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INSTRUTOR
DE ARMAMENTO E TIRO
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
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INDICE
5 CALIBRES 35
NOMENCLATURA, FUNCIONALIDADE DAS PEÇAS E TERMINOLOGIA APLICADA AO AR-
6 MAMENTO E TIRO 38
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
CAPITULO I
METODOLOGIA, DIDÁTICA, TÉCNICA DE ENSINO E PSICOLOGIA
APLICADA AO ENSINO
INTRODUÇÃO:
PARTE I
1 – GENERALIDADES:
A prática da Docência voltada à Instrução de Tiro demanda algumas peculiaridades ímpares no
campo da didática. Trata-se de uma atividade de elevado risco e de extrema importância para a
qualificação do cidadão que deseja adquirir ou portar uma arma. O instrutor, portanto, assume a
responsabilidade de aplicar criteriosamente, dentro dos limites de segurança, todo o conteúdo pro-
posto para a utilização segura de uma arma de fogo, para isso, avançará progressivamente por todos
os níveis de instruções.
Transmitir conhecimento é tarefa gratificante para quem está em condições de fazê-lo, e torna-se
agradável também a quem possui uma conduta responsável e interessada na aprendizagem
2 – OBJETIVOS:
Este capítulo tem por finalidade discorrer sobre as principais ferramentas didáticas e metodológicas
a serem aplicadas pelo instrutor de tiro para o desenvolvimento da atividade docente, possibilitando
adotar uma mensagem teórica clara, entendida e transformada em ação prática, para que o aluno
se beneficie do processo ensino-aprendizado de qualidade.
3 - ATRIBUTOS E QUALIDADES DO INSTRUTOR:
Para uma prática saudável da docência o instrutor deverá atuar como um facilitador utilizando se
de uma comunicação que possibilite um canal aberto que envolva, sobretudo, a arte do saber ouvir
dando espaço para um ambiente ideal para o desenvolvimento de ideias através do diálogo; reco-
nhecer e bem lidar com as variáveis advindas do coeficiente emocional típicas das relações humanas
e mais ainda afloradas durante o processo ensino-aprendizado e ainda primar pelo fator motivacio-
nal propiciando um bom estímulo aos seus alunos.
O instrutor, portanto, assume o papel de um docente perito na esfera de suas responsabilidades
em conduzir com clareza e objetividade o processo ensino-aprendizagem no âmbito de sua institui-
ção, e em especial na atividade de instrução de tiro.
4 - PARA UMA COMUNICAÇÃO EFICIENTE NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM, DE-
VEREMOS OBSERVAR O SEGUINTE:
4.1 - COMUNICAÇÃO VERBAL:
A comunicação verbal se bem utilizada e aplicada em técnicas pedagógicas representa um dos prin-
cipais canais para o uso de ferramentas no intento de se conduzir uma boa instrução.
Utilização adequada da fala englobando a expressão de ideias claras, pausadas e organizadas racio-
nalmente;
Deve se primar por uma boa postura corporal, uma comunicação emocional equilibrada e utilizando
de um cabedal de palavras corretas e de cunho técnico peculiar à disciplina de tiro;
A expressão verbal deverá ser empregada em períodos curtos e coordenados evitando se o
excesso de termos técnicos ou ainda a vulgarização da fala a partir de termos que contenham gírias;
Também fazem parte de uma boa comunicação verbal à prática de uma tonalidade de voz
agradável aliada à intensidade de som nem muito alta ou baixa, de pronúncia das frases claras e
coordenadas.
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Portanto, o Instrutor auxiliar assume a função de monitor participando ativamente junto ao instru-
tor principal nas atividades de planejamento, preparação, orientação, controle, avaliação e execu-
ção que ocorrerá antes, durante e após as atividades de instrução de tiro, com objetivos propostos
no planejamento da instrução.
6 - APTIDÕES DO INSTRUTOR DE TIRO:
Devido à complexidade da atividade de Docência, que envolve a prática com a instrução de tiro, é
essencial que o instrutor tenha certas aptidões, tais como:
Conhecer profundamente o assunto a ser abordado certificando se houve o entendimento
por parte do aluno das informações transmitidas;
Ter aptidão e gostar da disciplina tomando uma postura de buscar uma formação continuada
a fim de ser compartilhada com seu corpo discente;
Ter consciência das consequências futuras que possam advir dos ensinamentos transmitidos
seja no âmbito administrativo ou jurídico;
Se predispor a promover a transversalidade entre as disciplinas afins contextualizando sem-
pre que oportuno à inter-relação entre o tiro policial defensivo e o uso da força;
Levar em conta as características individuais de cada aluno respeitando suas limitações e
promovendo a superação destas por via de técnicas adequadas e motivações;
Ser paciente, respeitador, positivo e motivador, entre outras qualidades características da
docência de instrução de tiro;
Se dispor a ser um pesquisador nato acerca das técnicas e tecnologias que envolvam a função
docente no tiro, assumindo uma postura de buscar uma qualificação continuada.
7 - PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PELO INSTRUTOR DE TIRO:
O instrutor deverá cumprir o seu Plano de Instrução previsto em legislação, bem como ela-
borar previamente suas aulas, visando atingir o objetivo da instrução.
O instrutor deverá ser um facilitador, capaz de auxiliar o aluno a desenvolver habilidades
técnicas e psicomotoras referentes à realização das atividades de tiro, bem como deve demonstrar
aos discentes o funcionamento do mecanismo e o desempenho do armamento e equipamento.
