05%). Fonte: autora.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
20 e 35 °C, para o regime de 12 h/luz (Tabela 2). Segundo Santana e Ranal (2004) citado por
Marangoni et al., (2014) quanto maior o valor desse índice, maior será o vigor das sementes,
ou seja, se a germinação ocorrer logo no início da semeadura, seu valor será maior do que se
ocorrer tardiamente se mostrando mais vigorosas. Oliveira et al. (2015) com sementes
de Aspidosperma subincanum obteve como resultado que a temperatura ideal para índice de
velocidade de germinação foi a 25˚C. Miranda et al. (2021) testando diferentes temperaturas e
substratos para germinação de sementes de amarelão, obteve um resultado que entre as
condições estudadas as temperaturas de 20 e 25°C são adequadas para condução do teste de
germinação.
Tabela 2. Índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo médio de germinação de amarelão em diferentes
temperaturas e fotoperíodo.
Temperatura (°C)
Característica Fotoperíodo 20 25 30 35
Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, dentro de cada fator, não diferem entre
si (p>0,05%). Fonte: autora.
Na tabela 2 é possível observar que para o tempo médio os tratamentos com 12h/luz
em 25, 30 e 35°C não apresentaram diferença significativa, com tempo médio entre 9 a 10 dias.
Para sementes de paricá (Schizolobium amazonicum) a velocidade do processo germinativo foi
favorecida pelas temperaturas de 30 e 35 ºC (RAMOS; VARELA; MELO, 2006).
A temperatura ótima é primordial no estabelecimento das espécies, responsável por
aumentar o metabolismo e a translocação das reservas para o eixo embrionário (ALMEIDA et
al., 2017). Em seu estudo Lima et al. (2019) explicam que devido a maior eficiência na
velocidade de absorção de água, nas faixas de temperaturas ideais, ocorre aceleração das
atividades metabólicas resultando em uma germinação mais rápida e uniforme, comprovando a
importância de se ter o conhecimento sobre essas variáveis.
A velocidade em que uma espécie consegue se estabelecer em determinado ambiente
é de elevada importância, posto que, ao se estabelecer primeiro em uma área ela aumenta suas
chances de sobrevivência, povoando aquele ambiente. Sementes que demoram muito para
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
germinar podem ser atacadas por fungos ou outros agentes durante o processo metabólico e não
germinar, interferindo na perpetuação da espécie (OLIVEIRA et al., 2011). Desse modo,
reforça o entendimento que sementes mais vigorosas demandam menor número de dias para
germinar.
CONCLUSÃO
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CAPÍTULO 7
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
A agricultura irrigada tem sido uma importante estratégia para otimizar a produção
mundial de alimentos, principalmente, em virtude do crescimento populacional, e
consequentemente, do aumento da demanda por alimentos. No entanto, o aumento da produção
de alimentos está diretamente associado ao aumento da demanda hídrica, o que consiste em um
dos desafios enfrentados pela agricultura, aliado às mudanças climáticas e a poluição ambiental,
pois a água tem se tornado um recurso limitante. Dessa forma, é visível a necessidade da adoção
de técnicas adequadas e que proporcionem o uso sustentável dos recursos hídricos na
agricultura, com o objetivo de aumentar a produção de alimentos com maior qualidade e
menores danos aos recursos naturais.
Para que o cultivo de hortaliças seja bem-sucedido é necessário que o produtor tenha
conhecimento e orientação técnica sobre as exigências da cultura, uma vez que o
desenvolvimento das hortaliças é intensamente influenciado pela umidade do solo e por outras
características edafoclimáticas (MOROUELLI et al., 2011; CARDOZO et al., 2016). Desse
modo, para o sucesso da produção agrícola, as necessidades hídricas das culturas precisam ser
atendidas, e a irrigação é uma das técnicas utilizadas para suprir a demanda hídrica na
quantidade adequada e no momento oportuno (MENEZES et al., 2013).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
hortaliças no Estado do Espírito Santo é a irrigação por aspersão convencional, devido a sua
ampla aplicabilidade. Neste sistema é simulado uma chuva sobre as plantas, que ocorre por
meio do fracionamento de um jato de água em gostas lançadas por vários aspersores
(MANTOVANI et al., 2009). Quando o manejo desses sistemas de irrigação é realizado de
forma adequada é possível alcançar uma alta eficiência com mínimo de perdas. Mas, na
ausência de manejo, a eficiência de aplicação de água é comprometida, o que resulta em
desperdícios de água, energia elétrica e fertilizantes.
Segundo Al-Gaadi et al. (2019), são várias as vantagens de um sistema de irrigação mais
eficiente, tais como: otimização dos recursos hídricos existentes, aumento da produtividade e
consequentemente maior rentabilidade. Para Mantovani, Bernardo e Palaretti (2009) a
uniformidade de distribuição de água de um sistema de irrigação é um dos principais parâmetros
para o diagnóstico da situação de funcionamento do sistema, uma vez que é possível medir a
variabilidade de água aplicada pelo método de irrigação.
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido na região Sul do Estado do Espírito Santo, em áreas
cultivadas com hortaliças irrigadas por aspersão convencional.
Os projetos de irrigação foram selecionados de acordo com os dados obtidos por meio
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Para a medição de vazão nos projetos de irrigação, foi coletado em cada aspersor,
previamente selecionado, o volume aplicado em um tempo de três minutos, com auxílio de
cronômetro, mangueiras, coletores e proveta graduada. Para a realização do teste de
uniformidade de aplicação de água, a área em torno do aspersor foi dividida em subáreas
quadradas, de iguais dimensões (3 x 3 metros), e os pluviômetros foram colocados no centro de
cada subárea e o número mínimo de pluviômetros instalados por teste, foi definido com base
no espaçamento entre linhas laterais e entre aspersores adotados no projeto em estudo.
Lq (1)
CUD = 100 *Lm
Em que:
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
∑𝑛𝑖=1|Li − Lm|
CUC = (1 − ) .100 (2)
𝑛Lm
Em que:
n = número de pluviômetros.
Sd (3)
CUE = 100. (1 − Qm)
Em que:
A interpretação dos valores de CUC, CUD e CUE foram realizadas com base nas
metodologias de Mantovani (2001) e os padrões da ASAE EP 405.1 (2003) descritos por
Borssoi et al., (2012) que estão apresentados na Tabela 1.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Ruim 36 - 52 60 - 70 60 - 70
Inaceitável < 36 <60 < 60
Fonte: Adaptado de Mantovani (2001) e Borssoi et al. (2012).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
De acordo com vários autores, entre os quais estão Bernardo et al. (2019), para culturas
de alto rendimento econômico, com sistema radicular superficial, a irrigação por aspersão deve
apresentar alta uniformidade de distribuição, pois os valores dos coeficientes de uniformidade
CUD e CUC devem apresentar valores superiores a 84%. No entanto, pelos resultados obtidos
verifica-se que não foram encontrados valores altos de CUD e CUC para nenhum dos três
projetos avaliados, o que evidencia a necessidade de implementação de estratégias de manejo
do sistema de irrigação.
Szabó et al. (2021), em seus estudos com irrigação por aspersão, encontraram valores
de 74,14 e 75,43% para CUC e CUD, respectivamente, no qual concluíram que a aplicação de
água não é uniforme, já que tais resultados não atingem os valores mínimos para um irrigação
homogênea. Os autores atribuíram os baixos valores de uniformidade encontrados a utilização
de equipamentos mais antigos.
Tais resultados se justificam pelos fatores que afetam o desempenho dos aspersores em
funcionamento, a saber: diâmetro e pressão no bocal do aspersor, pois de acordo com Bernardo
et al. (2019), pressões de serviço acima ou abaixo dos valores recomendados pelos fabricantes
dos bocais podem aumentar a variação na distribuição de água do aspersor, e assim
proporcionar menor sobreposição entre os perfis de distribuição de água dos aspersores ao
longo da linha lateral e entre linhas laterais ao longo da linha principal.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Pelos resultados obtidos nota-se que a baixa uniformidade de aplicação de água pelo
sistema de irrigação por aspersão convencional nas três áreas cultivadas com hortaliças em
estudo, pode estar relacionada com a ausência de estratégias de manejo periódico dos
equipamentos de irrigação, o que contribui com o mau funcionamento do sistema. Dentro desse
contexto, torna-se indispensável a realização da limpeza periódica dos equipamentos de
irrigação por parte dos agricultores que utilizam a irrigação para atender as demandas hídricas
das culturas, visto que, o manejo deficiente pode acarretar em desperdícios de água, energia
elétrica e afetar negativamente a produtividade das hortaliças, com geração de prejuízos aos
produtores rurais.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASAE EP 405.1 (2003). In: BORSSOI, A. L., VILAS BOAS, M. A., REISDÖRFER, M.,
HERNÁNDEZ, R. H., FOLLADOR, F. A. Water application uniformity and fertigation in a
dripping irrigation. Engenharia Agrícola, v. 32, n. 4, p. 718-726, 2012.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
MOHAMED, A. Z., PETERS, R. T., ZHU, X., & SARWAR, A. Adjusting irrigation uniformity
coefficients for unimportant variability on a small scale. Agricultural Water Management,
213, 1078–1083. 2019.
Página 120
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
SZABÓ, A.; TAMÁS, J.; NAGY, A. An irrigation homogenity assessment of a variable rate sprinkler
irrigation. Acta Horticulturae et Regiotecturae – Special Issue Nitra, Slovaca Universitas Agriculturae
Nitriae, 2021, pp. 8–11.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 8
ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE
REFERÊNCIA PARA MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUL
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
Segundo OLIVEIRA et al. (2017), conforme citado por SANTIAGO et al. (2021), o
fenômeno da evapotranspiração é de fundamental importância para produção vegetal,
constituindo uma das principais variáveis em pesquisas agrometeorológicas. É relevante para
o ciclo hidrológico, manejo de irrigação e gerenciamento de recursos hídricos. Consiste no
processo de perda de água do solo e da planta para atmosfera, logo é um parâmetro de grande
relevância para o dimensionamento e o manejo de sistemas de irrigação.
O conhecimento do consumo hídrico das culturas é importante para a gestão da irrigação
em áreas cultivadas, principalente, no momento em que ocorre forte conscientização popular
da necessidade de otimizar o uso racional dos recursos hídricos disponíveis. Existem diversas
metodologias que propiciam a estimativa do consumo hídrico de culturas com base na
estimativa da evapotranspiração. Mas, a sua utilização é bastante limitada com propósitos
práticos, face à ausência de técnicas apropriadas que viabilizem a estimativa da
evapotranspiração, de forma simples e confiável, de acordo com a disponibilidade dos
parâmetros relacionados à planta, ao solo e à atmosfera (SILVA et al., 2005)
Sendo assim, a variabilidade dos elementos meteorológicos durante o período de
máxima demanda hídrica das culturas irrigadas, acarreta em considerável dispersão dos valores
estimados da evapotranspiração, o que exige uma análise da distribuição de frequência dos
valores estimados para fins de dimensionamento de projetos de irrigação. Isso porque alguns
critérios para dimensionamento de sistemas de irrigação levam em conta o nível de
probabilidade de ocorrência da evapotranspiração e precipitação (SANTIAGO et al., 2021).
O planejamento e o manejo dos recursos hídricos têm sido comumente inadequados,
pois desconsideram que a evapotranspiração pode ser maior que a precipitação e o escoamento
superficial em algumas épocas do ano, pois de acordo com Alencar et al. (2009), a
evapotranspiração é o processo por meio do qual a vegetação e o solo enviam
umidade para a atmosfera, aumentando a umidade do ar, tornando as chuvas
mais constantes. A definição da evapotranspiração (ET0) é de fundamental importância,
pois define o consumo de água pelas plantas e, por consequência, a lâmina de irrigação
a ser aplicada pelo sistema (OLIVEIRA et al., 2020).
Nessa perspectiva, antes da aplicação de qualquer estratégia de manejo da irrigação via
clima, estudos sobre a estimativa da evapotranspiração constituem uma etapa essencial
(TURCO, 2019). Tendo em vista que a evapotranspiração é um indicador do consumo de água
pelas culturas, cujos valores são utilizados para dimensionar e manejar sistemas de irrigação,
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido com dados meteorológicos dos municípios de Alegre,
Alfredo Chaves e Presidente Kennedy, localizados na região Sul do Estado do Espírito Santo
devido à ausência de variáveis necessárias na base de dados para a condução da pesquisa em
outros municípios da região.
Os dados meteorológicos foram obtidos nas estações automáticas e convencionais
pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2020) e devido à
indisponibilidade de dados viáveis para a estimativa da ET0 foram utilizados dados diários entre
o período de janeiro de 2015 a janeiro de 2020, nos municípios em estudo.
Após o levantamento de dados das estações meteorológicas, foi realizada a organização
de dados meteorológicos em editor de planilhas Excel©, para realização de todos os
procedimentos necessários para determinação dos valores de ET0 com o auxílio do programa
REF ET (ALLEN, 2016).
Posteriormente, foram realizados os cálculos da evapotranspiração de referência (ET0),
por meio da aplicação dos métodos empíricos propostos por Penman-Monteith (FAO 56),
HargreavesSamani (H.S.) e Makkink (Mak.) de acordo com as metodologias descritas por Allen
et al. (1998), Hargreaves e Samani (1985), e Pereira et al. (1997), respectivamente.
Para comparação dos resultados obtidos foi estabelecido como padrão o método de
Penman-MonteithFAO56 (P.M. FAO 56).
Em que:
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Método de Hargreaves-Samani
O método de Hargreaves e Samani (1985) foi escolhido para a realização deste trabalho
pelo fato de ser um método simples, que permite estimar a evapotranspiração de referência
(ET0) a partir da relação ente a temperatura máxima, mínima e média de acordo com a Equação
2 apresentada a seguir:
Em que:
Ra – Radiação extraterrestre, em MJ m-2s-1;
Tmáx – Temperatura máxima do ar, em °C;
Tmín – Temperatura mínima do ar, em °C; e
T – Temperatura média do ar, em °C.
Método de Makkink
A evapotranspiração de referência também foi estimada pelo método de Makkink
conforme a Equação 3, apresentada por Pereira et al. (1997).
Em que:
Rs – Radiação solar global, em mm dia-1;
W - Fator de ponderação dependente da temperatura do ar e do coeficiente
psicrométrico, estimado por meio das Equações 4 e 5.
O fator W foi calculado de acordo com as condições diárias, com o auxílio das Equações
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As Tabelas 2, 3 e 4 apresentam os valores médios diários da evapotranspiração de
referência (ET0) estimada para os municípios de Alegre, Alfredo Chaves e Presidente Kennedy
em todos os meses do ano, no período de 2015 a 2020, por meio dos métodos Penman-Monteith-
FAO56 (P.M. FAO 56), Hargreaves-Samani (H.S.) e Makkink (Mak.), respectivamente, com o
auxílio do programa REF ET.
Ao analisar as médias diárias da evapotranspiração de referência (mm dia-1) obtida em
cada mês do período em estudo (Tabelas 2, 3 e 4), observa-se que em todos os municípios em
estudo a evapotranspiração de referência estimadas pelos três métodos empíricos apresentaram
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Tabela 2. Valores médios mensais da evapotranspiração de referência (ET 0) estimada para o município de
Alegre-ES, em milímetros por dia (mm dia-1), no período de 2015 a 2020, por meio dos métodos de Penman-
Monteith-FAO56 (P.M. FAO 56), Hargreaves-Samani (H.S.) e Makkink (Mak.), respectivamente.
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Penman-Monteith-FAO56 (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 6.83 5.78 4.68 3.49 2.25 2.41 2.68 3.24 4.16 5.15 5.21 5.59
2016/2017 4.77 6.02 4.96 4.38 2.52 2.07 2.78 3.84 4.38 4.32 4.47 4.89
2017/2018 6.11 5.20 4.73 3.67 2.79 2.61 2.47 3.29 4.50 4.98 4.20 4.80
2018/2019 5.90 4.73 4.42 3.43 2.78 2.46 2.82 2.9 3.81 4.12 4.40 5.00
2019/2020 6.55 4.97 4.60 3.79 2.89 2.66 2.94 3.08 4.02 5.02 4.27 4.85
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Hargreaves-Samani (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 7.33 6.30 5.27 4.03 3.03 2.82 3.17 3.97 4.88 5.78 6.08 6.36
2016/2017 5.84 6.82 5.43 4.91 3.28 2.61 3.15 4.21 4.74 4.91 5.31 5.75
2017/2018 6.69 5.92 5.28 4.15 3.20 3.05 2.86 3.83 5.15 5.80 5.08 5.70
2018/2019 6.59 5.44 4.99 3.84 3.21 2.90 3.35 3.39 4.51 5.05 5.31 5.91
2019/2020 7.15 6.00 5.16 4.17 3.35 3.18 3.43 3.61 4.63 5.86 5.25 5.70
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Makkink (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 5.28 4.32 3.79 2.92 2.28 2.23 2.40 3.08 3.25 3.88 3.87 4.48
2016/2017 3.78 4.76 4.07 3.59 2.81 1.84 2.29 3.03 3.38 3.35 3.65 4.03
2017/2018 4.97 4.29 3.91 3.03 2.47 2.35 2.25 2.76 3.70 3.75 3.24 3.89
2018/2019 4.69 3.94 3.74 3.05 2.61 2.24 2.63 2.51 3.01 3.10 3.54 4.07
2019/2020 5.45 3.99 3.87 3.34 2.60 2.41 2.59 2.57 3.04 3.94 3.34 3.98
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Enquanto, o maior valor da ET0 obtida pelo método padrão foi de 6,83 mm dia-1 no mês
de janeiro do período de 2015/2016. Em relação aos métodos alternativos, ou seja, métodos de
Hargreaves-Samani e Makkink, nota-se que os menores valores da evapotranspiração de
referência obtidos foram de 2,61 mm dia-1 e de 1,84 mm dia-1 , respectivamente, no mês de
junho do período de 2016/2017. Em contrapartida, os maiores valores da ET0 obtida por estes
métodos foram de 7,33 mm dia-1 e 5,45 mm dia-1 no mês de janeiro dos períodos de 2015/2016
e 2019/2020, respectivamente.
Resultados semelhantes foram obtidos por Hallal et al. (2017) que encontraram valores
médios diários da evapotranspiração de referência maiores ao utilizarem o método de Penman-
Monteith-FAO 56 para o município de Pelotas, localizado no Estado do Rio Grande do Sul.
Tabela 3. Valores médios mensais da evapotranspiração de referência (ET 0) estimada para o município de
Alfredo Chaves-ES, em milímetros por dia (mm dia-1), no período de 2015 a 2020, por meio dos métodos de
Penman-Monteith-FAO56 (P.M. FAO 56), Hargreaves-Samani (H.S.) e Makkink (Mak.), respectivamente.
Município de Alfredo Chaves-ES
ET0 estimada por Penman-Monteith-FAO56 (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 7.27 5.70 4.69 3.45 2.56 2.59 2.86 3.44 4.09 4.54 4.62 5.68
2016/2017 4.71 6.09 4.79 4.48 3.04 2.15 2.88 3.60 4.03 3.68 4.08 4.56
2017/2018 6.44 4.95 4.65 3.78 2.88 2.34 2.42 3.10 4.18 4.98 3.67 4.31
2018/2019 5.72 4.16 4.11 3.14 2.72 2.55 3.24 2.66 3.71 3.52 3.98 4.42
2019/2020 6.74 5.16 4.63 3.85 3.02 2.83 3.10 2.89 3.85 4.86 3.64 4.74
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Hargreaves-Samani (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 6.57 5.94 4.99 3.85 2.88 2.61 2.96 3.47 4.41 4.84 5.40 5.86
2016/2017 5.33 6.10 4.92 4.40 3.15 2.37 2.87 3.62 4.24 4.37 4.96 5.39
2017/2018 6.15 5.54 4.87 3.84 3.06 2.57 2.56 3.20 4.22 5.00 4.61 5.15
2018/2019 6.00 5.04 4.49 3.58 2.93 2.69 3.16 3.07 3.96 4.38 4.88 5.31
2019/2020 6.63 5.72 5.03 3.99 3.13 2.86 3.01 3.11 4.11 5.16 4.70 5.50
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Makkink (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 5.05 3.89 3.44 2.55 1.90 1.97 2.29 2.74 3.06 3.24 3.44 4.14
2016/2017 3.37 4.47 3.65 3.41 2.33 1.56 2.17 2.70 2.94 2.68 3.04 3.44
2017/2018 4.48 3.65 3.40 2.92 2.27 1.79 1.94 2.49 3.26 3.61 2.69 3.31
2018/2019 4.24 3.15 3.25 2.43 2.21 2.04 2.57 2.10 2.79 2.48 2.96 3.35
2019/2020 4.97 3.73 3.42 2.99 2.42 2.16 2.41 2.16 2.85 3.79 2.68 3.50
Página 129
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Tabela 4. Valores médios mensais da evapotranspiração de referência (ET 0) estimada para o município de
Presidente Kennedy-ES, em milímetros por dia (mm dia-1), no período de 2015 a 2020, por meio dos métodos de
Penman-Monteith-FAO56 (P.M. FAO 56), Hargreaves-Samani (H.S.) e Makkink (Mak.), respectivamente.
Município de Presidente Kennedy-ES
ET0 estimada por Penman-Monteith-FAO56 (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 8.97 6.99 5.67 3.89 2.90 2.84 3.10 3.84 4.18 5.17 4.73 6.04
2016/2017 5.20 6.93 5.41 5.25 3.53 2.41 3.36 4.45 4.73 4.29 4.88 5.12
2017/2018 7.37 6.16 5.72 4.29 3.32 3.21 2.56 3.63 5.14 5.61 4.44 5.04
2018/2019 6.44 4.91 4.41 3.22 2.78 2.86 3.34 2.91 3.90 4.07 4.55 5.44
2019/2020 7.85 5.63 5.15 4.28 3.38 3.10 3.44 3.24 4.09 5.31 4.25 5.12
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Hargreaves-Samani (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 4.90 4.30 4.09 2.98 2.62 2.47 2.59 3.19 3.96 4.40 4.73 5.38
2016/2017 5.09 5.97 4.90 4.36 3.25 2.40 2.87 3.60 4.11 4.16 4.89 5.20
2017/2018 5.48 5.47 4.87 3.87 2.97 2.71 2.38 3.06 3.90 4.67 4.40 4.83
2018/2019 5.61 4.77 4.41 3.61 2.92 2.77 3.00 2.92 3.78 4.14 4.66 5.32
2019/2020 6.20 5.48 4.76 3.99 3.18 2.82 2.93 3.00 3.75 4.65 4.42 4.94
Município de Alegre-ES
ET0 estimada por Makkink (mm dia-1)
Período JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ.
2015/2016 4.42 2.95 2.59 1.82 2.02 2.04 2.32 2.84 2.96 3.48 3.54 4.32
2016/2017 3.73 4.71 3.66 3.38 2.22 1.58 2.12 2.74 2.98 2.91 3.50 3.91
2017/2018 4.39 4.07 3.61 2.80 2.26 2.13 1.95 2.55 3.55 3.55 2.96 3.69
2018/2019 4.57 3.62 3.43 2.27 1.85 1.94 2.47 2.13 2.71 2.74 3.37 4.01
2019/2020 5.40 3.91 3.79 2.11 2.39 2.21 2.31 2.11 2.63 3.79 3.02 3.84
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Tabela 5. Evapotranspiração média anual (ET0), mm d-1 (1); percentagem em relação ao método-padrão (PM-
FAO 56) (2); índice de concordância de Willmott, adimensional (3); Erro Absoluto Médio, mm d -1 (4); Erro
Máximo, mm d-1 (5); Eficiência do Método (6); Coeficiente de Correlação de Pearson (7); Índice de
Desempenho “c” (8) e Classificação do índice de desempenho dos métodos de estimativas da evapotranspiração
de referência (9) para os municípios de Alegre, Alfredo Chaves e Presidente Kennedy do Estado do Espírito
Santo.
ET0 % D MAE EMAX EF r c Classificação
Método*
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
Alegre
PM-FAO 56 4.12 100 - - - - - - -
H-S. 4.75 115.29 0.98 0.66 2.80 0.74 0.94 0.93 Ótimo
MAKK. 3.39 82.28 0.92 0.76 2.55 0.71 0.97 0.89 Ótimo
Alfredo Chaves
PM-FAO 56 4.01 100 - - - - - - -
H-S. 4.32 107.73 0.99 0.65 3.32 0.76 0.89 0.89 Ótimo
MAKK. 3.00 74.81 0.86 1.01 3.33 0.58 0.97 0.84 Muito bom
Presidente Kennedy
PM-FAO 56 4.56 100 - - - - - - -
H-S. 4.06 89.03 0.97 0.91 6.35 0.94 0.84 0.81 Muito bom
MAKK. 3.07 67.32 0.96 1.49 7.48 0.87 0.89 0.86 Ótimo
*PM: Penman-Montheit FAO 56; HG: Hargreaves-Samani; MAKK: Makking
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CONCLUSÃO
Os métodos de Hargreaves-Samani e Makking apresentaram desempenho satisfatório
na estimativa da evapotranspiração de referência para os municípios de Alegre, Alfredo Chaves
e Presidente Kennedy.
Os métodos de Hargreaves-Samani mostraram que a ET0 estimada foi, em média,
11,51% maior do que os resultados obtidos por Penman-Monteith-FAO (56) para os municípios
de Alegre e Alfredo Chaves.
Os resultados obtidos pelo método de Makkink mostraram que a ET0 estimada foi, em
média, 25,19% menor do que os resultados obtidos por Penman-Monteith-FAO (56) para os
municípios em estudo.
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AGRADECIMENTOS
As autoras agradecem à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) pelo apoio
técnico e institucional; ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) pelo fornecimento de
dados meteorológicos; e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de iniciação científica à primeira autora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO 9
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
Os benefícios proporcionados pela adubação verde são diversos. Por isso, o cultivo de
crotalária ganha destaque, isso porque a leguminosa tem crescimento rápido, é tolerante à seca,
adapta-se a uma grande variedade de solos e pode suprimir alguns tipos de nematóides. Parenti
(2021). Proporcionando também a retenção de umidade, diminuindo a temperatura ambiente e
contribuindo para o controle de plantas espontâneas, com destaque para a prevenção da erosão
do solo, redução dos tratamentos químicos e aumento da multifuncionalidade do setor agrícola,
Parenti (2021). Dentre as espécies estudadas como adubos verdes, as leguminosas são as que
despertam maior interesse, por estabeleceram relações simbióticas com bactérias do gênero
Rhizobium fixadoras de Nitrogênio (N) atmosférico ao agroecossistema (GAMA-
RODRIGUES et al., 2007).
De acordo com Massad e colaboradores (2017), a adubação de origem animal é muito
utilizada, principalmente na agricultura familiar, contudo é um processo que vem se mostrando
cada vez mais desvantagem, tanto no que se refere às questões financeiras nas propriedades que
não dispõe da criação animal, como da fertilidade e preservação do solo, sendo que métodos
melhores se encontram disponíveis, onde ganha destaque o cultivo da crotalaria.
Dessa forma, entende-se que a adubação verde com crotalária é considerada simples,
sendo obtida no local de plantação. Além disso, de acordo com Silva et al. (2009), a vantagem
em se utilizar leguminosas como a crotalária está no fato dessas plantas apresentarem alta
capacidade de realizar a fixação biológica do N.
Com base nessas informações, e pela necessidade de adubações alternativas para o
sistema de produção orgânica, uma opção de adubação verde é a utilização da Homeopatia. A
homeopatia tem como base a experimentação das preparações altamente diluídas e
sucussionadas. Todos os fenômenos da homeopatia são repetitivos, previsíveis, quantificáveis,
descritíveis e tem relação causa-efeito, assim como, base teórica explicativa (CASALI et al.,
2006).
Os preparados homeopáticos são considerados insumos agrícolas (BRASIL, 1999). A
inserção da homeopatia na agricultura, como prática geral, tem o objetivo de levar saúde ao
meio rural, pelo fato de proporcionar uma melhora dos mecanismos de resistência, sementes
mais vigorosas, variação na produção de princípios ativos, alteração de padrão energético,
maior resistência a doenças e pragas, desintoxicação e aumento da produção (LIPPERT et al.,
2007).
Os Microrganismos Eficientes (EM) que são um conjunto de organismos que
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METODOLOGIA
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experimental foi constituída por 2 linhas de 6 metros (m) de comprimento, sendo os 4 m centrais
considerados a parcela útil, por 0,50 m de espaçamento entre linhas, como apresentado na
Figura 1 e Anexos. Foram semeadas aproximadamente 90 sementes de Crotalaria spectabilis
por metro linear. Após 15 dias da emergência das plântulas, foi feito um desbaste manual e
deixadas 45 plantas por metro. Para o tratamento 2, foi utilizado um coquetel de homeopatias
descrito no Quadro 1. Os preparados homeopáticos foram manipulados de acordo com as regras
da Farmacotécnica Homeopática Brasileira (DUTRA, 2011). O critério adotado para a
definição de qual homeopatia a ser utilizada foi definido com base na metodologia descrita por
Santos et al. (2012). A aplicação e a dosagem de cada homeopatia, foi realizada por meio da
utilização da radiestesia com o auxílio de um pêndulo. As homeopatias utilizadas foram
adquiridas em uma farmácia homeopática.
No tratamento 3, a obtenção dos EM foi realizada seguindo a metodologia de Pegorer e
colaboradores (1995). O critério utilizado para o número de aplicações e a quantidade a ser
utilizada, foi definido através da utilização da radiestesia. Utilizaram-se 5 aplicações de 10
mililitros (mL) por planta na proporção de 1:1000, utilizando 2,8 litros por tratamento, em cada
aplicação. O EM, foi produzido na própria propriedade para se utilizar os fungos nativos pois
os microrganismos eficientes de cada região estão mais 11 adaptados às condições locais
facilitando o processo de reconstrução do Solo Vivo.
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pH em água 5,64
2
Fósforo (mg dm-3) 66,65
2
Potássio (mg dm-3) 141,33
3
Cálcio (cmolc dm-3) 3,10
3
Magnésio (cmolc dm-3) 0,66
3
Alumínio (cmolc dm-3) 0,06
4
H + Al (cmolc dm-3) 2,60
O preparo do solo foi realizado de forma manual, ou seja, após a realização da capina , o mato
foi recuado para a realização dos sulcos que foram abertos com a utilização de uma enxada apropriada
para cavar. As sementes foram colocadas a uma profundidade aproximada de 2 centímetros (cm) junto
ao adubo fosfatado e 10 dias após a germinação o Potássio (K) foi aplicado em cobertura no Tratamento
1. Para os tratamentos 2, 3, 4 e 5, foi feita uma aplicação via solo 10 dias após a germinação, e as 4
aplicações restantes a cada 20 dias. Foi realizado um desbaste 10 dias após a emergência para permitir
45 plantas por metro
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O teor de N foliar da parte aérea das plantas de crotalária foi determinado de acordo com a
Embrapa (1999). Posteriormente, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste Tukey ao nível de 1% de probabilidade. Utilizou-se o Software SISVAR
(FERREIRA, 2000).
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A interação entre os métodos de adubação e as datas de corte não foi significativa para todas as
variáveis analisadas (Tabela 2).
Tabela 2 . Valores dos quadrados médios e coeficientes de variação (CV) dos valores de altura, massa seca e
teor foliar de Nitrogênio da Crotalaria spectabilis em função dos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5.
Tabela 3. Altura média das plantas de Crotalaria spectabilis em resposta a diferentes adubações
Métodos de adubação Altura (cm)
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Tabela 4. Altura média das plantas de Crotalaria spectabilis em resposta às três épocas de corte após a
emergência das plantas
Épocas de corte Altura (cm)
E1: 29,30 c
E2: 32,17 b
E3: 42,77 a
*Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo testede Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Fonte: Os autores.
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os maiores valores quando comparados com os resultados obtidos no primeiro corte (Tabela 6).
Tabela 5. Valores médios de massa seca das plantas de Crotalaria spectabilis em resposta a
diferentes adubações
Métodos de adubação Massa seca (gramas)
*Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo testede Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Fonte: Os autores.
Tabela 6. Altura média das plantas de Crotalaria spectabilis em resposta às três épocas de corte
após a emergência das plantas.
Épocas de corte Massa seca (gramas)
E1: 200,62 b
E2: 349,88 a
E3: 354,17 a
*Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo testede Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Fonte: Os autores.
Alguns trabalhos atribuíram à Crotalaria spectabilis como uma espécie que apresenta elevada
produtividade de matéria seca (MENEZES; LEANDRO, 2004; COSTA et al., 2012; MENEZES et al.,
2009; SORATTO et al., 2012). Esta observação ressalta a eficiência da adubação com homeopatia na
crotalária visando obter maiores níveis de produtividade. Na Índia, a crotalária semeada no período pré-
monção variou entre 22 e 27 t ha-1 (TRIPATHI et al., 2013). Em Cuba, foi possível obter 3,4 t MS ha-
1
em 2 cortes (MACHADO et al., 1994). Em todo o mundo, o rendimento médio de matéria verde é de
18-27 t ha-1 e o rendimento de forragem é de cerca de 5-19 t ha-1 (SARKAR et al., 2015). Na Tailândia,
quando cultivado como adubo verde após o arroz, a crotalária rendeu 2 t ha -1 de MS de alta qualidade
em 6-8 semanas (FAO, 2017).
De forma geral, percebe-se que a utilização de preparados homeopáticos na produção vegetal
age diretamente nos processos fisiológicos. Segundo (ROSSI et al., 2004) os preparados homeopáticos
atuam como indutores de resistência a insetos e pragas a auxiliam na manutenção da produtividade
através da produção de metabólitos secundários. Estes metabólitos são determinantes nas preferências
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que os teores são maiores em plantas mais jovens (LEAL et al., 2012), na presente pesquisa foi
constatado que os maiores valores médios de N foliar foram encontrados nas plantas no terceiro e no
segundo corte (Tabela 8).
Tabela 7. Teores médios de N foliar das pla ntas de Crotalaria spectabilis em resposta a
diferentes adubações
Métodos de adubação Massa seca (gramas)
*Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo testede Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Fonte: Os autores.
Tabela 8. Teores médios de N foliar das plantas de Crotalaria spectabilis em resposta às três
épocas de corte após a emergência das plantas.
Épocas de corte Massa seca (gramas)
E1: 42,79 b
E2: 43,32 ab
E3: 45,38 a
*Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo testede Tukey ao nível de 1% de probabilidade.
Fonte: Os autores.
Tais resultados diferem dos obtidos por Leal e colaboradores (2012), que observaram uma
diminuição significativa nos teores de N foliar nas plantas cortadas aos 4 meses. A crotalária tem o
potencial de melhorar as propriedades, de construir matéria orgânica e sequestrar carbono (SANKAR et
al., 2015). Percebe-se que a crotalária pode fixar cerca de 50-60 kg N ha-1 dentro de 60-90 dias de
cultivo. Fornece 60 kg N ha-1 ao solo quando é utilizado como adubo verde (SARKAR et al., 2015), ao
observar os resultados obtidos nesta presente pesquisa, entendemos a importância de se utilizar métodos
de fertilização como por exemplo o uso de homeopatias, microrganismos eficientes (EM),
biofertilizantes aeróbios e tratos culturais visando a sustentabilidade do solo melhorando assim, cada
vez mais o desenvolvimento das plantas.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO
O primeiro corte das plantas de Crotalaria spectabilis apresentou os menores valores de altura,
massa seca e teor de nitrogênio foliar.
O tratamento com a adubação homeopática demonstrou maior potencial no aumento da altura e
massa seca da Crotalaria spectabilis.
Os teores foliares de nitrogênio não tiveram alterações entre as diferentes adubações utilizadas
neste estudo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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animais. Diário Oficial República Federativa do Brasil. Brasília, 1999, 11- 14p.
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https://web.archive.org/web/20170120044942/http://www.fao.org/ag/AGP/AGPC/doc/
GBASE/default.htm>. Acesso em: 17 jun. 2021.
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PARENTI, A.; CAPPELLI, G.; ZEGADA-LIZARAZU, W.; CHRISTOU, M.; MONTI, A.;
GINALDI, F. SunnGro. A new crop model for the simulation of sunn hemp (Crotalaria
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ROSSI, F.; AMBROSANO, E. J.; MELO, P.C. T. de.; GUIRADO, N.; MENDES, P. C. D. .
Experiências básicas de homeopatia em vegetais. Contribuição da pesquisa com vegetais para
a consolidação da ciência homeopática. Cultura Homeopática, v.3, n.7, p. 12-13, 2004.
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SAKIYAMA, N.; MARTINEZ, H.; TOMAZ, M.; BORÉM, A. Café Arábica: do plantio à
colheita. 22.ed. Viçosa: UFV, 316 p.2015.
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em consórcios de sorgo e milho com espécies de cobertura. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
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SORATTO, R. P.; CRUSCIOL, C. A. C.; COSTA, C. H. M.; FERRANI NETO, J.; CASTRO,
G. S. A. Produção, decomposição e ciclagem de nutrientes em resíduos de crotalária e milheto,
cultivados solteiros e consorciados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.47, n.10, p. 1462-
1470, 2012.
TRIPATHI, M. K.; CHAUDHARY, B.; SARKAR, S. K.; SINGH, S. R.; BHANDARI, H. R.;
MAHAPATRA, B. S. Performance of sunnhemp (Crotalaria juncea L.) as a summer season
(pre-monsoon) crop for fibre. Journal of Agricultural Science, v.5, n.3, p.236-242, 2013.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
ANEXOS
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Fonte: Os autores
08- Secagem das folhas na estufa do laboratório do IF Sudeste de Minas de Gerais, Campus
Manhuaçu.
Fonte: Os autores
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09- Aferindo o peso da massa seca no laboratório do If Sudeste de Minas Gerais, Campus
Manhuaçu.
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
11- Cento e noventa e oito dias após a emergência. Já havia terminado o experimento, estava na
hora de fazer a roçada final.
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 10
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INTRODUÇÃO
No Brasil a produção de feijão em 2018/2019 foi de 3.020.974 kg, com uma
produtividade de 1.032 em Kg ha-1 (CONAB, 2020). O feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.)
é um alimento de alto valor nutritivo por apresentar elevado conteúdo proteico, além de ser uma
cultura de grande importância socioeconômica, e uma das principais fontes de proteína vegetal
consumida pela população de menor poder aquisitivo (ARAÚJO et al., 2015).
O crescimento das plantas é afetado por diversos estresses que tendem a provocar o
desequilíbrio na interação solo-água-planta-atmosfera, dentre ele destaca-se o estresse hídrico,
decorrente da redução da disponibilidade de água no solo, que ocasiona alterações anatômicas,
morfológicas, fisiológicas e bioquímicas (GAAFAR et al., 2020).
As mudanças no estado hídrico das plantas podem afetar processos fisiológicos, tais
como: transpiração, fotossíntese e respiração (Taiz; Zeiger, 2017), o que afeta diretamente o
crescimento, desenvolvimento da cultura do feijoeiro por meio de alterações da folha, além de
reduzir a abertura estomática e causar mudanças nas vias bioquímicas associadas à fixação de
CO2, assim proporciona uma redução na produtividade em diferentes proporções (SÁNCHEZ-
REINOSO et al., 2018).
Dentro desse contexto, a irrigação é uma das técnicas que pode contribuir com o
aumento da produção do feijoeiro. Mas, o uso indevido da água disponível no solo aliado às
mudanças climáticas, requer um planejamento agrícola para implementação de estratégias de
manejo da cultura que possam proporcionar melhor aproveitamento dos recursos hídricos
disponíveis (HUSEN ET al., 2017). Ante o exposto, objetivou-se avaliar o efeito do déficit
hídrico na fase de enchimento de grãoes do feijoeiro comum, cultivar BRS Pontal, cultivado
em um Latossolo Vermelho-Amarelo.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido em ambiente protegido, do Centro de Ciências Agrárias e
Engenharias da Universidade Federal do Espírito Santo (CCAE/UFES), localizado no
munícipio de Alegre, Espírito Santo.
A espécie vegetal utilizada foi Phaseolus Vulgaris L., cultivar BRS Pontal, pertencente
ao grupo comercial do tipo Carioca, que foi cultivada em vaso plástico com capacidade de 8
litros (L).
O experimento foi instalado no esquema fatorial 2 x 4, onde o fator capacidade de campo
apresentou dois níveis (TCc1 = 0,010 MPa e TCc2 = 0,033 MPa) e o fator déficit hídrico no
solo apresentou quatro níveis (DH = 0%, DH = 20%, DH = 40% e DH = 60%) em um
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realizou-se um desbaste para manter a planta mais vigorosa em cada vaso. A análise de
crescimento foi realizada na fase de enchimento de grãos, ou seja, fase R8 da cultura, que
corresponde a aproximadamente 65 dias após a emergência (DAE)
O teor de umidade do solo referente à capacidade de campo nas tensões de 0,010 MPa
e de 0,033 MPa e da umidade do solo no ponto de murcha permanente na tensão de 1,5 MPa
do Latossolo Vermelho-Amarelo, foram obtidos por secamento, conforme a metodologia
descrita pela Embrapa (2017), a partir de amostras deformadas, previamente peneiradas, que
depois de saturadas por no mínimo 12 horas, foram levadas à câmara de pressão de Richards
com placa porosa para estabilização, adotando-se um tempo não inferior a três dias e posterior
determinação da umidade gravimétrica (U). A umidade volumétrica (θ) para cada uma das
tensões foi obtida pelo produto da umidade gravimétrica pela densidade do solo (θ = U. Ds).
A água disponível (AD) foi calculada observando-se os valores de umidade volumétrica
na curva de retenção de cada solo para a capacidade de campo (Cc) determinada nas tensões de
0,010 MPa (TCc1) e 0,033 MPa (TCc2) e para o ponto de murcha permanente (Pmp) na tensão
de 1,5 MPa, como pode ser visto na Equação 1 (Eq. 1).
AD = Cc – Pmp (Eq. 1)
Em que:
AD = água disponível no solo;
Cc = umidade volumétrica nas tensões de 0,010 MPa (TCc1) e 0,033 MPa (TCc2); e
Pmp = umidade volumétrica residual na tensão de 1,5 Mpa.
A partir da água disponível no solo, foram estabelecidas as umidades dos déficits
hídricos de 20%, 40% e 60% (DH = 20, 40 e 60%), destinadas ao cálculo da lâmina de irrigação,
conforme a metodologia descrita por Mantovani, Bernardo e Palaretti (2009). As lâminas de
irrigação a serem aplicadas para elevar o teor de umidade do solo (Ua) à capacidade de campo
nos déficits de 20%, 40% e 60% da AD, foram calculadas pela Eq. 2:
L= [(Cc – Ua)/10] x Ds x Z (Eq.2)
Onde:
L = Lâmina de irrigação, em mm;
Cc = umidade do solo na capacidade de campo, % em peso;
Ua = umidade atual do solo, % em peso;
Ds = densidade aparente do solo, em g cm-3; e
Z = profundidade do sistema radicular, em cm.
Para transformar a lâmina de irrigação (L) em volume (mL vaso-1), multiplicou-se a
lâmina de irrigação pela área do vaso (0,032 m2). Foi realizada a padronização da massa de
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todos os vasos após a semeadura. Após o período destinado ao estabelecimento das plantas,
coletou-se uma amostra de solo dos vasos destinada à determinação da umidade do solo pelo
método termogravimétrico (EMBRAPA, 2017) e em seguida foi reposta a mesma quantidade
de solo no vaso.
Foi elevado o teor de umidade do solo à capacidade de campo determinada na tensão de
0,010 MPa pela câmara de pressão de Richards, com posterior pesagem dos vasos. Uma vez
estabelecido o peso dos vasos e correspondente umidade da TCc1 (0,010 MPa), foi determinado
os pesos dos vasos na TCc2 (0,033 MPa) e os déficits hídricos de 20%, 40% e 60% de todos os
níveis da capacidade de campo do solo de textura média em estudo. Para tanto, foi realizado o
monitoramento da umidade do solo e pesagem dos vasos a cada 12 horas, até que fossem
obtidos os teores de umidade de cada tratamento.
O estabelecimento e controle do teor da umidade dos déficits hídricos da Cc foi
realizado pelo monitoramento do peso do vaso da repetição 1 (R1) de cada tratamento,
incluindo solo, planta e umidade. As irrigações foram realizadas manualmente por diferença de
pesagem, sempre no horário de 6:00 às 8:00 horas, para que a umidade do solo fosse elevada
até o nível de umidade referente aos níveis de déficit hídrico em estudo.
As análises de crescimento foram realizadas aos 65 dias após a emergência (DAE), na
fase de enchimento de grãos (R8), com avaliação de massa seca total (MST), área foliar (AF),
número de folíolos por planta (NFP) e comprimento médio do caule principal (CCP).
Para obter a massa seca total realizou-se um corte no caule das plantas próximo a
superfície do solo, em seguida, o material vegetal coletado foi acondicionado em sacos de papel
e encaminhados para estufas de ventilação forçada na temperatura de 75°C por 72 horas, para
determinação da massa seca da parte aérea e massa seca radicular, onde as raízes foram
separadas do solo por lavagem em água corrente, com auxílio de uma peneira com malha de
0,005 mm. A área foliar foi determinada a partir de um medidor de área foliar, modelo LI-300,
o número de folíolos por planta foi determinado por meio de contagem direta e o comprimento
do caule principal foi determinado utilizando-se uma fita métrica.
Os dados foram submetidos à análise de variância (p ≤ 0,05) e quando significativos foi
utilizado o teste F (p ≤ 0,05) para o fator tensão, que apesar de ser um fator quantitativo, não
possui grau de liberdade suficiente para realização da análise de regressão, pelo fato de
apresentar apenas dois níveis e a análise de regressão, para o fator déficit hídrico. Os modelos
foram escolhidos com base na significância dos coeficientes de regressão, utilizando-se o teste
t de Student, ao nível de 5% de probabilidade e pelo coeficiente de determinação. As análises
estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa Sisvar (FERREIRA, 2011).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pela análise de variância (Tabela 3), observa-se que houve interação entre os níveis de
tensão e de déficit hídrico no solo, para as variáveis: massas seca total (MST), número de
folíolos por planta (NFP) e comprimento médio do caule principal (CCP), com exceção da área
foliar (AF) que não apresentou interação significativa entre os fatores em estudo (p > 0,05) na
fase de enchimento de grãos do feijoeiro comum, cultivado em Latossolo Vermelho-Amarelo
de textura média.
Tabela 3 - Resumo da análise de variância de massa seca total (MST), área foliar (AF), número de folíolos por
planta (NFP) e comprimento médio do caule principal (CCP) do feijoeiro comum, na fase fenológica R8 1
Quadrados médios
Fonte de variação GL
MST AF NFP CCP
É possível verificar na Tabela 3 que houve efeito significativo (p < 0,05) para os níveis
de tensão utilizados para definir a umidade do solo na capacidade de campo e para os níveis de
déficit hídrico em todas as variáveis analisadas (p<0,05) na fase de enchimento de grãos do
feijão-comum cultivado em Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA). Estes resultados são
explicados pelo fato de que o estresse hídrico pode causar severa inibição da fotossíntese, em
razão da maior resistência difusiva e da consequente redução na assimilação do CO2, o que
resulta em menor crescimento das plantas (TAIZ & ZEIGER, 2017).
A disponibilidade hídrica limita tanto o crescimento como desenvolvimento do
feijoeiro, que justifica uma redução da produção da cultura, diante um conjunto de respostas
morfológicas, fisiológicas e bioquímicas (MAGALHÃES et al., 2019) como observado na
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Tabela 3, pois as variáveis massa seca total, número de folíolos por planta, comprimento médio
do caule principal e área foliar apresentaram decréscimos significativos (p<.0,05) quando as
plantas foram expostas aos maiores níveis de déficit hídrico.
Na Tabela 4, notam-se respostas significativas (p < 0,05) para massa seca total, número
de folíolos por planta e comprimento médio do caule principal analisados na fase fenológica de
enchimento dos grãos do feijoeiro comum submetido a diferentes níveis de tensão para
determinação da umidade do solo na capacidade de campo. Observa-se que à medida que ocorre
aumento do déficit hídrico no solo há uma diminuição dos valores médios observados para as
variáveis de crescimento, tanto na tensão de 0,010 MPa (TCc1), quanto na tensão de 0,033 MPa
(TCc2).
Tabela 4 - Valores médios obtidos para massa seca total (MST), número de folíolos por planta (NFP) e
comprimento médio do caule principal (CCP), em função dos níveis de tensão considerados para umidade do solo
na capacidade de campo (TCc1 = 0,010 MPa e TCc2 = 0,033 MPa), para cada nível de déficit hídrico no solo (DH
= 0, 20, 40 e 60%), na fase fenológica R8¹ do feijoeiro comum.