O instrutor deve estar motivado em suas aulas, buscando ilustrá-las com exemplos práticos,
aguçando dessa forma a curiosidade e a motivação dos alunos, de forma que todos participem da
aula e não fiquem com receio de expor suas dúvidas.
O instrutor de tiro deverá realizar uma preleção minuciosa antes do início de cada instrução
prática, procurando abordar todos os assuntos pertinentes à instrução de tiro, deixando bem claro
a obrigação do cumprimento rígido das Normas de Segurança.
O instrutor de tiro poderá empregar o aluno como observador, caso este não esteja no mo-
mento da execução do exercício prático de tiro. O objetivo é que o aluno identifique os erros e os
acertos em torno da atividade realizada. Porém, não cabe ao aluno observador a intervenção ou
correção do aluno atirador, pois isso é de competência exclusiva do instrutor.
É importante que o instrutor destine um período, antes do início das atividades práticas de
tiro, para identificar a real situação em que se encontra o aluno (física, técnica e psicológica). Caso
seja observada alguma alteração psicológica, o aluno não poderá prosseguir na instrução, devendo
ser encaminhado ao Serviço de Saúde da Instituição.
É necessário que haja um momento posterior para os comentários que se fizerem necessá-
rios após a realização dos exercícios, tanto por parte do instrutor como do aluno observador.
Durante as atividades de instrução prática, e com a devida segurança e coordenação do ins-
trutor responsável, o grupo de alunos poderá apoiar a instrução em algumas missões, tais como:
a) Obrear e substituir alvos;
b) Montar as pistas;
c) Fornecer os equipamentos EPIs;
d) Registrar as súmulas;
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O instrutor deverá possibilitar a observação e a participação dos alunos nos exercícios pro-
priamente ditos. Tal função poderá ser invertida em tempo oportuno por iniciativa do instrutor,
permitindo que os alunos tenham oportunidade de participar do maior número de atividades pos-
síveis durante a realização das instruções.
É de fundamental importância que o instrutor de tiro seja possuidor de cursos corresponden-
tes a sua área de atuação, que sejam de instituições sérias, regulares e homologadas pelos setores
competentes, e que esteja preparado e habilitado tecnicamente para a prática desta modalidade
de Docência. Tal pré-requisito é indispensável para que sejam resguardados tanto o instrutor e o
discente, quanto às demandas administrativas e/ou judiciais provenientes de atos considerados im-
peritos, negligentes ou imprudentes.
Em todas as etapas da atividade de tiro, a Instituição que você representa, seja empresa ou
a si próprio, é responsabilidade sua primar pela qualidade e a padronização de procedimentos, com
o foco na otimização da aplicação dos recursos logísticos (arma, equipamentos, munição, alvos e
etc.), visando à qualificação dos recursos humanos, bem como focar na transversalidade com as
demais disciplinas afins, previstas nos diversos cursos oferecidos.
O instrutor deve aplicar a teoria e oficinas de vivenciamento, buscando um maior número de
ensaios (treinamento em seco) e/ou com uso de simulacros de armas de fogo antes da realização
das instruções com munição real, contribuindo neste caso para um melhor desempenho quanto ao
aprendizado, através do exercício da memória psicomotora.
8 - MÉTODOS DIDÁTICOS UTILIZADOS NA APRENDIZAGEM DA INSTRUÇÃO
DE TIRO:
Inicialmente explicitaremos algumas abordagens de ensino que foram disseminadas e sofreram in-
fluências de diferentes teóricos, repercutindo assim, em pensamentos didáticos doutrinários.
Para contextualizar nossos pensamentos referenciaremos alguns conceitos de Didática e andrago-
gia. A didática é a maneira pela qual o professor ou instrutor utiliza de métodos e técnicas de ensino
para construção do conhecimento aos seus instruendos. Segundo o educador Libâneo, a didática é:
“Uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de en-
sino através de seus componentes dos conteúdos escolares, o en-
sino e aprendizagem, com o embasamento numa teoria da educa-
ção para formular diretrizes orientadoras da atividade profissional
dos professores. ”
Já a educação androgogica compreende o estudo das técnicas, métodos e didáticas de ensino a um
público específico, ou seja, o adulto. Esta modalidade de ensino tem atuado como facilitadora e
mediadora da aprendizagem do indivíduo adulto, ou seja, carrega consigo experiências culturais ao
longo de sua vida, fruto da convivência em sociedade. Para uma melhor compreensão referencia-
mos o educador Campos:
“Na andragogia, a abordagem educacional deve ocorrer conside-
rando suas vivencias agregadas durante a experiência de vida. O
enfoque deve ser direcionado aos saberes já adquiridos, alinhando
aos objetivos da educação andragogica. Isso tudo propiciará cer-
tamente uma qualidade de vida melhor a esse cidadão. (...) Mas
também deve servir de paliativo a fim de resgatar e sanar a má
formação inicial que compromete seu desempenho intelectual e
profissional. ”
Através da didática o instrutor poderá inserir vários métodos e técnicas de ensino praticadas pela
ciência educacional.
Entre eles citamos:
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O método é baseado atualmente na tecnologia on-line (após a evolução das fases do papel impresso
a eletrônica por rádio e televisão, e a digital por ambientes de ensino equiparados a este fim), e
exemplo do sistema EAD (ensino a distância) desenvolvido pela SENASP (Secretaria Nacional de Se-
gurança Pública) que disponibiliza o ensino gratuito extensivo a todos os profissionais de segurança
pública do país sob a coordenação dos tele centros.
“Educação à distância é o aprendizado planejado que ocorre nor-
malmente em um lugar diferente do local do ensino, exigindo téc-
nicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação
por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e ad-
ministrativas especiais. ”
(Moore; Kearsley: 2007).