Déficit Hídrico (%)
Tensão
0 20 40 60
Um dos fatores responsáveis pela regulação dos estômatos é a água, pelo fato de ser
essencial em vários processos fisiológicos e metabólicos, entre os quais estão o crescimento
vegetal (SOUZA et al., 2019). À medida em que aumenta a tensão da água no solo diminui a
sua disponibilidade. Nas Tabelas 4 e 5 é possivel observar que na tensão de 0,010 MPa o
feijoeiro apresentou melhor desempenho quando comparando com a tensão de 0,033 MPa, o
que demostra que os níveis de tensão em estudo afeta significativamente o crescimento do
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
feijoeiro.
Nota-se uma diferença significativa (p < 0,05) para as duas tensões em estudo, o que
proporcionou uma redução de 6% na área foliar na tensão de 0,033 Mpa (TCc2) em relação as
plantas que receberam a tensão de 0,010 Mpa (TCc1), pelo fato da água disponível no solo com
a TCc1 ser superior ao solo submetido a TCc2, o que pode ter contribuído para obtenção dos
resultados apresentados na Tabela 5.
Tabela 5 - Valores médios de área foliar (AF) em função dos níveis de tensão (TCc1 = 0,010 MPa e TCc2 =
0,033MPa) do feijoeiro comum, na fase fenológica R8 1
Tensão Área Foliar (cm²)
TCc1 5.122,6825a*
TCc2 4.811,7110 b
1R8 – Enchimento de grãos.
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula nas colunas, não diferem significativamente entre si pelo teste F (p < 0,05).
Fonte: Autores, 2021.
Figura 1 - Massa seca total (A), Número de folíolos por planta (B) e comprimento médio do caule principal (C),
em função dos níveis de déficit hídrico no solo níveis (DH = 0%, DH = 20%, DH = 40% e DH = 60%), para cada
tensão (TCc1 e TCc2), na fase fenológica R8¹ do feijoeiro comum
(A) (B)
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(C)
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significativamente o comprimento, número e tamanho das folhas, como pode ser observado na
Figura 1-B, pois o número de folíolos por planta apresentou decréscimos de aproximadamente
14, 25 e 36% para tensão de 0,010 MPa e de 11, 26 e 46% para tensão de 0,033 Mpaem plantas
de feijoeiro comum, cultivar BRS Pontal, submetidas aos níveis de 20, 40 e 60% de déficit
hídrico no solo, respectivamente, quando comparado com as plantas não submetidas ao déficit
hídrico.
Houveram reduções de aproximadamente 6, 10 e 14% para o comprimento médio do
caule principal na tensão de 0,010 MPa e de 10, 18 e 32% na tensão de 0,033 MPa de feijoeiro
comum submetido ao nível de 20, 40 e 60% de déficit hídrico no solo, respectivamente, em
relação às plantas não submetidas ao déficit hídrico (Figura 1-C). Segundo Ammar et al. (2015)
a redução da altura da planta pode ser interpretada como um dos mecanismos de resistência à
seca, onde a planta interrompe o fluxo de água do xilema para as células alongadas
circundantes, que regula a fase de alongamento celular.
A área foliar decresce linearmente à medida em que ocorre aumento do nível de déficit
hídrico no solo, onde um déficit hídrico de 60% proporcionou uma redução média de 32%
quando comparada com a planta que não foi submetida ao déficit hídrico (Figura 2). Este
resultado se deve ao fato de que o déficit hídrico reduz relativamente o teor de água nas folhas,
e geraum estresse osmótico que reduz a expansão foliar (GRANGAH et al., 2020).
Figura 2 – Área foliar (AF), em função dos níveis de déficit hídrico no solo níveis (DH = 0%, DH = 20%, DH
= 40% e DH = 60%), fase fenológica R8¹ do feijoeiro comum
Para a área foliar, a redução foi da ordem de 13, 24 e 32% para as plantas submetidas
aos níveis de 20, 40 e 60% de déficit hídrico no solo, respectivamente, em relação às plantas
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
não submetidas ao déficit hídrico (Figura 2). Resultados semelhantes foram obtidos por Souza
et al. (2017) que observaram efeitos significativos do déficit hídrico no solo sobre a área foliar,
que foi reduzida ,em média, a 47% na fase reprodutiva do feijão-caupi.
O déficit hídrico e a tensão de água adotada para definir a capacidade de campo do solo
exerceram influências negativas nas variáveis em estudo, pois as plantas sofrem um conflito
em relação a sua necessidade de absorver CO2 e de conservar água, devido à perda de água e
entrada de CO2 serem pelas mesmas fendas e quando expostas a um déficit hídrico é ainda mais
difícil está relação (TAIZ & ZEIGER, 2017).
Resultado semelhantes foram obtidos por Conceição et al. (2018) ao trabalharem com
feijoeiro comum irrigado sob diferentes lâminas de irrigação verificaram que ao serem
submetidas à menor lâmina de irrigação, as plantas apresentaram menor altura em relação às
plantas irrigadas com uma maior lâmina. As plantas cultivadas sob condições de restrição
hídrica podem ter o crescimento, o desenvolvimento e a produção comprometidos, em função
da menor disponibilidade de água, que resulta em menor turgescência e expansão celular
(CARVALHO et al., 2016)
Os resultados são explicados pelo fato de que o déficit hídrico no solo afeta diretamente
a planta, onde seus efeitos primários são a redução do potencial hídrico, desidratação celular e
resistência hidráulica, que resulta em efeitos negativos para os processos fisiológicos e os
secundários são a redução da expansão celular e área foliar, redução das atividades celulares e
metabólicas, fechamento estomático seguido de perda de turgor das células, o que
consequentemente induz ao acúmulo de ácido abscísico (ABA), que promove o fechamento
estomático, reduz as trocas gasosas e inibe a fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2017).
CONCLUSÃO
Na fase de enchimento de grãos do feijoeiro comum, cultivar BRS pontal, os níveis de
déficit hídrico no solo maior que 40% exercem efeitos negativos sobre as variáveis de
crescimento, independente da tensão utilizada na determinação da capacidade de campo.
O melhor desenvolvimento do feijoeiro comum, cultivar BRS Pontal, foi observado para
a umidade do solo na capacidade de campo determinada com a tensão de 0,010 MPa.
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CAPÍTULO 11
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
Originário da região tropical da América do Sul, o maracujazeiro (Passiflora spp.;
Passifloraceae) é amplamente cultivado e comercializado no Brasil, com aproximadamente 150
espécies nativas registradas no País (BERNACCI et al., 2020). Na Amazônia, a espécie mais
cultivada é o maracujá-amarelo ou azedo, Passiflora edulis Sims (Passifloraceae), sendo seus
frutos utilizados, principalmente, para a produção de suco, doces, geleias, sorvetes e outros
produtos culinários (MORAIS et al., 2016). A coloração amarela ou alaranjada intensa da polpa
deve-se aos pigmentos carotenoides, os quais atuam como antioxidantes na prevenção de
doenças e processos de envelhecimento (CARVALHO et al., 2015).
O estado do Acre possui uma área plantada com maracujá de 139 ha, produção de 1.096
t e rendimento médio de 7,8 t ha-1. As maiores áreas plantadas encontram-se nos municípios de
Senador Guiomard, Rio Branco e Plácido de Castro que, juntas, respondem por 67% da área
plantada do estado (IBGE, 2019). A cultivar BRS Gigante Amarelo é uma das recomendadas
para o Acre por sua produtividade e qualidade dos frutos e foi obtida a partir de melhoramento
genético desenvolvido pela Embrapa Cerrados (ANDRADE NETO et al., 2015).
No Acre, a produção caracteriza-se pelo uso de pequenas áreas (de um a quatro
hectares), mão-de-obra familiar, baixo nível tecnológico e não realização da maioria dos tratos
culturais recomendados para a cultura (ANDRADE NETO et al., 2011). O caráter social da
cultura do maracujá é de grande relevância, uma vez que promove a geração de empregos,
absorvendo e fixando mão de obra no meio rural (SOUZA et al., 2002).
No Brasil, o cultivo de maracujá encontra-se cercado por problemas de ordem
fitossanitária, gerando prejuízos econômicos aos produtores. Entre as pragas há um numeroso
complexo de insetos e ácaros, que podem causar severos danos econômicos e comprometer essa
atividade agrícola, dependendo dos seus níveis populacionais. As lagartas desfolhadoras e os
percevejos sugadores são as principais pragas do maracujazeiro no Brasil (FADINI e SANTA-
CECÍLIA, 2000; PICANÇO et al., 2001; AGUIAR-MENEZES et al., 2002; LUNZ et al., 2006).
No Acre são relatados os seguintes insetos e ácaros, associados ao cultivo da ‘BRS
Gigante Amarelo’: ácaro-plano [Brevipalpus yorthesi Baker (Acari: Tenuipalpidae)], ácaro-
branco [Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acari: Tasonemidae)], lagarta-das-folhas [Dione
juno juno Cramer e Agraulis vanillae vanillae (L.) (Lepidoptera: Nymphalidae)], broca-da-
haste Philonis passiflorae (O’brien) e Philonis obesus (Boh.) (Coleoptera: Curculionidae),
moscas-das-frutas [Anastrepha pseudoparallela (Loew) (Diptera: Tephritidae)], percevejos
[Diactor bilineatus (Fabricius) e Leptoglossus gonagra (Fabricius) (Hemiptera: Coreidae)],
abelhas-cachorro [Trigona spinipes (Fabricius) (Hymenoptera: Apidae)], pulgões [Myzus
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
Em agosto de 2019 foi realizada uma visita técnica a um plantio comercial de
maracujazeiro cultivar BRS Gigante Amarelo, localizado no município de Senador Guiomard
(09º58’39,9” S; 67º58’38,0” O), o qual se encontrava com elevado índice de abortamento de
flores. O plantio foi instalado no ano de 2018 e as plantas receberam os tratos culturais
recomendados à cultura (ANDRADE NETO et al., 2015), com aplicação de produtos
fitossanitários a cada 15 dias.
Em um caminhamento aleatório no plantio no período matutino, foi analisado uma
amostra de dez flores em campo. As flores foram abertas, sendo verificada a presença de
pequenos coleópteros em seu interior (Figura 1), com um número médio de seis insetos por flor
analisada.
Os insetos foram coletados, acondicionados em frasco de vidro contendo etanol (70%)
e posteriormente identificados, com auxílio de literatura especializada e por comparação com
o holótipo da espécie.
Figura 1. Flor de maracujazeiro infestada por Conotelus luteicornis (Coleoptera: Nitidulidae) em plantio
localizado no município de Senador Guiomard, estado do Acre. Foto: Os autores.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Protórax
Clava
Cabeça
Abdome Braquiélitro
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Tabela 1. Espécies botânicas com registros de espécies pertencentes ao gênero Conotelus no Brasil e no mundo.
Local na
Espécie botânica Família Localidade Referência
planta
Monotagma
plurispicatum Marantaceae Amazônia Albuquerque (1974)
(Koern.) K. Shum.
Calystegia sepium Estados
Convolvulaceae Price e Young (2006)
(L.) Unidos
Ipomoea alba L.
Ipomoea batatas (L.)
Poiret
Ipomoea cairica (L.)
Sweet
Ipomoea congesta L. Convolvulaceae
Hawaii Nishida (1957)
Brown
Ipomoea crassicaulis
(Bentham) Robin
Ipomoea tuberosa L.
Merremia aegyptia
(L.) Urban
Hibiscus rosa- Flores
sinensis L. Malvaceae Hawaii Nishida (1957)
Gossypium sp.
Hibiscus spp. Malvaceae Austrália Lachance et al. (2001)
Gardenia
Rubiaceae
jasminoides Ellis
Canavalia
microcarpa (D.C.) Fabaceae
Piper
Hawaii Nishida (1957)
Stemmadenia
galeottiana (A. Apocynaceae
Rich.) Miers
Passiflora edulis f.
flavicarpa Degener Passifloraceae
Passiflora sp. Rondônia Potin et al. (2016)
Solanum
Solanaceae
lycopersicum L. Minas Gerais Haro (2011)
Tagetes erecta L. Asteraceae
Cedrela odorata L. Meliaceae Frutos Argentina Sanchez Velasquez
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
(1984)
Conotelus sp. foi registrado por Potin et al. (2016) associado a flores de maracujazeiro
no estado de Rondônia, Brasil. Azevedo et al. (2005) registraram outra espécie de nitidulídeo,
Brachypeplus sp. (Coleoptera: Nitidulidae), infestando flores de maracujazeiro, no estado do
Ceará, Brasil. Esses autores mencionam que alguns produtores de Serra da Ibiapaba, CE,
chegaram a encontrar mais de 100 insetos em uma mesma flor.
Os besouros atacam as flores do maracujazeiro e alojam-se nas sépalas, pétalas e corola,
de onde, por conta da sua alimentação, perfuram a base das sépalas até atingir o ovário da flor,
causando o abortamento floral. Também já foram observados besouros alimentando-se de
frutos em desenvolvimento, embora tenham preferência pelas flores. As larvas permanecem
abrigadas nas brácteas das flores (inclusive em flores secas), embora se movam ao longo da flor
à medida que se desenvolvem. Os frutos em desenvolvimento apresentam-se deformados e
escurecidos (POTIN et al., 2016; SANTOS et al., 2021). Na área visitada no Acre, também
foram verificados frutos enegrecidos e deformados, bem como significativo índice de
abortamento de flores, demonstrando o alto potencial danoso do ataque de C. luteicornis em
maracujazeiro.
Segundo relato de produtores do estado de Rondônia a perda econômica advinda do
ataque desses coleópteros em plantios comerciais de maracujá pode chegar a 80%. Embora haja
necessidade de se identificar de forma específica esses insetos registrados em Rondônia, as
perdas que ultrapassam o nível de dano econômico tornam essa praga relevante na cultura do
maracujazeiro. Ademais, as injúrias causadas pela alimentação desses insetos podem servir
como porta de entrada para patógenos oportunistas (POTIN et al., 2016).
Devido ao hábito das larvas e adultos de C. luteicornis, mesmo com aplicações
periódicas de produtos fitossanitários, a calda dificilmente atinge o besouro, pois a arquitetura
das estruturas florais acaba por proteger o inseto dos produtos.
Por se tratar de uma praga ainda pouco conhecida, as alternativas de manejo ainda não
estão bem estabelecidas. Porém, no controle cultural, é recomendada a limpeza do pomar,
eliminando todo material que possa servir de abrigo para o inseto, como flores secas e flores e
frutos abortados. Essas medidas devem ser intensificadas durante a época chuvosa, devido a
maior ocorrência da praga nesse período (AZEVEDO et al., 2005).
Não há inseticida registrado para o controle de C. luteicornis no Brasil (AGROFIT,
2021). No entanto, Azevedo et al. (2005) sugerem que os inseticidas à base de fosforados,
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
carbamatos e piretroide poderão ser empregados para o controle da praga em questão, desde
que possam ser registrados para a cultura.
CONCLUSÃO
Conotelus luteicornis demonstra ter um alto potencial danoso à cultura do
maracujazeiro-azedo no estado do Acre. Dessa forma, devem ser realizadas pesquisas para
compreender o nível de dano econômico, a dinâmica populacional, interação da praga com
fungos causadores de doenças, bionomia e ecologia da espécie, prospecção de inimigos naturais
associados, bem como o desenvolvimento de técnicas de controle, a fim de que sejam
recomendadas estratégias eficientes para o manejo desse besouro na região Amazônica e em
outras regiões produtoras de maracujá no Brasil.
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Ocorrência e danos do besouro-da-flor-do-maracujazeiro-amarelo. Fortaleza, CE:
Embrapa Agroindústria Tropical, 2005. 3 p. (Embrapa Agroindústria Tropical. Comunicado
técnico, 105).
AZEVEDO, F. R. de.; MESQUITA, A. L. M.; GUIMARÃES, J. A.; BRAGA SOBRINHO, R.
Ocorrência e danos do besouro-da-flor-maracujá-amarelo. Fortaleza, CE: Embrapa
Agroindústria Tropical, 2005. 3 p. (Embrapa Agroindústria Tropical. Comunicado Técnico,
105).
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CAPÍTULO 12
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
Durante a época pré-histórica, a agricultura era praticada com gravetos, foices, colheita
manual e caça de animais (IDOJE et al., 2021). A produção agrícola revolucionou a forma de
alimentação da civilização, porém, outrora era vista como apenas um trabalho de subsistência.
Devido aos baixos recursos tecnológicos e à baixa produtividade, ficou reconhecida
como “Feita à Mão”, hoje chamada de Agricultura 1.0, sendo ela derivada da indústria 1.0
(BRANCO, 2013).
Já a Agricultura 2.0, também derivada da indústria 2.0, incluiu as máquinas e a ciência
em seus processos, por volta da década de 50. Neste cenário, enfatiza-se o início da produção
em grande escala, o comércio global, o abastecimento de insumos, dentre outros (BRANCO,
2013).
Na indústria 3.0, com o surgimento da Agricultura 3.0, entre 1990 e 2010, começou-se
a introduzir no mercado ao conceito de automação e a sustentabilidade. É aí que entra também
a coleta de dados que auxiliam a produtividade do campo e ajudam os produtores rurais a
tomarem as melhores decisões (BRANCO, 2013).
Mas a nova era digital veio mesmo com a Agricultura 4.0, em meados de 2010. A
agricultura 4.0 está evoluindo rapidamente e se expandindo em vários campos, oferecendo
múltiplas oportunidades para agricultores e consumidores (SPANAKI et al., 2021). Dessa
forma, os produtores rurais estão aderindo cada vez mais as tecnologias (FACHIN, 2021), o
que ocasiona uma maior capacidade, planejamento e agilidade na tomada de decisão,
ocasionando uma alta produtividade, tanto na agricultura quanto na pecuária, ambas sob a
interferência e conexão de softwares e sistemas digitais às máquinas.
Para Neto (2009), planejar “é procurar antever as ações do futuro, de uma forma lógica
e organizada, fazendo com que a empresa rural torne seus objetivos mais claros, podendo
propiciar uma melhor coordenação de esforços para atingi-los”.
A tomada de decisões é de grande valia e importância para o produtor rural. Tudo tem
início no planejamento, quando há necessidade de definir como será o investimento em sua
agropecuária (REGINATO et al., 2017).
Segundo Mendes (2020), uma empresa rural sem boa gestão e organização pode entrar
em colapso rapidamente. Atualmente, com a digitalização dos processos e avanço da internet
no campo, pode-se encontrar diversas tecnologias que auxiliam os produtores rurais em
processos operacionais e gerenciais.
Uma das tecnologias que tem mais causando impacto no setor e auxiliando na coleta de
dados e tomada de decisão é a Internet de Tudo (IoE), que diferente da Internet das Coisas
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
(IoT), vai além dos dispositivos físicos ao abarcar toda a conectividade que gira em torno desse
universo. Para Takahashi (2017) a IoE, por sua vez, abrange quatro fatores fundamentais, além
das coisas/objetos (things), inclui pessoas, dados e processos. De acordo com Idoje et al. (2021),
a agricultura mudou. Os agricultores agora podem monitorar suas fazendas remotamente de
seus smartphones e controlar dispositivos.
Porém, na maior parte das vezes, os produtores não possuem conhecimento necessário
para compreender adequadamente as evoluções tecnológicas de sua propriedade e dela retirar
as melhores analises possíveis. Portanto, o desenvolvimento de modelos conceituais que
auxiliam em compreensões mais eficazes dos compartilhamentos de dados e práticas de
gerenciamento, cujas políticas contextuais devem ser definidas para os controles de acessos, é
essencial (SPANAKI et al., 2021).
Assim, este artigo fornece uma ampla revisão do uso de tecnologias inteligentes em
agricultura e mostra algumas tecnologias de ponta para agricultura, incluindo Internet das
Coisas, computação em nuvem, aprendizado de máquina e inteligência artificial. Dessa forma,
objetiva analisar na literatura o uso de sistemas inteligentes em atividades agropecuárias e a
evolução tecnológica no agronegócio.
MATERIAL E MÉTODOS
Em um primeiro momento, pretendeu-se fazer uma análise sistemática sobre o uso da
sistemas inteligentes em termos técnicos e suas aplicações em empresas rurais, levando em
conta todas as atividades por ela desenvolvida. Não houve grandes dificuldades em encontrar
tais referencias, pois, há uma grande quantidade de compartilhamento desse tipo de informação,
tanto na internet, como em artigos de pesquisa cientifica. Porém, além de conteúdos técnicos,
observou-se uma grande quantidade de artigos conceituais, dessa forma, foram selecionados
para abranger uma ampla gama de ideias e conceitos por eles propostos á reflexão.
Desse modo, a busca limitou-se a trabalhos relacionados ao uso de IoT, Inteligência
Artificial e Machine Learning, em diferentes atividades do setor agrícola, a fim de analisar para
quais fins os sistemas estavam sendo utilizados. Considerando as palavras-chave definidas,
foram encontrados cerca de 90.559 artigos.
De acordo com o norteamento metodológico de Donato e Donato (2019) selecionou-se
os artigos que possuíam relação à temática da pesquisa, resultando em 15 artigos. Por fim a
leitura do documento, tanto seu resumo/abstract, como seu texto completo, na qual não foi
eliminado nenhum artigo, ficando então selecionados os 15 artigos.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Scopus https://www.scopus.com
Web of Science www.webofknowledge.com
Plataforma Sucupira https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/
SCImago Journal e Country Rank https://www.scimagojr.com/
Fonte: Autoria Própria, 2021.
Grande parte dos artigos encontrados são de 2021, totalizando 11. Foram encontrados
também 1 artigo de 2012, 1 artigo de 2018 e 2 artigos de 2020. Quanto as palavras-chave, foram
utilizadas várias combinações, a fim de conseguir os melhores resultados. Tais palavras-chave
estão dispostas no Quadro 2.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
22 % A1
Sem Qualis 14%
B3
7%
B2
A2
7% B1
43%
7%
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Verificou-se que a Plataforma Scopus, apresenta um grande número de resultados e um
excelente retorno de material conceituado. Entretanto, um aspecto negativo a essa base de
pesquisa é o fato de não permitir o acesso à informação de maneira ampla, limitando parte do
conteúdo a pesquisadores filiados a instituições públicas, ou mediante pagamento do material
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
selecionado.
Dos 15 artigos selecionados, todos eram internacionais e escritos em inglês.
Considerando o ano de publicação, há um maior número de artigos selecionados em 2021. A
partir dos artigos que abrangiam o critério de inclusão, foi avaliada a classificação dos artigos
de acordo com o Qualis Capes. Este índice resultou em 14% de artigos A1, 42% em A2, 7%
em B1, 7% em B2, 7% B3 e ainda 22% sem Qualis, pois foram publicados em eventos não
qualificados na plataforma Sucupira. Os trabalhos selecionados estão listados no Quadro 3.
Quadro 3: Relação dos trabalhos selecionados de acordo com o Qualis, Ano e Revista.
TÍTULO DO ARTIGO QUALIS ANO REVISTA
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Sem qualis
Internet of Things for the Future of Smart Agriculture: A 2021 IEEE-CAA Journal of
Comprehensive Survey of Emerging Technologies. Interdisciplinar Automatica Sinica
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÕES
As pesquisas mostraram que uma das principais finalidades da utilização de sistemas
inteligentes no agronegócio é a coleta de dados. Com eles, atenua-se a capacidade de elaboração
de conceitos e tomadas de decisões com inteligência artificial, podendo ser estas, determinadas
e modeladas conforme as necessidades regionais. Para tal, os autores mostraram a utilização de
redes sem fio, energia solar e sensores, para a coleta e envio dos mesmos.
Portanto, revisões sistemáticas feitas através de análises literárias com peso científico
considerável, demonstra excelentes resultados ao considerar a seleção dos melhores artigos na
área proposta, além de permitir uma ampla análise da evolução das metodologias empregadas
e da forma de tratamento sobre a temática no decorrer do tempo.
O aumento gradual de artigos na área é resultado da rápida evolução tecnológica e maior
oferta de material disponível na internet. Nota-se a predominância de artigos em inglês, sendo
que os autores destes artigos, em sua maioria, são de outros países e com número crescente de
publicações oriundas da China.
Existe a necessidade de fomento a pesquisas relevantes, e de um acelerado
desenvolvimento tecnológico, para que possamos avançar consideravelmente e de forma
competitiva no campo descrito.
REFERÊNCIAS:
COLAÇO A.F; RICHETTI J; BRAMBLEY R.G.V; LAWES R.A. How will the next-
generation of sensor-based decision systems look in the context of intelligent agriculture? A
Página 187
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
case-study. Field Crops Research, [S. l.], p. 1-9, 11 jun. 2021. DOI 10.1016/j.fcr.2021.108205.
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https://wwwsciencedirect.ez48.periodicos.capes.gov.br/science/article/pii/S037842902100151
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FACHIN, R. Agricultura 4.0: revolução tecnológica no campo. [S. l.], 2021. Disponível em:
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/agricultura-4-0-revolucao-tecnologica-no-campo.
Acesso em: 21 ago. 2021.
GUSTAVO M, L. Como Organizar uma propriedade rural com tecnologia. [S. l.], 31 mar. 2020.
Disponível em: https://www.agriconnected.com/blog/gestao/como-organizar-uma-
propriedade-rural-com-a-tecnologia/. Acesso em: 20 ago. 2021.
MNATI M.J., et al. Design and Implementation Low Cost of Photovoltaic Monitoring System
Network Based on LoRaWAN. IOP Conference Series: Materials Science and Engineering,
[S. l.], p. 1-9, 21 jun. 2021. DOI 10.1088/1757-899X/745/1/012046. Disponível em:
https://iopscience-iop.ez48.periodicos.capes.gov.br/article/10.1088/1757-899X/745/1/012046.
Acesso em: 15 jul. 2021.
NETO, A. C. E. Curso On-line Gestão da empresa pecuária: Módulo III - Planejamento Geral.
Instituto de Estudos Pecuários (IEPEC). 62p. 2009.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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SHUKRY, S. Stable routing and energy-conserved data transmission over wireless sensor
networks. J Wireless Com Network 2021, 36 (2021). https://doi.org/10.1186/s13638-021-
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TAKAHASHI, P. Internet das Coisas e Internet de Tudo: qual a diferença? [S. l.], 8 jul. 2017.
Disponível em: http://iotrix.com/2017/02/08/internet-das-coisas-e-internet-de-tudo-qual-a-
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long-distance communication. EURASIP J. Adv. Signal Process. 2021, 28 (2021).
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Página 189
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 13
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
[...] a porcentagem de projetos não concluídos diminuiu de 31% para 15%; os projetos
bem sucedidos aumentaram de 16% para 34%; o estouro médio dos custos diminuiu
de 180% para 43%, enquanto o estouro médio do prazo diminuiu de 222% para 82%.
[s]e uma composição orçamentária não estiver atrelada aos resultados, a gerência não
irá identificar situações em que os recursos alocados estão sendo gastos muitos antes
de os resultados serem atingidos, mas estão dentro do que foi orçado, considerando-
se o tempo decorrido.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
no Gerenciamento de Projetos.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
projetos anteriores;
b) Informações sobre as competências de pessoas, custos padrões para materiais,
equipamentos, serviços, etc;
c) Lições aprendidas sobre custos de projetos anteriores.
Dados de projetos passados são muito importantes, não somente para obter informações
acerca de estimativa de valores, mas também, porque eles podem gerar informações temporais
dos custos. Isso pode ser visto durante o processo de orçamentação dos custos quando ocorre
uma associação entre os custos e o calendário. Tal relacionamento gera uma complicação no
Gerenciamento de Custos, pois, além de fatores externos, como, por exemplo, eventuais
mudanças de preços no mercado e falta de mão-de-obra, que são eventos que podem influenciar
na orçamentação do projeto, existe a variável tempo, intimamente ligada aos custos do projeto.
Esse fator agrega complexidade ao Gerenciamento de Projetos.
Diante de tal complexidade, na maioria dos projetos, a experiência das pessoas, na área
em que o projeto está sendo desenvolvido, torna-se favorável à realização da estimativa de
custos, porque se espera uma estimativa com um menor grau de incerteza e variações. Porém,
por mais que uma incerteza seja considerada baixa, dependendo do nível de complexidade e de
magnitude do projeto, as variações geradas podem representar para um projeto como um todo,
um alto custo no orçamento (Meredith & Mantel, 2003).
De forma geral, as variações em projetos são extremamente comuns. Por esse motivo,
devem ser cuidadosamente controladas. Para visualizar a importância da realização desse
controle, basta pensar, por exemplo, na dependência existente entre as atividades dos projetos
em que, um atraso em uma atividade, pode gerar atraso em outra, e assim, sucessivamente.
Um “efeito dominó” pode se alastrar e, como atrasos nas atividades impactam,
diretamente, nos custos, um estouro no orçamento poderá ser inevitável, se não for,
antecipadamente, controlado.
Na realização do controle de custos, percebida alguma variação crítica, uma medida
deve ser tomada para que não ocorra um estouro no orçamento do projeto.
Retomando a característica interativa do Gerenciamento de Custos com as outras áreas
de Gerenciamento de Projetos, para controle de custos, mudanças podem ser feitas e impactar
em todas as áreas de gestão do projeto. Alves (2005) pontua critérios na definição de sistema
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
valores previstos e a data de término do projeto, ou seja, a data prevista para a conclusão do
projeto. Logo, o Valor Planejado do projeto, bem como o total dos valores previstos, para
Gerenciamento do Valor Agregado, fornecem a dimensão de tempo.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
VPR= VA− VP
Uma situação ideal seria aquela em que o VA fosse igual ao VP e ao CR, ou seja, se os
três valores fossem iguais em um projeto com a execução, perfeitamente, igual ao planejado.
Porém, na prática, não procede dessa forma. É comum estar com o projeto com um VP x, um
VA y e um CR z. Nesses casos, para uma data específica do projeto, é importante observar:
a) Se x < y (VA menor que VP): o trabalho do projeto está atrasado;
b) Se z > y (CR > VP): o custo do projeto está acima do previsto.
Contudo, obtidos os valores destes três elementos (VA, VP e CR) é possível medir os
desvios da linha de base do projeto através de variações, nas dimensões de tempo e de custo.
Quando um projeto tem uma VPR negativa, significa que o trabalho executado é menor
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
do que foi o trabalho previsto até aquela data. Observa-se no exemplo, dado anteriormente, que
as variações são previstas por aspectos de custos.
Para melhor entender tais variações, basta considerar o exemplo da concretagem, no
caso em que, para uma determinada data, foi planejado 500 m³ de concretagem e foi agregado,
até aquela data, apenas 350 m³. Nesse caso, o projeto está atrasado. Supondo que para cada 1
m³ existe um custo de R$10,00. É possível afirmar que o projeto está atrasado em R$1.500,00,
ou seja, o atraso temporal é reportado, também, sobre os aspectos de custos devido à relação
temporal do planejado até a data.
Dessa forma, obtemos Variações de Custo e dos Prazos que são de grande importância
para tomadas de decisão no gerenciamento de projetos, uma vez que através destas variações é
possível tomar avaliações preventivas e/ou corretivas a fim de alinhá-lo ao, sob todas as
dimensões, ao planejado.
Por exemplo, um IDC = 0,70 é o mesmo que dizer que para cada R$1,00 de capital
consumido no projeto, apenas R$0,70 estão sendo convertidos em trabalhos agregados no
produto que está sendo produzido.
Assim, o IDC ideal é igual a R$1,00, o que significa que o executado no projeto teve
um custo conforme o planejado. O IDC acima de R$1,00 traduz uma tendência de terminar
acima do orçamento (estouro) e, por sua vez, o CPI abaixo de R$1,00 traduz uma tendência de
terminar abaixo do orçamento previsto, nesse caso, configurando um problema de desempenho.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
equação 4:
VA
IDP =
VP
Da mesma forma que o IDC, o IDP ideal é igual a R$1,00. Um IDP = R$0,90 é o mesmo
que dizer que o projeto está sendo executado com 90% do tempo previsto no orçamento
convertido em trabalho no projeto.
PROJEÇÕES FUTURAS
Grandes vantagens podem ser observadas na utilização da Gerenciamento do Valor
Agregado e, na mesma perspectiva que Oliveira (2003), vale destacar sua capacidade de
calcular o desempenho do projeto durante seu andamento, e com isso, traçar projeções e
estimativas acerca dos prazos e custos futuros do projeto.
Através dos parâmetros da Análise de Valor Agregado existem várias maneiras de
fórmulas de se estimar custos futuros em um projeto. Dentre elas, podemos encontrar na
literatura projeções baseadas em regressões (lineares e não-lineares), em heurísticas, e em
índices de desempenho (basicamente CPI e SPI) . Esta última certamente sendo a mais simples
e a mais utilizada entre os Gerentes de Projetos (Oliveira, 2003, p.70).
Dentre as várias formas de se realizar as projeções futuras em projetos, a presente
pesquisa aborda sobre o cálculo através dos índices de desempenhos, tendo como base o
trabalho de Oliveira (2003), para estimativa de prazos e custos, conforme segue:
• Para estimativa de prazos, podemos obter a Estimativa para Términar (EPT) pela razão
da Duração Prevista Originalmente (DPO) pelo IDP, conforme equação 5:
DPO
EPT =
IDP
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
conforme equação 6:
(ONT − VA)
ENT = CR +
ID
O ID, equação 6, pode ser substituído pelos índices:
a) IDC;
b) IDP;
c) IPC (Índice de Prazo e Custo) = IDC x IDP;
Christensen (1999) cita o Departamento de Defesa (DoD) americano que realizou
pesquisas em centenas de projetos, afirmando que o projeto tem poucas chances de melhorar o
seu IDC em mais de 10% (CPI < 0,91), se o projeto já tiver com 20% da sua execução.
Nesse contexto, o monitoramento das variações e dos índices e as projeções possíveis
de serem realizadas desde o início do projeto, são de extrema importância para ajudar a
desempenhar um gerenciamento adequado à conclusão do projeto, com sucesso.
METODOLOGIA
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Na Figura 3, observa-se que a linha de cor amarela representa o “Valor Agregado (VA)”,
a linha azul representa o “Valor Planejado (VP)” e a linha vermelha representa o “Valor Real
(CR)”. Um recurso no gráfico Annoted Time Line consiste no zoom de aproximação, que vai
desde o zoom máximo do gráfico até o zoom mínimo de um dia, obtidos através dos botões de
zoom (localizado na parte superior da Figura 4) ou das paletas (localizadas na parte inferior da
Figura 3). Ainda na Figura 3, destaca-se outra característica do gráfico Annoted Time Line para
aplicação do GVA: as datas representadas através dos pontos: A (data de início), B (data atual)
e C (data final estimada): uma vez que tais recursos facilitam a leitura e interpretação do gráfico.
O gráfico da Figura 4, “Line Chart”, tem uma característica mais estática, porém, com
um recurso interessante: ao passar o mouse em um dos pontos (data inicial, data atual ou data
final) aparece um balão com o valor do custo correspondente.
Fica evidente a parir da análise dos gráficos, uma relação entre os custos e cronograma
de execução do projeto. A visualização gráfica gera, de fato, uma facilidade na compreensão
do GVA, que consiste em reportar o desempenho do projeto à luz do custo incorrido, planejado
e agregado.
Dentre os gráficos disponíveis, foi encontrado um gráfico com uma função de medidor
de desempenho, intitulado “Gauge”. Nesse sentido, de acordo com o CPI e com a fácil
verificação do percentual de tarefas executadas, em relação ao projeto, pode-se construir um
gráfico que serve como um medidor de desempenho baseado nas conclusões de pesquisas do
Departamento de Defesa Norte-Americano (Figura 5), citadas na seção anterior. O gráfico da
Figura 5 serve, também, como um importante “alarme”, pois, de acordo com os dados
apresentados por ele, pode-se verificar que o projeto possui fortes chances de “estourar em
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Acerca do ambiente de web para a construção dos gráficos, pôde-se constatar que a
planilha, juntamente com os seus gráficos, pode ser facilmente compartilhada (veja o botão
compartilhar, no canto superior direito da Figura 5); além disso, podem ser enviados e-mails
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
para todos os que têm permissão de visualização ou edição das planilhas (veja exemplo na
Figura 6).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho, conforme revisão na literatura, pontuou algumas das dificuldades para
realizar o GVA nos projetos. Vale destaca: pouca familiaridade e falta de entendimento no
funcionamento da técnica; consumo de muito tempo para utilização da ferramenta;
inconsistência entre a utilização da ferramenta com os procedimentos gerenciais/processos de
negócios; fracasso em experiências anteriores na utilização de outra técnica. O entendimento
dessas dificuldades, foram determinantes para a construção dos gráficos nas planilhas do
Spreadsheets.
A abstração do GVA nos gráficos, de fato, possibilita maior visibilidade no
relacionamento entro os prazos e os custos de um projeto. Além disso, outra característica
inerente aos gráficos diz respeito aos dados, que se apresentam com uma maior objetividade
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
nas informações, fator que pode torná-lo como um relatório objetivo no monitoramento do
desempenho do projeto.
A facilidade do aplicativo no compartilhamento e colaboração no desenvolvimento dos
gráficos, como também o envio de e-mails para os envolvidos, auxilia na utilização do GVA
em diferentes contextos de projetos, principalmente, entre equipes virtuais em que necessitam
de estratégias decentralizadas nas formas de trabalho.
Porém, mesmo com o auxílio do aplicativo Spreadsheets, o não entendimento do GVA,
pode ocasionar a geração de gráficos errados e inconsistentes, o que prejudica na compreensão
do status e nas estimativas de custo e tempo do projeto. Logo, é de suma importância que a
planilha responsável por realizar os cálculos, bem como os gráficos gerados, sejam validados,
pois a utilização de gráficos para o GVA é apenas uma forma de expressá-la, e a compreensão
da técnica é primordial para que tomadas de decisões do projeto sejam adequadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 14
RESUMO: O ensino de física é abordado nesse artigo com um dos pontos mais
cruciais para o aprendizado, as metodologias e técnicas. Os pontos que levam
ao desinteresse dos alunos: matematização dos conteúdos, carência de
infraestrutura, carga horária insuficiente. É apresentado a problemática
predominante nessa área da educação e métodos ou teorias, propostos por
Ausubel (1980), Libâneo (2006), Lima (2016), Moreira (1982) e Silva (2018)
para amenizar esses fatores. O presente trabalho teve como foco de pesquisa
adequar qual das tendências pedagógicas é a melhor a ser adotada quando
se trata do ensino de física térmica para alunos do Ensino Médio. Com a
análise, a Tendência Liberal Renovada Progressivista se mostrou a mais
adequada, por valorizar a experimentação, o estudo ativo e os conhecimentos
prévios, este último defendido por Ausubel na sua Teoria da Aprendizagem,
onde o aluno capta a nova informação e aperfeiçoa à sua preexistente.
Contudo, a pesquisa abordou os conteúdos importantes para o
desenvolvimento do aprendizado na disciplina de física, mesclando os
pressupostos pelas práticas pedagógicas estudadas, onde o papel do
professor e do aluno foram o foco principal na obtenção meios que facilitem
o aprendizado, chegando a verificar que ambas são importantes e devem ser
complementares, pois haverá situações em que uma será mais eficiente que
as outras.
Página 208
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
A Física é uma das disciplinas prejudicadas por esses problemas. Com um ensino que
se predomina o tradicional, onde o professor fala, enche o quadro de cálculos e apresenta
conceitos numa linguagem que, para muitos educandos, não faz muito sentido com a realidade
onde estão inseridos, os alunos acabam desinteressados pela ciência responsável por grande
parte do desenvolvimento tecnológico e que está bastante presente na nossa realidade. “A
ciência é mais do que um corpo de conhecimento, é um modo de pensar” (SAGAN, 2006, p.
43).
Esta realidade faz com que muitos professores busquem aperfeiçoamento: propostas de
laboratório de baixo custo, materiais que vão além do livro didático, novas metodologias. E
com isso, o objetivo dessa pesquisa foi buscar uma relação entre as Tendências Pedagógicas,
estudadas na disciplina de Didática durante a graduação em licenciatura em física, e a
abordagem dos conceitos introdutórios relacionados à física térmica, com o intuito de definir
qual dessas tendências oferecem metodologias mais adequadas para serem adotadas pelos
futuros professores ou, os já atuantes.
Por isso, o artigo está organizado da seguinte forma: primeiro, apresenta-se uma breve
revisão a respeito dos conceitos analisados, que são os de calor, temperatura e os processos de
propagação de calor. Esses conceitos são a base da física térmica, ou seja, os primeiros a serem
apresentados quando o educando entra em contato com esse ramo das ciências extas no segundo
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ano do ensino médio. Além disso, calor e temperatura estão inseridos na nossa realidade
cotidiana, o que faz com que suas abordagens devam ser significativas e proveitosas para um
bom entendimento.
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Sabe-se que muitos alunos confundem esses conceitos com sensação térmica, por isso
iniciar pela diferenciação destes conceitos é importante. Uma proposta experimental
interessante seria a das bacias com água em diferentes temperaturas, por exemplo. Uma com
água morna, outra a temperatura ambiente e outra com água fria. Os alunos colocariam as duas
mãos, uma na bacia de água quente e outra na de água fria e, depois de um tempo, colocaria as
duas mãos na bacia com água de temperatura ambiente. Com perguntas a respeito, a
diferenciação entre sensação térmica, calor e temperatura seria bem mais proveitosa e
participativa (NETO; TEIXEIRA, 2020).
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TC = T − 273,15° (1)1
1
TC é a temperatura em graus Celsius e T é a temperatura em Kelvins
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9 (2)2
TF = TC − 32°
5
Fonte: InfoEscola
A relação entre a variação das temperaturas pode ser obtida da seguinte maneira:
TC − 0 TF − 32 TK − 273
= =
100 − 0 212 − 32 373 − 273
2
Em que TF é a temperatura em graus Fahrenheit e TC é a temperatura em graus Celsius.
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TC TF − 32 TK − 273
= =
100 180 100
Simplificando, obtemos:
TC TF − 32 TK − 273 (3)
= =
5 9 5
Outro conceito que sustenta o estudo da física térmica é o de calor. Antigamente, calor
e temperatura eram vistos como sinônimos e foi o físico inglês Joseph Black quem primeiro fez
a distinção entre os conceitos, desenvolvendo a teoria do calórico. Para ele, o calórico era uma
espécie de fluido permeável que todos os corpos possuíam. Este fluido era quem passava de um
corpo para outro, provocando assim uma mudança de temperatura. Entretanto, experimentos
realizados por Rumford mostraram que o calor poderia ser gerado por atrito, e não que já
existisse no corpo.
A ideia do calórico deixou de ser usada apenas no fim do século XIX, com os estudos
de Rumford, depois que ele percebeu que um corpo não contém calor. O calor é uma forma de
energia em trânsito, ou seja, ela é a energia que passa de um corpo para outro devido a uma
diferença de temperatura. E essa passagem acontece do corpo de maior temperatura para o de
menor, sempre dessa forma. O que uma substância contém é energia interna, que é a soma de
todas as energias existentes nela. Quando essa substância cede ou ganha calor, haverá um
aumento ou redução na sua energia interna (HEWITT, p.288, 2015).
Vale destacar também que o fluxo de calor não depende apenas da diferença de
temperatura. Um barril com água quente, por exemplo, transfere mais calor que uma xícara com
água na mesma temperatura, por conta que onde tem maior porção de água existe uma maior
energia interna.
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[...] átomos e elétrons livres colidem com seus vizinhos e assim por diante. O que é
mais importante, os elétrons livres, capazes de se mover dentro do metal, são
chacoalhados e transferem energia para o material por meio de colisões com os átomos
e outros elétrons livres do mesmo. (HEWITT, p.303, 2015)
Materiais como madeira, borracha, papel possuem os elétrons e átomos mais fortemente
ligados, e são ruins condutores de calor. Quando se trata dos fluidos, líquidos e gases, a
transferência de calor ocorre principalmente através da convecção. Esse processo acontece por
conta dos movimentos desse fluido. Quando colocamos água para ferver, por exemplo, a parte
do líquido que está mais próxima da chama aquece e se torna menos densa. Por conta disso, ela
se desloca para parte de cima, isso forma as correntes de convecção.
O fluido mais frio e mais denso, então, move-se de modo a ocupar o lugar do fluido
mais quente do fundo. Dessa maneira, as correntes de convecção mantêm o fluido em
circulação enquanto ele esquenta – o fluido mais aquecido afastando-se da fonte de
calor e o fluido mais frio movendo-se em direção à fonte de calor (HEWITT, p.305,
2015)
Esses são os conceitos da física térmica escolhidos para serem relacionados e analisados
quanto a sua melhor abordagem. Nos próximos tópicos, será apresentado as ideias das
tendências e da Teoria da Aprendizagem significativa em meio aos conceitos da física
abordados neste tópico.
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processo de ensino. Essas tendências, hoje conhecidas pelo mundo como Pedagogia Tradicional
e Pedagogia Renovada, nasceram das ideias pedagógicas de filósofos como Comênio e
Rousseau. No Brasil, vários estudos relacionados à didática já foram desenvolvidos. Grande
parte dos autores separam as tendências em dois grupos: as de cunho liberal e as progressistas.
As tendências de cunho liberal são divididas em três: tradicional, Pedagogia Renovada e
tecnicista. A Pedagogia tradicional, a mais antiga, apesar de várias críticas a respeito dela, ainda
hoje predomina na educação brasileira. Nela:
Esta prática pedagógica é a mais presente não só no ensino de física, mas de toda grade
curricular dos alunos da educação básica e superior, tornando as aulas desvinculadas da
realidade dos discentes. Na física, o uso desta metodologia resulta em desinteresse e medo da
disciplina. Muitos atribuem o fato de conseguir realizar os cálculos aos alunos “gênios” e não
veem necessidade de se estudar todo aquele conjunto de conteúdo matematizado. Para Sagan
(2006, p.363), isso se dá pelo fato de que “os poucos que continuam interessados são difamados
como nerds, geeks ou grinds3.”
[...] a didática ativa dá grande importância aos métodos e técnicas como o trabalho de
grupo, atividades cooperativas, estudo individual, pesquisas, projetos,
experimentações etc., bem como os métodos de reflexão e método científico de
descobrir conhecimentos. (LIBÂNEO, 2006, p. 66)
3
Gírias norte-americanas para designar pessoas chatas, desinteressantes, esquisitas e, nesse caso, estudantes
muito aplicados.
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por essa tendência são as mais aconselhadas para serem adotadas em sala de aula.
Além disso, a Pedagogia Renovada valoriza temas relacionados ao cotidiano dos alunos,
que para a física é fundamental, já que, muitas vezes, a escola transmite o conhecimento de
forma desconexa com a realidade dos estudantes (ANDRADE, 2008). Outro destaque da
Pedagogia Renovada é que ela está de acordo com os Parâmetros Nacionais Comuns
Curriculares se tratando da física, já que eles tem como objetivo:
A física térmica traz uma gama de conceitos que, quando relacionados a exemplos do
dia a dia, ou demonstrados através de experimentos, a compreensão se torna bastante facilitada.
Temperatura é o primeiro conceito a ser visto quando se começa estudar física térmica. O
alunado já tem uma ideia do que seja temperatura, pois diariamente está em contato com a
previsão do tempo, ou até mesmo na averiguação da temperatura corporal. Para a pedagogia
tradicional, a noção que os alunos possuem sobre o que seja temperatura não serviria, pois nela:
O aluno era visto como um papel em branco, no qual eram registradas as informações
e o conhecimento. Na abordagem tradicional o aluno não possui cultura, família e
conhecimentos prévios. Ele não significa nada até iniciar o processo escolar, momento
que registrará e acumulará conhecimentos repassados. Cabe ao professor a decisão
quanto aos conteúdos, metodologias e avaliações a serem realizadas. (SILVA, p.100,
2018)
Isso, infelizmente, acontece muitas vezes sem intenção. O professor abre o livro e
apresenta o conceito que está ali registrado; os alunos fazem um resumo e decoram aquilo, não
há uma contextualização, a preocupação maior é concluir o capítulo. O ideal seria aperfeiçoar
a ideia que os alunos possuem do que seja temperatura. A aquisição do conhecimento não ocorre
apenas dentro da sala de aula e muito do que o aluno sabe, precisa apenas de acréscimos e
reforço. A Pedagogia renovada leva em conta o dia a dia dos estudantes. Para ela, o papel da
escola é transformar e formar o aluno através das vivências, por isso se torna a mais adequada
para essa abordagem.
Quando se trata do conceito de Calor, usado cotidianamente para dizer o quão “quente”
está o ambiente, as práticas defendidas pela Pedagogia Renovada também são as mais
adequadas. O calor é uma forma de energia em trânsito; uma energia que passa de um corpo
para outro por existir entre eles uma diferença de temperatura. Este conceito necessita de uma
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maior participação do professor que, com exemplos e simulações virtuais, pode ajudar o aluno
a compreender e reformular a ideia que os estudantes têm dessa forma de energia.