A rede SENASP oferece de forma gratuita alguns cursos relacionados com a atividade de instrutor
de tiro e armamento e equipamento, entre eles citamos: Identificação de armas de fogo, Uso Dife-
renciado da Força – UDF e Técnicas e Tecnologias não letais na atuação policial.
8.6 - METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO E A APRENDIZAGEM BASEADA NO PRO-
BLEMA:
Metodologia recentemente aplicada em instituições de ensino cuja principal premissa se encontra
na proposta de atividade do corpo de aluno voltada à interação deste, a pesquisa bibliográfica e de
campo, raciocínio cognitivo, análise dos fatos, iniciativa e criatividade para a resolução de proble-
mas.
A metodologia da problematização deve ser aplicada em situação em que os temas estejam relaci-
onados com a vida em sociedade, desenvolvendo-os a partir da realidade ou de recortes dessa rea-
lidade, uma vez que cabe aos alunos identificar os problemas que estão à sua volta. Nesse contexto,
pode ser adotado o eficiente método do arco de Charles Maguerez, que se divide em cinco etapas
distintas, lembre-se, conforme a turma na qual você ministrara as suas aulas, muitos não têm a
capacidade de compreensão mínima que você deseja, para isso, o arco de Maguerez mostra-se um
método muito eficiente, sendo eles:
“São desenvolvidas ordenadamente uma após a outra. As etapas
constituem: observação da realidade, ponto-chave, teorização, hi-
póteses de solução e aplicação à realidade”.
9 - TÉCNICAS DE ENSINO UTILIZADAS NA APRENDIZAGEM DA INSTRUÇÃO DE TIRO:
Norteadas pela metodologia a ser empregada, a técnica de ensino tem por objetivo orientar e dina-
mizar o processo ensino aprendizagem considerando as competências a serem desenvolvidas pelo
corpo discente, de acordo com os objetivos e o conteúdo da disciplina.
Encontramos as técnicas de ensino mais comuns:
9.1 - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS:
Na resolução de problemas, o docente elabora situações-problema simulando a realidade. Em se-
guida, apresenta aos alunos, que discutem os problemas em pequenos grupos e levantam hipóte-
ses. Formulam os objetivos de aprendizagem e identificam as fontes de pesquisa. Ao final, os estu-
dos e as conclusões de cada grupo são apresentados à turma, para revisão e sistematização de uma
proposta de ação para a resolução do problema.
Essa técnica favorece a integração de conteúdos por constituir uma forma diferenciada de estrutu-
rar o saber, a partir de capacidade de resolver problemas que ultrapassem os limites de uma única
disciplina, além de possibilitar a compreensão da realidade social, por meio da visão global e inte-
gradora do conhecimento. Como exemplo didático, citaremos o exercício de resolução de panes,
em que o instruendo já treinado e massificado a aprendizagem utilizando de munições inertes, de-
senvolve um ambiente que propicie a escolha da técnica mais adequada para a solução de panes a
partir de procedimentos técnicos devidos. Neste caso o instrutor deverá provocar diversas panes
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na linha de tiro com intuito de fazer o instruendo pensar rapidamente e executar exercícios que
poderá salvar sua vida em uma situação real de crise sob o efeito de grandes níveis de estresse.
9.2 - SIMULAÇÃO:
A simulação se estrutura por meio da construção de um cenário, a fim de vivenciar papéis dentro
de um contexto e conseguir aproximação consistente entre a teoria e a prática, além de desenvolver
as habilidades, atitudes e a construção das referências necessárias ao futuro profissional para sua
tomada de decisão em situações similares. Para melhor aproveitamento dessa técnica, as situações
selecionadas devem conter fatores surpresa que estimulem a reflexão sobre as diversas possibilida-
des de resposta. Como exemplo prático, podemos citar uma oficina de vivenciamento com utiliza-
ção do marcador de paintball.
9.3 - ESTUDO DE CASO:
O estudo de caso compreende a discussão, em pequenos grupos, de casos verídicos ou baseados
em fatos reais relacionados com situação que farão parte do cotidiano profissional do aluno. Os
casos devem ser apresentados com o máximo de informações pertinentes, para que o discente
possa analisa-los (caso análise) ou apresentar possíveis soluções (caso problema). Essa técnica per-
mite que os participantes analisem a situação apresentada e apliquem os conhecimentos adquiri-
dos. Podemos exemplificar vários casos divulgados na mídia.
“À participação ativa e dinâmica do educando favorece a aproxi-
mação entre fato teórico e o fato real, incentivando e permitido
maior compreensão”.
9.4 - PAINEL DE DISCUSSÃO:
O painel de discussão caracteriza-se pela apresentação de especialistas que expõem as suas visões
sobre determinado tema a ser debatido. Pode ser coordenado por um moderador, com a função de
controlar os tempos de exposição, debates, perguntas, respostas, como também organizar a síntese
dos pontos abordados no painel. Busque trazer pessoas de outras áreas mas com experiência sufi-
ciente a ministrar alguma palestra, que no final será de muita serventia aos seus alunos.
“O objetivo primordial é auxiliar os educandos na análise de diferentes aspectos de um problema (ou
tema), não necessariamente tendo que chegar a conclusões ou soluções”.
Segue como referência simpósios, fóruns e instruções que discutem sobre o assunto.
9.5 - DEBATE CRUZADO:
O debate cruzado é organizado em dois grupos: Como exemplo você criará uma pane em uma arma,
deixando o seguinte, um terá de debater uma tese contrária à do outro, invertendo-se os papéis ao
final. Nesta técnica, o corpo discente focaliza inicialmente todo o arcabouço teórico e prático para
defender sua posição; em seguida, contrapõe o que foi exposto, propiciando a oportunidade de
vivenciar as fases distintas do mesmo tema.