Por fim, em relação aos três processos de propagação do calor, a Pedagogia renovada,
mais uma vez, se mostra a mais adequada. A condução e a convecção podem ser abordadas
através de simples experimentos produzidos pelos próprios alunos, onde o professor auxiliaria
e construiria o conceito desses três processos juntamente com os discentes, representando o
defendido por essa tendência, pois:
Para realizar o experimento da condução, por exemplo, o professor pode propor que os
alunos arranjem uma barra de ferro e prendam pregos em sequência na barra, usando cera de
vela. Com os pregos presos, pode-se colocar uma das extremidades da barra próxima da chama
da vela que se utilizou para prender os pregos. Com o passar do tempo, os átomos da barra vão
aquecendo uns aos outros e o resultado é que os pregos cairão em sequência, mostrando assim
a transferência do calor por condução.
Figura 3. Esquema do Experimento da Condução: (a) Colagem dos alfinetes na barra metálica
usando a parafina e (b) A fonte de Calor colocada em uma extremidade e a outra servindo
como um ponto de apoio para segurar a barra, após o aquecimento da barra tem-se o fenômeno
da condução.
Como anteriormente foi visto - tendência tradicional -, onde o professor era o foco e o
aluno somente o ser que aprendia de maneira mecânica e instrucional, na liberal renovada temos
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
que o professor trabalha pensando no aluno, em seu crescimento e sua participação ativa nos
conteúdos e formas de aprender. É onde o aluno vai ter sua própria autonomia: investigar,
experimentar, questionar, explanar e posteriormente repassar esse aprendizado. E é esse modelo
de didática que vai dar continuidade a um ensino significativo, onde poderá ser levado à frente
dos problemas de ensino destacados.
O ensino de uma disciplina da área de exatas é sem dúvidas desafiador. São associados
os conteúdos teóricos e práticos para que possam reproduzir em problemas propostos, onde na
física térmica é tratado alguns dos seguintes conteúdos: escalas termométricas, calor,
temperatura, dilatação térmica, mudança de fase. São esses os fundamentos básicos que devem
ser aprendidos. Como meio para um ensino eficiente, são buscadas metodologias inovadoras
que quebre a mecanização dos conteúdos: experimentação, livros atualizados, vídeos, trabalho
em grupo e aplicações tecnológicas.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nota-se que a abordagem dos conceitos da física se torna mais simples quando os alunos
participam e interagem junto com o professor. Das tendências analisadas, a Pedagogia Liberal
Renovada Progressivista foi a que mais se ajustou as metodologias ativas e adequadas ao ensino
da física térmica, pois defende a experimentação, pesquisa e leva em conta o cotidiano e o
conhecimento que os alunos já possuem, diferente da Pedagogia Tradicional, onde as
informações são apenas depositadas e acumuladas, o que tornam desconexas e sem muitas
aplicações.
A teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel defende que o fator que mais
contribui para a verdadeira aprendizagem é o que o aluno já sabe, o que está em consonância
com a Tendência Liberal Renovada Progressivista. Muitos alunos já possuem uma noção do
que é temperatura, o que deve ocorrer é uma reformulação, se apropriando do que os discentes
já sabem, ou seja, uma informação agora complementada ou verificada do pontonde vista no
meio científico.
O objetivo deste trabalho foi mostrar qual das tendências estudadas na disciplina de
Didática no curso de licenciatura em física é a melhor de ser adotada no ensino de física térmica,
onde foi feito a relação do conteúdo com a tendência, sendo a Liberal Renovada a que se
mostrou ser a mais eficaz em vários pontos. No entanto, é importante frisar que o professor não
deve se utilizar apenas das metodologias presentes nela. Outras partes da física vão necessitar
de uma maior explicação por parte do docente, não vai ter como realizar alguns experimento.
O que deve ocorrer é uma mesclagem de metodologias, sem tirar o aluno do protagonismo. A
Tendência Liberal se mostra a mais eficiente em relação aos conceitos da física térmica, mas
isso não implica dizer que apenas as metodologias dela devem ser adotadas como absolutas.
O ensino de física é caracterizado não só pela parte conceitual, tanto que requer uma
boa base matemática para que possa ser correlacionado e reproduzido. Ou seja, é necessário um
trabalho em equipe - professores, diretores, coordenadores e todo o corpo que compõe a escola
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- para que possa haver uma sintonia no desenvolver dos conteúdos, mantendo um ambiente
favorável para a realização da aprendizagem. Já foi visto que um dos fatores que desencadeiam
essa não linearidade no ensino é a pouca carga horária. No entanto, precisa-se de metodologias
que possam contornar, mesmo que aos poucos, este problema.
É interessante que os professores que já atuam, como também os que estão em formação,
prossigam nos estudos, buscando estarem atualizados quanto às novas formas de ensinar.
Muitas pesquisas desenvolvidas sobre o ensino de física são excelentes, mas não trazem
mudanças consideráveis, pois poucos professores têm contato ou não participam da construção
dela. É importante conhecer as diversas metodologias existentes, para saber qual momento usá-
las e, aos poucos, conquistar a confiança e despertar o interesse dos alunos desmotivados em
aprender física.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo – SP: Cortez editora, 2006.
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RICARDO, Elio Carlos. Orientações Curriculares do Ensino Médio - Física. 2004. (Análise
crítica das Diretrizes Curriculares e Parâmetros Curriculares para o ensino médio).
SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: A ciência vista como uma vela no
escuro. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
SILVA, Aracéli Girardi da. Tendências Pedagógicas: perspectivas históricas e reflexões
para a educação brasileira. Unoesc & Ciência - ACHS Joaçaba, v. 9, n. 1, p. 97-106, 2018.
VERDE, Eudoxio Soares de Llima. Didática Geral. Teresina PI: EDUFPI/UAPI, 2010.
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CAPÍTULO 15
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
1. INTRODUÇÃO
Os sensores podem ser usados, em uma plantação de feijão, para testas servirem de dados
de entrada para a tomada de decisões quanto a intervir na lavoura para irrigar, ou verificar
se existe alguma doença na planta (mofo branco, antracnose, mancha angular e mela do
feijoeiro). Os sensores pluviométricos podem ser usados para verificar a quantidade de
chuva diária e assim saber se é necessário irrigar ou não. Sabendo -se quantos mm de
chuva ocorreram e sabendo-se quanto a planta necessita diariamente, pode-se então
irrigar ou não pelos dias das chuvas e o quanto irrigar. Um sistema de irrigação para o
feijoeiro, o irrigaFeijão, que está em www.cnpaf.embrapa.br/irrigaFeijao, baseia-se neste
princípio, isto é, faz uma planilha de irrigação para o feijoeiro e o produtor pode
descontar a quantidade de água a ser irrigada descontando a quantidade de chuva
ocorrida, e assim economiza água na irrigação. Um sensor de umidade do solo também
pode ser usado para saber o quanto pode ser irrigado, de forma a irrigar somente o
necessário, estimando-se quanto de água existe no solo. Sensores de temperatura do ar e
chuva/precipitação são usados para verificar a possibilidade de aparecimento de
antraxnose, mancha angular, mofo branco e mela do feijoeiro. Estes dados são usados
para alimentar o sistema Infodoenças, que está em www.cnpaf.embrapa.br/infodoencas.
O produtor pode entrar com seus dados de chuva e tem peratura do ar para predizer a
possibilidade de aparecimentos destes tipos de doença. Sensores de radiação solar,
evapotranspiração, umidade e temperatura do ar podem ser usados também para predizer
aparecimento de pragas. A evapotranspiração mede a ativid ade de saída de água da planta,
indicando que esta está bem e pode ser usada como alimento pelo inseto. A radiação solar
também influi no bom estado na planta por causa da fotossíntese. A temperatura pode
indicar o aparecimento da mosca branca, por exemplo , que gosta de temperatura entre 15
a 30 graus, e assim por diante. Os fatores climáticos podem ser usados então para ver as
condições para aparecimento de doenças, ou pragas, ou se é necessário irrigar, e os
sensores para solo podem indicar a condutividade elétrica do solo e assim saber sobre a
compactação do solo, a umidade do solo e assim saber se é necessário ou não irrigação,
etc. Em suma, os sensores podem ser usados para tomadas de decisão sobre o que fazer
na lavoura. Para o caso do feijoeiro, além dos sistemas web citados, pode-se usar também
o aplicativo mobile Dr Feijão, o qual pode ser baixado para Ios e Android.
Para que os dados dos sensores cheguem até o produtor, por meio de algum aplicativo, é
necessário a transmissão dos dados dos sensores, do campo, local onde geralmente não
existe comunicação pela Internet, para uma base de dados num servidor, com acesso à
Internet, para posterior processamento e apresentação em um aplicativo de celular ou na
web. Este servidor poderá estar na sede da fazenda ou em algum local que tenha acesso
à Internet. Por outro lado, é necessário um sistema que acione os sensores para obter as
medidas em um horário qualquer desejado. Esse sistema de hardware e software, usado
para transmitir dados do campo para um local que tenha acesso à Internet, a qualquer
momento desejado, visando a informar ao produtor sobre dados climáticos, de solo, ou
outros fatores desejados, será discutido neste trabalho, e serve de sugestão para quem
desejar implantar esta infraestrutura. A vantagem deste sistema é que é relativamente de
baixo custo e a transmissão de dados, sem necessidade de repetidor, pode alcançar até 5
km de distância.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
• Conectar veículos;
Da lista acima, este trabalho vai se limitar ao escopo da Agricultura - medição e controle. Para
este trabalho, o sistema de hardware e software desenvolvido éconstituído por duas partes:
nós, que são dispostos em diferentes pontos da lavoura, e um gateway, responsável por coordenar,
gerenciar, e receber informações dos nós. A comunicaçãoentre os nós e o gateway éfeita exclusivamente
com o uso do protocolo LoRa [Semtech 2015][Teixeira and de Almeida 2017], que oferece alta
cobertura do sinal e baixo consumo energético em troca de velocidade de transmissão reduzida.
Para o envio de dados, como valores de sensores analógicos ou digitais, esta taxa de
transmissão reduzida não éum problema significante, uma vez que os dados da leitura podem ser
enviados em um único pacote de até 150 bytes de tamanho. O envio de dados maiores, como
imagens, não estáno escopo de uso deste protocolo. Não obstante, sob a limitaçãode a velocidade de
transmissão ser limitada, épossível transmitir tais arquivos.
1.1. Comunicação
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O protocolo LoRa foi desenvolvido inicialmente em 2015 e possui como diferencialo baixo
consumo energético e a alta área de cobertura para envio de dados, que em condições ideais (i.e.
sem a interferência de outros sinais e na ausência de obstáculos) pode chegar a até 10 km de
distância. Em troca destas duas características, a velocidade de transmissão émassivamente menor
em comparação a tecnologias como Wi-Fi e bluetooth, podendo alcançar, em média, até 30 kbps
(kilobits por segundo).
Uma outra característica éo suporte a bandas de frequência, que não necessitam de licenças
para o uso, reduzindo a complexidade e o custo de seu uso.
Usualmente, componentes eletrônicos necessitam de um módulo específico para terem
suporte à comunicação LoRa. Entre eles estão o transceptor SX1276 e o módulo E32-915T20D
[Alldatasheet.com 2021]. Existem ainda microcontroladores que nativamente possuem o
transceptor SX1276 instalado e configurado, como o ESP32 WiFi LoRa32 (V2), produzido pela
Heltec Automation [Automation 2021][Automation 2020].
1.2. Nós
Cada nó é constituído por diferentes componentes eletrônicos. No protótipo atual, os de maior
importância são:
• Microcontrolador ESP32-Cam, sensores e câmera OV2640;
• Microcontrolador ESP32 WiFi LoRa 32 (V2), produzido pela Heltec Automation;
• Antena para 915MHz;
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1.3. Gateway
O protótipo do gateway possui os seguintes componentes:
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2. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
O sistema como um todo é constituído por nós dispostos ao longo da plantação, e um gateway e
servidor localizados em algum ponto da lavoura, como na casa do agricultor. Cada nó inclui
sensores, um sistema para gerenciamento da bateria deste nó, e microcontroladores para
captura de dados dos sensores e envio destes para o gateway. O gateway contém um computador
de placa única (SBC), um microcontrolador responsável por comunicações a longas distâncias com
os nós, e conexão com a internet para envio dos dados recebidos ao servidor. Épossível configurar
o sistema para que o SBC atue como servidor também, reduzindo a complexidade e a necessidade
de configurar outros dispositivos para o gerenciamento do banco de dados.
Existem dois modos pelos quais um nó pode iniciar a captura dos dados ou de uma
imagem. O primeiro évia configuraçãode intervalos específicos: por exemplo, a cada 24 horas o nó
iráautomaticamente realizar a captura dos dados e envia a imagem ou dados àcentral. Outro
método épor “request” ou requisição do gateway. Caso seja de interesse do agricultor, este pode
solicitar manualmentea captura e envio de dados dos sensores ou de imagens de alguma
planta a ser monitorada, por exemplo, para um nó específico. Terminado o envio, o nó
automaticamente entra em modo sleep, permitindo que sua bateria seja conservada. Note que
ambos os modos que iniciam uma captura funcionam como uma interrupçãodo microcontrolador:
seja por tempo, ou seja por interrupçãoexterna (como a solicitaçãomanual do envio).
Obtida a imagem ou os dados dos sensores ou outro tipo de dados, éfeita sua divisão em
pacotes de até150 bytes de tamanho, que então são todos enviados sequencialmente ao gateway.
Este deve então enviar de volta uma mensagem contendo um único byte, indicando o recebimento
da mensagem, o que permite o nóenviar o próximo pacote. Caso não seja detectada esta mensagem
indicando o recebimento, o pacote éreenviado. O gateway foi configurado de modo a não considerar
um mesmo pacote duas vezes, no caso de te-lo recebido corretamente mas o nó não ter
conhecimento desta informação
Este processo é repetido para todos os pacotes que criam a imagem. Cada pacote tem
seus dados armazenados em um arquivo, e ao serem recebidos os bytes FFD9 (que indicam o
fim de um arquivo JPEG, caso seja imagem), o gateway reconhece o fim da transmissão e
imediatamente converte os bytes recebidos em uma imagem JPEG. O mesmo processo vale para
dados dos sensores ou outros dados, como dados de gps/localização do sensor.
Testes indicaram que, caso um dos pacotes seja corrompido durante a transmissão, devido
a seu tamanho pequeno, a imagem ou dados numéricos ainda podem ser reconstruídos sem defeitos
significativos. Devido àbaixa velocidade de transmissão, este processo atualmente pode durar até
20 minutos, para o caso de imagens, e segundos ou décimos de segundos para o caso de dados
numéricos ou alfanuméricos..
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3. RESULTADOS
Testes iniciais usaram antenas que acompanham o ESP32 LoRa produzido pela Heltec
Automation. Todavia, estas antenas não possuem a qualidade ideal para a frequência de transmissão
para o qual este microcontrolador opera (915MHz) [Spiess 2018]. Para dados numéricos ou
alfanuméricos, o resultado foi excelente. Para o caso de imagens, que podem ser transmitidas,
será dado ênfase pois se trata de uma informação de maior complexidade, e que deverá ser
remontada em seu destino.
Não obstante, separados por 200m de distância, o nó foi capaz de enviar uma
imagem de testes para o gateway. A imagem possui a resoluçãode 902x875 pixels e tem o tamanho
de 700kb, maior do que uma imagem obtida por uma câmera OV7670. Por ser um teste inicial do
protótipo, com o intuito de verificar a possibilidade de desenvolve-lo mais, foram usados pacotes
de 90 bytes. Isso resulta em uma transmissão mais lenta, com a vantagem de ser menos sujeita a
erros e reenvios. A imagem recebida apresentou amesma qualidade da original, com a exceçãode
ser parcialmente deslocada.
4. CONCLUSÕES
Versões finais do protótipo foram capazes de enviar a imagem completamente, sendo o defeito
principal a demora com o qual a transmissão era finalizada. Não obstante, o sucesso no envio da
imagem indica a possibilidade real de o projeto ser uma ferramenta útil na lavoura.
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Referencias Bibliográficas
[Alfa].https://alfacomp.net/portfolio-item/iot-internet-of-
things/?gclid=CjwKCAiAzrWOBhBjEiwAq85QZyfHs6yTSihcoyd7eX2tDa0yD_BucJ7tVE6nfmm
6mCcFtNfs8L9oHxoC6QUQAvD_BwE. Acessado 07/09/2021.
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CAPÍTULO 16
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INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Aprendizagem de Máquina
Segundo Mitchell (1997) AM pode ser definida como a habilidade de desenvolver
programas de computadores baseados em tarefas que melhoram seu desempenho por meio de
experiências anteriores. Segundo Géron (2019) existem quatro tipos principais de AM:
supervisionado, não supervisionado, semi-supervisionado e por reforço, os quais são detalhados
a seguir.
• Aprendizado Supervisionado: é baseado em um conjunto de dados de entrada que
incluem as saídas desejadas, também chamadas de rótulos.
• Aprendizado Não Supervisionado: não existe a presença de rótulos e sim a
utilização de agrupamento de dados. Nesse aprendizado, o objetivo é encontrar
grupos semelhantes e descobrir relações existentes entre eles no conjunto de dados.
• Aprendizado Semi-supervisionado: o aprendizado consiste na utilização de um
conjunto de dados parcialmente rotulado, ou seja, dados rotulados e não rotulados.
Nesse caso, faz-se a classificação com base nos dados rotulados e depois realiza o
agrupamento desses dados.
• Aprendizado por Reforço: é caracterizado por uma série de reforços, em que o
sistema de aprendizado seleciona e executa ações, que resultam em recompensas
quando uma ação é considerada positiva ou punições quando uma ação é considerada
negativa.
Neste trabalho será utilizado a abordagem de aprendizagem supervisionada, pois tem-
se como objetivo principal fazer a classificação de traços do autismo em crianças, utilizando
um conjunto de dados rotulados. A aprendizagem supervisionada será melhor detalhada na
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seção a seguir.
Aprendizagem Supervisionada
De acordo com (RUSSELL; NORVIG, 2013), a aprendizagem supervisionada é
caracterizada pela presença de um conjunto de treinamento com 𝑁 pares de exemplos de
entradae saída (𝑥1 , 𝑦1 ), (𝑥2 , 𝑦2 ), . . . , (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ), onde 𝑥𝑖 é a entrada e para cada 𝑦𝑗 é gerado por
uma função desconhecida 𝑦 = 𝑓(𝑥) para descobrir uma função ℎ que se aproxime da função
verdadeira 𝑓. Os valores de 𝑥 e 𝑦 não necessariamente precisam ser números, logo, podem
assumir quaisquer valores e a função ℎ é uma hipótese.
Para medir a precisão de uma hipótese, é preciso fornecer um conjunto de testes de
exemplos que são diferentes do conjunto de treinamento (RUSSELL; NORVIG, 2013). O
conjunto de treinamento e teste, pode ser definido utilizando uma técnica chamada validação
cruzada em k-pastas (do inglês k-fold cross-validation) (CASTRO; FERRARI , 2016).
A validação cruzada, é uma técnica que divide a base de dados em conjuntos de
treinamento e teste. Essa técnica tem como objetivo avaliar a capacidade de predição do modelo
através da aleatoriedade dos conjuntos (CASTRO; FERRARI , 2016) (STONE, 1974). Na
Figura 1 é apresentado um exemplo da validação cruzada com 𝑘 = 10𝑓𝑜𝑙𝑑.
Modelos
Dada a importância da AM para a resolução de inúmeros problemas nas mais diferentes
áreas, uma grande variedade de modelos de AM podem ser encontradas na literatura. Dentre
eles, destacam-se: Árvore de decisão, K-NN e o Naive-Bayes, vistos a seguir.
• Arvore de Decisão: sua estrutura é organizada em forma de árvore, em que o nó
mais elevado da árvore é conhecido como nó raiz e os nós internos correspondem as
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Métricas de Avaliação
É importante levar em consideração métricas que possibilitem fazer a medição e
avaliação do desempenho de cada um desses modelos. Segundo Faceli et al., (2018) é
recomendável seguir procedimentos que garantam a corretude, a validade e a execução dos
experimentos realizados. Essa avaliação pode ser realizada segundo diferentes aspectos, tais
como: acurácia, tempo de aprendizado e outros (FACELI et al., 2018). Dentre as principais
métricas de avaliações disponíveis na literatura para problemas de classificação, encontram-se:
a acurácia, a matriz de confusão, a precisão, o recall e o F1-Score, vistos a seguir.
• Matriz de confusão: uma matriz de confusão é, normalmente, aplicada em um
problemas de classificação e permite uma melhor compreensão dos modelos,
dividindo os resultados em quatro tipos, sendo eles: Verdadeiro Positivo (VP),
Verdadeiro Negativo (VN), Falso Positivo (FP) e Falso Negativo (FN) (FACELI et
al., 2018).
• Acurácia: a acurácia, está relacionada com o número de classificações corretas
dividido pelo número total de classificações (CASTRO; FERRARI , 2016).
• Precisão: é uma métrica utilizada para especificar a qualidade ou exatidão do modelo
e a proporção de exemplos positivos classificados corretamente entre todos aqueles
preditos como positivos e leva em consideração os valores de Verdadeiro Positivo
(VP) e Falso Positivo (FP) (FACELI et al., 2018) (CASTRO; FERRARI , 2016).
• Recall: é uma métrica que corresponde a taxa de acertos na classe positiva dos
valores que foram classificados corretamente, para determinar seu valor a quantidade
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
de valores Verdadeiro Positivo (VP) e Falso Negativo (FN) são utilizados (FACELI
et al., 2018).
• F1_Score: essa métrica considera a precisão e o recall, em um intervalo entre 0 e 1,
com o objetivo de analisar o desempenho dos resultados obtidos (CASTRO;
FERRARI , 2016).
TRABALHOS RELACIONADOS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho é composta por seis etapas: I) análise das
informações da base de dados original; II) pré-processamento dos atributos da base de dados;
III) relação existente entre os atributos; IV) redução da dimensionalidade e importância dos
atributos; V) definição de dados de treinamento e teste; e VI) definição, construção e validação
dos modelos. Cada uma dessas etapas são descritas a seguir.
Base de Dados
Para este trabalho será utilizada uma base de dados (THABTAH, 2018a) proveniente
da plataforma kaggle1. O conjunto de dados é uma triagem de autismo realizada em crianças
que continham características pertinentes para determinação de traços autistas e inclui 1054
instâncias e 19 atributos.
1
https://www.kaggle.com
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
tratamento destes casos. Após isso, ao analisar os dados a partir do método duplicated verificou-
se a existência de 79 valores duplicados, com isso para realizar o tratamento desses dados
utilizou-se o método drop-duplicates com o objetivo de remover esses valores duplicados.
No processo de limpeza dos dados, identificou-se que o atributo relacionado a idade
(Age_Mons) das crianças era do tipo contínuo e especificava a idade em meses. Assim, com o
objetivo de melhorar os dados para aplicação das técnicas, de modo que todos os atributos
ficassem com o mesmo tipo, decidiu-se realizar a categorização desse atributos. Dessa forma,
a idade em meses das crianças foi categorizada em quatro grupos, sendo eles apresentados a
seguir:
• Crianças com menos de um ano - De 0 a 11 meses;
• Crianças com um ano - De 12 a 23 meses;
• Crianças com dois anos - De 24 a 35 meses;
• Crianças com três anos - De 36 a 47 meses.
Devido à alguns modelos apresentarem dificuldades para realizar o processamento de
valores de texto (nominais) diretamente, fez-se uma transformação das categorias em valores
numéricos, usando a função replace. Por fim, identificou-se a presença de dados
desbalanceamento no atributo classificatório (ClassASD_Traits). Segundo Azang e Gurgel
(2020), esse desbalanceamento pode ser definido pela pequena incidência de uma categoria
dentro de um conjunto de dados (classe minoritária) em comparação com as demais categorias
(classes majoritárias). Na maioria dos casos, isso faz com que tenha-se muitas informações a
respeito das categorias mais incidentes, e menos das minoritárias, o que pode, em muitos casos,
interferir no resultado dos modelos.
Saber lidar com dados desbalanceados é de suma importância para o desenvolvendo dos
modelos de AM. Assim, uma forma de remover o viés causado pela diferença de proporção das
categorias, consiste em manipular a quantidade de dados que são efetivamente utilizados,
tentando igualar o número de observações entre as classes (AZANK; GURGEL, 2020). Há
diversas maneiras para resolver o problema de dados desbalanceados, dentre elas: o método
NearMiss, Undersampling, Smote e o Oversampling.
O método NearMiss, é um algoritmo que consiste em reduzir, de forma aleatória, os
exemplos da classe majoritária, selecionando os exemplos com base na distância. O
Undersampling é caracterizado por reduzir de forma aleatória os exemplos da classe
majoritária. O método smote consiste em gerar dados sintéticos (não duplicados) da classe
minoritária a partir de seus vizinhos. E o oversampling, é um método que consiste em replicar
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Após isso, fez-se uma análise para identificar se o nascimento de crianças com icterícia
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
também teria alguma relação. Nesse caso, observou-se que existe pouca relação do nascimento
com icterícia para a ocorrência do autismo, com menos de 100 casos, quando comparado com
os casos de crianças que nasceram sem icterícia apresentando uma maior quantidade de casos
(Figura 3).
Diante dessa análise, foi possível observar que o aparecimento dos traços do autismo,
ocorre com maior frequência em crianças do sexo masculino, com idade entre um e três anos.
Além disso, também foi possível identificar que o nascimento da criança com icterícia não tem
tanta relação com o aparecimento dos traços do autismo, de modo que o número de casos nesse
contexto é quase linear e menor do que o número de crianças com TEA que nasceram sem
icterícia.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Por fim, após a realização de todos esses procedimentos, a base gerada foi utilizada
como entrada para os modelos de aprendizagem de máquina. A seguir é apresentada a descrição
dos atributos da base.
• A1 [Seu filho olha para você quando você chama o nome dele?]
• A2 [É fácil para você manter contato visual com seu filho?]
• A3 [Seu filho aponta para indicar que quer algo?]
• A4 [Seu filho aponta para compartilhar interesse com você?]
• A5 [Seu filho finge?]
• A6 [Seu filho segue para onde você está olhando?]
• A7 [Se você ou outra pessoa da família está visivelmente chateada, seu filho mostra
sinais de querer confortá-los?]
• A8 [Você descreveria as primeiras palavras do seu filho como?]
• A9 [Seu filho usa gestos simples? (por exemplo, acenar adeus)]
• A10 [Seu filho não encara nada sem nenhum propósito aparente?]
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
• Age_Mons [Idade]
• Sex [Sexo]
• Ethnicity [Lista de etnias]
• Jaundice [Nasceu com icterícia]
Treinamento e Teste
Para testar e validar os modelos, utilizou-se o método de treinamento e teste baseado
em validação cruzada, estendendo o método k-fold (Seção 2) sendo k = 10. Assim, com o
objetivo de obter o melhor desempenho entre os modelos para o contexto do trabalho, levou-se
em consideração a acurácia média para todas as iterações e o desvio padrão, dado pela raiz
quadrada da variância dos dados, em que quanto mais próximo de zero melhor a
homogeneidade do conjunto de dados. Além disso, também levou-se em consideração a matriz
de confusão, a precisão, o recall e o F1-Score.
Definição do Experimento
Para realizar o experimento foram selecionados três modelos de aprendizado de
máquina para serem avaliados e encontrar o melhor resultado para o problema abordado. Os
modelos selecionados foram: Árvore de Decisão, K-NN e Naive Bayes, essa escolha se deu
pela ampla utilização desses modelos em problemas de classificação. Além disso, foi utilizado
a linguagem de programação Python, fazendo uso das bibliotecas scikit-learn, pandas, seboarn,
matplotlib e a ferramenta Colaboratory ou Colab do Google, para a realização do experimento.
Os resultados obtidos serão melhor discutidos na Seção 5.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a realização do experimento, inicialmente fez-se alguns etapas, tais como: análise
das informações da base de dados, pré-processamento dos atributos, identificação da relação
existente entre os atributos, redução da dimensionalidade, identificação da importância dos
atributos, definição dos dados de treinamento e teste e a definição do experimento. No
experimento fez-se a utilização dos modelos de Arvore de Decisão, K-NN e Naive Bayes, com
o objetivo de identificar qual apresentou os melhores resultados.
Após a realização dos experimentos obteve-se os resultados dos modelos sobre a base
de dados, por meio da avaliação do desempenho de cada um. Nas Figuras 4 e 5 são apresentados
os resultados da utilização dos modelos de forma individual com relação ao desvio padrão e a
acurácia média, respectivamente. Dada uma análise dos resultados obtidos, identificou-se que
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
os modelos apresentaram acurácias médias bem próximas, sendo o modelo Naive Bayes o que
apresentou a melhor média de acurácia, em torno de 93%. No entanto, quando comparado aos
outros modelos, o Naive Bayes foi o que apresentou o maior desvio padrão. O modelo de árvore
de decisão obteve uma acurácia e um desvio padrão próximo do Naive Bayes enquanto o K-
NN, foi o que apresentou a desvio padrão mais baixo.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Os resultados médios obtidos por cada uma das técnicas, calculados a partir das matrizes
de confusão, podem ser encontrados na Figura 5. Ao analisar as métricas apreentadas na Figura
6, infere-se que o algoritmo Naive Bayes foi capaz de fazer as melhores previsões de
verdadeiros positivos, ou seja, dos casos nos quais é possível identificar traços de autismo nas
crianças. O K-NN, mesmo com bons resultados para o valor da precisão em relação a previsão
correta dos traços do autismo, apresentou um baixo recall para fazer previsões na classe
positiva. Como esperado, os resultados da Árvores de Decisão foram bons, mas inferiores
quando comparado com outros algoritmos.
Diante do exposto, pode-se perceber que tanto o modelo K-NN como o Naive Bayes
apresentaram resultados bem semelhantes. Para identificar qual o modelo que apresentou
melhor resultado, também levou-se em consideração a matriz de confusão e o desvio padrão.
Nesse caso, o K-NN, devido ter apresentado o menor desvio padrão quando comparado com o
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Naive Bayes, foi o que apresentou melhor resultado, já que quanto maior o desvio padrão,
menos confiança pode-se ter na generalização alcançada pelo modelo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZANK, Felipe; GURGEL, Gustavo Korzune. Dados Desbalanceados — O que são e como
lidar com eles. 2020. Disponível em: https://medium.com/turing-talks/dados-desbalanceados-
o-que-s%C3%A3o-e-como-evit%C3%A1-los-43df4f49732b. Acesso em: 26 out. 2021.
CAETANO, Maria Vanuza; GURGEL, Daniel Cordeiro. Perfil nutricional de crianças
portadoras do transtorno do espectro autista. Revista brasileira em promoçao da saúde, v. 31,
n. 1, p. 1-11, 2018.
CALDAS, Gabriel et al. Rede MLP para auxílio ao diagnóstico do Transtorno do Espectro
Autista em Crianças e Adolescentes. Anais do Encontro de Computação do Oeste Potiguar
ECOP/UFERSA (ISSN 2526-7574), n. 4, 2020.
CASTRO, Leandro Nunes de; FERRARI, Daniel Gomes. Introdução à mineração de dados:
conceitos básicos, algoritmos e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2016.
CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na
família. Digitaliza Conteudo, 2020.
DA SILVA DORNELAS, Raquel; LIMA, Danielli Araújo. Análise de algoritmos de
aprendizagem de máquina para auxílio no diagnóstico do transtorno do espectro autista em
crianças. EnPE, v. 7, n. 1, 2020.
DE BRITO, Rhyan Ximenes; FERNANDES, Carlos Alexandre Rolim; AMORA, Márcio
André Baima. Análise de Desempenho com Redes Neurais Artificiais, Arquiteturas MLP e
RBF para um Problema de Classificação de Crianças com Autismo. iSys-Revista Brasileira de
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CAPÍTULO 17
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INTRODUÇÃO
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OBJETIVOS
1. Objetivo Geral
2. Objetivos Específicos
METODOLOGIA
Será uma pesquisa qualitativa, na Etec Dr. Celso Giglio, situada no município
de Osasco, onde temos os Curso Técnico Modular em Química, com os alunos do
segundo módulo em Química na disciplina de Química Ambiental,sendo no total 26
alunos, a pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2019, como temática
SOLO, sendo aplicado uma Sequência Didática com cinco etapas, envolvendo
disciplinas do primeiro módulo, ocorrendo uma interdisciplinaridade com
professores e alunos do módulo, número de parecer do CEP CAAE
96711318.30000.5473.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após realizarem todas as etapas da sequência didática, onde a primeira etapa foi
coleta do solo e demarcação da área, foi trabalhado a proporção direta matemática
e Química, onde haviam uma dificuldade de menor aprendizado na disciplina do
primeiro módulo em Físico-Química, já na segunda etapa trabalhamos o elemento
nitrogênio na sua totalidade, envolvendo tabela periódica, ligações química e suas
propriedades, já na terceira etapa realizamos o mapa mental do Ciclo do nitrogênio,
relacionando o nitrogênio na sua fixação e com o meio ambiente em relação a
chuva ácida, já na quarta etapa estudo do Método de Kjeldahl, para quantificar o
nitrogênio no solo da Etec, estudo das etapas deste método como: digestão,
destilação e titulação, na última etapa, como este método envolve a parte de
reações químicas, vidrarias utilizadas, segurança no processo e preparações de
soluções, conseguimos envolver várias disciplinas do primeiro módulo reafirmando
uma aprendizagem significativa e diminuindo as dificuldades citadas na plataforma
do CPS, como disciplinas consideradas de menor aprendizado. Como
fundamentação teórica foi baseado na Aprendizagem Significativa de Ausubel e
Aprendizagem Significativa Crítica de Marcos Moreira.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D.P. (1968). Educational psychology: a cognitive view. New York, Holt,
Rinehart and Winston.
.
BISSANI, C. A. et al. Fertilidade dos solos e manejo da adubação de culturas. 2.
ed. Porto Alegre: Metrópole, 2008. 344 p.
BLOOM,B.S.; Hastings,J.T.; MADAUS,G.F. Manual de Avaliação Formativa e
Somativa do Aprendizado Escolar. S. Paulo ; Livraria Pioneira Editora, 1983.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 18
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
REGISTROS DO CÉU
A astrofotografia tem sua origem advinda da fotografia, que surgiu por volta do início
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 1. Evolução das astrofotografias. Recorte do fôlder “Astronomia e Astrofotografia: Uma janela para o
Ensino de Ciências” (material didático).
Segundo Ferreira e Furtado (2019) astrofotografia pode ser entendida como sendo “um
método de captura de eventos, fenômenos e objetos celestes, a partir do uso de equipamentos
fotográficos. A astrofotografia se dá através de um processo, sistemático e com pré-requisitos
técnicos, práticos e teóricos”.
Ainda assim, o astrônomo brasileiro Ronaldo Mourão (1987) define em seu Dicionário
Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, que a astrofotografia nada mais é que “a aplicação
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 2. Esquerda: Placa fotográfica da galáxia de Andrômeda de 1923 (45 min de exposição)
capturada por Edwin Hubble. Direita: O Telescópio Espacial Hubble revisitou a famosa estrela variável
Cefeida V1 do Hubble entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011.
Fonte: Esquerda: Cortesia Observatórios Carnegie. Direita: NASA; ESA; Hubble Heritage Team (STScI/AURA);
Agradecimento: R. Gendler. Disponível em: https://www.nasa.gov/content/about-story-edwin-hubble.
Com o surgimento das primeiras câmeras digitais, nos anos 60, tal feito possibilitou que
a Agência Espacial Norte Americana (NASA) utilizasse a nova tecnologia numa missão
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
espacial, no auge da corrida espacial. Uma câmera fotográfica digital foi utilizada na missão
Mariner IV ao planeta vermelho Marte, que foi a primeira sonda a tirar fotos da superfície
marciana, em 1965. Ao todo foram 22 fotografias tiradas pela sonda em seu sobrevoo (fly-by)
e transmitidas de volta à Terra (VILLEGAS, 2009).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
as principais mudanças tecnológicas dos sécs. XIX e XX (FERREIRA & FURTADO, 2019).
A dimensão da astrofotografia nas ciências e em diversos campos de estudo vai além da
sua representação gráfica, ilustrativa ou de seu caráter científico, pois além de serem um registro
verossímil da realidade e dos acontecimentos, podem ser excelentes recursos pedagógicos, tanto
multidisciplinares quanto interdisciplinares, principalmente para ensinar ciências, astronomia e
áreas correlatas. Saber aproveitar esses recursos, por exemplo em sala de aula (aulas de ciências,
de física, de química, de matemática, etc.) e em outros contextos, dão oportunidade para uma
percepção diferenciada e uma abordagem precisa da realidade.
Para se obter uma noção do panorama da aplicação e difusão da astrofotografia, em
diversos contextos e áreas, foi elaborada uma tabela (Tabela 1) a partir de 5 eixos temáticos
(indicadores), sendo eles: Meio digital (MD), meio impresso (MI), meios e ambientes de
divulgação (DIV), meios e ambientes de ensino, pesquisa e extensão (EPE) e, por fim, meios
de entretenimento e notícias (ETN).
Podemos tomar como exemplo espaços formais e não formais de aprendizagem em
ciências e astronomia, para ressaltar a presença de astrofotografias em diferentes contextos e
locais, como no Planetário de Brasília, por exemplo, que tem sua história consolidada e de
grande importância para a divulgação e acesso de conteúdos de ciências e de astronomia ao
público geral.
Tabela 1. Diferentes áreas e contextos onde são encontradas e utilizadas astrofotografias.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Outro exemplo mundial do uso das astrofotografias como meio de divulgação, ensino e
entretenimento aconteceu durante o ano internacional da astronomia (IYA, 2009), com a
exposição científica pública intitulada “Da Terra para o Universo” (em inglês From Earth to
the Universe - FETTU), com painéis e astrofotografias disponíveis para impressão e exibição
gratuita. Essa exposição foi realizada em diversos continentes e cidades e alcançou públicos em
escala global. Arcand e Watzke (2009) desenvolveram pesquisas e publicaram artigos
direcionados à ciência pública (em inglês Public Science) a partir do projeto e exposição “Da
Terra para o Universo”.
A exposição científica pública “Da Terra para o Universo”, de impacto mundial, se
encontra atualmente em exibição no Planetário de Brasília e atinge visitantes de todos os estados
brasileiros, estrangeiros e de diversas escolas do Distrito Federal. No Planetário de Brasília a
maior parte das visitas são guiadas e seguem um roteiro de apresentação, majoritariamente por
monitores educacionais da área de ciências naturais.
Figura 6. Painéis da exposição “Da Terra para o Universo”, do ano internacional da astronomia (IYA, 2009),
expostos no Planetário de Brasília.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 7. Recurso pedagógico “Linha do espaço-tempo: Uma viagem pelo Sistema Solar”, no Planetário de
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Brasília.
Uma das diferenças notáveis entre os PCN e a BNCC, na visão de Carvalho e Ramos
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
(2020), está:
(...) na maior variedade de conteúdos distribuídos ao longo do Ensino Fundamental e
Médio presentes na BNCC ... Em relação às Ciências da Natureza, pela primeira vez
aparecem conteúdos relacionados à astronomia para serem trabalhados desde a
Educação Infantil ... Na BNCC, a área de Ciências da Natureza do Ensino
Fundamental está estruturada em 3 Unidades temáticas: “Matéria e Universo”, “Vida
e Evolução” e “Terra e Universo”, que aparecem em todos os anos. Dentro delas estão
os objetos de conhecimento, entendidos como “conteúdos, conceitos e processos”
(CARVALHO & RAMOS, 2020, p. 90 ).
Tabela 2. Objetos de conhecimento do eixo “Terra e Universo” a cada ano do Ensino Fundamental.
1° Escalas de tempo
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RECURSOS PEDAGÓGICOS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
ressalta que:
(...) a astrofotografia como recurso didático, para ensinar ciências e astronomia se
mostra relevante uma vez que tal tema se revela pouco presente ou escasso na
literatura, assim como pouco conhecido, abordado ou aplicado por profissionais da
área da educação. É percebida a falta de recursos, direcionamento e propostas
relacionadas às práticas a partir do uso de astrofotografias. Além disso, contribui para
novas estratégias, práticas e metodologias englobando as astrofotografias ... serve de
aporte para uma melhor definição e direcionamento da astrofotografia como recurso
didático (FERREIRA, 2021, p. 76).
Nesse contexto, alguns trabalhos e pesquisas direcionadas ao uso e aplicação da
astrofotografia como recurso pedagógico estão sendo, aos poucos, implementadas e adotadas
nas práticas educacionais e em diversos ambientes. Tal realidade pode ser considerada recente,
quando comparada a dos anos 90 ou até mesmo dos anos 2000. As pesquisas, os métodos e a
aplicação da astrofotografia como recurso pedagógico, a partir das óticas de Amaral (2019),
Ferreira (2021), Ferreira e Furtado (2019, 2021, 2022 no prelo), Ribeiro (2019), Sant’Anna
(2020), Silva (2016) e Silva Jr (2014), agregam para uma melhor compreensão das qualidades,
potencialidades e possibilidades pedagógicas das astrofotografias.
Num quadro geral sobre a situação brasileira em educação em astronomia, e por
conseguinte do uso de astrofotografias, uma categoria merece destaque, que é a dos materiais
didáticos, recursos pedagógicos, que incluem (Ver tabela 1): apostilas de cursos de extensão e
formação continuada; livros didáticos e paradidáticos; revistas de divulgação especializadas em
astronomia; sites específicos que abordam conteúdos de astronomia; etc. (LANGHI & NARDI,
2012).
MULTIDISCIPLINARIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
uma mesma e única disciplina ou por várias delas ao mesmo tempo ... ultrapassa as
disciplinas, mas sua finalidade continua inscrita na estrutura da pesquisa
disciplinar (NICOLESCU et al. apud BICALHO & OLIVEIRA, 2011, p. 7).
Já Dellatre (2006) ressalta que multidisciplinaridade está ligada a:
(...) uma simples associação de disciplinas que concorrem para uma realização
comum, mas sem que cada disciplina tenha que modificar significativamente a sua
própria visão das coisas e dos próprios métodos (DELLATRE, 2006 apud
BICALHO & OLIVEIRA, 2011, p. 8).
Para Domingues (2005) as experiências multidisciplinares podem ser divididas em:
a) aproximação de diferentes disciplinas para a solução de problemas específicos; b)
diversidade de metodologias: cada disciplina fica com a sua metodologia; c) os
campos disciplinares, embora cooperem, guardam suas fronteiras e ficam imunes ao
contato (DOMINGUES, 2005 apud BICALHO & OLIVEIRA, 2011, p. 8).
A multidisciplinaridade é amplamente utilizada por professores, astrônomos e
profissionais da área da educação, por carregar características histórico-científico-culturais e
seguir os passos da objetividade, do empirismo e também da lógica clássica de visão de mundo,
da fragmentação do saber, assim como da resolução de problemas, compartilhamento e
transmissão de conhecimentos, de conteúdos, etc. (BICALHO & OLIVEIRA, 2011).
Acerca do termo interdisciplinaridade Bicalho e Oliveira (2011) ressaltam que,
morfologicamente, “inter” significa “reciprocidade” e nas palavras de Gusdorf (1990) “a
interdisciplinaridade supõe abertura de pensamento, curiosidade que se busca além de si
mesmo” (GUSDORF, 1990 apud BICALHO & OLIVEIRA, 2011).
Para Marcondes e Japiassu (1993), de acordo com Bicalho e Oliveira (2011),
interdisciplinaridade é um:
(...) método de pesquisa e de ensino susceptível de fazer com que duas ou mais
disciplinas interajam entre si, esta interação podendo ir da simples comunicação das
ideias até a integração mútua dos conceitos, da epistemologia, da terminologia, da
metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa
(MARCONDES; JAPIASSU, 1993 apud BICALHO & OLIVEIRA, 2011, p. 11).
Nas palavras de Langhi e Nardi (2012) a astronomia - assim como a astrofotografia - “é
altamente interdisciplinar, motivadora e popularizável ... portanto, o ensino de astronomia deve
ser tratado de tal maneira, que contemple temas transversais, privilegiando, assim, a
interdisciplinaridade inerente à astronomia ... por se tratar de um assunto que desperta a
curiosidade dos estudantes”.
No caráter multidisciplinar a astrofotografia compreende a integração de diversas
disciplinas, como astronomia, astrofísica, geografia, física, história, matemática, inglês, etc.,
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assim como de diversos conteúdos e conhecimentos, tais como observação do céu, localização
dos planetas e corpos celestes, história e periodicidade das constelações, movimento aparente
e diurno, classificação espectral das estrelas, magnitude e distância das estrelas, galáxias e
objetos do céu profundo, sistemas de lentes e telescópios, conceitos de fotografia, tratamento e
edição de imagens, etc.
Já no âmbito interdisciplinar a astrofotografia compreende novas possibilidades de
interações entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, visando o diálogo,
a troca, o envolvimento em relação às atividades, eventos, projetos, etc. de ciências e
astronomia.
As potencialidades do uso da astrofotografia como recurso pedagógico são notáveis,
pois são capazes de enriquecer o aprendizado de conceitos de ciências, de astronomia e áreas
afins, especialmente quando se envolve a interdisciplinaridade como mediadora desse processo
de troca e de interação, entre os sujeitos envolvidos na etapa de construção do conhecimento
(FERREIRA, 2021).
Por fim, Ferreira e Furtado (2022, no prelo) ressaltam que a astrofotografia, como
recurso pedagógico:
(...) pode ser aplicado em diferentes níveis e etapas educacionais, como no ensino
fundamental, médio e até no ensino superior. Capaz de englobar diversos
componentes curriculares, como: ciências; projeto interdisciplinar; física; química;
história; artes; filosofia; tópicos especiais em educação e recursos didáticos; ensino
de física e ciências; estágios supervisionados; etc. Da mesma forma, sua aplicação em
diversos contextos e eventos educacionais, e também científicos, como em: feiras de
ciências; simpósios; encontros; planetários; clubes e eventos de astronomia (internos
e externos); reuniões; semanas universitárias; escolas; aulas preparatórias para a
OBA; etc. Sendo possível atender uma ampla faixa etária e abranger uma extensa
gama de possibilidades de sua aplicação (FERREIRA & FURTADO, 2022, no prelo).
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Em sua pesquisa inicial Silva (2016) focou na construção, estrutura e disposição dos
conteúdos do site, deixando sua finalização para pesquisas futuras e atividades de pós-
graduação. Portanto, serve de base e contém algumas páginas finalizadas, sendo elas:
6º ano: Planetas do sistema solar; Terra primitiva; Atmosfera da Terra; Biosfera; Movimentos
da Terra; Estações do ano; Clima; Solos; Água; Poluições;
7º ano: Universo em detalhes; Características dos planetas do sistemas solar; Escala, distâncias,
tamanhos e tempo; Seres vivos e biosfera;
8º ano: Dinâmica do Sol;
9º ano: Do macro ao micro; Gravitação universal.
Anos iniciais: Universo.
Figura 9. Página do 7º ano, características dos planetas do sistema solar, Júpiter - o gigante gasoso.
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Proposta de atividade: A partir do site, o professor pode solicitar aos estudantes que acessem as
páginas e selecionem algum tema, e.g. "Características dos planetas do sistema solar", e
escolham no mínimo três astrofotografias do respectivo tema. Em seguida, solicitar aos
estudantes que pesquisem sobre o tema e astrofotos escolhidas e apresentem para os colegas,
para outras turmas ou para professores de outras disciplinas, como geografia, matemática,
história, etc.
Objetivos: Explorar as características dos corpos celestes a partir de astrofotografias; Aprender
sobre o Universo, o Sistema Solar, a Terra e suas interações; Navegar e conhecer um ambiente
didático virtual.
Público-alvo: Ensino fundamental, anos iniciais e finais; Ensino médio.
Metodologia: Multidisciplinar e interdisciplinar.
Conteúdos relacionados: Astronomia; Universo; Sistema solar; Característica dos planetas;
Movimentos da Terra; Estações do ano; Atmosfera terrestre; Clima da Terra; Dinâmica solar;
Evolução da Terra; Biosfera; Ciclo da água; Concepção de escala, Do macro ao micro.
Características: Ambiente didático virtual composto de astrofotografias, imagens e vídeos via
banco de dados e internet.
Abordagem: Expositiva; Uso online ou através de smartphones em sala de aula ou atividade
extraclasse; Uso de laboratório de informática.