9.6 - AULA PRÁTICA:
A aula prática se efetiva através da explicação por meio da demonstração de técnicas procedimen-
tos, oportunizando ao corpo discente a prática, o feedback, a automação e a aplicação. Essa técnica
deve possibilitar que o aluno reflita sobre os passos demonstrados pelo professor, a fim de entender
o porquê de cada fase do processo. Essa técnica pode ser realizada em locais onde serão ministradas
as atividades práticas. A demonstração do instrutor com o posicionamento correto do armamento
e o disparo realizado no alvo exemplificando o exercício que será executado pelo instruendo.
9.7 - SEMINÁRIO:
A apresentação de seminários é uma técnica de ensino na qual o instrutor divide os alunos em gru-
pos e apresenta temas constantes no conteúdo programático, a fim de que o corpo discente utilize
os diversos meios de pesquisa disponíveis para elaboração e apresentação do seminário para a
turma: A necessidade de uma pesquisa bibliográfica, o espírito de investigação, reconhecendo e
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Para explorarmos os canais de comunicação, devemos ter sempre em mãos os recursos necessários
(controle remoto, ponto laser, modelos, etc.), para não perdermos tempo e credibilidade junto à
audiência. Usar ponteira (point laser), ou qualquer outro meio que facilite mostrar detalhes.
Vários são os recursos audiovisuais que poderão ser usadas na didática da instrução de tiro. Dentre
elas destacamos as principais:
Quadro de giz: antigo, mas bastante utilizado. Vantagens: é simples, de fácil confecção, é
econômico e durável. Desvantagens: sujo, pouco dinâmico e perde-se contato com a audiência ao
escrever.
Flanelógrafo: quadro de flanela que prende com velcro. É importante atentar para que a dis-
posição seja organizada, numerada e nítida. Sugere-se também utilizar poucas figuras e de cores
contrastantes e de mensagem clara.
Mural: estático, mas de grande utilidade. Deve ser usado quando algo tenha que ficar exposto
durante toda aula. Como o flanelógrafo, a disposição deve ser organizada, numerada e nítida. Qua-
dros superposto deve estar previamente ordenado e todos devem estar cobertos para serem des-
cobertos no uso e recobertos após o uso.
Projetor de slides: é ainda considerado um sofisticado recurso audiovisual. Tem como vanta-
gem mostrar cenas com clareza e realismo. Desvantagens: escurecimento do ambiente (perde-se o
contato visual e pode causar sonolência); os slides são apresentados numa ordem rígida ficando
muito difícil atender solicitações da audiência (dar pausa ou retornar a um slide específico); o difícil
manuseio.
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Retroprojetor: um dos mais úteis e versáteis. Desvantagens: tamanho e peso. Vantagens: fácil
manuseio, não necessita escurecer o ambiente, se ganha tempo, as transparências podem ser apli-
cadas pelo próprio instrutor. As transparências podem ser elaboradas de diversas maneiras.
Projetor de vídeo: um dos mais úteis e sem dúvida o mais moderno recurso audiovisual. Per-
mite a utilização de áudio vídeo, apresentações animadas, inclusive filmes. Permite atender solici-
tações da audiência dando pausa ou retornando à imagens ou determinados pontos da apresenta-
ção. O projetor de vídeo é de fácil utilização e leve. O conjunto projetor de vídeo e computador e
conjunto multimídia denomina-se Datashow. Desvantagens: exige conhecimento de algum software
para a confecção da aula e conhecimentos básicos de informática. O projetor de vídeo é um apare-
lho frágil e bastante caro.
Esses recursos que mencionamos ajudam a não utilizarmos apenas a voz para transmitir ideias, já
que corremos o risco de sermos interpretados de uma maneira diferente daquela desejada. O re-
curso audiovisual dá a mensagem maior realismo.
11 - BRIEFING:
Antes de iniciarmos a prática do tiro propriamente dito, é indispensável passarmos por uma fase do
briefing, mas o que é o briefing? Briefing é uma reunião informal com os alunos, onde serão descri-
tos e analisados todos os procedimentos que serão realizados na instrução de tiro. O briefing é tam-
bém uma forma de avaliar o nível de preparação do aluno para o tiro e modificá-lo se necessário.
Um bom briefing ajuda na segurança na prática do tiro.
PARTE II
RESPONSABILIDADES E NORMAS DE SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO DE TIRO
“Trabalhar com segurança é acreditar que você é a ferramenta mais importante para a empresa”
Tiago Quixaberia
1 – GENERALIDADES:
A finalidade deste capítulo é mostrar que a Instrução de Tiro é uma atividade considerada de ele-
vado risco, pois expõe tanto o Instrutor como o aluno a uma série de procedimentos que os envol-
vem ao uso de materiais potencialmente lesivos e, portanto, merecedor de cuidados quanto aos
aspectos de segurança.
2 - OBJETIVOS:
Nossa intenção é demonstrar que procedimentos de segurança em Instrução de Tiro, devem ser
atribuídos aos profissionais com formação específica, cuja especialização permite lidar com diversas
variáveis vinculadas à instrução propriamente dita.
3 - NORMAS DE SEGURANÇA:
O termo “SEGURANÇA”, em seu conceito genérico, está vinculado à percepção de estar protegido,
seguro. No que versa a atividade de Instrutor de Tiro, a segurança constitui-se em fator basilar para
que o docente possa transmitir as técnicas operacionais aos discentes num ambiente de controle
absoluto das variáveis inerentes a atividade com armamento. Para tanto, deve-se considerar um
série de ações coordenadas de forma a criar a ambiência necessária.