Procedimentos: Entrar no site https://sites.google.com/site/guiauniversarium/ e encontrar os
conteúdos no menu à esquerda. Baixar as astrofotos e utilizar em sala de aula, como questões
de provas, atividades ou como divulgação entre os estudantes ou professores.
Tempo necessário: 30 a 45 minutos.
Figura 10. Sugestão de apresentação dos temas relacionados às astrofotografias do recurso pedagógico “Bingo
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Universarium”.
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Em 2015, foi proposto ao Programa AEB Escola da Agência Espacial Brasileira (AEB)
uma oficina a partir de astrofotografias para ensinar ciências, astronomia, etc. como forma de
recursos pedagógicos a serem utilizados em eventos locais, regionais e nacionais, tais como:
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), Reuniões Anuais da SBPC, Semana
Universitária (UnB/FUP), Colônia de Férias do Planetário de Brasília, Jornada Espacial
(AEB/OBA/INPE), etc.
O recurso pedagógico astrofotográfico “Brincando com as constelações de inverno e
verão” consiste numa astrofotografia impressa em alta qualidade e uma folha de acetato
transparente, contendo as artes das constelações, que correspondem à região das
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 12. Aplicação do recurso pedagógico astrofotográfico “Brincando com as constelações de inverno”.
Figura 13. Folder “Astronomia e Astrofotografia: Uma janela para o Ensino de Ciências”.
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interessante, que reúne informações de diversas missões espaciais, num layout atraente e de
fácil navegação, é o https://spaceprob.es/, criado por duas cientistas, da NASA e do Instituto
SETI, Ariel Waldman e Lisa Ballard, que utilizam dados da Rede de Espaço Profundo (em
inglês Deep Space Network - DSN). Vale lembrar que o site pode ser traduzido para português
(pt-BR).
Figura 14. Processo de construção do recurso pedagógico “Linha do espaço-tempo: Uma viagem pelo Sistema
Solar”, no Planetário de Brasília.
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AstroBin
AstroBin é um site que hospeda astrofotografias de astrofotógrafos profissionais e
amadores do mundo inteiro. Nesse site é possível explorar diversos corpos celestes: planetas,
nebulosas, galáxias, aglomerados estelares, etc. A página de busca das astrofotografias está
disponível em https://www.astrobin.com/search/?d=i.
ESA Sky
ESA Sky é uma plataforma online de pesquisa da Agência Espacial Europeia (ESA) a
partir de astrofotografias, dados de missões espaciais, de diferentes objetos do céu profundo e
em diferentes comprimentos de onda. Além disso, ESA Sky é uma aplicação para Web de
ciência aberta onde é possível baixar astrofotografias e dados científicos de alta qualidade. Na
plataforma é possível visualizar, em escala e referenciadas, diversas astrofotografias capturadas
pelos telescópios espaciais, e.g. Hubble.
Tutorias realizados pela ESA de como utilizar a plataforma ESA Sky podem ser
acessados em https://www.cosmos.esa.int/web/esdc/esasky-how-to.
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Figura 16. Nebulosa de Órion (M42) vista na plataforma online ESA SKY.
Stellarium
Stellarium é um aplicativo astronômico open source para visualizar o céu, as
constelações e objetos do céu profundo. Trata-se de um simulador do céu, dos objetos
astronômicos e dos acontecimentos celestes. Contém informações astronômicas e astrofísicas
detalhadas, assim como diversas ferramentas e calculadoras de eventos celestes.
Diversos materiais e vídeo-aulas sobre como usar e sua aplicabilidade estão disponíveis
na internet. Por exemplo, a vídeo-aula do Prof. Canalle da Olimpíada Brasileira de Astronomia
e Astronáutica - OBA, que explica seu uso e ferramentas, disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=7rStTehBAcM.
A versão online, para navegador, Stellarium Web pode ser acessada em
https://stellarium-web.org/. O Stellarium possui, também, uma versão para smartphones e
tablets.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 17. Galáxia de Andrômeda (M31) vista pelo aplicativo astronômico Stellarium Web.
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NASA's Eyes
NASA's Eyes é um recurso imersivo 3D da NASA para a exploração da Terra, do
sistema solar, de asteroides, de missões espaciais, de exoplanetas e de missões em Marte. Pode
ser acessado em https://eyes.nasa.gov/. O NASA’s Eyes possui, também, uma versão para
smartphones e tablets.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Proposta de atividade: A partir dos materiais e programas listados é possível elaborar uma aula
sobre temas astronômicos envolvendo o uso das astrofotografias para descrever os diversos
fenômenos celestes e a composição do Universo, e.g. estrutura do Sol, composição das
nebulosas, tamanhos e distâncias dos planetas, missões espaciais, estrelas próximas e a estrutura
da Via Láctea, etc. Outra possibilidade será projetar em sala de aula, para a turma, uma espécie
de tour ou viagem pelos corpos celestes e abordar em tempo real sobre as dinâmicas e
características astronômicas. É possível também solicitar aos estudantes que acessem os links
dos recursos pelo smartphone ou tablet, para acompanharem e conhecerem os conteúdos,
astrofotografias, possibilidades, etc. Para o sistema solar, planetas e asteroides é recomendado
utilizar o Solar System Scope, NASA’s Eyes, AstroBin e FETTU. Já para nebulosas, galáxias
e objetos do céu profundo o ESA Sky, Stellarium, AstroBin e Universo Incrível. Para a
observação do céu, efemérides e constelações: Stellarium e Solar System Scope. Para missões
espaciais: NASA’s Eyes e Solar System Scope. É aconselhado trabalhar com dois ou mais
recursos para elaborar as aulas ou dinâmicas em sala de aula, a fim de apresentar aos estudantes
novos recursos e visões de mundo. Finalmente, utilizar as astrofotografias e recursos como
questões de provas, lista de exercícios, trabalhos, etc.
Objetivos: Apresentar a estrutura do Universo, do sistema solar e dos planetas; Introduzir
noções de escala de distância e de tamanho do sistema solar, das galáxias, nebulosas e do
Universo; Trabalhar com recursos didáticos virtuais; Utilizar simuladores de astronomia e
ciências em sala de aula.
Público-alvo: Ensino fundamental, anos iniciais e finais; Ensino médio; Ensino superior;
Público geral.
Metodologia: Multidisciplinar e interdisciplinar.
Conteúdos relacionados: Astronomia; Astrofísica; Cosmologia; Sistema solar; Planetas;
Estrutura dos planetas; Asteroides; Missões espaciais; Imagens do céu profundo; Galáxias;
Nebulosas; Observação do céu; Constelações; Observatórios.
Características: Sites, simuladores astronômicos e exposições baseadas em astrofotografias e
imagens.
Abordagem: Expositiva; Interativa; Uso de projetor; Uso de laboratório de informática; Uso de
smartphones e tablets.
Procedimentos: Acessar o link do recurso escolhido (site, programa, exposição, etc.), em
seguida salvar as imagens em um diretório, por último apresentar ou projetar as astrofotografias,
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 20. Mural com fotos de atividades desenvolvidas com estudantes de uma escola pública de Brasília/DF.
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Figura 21. Exemplo de atividades propostas aos estudantes, após as aulas preparatórias para a OBA, envolvendo
astrofotografias.
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naturais/da natureza. Nesse sentido, é necessário um estudo que contemple esses e outros
quesitos acerca da astrofotografia, além de propostas e aplicações, em pequena e larga escala,
que validem e fomentem seu uso, nos âmbitos da pesquisa, do ensino e da extensão.
Durante a oficina “Fotografia e astrofotografia: O que é, como é feita e para que serve?”,
de Ferreira e Furtado (2019), realizada em 2018 no III Congresso Nacional de Ciências
Naturais/da Natureza (III CONCINAT), foi percebida uma nítida defasagem dos estudantes de
graduação e egressos dos cursos de Ciências Naturais/da Natureza de diversas localidades,
acerca do conhecimento da natureza da astrofotografia, seus métodos e principalmente sobre
sua aplicabilidade no contexto educacional, e.g. como recursos pedagógicos multi e
interdisciplinares.
A pesquisa e o desenvolvimento de recursos pedagógicos multidisciplinares e
interdisciplinares a partir da astrofotografia, merecem atenção e são relevantes, principalmente
para o ensino de ciências e para a educação em astronomia. Nesse contexto, num primeiro
momento, é necessário estabelecer critérios, bases teóricas, métodos e recursos consolidados
acerca da astrofotografia como recurso pedagógico e, posteriormente, sua implementação de
forma multi e interdisciplinar. Num segundo momento, estudar os impactos e implicações da
astrofotografia como recurso pedagógico nos contextos educacionais, como em ambientes
formais e não formais de aprendizagem em ciências e astronomia, por exemplo.
Afinal, a astrofotografia quando trabalhada de forma multi e interdisciplinar, em
ambientes formais e não formais de aprendizagem em ciências e astronomia, tem o potencial
de contribuir para uma melhor compreensão e assimilação de conteúdos de ciências e
astronomia, que por vezes se mostram demasiados complexos ou incompreensíveis pelos
estudantes e pelo público geral. Essa aproximação, ponte, diálogo, estratégia, etc., pode ocorrer
através da elaboração e aplicação de um recurso pedagógico multi e interdisciplinar que envolva
a astrofotografia, por exemplo.
CONCLUSÃO
O papel da astrofotografia nos dias atuais se aproxima do caráter das imagens científicas
e cada vez mais está se aproximando dos contextos educacionais, migrando do campo
puramente observacional, técnico-científico e amador para as mãos dos profissionais da
educação, dos estudantes e do público geral, através de materiais impressos e digitais, sites,
redes sociais, programas para PC e aplicativos para smartphones.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARCAND, K. K. & WATZKE, M. On the Journey From Earth to the Universe. Communicating
Astronomy with the Public Journal, v. 7, n. 10, 2009. Disponível em:
https://www.capjournal.org/issues/07/07_10.pdf. Acesso em: 10 dez. 2021.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
ESO. Awesome Universe. 50th anniversary of the European Southern Observatory (ESO).
2012. Disponível em: https://www.eso.org/public/products/mountedimages/list/8/. Acesso em:
10 dez. 2021.
IYA. Tour the Images. From Earth to the Universe. Internation Year of Astronomy, 2009.
Disponível em: http://www.fromearthtotheuniverse.org/tour_images.php. Acesso em: 10 dez.
2021.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
NASA. NASA Hubble Space Telescope. Hubble's Messier Catalog. Disponível em:
https://www.flickr.com/photos/nasahubble/albums/72157687169041265. Acesso em: 10 dez.
2021.
NASA JPL. Student Project: Make a Scale Solar System | NASA/JPL Edu. 2021. Disponível
em: https://www.jpl.nasa.gov/edu/learn/project/make-a-scale-solar-system/. Acesso em: 10
dez. 2021.
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APÊNDICE
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Variantes de jogabilidade
Professor versus estudantes (individual): nesta modalidade o professor interage com a
turma, propondo três etapas de jogo relacionadas aos níveis de complexidade das estruturas
presentes nas imagens selecionadas. A primeira etapa consiste na apresentação das imagens de
menor complexidade, na segunda etapa as de média complexidade e na terceira etapa as de alta
complexidade. Podemos tomar como exemplo algumas das imagens da Figura 11: montanha,
nuvem, aurora, Júpiter, Sol, nebulosa, galáxia, universo, etc. O professor pode pedir para que
os estudantes preparem suas cartelas, possibilitando um jogo justo. Para uma dinâmica
diferenciada é aconselhado a divisão dos estudantes em quatro grandes grupos (Figura 22).
Estudantes versus estudantes (em grupo): nesta modalidade o professor exerce a função
de mediador. A sala é dividida em dois ou três grandes grupos, ficando a critério do professor,
para que os estudantes compitam entre si. São permitidas 3 cartelas por grupo e o jogo funciona
numa espécie de “melhor de três”, vence o grupo que completar mais cartelas ou alcançar o
maior número de acertos.
Rotativa em grupos (individual): nesta modalidade os estudantes interagem através dos
grupos. Ao longo do jogo os estudantes devem se reorganizar nos respectivos “grupos de
acerto”. A sala é dividida em quatro quadrantes (Figura 22). Até 2 acertos todos os estudantes
permanecem no mesmo grupo do início do jogo. O primeiro quadrante é destinado aos que
obtiveram de 3 a 4 acertos, o segundo quadrante aos que obtiveram de 5 a 6 acertos, o terceiro
quadrante aos que obtiveram de 7 a 8 acertos e o quarto quadrante aos que obtiveram mais de
9 acertos. Vencem o jogo os estudantes que conseguirem chegar ao quarto quadrante.
4º 1º
3º 2º
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Tabela 3. Tabela com as distâncias e escala dos objetos do sistema solar, para a confecção do recurso pedagógico
“Linha do espaço-tempo: Uma viagem pelo Sistema Solar”.
Voyager 1 22.845.000.000 km 31 m
Fonte: Autoria própria.
Para utilizar outra escala, por exemplo de 20 metros ou 50 metros, basta utilizar “regra
de três” com os valores disponíveis, das distâncias e escala dos planetas e objetos, na Tabela 3.
Interessante, também, compartilhar e envolver os professores de matemática, de
educação física e de línguas, e.g. inglês, para elaborarem um projeto interdisciplinar, disposto
ao longo da quadra de esportes, ou no pátio da escola, por exemplo. Vale lembrar que, quanto
maior a escala, maior será a interação e a noção de dimensionalidade e dispersão dos objetos e
planetas do sistemas solar.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Tabela 4. Tabela com as informações de distância em tempo-luz, para a confecção do recurso pedagógico “Linha
do espaço-tempo: Uma viagem pelo Sistema Solar”.
Para calcular a distância em tempo-luz, do Sol até determinado objeto, basta utilizar
“regra de três” com os valores disponíveis das distâncias e de tempo-luz dos planetas e objetos,
da Tabela 4. Vale lembrar que o termo “tempo-luz” está relacionado à distância e não a tempo,
como o imaginário social e público geral idealizam ou reproduzem, erroneamente.
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ANEXOS
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CAPÍTULO 19
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INTRODUÇÃO
O ensino de Física também foi atingido pela pandemia do COVID 19 que acentuou a
necessidade de implantar o ensino remoto no Brasil. Tal fato mostrou as deficiências
estruturais da educação no Brasil já que não há disponibilidade de internet para alunos que
não residem em grandes centros urbanos além da falta de capacitação do docente para o uso
de ferramentas tecnológicas. Outros aspectos a serem resolvidos no ensino remoto consistem
na segurança de dados com possibilidade de plágio durante as avaliações bem como a falta da
presença física do professor para orientar os alunos.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
O objetivo deste trablho consiste em mostrar de que forma pode haver aprendizagem
significativa de Física através do uso de ferramentas tecnológicas. Entre estas destacam-se: i)-
Google meet para apresentação de vídeo-aula; ii ) - mural virtual (“ padlet”) para execução de
exercícios durante a aula; iii) - Google classroom para disponibilizar conteúdo e controle de
frequência e notas dos alunos; iv ) – Canva para apresentação da aula com desenvolvimento
do cálculo referente ao assunto abordado na vídeoaula
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
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O aspecto mais importante que determina a aprendizagem do aluno é aquilo que ele já
sabe como foi ressaltado por Moreira ao comentar a teoria ausubeliana (MOREIRA e
MASINI, 2002., p.7). Há uma definida estrutura de conhecimento do indivíduo na qual
qualquer nova informação será “acomodada” nessa estrutura quando interage com os
conceitos subsunçores. O termo subsunsor (ideia âncora) se refere a um conceito
(ideia/proposição) mais ampla, que funciona como ancoradouro na estrutura cognitiva, para
outros conceitos no processo de assimilação (MOREIRA e MASINI, 2002. p.104). Cabe aqui
comentar que esta palavra (subsunsor) não existe em português, é uma tentativa de se traduzir
subsumer do inglês.
Na verdade, esse termo não traduz de forma satisfatória o processo aqui descrito, já que
para a aprendizagem significativa o processo de aquisição da informação é dialético, de modo
que a nova informação (ideia/ conceito) modifica e é modificado na estrutura cognitiva.
Ausubel assim esclarece: “O processo de vincular novas informações a segmentos
preexistentes da estrutura cognitiva é conhecido como subsunção”(AUSUBEL, 1978, pp.38-
41 ). Neste trabalho, o processo de relacionar a nova informação aos segmentos pré-existentes
na estrutura cognitiva é tomado como subsunção. A aprendizagem significativa ocorre quando
as seguintes condições básicas são preenchidas: o material a ser aprendido é potencialmente
significativo para o aprendiz; o aprendiz deve manifestar uma disposição de relacionar o novo
material de maneira substantiva e não arbitrária a sua estrutura cognitiva.
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E ainda:
Estes elementos foram apresentados isolados para maior clareza do leitor e não podem
ser considerados isoladamente como ressalta Moreira (MOREIRA e MASINI, 2002, p.97):“A
diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa são, portanto, processos que resultam e
que ocorrem simultaneamente com a aprendizagem significativa, bem caracterizando a
dinamicidade da proposição ausubeliana”.
METODOLOGIA
O desenvolvimento de aulas online depende não apenas de um programa para vídeo
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professores para que saibam utilizar esta plataforma de maneira eficiente e produtiva para os
alunos. Tal aspecto torna o Google classroom uma plataforma acessível para ser aplicada em
Figura 1. Criação da sala de aula virtual no Google classroom: A ) – Página inicial do Google em que a seta
indica onde se deve clicar para ter acesso ao programa; B ) – Turmas criadas para o desenvolvimento deste
trabalho indicadas por uma seta na figura.
(A) - (B) -
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Esta plataforma tem sido utilizada principalmente pela sua interface gráfica com modelos
disponíveis gratuitamente. Embora haja atualmente versões da Canva para educação, este não
é tão acessível em todas as plataformas como o Google classroom. Há a possibilidade na
Canva de interagir diretamente com o aluno durante a aula através de modelos disponíveis de
melhor qualidade estética do que a encontrada em outros programas e que são gratuitos.
A Canva Pro disponibiliza uma capacidade de armazenamento de até 100 GB e um
banco de imagens de aproximadamente 75 milhões de fotos, 3 mil fontes diferentes e 420 mil
modelos (GARRET,2020). Com estes recursos, a Canva possibilita uma estética visual que
atrai a atenção do aluno para o conteúdo apresentado durante a aula. Há 5 benefícios que
devem ser destacados na plataforma Canva (ALPHESIS, 2016): i ) – exposição visual; ii ) –
simplicidade; iii ) – abrangência; iv ) – abordagem global; v ) – envolvimento da equipe. A
Canva neste caso possibilita a integração dos alunos em grupos. Há uma versão da Canva para
educação cuja interface é similar a do Google classroom como mostra a Figura 2A. Os
modelos de aula encontram-se na barra lateral esquerda que mostra tanto novos
(Recomendados e kit de Marca) quanto utilizados ( Seus designs e Designs Recentes). Os
alunos entregam ao professor seus exercícios no botão Compartilhado com você ou Trabalho
em aula o que facilita a acessibilidade e posterior correção deste material. O Planejamento de
conteúdo permite ao professor colocar as suas apresentações preparadas nas datas
correspondentes às aulas de modo a ter fácil acesso quando for necessário. As apresentações
são organizadas pelo professor em pastas correspondentes ao conteúdo ou a suas turmas. Os
arquivos destas apresentações quando deletados são armazenados na lixeira e podem ser
posteriormente recuperados quando for necessário ao professor. Os alunos podem ser
divididos em Grupos o que facilita a inclusão de Atividades ou material específico para um
número determinado de pessoas.
A Figura 2B mostra os arquivos que podem ser construídos na Canva e disponíveis
para os alunos. Estes são basicamente aulas dispostas em ordem numérica para fácil acesso
pelo aluno ou o professor. Os arquivos apresentam uma capa ilustrativa que atrai o aluno por
ser esteticamente bem elaborada e mostra a disciplina e o assunto do professor. A capa inicial
da aula também procura atrair o aluno para disciplina mostrando que a mesma deve ser
encarada com carinho e dedicação para que alcance os resultados esperados. A mesma
estratégia é utilizada na capa inicial da Atividade (Figura 2C) que trata de assuntos de revisão
necessários para que o aluno fundamente conceitos da Matemática aplicados na Física do
Primeiro Ano. O conceito de vetores e sua aplicação é um dos itens curriculares que os
alunos têm mais dificuldades no primeiro ano já que não é discutido diretamente na disciplina
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(A) -
(B) - (C) -
encontra o assunto a ser discutido em sala de aula (Figura 3A). A Canva permite que o aluno
construa este gráfico por disponibilizar um quadriculado com redução de custos para o aluno
e para a escola porque não há necessidade do uso do papel milimetrado (Figura 3B). Este
exercício pode ser realizado durante a aula já que o Googlemeet permite compartilhar a tela
com os membros da reunião. Assim sendo, os alunos poderão ser divididos em grupos e
executar o exercício caso seja disponibilizada a internet nas suas residências ou na escola.
Há iniciativas no estado de Alagoas para utilizar a plataforma Canva especificamente
durante este período de pandemia. Tal iniciativa foi implantada por uma parceria da
Secretaria de Estado de Educação de Alagoas (Seduc-Al) ao firmar uma parceria inédita com
a plataforma de design Canva para a Educação. O acesso foi liberado de forma gratuita para
os professores desde que possuam e-mail institucional. Para isto, houve a criação de 180 mil
e-mails institucionais através de uma parceria entre a Seduc e o Google. A importância desta
parceria para o processo ensino-aprendizagem nas escolas estaduais de Alagoas foi enfatizado
por Marcos Barros nos seguintes termos:
A Canvas possibilita um ambiente colaborativo, mas também permite
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(A) - (B) -
EXERCÍCIO
ILUSTRE ABAIXO O
SEGUINTE VETOR NO
PLANO CARTESIANO
FÍSICA
1O ANO
AUTORES
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privadas dos seus alunos. Contudo, o acesso ao computador é limitado a muitos dos alunos
que não dispõem de acesso para mais de um membro da família. Esta dificuldade pode ser
Figura 4. Exercício aplicado em aula logo após a exposição do conteúdo pelo professor de modo a analisar o
aprendizado de fundamentos da matemática pelo aluno. Este tipo de dinâmica visa que o aluno e o professor
interajam de maneira semelhante à aula presencial e serve para analisar como o aluno assimilou o conteúdo
discutido em sala de aula. O professor tem também uma visão geral das deficiências apresentadas pela turma em
termos do desenvolvimento de cálculos necessários para o ensino posterior de tópicos da Física no primeiro ano.
Figura 5. Exercício aplicado após aula como atividade a ser realizado pelo aluno para avaliação da disciplina.
Este tipo de atividade visa que o aluno memorize fórmulas e perceba como elas podem ser aplicadas em
diferentes situações além de estimular o aluno a obter resultados em Física utilizando diferentes valores para as
variáveis. Neste exemplo a massa e velocidade correspondem ao número de chamada que não é o mesmo para
cada aluno o que diminui a possibilidade de plágio dos colegas de turma.
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Figura 7. Resumo para posterior estudo do aluno sobre o conteúdo discutido na aula.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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superior a 6,0 pontos de nota final e que 13 alunos não atingiram nota para aprovação no
primeiro bimestre da disciplina de Física.
100,00
Não se trata apenas de uma aula verbalmente transmitida, mas de um contexto estético
que atrai o aluno e o incentiva a formar organizadores prévios indispensáveis a uma
aprendizagem significativa num espaço restrito. Esta estrutura aliada aos seus subsunçores
possibilita uma determinada geração de conhecimento ao aluno porque o material a ser
aprendido é potencialmente significativo para o mesmo. Não há assim uma relação arbitrária
aluno-professor o que predispõe a sua estrutura cognitiva a assimilar o material discutido no
ambiente virtual. A ordem lógica do conteúdo estabelecida pelo uso de um ambiente virtual
resulta num ordenamento de novos subsunçores de uma forma lógica não arbitrária e não
aleatória. O aluno, portanto, não fixa o conteúdo de forma arbitrária o que não ocorreria no
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
ensino tradicional formando novos subsunsores que serão importantes para assimilação do
conteúdo da disciplina na sequência do seu curso.
(A) - (B) -
10,0 10,0
0 0
10,00 10,00
Este aspecto constitui um dos fundamentos para que o aluno atinja a sua maturidade
intelectual, compreendendo assim, conceitos e proposições apresentadas verbalmente
(MOREIRA,2006). Os elementos gerais destes subsunsores são progressivmente
diferenciados e detalhados de modo que o processo de ancoragem seja facilitado. Tal conceito
se fundamenta no princípio da aprendizagem significativa que, como anteriormente se viu,
afirma só se poder chegar ao todo a partir de suas partes, através de um processo definido
como diferenciação progressiva e reconciliação integrativa. A diferenciação progressiva é
facilitada pela organização hierarquica do conteúdo no ambiente virtual. A reconciliação
integrativa, por sua vez, foi estabelecida não apenas pelo ambiente virtual, mas fundamental-
mente pela revisão de conceitos de matemática não assimilados no passado e que são
abordados numa concepção didática similar ao ensino básico. Tal abordagem tornou-se
efetiva devido à presença de organizadores prévios estabelecidos pelo planejamento do curso
de uma forma similar à que o aluno já incorporou no seu cotidiano. Há assim uma
dinamicidade característica da proposição ausebiliana que surge devido ao quadro de
pandemia de modo que a aprendizagem significativa ocorra num ambiente virtual.
Desta forma, o melhor resultado obtido pela turma online pode ser associado à
disposição em assimilar conteúdos novos diante de uma situação de paralisação das aulas
devido à pandemia. Há uma pré-disposiçao do aluno pelo seu contexto social a formar uma
estrutura cognitiva referente à disciplina que lhe é ofertada pelo ambiente virtual. Há também
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
maior atenção do aluno ao conteúdo abordado pelo professor durante a aula sem a
necessidade de copiar detalhes do texto que desviariam a sua atenção e poderiam conter
alguma falha conceitual durante a sua transcrição em papel. O resumo do mural virtual
também facilitava a posterior revisão do conteúdo pelo aluno; iv ) – o padlet também
permitiria a execução direta de cálculos envolvidos nas questões propostas pelo professor
durante a aula e uma efetiva análise do professor sobre as deficiências de matemática da sua
turma de forma similar a que ocorreria de forma presencial. Assim sendo, o objetivo da
pesquisa foi alcançado de propor uma integração de todas as ferramentas tecnológicas de
modo a permitir que o aluno tenha uma aula online interativa direcionada para diminuir as
suas deficiências em Matemática e aplicar o cálculo em fórmulas de Física. Observa-se que o
conceito de aprendizagem significativa como aquisição de conhecimentos com significado,
com compreensão de forma, a saber, dizer e fazer aplicando a situações novas e conhecimento
foi alcançado (TV GPFEF, 2020). Observa-se também que a menor taxa de frequência de
alunos da reoferta não está apenas associada à obrigatoriedade da disciplina ou à
indisponibilidade da internet, mas sim a um desinteresse dos alunos com relação à matéria
devido às experiências frustrantes anteriores no processo ensino-aprendizagem. Assim sendo,
a formação de subsensores para a turma de reoferta não ocorreu de maneira efetiva e
consequentemente a diferenciação progressiva não foi gerada em sua estrutura cognitiva, o
que não resultou em uma reconciliação integrativa com o conteudo da disciplina. O mesmo
não ocorreu com a turma online, já que esta não tinha conhecimento prévio da disciplina, os
seus integrantes tinham interesse em concluí-la, pois, a pandemia tinha dificultado o
andamento do seu curso e tiveram uma aula online próxima à presencial que estavam
habituados no ensino fundamental. Assim sendo, observou-se nesta turma a diferenciação
progressiva que resultou uma aprendizagem significativa e a geração de subsensores
permitindo posteriormente uma reconciliação integrativa com redução das suas deficiências
em Matemática observadas na transposição didática da disciplina Física. A hipótese
formulada neste trabalho foi comprovada ao longo do desenvolvimento da pesquisa ao
mostrar que a aplicação integrada de ferramentas tecnológicas torna a aula online próxima à
metodologia presencial e consequentemente a aprendizagem de Física significativa ocorre no
aluno tanto por trabalhar com seus conhecimentos prévios de Matemática quanto por torná-lo
um autor efetivo do conhecimento introduzido pelo professor numa didática baseada no
processo de sala de aula invertida. Enfim, pode se concluir que as ferramentas tecnológicas
aplicadas na aula online necessitam agregar conceitos pedagógicos da aprendizagem
significativa estabelecidos anteriormente à pandemia do Covid-19 para tornar o processo
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
ensino-aprendizagem efetivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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canva-pro-vale-a-pena-veja-preco-e-recursos-do-editor.ghtml>. Acesso em: 27 de
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Disponível:<https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/oensinofisi-ca-para-
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 20
RESUMO: A crescente demanda por alimentos faz com que o setor agrícola
se atualize e incorpore novas tecnologias visando o aumento de
produtividade e a diminuição de custos. A internet das coisas (IoT) oferece
diversas ferramentas e soluções para o setor agrícola com o propósito de
otimizar as atividades e auxiliar na tomada de decisões. Diversos trabalhos
científicos vem sendo desenvolvidos para fornecer soluções IoT para a
agricultura, portanto, o objetivo deste trabalho é analisar artigos científicos
que propõem soluções IoT voltadas para a agricultura, portanto, foi realizada
uma revisão sistemática da literatura, que resultou na seleção de quinze
artigos científicos, a partir de buscas em três bases de dados eletrônicas:
Scopus, Web of Science e Science Direct, considerando critérios de inclusão
e exclusão, para trabalhos publicados entre 2017 e 2021. A análise dos
artigos forneceu informações sobre as aplicações IoT que estão sendo
propostas e desenvolvidas pelos pesquisadores, bem como, as diferentes
abordagens, dispositivos e tecnologias que estão sendo utilizadas para
desenvolver as aplicações IoT.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
O aumento na demanda por alimentos faz com que o setor agrícola continue a evoluir,
a incorporar e adaptar novas tecnologias para aumentar a produtividade. Por meio de aplicações
baseadas na internet é possível realizar o manejo de safras, obter e explorar informações,
tornando a agricultura mais lucrativa e sustentável ao consumir menos recursos (Farooq et al,
2020; López-Morales et al, 2020; Pérez-Pons et al, 2021).
A internet das coisas (IoT) é uma tecnologia que fornece diversas soluções e ferramentas
uteis ao setor da agricultura, disponibilizando vários equipamentos e dispositivos baseados em
sensores para a modernização da agricultura (Farooq et al, 2019; Ullo e Sinha, 2021).
Os sensores na agricultura permitem os agricultores obterem diversas informações da
lavoura, como temperatura, umidade, pH, velocidade e direção do vento, com estas
informações, pode-se, planejar a próxima safra, ter um auxílio na tomada de decisão ou
automatizar processos por meio do IoT(Mishra et al, 2021); Saqib et al, 2020).
Diversas aplicações IoT estão sendo propostas e desenvolvidas para o monitoramento
da agricultura, portanto, o intuito deste trabalho foi o de levantar e analisar pesquisas recentes
relacionadas com o IoT no contexto da agricultura inteligente, apresentando as aplicações do
IoT na agricultura. Realizou-se uma pesquisa de revisão sistemática em base de dados
eletrônicas. Apenas artigos científicos, publicados na lingua inglesa no período de 2017 a 2021
serão utilizados na análise.
METODOLOGIA
Para a seleção dos artigos foi utilizada a metodologia apresentada por Medeiros et al
(2015), com a definição da busca em bases de dados eletrônicas e o estabelecimento da
pesquisa. Três perguntas são definidas visando o norteamento da pesquisa:
A) Qual o foco dos trabalhos selecionados referente ao IoT na agricultura?
B) Quais sensores e dispositivos são utilizados?
C) Quais tecnologias de comunicação são utilizados?
Para a pesquisa foram definidas estratégias, com palavras-chave, fonte de pesquisa, o
tipo de trabalho, o idioma, e o ano de publicação. Definiu-se três bases eletrônicas como fontes
de pesquisa, conforme a Tabela 1. As fontes de buscas foram selecionadas por possuírem uma
grande quantidade de trabalhos, assim otimizando a busca e o alcance das palavras-chave. A
fim de buscar trabalhos internacionais, o idioma utilizado nas palavras-chave foi o inglês, por
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
PALAVRAS-CHAVE
Português Inglês
IoT, fazenda inteligente IoT, smart farm
IoT, aplicativo, fazenda IoT, application, farm
IoT, aplicativo, agricultura inteligente IoT, application, smart agriculture
Fonte: Autores, 2021.
Os operadores “OR” e “AND” foram utilizados para gerar a string de busca, com as
palavras-chave, assim é possível otimizar a pesquisa ao informar ao sistema de busca uma
combinação entre as palavras-chave.
Os critérios de inclusão adotados foram:
• Ser artigo científico;
• Ter sido publicado entre 2017 e 2021;
• Ser na área de IoT na agricultura;
• Ser publicado em revistas indexadas na estratificação da produção científica dos
programas de pós-graduação do Brasil (Qualis Capes);
• Artigos disponíveis na íntegra.
Os critérios de exclusão foram:
• IoT aplicado a área que não envolvam agricultura;
• Artigos de revisão bibliográfica;
A pré-seleção dos artigos é realizada pelo título, em seguida é realizada a seleção parcial
pela leitura dos resumos, considerando os critérios de inclusão, por fim, na seleção final foram
lidos de forma integral e colocados na lista de análise deste trabalho. Após a seleção os artigos
foram qualificados quanto ao Qualis Capes na área interdisciplinar, devido a natureza da
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Os artigos que passaram por todas as regras de inclusão, foram avaliados de acordo com
o Qualis Capes, resultando em 6,7% de artigos A1, 66,7% em A2, 6,7% em B1 e 20% como
B2. Quanto ao ano de publicação, 73,33% dos artigos escolhidos estão publicados entre 2020 e
2021, isto ocorreu pois 61,6% (2172) dos artigos encontrados foram publicados entre estes anos.
Os artigos selecionados são apresentados na Tabela 3.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
aos usuários antes do surto da doença acontecer, possibilitando ao agricultor tomar medidas a
fim de prevenir a doença e evitar prejuízos.
Akhter et al (2021) desenvolvem um dispositivo IoT portátil para a detecção de fosfato
na água, onde os dados coletados são processados pelo algoritmo KNN (K-Nearest Neighbors)
que determina a concentração de fosfato na água, após o processamento, os dados são
apresentados na tela LCD do dispositivo e transmitidos para o servidor. Com este dispositivo o
usuário pode vigiar e controlar a qualidade da água em qualquer lugar.
Quanto aos trabalhos de monitoramento e controle de irrigação, os autores apresentam
diferentes propostas para a irrigação. Muangprathub et al (2019), Podder et al (2021) e López-
Morales et al (2020) desenvolvem sistemas IoT para controlar a irrigação, que é iniciada se a
umidade do solo estiver abaixo de uma porcentagem pré-definida, já o sistema proposto por
Rodríguez-Robles et al (2020) inicia a irrigação quando as condições de umidade e temperatura
predefinidas são atendidas, porém, considera a previsão de chuva, caso haja uma alta
probabilidade de chuva no dia, a irrigação não é iniciada para economizar água.
Um sistema IoT para controlar uma estufa é apresentada por Yang et al (2021), onde a
irrigação é iniciada dependendo da umidade, esse sistema também gera alertas para abrir ou
fechar a estufa considerando os valores de temperatura, velocidade e direção do vento. Os
autores Benyezza et al (2021), Poyen et al (2021) e Munir et al (2018) propõem sistemas IoT
baseado na lógica fuzzy para controlar a irrigação, utilizando dados obtidos de diversos sensores
para decidir o início e o fim da irrigação, definindo o tempo ou a quantidade de água a ser
utilizada na irrigação. Um sistema IoT de irrigação que utiliza uma rede neural para a tomada
de decisão sobre o início e o fim da irrigação é proposto por Nawandar e Satpute (2019).
Apesar dos autores utilizarem diferentes técnicas para implementar o IoT na agricultura,
todos os sistemas possuem interfaces para que os usuários possam interagir com o sistema e
analisar os dados coletados no campo.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Um novo sensor de baixo custo para detectar fosfato foi desenvolvido por Akhter et al
(2021), este sensor possui um limite de alcance de 0,01 ppm, e sua detecção varia entre 0,01
ppm e 40 ppm e seu tempo de resposta é de 1 segundo.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou uma pesquisa de revisão sistemática sobre artigos científicos
na área de IoT na agricultura. Durante a pesquisa 15 artigos foram selecionados utilizando a
metodologia apresentada por Medeiros et al (2015). Em seguida foi verificado o foco dos
trabalhos selecionados e os sensores, dispositivos e tecnologias de comunicação utilizadas para
a implementação do IoT na agricultura. Os sensores mais utilizados foram o de umidade do
solo, temperatura do ar, e umidade do ar e o Wifi foi a tecnologia de comunicação mais
utilizada.
Durante a pesquisa observou-se que o número de trabalhos relacionados a IoT na
agricultura vem aumentando nos últimos anos, provavelmente, pelo baixo custo na aquisição
de equipamentos e pela necessidade de aumentar a produtividade da agricultura. Através desta
revisão sistemática foi possível observar as diferentes estratégias e tecnologias utilizadas pelos
autores para desenvolver sistemas IoT voltados para a agricultura, apesar das diferenças, todos
os sistemas possuem interfaces para o usuário interagir e observar os dados coletados no campo.
Quanto a trabalhos futuros, indica-se a pesquisa de sistemas IoT para o manejo de animais para
verificar as estratégias e tecnologias que estão sendo utilizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 21
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
As tecnologias computacionais, estão cada vez mais próximas e cada vez mais
acessíveis, já fazendo parte do dia a dia nas diversas áreas. Mesmo com todo esse avanço, os
estudos analisados mostram que é apenas um pequeno passo em direção a todas possibilidades
que ainda estão por vir, permitindo novas pesquisas.
O objetivo do presente trabalho foi realizar uma análise sobre as publicações, voltadas
a utilização de imagens e inteligência artificial, com o intuito de obter informações relevantes
sobre redes neurais e inteligência artificial na utilização de imagens voltadas para a agricultura.
Para os artigos analisados, foi utilizado como critério, a seleção de artigos científicos com
período de publicação entre 2017 e 2021, pois tratando-se de tecnologia, a atualidade da
informação é primordial, obtendo como resultado uma coletânea de artigos recentes abordando
tecnologias atuais.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
Segundo GALVÃO e PEREIRA (2014), as revisões sistemáticas são consideradas
estudos secundários que se utilizam de estudos primários como fontes de dados. A pesquisa
possui caráter exploratório, pois visa um estudo das técnicas utilizadas em cada artigo,
relacionadas à utilização de imagens e inteligência artificial.
DONATO e DONATO (2019), propõe a utilização de etapas para elaboração da revisão
sistemática. Partindo da formulação de uma ou mais questões para direcionar a pesquisa. Nesta
revisão será abordado o seguinte questionamento:
a) Qual a eficiência das redes neurais utilizadas nos estudos selecionados?
Na condução da busca, além das palavras chave, foram considerados alguns pontos
importantes como critério de exclusão no resultado, sendo todos documentos de acesso aberto,
no período de 2017 até 2021 e somente publicações do tipo artigo científico. Um fator muito
relevante e de suma importância, foi estabelecer o período das publicações, visto o foco da
pesquisa ser de cunho tecnológico, o período consegue retratar com uma abordagem atual.
No Scopus, inicialmente obtivemos um resultado de 463.683 publicações, utilizando
somente as palavras-chave “machine learning” e “depp learning”, após aplicar as demais
palavras-chave e os critérios de exclusão, chegou-se a 14 publicações, dentre as quais, após
uma leitura do resumo da obra, pertinente a cada documento, foram selecionadas 5 publicações
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a realização do processo de pesquisa nas bases de busca e realizar o processo de
triagem, leitura e classificação dos artigos, resultou uma listagem com 15 artigos conforme
listado no Quadro 2, sendo apresentados agrupados por base de pesquisa e por seguinte o Qualis
do artigo.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Continuação Quadro 2
Artigo Autores Ano Base Revista Qualis
Combining computer Bauer A., Bostrom A. G., 2019 Web of Horticulture N/Q
vision and deep learning to Ball J., Applegate C., Science Research
enable ultra-scale aerial Cheng T., Laycock S.,
phenotyping and precision Rojas S. M., Kirwan J.,
agriculture: A case study of Zhou J.
lettuce production
Deep learning classifiers M.E. Paoletti, J.M. Haut, 2019 Science ISPRS Journal Of A1
for hyperspectral imaging: J. Plaza, A. Plaza Direct Photogrammetry
A review And Remote
Sensing
Computer vision based Velesaca H. O., Suarez P. 2021 Science Computers And A2
food grain classification: A L., Mira R., Sappa A. D. Direct Electronics In
comprehensive survey Agriculture
A survey: Deep learning Jia S., Jiang S., Lin Z., Li 2021 Science Neurocomputing A2
for hyperspectral image N., Xu M., Yu S. Direct
classification with few
labeled samples
Towards resource-frugal Nalepa J., Antoniak M., 2020 Science Microprocessors B2
deep convolutional neural Myller M., Lorenzo P. R., Direct And Microsystems
networks for hyperspectral Marcinkiewicz M.
image segmentation
Fruits and vegetables Bhargava A., Bansal A. 2021 Science Journal Of King N/Q
quality evaluation using Direct Saud University -
computer vision: A review Computer And
Information
Sciences
Fonte: O Autor (2021).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Qualis mais baixo e até mesmo sem nenhum tipo de Qualis (N/Q). Nesse ponto foi considerado
a abordagem do tema em pauta, a condução do termo pelos autores e os resultados obtidos,
tomando por considerar de grande valia para a revisão sistemática, pois seguiu-se com linhas
diversas de pesquisa, inclusive de cultivos variados.
Os Qualis listados no Quadro 2, referenciam-se a classificação das produções de artigos
científicos dos programas de pós graduação no Brasil, avaliados pelo Capes, relacionados a
toda a área de conhecimento com a base na classificação de periódicos no quadriênio 2013-
2016.
Com essa pesquisa foi possível responder a pergunta proposta inicialmente, “Qual a
eficiência das redes neurais utilizadas nos estudos selecionados?”.
No processo de revisão, para cada 1 dos 15 artigos selecionados, foi encontrada uma abordagem
diferente quando a utilização de rede neural, forma de treinamento, utilização das imagens, no
conceito a ser aplicado, todos artigos demonstraram que é viável a utilização de redes neurais.
Cada artigo utilizou-se de caminhos diferentes, alguns casos mais de uma rede foi treinada,
permitindo comparações entre si, congelamento de camadas treinadas e possibilidade de ajustes
no decorrer do desenvolvimento, avançando no nível de precisão ao processo que foi aplicado,
proporcionando aos seus utilizadores um alto nível de eficiência e resultados.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Continuação Quadro 3
Autores Métodos Resultados
JIA et al., 2021 Revisão sistemática sobre aprendizado A tecnologia de aprendizado profundo
profundo para classificação de imagens não precisa projetar padrões de recursos
hiperespectrais com poucas amostras artificialmente e pode aprender padrões
rotuladas automaticamente a partir dos dados
NALEPA et al., 2020 Redes neurais convolucionais O processo de quantização pode ser
quantizadas com economia de recursos e perfeitamente aplicado durante o
reduzindo seu tamanho sem afetar treinamento, e leva a modelos profundos
adversamente a capacidade de muito menores e ainda bem
classificação generalizantes.
BHARGAVA; Apresentar uma visão geral detalhada de O desenvolvimento em aprendizagem
BANSAL, 2021 vários métodos de visão computacional profunda e rede neural convolucional
são muito eficientes para classificação e
reconhecimento de frutas
Fonte: O Autor (2021).
Página 339
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
De forma geral, todos algoritmos tiveram resultados positivos, alguns a custos altos quanto a
aquisição de imagens para treinamento, outros custo de processamento devido ao alto nível de
pixels das imagens, mas em contra partida, foi possível identificar a possibilidade de
treinamentos direcionados, utilizando congelamento de camadas, com custos reduzidos a
utilização de recursos, viabilizando a inserção em dispositivos de menor poder de
processamento.
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho concluiu-se que a utilização de imagens em conjunto com redes
neurais resulta altos índices de predição, nas diversas tarefas realizadas com a assertividade
consideravelmente alta. Vários artigos analisados nesta revisão sistemática, apontaram novos
métodos de obtenção de melhores resultados se comparados às redes neurais tradicionais,
confirmando que a evolução das redes neurais trará ainda mais benefícios às tecnologias
computacionais para o agronegócio.
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CAPÍTULO 22
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INTRODUÇÃO
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informações e gestão do conhecimento se torne uma tarefa muito difícil, resultando em baixa
eficiência do processo global.
Por outro lado, Bowden et al. (2016), apontam que o uso de Tecnologias da Informação
e Comunicação oferece o potencial de melhorias significativas na redução do tempo e custo de
construções, destacando o acesso a informações precisas e atualizadas, o agendamento proativo
de manutenção e entrega remota de ordens de trabalho, o fornecimento de informações precisas
sobre progresso e custo da obra em tempo real, sendo o fator responsável por esse efeito.
Nesse sentido, a engenharia civil, com seu leque de especialidade que se exige para
elaboração e execução de projetos vem incorporando cada vez mais os avanços do setor de
tecnologia, pois na busca por excelência na execução de projetos, redução de prazos, ganhos na
qualidade e redução de custos, as empresas de engenharia estão cada vez mais buscando
trabalhar em diferentes disciplinas englobando uma gama de especialidades, e a comunicação,
entre as diversas áreas que compões a gestão e execução desses projetos, é o principal fator para
o sucesso do empreendimento (SCARPELINI, 2016).
Logo, o WhatsApp desponta-se como um potencial aliado à gestão de comunicação de
projetos de engenharia, dada sua eficácia, facilidade de manuseio, facilidade de aquisição,
popularidade, possibilidade de criação de fóruns de discussão on-line (chats), poder de
detalhamento, fácil acesso ao histórico, transferência de dados para o e-mail e
compartilhamento de arquivos diversos.
Neste estudo, apresenta-se o método de comunicação rápida, utilizado como apoio à
gestão da comunicação de projeto no canteiro de obras do Posto de Abastecimento 3, do
programa de Expansão da Estrada de Ferro Carajás, não sendo objeto desse estudo o
detalhamento das obras, mas somente o relato da experiência com a incorporação do Aplicativo
de Compartilhamento de Mensagens Instantâneas (ACMI): WhatsApp; bem como propor a
exploração do tema por estudos posteriores a fim de inferir uma regulamentação dessa prática
em meio as práticas de gestão de projetos.
METODOLOGIA
No dia 19 de outubro de 2017, foi criado um “grupo/chat” no ACMI: WhatsApp, e
inseridos os membros envolvidos na gestão da obra de implantação do Posto de Abastecimento
3, do programa de Expansão da Estrada de Ferro Carajás, com o intuito de facilitar e agilizar o
tráfego das informações, bem como melhorar o rendimento da equipe que faz a gestão da obra.
Os membros foram orientados a enviar diariamente relatórios das atividades executadas nas
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FUNÇÃO
Líder Sênior de Projetos
Líder de Implantação
Líder de Planejamento
Líder de Engenharia
Eng. de Implantação - Gestor do Contrato
Eng. De Planejamento
Eng. De Engenharia
Estagiário
Técnico Fiscal de Campo
Topógrafo
DPA
Fonte: Autores, 2021.
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Observação do Ambiente
Experimental
COLETA DE
DADOS
Observação dos
Resultados do Entrevistas
Processo Semiestruturdas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultado, observou-se um aumento imediato da cooperação e interação entre os
setores, tal fato foi atribuído à interface acessível e já popularizada que se fazia muito mais
convidativa ao compartilhamento de informações, fato também condicionado à observação
anterior de que o aplicativo já permitia que gerações distintas de profissionais pudessem, de
forma integrada, utilizar da mesma ferramenta, sem gaps na curva de aprendizado.
Na Figura 2, podemos observar o compartilhamento do relatório das atividades
executadas na frente de serviço no dia 12 de janeiro de 2018.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 3. Relato em tempo real de situação problema, por ocasião da negação de tempo de trabalho no gabarito
dinâmico da estrada de ferro.
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Figura 4. Relato em tempo real de situação problema, por ocasião de questões climáticas
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Outra facilidade observada, que foi relatada mediante pesquisa não estruturada com os
membros da equipe, foi quanto a não ruptura do compartilhamento das informações, dessa
maneira, os integrantes que entrassem de férias, ao regressarem, poderiam contar com todas as
informações arquivadas em seu aparelho celular.
Como ponto fraco desse método, destaca-se a necessidade de acesso à internet para
envio das informações, porém é paleado pelo fato de que todos os meios modernos de
compartilhamento de informações também precisarem de tal tecnologia.