As Normas de Segurança são o regramento lógico de ações as quais todos os atores devem se aten-
tar, cuja desobediência gera riscos de acidentes e incidentes de tiro. A interiorização das normas de
segurança permite que os operadores minimizem os riscos de efetuarem disparos ou tiros indese-
jados e ainda permite aprimorar suas técnicas de precisão de tiro.
O uso de armamento merece uma atenção especialíssima por parte do usuário, bem como um pla-
nejamento prévio sobre as variáveis possíveis, com foco nas atitudes e nas condições seguras. Es-
pera-se do detentor de arma de fogo o domínio das condições técnicas para a utilização da forma
correta, seja para o momento de sua guarda, seja no exercício em linha de tiro, no manuseio e na
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manutenção, ou ainda para o solitário momento da tomada de decisão de utilizá-la em defesa pró-
pria ou de terceiros.
Os riscos de manusear uma arma de fogo vão além do complexo controle das variáveis de ensino, o
Instrutor de Tiro deve realizar uma preleção com os alunos antes das atividades que envolva tiro
com armas de fogo, verificando as devidas condições físicas e psicológicas do aluno, de forma a
mitigar os riscos durante a instrução. Uma vez realizada esta preleção e somada à interiorização por
parte dos discentes das Normas de Segurança, estes estarão prontos para aplicar as técnicas ope-
racionais de tiro.
Cabe ressaltar a importância da adequação do local destinado a prática o qual deve garantir que o
Instrutor possa ter total controle sob seus alunos.
Num contexto bastante comum no qual o Instrutor de Tiro se depara com profissionais tanto da
área de Segurança Pública, Segurança Privada, Esportistas e o cidadão que deseja simplesmente
uma arma, que alguns, apesar de lidarem com armamento como instrumento essencial ao seu mis-
ter, outros por desejo próprio, com baixa capacidade técnica e o pior, com excesso de confiança e
falta de consciência acerca da complexidade das implicações de estar armado, e em consequência
não adquiriram destreza ideal para bem utilizar sua arma de fogo, contribuindo para os índices ele-
vados de acidentes. É necessário, portanto, que tanto o Instrutor de Tiro quanto a unidade de ensino
que pertença, promovam mecanismos de avaliação e acompanhamento periódico no que diz res-
peito a estabelecer regras para lidar com este tipo de instrução.
Uma arma de fogo torna-se extremamente perigosa para seu usuário e para terceiros quando quem
a manuseia age como se não representasse perigo. Daí para a ocorrência de um acidente grave é
um passo curto. Neste caso, a autoconfiança aliada à falta de concentração no que está sendo feito
e a falta de observância dos procedimentos corretos tornam-se os principais fatores integrantes
para a ocorrência de fatos profundamente danosos. Fica evidenciada a importância do papel do
Instrutor de Tiro em estar atento a todas as fases (antes, durante e depois) da instrução no quesito
de segurança.
Outro aspecto relevante é que, numa turma de instruendos, onde temos uma classe com profissio-
nais de todas as áreas, é comum encontrar níveis de conhecimentos díspares, ou seja, alguns com
vasto conhecimento acerca do assunto, enquanto outros com pouca habilidade técnica detêm dú-
vidas de toda ordem, essa pluralidade deve ser considerada de forma a respeitar os limites daqueles
que possuem menor capacidade técnica, mantendo a motivação daqueles que possuem maior des-
treza, esse desafio faz parte das atividades do Instrutor de Tiro.
Diante desta realidade, é importante que o instrutor promova já no início das instruções uma aferi-
ção acerca do conhecimento técnico de seus alunos, procurando desenvolver a instrução com vistas
ao nivelamento do conhecimento. Negligenciando essa situação, quando no desenvolvimento das
atividades práticas, o instrutor poderá contribuir para o aumento do risco de se gerar um acidente,
ou ainda prejudicar o aproveitamento dos alunos nas atividades, bem como, no aprendizado, parte
dos alunos não terem condições técnicas de aproveitamento da atividade.
O cuidado no manuseio de uma arma de fogo e de munições torna-se indispensáveis, haja vista a
existência de risco potencial quanto a possibilidades de gerar danos materiais e físicos, gerando
consequências psicológicas e legais. No caso de haver um tiro acidental poderá gerar graves seque-
las, desde os efeitos psicológicos, lesões leves e até a morte, ressaltando que essas variáveis extre-
mas são ocasionadas a velocidade de um projétil cortando o ar, no tempo de ouvir o som de um
estampido, um pequeno descuido por mais ínfimo que pareça ser pode ter consequências trágicas.
Portanto, o instrutor deverá estar atento e atuar preventivamente, para a sua própria segurança e
a dos demais, pois a aplicação das Normas de Segurança é indispensável a todos aquele que acom-
panham e/ ou manuseiam armas de fogo. A seguir são delineadas Normas de Segurança as quais
devem ser aplicadas antes, durante e depois da Instrução de Tiro, são estas:
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De forma a tornar o procedimento mais seguro e didático é recomendado o uso de painéis informa-
tivos os quais orientam cada passo do aluno no processo de descarregar e carregar a arma, a seguir
é ilustrado modelo de placa informativa para uso junto à caixa de areia, as cores se diferenciam com
o intuito de identificar os diferentes processos, a primeira placa, de cor vermelha, indica os proce-
dimentos para descarregar a arma, já a segunda, de cor branca, indica os procedimentos para car-
regar a arma de fogo.