Este estudo aponta os ACMI como uma potencial ferramenta no apoio ao gerenciamento
de projetos haja vista sua praticidade e eficácia. Nota-se singular desempenho principalmente
na sua função de reportador de informações para a equipe do planejamento e controle da obra,
uma vez que, por esses profissionais estarem inseridos nos fóruns de discussão on-line, os
mesmos tinham acessos as informações diárias necessárias à atualização de suas planilhas de
controle nas ferramentas tradicionais.
Mediante pesquisa de opinião semiestruturada, a experiência foi caracterizada como de
sucesso pelos membros envolvidos na gestão do empreendimento. Em entrevista com o
engenheiro de planejamento e controle Salomão Azulay (2018), quando questionado sobre os
benefícios do uso desses aplicativos sob a ótica do planejamento e controle da obra, o mesmo
respondeu que trazer agilidade aos processos resulta em redução de custos, e exemplificou que
ao contrário de uma obra predial, uma obra de expansão ferroviária é muito dispersa, mesmo
dividindo o espaço de trabalho em blocos, tem-se blocos que abrangem mais de um estado
(como o Maranhão e Pará), logo, para ele, os ACMI são de extrema importância.
Assim, o primeiro benefício a ser apontado ao se utilizar os ACMI, é a instantaneidade
em fóruns de discussão on-line, que gera proximidade entre as várias frentes de atividades. O
segundo ganho é com relação ao histórico gerado pelo aplicativo, que alimentado pelos reports
diários e aliado ao fórum de discussão on-line possibilita a retirada de dúvidas, de imediato,
facilitando o acompanhamento e alimentação das planilhas nos programas tradicionais de
planejamento e controle, onde revela que o aplicativo, objeto desse estudo, é a principal
ferramenta utilizada para o seu acompanhamento.
Por fim, o engenheiro supracitado ainda classifica esses aplicativos como o próximo
passo nas ferramentas de envios de reports, citando/relembrando o demorado processo que era
feito anteriormente.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO
Os aplicativos de compartilhamento de mensagens instantâneas para smartphones se
mostraram uma importante ferramenta no acompanhamento e apoio à gestão de projetos de
engenharia na construção civil, dada à facilidade de transmitir informações, uma vez que estes
aplicativos possuem interface convidativa e já popularizada. Destaca-se ainda, o poder de
detalhamento destes aplicativos, visto que o mesmo possui recursos de envio de mídias digitais,
tais como imagens, PDFs, áudios, entre outros, e que estas ainda podem ser legendadas, dando,
assim, dimensão dos problemas que surgem na implantação da obra em tempo real aos setores
de gestão interessados.
A popularidade e interface simples do mensageiro instantâneo, ainda, permite que
gerações distintas de profissionais possam, de forma integrada, utilizar sem grandes gaps na
curva de aprendizado, da mesma ferramenta, por exemplo, para resolver uma questão ou tirar
dúvidas de projeto, que demanda uma resposta rápida. Destaca-se também a necessidade de
mais estudos sobre o tema, a fim de disseminar e regular o uso dessa ferramenta, uma vez que
ela é utilizada de maneira, ainda, informal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOWDEN, S. et al. Mobile ICT support for construction process improvement. Automation
in Constrution, v. 15, p. 664-676, 2016.
DAVE, B; KOSKELA, L. Collaborative knowledge management: A construction case study.
Automation in Construction, v. 18, p. 894-902, mar. 2009.
IBOPE. WhatsApp é o aplicativo mais usado pelos internautas brasileiros. Dez, 2015.
Disponível em: <http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/WhatsApp-e-o-aplicativo-
mais-usado-pelos-internautas-brasileiros.aspx>. Acesso em: 05 dezembro. 2021.
KANTAR WORLD PANEL. Um dos principais usos do celular são as mensagens. Fev,
2017. Disponível em: <https://www.kantarworldpanel.com/br/Releases/Um-dos-principais-
usos-do-celular-so-as-mensagens>. Acesso em: 05 dez. 2021.
OPUS SOFTWARE. Estatísticas de uso de celular no Brasil. São Paulo, 2018. Disponível
em: <https://www.opus-software.com.br/estatisticas-uso-celular-brasil/>. Acesso em: 05 dez.
2021.
SCAPIN FILHO, R.; RODRIGUES, W. B.; URSINO, J. R. Mapeamento Sistemático da
Pesquisa: O Impacto do Whatsapp como Rede Social no Ambiente Corporativo. Rev.
Ibirapuera, SP, n. 12, p. 34-38, jul. 2016. ISSN 2179-6998. Disponível em:
<http://seer.unib.br/~unib5/seer/seer_unib/index.php/rev/article/view/91/124>. Acesso em: 05
dez. 2021.
SCARPELINI, M. M. Um panorama dos problemas existentes no mercado atual e a
importância da gestão da comunicação durante o processo de projeto da construção civil.
Disponível em:
<http://poliintegra.poli.usp.br/library/pdfs/04b64024619a3a0693e3debd5640fd0d.pdf>.
Acesso em: 14 dez. 2021.
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CAPÍTULO 23
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
1. INTRODUÇÃO
A impermeabilização está presente nas técnicas construtivas do homem a muito tempo,
desde os tempos dos romanos e incas os construtores utilizavam claras de ovos, óleos e até
sangue, para impermeabilizar as saunas e aquedutos. (VEDACIT, 2010)
E, de acordo com o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI, 2021b), no Brasil
era utilizado óleo de baleia nas argamassas de assentamento, para tornar os componentes menos
permeáveis. O que com o passar dos anos foram desenvolvidos produtos próprios para a
estanqueidade da água na construção civil. No entanto, faltava o processo de impermeabilização
na construção civil ser normatizada, e as normas só começaram a ser criadas devido as
construções dos metrôs em São Paulo em 1968.
Segundo a ABNT NBR 9575 (2010, p. 5), a impermeabilização é “o conjunto de
operações e técnicas construtivas (serviços), composto por uma ou mais camadas, que tem por
finalidade proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos, de vapores e da umidade.”
Em resumo, trata-se, de um sistema que visa proteger a estrutura, garantindo, assim, eficiência
no desempenho das funções de projeto, além de garantir a conservação do período de vida útil.
Mesmo com a evolução tecnológica no setor da engenharia civil, o que fez com que
surgissem produtos específicos no setor da impermeabilização, a falta de mão de obra
especializada, é o principal fator de influência fazendo com que, nos últimos anos, venham se
tornando cada vez mais comum casos de patologias decorrentes da falta ou má aplicação da
impermeabilização, conforme apontou os estudos feitos por Rodrigues e Mendes (2017) e por
Silva (2009).
E como destaca o IBI (2021d, p1), “problemas relacionados a mão-de-obra são, de
longe, os principais motivadores de problemas relacionados à impermeabilização”
Durante o andamento de obras residências, em decorrência da má execução ou do uso
de materiais inadequados, podem surgir patologias na edificação. Em alguns casos, além de
causar danos à estrutura, essas patologias podem representar riscos à saúde do usuário,
principalmente em casos onde a patologia é proveniente da percolação de agua em partes da
edificação, pois esses fenômenos podem causar mofos no seu interior, além de proporcionar a
liberação de substancias provenientes da matriz cimentícia.
Na obra em questão, desse estudo de caso, apareceram problemas de infiltração que se
desenrolaram em patologias no interior da edificação ainda na fase de construção,
comprometendo o prosseguimento da obra, até ser efetuado tratativa para os problemas
apresentados, uma vez que que o mofo e a umidade estavam provocando o destacamento das
placas do piso cerâmico e a desmontagem do forro de gesso, além de estar provocando fissuras
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
nas esquadrias e lodo nos locais onde estava acontecendo escorrimento constante.
Portanto, nesse estudo pretende-se avaliar as causas e propor soluções para os problemas
patológicos provocados pela falta de impermeabilização, durante a fazer de execução de uma
residência unifamiliar no município de Jacundá-PA.
2. OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é avaliar e evidenciar a importância da
impermeabilização de lajes e de calhas de drenagem de águas pluviais em edificações
unifamiliares; cumprindo como objetivos específicos:
3. METODOLOGIA
Está pesquisa se caracterizará como um estudo de caso, e discorrerá sobre as patologias
relacionadas a umidades e infiltrações provenientes da falta de impermeabilização da laje e dos
aparelhos de escoamento das águas pluviais, mostrando o método corretivo utilizado para
solucionar os problemas patológicos ocorridos durante a fase de execução de uma residência
unifamiliar no município de Jacundá-PA.
Para isso, se ocupará em:
• Identificar as patologias na edificação, com o diagnóstico da origem das mesmas;
• Propor sugestões de correções para as patologias, fazendo o acompanhamento das ações
de correção.
Como auxilio para obtenção dos dados, esta pesquisa valeu-se das seguintes
ferramentas:
• Projeto arquitetônico;
• Visitas de inspeção com registro fotográfico;
• Acompanhamento das ações de correção e verificação dos resultados.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Este trabalho tem como base de estudo os projetos de execução, sendo que este estudo
de caso tem como foco principal a análise de patologias causadas por infiltrações.
4. A IMPERMEABILIZAÇÃO
Segundo aponta o IBI (2021b), a umidade é um dos problemas mais complexos na
construção civil, e que esse problema está relacionado com inúmeras hipótese e fenômeno
envolvidos. Como aponta Silva (2009), a umidade quando surge sempre traz desconforto, pois
degradam o ambiente e a construção.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Foi verificado que a calha e tubulação de drenagem foi subdimensionada e que no período
de chuvas, uma vez que a canalização não é suficiente para drenar o grande volume, a água
transbordava para a parte coberta da laje, conforme pode ser observado na Figura 1.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Foi verificado que os tubos instalados para fazer a canalização da água das calhas (em
sua maioria tubo de 60 mm), não foram dimensionados de maneira adequada. Na Figura 3, é
possível visualizar a condição em que as tubulações estavam.
Figura 3. Tubulação destinada ao escoamento da água captada pela calha.
Um outro problema identificado era que as platibandas não possuíam pingadeiras, o que
possibilitava a percolação de água pelo interior da parede colaborando com a infiltração na
existente pela percolação de água pela calha e rufos, aparecimento de mofos no rodapé do forro,
nas paredes internas.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Colaborando com a situação anterior, também foi observado que não foi realizado o
acabamento em argamassa na parte interna da platibanda, o que permitia o avanço da umidade
nas paredes internas e externas.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
falhas de execução e projeto. O mofo causado pela infiltração na laje superior deteriorou uma
parte do revestimento da laje, além de causar manchas ao longo da parede danificando a pintura,
como mostra na Figuras 6.
Foi identificado que a presença da umidade estava gerando patologias no lado interno das
paredes, gerando bolhas no revestimento da parede e descascamento da pintura.
Pelo fato do causador da infiltração ser a umidade gerada na parede externa, voltando a
gerar as mesmas patologias e defeitos na parede interna. Ainda segundo o dono da edificação,
na época que a obra foi construída não foi aplicado nenhum sistema de impermeabilização e
não foi deixado inclinação na calha.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Alguns danos foram causados pela ausência de impermeabilização nas calhas de concreto
da edificação, pois através destes também foram apresentadas manifestações patológicas.
A situação dos rufos era precária uma vez que existiam várias fissuras na platibanda na parte
interna e seguiam até o rufo, sendo que estas fissuras causaram infiltrações entre o rufo e a
platibanda. Além disso, pode-se observar que abaixo do rufo existia um substrato aparente de
alvenaria e sem nenhum revestimento, que é um possível ponto de infiltração pelas paredes já
que o rufo não foi protegido. Com isso, pode ser visto que como não havia impermeabilização
nos mesmos as águas das chuvas estavam infiltrando pelas fissuras e afetando a fachada do
edifício e alguns cômodos dentro da edificação.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Foi utilizado produto tipo veda calha para fazer a impermeabilização entre as telhas e
os rufos, de modo a impedir a entrada de água na área coberta da laje.
Figura 10. Produto utilizado para realização da vedação entre telhas e rufos.
Para solucionar o problema de infiltração foi aplicado um contra piso por cima laje, e depois
a aplicação de uma manta líquida, para gerar a estanqueidade.
Figura 11. Aplicação da armadura a ser colocada na argamassa para evitar fissuras.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Foi sugerido a troca dos tubos de escoamento, para garantir maior capacidade de
drenagem.
Figura 13. Antes e depois da aplicação da camada de argamassa e troca do tubo de escoamento.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Foi apicada resina para fazer a interface entre o concreto antigo e a argamassa de
impermeabilização, de modo a melhorar a aderência.
Na Figura 15, é possível visualizar a argamassa já aplicada, onde foram aplicados uma
camada de 5cm.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Foi utilizada manta líquida para fazer a impermeabilização das áreas de transição entra
a argamassa impermeabilizante aplicada e o concreto e entre a argamassa e a tubulação.
Figura 16. Manta líquida utilizada na impermeabilização das regiões de transição de material.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Após a conclusão dos reparos nas calhas de concreto, foi realizado teste de
estanqueidade durante 72 horas, para verificação da estanqueidade de modo a corroborar que
os trabalhos efetuados na obra obtiveram total impermeabilização.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Após as tratativas das patologias a obra pode ser retomada, e está com previsão de
entrega em janeiro de 2022.
6. CONCLUSÃO
Neste estudo de caso foi possível observar a importância da correta aplicação da
impermeabilização em calhas e rufos, pois a não observâncias de critérios de qualidade pode
refletir em problemas na edificação. Além disso, foi possível concluir que apesar dos avanços
da tecnologia e técnicas construtivas, essas melhorias tardam a chegar em cidades de pequeno
porte - como é o caso da cidade em que se situa a edificação objeto desse estudo de caso, sendo
a falta de mão-de-obra qualificada o principal fato gerador de patologias em construções de
pequeno e médio porte; no caso da construção em estudo, foi identificado que a mesma não
possuía acompanhamento de engenheiro na obra, antes das manifestações patológicas
começarem a aparecer. Com relação a erradicação dos problemas foram realizados reparos no
caimento tanto das calhas como dos rufos, nas tubulações de descida de prumada, foi
arredondado os cantos das calhas, e foi executado a regularização de trincas e fissuras, e a
limpeza da área a ser impermeabilizada, e após aplicado impermeabilizante liquido.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IBI. Manual de utilização de aditivos para concreto dosado em central. São Paulo, 2021a.
Disponível em: <http://ibibrasil.org.br/wp-content/uploads/2018/03/Manual-de-utilização-de-
aditivos-para-concreto-dosado-em-central-IBI-1-edição.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2021.
IBI. Por que impermeabilizar?. São Paulo, 2021b. Disponível em: <http://ibibrasil.org.br/wp-
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
IBI. Tratamento de paredes com umidade. São Paulo, 2021c. Disponível em:
<http://ibibrasil.org.br/wp-content/uploads/2018/01/Informe-tratamento-de-paredes-com-
umidade.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2021.
VEDACIT. Manual técnico: recuperação das estruturas. 3. ed. São Paulo, [200-?].
Disponível em: < https://vedanews.com.br/uploads/biblioteca/manual-tecnico-recuperacao-
deestruturas-%0A8.pdf >. Acesso em: 11 de novembro de 2021.
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CAPÍTULO 24
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
1. INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
condições de serviço e na durabilidade tanto dos materiais, como também da habitação no geral.
O recalque das fundações, é um grande exemplo do que foi explicitado, apesar de todo
avanço tecnológico ainda se possui um expressivo número de edificações, inclusive recentes,
apresentando ocorrências sobre essas deformidades civis. Segundo Velloso e Lopes (2004),
recalque é o deslocamento vertical que pode ocorrer na estrutura da fundação de uma
edificação. Segundo Silva (2008), esse comportamento anômalo ocasiona surgimento de
fissuras que comprometem a funcionalidade da construção.
Muitos estudos constataram que em sua maioria, os surgimentos desses problemas são
causados por falhas construtivas, ou seja, como precedente pode possuir a falta de qualidade da
mão de obra, erros de profissionais que elaboraram o projeto ou responsáveis de execução do
projeto. Baseado nisso, Vargas (1998) cita que vários fatores dão origem ao recalque, e não
apenas a fundação de forma isolada.
Diante desse contexto, o trabalho teve como objetivo identificar e analisar
manifestações patológicas encontradas em uma Residência Unifamiliar localizada no município
de Palmas no estado do Tocantins. Além disso buscou-se vistoriar de forma técnica in loco,
coletar dados específicos e registros fotográficos das manifestações patológicas recorrentes no
local designado. Identificar e correlacionar os tipos patológicos, manifestando argumentos
sobre devidas causas, possíveis consequências e gravidade delas. Por fim, propor um
diagnóstico adequado e eficaz para solucionar as manifestações patológicas individualmente e
como um todo, a fim de orientar o morador sobre as ações a posteriori.
2. METODOLOGIA
O trabalho consistiu na perícia de uma residência unifamiliar, localizada no município
de Palmas no Tocantins. O estudo de caso forneceu a partir de uma anamnese um grande acervo
de conhecimentos sobre o local, que em conjunto com os referenciais teóricos tornou possível
alcançar resultados categóricos.
Constituído pela área construída distribuída pelo pavimento térreo, apresentando idade
de 2 anos de construção. O local do estudo encontra-se na cidade de Palmas, TO, Jardim Aureny
3, rua 25, quadra 54 lote 15C, Plano Diretor Sul como mostra a figura 1 e 2.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 1. Localização da residência enquadrada da escala macro para micro, (a) localização referente ao bairro
Jardim Aureny III, (b) localização referente ao bairro Jardim Aureny III em um raio aproximado de 100 metros,
(c) fachada da residência objeto de perícia.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Para Verly (2015), o começo de um estudo de caso deve conter uma visita in loco, tal
procedimento representa a fase de menor custo e gera uma grande quantidade de informações
para a pesquisa. Para o autor, normalmente as anomalias manifestam-se na parte externa, o que
permite por meio de uma inspeção a sua caracterização e identificação.
Neste trabalho foram adotados os conhecimentos teóricos e práticos adquirido em
conjunto com a metodologia da Norma de Inspeção Predial do IBAPE e da Norma de
Manutenção em Edificações - NBR 5674, da ABNT. Além da utilização de instrumentos como
o fissurômetro, trena, pacômetro e máquina fotográfica para realizar o registro do que foi
encontrado, para a obtenção dos resultados da classificação das manifestações patológicas.
Foi utilizada como referência a Norma de Inspeção Predial do IBAPE, as anomalias e
falhas são classificadas em três diferentes graus de recuperação, considerando o impacto do
risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na casa foram encontradas fissuras de diversos tamanhos, dimensões, espessuras e
inclinação, o que leva a pensar que o recalque em algum ponto é bem acentuado. Para a
conclusão de que o principal fator a considerar foi o recalque das fundações, inicialmente
observou-se o seguinte:
A casa foi executada em um terreno com inclinação acentuada, com seção de corte e
aterro, indicando que o aterro pode não ter sido bem compactado.
A fundação da casa é composta de sapatas e vigas baldrames. Pelo que relata o morador,
todas as fundações foram executadas sobre a região de aterro.
Por fim, foram inspecionadas as fissuras, observando a direção, altura e espessuras
localizadas nas paredes, os desníveis e a presença de fissuramento no piso, a indicação de tensão
de cisalhamento ou tração, a fim de diagnosticar onde ocorreu o maior recalque, ou seja, em
qual local ocorreu consideravelmente o adensamento do solo e sua posterior redução de volume.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Região: Encontro do muro da fachada com muro do Região: Encontro de viga com elemento de vedação
vizinho. (muro).
Forma: Isoladas Forma: Isoladas
Atividade: Ativas Atividade: Ativas
Ambiente: Área Externa Ambiente: Área Externa
Região: Encontro do muro de divisa com parede Região: Encontro do muro de divisa com parede
externa do banheiro da suíte. externa do banheiro da suíte.
Forma: Mapeadas e Isoladas Forma: Isoladas
Atividade: Ativas Atividade: Ativas
Ambiente: Área Externa Ambiente: Área Externa
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Região: Encontro entre viga baldrame e parede da Região: Encontro entre viga baldrame e parede da
residência, fotografia retirada da residência do residência, fotografia retirada da residência do
vizinho. vizinho.
Forma: Isoladas Forma: Isoladas
Atividade: Ativas Atividade: Ativas
Ambiente: Área Externa Ambiente: Área Externa
Região: Parte central da parede. Região: Piso limite entre ambientes (corredor e
Forma: Isoladas cozinha).
Atividade: Ativas Forma: Isoladas
Ambiente: Sala de Estar Atividade: Ativas
Ambiente: Cozinha
Região: Canto superior da porta, fissuras interligando Região: Canto superior da porta, fissuras
as aberturas. interligando as aberturas.
Forma: Isoladas Forma: Isoladas
Atividade: Ativas Atividade: Ativas
Ambiente: Corredor Ambiente: Corredor
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Região: Inferior da parede, encontro do piso com Região: Inferior da parede, encontro do piso com
alvenaria. alvenaria.
Forma: Isoladas Forma: Isoladas
Atividade: Ativas Atividade: Ativas
Ambiente: Corredor Ambiente: Corredor
Região: Canto inferior da janela, fissuras interligando Região: Central a parede da janela, interligando
as aberturas. porta a interruptor.
Forma: Isoladas Forma: Isoladas
Atividade: Ativas Atividade: Ativas
Ambiente: Quarto Ambiente: Quarto
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Região: Superior nos cantos da porta do quarto, Região: Parte central e inferior da parede.
interligando as aberturas. Forma: Isoladas
Forma: Isoladas Atividade: Ativas
Atividade: Ativas Ambiente: Suíte
Ambiente: Suíte
4. CONCLUSÃO
O presente estudo remete-nos a conclusão da importância do conhecimento que se deve
haver a respeito das patologias das fundações, o que contribui para uma maior segurança e vida
útil das construções, a fim de minimizar os custos.
Este trabalho retratou as principais causas das aberturas da alvenaria e recalques das
fundações, bem como as manifestações patológicas presentes nas estruturas de concreto armado
nas edificações, numa relação solo-fundação, que altera e afeta a qualidade dos materiais
existentes.
No decorrer do artigo, pôde-se verificar que os problemas patológicos podem ser
diagnosticados e evitados, sendo o papel do profissional habilitado de grande valia que consiga
apontar os erros possíveis de sondagem, além de obter dados acerca das edificações vizinhas.
Por meio das manifestações patológicas encontradas, verifica-se a necessidade de se promover
investigações geotécnicas. Só após a fundação ser reforçada poderá haver o fechamento das
aberturas.
As fundações mal executadas ou a carga aplicada maior que a capacidade resistente das
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fundações são as principais causas do recalque de fundação. Como vimos no presente artigo,
os danos físicos oriundos de recalque de fundações além de comprometerem a estabilidade da
edificação, resultam em trincas de espessuras elevadas ocasionando um mau aspecto da
construção e esse fenômeno abala não apenas a estrutura física da casa, mas o sentimento das
pessoas.
Assim, com base no estudo bibliográfico utilizado, tem-se a necessidade de conhecer
mais o solo, a fim de que possa ser utilizada uma fundação propícia capaz de suportar todas as
tensões geradas pelos esforços solicitantes, evitando que comprometam nas estruturas de
concreto.
Neste caso, foi sugerido posteriormente aos moradores a evacuação da residência
devido os graves danos estruturais constatados na vistoria, como foi demonstrado nesse artigo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, v. 2, 2012
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos (2ª Edição). São Paulo: Oficina de Texto,
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VELLOSO, D.A.; LOPES, F.R. Fundações. São Paulo, Oficina de Textos. 2011. Disponível
em: <
https://www.passeidireto.com/arquivo/5956031/livro_fundacoes_veloso_lopes_vol_unico_20
12>. Acesso em 2 de outubro de 2021.
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VELLOSO, D. A., & LOPES, F. R. Fundações (Vol. I). São Paulo: Oficina de Textos, 2004.
SILVA JUNIOR, Francisco Cerqueira da, Uma revisão sobre as manifestações Patológicas
mais frequentes em Fundações de Concreto De Edificações, Universidade Estadual De
Feira De Santana Departamento De Tecnologia, Feira De Santana – Bahia, 2008.
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CAPÍTULO 25
RESUMO: A pandemia gerada pelo Covid 19, que já dura cerca de dois anos, gerou
uma crise sem precedentes em todos os setores da sociedade e os obrigou a criar
novos hábitos e posturas comportamentais, tanto a nível de indivíduo como de
sociedade, empresa ou governo. Este trabalho apresenta um estudo de caso
conduzido numa empresa de médio porte que atua num dos setores mais afetados
pela crise, o setor têxtil, e relata as medidas que foram tomadas para superar os
efeitos dessa crise e evitar sua insolvência e provável falência. Precede o estudo de
caso uma ampla revisão bibliográfica na literatura especializada sobre alguns
aspectos ligados ao conceito de crise, bem como qual é o papel dos gestores e da
inovação, criatividade e do empreendedorismo no ambiente empresarial para superar
os efeitos dessa crise. O estudo de caso mostra como a empresa estudada, antes do
advento da crise eficiente, produtiva e lucrativa, teve seu fluxo de caixa
comprometido a ponto de não auferir os recursos necessários para honrar seus
compromissos com funcionários e fornecedores. Para sobreviver e voltar a ser
lucrativa em meio a um cenário incerto, a empresa implantou uma série de medidas
que contemplaram, inicialmente, a adesão às medidas mitigadoras oferecidas pelo
governo e à renegociação com clientes e fornecedores. Tais medidas se mostraram
apenas paliativas e insuficientes, principalmente devido à longevidade da crise, o que
fez com que, por necessidade, o lado empreendedor e inovador de seus proprietários
e funcionários aflorasse. Num esforço para se adequar aos novos tempos, a empresa
passou, então, a utilizar seu know how e a expertise adquiridos ao longo de sua
existência para lançar produtos inovadores, cuja demanda foi motivada pela
pandemia - ironicamente o fato gerador da crise - e investiu no e-commerce e em
novas formas de comercializar seus produtos. A combinação dessas medidas ajudou
a empresa a se reerguer e dar lucro novamente e permite concluir que, além de
possuir bons processos de gestão, os aspectos inovação, criatividade e
empreendedorismo assumem papel fundamental para qualquer empresa que passe
por dificuldades e deseje se manter no mercado de forma competitiva e lucrativa,
principalmente em épocas de crise como a gerada pela pandemia do Covid-19.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
1. INTRODUÇÃO
A pandemia gerada pelo vírus Covid-19 no final de 2019 e início de 2020 desencadeou
uma crise econômica e social que afetou e continua afetando a sociedade de diversas formas.
No ambiente empresarial, algumas organizações do setor secundário, onde atuam, por exemplo,
as empresas que compõem a indústria têxtil, e outras do setor terciário, como as que atuam nas
áreas de turismo e entretenimento, sofreram um impacto tão profundo no seu nível de atividade
que é praticamente impossível prever quando elas conseguirão retomar os níveis existentes
antes do seu surgimento. Essa situação obrigou tanto o governo, nos seus três níveis, quanto a
iniciativa privada a tomar uma série de medidas visando reduzir ou mitigar os efeitos de tais
impactos que, seguramente, afetaram a saúde financeira e até mesmo a sobrevivência de uma
série de empresas.
Sob a ótica do empreendedorismo e da inovação, contudo, tal situação, apesar dos
enormes prejuízos socioeconômicos causados para a sociedade como um todo, não deixa de ser
uma excelente oportunidade de crescimento, já que, não raro, é nesses momentos que as
organizações conseguem aprender com seus erros, sejam eles previsíveis ou não, e permitem
aflorar talentos que podem contribuir para transformar a situação e contribuir para superá-la.
Empresas que utilizam métodos práticos, eficientes e ágeis nas decisões diárias que dizem
respeito às áreas produtivas, comercial, marketing e logística frequentemente se adaptam com
mais facilidade aos problemas e geram soluções eficientes e inovadoras. Em alguns casos isso
ocorre de forma natural e paulatina e tais organizações costumam passar incólumes por
situações adversas. Em outros a transformação é mais demorada, já que demanda um processo
de aprendizado que pode não corresponder às necessidades e urgências momentâneas e,
eventualmente, levá-las a insolvência e até ao desaparecimento.
Grande parte da indústria têxtil brasileira, após algumas décadas estagnada, se
modernizou depois que passou a ser submetida à concorrência com empresas globais e
atualmente se encontra preparada para responder de forma eficiente às crises que porventura
surjam. A crise gerada pela pandemia do Covid-19 é o tipo de evento que submete as empresas
à prova e demonstra se elas se encontram preparadas ou não para superá-la e retomar suas
atividades de forma economicamente sustentável.
Como consequência da pandemia, diversas fábricas e suas cadeias produtivas tiveram
suas atividades drasticamente reduzidas o que as levou a reduzir de tamanho, encerrar suas
atividades ou, simplesmente, declarar falência. Ainda não se sabe quando essa crise será
superada, mas é possível afirmar que as empresas que sobreviverem a ela se tornarão mais fortes
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
e competitivas do que antes. No setor têxtil os sinais de retomada econômica já são evidentes e
demonstram que o pior já passou. Para as sobreviventes, conhecer o mercado, entender os
motivos e as consequências da crise, envolver os colaboradores e parceiros, inovar nos
processos de gestão e saber tomar as medidas necessárias, como o lançamento de novos
produtos e serviços na hora adequada, mostrou-se ser essencial para que fosse possível superar
os momentos de dificuldade causados pela redução da demanda e consequentemente
diminuição das vendas.
Este artigo relata as medidas que foram usadas por uma empresa do setor têxtil para
superar a crise gerada pela pandemia da covid-19. Não se trata de uma receita que pode ser
utilizada por todos os tipos de empresa, já que tais medidas dependem, entre outras coisas, da
situação econômico-financeira em que a empresa se encontrava antes do início da crise, da
competência de seus gestores e do produto fabricado, local e contexto em que a mesma se
encontra inserida. Independentemente do tipo e setor em que a empresa se encontra inserida, a
retomada rumo ao sucesso, contudo, não é impossível de acontecer como fica demonstrado
neste trabalho.
2. OBJETIVO
3. METODOLOGIA
O trabalho utiliza como metodologia uma pesquisa conceitual e qualitativa que segundo
Gil (2008) leva em consideração uma pesquisa bibliográfica, interpretação de dados e estudo
de caso relacionados ao tema, utilizando fontes primárias e secundárias para obter informações
e assim, efetuar uma análise das ações tomadas pela empresa durante a crise. A pesquisa
encontra-se suportada por um estudo de caso conduzido numa empresa de médio porte que atua
no setor têxtil cuja matriz se encontra localizada no estado de Santa Catarina e possui unidades
produtivas no interior de estado de São Paulo e no Paraguai. Segundo Gil (2008) o estudo de
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caso é recomendado para ilustrar uma pesquisa conceitual por se tratar de um estudo profundo
que permite o conhecimento amplo e detalhado do assunto estudado. Para embasar o estudo de
caso foi necessária uma ampla revisão literária a artigos e autores especializados em crise,
inovação e empreendedorismo com o objetivo de identificar as dificuldades que uma empresa
enfrenta durante uma crise e que medidas poderiam ser tomadas para que a mesma possa se
reinventar. Finalmente, como forma de complementar o estudo e apresentar as conclusões
finais, foram realizadas entrevistas com agentes e gestores atuantes no setor têxtil.
4. REVISÃO TEÓRICA
Segundo ARAÚJO (2005), uma crise pode ser definida como sendo uma turbulência ou
perturbação do sistema social e econômico que, considerado sua duração e extensão geográfica,
pode pôr em perigo a existência e os mecanismos essenciais de reprodução dos afetados por
ela. Em alguns casos, a situação permite aos atingidos se recomporem livrando-se de
componentes e comportamentos nocivos e incorporando inovações salvadoras. Via de regra
uma crise leva à decadência e, posteriormente, se não for adequadamente combatida, ao
colapso. No caso de uma possível recomposição ela pode até ser qualificada como uma "crise
de crescimento" já que seu advento facilita a adoção de renovações que já se encontram
disponíveis, mas que não seriam implantadas caso a situação não tivesse de ser
obrigatoriamente enfrentada.
O A crise que atualmente assola o Brasil teve origem em dezembro de 2019 na cidade
de Wuhan, localizada na província de Hubei, República Popular da China, quando o mundo
tomou conhecimento da existência do denominado “coronavírus”, uma infecção respiratória
aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2, na época divulgada como potencialmente grave e de
elevada transmissibilidade que, segundo o Ministério da Saúde (2021), gerou uma situação
crítica e de calamidade pública que resultou no surgimento de uma crise sem precedentes em
vários setores no mundo todo.
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Em março de 2020 a doença foi declarada pela OMS – Organização Mundial da Saúde
– como pandêmica e chegou ao Brasil sem uma previsão de término causando impactos nas
áreas sociais, econômicas, sanitárias, políticas e, principalmente, de saúde. Segundo Silva
(2020) seus impactos superaram a crise da dívida da América Latina (1980), a crise financeira
mundial de 2008-2009 e, mais recentemente, a crise brasileira de 2014 a 2017 que surgiu através
do não alinhamento entre a oferta e a demanda de vários produtos no país devido a erros na
condução da política econômica.
No ambiente empresarial seus impactos foram imediatos, já que ocorreu uma drástica
diminuição nos pedidos de clientes, levando a grande diminuição no ritmo produtivo e, por
consequência, obrigando as empresas a tomarem atitudes, como por exemplo, o corte de gastos
e até mesmo a fim de evitar o encerramento de suas atividades. Segundo um diagnostico
realizado pela GEM - Global Entrepreneurship Monitor - publicada em setembro de 2020 no
Brasil, foi evidenciado que em um curto período de 6 meses, de março a agosto, 29% das
empresas foram fechadas temporariamente tendo que suspender contratos de funcionários; as
vendas diminuíram em 51%; e 18% precisaram reduzir seus dias de trabalho com uma redução
salarial concomitante.
Como forma de prevenção para evitar a proliferação da doença e o estado de calamidade
pública na saúde, no Brasil foram estabelecidas várias medidas de prevenção sendo as mais
comuns o lockdown (restrição obrigatória de circulação de pessoas e afastamento social), toque
de recolher, fechamento ou restrição de horário de funcionamento para estabelecimentos
comerciais, autorização de funcionamento somente de serviços essenciais, etc. Tais medidas
impactaram, em maior ou menor grau, diversos setores da atividade econômica e obrigaram as
empresas e a sociedade de uma forma geral a se reinventar e a rever seus hábitos e posturas e a
adotar estratégias de sobrevivência fazendo prevalecer a máxima de Araújo (2005) que afirma
que “em qualquer caso a crise é um tempo de decisão onde o sistema opta (se houver lugar para
isso) entre reconstituir-se de uma maneira ou decair (também transitando algum dos vários
caminhos possíveis)”.
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passaram a fabricar itens que estavam com demanda aquecida, como máscaras e aventais para
o setor de saúde.
Em pesquisa realizada pelo Sebrae com 62 representantes da cadeia produtiva do setor
de moda, têxtil e de confecção, mostrou que mais de 70% das empresas consultadas pararam a
produção e que 41% acreditavam que voltariam a produzir em 15 dias, mas essa expectativa
não se realizou. A mesma pesquisa revelou que cerca de 70% das empresas afirmaram que não
estavam preparadas financeiramente para situações como a pandemia de coronavírus e
passaram a adiar ou negociar o pagamento a fornecedores, além de solicitar empréstimos junto
a instituições financeiras. A maioria das empresas (51,6%) sofreu os efeitos da pandemia no
fechamento da produção. Para outras (24,2%), o maior impacto foi observado no fornecimento
de produtos a clientes, enquanto 6,5% foram afetadas no abastecimento de materiais e insumos.
Do total de entrevistados, 49,2% tiveram seus pedidos reduzidos; para 47,5%, as datas de
entrega foram postergadas e 20% das empresas do setor não souberam informar como será seu
modelo produtivo depois da pandemia. (SEBRAE, 2020).
4.2. GESTOR
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que funciona ou não em todas as ações praticadas. Durante a instabilidade, o gestor precisa ser
um motivador de funcionários, ter uma alta capacidade crítica e analítica para auxiliar a cúpula
da empresa a rever e adaptar estratégias ao contexto imposto pela crise” (FRAIA, 2020).
4.3. GESTOR
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
próprio negócio, ele passa a ser buscado pelas empresas (intraempreendedores) para que possa
melhorar o processo de trabalho” (PINHEIRO; SOUSA, 2015, v. 2, p. 119).
Para Chiavenato (2004), o espírito empreendedor nutre a economia, alavanca recursos,
impulsiona talentos e dinamiza ideias, sendo o responsável por encontrar oportunidades e
aproveitá-las de maneira ágil antes que outros o façam. Esse autor define o empreendedor como
sendo a pessoa que inicia ou gerencia um negócio a fim de realizar uma ideia ou projeto,
assumindo seus riscos, responsabilidades e o inovando continuamente. Esse raciocínio é
corroborado por Drucker (1998) que, apesar de não reconhecer os empreendedores como
agentes de mudança, os enxerga como exploradores das oportunidades criadas por elas, seja na
tecnologia, preferência de consumidores, normas sociais, dentre outros, definindo, então, o
empreendedor como sendo aquele que busca ou percebe a mudança, responde à mesma e a
explora como uma oportunidade.
5. ESTUDO DE CASO
Este estudo de caso relata as dificuldades enfrentadas por uma empresa do setor têxtil
causados pela pandemia gerada pelo Covid-19 e destaca como ela enfrentou os desafios, se
transformou e adaptou em meio ao estado de calamidade pública saindo fortificada e resiliente
ao implantar boas práticas de gestão e medidas inovadoras e empreendedoras para superar a
crise que se abateu sobre o setor.
O estudo de caso que ilustra este trabalho acadêmico foi conduzido na empresa Kazzo
Confecções que fica localizada no interior de São Paulo e antes da crise gerada pelo Covid-19
atuava prioritariamente na confecção de vestuário em jeans. A empresa foi fundada em 2003
na cidade de Botucatu quando seu atual proprietário adquiriu uma pequena confecção de peças
sociais e resolveu transformá-la numa confecção de peças em jeans, criando assim a empresa
atualmente denominada Kazzo Confecções. Em 2005, ou seja, apenas dois anos mais tarde, a
empresa inaugura uma segunda unidade fabril no município de Macatuba, interior do estado de
São Paulo, agregando valor aos produtos confeccionados através dos processos de lavanderia e
lixamento das peças jeans processadas pela mesma.
Com o passar do tempo, devido aos benefícios oferecidos pelo poder público e
objetivando maximizar seus lucros e reduzir os custos produtivos, a empresa foi paulatinamente
desativando a unidade de Botucatu e concentrando seus processos produtivos na unidade de
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Macatuba. Desde então a empresa tem procurado, a cada dia, inovar no lançamento de novos
produtos e se consolidar como referência na confecção de jeans e produtos de moda jovem em
geral oferecendo aos seus clientes as últimas tendências do jeanswear.
Atualmente, além da fábrica de Macatuba, o proprietário também possui outras duas
unidades produtivas localizadas no estado do Paraná e no Paraguai, além de ter inaugurado uma
série de lojas próprias no interior dos estados de São Paulo e Paraná, localizadas nas cidades de
Botucatu, Lençóis Paulista, Macatuba, Bauru, Gaspar e Brusque, além de Fernando de la Mora
– PY, que comercializam apenas produtos de marca própria com as denominações Kazzo
Confecções, Karamba, Nova Jeans e Doct. Apesar da estratégia de diversificar seu canal de
vendas ao abrir lojas próprias, a maior parte do faturamento do grupo ainda é obtido através da
celebração de contratos de fornecimento exclusivo firmados com grandes marcas que atuam no
varejo como: Renner, Marisa, Hering, Amaro, Restoque e C&A. Por causa dessa estratégia de
vendas, foi possível fazer com que toda a sobra de produção ou peças com pequenos defeitos
de manufatura fossem escoadas através das lojas próprias, fazendo com que os prejuízos
gerados pelo excedente dos pedidos de um cliente sejam enviados para a venda nas lojas
próprias e transformado uma mais uma fonte de receita.
A escolha de Gaspar para sediar a fábrica que se transformaria na matriz do grupo Kazzo
Confecções demonstra que seus proprietários possuem uma visão empreendedoras e que
enxerga com facilidade oportunidades que não devem ser desprezadas para consolidar suas
operações e maximizar o lucro e foi fortemente influenciada pelo fato de a cidade oferecer
benefícios fiscais relacionados à importação e exportação de insumos e produtos têxteis. Esta
fábrica apresenta uma pequena produção e trabalha diretamente com corte e costura de malha,
sendo a maior parte da produção distribuída para as lojas do grupo ou para atender alguns
pedidos de clientes lojistas que possuem lojas na região. A fábrica localizada no Paraguai,
conhecida como Karamba, serve como estoque de tecidos fornecidos por terceiros e produz de
acordo com a ficha de uma Ordem de Produção (OP) que é gerada no Brasil. Isso acontece
porque nesta fábrica o último procedimento no local é a costura, após os produtos são enviados
para a Kazzo Macatuba.
Dentre as três unidades produtivas a fábrica de Macatuba é a que mais se destaca pois
está equipada com equipamentos e processos que possibilitam oferecer um alto nível de
complexidade durante a manufatura das peças que possibilitam atender a programação da OP
de diferentes formas para cada tipo de produto devido a variedade de setores. Todas as unidades
produtivas são suportadas e integradas entre si e às lojas próprias ou terceirizadas por um Centro
de distribuição localizado na fábrica de Macatuba.
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A pandemia gerada pelo Covid-19 no final de 2019 se espalhou rapidamente pelos cinco
continentes e teve seu primeiro caso confirmado no Brasil em fevereiro de 2020. Inicialmente
subestimada tanto pelo pela sociedade como pelo poder público, teve 5.717 casos confirmados
e 201 mortes registradas até o final do mês de março daquele ano. Esse incremento levou o
governo a tomar atitudes mais drásticas para conter o avanço da doença, podendo ser citado,
como exemplo, o Decreto Nº 64.879 de 20 de março de 2020, emitido pelo governo do estado
de São Paulo e que “determinou o estado de calamidade, [...] decorrente da pandemia do
COVID-19, que atinge o Estado de São Paulo, e dispõe sobre medidas adicionais para enfrentá-
lo”. Outra atitude tomada pelo estado de São Paulo foi a publicação do Decreto nº 64.881 de 22
de março de 2020 que “decreta a quarentena no Estado de São Paulo”. Com isso, o comércio
foi fechado durante o horário comercial e as pessoas deveriam sair de casa apenas em casos de
real necessidade. Para atender o decreto, apenas os estabelecimentos considerados como
atividades essenciais poderiam continuar operando, mas com certas restrições de quantidade de
pessoas e horário.
Tais medidas afetaram significativamente a economia e o fluxo de produtos e serviços
e, de forma específica, o setor de moda têxtil. Segundo dados postados no site do SEBRAE
(2020), em pesquisa realizada pela entidade com 62 representantes da cadeia produtiva do setor
de moda, têxtil e de confecção, foi possível constatar que mais de 70% das empresas
consultadas pararam a produção [...] e a maioria das empresas (51,6%) sofreu os efeitos da
pandemia no fechamento da produção”.
Tais medidas impactaram nas vendas dos produtos tanto nas lojas próprias quanto nas
de fornecimentos exclusivo do grupo Kazzo, principalmente nos grandes centros e lojas
localizadas em pontos de grande movimentação, uma vez que as mesmas estavam de portas
fechadas, fato que levou os clientes da Kazzo a tomar alguma das seguintes opções: diminuir a
quantidade dos pedidos já realizados, postergar a entrega dos pedidos e, no pior dos casos,
realizar o cancelamento total dos pedidos com o intuito de diminuir os gastos desnecessários
uma vez que não seria possível concretizar a venda dos produtos nas lojas físicas. Como
consequência disso, a empresa se viu impedida de enviar para as lojas o estoque parado que já
havia sido produzido e, numa medida mais radical, encerrou a linha de produção do que já havia
começado e manteve guardado, até chegar o dia da entrega, mais estoque parado. Já com os
pedidos que houve uma diminuição na grade, gerou um estoque parado ou uma redução no
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faturamento. Quando essa situação virou realidade, e sem perspectiva de volta à normalidade,
a empresa parou de receber novos pedidos, fato que comprometeu definitivamente seu fluxo de
caixa e, por consequência, a perda da capacidade de arcar com seus compromissos financeiros,
inclusive aqueles que diziam respeito à folha de pagamento de seus colaboradores.
Antes da crise gerada pela pandemia do Covid-19, o grupo Kazzo era uma organização
extremamente sólida e frequentemente elogiada por seus principais clientes devido à qualidade
dos produtos e à confiabilidade com que os pedidos eram atendidos. Seus 497 colaboradores
eram responsáveis pelo atendimento de cerca de 187 pedidos por mês que geravam uma
produção de quase 213 mil peças mensais e proporcionavam um faturamento mensal médio
superior a 7,5 milhões de reais. A pandemia, contudo, alterou significativamente essa situação
e seus reflexos não demoraram a se fazer sentidos. Em abril de 2020 seus pedidos despencarem
de 187 para 54, enquanto a eficiência da produção de 213 mil peças caiu para 60 mil, gerando
assim uma receita de apenas 2,7 milhões por mês, quantia insuficiente para manter seus
colaboradores e honrar os compromissos financeiros assumidos anteriormente.
A eminência da falência e a falta de perspectiva de futuro obrigaram a empresa e seus
colaboradores a tomar uma série de decisões emergenciais a fim de sobreviver em meio à crise.
Num primeiro momento a empresa tentou uma solução tradicional e entrou em contato com
algumas instituições financeiras para verificar a possibilidade de tomar empréstimos com juros
de baixo custo, mas essa tentativa se revelou infrutífera, já que tais instituições possuem
restrições naturais aos riscos exagerados e não enxergavam até aquele momento perspectivas
de melhoria e muito menos o final da crise. Paralelamente a isso, outras negociações foram
realizadas junto aos clientes que postergaram as entregas dos pedidos que já haviam sido
colocados e a outros que diminuíram a grade propondo que eles adiantassem parte do valor dos
pedidos já colocados para ajudar a empresa a se manter e entregar exatamente o que o cliente
estava solicitando. Essa estratégia resultou na adesão de apenas uma pequena parcela dos
clientes, que alegaram que também se encontravam descapitalizados e, apesar de ter fortificado
o relacionamento com os aderentes, não se mostrou suficiente para resolver a crise do fluxo de
caixa que se abateu sobre a organização.
A partir de então a empresa procurou voltar suas ações para as medidas implantadas
pelos governos federal, estadual e municipal para tentar mitigar os efeitos da pandemia e aderiu,
entre outras, à Medida Provisória nº 936, de 1 de abril de 2020, que previa no seu “Art. 3º [...]
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
A adoção das medidas descritas anteriormente, também adotadas por outras empresas
dos diversos setores produtivos, foi determinante para que a empresa pudesse sobreviver no
pior momento da crise, mas se revelou insuficiente para superá-la definitivamente. Foi então
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que a empresa percebeu que precisava se reinventar e tomou algumas decisões que nunca teria
tomado caso a crise não se abatesse sobre ela. Norteados pela máxima que diz que “toda crise
também é cheia de oportunidades de crescimento” seus gestores recorreram à expertise
adquirida ao longo de sua existência e resolveram lançar novos produtos explorando os nichos
gerados pela pandemia utilizando total ou parcialmente as instalações e os equipamentos
utilizados no processo produtivo de uma confecção de calças.
A primeira oportunidade detectada para gerar receita e sair da crise foi a produção de
álcool 70% em gel, uma vez que a procura por esse produto aumentou exponencialmente de
uma hora para outra devido ao fato de esse produto ter se mostrado extremamente eficiente para
eliminar os micro-organismos que transmitiam a covid-19. Essa solução, criativa, inovadora e
que demandava baixos investimentos, já que a empresa detinha todos os produtos e máquinas
necessárias para a produção, não foi levada adiante devido a algumas restrições e proibições
impostas por parte dos órgãos de fiscalização. Por causa disso esse produto não chegou a ser
oferecido ao mercado e foi produzido apenas para consumo interno.
A frustação oriunda do fato de a primeira ideia não ter se mostrado viável não demoveu
os gestores da empresa da ideia de desenvolver novos produtos. Como consequência disso, em
um segundo momento, a empresa resolveu inovar explorando um nicho criado pelo decreto nº
40.648, que previa o uso obrigatório de máscaras de proteção em locais onde há fluxo constante
de pessoas e que preconiza que o infrator (a pessoa que não estiver usando máscara) será julgado
de acordo com as penalidades presentes na Lei 6.437/77. Resultou desse decreto a decisão de
produzir máscaras de proteção facial cuja demanda se encontra em alta até hoje. Utilizando o
maquinário e a mão de obra já disponível e com baixíssimo investimento, a empresa começou
a produzir máscaras de tecido usando as máquinas de corte e costura e os equipamentos de
lavanderia. O produto revelou-se um sucesso e pouco tempo depois a empresa adquiriu algumas
máquinas especificas para viabilizar a produção de máscaras em TNT e viabilizar o atendimento
da crescente demanda do mercado por esse produto, utilizado não só por parte de hospitais e
farmácias que tem contato diretamente com pessoas e devem utilizá-las obrigatoriamente, mas
também por parte de comerciantes, pequenas empresas, vendedores ambulantes, entre outros.