FIGURA 02 – PROCEDIMENTO PARA DESCARREGAR O ARMAMENTO
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A seguir são descritas as providencias as quais se deve atentar para minimizar riscos por meio da
inspeção do armamento:
Em local seguro, na caixa de areia, retirar o carregador do armamento.
Puxar o ferrolho a retaguarda/abrir tambor, certificando-se do esvaziamento da câmara.
Verificar a integridade das munições (amassamentos, coloração, projétil solto ou afundado,
espoleta irregular).
Certificar se há sinais de disparo anterior no armamento a ser utilizado;
Verificar possíveis irregularidades na integridade do armamento, ou seja, falta de peças, da-
nos provenientes do mau uso ou de desgaste natural.
Verificar os seguintes pontos no armamento:
Interior do cano, procurando por detritos, rachaduras, engasgamento do projétil ou até o seu
intumescimento (estufamento);
O correto funcionamento do armar/desarmar do cão e do gatilho, do mecanismo de segu-
rança e do desarmador do cão;
A integridade da ponta do percussor, pressionando-o na sua parte posterior;
A integridade do aparelho de pontaria: alça e massa de mira;
A numeração dos carregadores em relação à arma;
Deformações nas bordas superiores e amassamentos no fundo do carregador e a livre movimenta-
ção do transportador nas bordas superiores do carregador.
A abordagem acerca das Normas de Segurança antecipa toda e qualquer atividade de instrução de
tiro e deverá ser exposta de forma clara, objetiva e exemplificativa. Para tanto, existem regras, nor-
mas e precauções de segurança a serem tomadas de forma criteriosa com o intuito de minimizar e
descartar qualquer possibilidade de acidentes e diminuir satisfatoriamente os índices de incidente
com armas de fogo, originados por imperícia, negligência ou imprudência.
Ao discorrer a respeito das várias facetas que envolvem a compreensão pelo aluno das Normas de
Segurança, deve o instrutor apresentá-las analisando suas principais situações previsíveis:
Procedimento de segurança na lida com arma de fogo para o porte defensivo envolve uma série de
procedimentos padronizados que englobam outros conjuntos de condutas defensivas de acordo
com a situação que se apresenta, pois não basta estar armado para se possibilitar uma defesa pes-
soal eficiente, também se faz necessário estar preparado para utilizá-la num momento de emergên-
cia;
PARA O SUCESSO NUMA AÇÃO ARMADA, DESTACA-SE:
A escolha de um bom conjunto armamento e munição;
O fator treinamento periódico e qualificado;
Conhecer o aspecto legal para agir em conformidade com a lei em vigor;
A observância do elemento surpresa e o princípio da oportunidade;
O aspecto psicológico, sempre presente em situações de elevado estresse.
Com o somatório destes fatores primordiais é possível estabelecer a diferença entre o su-
cesso e o fracasso durante uma ação ou reação defensiva com a arma de fogo.
Segurança com a arma de fogo em si:
A questão da abordagem da segurança específica de cada arma de fogo leva às suas caracte-
rísticas técnicas e mecânicas, que deverão ser abordadas detalhadamente nas orientações acerca
do armamento, assim como nos procedimentos de manejo e inspeção correspondentes a cada arma
em pauta;
CAUTELA COM ARMA DE FOGO PARA A GUARDA EM RESIDÊNCIA:
Situação que merece atenção durante a abordagem de Normas de Segurança na instrução,
levando-a ao debate, haja vista que grande parte dos usuários de armas para fins defensivos possui
em suas residências, junto aos seus familiares, a guarda de pelo menos uma arma de fogo.
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A partir das considerações descritas de forma objetiva nesta unidade, o Instrutor de Tiro pode miti-
gar os riscos inerentes a seu mister, devendo as Normas de Segurança preceder todo o conteúdo,
seja ele teórico, ou prático, sendo que a não observância implica o Instrutor em assumir para si
grandes riscos de ocorrência de acidentes ou incidentes de tiro, antes ou durante a instrução, po-
dendo com isso gerar ocorrências sérias e irreversíveis as quais macularão aquilo que há de mais
nobre numa instrução, o conhecimento.
2.4 EQUIPAMENTOS DE USO INDIVIDUAL PARA INSTRUTOR DE TIRO
Materiais necessários:
1) Cinto de arma completo;
2) Armamento em conformidade com a nota de instrução;
3) Bandoleira para arma longa;
4) Apito;
5) Caneta de tinta azul ou preta;
6) Prancheta;
7) Uniforme de instrutor de tiro completo;
8) Time;
9) Equipamentos Individuais de Segurança - EPI;
10) Cronômetro;
11) Alvos adequados para cada instrução;
12) Munições inertes;
13) Munições letais previstas na nota de instrução;
14) Fita para demarcações;
15) Kit de limpeza de armas;
16) Chave de fenda pequena;
17) Obreas ou fita crepe;
18) Súmulas para avaliação.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
CAPITULO III
ARMAS DE FOGO, MODELOS, ESPÉCIES E CATEGORIAS DE UTILIZAÇÃO
DE ARMAS DE FOGO
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O arcabuz:
E o bacamarte:
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
O atirador precisava carregar diversos utensílios consigo para manusear a arma: um embornal com
a munição, às vezes substituído por uma faixa de peito com diversos compartimentos pendurados,
cada qual com o suficiente para uma carga, zagalotes (a “bala” de chumbo esférica), polvorinho e
pederneira. Primeiro era necessário acender a mecha, coisa que era feita nas duas extremidades,
para o caso de uma delas se apagar durante o uso, punha-se a mecha acesa de lado e carregava-se
a arma despejando pólvora pela sua boca (esvaziando um destes pequenos cilindros). A pólvora é
socada suavemente e um zagalote é introduzido com o auxílio de uma haste. Ou introduz-se uma
bucha e uma carga de pequenos chumbos (conhecidos como “chumbinhos” ou simplesmente
“carga”). Coloca-se o polvilho do polvorinho dentro do ouvido da arma e ajusta-se a mecha acesa
na mordaça da serpentina ou do serpe.
Mas, retornando à Europa do séc. XIV, outro sistema de ignição surgiu para substituir a mecha: a
Ignição por Atrito. Os fechos de atrito seguem a mesma lógica. O primeiro destes foi o fecho de roda
(1517), que substituía a mecha por um pedaço de pederneira (de sílex ou pirita. A pirita se quebra
em lascas afiadas, melhores para a produção de fagulhas) preso na mordaça da serpe — a partir de
então denominada pata-de-gato, pela semelhança com a ferramenta de mesmo nome, ou cão,
como é conhecida até hoje.
Uma mola de enrolar era presa a um eixo com engrenagem de catraca de um lado e uma roda áspera
(rastilho) do outro. Ao dar corda na mola, esta ficava presa ao gatilho. O processo então consistia de
escorvar a caçoleta (Ah? Escorvar? Caçoleta? Calma… caçoleta nada mais é que um pequeno recipi-
ente, acima do ouvido, que recebia a pólvora — ou polvilho — responsável por levar fogo à munição
interna. Esta pólvora e seu recipiente recebiam o nome de escorva, até que convencionou-se chamar
o recipiente de caçoleta e o explosivo posicionado de es-
corva.
A partir de 1520 a caçoleta passou a contar com um
tampo para proteger a escorva das intempéries) e, na
hora do disparo, abrir o tampo, baixar o cão até que a
pederneira toque a roda e, finalmente, pressionar o ga-
tilho que soltava a mola. O atrito da roda — girando em
alta velocidade — com a pederneira lançava faíscas na
caçoleta, dando início à explosão.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
explicado separadamente nas suas três versões principais: o sistema snaphaunce, o sistema mique-
let e o sistema flintlock, propriamente dito. As armas que utilizam qualquer um desses sistemas são
denominadas armas de pederneira. Chega a ser difícil de entender como esse sistema, tão elemen-
tar e simples, pudesse ter surgido após o complicado mecanismo das pistolas de rodete. Alguns
autores acreditam que isso tem a ver com o fato que, nesta época, a evolução dos relógios de corda
estava a pleno vapor. Talvez isso tenha influenciado os armeiros de uma forma ou de outra.
O sistema snaphaunce foi o primeiro a utilizar um cão, bem similar ao que conhecemos hoje, con-
tando também com uma pinça ajustável em sua extremidade. Nesta pinça, e envolta em um pedaço
de couro, montava-se a pedra, agora usando-se sílex ao invés da pirita. Embora seja uma controvér-
sia há mais de 300 anos, acredita-se que o termo snaphaunce se deriva do holandês schnapp-hahn,
que literalmente significa galo que bica.
Usava-se também outras formas para a mesma palavra, tais como chenapan (Itália e Espanha) ou
schnauphance, dependendo da sua região.
A caçoleta continuou a existir, com um orifício que se ligava, através de um duto, ao interior do
cano. Só que ao invés de uma roda giratória, usava-se uma peça de aço com um anteparo ranhu-
rado, articulada e fixada sob ação de uma mola; essa peça servia como o elemento gerador das
faíscas. Com a queda do cão, o sílex, golpeando essa superfície ranhurada e rugosa com violência,
gerava grande quantidade de faíscas ao mesmo tempo que arremessava a peça para trás. Uma pe-
quena tampa também se deslocava com este movimento, expondo a cassoleta cheia de pólvora.
Era um sistema de desenho limpo e elegante, com grande parte das peças ocultas para a face inte-
rior da arma.
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Uma cápsula explosiva (à esquerda) e uma espingarda de pederneira (à direita), dois importantes
passos para as armas de fogo modernas
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Chapa de Fricção
Estas quatro partes são tudo que a fecharia de pederneira precisa para atingir seu objetivo.
Para usar uma fecharia de pederneira, é necessário seguir as etapas abaixo:
Quando a arma é disparada, a pederneira atinge a caçoleta e raspa o ferro criando as faíscas. O
estouro do cão também dispara a caçoleta de volta para expor a pólvora no cartucho. A pólvora
acende e queima através do pequeno buraco do lado do cartucho, acendendo a pólvora dentro do
tambor. A arma dispara.
Existem vários candidatos ao posto de inventor da cápsula de fulminato, a conhecida espoleta,
usada até mesmo nos dias de hoje. O imigrante inglês Joshua Shaw é, talvez, o mais plausível deles,
seguido de Peter Hawker, James Purdey e Joseph Manton, dentre outros. Por volta de 1820, algum
deles havia colocado uma pequena porção de fulminato de mercúrio, clorato de potássio e enxofre,
devidamente acondicionada em uma camada no fundo de uma pequena cápsula, e que podia ser
detonada por esmagamento contra uma bigorna perfurada, o popularmente chamado “ouvido”.
O sistema passou por inúmeros aperfeiçoamentos, inclusive o desenho de um cão com um recesso
em sua parte frontal, de forma a envolver totalmente a cápsula de fulminato, evitando mais ainda
a presença de faíscas e o lançamento de pequenas rebarbas de metal oriundas desta pequena ex-
plosão.