O sucesso oriundo da fabricação de máscaras de proteção facial teve impactos tão
significativos, tanto no fluxo de caixa da empresa quanto no ambiente corporativo, que a
empresa resolveu inovar também na forma de comercializar seus produtos. Aproveitando o fato
de que as lojas físicas se encontravam fechados por força de lei, a empresa resolveu investir
numa plataforma de comércio eletrônico para expor seus produtos e reforçar sua área de vendas.
A repaginação do seu site proporcionou obter melhorias no departamento de marketing, que
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passou a atingir praças e públicos maiores e resultou num aumento substancial nas vendas de
produtos tanto na loja virtual quanto nas lojas físicas. Atualmente as vendas pelo e-commerce
representam em torno de 10% do faturamento mensal da empresa e sua participação tem
crescido cada vez mais.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo tem como objetivo principal demonstrar que inovar e empreender,
principalmente em momentos de crise, é fundamental para a sobrevivência de uma organização.
O estudo de caso desenvolvido na Kazzo Confecções demonstra que se não fosse a
inovação e o empreendedorismo a empresa não teria sobrevivido à crise gerada pela pandemia
do Covid-19. Apesar de tradicionalmente inovadora no que dizia respeito ao lançamento de
novos produtos na sua área de atuação, no quesito inovação à empresa limitava-se a atender a
moda vigente da estação. Foi necessária uma crise para que seus gestores percebessem que a
inovação e o empreendedorismo devem fazer parte do dia a dia de uma empresa e não devem
se restringir apenas à alta direção ou ao lançamento ou relançamento de produtos.
A empresa soube fazer bom uso das medidas provisórias e decretos gerados pelos
governos durante a pandemia e conseguiu evitar a falência e manter a segurança e a saúde de
seus colaboradores, bem como minimizar suas perdas econômicas durante um certo período de
tempo, mas percebeu que tais medidas não eram suficientes para evitar sua falência e para
retomar suas atividades. Foi a necessidade, gerada pela crise, que a levou realmente a adotar
soluções empreendedoras e inovadoras. Graças a tais ações, a Kazzo conseguiu minimizar os
riscos, sobreviver à crise e posteriormente obter lucros, agora fortificada pela situação que
enfrentou.
Atualmente a empresa, que chegou a contar com apenas 200 funcionários ativos no pior
momento da pandemia, se encontra com 516 colaboradores ativos que são responsáveis pelo
atendimento de cerca de 209 pedidos por mês, gerando uma produção de aproximadamente 240
mil peças mensais que proporciona um faturamento mensal médio superior a 9,6 milhões de
reais. É possível afirmar, portanto, que a medidas deram certo e que a empresa “deu a volta por
cima” e já superou os resultados que alcançava antes do surgimento da crise. O trabalho
demonstra que a adoção de medidas convencionais não são o bastante para superar uma crise
aguda e longa e que inovar e empreender é fundamental para evitar o encerramento das
atividades empresariais.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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CAPÍTULO 26
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INTRODUÇÃO
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METODOLOGIA
A revisão da literatura, aqui apresentada, foi realizada em revistas científicas indexadas
e vinculadas aos bancos de dados do Periódicos Capes, SciELO e Google Acadêmico. A busca
nos bancos de dados usou as seguintes palavras chaves: nanotubos de TiO2, mecanismo de
formação, parâmetros de anodização, efeito do substrato, aplicações. A análise das informações
foi feita por meio da leitura exploratória dos materiais encontrados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Formação dos Nanotubos de TiO2
O meio de obtenção amplamente utilizado para o crescimento altamente ordenado NTT
sobre substratos de Ti é a anodização eletroquímica, que permite um alto grau de controle da
morfologia dos tubos, por meio da alteração dos parâmetros de síntese; trata-se de um processo
simples, de baixo custo e com possibilidade de produção em larga escala (ALI et al., 2018;
INDIRA et al., 2015; OYĚWÙMÍ et al., 2016; REGONINI et al., 2013). A formação dos NTT
ocorre através do processo de oxidação de um substrato ou filme fino de Ti, que é usado como
ânodo em uma cela eletrolítica, submerso em uma solução eletrolítica na presença de íons de
flúor, geralmente, submetidos a uma tensão constante. O esquema abaixo representa uma cela
eletrolítica na qual ocorre o crescimento anódico dos nanotubos de TiO2.
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No ânodo (substrato de Ti) irá ocorrer o crescimento óxido, e como contraeletrodo, usa-
se a platina ou grafite. O processo se inicia com a aplicação de uma diferença de potencial entre
os eletrodos, promovendo a hidrólise da água (reação 1), liberando íons (OH⁻) que interagem
com o substrato de Ti (reações 2 a 5), resultando no crescimento de uma fina camada compacta
de TiO2. Todo o processo de crescimento óxido pode ser resumido pela reação 6 (ROY;
BERGER; SCHMUKI, 2011). Após formado o espessamento do filme óxido, o flúor inicia o
processo de nucleação de poros no filme compacto de TiO2 em determinadas regiões de
instabilidade (reação 7), dando início a formação dos nanoporos, que posteriormente, devido a
ação do campo elétrico, irão se tornar nanoporos mais ordenados, e por fim, encerrando com a
conversão das estruturas para nanotubos de TiO2 (REGONINI et al., 2013; ROY; BERGER;
SCHMUKI, 2011).
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distribuídos (ZHANG et al., 2010). Quando a terceira fase (fase III) é atingida, observa-se a
constância da densidade de corrente, o que é geralmente atribuída a teoria de Dissolução
Assistida por Campo Elétrico, que propõe taxas iguais de dissolução e oxidação, permitindo
então o constante crescimento dos NTT (REGONINI et al., 2012, 2013). A figura abaixo ilustra
detalhadamente as condição da amostra de Ti anodizada nas diferentes fases do processo:
Composição do Eletrólito
Existem três gerações de eletrólitos empregados no crescimento de nanotubos de TiO2.
A primeira geração é marcada pela utilização de ácido fluorídrico (HF) e outras misturas ácidas,
como ácido fosfórico (H3PO4), ácido nítrico (HNO3) e ácido sulfúrico (H2SO4) em água.
Quando se trata do HF, utiliza-se, por exemplo, de 0,5 a 3,5% em massas desse ácido em
eletrólito aquoso (BAUER; KLEBER; SCHMUKI, 2006). Entretanto, esses eletrólitos são
muito ácidos (pH próximo a 2), o que promove uma alta taxa de crescimento e de dissolução
óxida, promovendo o crescimento de matrizes com um menor controle, obtendo-se baixos
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Esse mecanismo sozinho não é capaz de justificar o crescimento dos NTT, portanto, acredita-
se que sua associação com a Teoria de dissolução assistida por campo elétrico seja necessária
(GARCIA-VERGARA et al., 2006; HUANG et al., 2019; REGONINI et al., 2013).
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anodização ocorre, que é responsável pela iniciação da nucleação do óxido compacto (BAUER;
KLEBER; SCHMUKI, 2006; LEE et al., 2009; MACAK et al., 2008).
Temperatura
Em eletrólitos orgânicos, a temperatura apresenta uma relação proporcional em relação
ao diâmetro dos tubos quando está entre 0 a 40ºC. Já em eletrólitos inorgânicos, a mesma
relação não é observada, sendo que em temperaturas inferiores (~2ºC), o crescimento oxido é
inibido pela redução da movimentação dos íons (MACAK; SCHMUKI, 2006; REGONINI et
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Tempo de Anodização
Conforme mencionado, o tempo de anodização está associado a taxa de crescimento, e
consequentemente ao mecanismo de dissolução do TiO2. Esse processo de crescimento
eletroquímico pode ser de alguns minutos, em meios mais agressivos (inorgânicos ou com
maiores proporções de água), a várias horas (orgânicos ou com baixa concentração aquosa).
Em geral, maiores valores de comprimentos de matrizes de nanotubos são obtidas, em
eletrólitos orgânicos e aquosos, para maiores tempos de processo de anodização (MACAK;
SCHMUKI, 2006; WANG et al., 2009a). Por exemplo, de acordo com a Figura 7, é apresentado
o comprimento e o diâmetro dos nanotubos em função do tempo de processo, obtido a partir da
síntese realizada em solução de etileno glicol, 1% em volume de ácido fluorídrico e 0,5% de
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NH4F com tensão de 60V. Nota-se que a taxa máxima de crescimento do comprimento e
diâmetro dos tubos ocorre após passadas 5-10 h. Entretanto, existe um limite a partir do qual o
valor do diâmetro dos tubos passa a reduzir devido, provavelmente, a uma intensa dissolução
do topo dos nanotubos, e consequentemente, das paredes dos mesmos, o que pode levar ao seu
colapso, gerando estruturas cuneiformes formando uma espécie de nanocone (MACAK et al.,
2008; WANG et al., 2009a, 2009b). É interessante mencionar que nanotubos extremamente
compridos e ordenados, de 1000 µm foram obtidos em solução de glicerol contendo NH4F e
H2O, a 60V durante 16 h de anodização, o que se deve provavelmente à baixíssima taxa de
dissolução associada ao mecanismo de FPA (PAULOSE et al., 2007).
Figura 7. Influência do tempo de anodização no comprimento e diâmetro dos NTT
Potencial de Anodização
A anodização geralmente acontece em condições de tensão constante, e comumente se
observa uma relação linear entre a tensão aplicado e os valores de diâmetro e comprimentodos
nanotubos até potenciais de 50-60V. A partir desse valor, uma relação inversa pode ser
observada (REGONINI et al., 2009). Essa correlação ocorre pelo efeito da dissolução assistida
por campo elétrico, que irá impulsionar a migração iônica em campos elétricos mais fortes,
levando a maiores taxas de dissolução e crescimento óxido. Devido a variação da taxa de
dissolução e formação óxida, esse comportamento linear ocorre para um potencial aplicado
que varia de 5 a 30V em eletrólitos aquosos, e de 10 a 60V em eletrólitos orgânicos. Valores
de tensões superiores a 60V além de promover o colapso dos tubos devido a dissolução
exagerada do topo e das paredes, também não apresentam um comportamento tão bem definido
de padrão de diâmetro em função da tensão, como pode ser verificado na Figura 8, sendo duas
condições analisadas, o meio aquoso (a), composto por 1M de H3PO4, em 0,3% em massa de
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Concentração de Água
A água é essencial em praticamente qualquer rota de formação de nanotubos de TiO2
por meio de anodização, possuindo dois papeis fundamentais: i) doação de íons O2⁻ para a
formação do dióxido de titânio, (reações 1,4 e 7; citadas acima, no tópico Formação dos NTT)
(REGONINI et al., 2013); ii) Conversão de poros para tubos, pela dissolução uma fina camada
interfacial de [TiF6]2-, que se aglutina entre as paredes de diferentes nanoporos de TiO2,
geralmente pelo mecanismo de FPA (AÏNOUCHE et al., 2014; BERGER et al., 2011;
TSUCHIYA; SCHMUKI, 2020). Além disso, Macak et al, em 2008 verificou que reduzindo a
concentração de água em eletrólito orgânico, ocorre também a redução da curva de densidade
de corrente, e consequente, diminuição do diâmetro dos tubos. Portanto, em rotas orgânicas
com concentrações de água muito reduzidas, apenas a formação de nanoporos de TiO2 mal
definidos podem ser observados (BERGER et al., 2010; MACAK et al., 2008; SOPHA et al.,
2016). Como já mencionado, podem existir eletrólitos compostos prioritariamente por água,
outros por soluções orgânicas e outros em condições mistas, logo, a concentração de água pode
variar muito a depender de outros parâmetros, principalmente aqueles que possuem forte
influência na taxa de mobilidade iônica e condutividade (MACAK et al., 2008).
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camada de TiO2, composta por ambas as fases anatase e rutilo nanocristalino, com um alto grau
de desordem. Portanto, acredita-se que a alta concentração de doadores de elétrons presentes
na orientação Ti(001) provavelmente são responsáveis pela ausência de íons O2- para
crescimento óxido (CRAWFORD; CHAWLA, 2009b; LEONARDI et al., 2015; TSUCHIYA;
SCHMUKI, 2020).
Conforme, já mencionado, o processo de dissolução química por fluoreto apresenta
preferências de ataque em nanotubos crescidos sobre certas orientações cristalográficas, sendo
que em regiões próximas à orientação basal - Ti(001), existe uma taxa mínima ou praticamente
nenhum crescimento de nanotubo ordenado ou vestígio de porosidade; e sobre substrato de Ti
com grãos de orientação próximos ao Ti(111), obtém-se estruturas mais espessas e melhor
ordenadas (LEONARDI et al., 2012). De acordo com Leonardi, pode-se observar que para os
respectivos planos cristalográficos: Ti(017), Ti(134), Ti(115), Ti(-160), Ti(-151) e Ti(111),
tem-se as seguintes comprimento dos tubos: 175nm, 290nm, 330nm, 650nm, 920nm e 1750nm,
consecutivamente. É importante ressaltar, que quanto mais próxima da orientação do grão
(111), maiores diâmetros são verificados, seguidos de uma menor espessura da camada
compacta de TiO2 sobre a estrutura nanotubular, tornando-se totalmente ausente em nanotubos
crescidos sobre substrato de orientação (111)(CRAWFORD; CHAWLA, 2009b; LEONARDI
et al., 2012, 2015). Além disso, Lee et al, observou que sobre grãos cuja orientação é muito
próxima à basal, nota-se a presença da fase anatase ou uma mistura de anatase e rutilo (LEE et
al., 2009).
Por fim, é possível se obter uma relação ainda mais interessante entre as dimensões dos
nanotubos crescidos sobre diferentes grãos e a orientação dos mesmos. Essa relação se dá pela
densidade atômica planar dos grãos, que indica a quantidade de átomos presentes na superfície
do substrato, revelando que para densidades maiores, tem-se menores taxas de crescimento do
filme óxido. Essa relação é novamente condizente com a proposta de competição entre taxa de
transferência iônica e a taxa de transferência de elétrons, uma vez que o plano Ti(001) é o mais
denso, possuindo ao menos o dobro da densidade de um plano Ti(hk0), e consequentemente,
sendo responsável também por uma maior concentração de doadores de elétrons
(CRAWFORD; CHAWLA, 2009c; DAVEPON et al., 2003; KONIG; DAVEPON, 2001;
SCHULTZE; LOHRENGEL, 2000). Essa relação pode ser claramente observada na Figura 9
abaixo, relacionando orientação cristalográfica, densidade superficial atômica e comprimento
dos NTT:
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Além disso, outro fator que corrobora nessa conclusão é a concentração de defeitos no
grão de Ti, que é reduzida em estruturas cristalinas, que ocorrem em orientações próximas à
basal e aumentadas em estruturas amorfas, consequentemente levando a uma redução na
densidade atômica superficial e portanto, aumentando a taxa de migração iônica que leva ao
crescimento óxido (KONIG; DAVEPON, 2001; LEONARDI et al., 2012, 2015).
Como a orientação (001) do titânio possui uma maior densidade atômica, isso resulta
no crescimento de um óxido com uma maior condutividade, implicando na maior quantidade
de elétrons livres, e com isso o campo elétrico sobre o óxido é de baixa intensidade,
desfavorecendo a ocorrência de pontos de dissolução, e consequentemente, implicando no não
crescimento subsequente dos nanotubos. A densidade de doadores está associada a densidade
atômica, logo, em planos com uma menor densidade atômica, haverá o crescimento de uma
camada de óxido amorfo, havendo sobre esse óxido a presença de um campo elétrico
significativo, favorecendo a formação de pontos de dissolução e o consequente crescimento da
matriz de nanotubos (LEONARDI et al., 2012; TSUCHIYA; SCHMUKI, 2020). Com isso, é
possível concluir que, a intensidade do campo está associada à condutividade da camada de
óxido, e portanto está associada à densidade atômica, promovendo uma relação de
espessamento dos NTT em função da densidade atômica.
Em contrapartida às conclusões mencionadas, Macak et al; sintetizou nanotubos
ordenados crescidos sobre substrato de Ti(001), utilizando eletrólito envelhecido de
etilenoglicol, NH4F e H2O, a 60V, o que contrapõe em parte os resultados obtidos por Leonardi,
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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por Hu et al, o refinamento dos grãos levou a uma melhor adesão do substrato de Ti à camada
nanotubular, sendo este efeito provavelmente atribuído ao aumento da superfície de contato que
ocorrem nas regiões de limites de grãos, que são muito mais numerosas em grãos
nanocristalinos (HU et al., 2020).
Atualmente, os principais registros na literatura dos efeitos do tamanho do grão na
morfologia dos NTT ocorrem por meio de tratamento de atrito mecânico superficial e torção
sob alta pressão (HU et al., 2020; HU; GAO; STARINK, 2016), realizando anodização em duas
etapas sobre o substrato refinado. O processo de anodização em duas etapas possui como
principal vantagem a capacidade de remover efeitos externos provenientes da superfície do
substrato, como rugosidade, resultando em superfícies mais regulares, permitindo o
crescimento de nanotubos melhor ordenadas, com elevado comprimento e adesão ao substrato,
comparadas a matrizes crescidas pelo processo de anodização em apenas uma etapa. Portanto,
essa rota de anodização é interessante ao se examinar o efeito de diferentes grãos, por permitir
condições ideais. Com a aplicação de diferentes pressões sob torsão nos grãos, verifica-se o
extremo refino dos grãos, que possui uma taxa que reduz à medida que o grão torna-se menor.
Os principais efeitos verificados com o refino do grão é o aumento da concentração de limites
de grão e microtensões superficiais, que são regiões promissoras ao crescimento óxido por
fornecer, respectivamente, maior disposição de sítios instáveis para início das nucleações e
energia livre para o crescimento óxido (REGONINI et al., 2013; ROY; BERGER; SCHMUKI,
2011). Além desses, o efeito do tratamento térmico a 1000ºC por 24 h para aumento do tamanho
do grão do Ti e redução da quantidade imperfeições e defeitos cristalinos também foi testado,
obtendo resultados semelhantes aos já mencionados, como a menor taxa de crescimento óxido
sem alteração do diâmetro dos tubos (FERREIRA et al., 2013).
Existem ainda controversas a respeito da aceleração do crescimento óxido em substratos
de tamanho de grão refinado conforme verificado por Sopha et al., que obteve matrizes
tubulares idênticas quando submeteu diferentes amostras com tamanhos de grãos muito
distintos (100 nm a 25 m) às exatas mesmas condições. Esse resultado é inesperado tomando
em conta que grãos de Ti menores deveriam tender a formação de tubos maiores, e, embora o
estudo tenha sido realizado em uma única anodização, impossibilitando a redução de efeitos
residuais da morfologia do substrato, ainda não é possível afirmar que o tamanho do grão possui
papel definitivo no crescimento dos nanotubos, carecendo portanto de maiores estudos
(SOPHA et al., 2016, 2018).
Como já foram citados os mais relevantes meios de parâmetros de controle da
morfologia dos nanotubos de TiO2, o presente trabalho irá abranger algumas das principais
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Aplicações Biomédicas
Existem diversas aplicações no setor biomédico para os NTT, principalmente no
recobrimento de implantes ortopédicos de ligas de Ti. A grande área superficial dos NTT
possibilita melhor adesão do implante ao osso e acelerada recuperação óssea (osseointegração),
comparada a metais que não possuem recobrimento (FU; MO, 2018; KANG et al., 2015). As
principais vantagens de usar camadas espessas de nanotubos de TiO2 para implantes médicos é
a sua grande área superficial, que possibilita a deposição de hidroxiapatita (HAP). Essa é a
responsável pelo tráfico de compostos celulares e células, consequentemente, promovendo o
crescimento de células osteoblásticas e ajudando na recuperação óssea (MELLO et al., 2017).
Além disso, outra propriedade importante dos nanotubos de TiO2 é a alta resistência ao
desgaste, o que previne que resíduos sejam lançados dentro do corpo biológico (LI et al., 2019).
Alguns parâmetros são recorrentes tratando-se da morfologia de tubos ideais para essa
aplicação, que seriam diâmetro de boca entre 70 a 100 nm, não sendo requeridos nanotubos
extremamente ordenados, sendo citadas inclusive estruturas colapsadas como promotoras à
osseointegração, módulos elásticos de 10 a 30 GPa; alta capacidade hidrofílica (geralmente
encontrada em estruturas menos ordenadas e mais rugosas) e com cristalinidade de anatase
(ALI et al., 2018; HU et al., 2020; WANG et al., 2020). A principal liga utilizada para essa
aplicação é o Ti-6Al-4V, que possui suas propriedades melhoradas após crescimento anódico,
entretanto, por ser uma liga de maior toxicidade, tem-se cogitado outra liga substituta, sendo a
a principal, a de TNTZ (Ti-Nb-Ta-Zr, com diferentes composições (SAJI; CHOE;
BRANTLEY, 2009), que possui menor toxicidade, entretanto, suas propriedades mecânicas não
são tão favoráveis, sendo necessário o crescimento de nanotubos sobre a liga e posterior
tratamento térmico em temperaturas elevadas para formação de anatase (BOCCHETTA et al.,
2021; NIINOMI; BOEHLERT, 2015; SWAIN et al., 2021).
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prata, comparados a nanopartículas e TiO2 compacto (LIU et al., 2012; MACAK et al., 2007).
A função do recobrimento dos nanotubos será mencionada no tópico a seguir.
Fig 9. Efeito da decomposição do alaranjado de metila pela ação fotocatalítica de diferentes materiais
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO
Em suma, é visível que os nanotubos de TiO2 são muito promissores, podendo ser
aplicados em diversos setores industriais; sendo que até o momento, seu meio de produção mais
notável é a anodização eletroquímica. Esta rota de obtenção possibilita uma ampla gama de
morfologias e propriedades a serem alcançadas dependendo aplicação desejada. Embora grande
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parte dos mecanismos que regem o crescimento e ordenação da camada nanotubular já tenham
sido esclarecidos, a literatura carece de estudos a respeito do efeito do substrato de Ti e de
anodizações em condições não convencionais. Pelo pouco que se tem relato, mostrou-se um
caminho bastante promissor para formação de nanotubos altamente ordenados em menores
tempos de anodização quando se utilizam substratos com composições químicas e
microestruturas mais complexas, o que é benéfico economicamente e ecologicamente.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 27
que o estado de pó, que após conformação e sinterização torna objetos sólidos com
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
e a preocupação com o meio ambiente visto que tais condições reduzem a emissão dos
automóveis (FUJIKI, 2001).
Na atualidade a tecnologia do pó se tornou imprescindível não apenas pelo processo
de obtenção de novos materiais, também pelo seu caráter econômico tanto em questões de
matéria prima como também pela conservação de energia.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
SISTEMAS DE Sistemas
IRRIGAÇÃO
SISTEMA SISTEMA
ACIONADOR DE INIBIDOR DE
IRRIGAÇÃO IRRIGAÇÃO
Abertura da Fechamento de
válvula solenoide válvula solenoide
A IRRIGAÇÃO A IRRIGAÇÃO É
ACONTECE CESSADA
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
foram pesados e padronizados em 30g com uma margem de erro de 1%. Os corpos de provas
foras feitos em 4 amostras para grupo de temperatura. Cada grupo foi submetido à
sinterização em temperaturas de 700°C e 900°C.
CP TEMPERATUTA
S1, S2, S3 e S4 700°C
N1, N2, N3 e N4 900°C
Fonte: Arquivo pessoal (2021)
Para confecção do corpo de prova foi utilizado uma seringa de 10 mL adaptada (foi
utilizado o cilindro e o êmbolo da seringa, contudo, do cilindro foi retirado o bico sendo assim
possível a produção de corpos de prova). Foram confeccionados 12 corpos de prova (CP)
conforme figura 1b apresentada abaixo.
Com o auxilio de uma haste metálica foi feito a parte interior do corpo de prova que
consiste em um espaço vertical sem material de 4 cm indicado na figura 1a. A figura também
apresenta o corpo de prova antes e depois da sinterização respectivamente.
Figura 1a: Corpo de prova antes da Figura 1b: Corpo de prova pós-sinterização com
sinterização seção tubular no interior do corpo de prova.
Os corpos de prova passaram por um processo de secagem aos 110oC em estufa por 3
horas sendo aferidos de 20 em 20 minutos a perda de massa do material com o auxílio de uma
balança de precisão até a sua estabilidade, sendo assim anotados suas massas secas para
análise de porosidade feita posteriormente.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Amostras PA AA MEA
(%) (%) (g/cm3)
S1 46,51 26,41 1,76
S2 44,49 25,06 1,77
S3 45,58 27,22 1,74
S4 48,12 27,67 1,73
N1 43,60 23,91 1,82
N2 46,19 25,02 1,84
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
N3 48,20 27 1,79
N4 45,99 26,76 1,71
Fonte: Autoria própria (2021)
Figura 2a: Corpo de prova sinterizado aos 700ºC Figura 2b: Corpo de prova sinterizado aos 900ºC
A figura 2a sinterizada aos 900ºC também apresentou uma quantidade de poros mais
uniforme por todo o corpo de prova conforme visto nas imagens. Apesar de terem apenas 4%
de diferença na quantidade de poros nota-se visualmente uma melhor disposição dos mesmos,
o que sugere a formação de regiões porosas e não porosas nas amostras sinterizadas aos
700ºC.
Os valores praticados nos dias atuais para aquisição de cápsulas porosas possui um
valor médio de R$23,00 (vinte e três reais), enquanto que na cápsula porosa desenvolvida no
presente trabalho custou em média R$6,00 (seis reais). Observou-se uma redução significativa
nos valores de confecção dos processos atuais para a cápsula porosa oriunda de argila tratada
no presente trabalho.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 28
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
publicações, e destas, somente 4 em português. Vale ressaltar que estudos sobre o tema vêm
crescendo no Brasil, visto que a maioria dessas publicações são recentes.
Segundo as projeções para o agronegócio brasileiro, o consumo de carne de frango per
capita para 2029 tende a chegar a cinquenta e dois quilos e duzentas gramas, tendo um aumento
de aproximadamente de 4,7% referente ao consumo no ano de 2019 (FIESP, 2020).
O intuito principal do trabalho conta em adquirir maior conhecimento a respeito do
tema estudado, e de certa forma colaborar com pesquisas futuras. Com o aumento da procura
da carne de frango, o mercado aviário se tornou muito promissor, com isso busca-se auxiliar de
certa forma quem tiver interesse sobre o tema estudado e por ser uma maneira de diminuir as
dificuldades e preparar estrategicamente as empresas do ramo, também propõe a realização de
um estudo de forma quantitativa, feito através de dados históricos de produção de carne de
Frango no Brasil e aplicados alguns métodos para realizar a previsão para os próximos 3 anos.
O objetivo geral do estudo foi o de construir modelos e apresentar uma previsão de
demanda futura de carne de frango, com base em dados da produção.
Enquanto que os objetivos específicos encontram-se listados a seguir:
a) Apresentar dados sobre a produção de carne de frango a partir do ano 2000 até o
ano de 2020;
b) Aplicar de métodos de previsão de demanda em dados de consumo de carne de
frango no Brasil;
c) Escolher e apresentar um modelo adequado de previsão futura e validar a previsão.
REFERENCIAL TEÓRICO
Previsão
Previsões, grosso modo, sempre estão erradas, pois se deseja ter uma “visão” das
coisas antes mesmo delas acontecerem. Pode-se dizer que é mera coincidência quando se acerta
exatamente o que foi previsto. Porém o intuito de realizar uma previsão é obter o menor erro
possível e para isso acontecer é necessário ter dados de qualidades e saber o que fazer com eles
para realizar uma previsão. Para Corrêa (2017) a qualidade das previsões está nos olhos de
quem as faz.
Página 442
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Demanda
Demanda pode ser definida como sendo a quantidade que o consumidor deseja adquirir
de um bem ou serviço, por um determinado preço e dentro de um espaço de tempo pré-
estabelecido (DELAZZARI, 2017)
A demanda é dividida em dois tipos: demanda dependente e demanda independente.
A demanda dependente está correlacionada com outros produtos, ou seja, sendo calculada com
base nas necessidades dos produtos relacionados. Um exemplo muito claro desse tipo de
demanda é que, para cada carro produzido, existe a necessidade de quatro pneus. Por sua vez,
a demanda independente é uma demanda futura, exigindo uma previsão, um exemplo disso é a
demanda por carros (LAGE JÚNIOR, 2019).
Sendo variações causadas por eventualidades, quando todas as causas forem
conhecidas, o que resta é uma porção não conhecida da demanda, e á isso se atribui a
aleatoriedade (JACOBS; CHASE, 2009).
Tomando início das linhas de tendências para se obter uma previsão, deve-se realizar
ajustes a fim de acrescentar efeitos sazonais, elementos críticos e outros tipos de eventos
(JACOBS; CHASE, 2009).
Jacobs e Chase (2009, p. 265) citam também que:
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Em alguns casos, os dados apresentarão uma tendência que não se encaixa em qualquer
das citadas.
Previsão de demanda
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Página 445
Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
a) Estimativa de previsão;
b) Estimativa de erro.
Visto que, a estimativa de previsão é o somente o valor previsto, de acordo com o
modelo, e a estimativa de erro, é a variação que o modelo pode vir a ter.
Métodos qualitativos
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
f) Distribuir os resultados.
Métodos quantitativos
Consiste em uma análise de dados históricos para alimentar modelos matemáticos, que
tem a finalidade de calcular a demanda futura. Esses métodos são divididos em dois grupos:
séries temporais, e as baseadas em correlação (TUBINO, 2017).
Para se utilizar a abordagem por meios de correlações, precisa-se que exista um fator
de causalidade e que esse fator seja conhecido. Podendo ser utilizados métodos como: regressão
linear, curvilínea e múltipla (JÚNIOR, 2019)
Já por sua vez, o método baseado em séries temporais, deseja-se prever o futuro com
base no histórico de dados passados (LAGE JÚNIOR, 2019). Jacobs, Chase, (2009) mostram
que para a escolha do melhor método de previsão depende de alguns fatores, sendo eles:
a) Horizontes de tempo da previsão;
b) Disponibilidade de dados;
c) Precisão necessária;
d) Tamanho do orçamento de previsão;
e) Disponibilidade de pessoal qualificado.
10 a 20 observações com
Estacionário, tendência
Regressão Linear sazonalidade, pelo menos 5 Curto a médio
e sazonalidade
observações por temporada
Fonte: Autoria própria com base em Tubino; Box; Reinsel.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Séries temporais
Para suavizações, será utilizado o modelo mais íntegro para análise dos dados, onde
será realizado a análise da sazonalidade e tendência dos dados e, por algum a caso os dados em
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questão não possuírem qualquer das características, a soma da variável será nula, e com isso o
método ficará mais simples. Segundo Júnior (2019), essa forma de suavização é denominada
de Holt-Winters Multiplicativo (Equação 1)
𝑥𝑡 = 𝑘 + 𝑎𝑡 + 𝑆𝑡 + 𝑒𝑡 (1)
Em que:
𝑡 = 1,2,....,n;
𝑥𝑡 = variável aleatória observada no tempo t;
𝑎 = tendência do modelo;
𝑘 = valor da constante do modelo;
𝑆𝑡 = componente sazonal no tempo t;
𝑒𝑡 = erro aleatório no tempo t.
As equações 2,3,4 são componentes de nível, tendência e sazonalidade,
respectivamente. A equação 5 retorna a previsão.
𝑥𝑡
𝐿𝑡 = 𝛼 (𝑆 ) + (1 − 𝛼)(𝐿𝑡−1 + 𝑇𝑡−1 ) (2)
𝑡−𝑚
Em que:
𝐿𝑡 = Componente de nível;
𝑇𝑡 = Componente de tendência;
𝑆𝑡 = Componente de sazonalidade;
𝑚 = período sazonal;
𝑛 = 1,2,....,h;
ℎ = horizonte de previsão;
𝑚𝑜𝑑(𝑛, 𝑚) = resto da divisão de n por m
𝐹𝑡+𝑛 = é a previsão
𝛼(0 < 𝛼 < 1) = constante de suavização da componente de nível (𝐿𝑡 );
𝛽(0 < 𝛽 < 1) = constante de suavização da componente de tendência (𝑇𝑡 );
𝛾(0 < 𝛾 < 1) = constante de suavização da componente de sazonalidade (𝑆𝑡 );
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Existem algumas maneiras de se iniciar essas variáveis, entre elas usa-se as Equações
6, 7 e 8.
1
𝐿𝑚 = (𝑥1 + 𝑥2 + 𝑥3 + ⋯ + 𝑥𝑚 ) (6)
𝑚
𝑥1 𝑥2 𝑥𝑚
𝑆1 = , 𝑆2 = , … . , 𝑆𝑚 = (8)
𝐿1 𝐿2 𝐿𝑚
Em que:
𝐿𝑚 = Componente de nível;
𝑇𝑚 = Componente de tendência;
𝑆𝑚 = Componente de sazonalidade;
𝑚 = período sazonal;
O método de média móvel simples (MMS) tem finalidade de estimar a média de uma
série temporal, retirando os efeitos da flutuação aleatória, sendo mais eficaz quando os dados
não possuem sazonalidade ou tenências relevantes. Resume-se em calcular a média para os n
períodos mais recentes e utilizá-la como a previsão para o período posterior (KRAJEWSKI;
RITZMAN; MALHOTRA, 2009). A mesma pode ser calculada a partir da Equação 9:
Em que:
𝐹𝑡+1 = previsão para o período t + 1;
n = número de períodos;
t = índice do período (t = 1, 2, 3, ….).
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Em que:
𝑃𝑛 = Previsão para o n=ésimo período a frente;
𝑑𝑡 = demanda do período t, com t = 1,2,...., n;
𝑤𝑖 = pesos dados aos valores de demanda, sendo a soma igual a 1.
Métodos Causais
Regressão Linear
É explicada pela obtenção de uma equação entre duas variáveis, sendo que uma delas
é dependente e a outra é independente, onde a independente explica a variação da dependente
(LAGE JÚNIOR, 2019)
A Equação 11 traz o formato de uma equação linear.
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𝑌 = 𝑏𝑋 + 𝑎 (11)
Em que:
𝑎= Coeficiente angular da reta;
𝑏= Coeficiente linear da reta.
1 𝑏
𝑎= ∑𝑛𝑡=1 𝑑𝑡 − ∑𝑛𝑡=1 𝑥𝑡 (13)
𝑛 𝑛
Em que:
n = Número de pares ordenados;
xt = Valor da variável independente no período t, com t = 1,2,....,n;
dt = Valor da variável dependente no período t, com t = 1,2,....,n.
𝑛 ∑𝑛 𝑛 𝑛
𝑡=1 𝑥𝑡 𝑑𝑡 − ∑𝑡=1 𝑥𝑡 ∑𝑡=1 𝑑𝑡
𝑟 = 2 2
(14)
√[𝑛 ∑𝑛 2 𝑛 𝑛 2 𝑛
𝑡=1 𝑥𝑡 −(∑𝑡=1 𝑥𝑡 ) ][𝑛 ∑𝑡=1 𝑑𝑡 −(∑𝑡=1 𝑑𝑡 ) ]
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Regressão Múltipla
Na maior parte das vezes, uma variável dependente não está ligada a apenas uma
variável independente, mas a várias delas. Nesse sentido, a regressão múltipla busca estabelecer
uma relação entre as variáveis, por meio de um modelo estatístico-matemático, com o intuito
de conhecer os efeitos de cada variável independente e prever a variável dependente
(BARBETTA; REIS; BORNIA, 2010).
A Equação 15 representa a Regressão Múltipla.
Em que:
a,b,c,....,n = Coeficientes;
X1, X2, X3, Xn = Variáveis independentes.
METODOLOGIA
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“No tocante às suas finalidades a pesquisa pode ser pura ou aplicada. Na pesquisa pura
ou básica visa à satisfação do desejo de adquirir conhecimentos, sem que para isso exista uma
aplicação prática prevista” (MATIAS-PEREIRA, 2016, p.19).
Dessa forma pode-se perceber que a natureza da pesquisa ora descrita, possui caráter
básico, pois procura por meio de análise de dados documentais, elaborar previsões estatísticas
relacionadas a produção de carne de frango no Brasil.
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Podem incluir: dados estatísticos; documentos legais, como leis, decretos, portarias e
resoluções; documentos governamentais e corporativos; documentos de planejamento
de escolas e instituições de ensino superior, programas de cursos, planos de ensino e
de aula (que, todavia, nem sempre estão disponíveis publicamente); matérias
publicadas em jornais e revistas; poemas, romances e canções; etc. Devem-se
considerar, também, documentos classificados como literatura cinzenta, semipúblicos
ou em desenvolvimento (MATTAR; RAMOS, 2021, p.125).
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Coleta de dados
Análise de dados
RESULTADOS E DISCUSSÂO
Nesta parte do trabalho, encontram-se os resultados das análises realizadas a partir dos
dados históricos coletados a partir do ano de 2000 até o ano de 2020, de produção de carne de
frango no Brasil.
Todas as análises realizadas foram apresentadas, bem como a discussão dos resultados
obtidos por cada um dos tipos de modelos avaliados, o que por fim culminou com a
apresentação das previsões esperadas para os próximos períodos pelo modelo que se apresentou
mais coerente e com menores erros de previsão.
Primeiramente foram realizados testes utilizando alguns métodos de previsão, que não
obtiveram impactaram o sucesso que se esperava para o resultado da pesquisa, até definir o
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método mais apropriado para realizar a previsão de produção de carne de frango no Brasil para
os próximos anos, que foi o método de suavização exponencial.
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8.000.000.000
6.000.000.000
4.000.000.000
2.000.000.000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Valor da Série
Fonte: Autoria Própria com base em dados de produção de carne de frango através relatórios da
ABPA (2021).
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Depois de tentar esses dois métodos sem sucesso, foi aplicado o método de regressão
polinomial, por meio do qual se obteve um R² maior que 0,85 significando um grau muito bom
de precisão, o que é esperado em uma previsão confiável.
Após a coleta e organização dos dados coletador, foi realizado uma análise estatística
do seu comportamento.
Para a utilização deste modelo é necessário o conhecimento da linha de tendência que
melhor se encaixa na distribuição dos dados históricos, que entregue um R² > 0,85, considerado
um valor confiável para utilização do método. Utilizando um polinómio de grau 2, obteve-se
um R² = 0,98, que significa que é um método com um grau de confiança bem alto.
Utilizando o software Microsoft Excel, foi plotado o gráfico de dispersão conforme
apresentado pela Figura 7.
𝑅 2 = 0,98 (17)
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 8 - Comparação da produção real (kg) com a previsão futura apresentada pelo modelo
Pode-se notar que a previsão nos mostra uma queda na produção de carne de frango
nos próximos anos, que indica uma ação contrária ao estudo da FIESP (Federação das indústrias
do estado de São Paulo), que prevê que a tendência da produção é aumentar a cada ano que vai
se passando. Por isso, chegou-se à conclusão que mesmo que o método apresente um R² > 0,85,
não seria muito indicado para utilização com grande confiança para uma a previsão, este método
pode ser usado apenas para ilustrar o movimento dos dados passados e presentes dentro do
espaço de dados já existentes, então se indica para o uso como um modelo de descrição do
ocorrido, mas não para uma previsão futura.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
15980000000,00
13980000000,00
Dados Reais
11980000000,00 Previsão
Previsão futura
9980000000,00
Limite Inferior
5980000000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324
Nº da Ordem de série temporal
Fonte: Autoria Própria com base em dados disponibilizados pela ABPA (2021) e tratados estatisticamente.
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Com a realização da previsão por esse método, visualizou-se um resultado que indica
um aumento de produção de carne de frango no Brasil para os próximos anos, o que portando
é condizente com as previsões apresentadas pelos estudiosos do setor e disponibilizada pela
FIESP.
Para o ano de 2021 a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), prevê uma
produção de carne de frango no Brasil entre 14,1 e 14,3 milhões de toneladas. O modelo
utilizado para a pesquisa traz uma previsão de produção para o ano de 2021, que é representado
pela Nº 22 na ordem de série temporal, de aproximadamente 14,209 milhões de toneladas,
significando que o modelo está trazendo resultados dentro do esperado para a previsão.
CONCLUSÃO
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diferentes, podendo tanto serem mais quanto menos eficientes na previsão, tendo em vista que
nem sempre métodos mais complexos rendem melhores resultados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO 29
José Rosa de Souza Farias, Victória Régia Alves Sales, Genivaldo Melo da
Rocha, Ycaro Breno Alves de Almeida, Ketelly Estefane da Silva Alves,
Diogenes de Moura Junior, Slanna Larissa Olimpio Costa, Veruska do
Nascimento Simões e Aluska do Nascimento Simões Braga
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Outras principais razões para o sucesso do uso dos biomateriais de fosfato de cálcio para
substituição óssea é a facilidade de manipulação e moldagem, sem que haja necessidade de
forma prévia ao implante, adaptando-se totalmente à forma da cavidade óssea e por não
aquecerem durante o processo de endurecimento, evitando a necrose tecidual no sítio de
implantação (Moraes et al., 2004; Dorozhkin, 2010).
De formulação química Ca3(PO4)2 o beta fosfato tricálcico (β-TCP), se destaca por conta
de suas excelentes propriedades de biocompatibilidade, bioatividade in vivo,
biorreabsorbilidade e osteocondutividade liberando íons de cálcio e fosfato promovendo a
osteogênese, podendo ser parcialmente reabsorvido entre 6 a 15 semanas após ser implantado
no organismo (Eslaminejad et al., 2013; Leucht et al., 2013; Stefanic et al., 2013). Desta
maneira, esta biocerâmica tem tido destaque na utilização em procedimentos que visem à
reconstrução óssea devido sua ausência de toxicidade local ou sistêmica, ausência de respostas
de corpo estranho ou inflamações e aparente habilidade de se ligar ao tecido hospedeiro, uma
vez que sua natureza química é formada basicamente por íons cálcio e fosfato que participam
ativamente do equilíbrio iônico entre o fluído biológico e a cerâmica (Pinto, 2015).
Apesar das excelentes propriedades que essa biocerâmica apresenta, existem algumas
desvantagens como: baixa resistência mecânica devido à sua estrutura porosa e presença de
infecções, problema este frequente nos implantes. A fim de solucionar essa deficiência, estudos
comprovam que a adição de íons metálicos melhora as propriedades mecânicas e propriedades
biológicas como: a osteogênese e a proliferação de células osteoblásticas, além de mudanças
estruturais nos parâmetros de rede (He et al., 2020; Santos et al., 2020).
Partindo desse pressuposto, o objetivo deste trabalho consistiu em realizar uma pesquisa
exploratória dos artigos publicados nos últimos seis anos sobre o β- TCP dopado com íons
metálicos, mostrando o efeito do dopante incorporado na estrutura desse fosfato de cálcio, a fim
de apresentar as consequências que a dopagem induz em suas funções biológicas, estruturais,
químicas e mecânicas.
METODOLOGIA
A coleta de dados se deu através de busca eletrônica na base de dados Science Direct,
Web of Science e Scopus. Os critérios de inclusão definidos foram: artigos publicados nos
últimos seis anos sobre o β-TCP dopado, isto é, aqueles que apresentam trocas de íons
metálicos, entre o período que compreende os anos de 2016 até 2021. Foram utilizadas como
palavras-chaves, no campo de busca, a combinação das seguintes palavras: “beta tricalcium
phosphate doped”. Foram excluídas da pesquisa: artigos de revisão e capítulos de livros. Para
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
esta revisão, a pesquisa inicial resultou em um total de 62 (sessenta e dois) artigos encontrados
na busca. Foram excluídos quaisquer outros trabalhos que não faziam parte do tema da pesquisa
tais como: dopagem com outro polimorfo que não era o β-TCP, por exemplo o α- TCP ou a
fabricação de compósitos. Após a análise dos trabalhos restantes foram selecionados os
trabalhos que apresentaram potencial relevante para o estudo em questão, estes foram obtidos
na íntegra e avaliados quanto a dopagem, levando em conta a quantidade de artigos no decorrer
dos anos, os países que mais publicaram, bem como os íons mais utilizados nas substituições
com o β-TCP.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 1 exibe a quantidade anual de publicações dos últimos 6 anos.
Figura 1. Número de artigos por ano.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Analisando a figura 1, percebe-se que, de uma forma geral, há uma proporção crescente
no número de artigos publicados, evidenciando o aumento das pesquisas sobre o β-TCP dopado
com íons metálicos. Observa-se que no ano de 2016 foram encontrados 14 (quatorze) artigos,
em 2017 o número diminuiu para 10 (dez) artigos, em 2018 houve uma queda no número de
publicações totalizando 09 (nove) trabalhos, em 2019 o número passou a crescer para 12 (doze)
artigos e em 2020 o total de resultados apontou para 15 (quinze) artigos, onde até o presente
momento da pesquisa foram encontrados 02 (dois) artigos para o ano de 2021. O aumento no
número de publicações nos últimos anos mostra o interesse da comunidade científica sobre essa
biocerâmica que tem se tornado alvo de inúmeras pesquisas visando distintas aplicações.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Neste sentido, apresenta-se a seguir, as citações dos principais artigos encontrados nas
bases de dados Science Direct, Web of Science e Scopus, desde do ano de 2016 até o presente
momento da pesquisa, ressaltando os íons que foram utilizados, o método de síntese, as
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Guo et al. (2016) sintetizaram com sucesso nanopartículas compostas por prata e β-TCP,
fabricado pelo método de redução química, com o intuito de se superar os problemas
relacionados à infecções de biomateriais como implantes e próteses que tenham em sua
composição o β-TCP como material principal, onde foram avaliados também as propriedades
finais do material formado. Os resultados concluíram que a estabilidade térmica do β-TCP foi
alterada com a adição das nanopartículas de prata, o tamanho médio das nanopartículas de prata
pode ser diminuído diminuindo-se a razão molar entre o nitrato de prata e o beta-TCP, onde se
concluiu também que o material formado pode ser utilizado como um material de revestimento
para melhorar a propriedade de superfície do poli (ácido láctico).
Pham et al. (2016) relataram uma nova maneira de sintetizar hidroxiapatita dopada com
érbio visando emissão de luz infravermelha por meio da temperatura de recozimento ideal. Tal
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
método consiste em utilizar misturas bifásicas de fosfato de cálcio por meio da introdução do
beta fosfato tricálcico junto a hidroxiapatita e o dopante érbio. Desse modo, concluiu-se que o
processo resultou em uma emissão de luz mais forte cujo comprimento de onda é de
aproximadamente 1540 nm, tornando-se um material de possíveis aplicações na
telecomunicação e na biomedicina que utilizam o processo de ondas guiadas.
Goldberg et al. (2017) sintetizaram nanopós de beta fosfato tricálcico (β-TCP) dopado
com alumínio avaliando o teor de alumínio na composição da fase, parâmetros de rede, tamanho
do cristalito, área de superfície específica e morfologia dos pós. De modo geral, com o aumento
do conteúdo de alumínio, o tamanho da partícula diminui e a área superficial aumenta. Dos
produtos de síntese foram encontradas duas fases semelhantes ao mineral whitlockita: alumínio
enriquecido com solução sólida de Ca9Al(PO4)7 e β-TCP, onde a tendência geral é uma
diminuição dos parâmetros A e C da célula conforme o conteúdo de alumínio aumenta em
ambas as fases, onde a fase Ca9Al(PO4)7 ainda não havia sido relatada pela literatura e a segunda
fase é a solução sólida baseada em β-TCP com menor grau de substituição. Desse modo, foi
suposto que a coexistência de duas soluções sólidas distintas é devido a existência de cristalitos
nanométricos nas amostras sintetizadas.
Singh et al. (2017) sintetizaram beta fosfato tricálcico dopado com ferro, avaliando a
capacidade do β-TCP de hospedar o ferro em sua rede estrutural, sua susceptibilidade
magnética, o efeito da hipertermia, a biocompatibilidade e as características mecânicas. As
avaliações comprovaram que é possível o beta fosfato tricálcico hospedar até 5,02 mol de íons
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Fe3+ em sua rede sem distorções estruturais onde o excesso dos íons causa uma redução
subsequente no comportamento ferromagnético e nas propriedades mecânicas do β-TCP, além
disso, os testes comprovaram que 7,54 mol de íons de ferro é a quantidade ideal para produzir
o efeito de hipertermia, confirmando a biocompatibilidade do ferro em sistemas de fosfato de
cálcio substituídos.
Hoover et al. (2017) projetaram scaffolds de beta fosfato tricálcico poroso dopado com
diferentes níveis de prata usando o método baseado em porogênio líquido com o objetivo de
reduzir os riscos de infecção em procedimentos de enxerto ósseo. O estudo concluiu que a
porosidade geral final é proporcional à porcentagem de volume da cerâmica na mistura, onde a
morfologia dos poros é ditada pela estabilidade do porogênio, que é controlado pela variação
da concentração de emulsificante. A adição de diferentes concentrações de prata teve um efeito
significativo sobre o tamanho e distribuição dos poros, pois introduziram interações adicionais
à mistura, desestabilizando a emulsão. Estudos in vitro na cinética de dissolução e
citotoxicidade mostraram que a porosidade aumenta com a taxa de dissolução e, portanto,
aumentando também a liberação de íons, onde não foi constatado também qualquer
citotoxicidade causada pelos scaffolds dopados com prata.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Meenambal et al. (2017) sintetizaram beta fosfato tricálcico dopado com gadolínio
visando aplicações como agente de contraste para ressonância magnética no tecido ósseo. Todas
as amostras foram sintetizadas pelo método de precipitação aquosa e caracterizadas por difração
de raio X, Espectroscopia Raman e análise quantitativa por refinamento de Rietveld para
determinar o limite substitucional do gadolínio na estrutura cristalina do β-TCP. Os resultados
da pesquisa confirmaram a ocupação do dopante em três sítios atômicos distintos com
alterações significativas nos parâmetros estruturais, o limite de substituição do dopante foi
determinado como 4,35 mol% nas presentes condições de reação, ao passo que o excesso da
adição do dopante levou à formação de uma fase adicional. Além disso, foram realizadas
medições de magnetização do comportamento paramagnético que confirmaram uma forte
influência da dopagem com gadolínio sobre a magnetização de saturação, onde se confirmou
também comportamento não tóxico das amostras em células humanas. Desse modo, o estudo
concluiu que o beta fosfato tricálcico substituído com Gadolínio parece ser um meio de
contraste promissor para imagens de ressonância magnética de enxertos ósseos.
Meenambal et al. (2017) sintetizaram β-TCP dopado com disprósio (Dy3+) visando
aplicações em imagem por ressonância magnética e tomografia computadorizada. As análises
dos resultados confirmaram a ocupação do íon Dy3+ em três sítios atômicos distintos, o limite
de substituição do dopante foi determinado como 4,35 mol%, os comportamentos
paramagnéticos e não tóxicos foram confirmados a partir dos testes magnéticos e o ensaio de
citotoxicidade, respectivamente. Além disso, o material formado possui alta capacidade de
absorção de raios-X para tomografia computadorizada de raios-X, mostrando-se eficiente no
aumento de contraste. Desse modo, o estudo concluiu que o sistema proposto poderia ser usado
como uma sonda promissora para multimodalidade com imagem óptica, computadorizada
tomografia e ressonância magnética.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
transformação de fase β-TCP em α-TCP a 1250 °C, levando à formação da fase líquida, a adição
de 0,25% em peso de ferro aumentou a resistência à compressão do β-TCP de aproximadamente
167,27 a 227,10 MPa, onde maiores concentrações de ferro não alteraram a força de
compressão. Além disso, a presença de ferro aumentou tanto a massa relativa quanto a
densidade aparente das amostras e a proliferação e diferenciação de células osteoblásticas foram
aprimorados em todas as amostras dopadas onde a mais alta atividade osteoblástica foi
encontrada em amostras dopadas com 0,5% em peso de ferro.
He et al. (2018) sintetizaram uma biocerâmica de beta fosfato tricálcico (β-TCP) pelo
método de reação em estado sólido com vidro a base de fosfato (SPG), contendo estrôncio como
aditivo de sinterização visando melhorias na densificação e na estabilidade da biocerâmica. Os
resultados concluíram que o aditivo SPG permitiu a sinterização em estado líquido de β-TCP,
promovendo visivelmente a densificação da biocerâmica β-TCP, além disso, os íons de metal
do SPG foram substituídos pelos íons de cálcio do β-TCP, inibindo efetivamente a
transformação da fase β-TCP em α-TCP, aumentando a resistência à compressão com a
introdução de 10% em peso de SPG. Dessa maneira, o SPG pode servir como um aditivo eficaz
para melhorar a estabilidade das fases e a resistência mecânica dos poros da biocerâmica β-
TCP.
Van et al. (2018) foram pioneiros na síntese de fósforo pelo método de co-precipitação
a partir de cerâmicas bifásicas de hidroxiapatita e beta fosfato tricálcico dopadas com európio
e disprósio, com emissão de luminescência dupla vermelha e amarela aplicados no cultivo de
plantas. A análise dos resultados da pesquisa concluiu que a luminescência dos fósforos foi
significativamente afetada pela temperatura e tempos de recozimento. Além disso, sob um
comprimento de onda de excitação adequado, os fósforos exibiram a emissão característica do
Eu3+ dominante a cerca de 590, 616, 650 e 700 nm com o centro de emissão adicional de Dy3+
a cerca de 482 e 572 nm. Essas descobertas sugerem que a combinação de Eu 3+ e Dy3+ no
hospedeiro é muito útil para obter fósforos únicos vermelhos e amarelos, o que é de particular
importância para aplicações potenciais na agricultura, como cultivo de plantas, onde uma
combinação de luz vermelha e amarela é necessária para estimular a produção de frutas.
Van et al. (2018) sintetizaram β-TCP codopados com Európio (Eu2+) e Manganês
(Mn2+) investigando a função da concentração dos dopantes e da temperatura de recozimento
no controle de emissão de luz azul e vermelha dos fósforos dos fosfatos tricálcicos sintetizados.
Os resultados da pesquisa comprovaram a fotoluminescência azul-vermelha em fósforos
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
obtidos a partir de fosfatos tricálcicos dopados com európio e manganês, onde a emissão de luz
do TCP é máxima em concentrações de 7,5 mol. % para Mn2+ e 0,3 mol. % para Eu2+ após
recozimento à temperatura de 1100 °C. Tais fósforos possuem aplicações potenciais na
agricultura, como por exemplo, para o cultivo de plantas,e nanomedicina, que requerem uma
combinação de materiais ecológicos e emissão de luz.
Cheng et al. (2019) analisaram os efeitos do β -TCP dopado com manganês, analisando
a influência nos parâmetros de rede, parâmetros de átomo e na estrutura molecular das amostras.
O estudo constatou que a incorporação do manganês pode causar a contração da rede, onde os
parâmetros de rede e os volumes de células unidas diminuem com o aumento do conteúdo de
dopagem sem alterar seu grupo espacial R3c. Além disso, os sítios Ca (5) e Ca (4) podem ser
substituídos por Mn2+, resultando na distorção do poliedro Ca (5) O6 e na expansão do poliedro
Ca (4) O3, onde tal distorção pode contribuir para o aumento da bioatividade e a mineralização
do beta fosfato tricálcico substituído com manganês.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Altomare et al. (2019) sintetizaram beta fosfato tricálcico tri dopado com manganês,
níquel e cobre onde foram analisadas as propriedades químicas e luminescentes. Segundo as
caracterizações realizadas no material o estudo concluiu que o material formado consiste em
agregados microcristalinos subesféricos, onde todos os compostos de fosfato substituídos pelos
íons cristalizaram no formato romboédrico do tipo whitlockita R3c, a análise das ocupações nos
locais octaédricos disponíveis mostra uma forte tendência de ordenação dos íons no octaedro
M5 energeticamente mais favorável. Além disso, foram constatadas leves mudanças de banda
dos modos de fosfato correlacionados ao tamanho em evolução do cátion de substituição, onde
a espectroscopia de luminescência mostrou propriedades de luminescência significativas e
tempos de decaimento consistentes para as fases Mn e Cu e revelando uma redução parcial da
espécie Cu2+ para Cu+.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
endurecido dobrou devido à dopagem com ferro, além disso, apresentaram efeito positivo
contra as espécies bacterianas testadas. No geral, esses resultados indicam que cimentos
dopados com ferro submetidos a transformação β-TCP → em brushita durante o endurecimento
são promissores em vista do efeito positivo que apresentaram.
Ates et al. (2019) avaliaram os efeitos dos dopantes níquel e manganês nas propriedades
estruturais e magnéticas das biocerâmicas β-TCP, bem como seu desempenho in vivo e in vitro.
Os resultados da avaliação concluíram que o tipo e a quantidade de dopantes usados causaram
mudanças notáveis no tamanho do cristalito, parâmetros de rede e volume da célula unitária do
β-TCP. O tamanho de cristalito das amostras dopadas foi superior ao das amostras puras, as
propriedades de magnetização foram significativamente afetadas tanto pela quantidade quanto
pelo tipo de dopante, onde a amostra Ni-TCP mostrou os efeitos de inibição no crescimento de
cepas bacterianas de S. aureus e E. faecalis, concluindo que os resultados das amostras
preparadas são promissores em aplicações biomédicas.
Spaeth et al. (2020) sintetizaram β-TCP dopado com cobre (Cu2+) analisando o perfil
cristalográfico das amostras quanto às mudanças ocorridas na dopagem. A análise concluiu que
os parâmetros de rede a e c e, consequentemente, o volume da célula unitária mostrou uma
diminuição significativa com o aumento da quantidade de Cu2+ até 15% molar. A técnica de
refinamento Rietveld indicou uma incorporação preferencial de Cu2+ no sítio Ca (5). Após a
ocupação quase total do sítio Ca (5), o sítio Ca (3) e posteriormente o Ca (2) foram ocupados
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
por Cu2+, onde o limite de solução sólida constatado foi no nível de 14 a 15 mol%, concluindo-
se que tal descoberta é particularmente importante para estimar a taxa de liberação de íons
durante a hidratação ou degradação em futuras aplicações médicas.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Zhao et al. (2020) utilizaram β-TCP dopado com lítio visando aumentar a resistência a
compressão de scaffolds sintetizados por meio da técnica de impressão 3D visando aplicações
na engenharia tecidual. O estudo concluiu que a resistência à compressão é aumentada pela
mudança na composição, como também pela otimização do processo e o ajuste das
microestruturas. A adição de lítio ao β-TCP tem pouca influência na propriedade degradável,
nos efeitos de mineralização in vitro e na citotoxicidade preliminar, concluindo-se desta
maneira, que os scaffolds sintetizados são adequados para restaurações de defeitos ósseos, com
base na avaliação da porosidade, tamanho dos poros, distribuição de poros e resistência à
compressão.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
como material de enxerto ósseo. O estudo revelou que os íons La3+ foram incorporados com
sucesso na rede cristalina do β-TCP e causaram expansão nos parâmetros de rede e no tamanho
de poro, diminuindo o tamanho do cristalito e área superficial das partículas. Da mesma forma,
a adição de íons La3+ exibiu liberação sustentada de proteína sérica ao longo de 24 horas de
incubação, diminuindo a taxa de degradação do β-TCP. Os resultados mostraram que todos os
materiais preparados eram citocompatíveis. Baseado nos resultados, conclui-se que o La- βTCP
têm um bom potencial para uso no osso para regeneração de tecidos.
Qiu et al. (2020) sintetizaram β-TCP dopado com gálio investigando sistematicamente
as influências da quantidade de Ga na estabilidade da fase, microestrutura, resistência mecânica,
citocompatibilidade, diferenciação osteoblástica in vitro e atividade osteoclástica da
biocerâmica Ga-TCP. As análises concluíram que a dopagem de Ga3+ no β-TCP foi capaz de
inibir a transformação da fase β-TCP em α-TCP, o que permitiu a sinterização de β-TCP em
temperaturas mais elevadas livre de transformação de fase. A fase α-TCP substituída com Ga
liberou íons Ga substanciais, resultando assim em notável citotoxicidade. De maneira geral, o
produto formado apresentou boa citocompatibilidade, inibindo a osteoclastogênese in vitro e
expressões gênicas relacionadas à atividade osteoclástica como também a diferenciação
osteoblástica, concluindo-se que a biocerâmica sintetizada é considerada um biomaterial
potencial para enxerto ósseo visando tratar defeitos ósseos com rápida reabsorção óssea,
precisando apenas de melhorias na osteogênese.
Wu et al. (2020) sintetizaram beta fosfato tricálcico (β-TCP) dopado com íons de
manganês bivalente (Mn2+) incorporado ao cimento de fosfato de cálcio (CPC) visando
melhorar sua capacidade osteogênica. A incorporação dos íons de manganês promoveu a reação
de hidratação do CPC, tornando os produtos de hidratação mais finos. Ao adicionar 10% em
peso do Mn-TCP no CPC, o tempo de configuração do CPC foi reduzido, enquanto a força e a
injetabilidade não foram alteradas. Os comportamentos celulares foram relacionados a dois
pontos: um foi o aumento da capacidade de adsorção de proteínas (por exemplo, BSA) após
alteração das propriedades de superfície dos cimentos ósseos; e o outro foi o papel biológico do
Mn2+ liberado do CPC na osteogênese. Todos os resultados indicaram que o CPC incorporado
com 10% em peso de Mn-TCP tem boa osteogênese e propriedades físico-químicas adequadas,
formando um biomaterial prospectivo com aplicação na área de regeneração óssea.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Os resultados mostraram que com o aumento da concentração de Sr, primeiro houve uma
redução de Hap, fenômeno esse ocasionado pela distorção da estrutura de Hap, porém, quando
a concentração de Sr atingiu 15% a porcentagem de Hap começou a aumentar, esse último pode
ser explicado pelo fato de ocorrer a transformação de fase β-TCP para uma apatita deficiente
em Ca. Portanto, o aumento nos parâmetros de rede e volume indicam que houve com sucesso
a incorporação de Sr na estrutura cristalina de β-TCP e Hap, sendo que o raio iônico do Sr2+ é
maior que o Ca2+.
Com base nos resultados descritos, percebe-se que são cada vez mais constantes as
pesquisas envolvendo a dopagem com íons metálicos na estrutura cristalina do beta fosfato
tricálcico, com o intuito de aperfeiçoar as propriedades dos biomateriais já existentes, atuando
em distintas áreas clínicas tais como ortopedia, odontologia, e engenharia tecidual. Desse modo,
torna-se imprescindível o conhecimento das características dessa importante biocerâmica de
fosfato de cálcio, visando contribuir com a ciência, no intuito de reparar, restaurar ou regenerar
defeitos ósseos, melhorando assim, a qualidade de vida dos portadores de tais patologias.
CONCLUSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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CAPÍTULO 30
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INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
Segundo Gil (2010), a pesquisa pode ser definida como um processo formal e
sistemático de construção de um método científico e tem o objetivo de descobrir respostas para
problemas através do emprego de procedimentos científicos.
A pesquisa realizada é de caráter exploratório, de natureza qualitativa e quanto aos
procedimentos técnicos, se classifica como pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso,
visando à identificação das falhas propor melhorias no processo.
Foi realizado um estudo de caso no perído de janeiro a julho de 2021, após uma
observação no processo de produção e aplicação de melhorias. A empresa objeto de estudo, é
uma empresa multinacional situada no estado do Rio de Janeiro, que atua na produção de resina,
aditivos e embalagens rígidas e flexíveis.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
De acordo com Paladini (2019) o fato de o termo qualidade ser de uso comum não é,
implicitamente, algo ruim. Na verdade, isso pode decorrer de profundo esforço feito em passado
recente para popularizar o termo. A questão é que os conceitos usados para definir qualidade
nem sempre são corretos; ou, melhor, com frequência são incorretos... E isto, sim, é um
problema, porque não se pode “redefinir” intuitivamente um termo que todo mundo já conhece;
nem restringir seu uso a situações específicas, se ele for de domínio público.
A Gestão da Qualidade deve ter uma visão abrangente do mercado, evitando concentrar
suas ações que enfatizam um único item do produto (ou serviço) ou omitem determinado
elemento (que pode ser crucial na decisão do cliente na hora de comprar). Deve, também,
considerar posturas equivocadas acerca da qualidade (por parte do mercado) e passar a
desenvolver estratégias de atuação com base nelas – e não contra elas (o cliente, como se sabe,
costuma ter razão)
Paladini (2019) diz que o conceito tradicional de Gestão da qualidade sempre envolve
duas áreas básicas de atuação: uma no âmbito global e outra no âmbito operacional, conforme
pode ser observado no Quadro 1 a seguir.
Segundo Costa (2014, Apud Campos, 2004), defende que um processo também pode
ser visto como um conjunto de causas, que provoca um ou mais efeitos, e que pode ser divisível
em outros processos menores, para facilitar seu gerenciamento. Um processo pode ainda ser
visto como a transformação de requisitos de clientes em produtos, através da realização de
atividades que adicionam valor. A Figura 1 a seguir, apresenta um exemplo de processo.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 1. Processo
Atendimento ao cliente
Face as constantes mudanças no cenário mundial, o mercado torna-se cada vez mais
disputado, com produtos bastante semelhantes e clientes que buscam por valores agregados e
inovação. Nesse contexto, as empresas voltadas para seus produtos, mudaram o foco para os
clientes, principalmente, na qualidade dos serviços prestados e sua satisfação, com o objetivo
de atrair, reter e cultivar consumidores (COSTA; SANTANA; TRIGO, 2015).
Para atender e entender seus clientes, a empresa precisa conhecê-lo e dessa forma,
conhecendo-os, pode atender melhor. Se uma organização almeja por clientes fiéis, primeira
precisa saber quem são eles e quais são as suas necessidades. Esse fato não é uma tarefa fácil,
porém, é preciso que exista um entendimento de todos da empresa para a fidelização do cliente.
(COSTA; SANTANA; TRIGO, 2015).
Excelência no atendimento é fundamental. Não adianta focar, apenas, nos produtos e na
propaganda, pois a realidade só é percebida quando interagimos com as pessoas que trabalham
nas empresas, atendendo ou não às nossas necessidades e expectativas. A procura do algo a
mais deve ser persistente. Um atendimento de qualidade pode, entre outras coisas, decidir o
jogo a seu favor quando o cliente não percebe a diferença entre o produto vendido pela sua loja
e o exibido na vitrine da loja ao lado (GONÇALVES, 2018).
De acordo com Souza (2015), A preocupação com o bom atendimento e satisfação dos
clientes deve estar presente constantemente no cotidiano das organizações que pretendem
manterem-se firmes no mercado. Essa satisfação se dá através do julgamento que o cliente e
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
usuário faz do serviço ou produto ofertado. É preciso ter foco no cliente, pois, sua insatisfação
gera perdas para a empresa.
Indústria do plástico
Criado no início do século XX, o plástico figura hoje um material de eleição para as
mais diversas funções, produtos e sectores do mercado mundial. A indústria plástica, que no
ano de 2018 produziu 359 milhões de toneladas de plástico (PlasticsEurope, 2019), é a 8ª maior
indústria dos Estados Unidos da América (Plastics Industry Association, 2019) e a 7ª maior
indústria Europeia (PlasticsEurope, 2019).
A plasticidade, a característica fundamental do plástico (Freinkel, 2011) permite que
este seja adaptado às mais diversas formas, funções e setores de mercado, sendo hoje alternativa
económica a materiais como o papel, madeira, vidro e metal.
Nos EUA, a indústria plástica é a 8ª maior indústria nacional, dá emprego a 993 mil
pessoas e gera lucros de 450 mil milhões de dólares anuais (Plastics Industry Association,
2019). Na Europa, a indústria é a 7ª maior contributária para o produto interno bruto europeu,
é responsável por 1.6 milhões de postos de trabalho e engloba 60 mil empresas distribuídas pela
fabricação, transformação e reciclagem de plástico (PlasticsEurope, 2019).
Segundo a mais polímeros (2019), em 2018, a indústria de transformação do plástico no
Brasil apresentou um faturamento de R$ 78,3 bilhões, com produção física de 6,2 milhões de
toneladas e 312.934 empregos gerados. É o quarto setor que mais emprega no Brasil, gerando,
atualmente, um total de 326 mil empregos. 90% de todos os empregos estão na cadeia do
plástico. A cada R$ 1 milhão adicional de produção, são gerados 29 novos empregos, e
aumenta-se R$ 3,35 milhões na produção total da economia e R$ 1,3 milhão no PIB brasileiro.
A indústria do plástico segue forte e cria muitas oportunidades de emprego, sendo esse
o segundo setor que mais cresce no estado do Rio de Janeiro, segundo o SIMPERJ (2019),
devido ao incentivo fiscal e a localização são fatores que ajudam.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Através do diagrama de Pareto foi possível mapear os principais defeitos que impactam
na produção e que geram reclamações dos clientes. O Gráfico 1 a seguir, apresenta os principais
defeitos que ocorrem na injetora de plástico durante o processo de produção.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Após o levantamento das causas potenciais que levaram ao problema, foi identificado
que o problema que levou a não conformidade foi o item Máquina. A partir desta estrutura, as
causas podem ser identificadas e as ações corretivas tomadas baseadas na investigação.
Através da investigação, descobriu-se que as ocorrências de ponto preto, que é o
problema mais reclamado, são oriundas de partículas de material degradado e pó de PET que
ficam incrustado na parede interna da injetora que ao longo do tempo se desprendem gerando
pontos pretos nas embalagens produzidas.
No primeiro trimestre deste ano, um cliente do setor de bebidas abriu sete RNC´s
(Reclamação de Não Conformidade) sendo quatro procedente, duas improcedentes e uma em
análise. O resultado foi claramente superior em relação ao mesmo período do ano de 2020,
considerando que a média por trimestre foi de 19 RNC´s abertas. Redução de 63% na
quantidade de RNC´s.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
2. Enxerga não apenas o problema principal, como também outros problemas potenciais;
3. Encontra tratativas para as ocorrências com recursos disponíveis que a organização
possui;
4. Cria melhoria contínua no processo
O formulário em questão traz diversas vantagens para a organização, pois pode ser usado
em conjunto com outras metodologias e tem como característica a melhoria contínua que são:
− Maior velocidade na análise das reclamações dos clientes.
− Melhoria do processo.
− Identificação da causa raiz dos problemas
− Registro visual das não conformidades.
− Comprometimento dos colaboradores.
A proposta para a verificação da eficácia visa que as ações impostas devam suprir os
aspectos de eliminação do defeito, que são as medidas para correção de falhas nas fabricações
de modo que seja possível atingir o objetivo determinado, ou a mitigação do problema raiz que
é a diminuição dos impactos causados pelo defeito.
Este método reúne informações complementares que auxiliam a realização de uma
síntese da situação anterior com a situação atual proporcionando uma análise crítica e detalhada
expondo se a ação está sendo eficaz ou não.
Avaliar a eficácia tornou-se um critério para ser competitivo e ganhar mercado, pois
esta metodologia mostra o quanto a empresa está empenhada em satisfazer seus clientes e
manter o bom relacionamento.
Uma outra proposta de melhoria é a implantação de um software de gestão da qualidade,
onde os documentos, formulários, treinamentos e POPs (procedimento operacional padrão)
possam ser geridos de uma melhor forma. O software facilitaria para o gestor de cada área
acompanhar o status de cada ação e monitorar a eficiência das ações.
CONCLUSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
identificou a injetora com maior geração do problema e estabeleceu ações para solucionar.
Portanto, pode ser comprovado a efetividade na identificação de problemas e através
desse estudo, conseguiu-se obter solução de problemas no processo de produção e
consequentemente uma redução no número de reclamações dos clientes.
Por fim, pode-se afirmar que o presente trabalho acadêmico contribuiu para a
organização com propostas de ação viáveis, de custos acessíveis, que investigassem os pontos
mais vulneráveis da mesma, inclusive, utilizando ferramentas de gestão para que estes sejam
trabalhados de modo a aperfeiçoá-los e adaptá-los ao perfil da organização.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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https://www.simperj.org.br/blog/2019/01/03/industria-do-plastico-rio-janeiro/. Acesso em: 17
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 31
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA DE
COMPUTADOR PARA COMPACTAÇÃO DE PÓS DE
LIGAS METÁLICAS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
1. INTRODUÇÃO
No que se refere à etapa de compactação, que está no escopo deste trabalho, visa
proporcionar a resistência mecânica necessária à peça, além de conferir as características
geométricas finais ou quase finais. Além disso, o contato com a intensidade requerida entre as
partículas do pó proporciona densificação adequada à preparação para as etapas subsequentes.
No tocante ao método de operação, existem duas operações de conformação assistidas por
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
compactação para comporem a Eq. (1), em que as massas específicas real e teórica são,
respectivamente, r = m / Vr e t = m / Vt .
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
(% ) = 1 − r 100 . (1)
t
Figura 1. (a) esfera oca sob pressão hidrostática externa representando uma partícula de pó; (b) círculo de Mohr
representando uma esfera oca sob pressão hidrostática externa.
Neste trabalho, adota-se o critério de falha de Tresca com o intuito de ser conservador.
Consequentemente, a deformação plástica ocorre no momento em que a tensão de cisalhamento
máxima na superfície externa da esfera oca excede o limite de escoamento em cisalhamento,
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
o que implica que, se a função de escoamento resultar em um valor negativo, todo o domínio
da esfera oca estará no regime elástico. Isso ocorre porque a superfície externa é onde se
localizam os valores mais baixos das tensões radial e tangencial. Caso contrário, inicia-se o
fenômeno do fluxo plástico e, de acordo com o modelo matemático adotado para o
comportamento do material sob escoamento plástico, o material não irá endurecer.
Pa 3b 3 Pb 3
r (a, r , b, P ) = 3 −
( )
b − a3 r 3 b3 − a3(,
) (3)
Pb 3 Pa 3b 3
t (a, r , b, P ) = − −
( ) (
b3 − a3 2 b3 − a3 r 3
,
) (4)
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
r (a, r , b, P ) r =b = − P, (5)
2b 3 + a 3
t (a, r , b, P ) r =b = −P
(
2 b3 − a3 ). (6)
A substituição das Eqs. (5) e (6) na função de escoamento (Eq. (2)), resulta na Eq. (7),
que é o requisito mínimo para Pmin produzir a plastificação da superfície externa, o que inclui
a plastificação de toda a esfera oca, pois o fenômeno plástico começa na superfície interna da
esfera (Kholdi et al., 2020).
2 b3 − a3
Pmin 3
S y (7)
3 a .
Em comparação com a massa do pó, a rigidez da matriz cilíndrica é muito maior. Esta
suposição simplifica um pouco o modelo matemático ao analisar a situação do pó sob
compactação, pois não é necessário investigar a deformação da matriz. A pressão axial exercida
sobre a massa de pó pelo punção não é inteiramente transferida via pressão radial para a parede
da matriz.
Um modelo aprimorado foi então proposto por (Bockstiegel, 1965), que utiliza o
modelo de Long como base para incluir o fenômeno de fricção. O modelo modificado enuncia
que a força de atrito entre a massa de pó e a matriz é aproximadamente proporcional à pressão
radial, Pr , causada pela pressão axial, Pa . Portanto, a tensão axial, a , agora é uma função
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
das pressões axial e radial, onde é o coeficiente de atrito entre a parede da matriz e a massa
Pa − S y
Prp = , (8)
1+
Quando se trata de um corpo sólido prismático sob carga axial compressiva, o princípio
de Saint Venant pode ser verificado na distribuição de tensões axiais, onde as maiores
magnitudes são encontradas nas regiões de aplicação de carga direta. A uma distância suficiente
dessas regiões, o efeito da aplicação de carga diminui e a tensão assume uma magnitude quase
homogênea, a chamada tensão média. Um fenômeno análogo ocorre com uma massa de pó.
Conforme a distância da face do punção aumenta, a diminui. Em contato com as faces do
punção, a massa de pó sofre uma pressão axial mais alta, resultando em uma densificação
também maior. Consequentemente, em termos de distribuição de partículas, quanto mais longo
o corpo, mais heterogêneo ele pode resultar. Para modelar este fenômeno, uma matriz cilíndrica
regular com rigidez infinita é a fronteira de um disco de massa de pó de raio rd (igual ao raio
a parede interna da matriz e a superfície lateral do disco, a tensão axial que atua na face inferior
do disco é a ( y + dy ) . Portanto, as Eqs. (9), (10) e (11), respectivamente, fornecem as forças
Fu (rD , y ) = rD a ( y ) ,
2
(9)
Fl (rD , y ) = rD a ( y + dy ) ,
2
(10)
F f ( , rD , y ) = 2 rD dy a ( y ) . (11)
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Fu − Fl = F f rD a ( y ) − a ( y + dy ) = 2 rD dy a ( y ) .
2
(12)
A reorganização da Eq. (12) implica na Eq. (13), que é a distribuição de tensão axial ao
longo do eixo longitudinal de um cilindro de massa de pó:
y
a ( y ) = a (0) exp − 2 . (13)
rD
Fe ( , rD , h, rr ) = 2 rD h rr , (14)
D f − Di
S b (%) = 100 , (15)
Di
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
pó ( N ):”; (c) Pmin , associado ao campo “Carga mínima para plastificar as superfícies externas
das partículas ( N ):”; (d) Pr , representado pelo campo “Pressão radial ao pressionar( MPa
):”; e (e), S b , correspondendo ao campo “Efeito de mola (%):”. Além disso, o campo “Área de
plotagem” fornece um gráfico que relaciona a distribuição de tensão axial ao longo da altura da
massa de pó (ver Fig. 1).
Figure 1. Interface inicial do programa “PComp”, com: (a) parte superior apresentando dez campos de dados
de entrada e os botões para cálculo e reinício; (b) parte inferior apresentando seis campos de dados de saída.
PLOT AREA
Fonte: Autores, 2021.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
outro dado principal de saída é a magnitude da carga para extrair o pó compactado, o que é
valioso em termos de minimizar o gasto de energia. Essas duas saídas principais também tratam
da capacidade necessária do equipamento de prensagem.
Como pode ser observado na Fig. 1, existem dez campos de dados de entrada na
interface “PComp” a serem preenchidos. Cada campo em forma de retângulo corresponde ao
texto que lhe é imediatamente adjacente. Há seis campos como dados de saída, sendo cinco
destes numéricos e um gráfico (“Plot área”). A Tabela 1 apresenta a correspondência entre a
descrição de cada campo do programa (primeira coluna) e a respectiva variável presente nas
equações apresentadas (segunda coluna). Adicionalmente, associa-se a estas duas informações
a equação em que a variável ocorre.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
pó. Além disto, ao adotar o modelo matemático de partícula esférica oca, deixa-se de
contemplar com maior exatidão as partículas de outros formatos. Outras fontes de incerteza
referem-se a processos de medição, estimativas sobre parâmetros desconhecidos, etc. Em vista
disso, os dados de saída fornecidos pelo programa são apenas estimativas hipotéticas da
situação real.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Tabela 2. Dados de entrada para o problema proposto a ser calculado pelo programa “PComp”.
Dados de entrada Variável Valor
Powder mass / Massa de pó (g) m 30
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Fig. 3, o pó compactado tem uma porosidade de 4,971%, uma pressão
radial de 139,182 MPa durante o processo de prensagem, um efeito de retorno elástico de
0,641%. Em termos de cargas, o máximo para plastificar as superfícies externas das partículas
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CONCLUSÃO
Agradecimentos
Os autores são gratos à FAPESP pelo suporte financeiro à pesquisa por meio do projeto de
pesquisa 2020/09736-3.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 32
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
enquanto puderem ser reutilizados e, por último, reciclar aqueles que tiverem chegado ao fim
de sua vida útil (PIRAMIDAL, 2020). Estas ações têm sido promovidas como forma de
proteger os recursos naturais e minimizar o desperdício, focando no tripé da sustentabilidade,
formado pelo que é considerado ecologicamente correto, economicamente viável e
socialmente responsável. Deste modo, afirma-se que, atualmente, é extremamente importante
obter uma gestão sustentável, analisar um produto como um todo, ou seja, analisar desde o
seu processo até a obtenção do produto final, buscando verificar a possibilidade de
recuperação ou reciclagem do mesmo.
Com base no desenvolvimento sustentável e para manter um ecossistema harmonioso,
considera-se ideal a implementação de um processo cíclico, um conjunto de práticas cujo
objetivo é minimizar o impacto ambiental causado pelo desperdício de materiais e produtos
provenientes de recursos naturais, além de poupar a natureza da extração inesgotável de
recursos (PIRAMIDAL, 2020), dando opções para que tudo que venha a ser retirado da
natureza volte a ela sem prejudicá-la, corroborando com a Economia Circular, concebida
como a utilização de resíduos como insumos para a produção de novos produtos (ECYCLE,
2019). Tendo em vista a importância do estudo dessa problemática, o objetivo deste projeto é
expressar a importância do reuso e reciclagem de artigos têxteis bem como promover a
educação ambiental.
METODOLOGIA
A pandemia da doença COVID-19 pelo novo coronavírus foi reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) no dia 11 de março de 2020. Após este reconhecimento diversas
medidas foram tomadas, dentre elas a restrição social, englobando o fechamento temporário
de escolas em todos os níveis, comércio e instituições. Desta forma, este projeto foi aplicado
em caráter remoto.
Foram desenvolvidos protótipos de produtos para posteriormente serem aplicados em
oficinas presenciais. Porém, com o período de isolamento e restrição social, foi adotado o uso
das redes sociais como forma de compartilhar os artigos produzidos, estimulando as
comunidades interessadas a confeccionarem artigos à base de resíduos têxteis, mesmo em
isolamento.
Os materiais empregados foram retalhos de tecidos fornecidos por uma indústria têxtil,
fabricante de artigos de cama, mesa e banho, sendo retalhos em tecido plano, malha e
enchimento de travesseiros.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Para a confecção das almofadas, feitas com tecido e preenchidas com enchimento de
poliéster, do peso de porta e do jogo americano, foram empregadas máquinas de costura,
overlock e reta, para a realização dos acabamentos. Para a confecção das almofadas, foram
utilizados retalhos de tecidos retangulares e quadrados e enchimento de poliéster. No peso de
porta, utilizaram-se duas peças de tecido retangulares, no tamanho de 15 x 25 cm, onde 3
laterais foram fechadas em máquina de costura overlock para depois ser preenchido com
areia, pedrinhas ou até mesmo retalhos de tecido para a conformação do formato e estrutura
do peso de porta. Ao final, o fechamento foi manual.
Para a confecção do trilho de mesa e um chaveiro, foram confeccionados diferentes
fuxicos, que, emendados uns nos outros, culminaram em um produto final. Confeccionou-se
também um vaso de flores decorativo, onde utilizaram-se pequenos retalhos de tecido e
preenchidos com enchimento de poliéster, formando uma tulipa.
Outro artigo produzido foi o absorvente ecológico feito de tecido, visto que além do
reuso de retalhos de tecidos ainda é feita a diminuição de absorventes descartáveis que são
grandes poluidores do ambiente. Novamente é um artigo onde se utiliza a máquina de costura,
sendo de uma confecção mais complexa, conforme tutorial apresentado na figura 2, porém,
sendo um artigo de grande potencial de venda.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos com o projeto.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
(a) (b)
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
tecidos de 3 x 3 cm.
Figura 5: Tutorial do jogo de dominó
Todas as peças tiveram seu tutorial publicado na página do curso de Engenharia Têxtil
da UFSC, bem como na sua rede social (Facebook).
Importante também evidenciar que para compor grande parte dos itens foram
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 7: (a) Conjunto de porta copo e jogo americano; (b) marca páginas
(a) (b)
Fonte: Autores, 2020
Considerando que a cada ciclo menstrual uma mulher fértil utilize em média 15
absorventes descartáveis, ao longo de um ano ela terá utilizado cerca de 180 absorventes,
gerando um grande volume de resíduos. Assim, decidiu-se por fazer absorventes ecológicos
(figura 8) que podem ser lavados e reutilizados, evitando a produção em massa de um resíduo
que gera alto índice de poluição. Além de ser favorável ao meio ambiente, é confortável, evita
odores indesejados que um absorvente descartável pode causar por conta de seus
componentes e pode tornar-se uma fonte de renda para quem o produz.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
podem ser produzidas de diversas formas e tamanhos, sendo de simples confecção, chaveiros
(figura 9-b) que podem ser utilizados tanto em chaves, bolsas ou estojos, agregando valor ao
produto, bem como o trilho de mesa (figura 9-c) e o vaso de flores (figura 9-d), que podem ser
opções de decoração e presentes.
Figura 9: (a) Almofadas; (b) chaveiro; (c) vaso de flores; (d) trilho de mesa
(a)
(b)
(d)
(c)
Fonte: Autores, 2020
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Figura 10: (a) Guirlanda de natal produzida; (b) vídeo de produção da guirlanda.
(a)
(b)
Fonte: Autores, 2020
CONCLUSÃO
O projeto promoveu a reutilização de aproximadamente 1,2 kg de tecido e 0,8 kg de
enchimento de poliéster. Levando em conta que foram produzidos em média 115 itens, foram
utilizados aproximadamente 0,02 kg de resíduos por produto confeccionado. Deste modo,
considerando que o estado de Santa Catarina possui aproximadamente 65 RFCC, conforme
dados disponibilizados pela própria rede, se cada instituição proporcionasse no mínimo duas
oficinas de reutilização de resíduos têxteis mensais, com 10 participantes, similarmente ao
presente estudo, em um ano, estima-se que seriam reutilizados em torno de 312 kg de
resíduos, com participação de, no mínimo, 650 voluntárias em aproximadamente 24
encontros. Extrapolando esta ideia a nível nacional, considerando cerca de 2.500 de
municípios atingidos, a marca chegaria a 12.000 kg de resíduos reaproveitados ao ano e
25.000 voluntários participantes. Ou seja, cerca de 12 toneladas de resíduos têxteis poderiam
estar sendo reaproveitadas na fabricação de artesanato com a valoração dos resíduos e ganhos
socioambientais.
Levando em consideração a divulgação em mídias sociais, onde foi possível atingir
um público superior a 1.200 pessoas, supondo que destes um total de 400 pessoas atingidas,
correspondente a um terço do público tenha feito somente um dos artigos divulgados, já se
observa a reutilização de 8 kg de resíduos que seriam descartados. Extrapolando, a um nível
nacional, considerando que 5% da população, aproximadamente 10 milhões de brasileiros,
resolvessem fazer 1 peça de artesanato de aproximadamente 0,02 kg, conforme o projeto, ter-
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 33
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INTRODUÇÃO
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METODOLOGIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Mercado Segurdaor
A busca pela proteção sempre foi uma preocupação do homem que, mesmo no início da
sua existência onde a primeira proteção era a da preservação da vida. De acordo com Azevedo
(2009) por volta de 2250 a.C. já existia a percepção de risco dividindo-se as cargas em várias
embarcações e também em camelos espalhados em caravanas distintas.
O conceito foi se aprimorando com o passar dos anos diante das necessidades do
transporte marítimo, e à medida que se necessitavam e estudavam novas coberturas. Segundo
Azevedo (2009) o seguro só se estabeleceu em suas bases como é conhecido hoje durante a
Revolução Industrial da Inglaterra, onde foram criadas as primeiras sociedades de seguros.
De acordo com Azevedo (2009) somente após a chegada da família real no Brasil em
1808 houve uma preocupação com o desenvolvimento deste país, dentre várias iniciativas, foi
aberta a seguradora chamada Boa-fé, com normas reguladas pela Casa de Seguros de Lisboa.
Segundo Malacrida (2018) durante o império as atividades seguradoras foram marcadas
pelas regulamentações, muitas seguradoras foram constituídas no país e as estrangeiras
começaram a se interessar pelo mercado nacional.
De acordo com Tojal (2013) a revolução industrial foi propulsora de diversas
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Ferramentas da Qualidade
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Processos
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
de informação trazendo a melhoria dos processos nas organizações, como exemplo é citado os
softwares de modelagem de processos, ferramentas CASE, plataformas de workflow, SOA,
entre outros.
A modelagem de processos consiste em representar em forma de modelo, mapa ou
diagrama o processo estudado com a finalidade de entender e documentar como está sendo feito
o trabalho e se necessário modificar ou automatizar. Segundo Rocha et al. (2017) devido os
avanços da tecnologia da informação, destacando o uso mais massificado da internet, faz com
que as empresas aumentem a velocidade de se adaptar à nova situações e oportunidades. Porém
criar novos produtos, serviços e processos no ambiente atual se torna inviável diante do risco e
custos elevados, surge assim a estrutura de modelagem para representar, descrever, testar e
predizer os possíveis comportamentos do sistema físico em situações especificas.
O BPM (Business Process Management) ou Gerenciamento de Processos de negócio
foi desenvolvido para atender à necessidade das empresas de conhecer o processo para poder
medir, gerenciar e posteriormente avaliar e propor melhoria. Segundo Brocke e Rosemann
(2013) o contexto de BPM se define como um conjunto de ferramentas técnicas capazes de
apoiar e possibilitar atividades ao longo do ciclo de vida de um processo e demais iniciativas
que podem abranger o processo como um todo. São exemplos os métodos que facilitam a
modelagem, analise e técnicas de melhoria de processos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
fotos e seu orçamento para reguladores internos que realizaram a conferência e ajustes finais
para a reparação do bem, para os casos de oficina que não possuem este sistema de importação
digital será necessário a presença de um regulador de sinistros de forma presencial para
realização do mesmo serviço.
Existe ainda a opção de o cliente escolher ser atendido em um posto especializado que
conta com estrutura de realização da vistoria, liberação de carro reserva e direcionamento para
oficina escolhida sem intervenção do cliente, que pode buscar seu veículo pronto neste mesmo
local. A Figura 2 a seguir, demonstra o processo descrito.
As três formas acima possuem uma diferença relacionada ao tempo entre o atendimento
da seguradora e o início dos reparos pela oficina, mas tem o processo como um todo com pouca
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Como não possuí o cadastro da maioria das oficinas não referenciadas escolhidas pelos
clientes não é possível precisar o percentual entre oficinas particulares e revendas na primeira
coluna.
Os dados exibidos neste gráfico nos indicam que, se falando de escolha de oficina
referenciada, em média 15% dos clientes desta seguradora tem tendência a realizar reparos
somente na rede de revendas das montadoras. Também percebe-se que existe uma grande
parcela de clientes que optam por levar seus veículos em oficinas não referenciadas, geralmente
são oficinas de confiança do proprietário a quem ele acredita que cuidará do seu bem e fará o
melhor na reparação com menor tempo possível.
Volume de atendimento
Foi escolhido a região metropolitana do Rio de Janeiro para ser a primeira localidade a
receber a melhoria por alguns motivos que são, a alta concentração de sinistros na capital e
também por ser um estado com poucos clientes comparados a outras localidades, este fator
prova que não é necessário um volume grande de sinistros para implementação da melhoria e
facilita o entendimento e exposição dos dados. No Gráfico 3 a seguir, apresenta o
direcionamento na região metropolitana do Rio de Janeiro, e pode ser observado que é bem
semelhante ao já exposto no Gráfico 2, mas possui uma tendência um pouco maior dos clientes
escolhendo reparar seus veículos em revendas.
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O Gráfico 6 a seguir, indica os pontos de maior custo da empresa, eles também serão
trabalhados na implantação do novo processo.
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CONCLUSÃO
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serviço do processo de reparação e os gastos mensais, pode ser identificado que 91,0% dos
gastaos são com peças de reposição e mão de obra e também foi possível verificar o custo médio
por automóvel é de R$7.738,97.
O valor médio que o centro de reparação traria de retorno a seguradora por mês é de
R$264.037,89, com esse retorno estima-se pagar o investimento em aproximadamente 4 meses,
demontando a viabilidade e trazendo vantagem competitiva para a seguradora.
Portanto, ao finalizar os levantamentos pode-se concluir que a montagem do centro de
reparação de automóveis da seguradora é viável e traz além de economia financeira melhora no
atendimento, redução de prazos para entrega do bem ao cliente, atendimento fácil e rápido,
desburocratização do processo retirando etapas de auditoria agora desnecessárias e melhoria na
qualidade dos reparos trazendo para a seguradora vantagem competitiva relacionada a
percepção e satisfação do cliente no momento que utiliza o serviço.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Processos - Melhores Resultados e Excelência Organizacional, 2ª edição. São Paulo: Grupo
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CAPÍTULO 34
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INTRODUÇÃO
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REFERENCIAL TEÓRICO
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Cada vez mais, os projetos demandam a participação de diferentes profissionais para se obter o
sucesso no desenvolvimento de uma determinada atividade, mas sem esquecer a importância
da especialidade de cada um, visto que cada qual contribui com o seu conhecimento, com o seu
saber. Pode-se dizer que o mesmo não tem sido percebido na educação, há uma fragmentação
do conhecimento em disciplinas para formar o cidadão. Mediante a isso, há a necessidade de se
integrar as diferentes disciplinas, permitindo que o aluno não tenha uma visão fragmentada do
saber, tornando a aprendizagem mais estruturada, mais completa no sentido de o permitir a
capacidade de interligar diferentes conteúdos e ter uma visão mais universal do assunto,
tornando-o capaz de ser o protagonista crítico e transformador na sociedade.
Segundo Miranda e Ravaglia (2010), pensar a interdisciplinaridade enquanto processo
de integração recíproca entre as disciplinas e os campos de conhecimento, demanda um esforço
para romper a racionalidade positivista da sociedade industrializada e desta forma, o sistema
escolar como se encontra estruturado, não favorece o trabalho em conjunto.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Nº 9.394/96 criou condições
propícias para que a prática escolar se desenvolva numa perspectiva interdisciplinar, pois a
organização em áreas de conhecimento tem como base a união dos conhecimentos que
compartilham objetos de estudo que facilmente se comunicam (BRASIL, 2000). A LDB Nº
9.394/1996 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e, no artigo 1 e parágrafo 2,
preconiza que “a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social”
(BRASIL, 1996).
No entanto, a nova reforma curricular, Lei Nº 13.415/2017, parte do currículo destinada
à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a outra para itinerários formativos que deverão
ser organizados por meio da oferta de cinco arranjos curriculares (Linguagens e suas
Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias,
Ciências Humanas e Sociais e suas Tecnologias e Formação Técnica e Profissional), abre
caminhos para um possível estímulo à visão utilitarista do conhecimento, intensificando à
dualidade estrutural do ensino em detrimento da abrangência de finalidades do ensino médio
proposta pela LDB Nº 9.394/1996 (RAMOS; HEINSFELD, 2017). Ramos e Heinsfeld (2017),
relatam que é necessário superar a visão dualista entre formação para o trabalho e formação
intelectual, visando a busca por um ensino que valorize a formação integral.
É importante ressaltar que a interdisciplinaridade é uma orientação para o ensino médio
como apresentado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Nesse documento, na esfera
escolar, a interdisciplinaridade não vem com a proposta de criar novas disciplinas ou saberes,
mas agregar os conhecimentos das disciplinas em prol a resolução de um dado problema
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concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista. Pode ter
função instrumental de criar condições necessárias para uma aprendizagem motivadora, uma
vez que professores e alunos tenham a liberdade de selecionar conteúdos relacionados aos
assuntos ou problemas que dizem respeito à vida da comunidade (BRASIL, 2000). Ao encontro
dessa proposta, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) apontam que “a abordagem
interdisciplinar ocorre a transversalidade do conhecimento constitutivo de diferentes
disciplinas, por meio da ação didático-pedagógica mediada pela pedagogia dos projetos
temáticos” (BRASIL, 2013, p. 28). Ainda, indica que a pesquisa, associada ao desenvolvimento
de projetos contextualizados e interdisciplinares, torna-se mais significativa para os alunos.
Somado a isso, as DCN indicam que “se a pesquisa e os projetos objetivarem, também,
conhecimentos para atuação na comunidade, terão maior relevância, além de seu forte sentido
ético-social” (BRASIL, 2013, p. 164). É importante salientar que a Resolução Nº 3, de 21 de
novembro de 2018, no artigo 1°, atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio, a serem observadas pelos sistemas de ensino e suas unidades escolares na organização
curricular, considerando as modificações introduzidas na LDB Nº 9.394/1996 pela Lei Nº
13.415/2017.
Dessa forma, a interdisciplinaridade é o processo que envolve a participação conjunta
de educadores num trabalho de forma que ocorra a interação das disciplinas do currículo escolar
com a realidade, de forma que ultrapasse a fragmentação do ensino, tendo como meta a
formação integral dos alunos (LÜCK, 2003). Para tal propósito, é necessário coragem para
romper com o velho paradigma e ir ao encontro da construção social do conhecimento, à
construção cultural dos sujeitos (COSTA; DUARTE; COSTA, 2015). Em suma, a
interdisciplinaridade ultrapassa a simples unificação de saberes e isto vai ao encontro das
orientações para um trabalho com tema gerador (OLIVEIRA et al., 2017).
Segundo Freire (1987, p. 56), “o tema gerador não se encontra nos homens isolados da
realidade, nem tampouco na realidade separada dos homens. Só pode ser compreendido nas
relações homens-mundo.” Sendo assim, o tema gerador permite estabelecer o diálogo entre a
teoria e a prática, contextualizando com o meio social e, desta forma, permitindo que o
educando tenha uma melhor compreensão de sua realidade. (OLIVEIRA et al., 2017). É
possível desencadear a discussão problematizadora que gera novos níveis de
consciência/conhecimento (ZITKOSKI; LEMES, 2015). Assim, o ensino por meio de temas
geradores pode transpor a prática do professor nas diferentes disciplinas que leciona (COSTA;
PINHEIRO, 2013).
Nesse sentido, quando se trata da educação ambiental nas instituições de ensino, direito
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garantido pela Constituição Federal no artigo 225 (parágrafo 1, inciso VI), esta deve ser
trabalhada de forma interdisciplinar em função de sua complexidade, posto que ela é definida
como os processos aos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade (BRASIL, 1999). Além disso, de acordo com a Lei Nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981, artigo 2, inciso X, a educação ambiental não se restringe somente no ambiente escolar,
ela deve estar presente na educação da comunidade, visando a sua capacitação para se ter uma
participação ativa em defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981). De acordo com Hammes
(2002), a eficiência da educação ambiental no contexto de melhoria ambiental global, dá-se
pelo projeto coletivo de transformação da realidade local, pela ação política de apoio a formação
da cidadania, como estratégia de busca da viabilidade do desenvolvimento e da conservação.
A Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999, aponta que a educação ambiental é um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidade do processo educativo, em caráter formal e não-
formal. Em função disso, cabe à instituição de ensino promover a educação ambiental de
maneira integrada ao seu programa educacional que desenvolve, assim como suas ações de
estudos, pesquisas e experimentações devem estar voltadas para o desenvolvimento de
instrumentos e metodologias que incorporem a dimensão ambiental de forma interdisciplinar,
visto que dos seus princípios básicos destaca-se o enfoque humanista, holístico, democrático e
participativo; o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e
transdisciplinaridade; a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais
(BRASIL, 1999). Contudo, a partir da educação ambiental, desenvolve-se a compreensão
integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos
ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos.
Nos cursos de formação e especialização, o técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser
agregado temas que abordem a ética ambiental das atividades profissionais a serem
desenvolvidas pelos futuros profissionais (BRASIL, 1999).
A interdisciplinaridade é fundamental para se tratar de questões ambientais nas
instituições de ensino, desenvolvendo a aprendizagem por meio de projetos que visem a
integração das diferentes disciplinas ministradas em sala de aula para se discutir um tema
transversal e integrador, o meio ambiente.
A partir de uma metodologia ativa, o aluno ao estudar e pesquisar sobre questões
ambientais da região onde mora e estuda, adquire uma visão holística e reflexiva do seu papel
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como futuro profissional na indústria e dessa forma, torna-se um agente que poderá contribuir
para mitigar os possíveis efeitos deletérios que as atividades industriais atuam sobre o meio
ambiente, caso estas não desenvolvam práticas preventivas de impacto ambiental.
Nesse sentido, segundo Pereira (2014), a educação ambiental surge com uma proposta
que contribui para a formação de um novo agir social, moral e ético, mas para se atingir seus
objetivos, o tema deve ser desenvolvido sob uma perspectiva da interdisciplinaridade com a
participação dos alunos.
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Curricular, Lei Nº 13.415/2017 cujo tema foi apresentado na disciplina “A EPT e sua Relação
com o Mundo do Trabalho” na Unidade III (O Trabalho como princípio educativo). Nessa
unidade a disciplina apontou a relação trabalho e educação no regime de acumulação flexível
que se expressa através de uma diferente forma de materialização da dualidade estrutural. Essa
reforma propõe-se a flexibilizar o ensino médio, pela possibilidade de escolha do aluno, de um
percurso de formação em uma área acadêmica ou técnica e profissional, partindo de sua
trajetória e de seu projeto de vida, desde que assegurada a Base Nacional Comum Curricular.
Essa Lei também foi discutida na disciplina de “Currículo e Trabalho na EPT” na mesma
Unidade III, nas Aulas 7 e 8.
A Interdisciplinaridade e a Educação Ambientaltrouxe trambém a Lei de Diretrizes e
Bases daEducação Nacional (LDBEN) Nº 9.394/1996, apresentada na disciplina “História da
Educação, Legislação e Políticas da EPT no Brasil” na Unidade III do material didático, “A
Educação Profissional na LDBEN N° 9.394/1996” e na disciplina de “Currículo e Trabalho na
EPT” na Unidade IV, aula 9, cujo material didático denomina-se, a “Memória a Serviço da
Construção da Identidade Docente (Didática)”. Nesse contexto, a Lei Nº 9.394/96, artigo 1º e
parágrafo 2º, preconiza que a educação nas escolas deve estar vinculada ao mundo do trabalho
e a prática social.
A partir daqui apresentaremos nossas percepções da realidade prática do curso técnico
em petróleo e gás e a presença de uma refinaria de petróleo, estruturada em suas proximidades.
A intenção é perceber potenciais impactos ambientais que essa atividade pode promover sobre
o meio ambiente.
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abastecidas por água (RAULINO, 2009). Conforme Prevot et al. (2014), de acordo com dados
obtidos da Prefeitura Municipal, apenas 20% de todas as residências da região têm acesso ao
sistema de água e esgoto canalizado. É possível verificar que as estradas secundárias da região
não apresentam pavimentação devida.
De acordo com Raulino (2009), a população vizinha a refinaria estaria mais exposta a
diferentes situações consideradas de risco, assim como: habitações precárias, em locais com
possibilidade de enchentes; falta de equipamentos públicos de saúde; abastecimento irregular
de água tratada e de outras ações de saneamento; riscos de vazamentos de óleo e gases;
lançamento de efluentes industriais nos rios e Baía de Guanabara; contaminação de solos;
transporte de cargas perigosas; proximidade de oleodutos e gasodutos; áreas de armazenamento
de combustíveis e outros derivados do petróleo; emissões fugitivas de gases poluentes,
explosões e incêndios. É importante, ressaltar que alguns acidentes ocorreram ao longo do
tempo, mas o que ainda permanece no imaginário da população local foi o que ocorreu em 1972
(RAULINO, 2009). Três explosões em tanques de gás liquefeito de petróleo (GLP), sendo
considerado por parte da imprensa na época, como o maior acidente da história da refinaria.
(COSTA, 2011). Algumas dessas situações de risco citadas por Raulino (2009), também foram
constatadas por trabalhos de outros pesquisadores, como, Irigaray, Vergara e Santos (2013),
Vaz (2013) e Prevot et al. (2014).
Vaz (2013), para verificar a percepção da população com relação ao seu local de
moradia tendo como vizinha a refinaria, aplicou questionários para os moradores e a partir
destes, a autora conseguiu elencar fatores positivos e negativos. Os fatores positivos quanto à
percepção dos moradores foram: a presença da refinaria gera empregos, apesar de estarem
cientes que não seriam captados por ela; a presença do empreendimento resultar em melhoras
na economia do município; investimento na qualificação profissional por parte do município e
da própria refinaria que poderia contribuir para a inserção no mercado de trabalho; quanto à
preservação ambiental, os moradores consideraram importantes as campanhas de proteção
ambiental e o projeto de replantio do manguezal; os moradores aprovaram a realização de
projetos sociais, tais como, cursos oferecidos pelas empresas do entorno da refinaria (canto,
teatro, dança, informática etc.) aos jovens da comunidade, assim como as doações feitas a
creches, igrejas e festas; a presença da refinaria no município dá mais reconhecimento e
visibilidade no cenário estadual e que, sem ela, não seria possível esse destaque.
Em relação aos fatores negativos destacados por Vaz (2013), eles foram: segundo
percepção dos entrevistados, a poluição do ar no município de Duque de Caxias é maior quando
comparada com os demais municípios, visto que muitas crianças apresentam quadros de
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alergias e problemas respiratórios; os moradores são temerosos quanto aos riscos de explosão
dos tanques, uma vez que já existe histórico de acidentes, e caso ocorra, suas residências podem
ser afetadas podendo resultar em mortes; a população vizinha a refinaria se queixou da emissão
de fumaça constante e para ela, isto pode ser um dos causadores de doenças respiratórias; os
moradores se queixaram do cheiro de gás e de produtos químicos, apesar de que alguns digam
que já estejam acostumados; a presença do flares incomodava os moradores, pois as labaredas
de fogo que saem deste equipamento geram uma apreensão quando estão muito altas e fazem
barulho em decorrência do vento, chegaram a pensar que a chama pudesse atingir suas casas;
alguns moradores acreditavam que os bairros próximos a refinaria são mais quentes e que o
calor excessivo fosse provocado pelo fogo que sai do flares, pelo funcionamento da indústria e
pelo grande volume de combustíveis armazenados e transportados; a totalidade dos moradores
relatou o descaso com a comunidade local, onde questionou-se o abandono e a pobreza das
comunidades do entorno, e acreditava que a refinaria poderia solucionar os problemas de
infraestrutura existentes no bairro.
Segundo Raulino (2009), apesar da população estar consciente dos potenciais riscos de
impacto ambiental inerentes a atividade de refino, como, poluição atmosférica, poluição de
corpos hídricos e contaminação de solos, e dos conflitos ambientais que envolve moradores e a
refinaria por abastecimento de água, dutos, pavimentação e enchentes, retirada de populações
em decorrência da ampliação da refinaria, ainda assim, a maioria apresenta uma postura de
consentimento mediante a importância econômica dada a refinaria.
METODOLOGIA DA PESQUISA
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ambiente. Sendo assim, os alunos são conscientizados da importância do seu trabalho em seguir
as normas estabelecidas dentro da indústria para prevenir possíveis acidentes e reduzir o índice
de dano geral que a atividade industrial pode ocasionar no seu entorno.
Nessa etapa, os alunos colocariam em prática os conteúdos que foram obtidos em sala
de aula, não mais fragmentados, e sim integrados, resultando em um olhar mais crítico do tema
proposto e contribuindo para o seu processo de aprendizagem.
- Segunda Etapa
Após a etapa de levantamento dos aspectos e impactos ambientais ocasionados na
vizinhança, a segunda etapa do projeto é a realização de uma visita a comunidade local para
fazer um novo levantamento a partir do emprego de um questionário para verificar a percepção
dos moradores quanto aos impactos ambientais que as atividades desenvolvidas pela refinaria
promovem no dia a dia da população local. Esse questionário se baseará nos levantamentos
obtidos a partir do check list realizado na etapa anterior e os alunos também terão a orientação
de um professor de Sociologia (a disciplina é lecionada em todos os períodos do curso) para
auxiliar a compreender melhor a convivência entre a comunidade local e a refinaria, assim como
entender como ocorreu o ordenamento territorial daquela região. Tendo em mãos as
informações obtidas, ainda na segunda etapa será feita a avaliação e a discussão dos dados
coletados pelos alunos com a participação e a orientação de todos os professores envolvidos no
projeto. Nessa segunda etapa, pode-se verificar a articulação entre o ensino e a pesquisa.
Nessa etapa, os alunos deverão adquirir mais autonomia, sendo capazes de discutir os
resultados em grupo adquirindo uma consciência crítica da realidade local.
- Terceira Etapa
A terceira etapa será a apresentação dos resultados em forma de exposição na Semana
Científico Tecnológica (SEMACIT), com convite extensivo os moradores da região para a
participação em uma mesa redonda, com representantes da refinaria, da Secretaria Municipal
de Meio Ambiente de Duque de Caxias, da Associação de Moradores, dos alunos envolvidos
no projeto e de especialistas ambientais para discutirem a importância da participação da
sociedade na preservação do meio ambiente, com a temática relacionada a educação ambiental
nas escolas o alicerce para a conscientização da comunidade. Nesta etapa, a pesquisa e a
extensão estão articuladas de forma que a abordagem do tema venha contribuir para o
aprendizado e o amadurecimento de alunos e comunidade.
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De acordo com Frigotto e Araújo (2018), existem desafios a serem superados para a
construção de novas práticas pedagógicas, tendo o foco principal, as diferenças individuais, o
social. O ensino integrado não é somente um ato de vontade docente e do gestor do ensino
médio integrado, depende também das condições concretas de sua realização, ou seja, de meios
auxiliares que permitam o docente desenvolver práticas pedagógicas associadas a percepção da
realidade específica, a totalidade social e os sujeitos envolvidos. O ensino integrado vai além
de estratégias de organização dos conteúdos escolares, com o conteúdo ético-político
transformador da proposta ou da materialidade de sua operacionalização. Frigotto e Araújo
(2018) apontam que isso dificulta a efetivação da proposta de integração do ensino médio e
técnico nas escolas e nos sistemas de ensino e de acordo com os autores, um dos princípios
norteadores à organização de um currículo integrado é a interdisciplinaridade.
Dessa forma, ao se propor uma metodologia interdisciplinar no curso técnico em
Petróleo e Gás integrado ao ensino médio em um espaço não formal de aprendizagem, como o
da comunidade ao redor da refinaria, busca-se integrar os conhecimentos técnicos e
socioambientais de forma que eles possam ser explorados em suas potencialidades, assim como
permitir a troca de experiências percebidas por alunos e professores. Ao se promover uma ação
interdisciplinar, os alunos estabelecem relações entre os conhecimentos desenvolvidos e a sua
realidade (AVILA et al., 2017), tal como, o que é vivenciado por moradores que possuem suas
residências próximas à refinaria.
Contudo, os conteúdos lecionados no espaço escolar muitas das vezes são distantes da
realidade vivida dos que fazem parte do ambiente escolar e isso pode inibir o desenvolvimento
de projetos interdisciplinares. Os projetos integram os conhecimentos das diferentes disciplinas
com a realidade de cada participante do ambiente escolar, devendo estar atendo que, tanto o
aluno como o professor, apresentam experiências distintas e dessa forma, ao se interligar:
“[...]os conhecimentos, as experiências e a percepção que a educação trata de seres humanos é
possível perceber que as dificuldades existem, mas que as tentativas devem persistir.”
(CASALI, TOMAZI e SOARES, 2013, p. 7). O emprego de um projeto interdisciplinar pode
ser uma forma para superar no ensino, a fragmentação dos conteúdos escolares e assim, torná-
lo contextualizado, de forma a contribuir para compreensão de sistemas mais complexos
(AVILA et al., 2017).
Segundo Freire (1987), a investigação de um tema gerador está constituída de partes em
interação e que elas ao serem analisadas devem ser percebidas pelos integrantes do grupo como
dimensões da totalidade. Em permitir que o aluno participe de forma autônoma de atividade
investigativa e interdisciplinar, ele percebe a importância e as dificuldades que se tem em um
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cooperativo e consciente dos seus atos na sociedade e que seja o protagonista de sua própria
história.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação brasileira vem sofrendo reformas ao longo do tempo e com ela surge a
demanda de um ensino integrado e transformador das práticas pedagógicas que tenham a
percepção das realidades específicas, a totalidade social e os sujeitos envolvidos. Apesar das
tentativas de se trabalhar com um currículo integrador, existem obstáculos que dificultam a sua
realização plena, pois o ensino integrado não deve ser visto apenas sob a ótica de simples
estratégia de organização dos conteúdos escolares. Nesse sentido, a interdisciplinaridade é uma
ação que pode conduzir a organização curricular integrada, pois a partir de um tema gerador,
pode-se promover a integração e a participação ativa docente e de diferentes disciplinas,
propiciando o desenvolvimento de um saber crítico e reflexivo.
Em se propor uma metodologia de ação interdisciplinar aos alunos do 7º período no
curso Técnico em Petróleo e Gás, os inserindo em um tema onde está próximo de sua realidade
social, busca-se estimular a capacidade reflexiva e de análise de situações complexas do
cotidiano, traçando um paralelo entre os conceitos e conhecimentos vistos em sala de aula com
o contexto social, despertando interesse pela aprendizagem e pesquisa. Além disso, visando
minimizar o efeito da fragmentação do ensino, demonstrando que as disciplinas podem se
comunicar e serem trabalhadas em conjunto a partir de um tema integrador. Dessa forma,
permitindo ir além dos conceitos memorizados, pondo em prática a educação problematizadora
defendida por Paulo Freire.
Cada etapa proposta pela metodologia apresentou objetivos que desenvolveriam
diferentes competências dos alunos. Na primeira etapa, os alunos colocariam em prática os
conteúdos que foram obtidos em sala de aula, contudo não mais fragmentados e sim integrados,
contribuindo para o seu processo de ensino-aprendizagem. Já na segunda etapa, os alunos
adquiririam mais autonomia, seriam capazes de discutir os resultados em grupo e, ainda,
adquiririam uma consciência crítica da realidade local. Na terceira etapa, ao promover um
evento para apresentar os resultados obtidos pelos alunos, discutir e dar encaminhamento a
possíveis soluções para mitigar os impactos ambientais que as atividades da empresa causam
sobre a população local, a pesquisa e a extensão estariam articuladas de forma que contribuiriam
para o aprendizado e o amadurecimento dos alunos.
Mediante a essas ações interdisciplinares, um olhar mais atento dos alunos em relação
às questões socioambientais seria despertado e isto reverberaria no futuro profissional como
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agentes atuantes na indústria de petróleo e gás. Os alunos perceberiam que a sua intervenção
como profissional poderá comprometer a qualidade e a segurança ambiental dos funcionários e
da população local caso não sejam seguidos os protocolos de segurança preconizados pelos
órgãos ambientais. No entanto, existem desafios a serem superados para que se possa
implementar as três ações interdisciplinares propostas pela metodologia do trabalho. Sendo um
dos mais relevantes, o relacionado à fragmentação do conhecimento, pois fragiliza a integração
do currículo e se perde a ideia da colaboração mútua entre as disciplinas e de um ensino
contextualizado. Contudo, isso não pode ser um desestímulo para o desenvolvimento das ações
interdisciplinares no Campus. Pode-se, inicialmente, promover reuniões entre os docentes de
cada período para dialogar e identificar temas integradores onde cada disciplina possa dar sua
contribuição, propondo uma ponte de encontro entre os conhecimentos e saberes. Essa ação
inicial, provocaria os docentes a ter uma noção da ementa de cada disciplina e isto facilitaria a
partilha do conhecimento, minimizando dessa forma, o efeito da fragmentação disciplinar.
Nesse sentido, ao se propor uma análise dos impactos ambientais ocasionados pela
atividade econômica desenvolvida pela refinaria sobre a população vizinha, foi possível
identificar por meio dos relatos apresentados em teses e artigos, que a área foi ocupada
desordenadamente por antigos funcionários que participaram da obra desse empreendimento,
resultando em problemas de saneamento básico e de infraestrutura. Ainda, algumas construções
foram construídas próximas a dutos de petróleo que chegam à refinaria, sendo uma preocupação
diária para a população local, pois existe o risco de rompimento dessas tubulações, podendo
ocasionar acidentes sérios. Perante a esse cenário que alunos e professores encontrariam, o local
é um celeiro de informações e de potenciais estudos, sendo possível promover e desenvolver
trabalhos interdisciplinares entre as disciplinas do curso Técnico em Petróleo e Gás. A partir
desse trabalho, novas ações de cooperação podem ocorrer, novos temas geradores podem ser
propostos, novos locais podem ser explorados cientificamente para auxiliar a construção do
conhecimento do aluno sob uma ótica integrada aos conteúdos teóricos apresentados em sala
de aula. Em suma, a interdisciplinaridade pode ser o caminho inovador para que a aprendizagem
seja mais dinâmica e atrativa para os alunos, onde a teoria e a prática possam caminhar juntas
em prol ao desenvolvimento do cidadão consciente de seu papel transformador na sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 35
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
Contaremos com os dados do IBGE de 2010 e 2020 com referência ao uso da internet,
partindo do princípio que o acesso à rede é sempre a partir de um dispositivo de tela. Segundo
essa fonte, o percentual de pessoas que utilizaram a Internet no grupo etário de 10 a 13 anos
foi de 24,4% em 2010 e 77,7% em 2020. Em 2010 o grupo que mais acessou a grande rede de
computadores, 33,9%, tinha entre 15 a 17 anos de idade, esse percentual foi declinando com o
aumento da faixa de idade, atingindo 7,3% no contingente de 50 anos ou mais de idade. Já em
2020 o grupo que mais utilizou a internet foi o de 20 a 29 anos, alcançando 93,0%, passando
depois a declinar até atingir 45,0% no grupo de 60 anos ou mais. Segundo o levantamento, as
crianças em idade escolar estão usando 3 vezes mais a internet do que há dez anos; os jovens
que usam a internet passaram de ⅓ para mais de 90%; e o grupo da terceira idade também têm
adotado a nova tecnologia em sua rotina.
1
Pisa 2018 revela baixo desempenho escolar em leitura, matemática e ciências no Brasil.
(IBGE, 2020)
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Essa apropriação dos bens culturais, diferentes em cada época, importam consigo
estilos diferentes de linguagens, o conflito de gerações exige mudar o sentido das prioridades
e do que é importante, é fundamental que os professores aprendam a se comunicar na “língua
e estilo” dos mais jovens, usar linguagens capazes de produzir significado a partir do que o
estudante já conhece.
Pense em um exemplo fictício, uma pessoa adulta que adormece-se por cem anos em
1300 não veria quase diferença nenhuma ao acordar de seu sono em 1400. Já uma pessoa que
adormece-se em 1985 , em 2020 estaria praticamente incomunicável. “Vou te mandar um e-
mail com um arquivo ponto pdf, não muito pesado, com 2,5 mega. Por favor me responda se
o arquivo não está corrompido, posso compartilhar também por whatts”. Atravessamos o
período de mais rápidas transformações tecnológicas que já ocorreram na história da
humanidade e mesmo assim os nativos digitais estão naturalmente habituados.
A EaD E O VÍDEO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
dificuldades técnicas que são intrínsecas ao uso das tecnologias podem justificar a sua não
utilização nos processos educacionais. As dificuldades que podem, e vão aparecer, serão
superadas à medida em que a sociedade estiver mais preparada para receber as novas
tecnologias, tanto em termos de infraestrutura quanto em termos de conhecimento para a sua
utilização.
Existem possibilidades de se estudar usando o vídeo primeiramente complementando as
aulas presenciais e posteriormente protagonizando outras estratégias de ensino como no caso
da EaD, pois, como vimos, o vídeo já faz parte do mundo da maioria dos membros da
sociedade moderna pelo menos nas grandes cidades.
Se desejamos usá-lo como estratégia pedagógica é importante conhecer o vídeo em suas
especificidades. Na obra Cinema, vídeo, Godard, o autor aborda o vídeo sem tentar defini-lo,
deixando-o em um limbo, mas também como um coringa, sem dono, mas que pertence a todas
as artes, a publicidade, ao cinema, a tv, aos games, a internet, entre outros.
Não vejo resposta, fundada e pensável, à questão: o que é o vídeo?. Para mim, o
vídeo é e continua sendo, definitivamente, uma questão. E é neste sentido que é
movimento. Neste trajeto, se “o vídeo” permanece em suspenso como um problema
não resolvido, é no sentido genérico de uma forma de imagem e de pensamento. A
meu ver, não existe, apesar das aparentes facilidades que ela poderia oferecer, uma
verdadeira especificidade do “vídeo”, seja como imagem, seja como dispositivo. [...]
creio que só podemos pensar o vídeo seriamente como um “estado”, estado do olhar
e do visível, maneira de ser das imagens. (DUBOIS, 2004, p. 23).
O termo vídeo funciona como uma espécie de sufixo ou prefixo, aparecendo antes ou
depois de um nome: videogame, videoclipe, tela de vídeo, etc. Por outro lado, video (sem
acento) é também “de um ponto de vista etimológico, um verbo (video, do latim videre ‘eu
vejo’). E não de um verbo qualquer, mas do verbo genérico de todas as artes visuais, verbo
que integra toda a ação constitutiva do ver: vídeo é o ato mesmo do olhar” . (Ibidem)
Assim, o vídeo está presente em todas as outras artes da imagem, independente de seu
suporte e sua constituição, pois todas estão fundadas no princípio do “eu vejo”. Nesse sentido,
mesmo que seja ambíguo e que, conceitualmente, não se constitua em um corpo próprio, o
vídeo é “o ato fundador de todos os corpos de imagens existentes” (DUBOIS, 2004, p. 72).
Em latim, vídeo é um verbo conjugado na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo do verbo ver. É o ato de olhar sendo exercido por um sujeito em ação. Implica uma
ação em curso (um processo), um agente operando (um sujeito) e uma adequação ao tempo
presente: “‘eu vejo’ é algo que se faz ao vivo, não é o ‘eu vi’ da foto (passadista), nem o ‘eu
creio ver’ do cinema (ilusionista) e tampouco o ‘eu poderia ver’ da imagem virtual (utopista)”
(DUBOIS, 2004, p. 72). Daí um certo paradoxo da palavra vídeo, designando ao mesmo
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
tempo o objeto e o ato que o constitui: uma imagem-ato. Vídeo, lugar de todas as flutuações.
Ao falarmos sobre vídeo falamos de uma técnica ou de uma linguagem? De um processo ou
de uma obra? De um meio de comunicação ou de uma arte? De uma imagem ou de um
dispositivo? Neste lugar entre, ambíguo, o autor situa o vídeo.
Situado como imagem, estetizado, acaba ocultando sua outra face, a de processo,
dispositivo, meio de comunicação. Pensando historicamente, o autor o situa entre o cinema e
as tecnologias digitais e informáticas. Cinema como arte da imagem que atua sobre o vídeo.
Últimas tecnologias informáticas e digitais, como dispositivos, sistemas de transmissão que o
prolongam. Nesse espaço entre o entretenimento e a comunicação, a esfera artística e a
midiática, o vídeo se movimenta.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Apoia-se nos modelos e percursos já conhecidos; ignora os enigmas, pois lhe agradam as
perguntas cujas respostas pode antecipar. Evita ser seduzido pelos atalhos e caminhos
alternativos, prefere os itinerários retos que levam com rapidez ao destino. Evita rotas não
planejadas, em todo caso, se alguma vez cai em um labirinto, não o explora, mas procura a
saída mais rápida. Ao procurar, se satisfaz apenas com o olhar ligeiro e superficial ao que está
explícito. Não conhece as fronteiras pois não costuma visitar as excentricidades. “O leitor
moderno é o homem do rebanho, [...] é pequeno, metódico, gregário, pragmático e
trabalhador, só é capaz de seguir os hábitos estabelecidos e as regras comuns. Só lê o que já
foi lido” (idem).
OS ESTUDANTES DA CONTEMPORANEIDADE
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Antes de começar a refletir sobre o videoclipe, não podemos esquecer que se trata de
uma ferramenta publicitária, e como tal, tem único e exclusivo objetivo: vender mercadorias.
Diferente do teatro, por exemplo, que tem o fim – entre outras coisas - em si mesmo, na
própria produção, ou na música, que esgota seu objetivo – entre outras coisas - na mensagem,
o videoclipe tem como norteador a constante troca de mercadorias no comércio globalizado.
Para Umberto Eco, as mídias mais antigas, rádio e tv, são pluralidades incontroláveis de
mensagens que cada um usa e compõe como quer usando o controle remoto. E de dentro
dessas mídias surgem outras mídias que multiplicadas dão origem às mídias ao quadrado
(ECO, 1984). As mídias ao quadrado, como é o caso do videoclipe, são instrumentos
publicitários para propagar a aparência de satisfação de necessidades dos consumidores
quando reforçam-se as mensagens dos produtos que veiculam.
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vender: o carro, a roupa, o corte de cabelo, a bebida, o cigarro, o ingresso para visitação de
determinado lugar, o celular, a guitarra, o amplificador, a produtora, etc. Dada a embalagem
visual para difundir a música, o clipe vende ao ser consumido.
Não existe uma linguagem própria do videoclipe, pois é originário da TV, que existe
pela faculdade do vídeo. Inclusive a publicidade da TV se apoderou da dinâmica do clip para
os cronometrados anúncios.
Esse tipo de mídia, publicitária, não acrescenta, não enriquece, não contém nada que
nunca tenha sido oferecido pela tv, rádio, cinema, a novidade é que integra características de
todas. A mercadoria a ser vendida pode ser outra, mas a forma de oferecê-la é a mesma,
variando o estilo e a forma de consumir este produto: o clipe é uma peça publicitária que se
vende, vende vários produtos sem dizer o que vende.
O VÍDEO EM AULA
O trabalho de professor poderá ser mais eficaz caso aproveite a predisposição que os
alunos têm para aprender os conteúdos que já fazem parte de suas vidas. A versatilidade dos
dispositivos e aparatos tecnológicos cativa naturalmente os jovens aprendizes, as novas
tecnologias mostram diferentes formas de representação da realidade, possibilitam o
desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de
inteligência, habilidades e atitudes.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
No artigo “O vídeo na sala de aula” José Manuel Morán oferece algumas propostas
para a utilização do vídeo em âmbito escolar, destas, creio que a mais interessante seja a
produção audiovisual.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
entre ar e vidro, parte da energia da luz é refletida, “reflexão” é o trânsito que a luz faz ao
encontrar outro meio de propagação e voltar ao primeiro, como acontece em uma superfície
polida ou na água. Podemos interpretar a reflexão como a reprodução dos objetos nas imagens
oferecidas por um espelho que tem lugar entre o objeto e sua imagem (Ibidem). Quando a
imagem é deslocada para fora, é possível que o proprietário da imagem também a observe,
como se seus olhos fossem arrancados de sua cabeça e postos em um ponto estratégico à sua
frente virado para ele. No caso do espelho isso acontece instantaneamente, e no caso do vídeo
o tempo é uma variável que pode ser controlada. De qualquer forma a consequência dessa
conotação ótica, quando o termo reflexão é utilizado para designar o modo como a pessoa
humana tem um certo conhecimento de si mesma. O autoconhecimento é a percepção que a
pessoa tem de sua própria imagem, é a leitura que faz de si.
Sendo assim, o vídeo pode ser um dispositivo disparador pedagógico que oferece a
oportunidade da experiência no sujeito. Um dispositivo pedagógico será, então, qualquer
lugar no qual se constitui ou se transforma a experiência de si. Qualquer lugar no qual se
aprendem ou se modificam as relações que o sujeito estabelece consigo mesmo (LARROSA,
1994). Não há lugar, pois, para os universais antropológicos, nem tampouco para ignorar o
caráter construtivo, e não meramente mediador, da pedagogia. O ser humano, na medida em
que mantém uma relação reflexiva consigo mesmo, não é senão o resultado dos mecanismos
nos quais essa relação se produz e se medeia. Os mecanismos, em suma, nos quais o ser
humano se observa, se decifra, se interpreta, se julga, se narra ou se domina. E, basicamente,
aqueles nos quais aprende (ou transforma) determinadas maneiras de observar-se, julgar-se,
narrar-se, ou dominar-se. (Idem)
EXPERIÊNCIA E FORMAÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
mídias modernas, internet e dos games, assim como os cérebros dos seus pais eram
“programados” para acomodar-se à televisão (PRENSKY, 2011b). Cada qual em sua época
experienciando fisicamente os dispositivos de seu tempo. A experiência física consiste na
ação sobre os objetos, retirando deles qualidades que são intrínsecas a eles ou ainda que
existem neles antes da ação do sujeito sobre eles (CORREA, 2017).
A experiência pode ser entendida como: isso que me passa (LARROSA, 2002, 2011).
No artigo “Experiência e alteridade em Educação”, encontramos uma argumentação do autor
que destaca a ideia de que isso em isso que me passa é algo que não se reduz a mim, “que não
sou eu”, que significa outra coisa que não eu. O autor chama a isso de “princípio de
alteridade”. Para que haja experiência, é preciso que se passe algo exterior a mim, estranho a
mim, estrangeiro a mim, fora do meu lugar, do meu território conhecido, da minha
propriedade. E é importante que esse outro não seja reduzido a mim, ao mesmo, ao já sabido e
já conhecido. A formação, nessa perspectiva, envolve um contato com algo que não domino e
a relação não será de tentar dominar, mas de estabelecer um contato com a alteridade
(irredutível a mim).
Ao mesmo tempo, o me é lugar da experiência, sou eu, é em mim onde se dá a
experiência, onde ela acontece (LARROSA, 2011). Não o que se passa no mundo, o que
acontece em geral, mas a forma como sou atravessado, marcado pelos acontecimentos. “Não
se ajusta à ontologia do ser, mas a do acontecer” (idem). De tudo que acontece à minha volta,
experiência é aquilo que me marca, me transforma, me atinge em um movimento de ida e
volta. Ida, porque supõe um movimento de saída de mim mesmo, indo ao encontro do
acontecimento (ao que passa, ao que acontece) e volta porque supõe que o acontecimento me
afeta, produzindo efeitos no que sinto, no que sei, no que quero, no que sou.
Aqui a palavra passa tem dois sentidos. O sentido de travessia remete a passagem,
passageiro, antônimo de definitivo, que em algum momento deixará de ser como é, pressupõe
a mudança que não assume certezas absolutas no processo de transição. Finito, momentâneo,
instantâneo, temporário. Conjuga o verbo estar no presente, pois em algum momento no
futuro se extingue. Ainda neste mesmo sentido, a vida individual é passageira.
Procuramos sentido na vida durante sua passagem, já que a única certeza é que ela é
findável. A palavra experiência tem o per – “radical indo-europeu para palavras que tem a ver
com travessia, passagem, caminho, com viagem” – e ex, que tem a ver com exterior. Portanto,
experiência supõe “uma saída de si para outra coisa” e algo que me advém. Envolve “um
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
sujeito que perde seus poderes precisamente porque aquilo de que faz experiência dele se
apodera" (LARROSA, 2004, p. 25).
A palavra passa tem outro sentido, remete à paixão. Experimentar, fazer uma
experiência, ou padecer uma experiência. Em latim, se diz ex/periri. Periri significa perigo.
Esses dois sentidos estão bem próximos, e é inevitável pensar que paixão tenha a ver com
perigo. A paixão se torna algo passageiro, perigoso e imprevisível. Mas não uma simples
passagem, pois quando se passa por algo ou por alguém, sempre se deixa alguma coisa, e no
caso da experiência, a passagem por ela deixa marcas.
As marcas são exatamente estes estados inéditos que se produzem em nosso corpo a
partir das composições que vamos vivendo. Cada um destes estados constitui uma
diferença que instaura uma abertura para a criação de um novo corpo, o que significa
que as marcas são sempre gênese de um devir. (ROLNIK, 1994, p. 2).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
NEUROEDUCAÇÃO E NEUROCIÊNCIA
Antes de explicar (ou pelo menos tentar) como o cérebro funciona, ainda é preciso
desmentir algumas noções que, embora a ciência já tenha determinado que estão erradas,
permanecem teimosamente ressoando, graças às repetições, crenças ou simples negacionismo.
No século 4 a.C., Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.) considerava o cérebro um órgão
secundário que servia para resfriar o sangue que o coração usava para funções mentais. Não
haviam evidências para isso, mas como Aristóteles era muito respeitado entre seus pares essa
ideia foi tomada como verdadeira por muito tempo. Séculos depois, o médico romano Galeno
de Pérgamo desenvolveu muitas experiências com ligações nervosas que apoiaram a teoria de
que o cérebro controla todos os movimentos dos músculos por meio do crânio e do sistema
nervoso periférico e que o também era o grande responsável por nossas funções mentais e não
o coração, como Aristóteles havia sugerido. Há outras noções mais modernas e igualmente
erradas sobre o funcionamento do cérebro, como a ideia de que usamos apenas 10% da nossa
capacidade mental. Essa ideia serviu de enredo para o filme “Lucy” de 2014. Caso isso fosse
verdade seria metabolicamente ineficiente. Seu cérebro responde por cerca de 20% de seu
gasto metabólico diariamente e não faz sentido desperdiçar 90% de sua capacidade. Outra
ideia equivocada é de que a principal função do cérebro é pensar, quando na verdade o mais
importante que ele tem a fazer é manter o corpo vivo. Algumas funções vitais devem
funcionar automaticamente, (a digestão por exemplo). Seria impossível, evolutivamente,
pensar em tudo o que o corpo precisa fazer enquanto se preocupa com alimentação, proteção,
etc. O cérebro é responsável por manter o corpo vivo enquanto o sujeito dorme, manter a
comunicação entre os órgãos em plena atividade, enviar e receber os sinais de entrada e saída
do corpo (pele, ouvidos, o nariz, olhos, boca) e interpretar esses sinais, sem falar das
memórias que precisam ser acessadas instantaneamente para que o sujeito não precise
aprender tudo desde o início sempre, além de administrar as emoções as quais o sujeito é
exposto e os encontros com o ambiente que divide com os outros seres.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
O Sistema Nervoso Central (SNC) é a parte do sistema nervoso formada pelo encéfalo
e pela medula espinhal. No encéfalo, o cérebro está dividido em quatro lóbulos com ligações
entre si, no centro das fissuras, a região mais externa do cérebro possui coloração mais
acinzentada formando o córtex cerebral e internamente a coloração é mais esbranquiçada. A
substância cinzenta é composta de corpos celulares de neurônios, e é responsável por
interpretar os impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo, produzir e coordenar
atividades musculares e reflexos. A substância branca é composta de pacotes de processos de
células nervosas mielinadas (ou axônios), os quais conectam diversas áreas de substância
cinzenta (os locais dos corpos celulares nervosos) do cérebro umas às outras e mandam
impulsos nervosos entre neurônios. A capacidade do neurônio é conferida por sua membrana
plasmática, uma estrutura especializada na produção e na propagação de impulsos
eletroquímicos. Sua característica mais importante é o impulso nervoso que age desde a mais
elementar das formas, que consiste em uma partícula química que se movimenta pela
membrana externa da célula, até as sinapses que são locais de comunicação, em que os
neurônios transmitem entre si os impulsos nervosos (MUSSAK, 1999 apud DOS SANTOS
BRANDÃO; CALIATTO, 2019). O SNC é o local onde acontecem não apenas os
pensamentos, mas, também as emoções, os comportamentos e a mobilidade muscular. Para
Vygotsky, existe a subordinação dos processos biológicos ao desenvolvimento cultural.
Tal relação entre o plano biológico e o plano cultural é delineada em termos de uma
diferenciação das funções psicológicas elementares, funções comuns a homens e
animais, tais como a atenção e a memória involuntárias, das funções psicológicas
superiores, funções exclusivamente humanas que possuem gênese
fundamentalmente cultural e não biológica, tais como a atenção voluntária e o
pensamento abstrato (CORREA, 2017, p. 382).
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
Neste sentido os desafios nas neurociências são descobrir qual a influência das TDICs
e da crescente estimulação do córtex visual a partir de luzes artificiais vibrantes das telas
digitais na maneira de pensar dos nativos digitais. entender como a neuroplasticidade do
cérebro permite que ele se acomode a diferentes situações a partir de intensidades e estímulos
externos variados e uma metodologia que permita estabelecer uma linguagem funcional
mediadora entre neurociência e a pedagogia que esclareça as descobertas científicas e a
possibilidade de utilização na educação.
TEORIZANDO A APRENDIZAGEM
Invocamos também Vygotsky (1978), já que para ele a chave do aprendizado está na
distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma assistência, é onde fica a
ZDP (zona de desenvolvimento proximal). Vygotsky também aponta que o caminho do objeto
até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa. Por isso, o conceito de aprendizagem
mediada confere um papel privilegiado ao professor. A teoria vygotskiana estabelece que, no
fluxo do pensamento, nem a mão nem o intelecto prevalecem por si sós, mas se veem
modelados pelos instrumentos e pelas ferramentas usados pelo homem, que os usa para o
desenvolvimento da sua linguagem interiorizada e de seu pensamento conceitual, caminhando
paralelamente e/ou fundindo-se, influenciando-se mutuamente (LABURÚ et al. 2013). Tal
relação entre o plano biológico e o plano cultural é delineada em termos de uma diferenciação
das funções psicológicas elementares, funções comuns a homens e animais, tais como a
atenção e a memória involuntárias, das funções psicológicas superiores, funções
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
exclusivamente humanas que possuem gênese fundamentalmente cultural e não biológica, tais
como a atenção voluntária e o pensamento abstrato (CORREA, 2017, p. 382). Os legados de
Freire, Piaget, Vygotsky, Ausubel estarão sujeitos a validação de novos prismas, agora sob o
olhar das neurociências e parece que as descobertas da neurociência sobre o processo de
aprendizagem se assemelha ao que os teóricos mostravam por diferentes caminhos.
Concluímos com as vozes de Paulo Freire (2018) e a sua pedagogia da autonomia que
carrega em seu bojo características de todos os autores citados anteriormente com a
aprendizagem construtivista. O conhecimento não é moeda mas é construído em colaboração
com professores, colegas, família, sociedade, corpo e tecnologias.
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
CAPÍTULO 36
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
INTRODUÇÃO
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Pesquisas e Inovações Nacionais em Engenharias, Ciências Agrárias, Exatas e da Terra
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em três fases básicas, a saber: I) Enquadramento teórico como
a fase “ex ante” de revisão, consulta, seleção e resumo de fontes primárias e secundárias,
utilizada para fornecer dados e aspectos fundamentais ao longo das etapas posteriores da
pesquisa, determinando as influências gerais dos eventos meteorológicos na dinâmica
socioeconômica das cidades costeiras tropicais. Procurando manter vigência nas fontes, foram
eleitos os estudos com menos de 10 anos de publicação.
Essa fase de enquadramento foi desenvolvida desde o começo e simultaneamente ao
longo do processo, desde 2018 até 2020, incluindo periódicos, jornais, teses, mapas e fontes
eletrônicas. Se fez importante neste primeiro momento, a determinação dos aspectos e
características hidrometeorológicas da cidade de Jacó e redondezas. Abordou-se a estatística de
riscos e ameaças por parte da geodinâmica interior e exterior, para assim apontar os feitios
teóricos fundamentais em disposição dos outros estágios da pesquisa, como a amostragem,
seleção de pessoas para inquerir e características institucionais do local.
Fontes como o Censo Nacional de População, o Atlas de Riscos e Ameaças Naturais e
o Plano Regulatório Local foram os clássicos mais antigos da média, mas de revisão obrigatória
pelo conteúdo. Em termos da percepção dos entrevistados, foram aplicados relatórios nacionais
acerca das atitudes populacionais em prol da mudança climática, e de modo a complementar os
dados, realizou-se uma revisão nas bases de dados acadêmicos JStor, VPN e Google Scholar.
II) Amostragem dos entrevistados onde se procurou um intervalo de confiança de 95%
e como critério de seleção levou-se em consideração: morar ou trabalhar na cidade pelo menos
a partir do ano de 2013, ser maior de idade e ter ensino médio finalizado. Com efeito, foi
considerada uma População Ativa Economicamente (PAE) com pessoas acima de 15 anos,
totalizando em 4970 indivíduos. Destes, 81,5% são residentes de Jacó e 93,2% trabalham no
mesmo distrito. Além disso, 54,2% da amostra possui escolaridade secundária completa. Os
18,5% não residentes podem estar expostos devido a práticas de atividades laborais. Com base
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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mais imbricado nos atrasos da débil mobilidade que ocorre na locomoção por carro, a pé ou por
outros meios, uma vez que a acumulação de água pluvial em pontos específicos do centro da
cidade atrapalha e compromete a circulação de pessoas, independente do tipo de locomoção,
conforme demonstrado na figura 1.
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Própria.
- Desligar. Ministério de Obras
- Uso eficiente dos aparelhos. Públicas e Transportes
- Energia solar com postes em sinais dos caminhos. (MOPT).
Maior consumo
- Incentivos para infraestrutura privada, casas e, Governo.
energético
regulamentações para deixar uma percentagem do Ministério de Ambiente e
consumo produto das energias limpas. Energia (MINAE).
- Reflorestar. Instituto Costarriquense
de Turismo (ICT).
- Mudar preventivamente, incrementar o design e
materiais (4).
Maiores - Design original, desde materiais até uso doméstico. O próprio indivíduo.
investimentos para - Incentivos à infraestrutura privada. Governo.
consertar casa ou - Prevenção e manutenção preventiva. Cada dono (3).
local de trabalho - Medidas de prevenção a partir do projeto econstrução.
- Limpeza de descidas e canoas.
- Preços mais baixos, pacotes especiais, finanças, preços
acessíveis.
- Incentivos para o setor imobiliário e o mercado Hotéis e comerciantes.
hipotecário. Empresas e imobiliárias.
Baixa demanda
- Diversificar a oferta turística, não apenas a praia, mas Instituto Costarriquense
imobiliária,
também outras atividades. de Turismo (ICT).
turística e comercial Empreendedores e
- Todos os empreendedores em coerência com a
comunidade e município, promover o turismo nacional. clientes.
- Melhorar a cultura de prevenção e redundância.
- Seguros de produtividade.
- Hidratação, uso de bebedores (2), uso roupa de saúde
Próprio e padrão.
ocupacional e manga comprida, sombra artificial,
Menor Sociedade e governo.
bloqueador solar (2).
produtividade Nenhum deles.
- Aumentar a disponibilidade de água para o consumo
laboral e agrícola Empreendedor e
humano.
trabalhador.
- Aumentar as sombras (2).
Fonte: Autoria própria (2021).
Como pode ser observado, a referência ao consumo de água e energia diz respeito não
somente aos problemas de consumo de recursos naturais, como também econômicos. As
prioridades foram consideradas no componente econômico, tendo em vista que ambos são
serviços públicos com tarefas estabelecidas na localidade pelo ICE e o Instituto Nacional de
Aquedutos e esgotos, isto é, podem ser considerados problemas econômicos com origem no
mercado dos recursos naturais, especialmente considerando que quase a totalidade da energia
elétrica do país é produzida por recursos hídricos. Especificamente em Jacó, há depoimentos
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de moradores que mencionam uma alta taxa da tarifa, uma vez que no país existem tarifas para
empresas, setores e para uso residencial. No entanto, no caso de Jacó, não há distinção, a taxa
pela prestação desses serviços é chamada de “tarifa turística” e, essa tarifa é comum a todos,
além de ser muito maior que a residencial cobrada em outras partes do país.
A elevação do consumo de água e energia elétrica relaciona-se com a sensação de calor
que, por conseguinte demanda maior consumo de água para os jardins, para consumo humano,
entre outros, como exemplo a eletricidade para o ar-condicionado ou ventiladores. Decerto,
como pode ser observado pelas respostas constantes do quadro, algumas medidas assinaladas
são de responsabilidade individual, como desligar os aparelhos, realizar a manutenção e
consumir com responsabilidade, além disso, podem ser aplicadas medidas de adaptação, visto
que o consumo se reflete na tarifa a ser paga mensalmente, seja aquela consumida em casa, seja
a consumida no trabalho. Enfaticamente observou-se a resposta que indica que os governos
locais e nacionais poderiam estabelecer regulações para os novos projetos de construção e assim
incluir preventivamente essas medidas no caso das casas, locais e prédios existentes, destacando
que essas intervenções precisariam ser contínuas.
Outras alternativas que embora possam ser executadas pelos moradores foram indicadas
para estes locais estando cabível também em ações do governo ou ONGs, estão a
implementação do: reflorestamento e construção de reservas de água, que com o uso de
estruturas produtivas que reduzem a temperatura e velocidade do vento são de uso agrícola.
Isso também ocorre com medidas no uso de fontes de eletricidade, alternativas no espaço
público, como a energia solar nos sinais do trânsito.
Para os últimos dois problemas, muito sinérgicos no setor e espaço local devido às
relações associativas e comerciais, as medidas mencionadas demandam maiores
responsabilidades para o setor privado e para o governo, uma vez que implicam intervenções e
regras específicas para trabalhar com a complexidade dos atores envolvidos. No que diz respeito
à demanda imobiliária, turística e comercial, são vários os setores envolvidos desde o
administrativo cuja atribuição é licenciar a água (AYA), a energia (ICE) e construir (prefeitura
e Colégio Federado de Engenheiros e Arquitetos), até a venda de prédios e pacotes ou serviços
turísticos (Câmara de Comércio e Turismo Sustentável, Governo Local e ICT). Por isso os
responsáveis são tanto comerciantes e empreendedores quanto empresas e governo central e
local.
As medidas específicas de fácil intervenção para os negócios dizem respeito à alteração
de preços e criação de pacotes mais atraentes e diversificados para o turista nacional, bem como
a aquisição de serviços de companhias de segurança para a cobertura de possíveis perdas e
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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em: <http://www.cne.go.cr/>. Acesso em: 20 mai. 2019.
___________. Special Report on Global Warming of 1.5ºC Expert Review of the First Order
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<https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2017/10/PR_sr15_expert_review_lam3-1.pdf>.
Acesso em: 14 abr. 2019.
SOLANO, Paula et al. Escenários de cambio climático regionalizados para Costa Rica. 2012.
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