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Apesar de já terem existido antes algumas pistolas utilizando um tambor rotativo, usando o sistema
de percussão, como o caso das “pepperboxes”, foi o Colt modelo Paterson que revolucionou tudo
o que surgiu depois dele, o que se chama hoje de revólver. Ele foi o pai de todos os demais modelos
e cópias que vieram ao mundo posteriormente àquele ano de 1836. Esta famosíssima arma usava
um tambor composto de seis orifícios, fechados na sua parte posterior e cada um deles dotado de
um ouvido rosqueado.
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Com o tempo, apesar de terem sido usados em calibres altos como o .44 Winchester, usado no rifle
modelo 1866, hoje em dia o sistema ficou relegado ao calibre .22, popularíssimo e de muito baixo
custo, mas não possibilitando a recarga, tal como é possível nos cartuchos de fogo-central.
A chamada bigorna é a peça contra a qual ocorre o esmagamento do fulminato quando a espoleta
é atingida pelo percussor. As ideias de Berdan e de Boxer ditaram até os dias atuais toda a base em
que se apoiam os cartuchos metálicos, exceto para os de calibre .22, como já dito acima.
Em 1873, surgiu nos Estados Unidos uma de suas armas curtas mais importantes: o revólver Colt
Single Action que utilizava um potente cartucho de metal de fogo-central, em calibre .45. É desne-
cessário falar da importância histórica desta arma, apesar de que os revólveres Colt já faziam histó-
ria naquele país desde o modelo Paterson de 1836.
Praticamente podemos afirmar que, desta época até os nossos dias, o cartucho em si não se alterou,
pelo menos em sua concepção básica. Evidentemente, houve a importante evolução da pólvora
negra para a pólvora sem fumaça, algo que ocorreu nos anos finais do século XIX e a fabricação de
espoletas não corrosivas a partir das décadas de 30-40. No início do século XX, o uso de pólvora
negra, pelo menos militarmente, foi quase que totalmente eliminado. Os cartuchos de caça ainda
mantiveram o uso desta pólvora por algum tempo até que por volta das décadas de 20 a 30, pelo
menos nos países desenvolvidos, seu uso acabou de vez. Ficou relegada a segundo plano, para uso
em armas obsoletas, armas antigas que não suportariam o aumento da pressão das novas pólvoras,
espingardas antigas de ante carga e pistoletes de dois canos (como as famosas garruchas, muito
comuns por aqui). Com a pólvora sem fumaça surgiram centenas de formulações o que alavancou
a indústria de cartuchos e a criação de novos calibres, cada vez mais potentes sem comprometer a
portabilidade da arma.
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Os projéteis também sofreram várias transformações, sendo produzidos tanto para uso militar
como para uso civil em diversas modalidades, específicas para a utilidade a que eram destinados.
1. Quanto ao efeito
a) Leve
São aquelas que possuem peso e volume relativamente reduzidos, podendo ser transportadas geral-
mente por um homem, além de possuírem o seu calibre inferior ou igual a .50, ou seja, 12,7mm.
b) Pesada
São aquelas empregadas em operações militares em proveito da ação de um grupo de homens, devido
ao seu poderoso efeito destrutivo sobre o alvo e geralmente ao uso de poderosos meios de lançamento ou
de cargas de projeção.
2. Quanto ao tamanho
a) Curta
São aquelas de pouco peso, dimensões reduzidas, de fácil manejo e porte.
b) Longa
São aquelas de dimensões e peso maiores que as curtas, podendo ser portáteis e não portáteis.
3. Quanto à portabilidade
a) De porte
As “armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo atirador com
apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e garruchas”.
b) Portátil
As “armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportadas por
uma pessoa, tais como fuzil, carabina e espingarda”.
c) Não portátil
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As “armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, precisam ser transportadas
por mais de uma pessoa, com a utilização de veículos, automotores ou não, ou sejam fixadas em
estruturas permanentes”.
4. Quanto ao emprego
a) Individual
É aquela que necessita de mais de um operador para o seu emprego com pleno rendimento.
a) A ar
Aquela que necessita apenas do contato com ar atmosférico para garantir a refrigeração do sis-
tema de tiro.
b) A água
Aquela que utiliza um dispositivo de fluxo de água para garantir a refrigeração do sistema de
tiro.
a) Antecarga
Aquelas em que o carregamento é feito pela parte posterior do cano, com emprego da força
muscular do atirador.
c) Retrocarga automática
Aquelas em que o carregamento é feito pela parte posterior do cano, em regra por meio do
aproveitamento da energia do disparo, dispensando a intervenção humana.
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Neste caso, os gases resultantes da queima do propelente são tomados do interior do cano por
um evento e direcionados por um tubo para o interior da caixa de culatra, onde agem diretamente
sobre o mecanismo de carregamento da arma (conjunto do ferrolho), gerando o movimento neces-
sário à operação.
Neste caso, os gases resultantes da queima do propelente são tomados do interior do cano por
um evento e direcionados para um sistema de cilindro e pistão onde, por meio de um prolonga-
mento da haste deste pistão, ou então por uma conexão com uma barra de transferência, transmi-
tem movimento resultante para o mecanismo de carregamento da arma (conjunto do ferrolho).
7. Quanto ao funcionamento
a) Repetição
Arma “em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um componente para a conti-
nuidade do tiro” (Anexo III do Decreto nº 10.030/2019).
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b) Semiautomática
c) Automática
Arma “em que o carregamento, o disparo e todas as operações de funcionamento ocorrem con-
tinuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado” (Anexo III do Decreto nº 10.030/2019).
a) Lisa
Aquela cujo cano não possui raiamento interno porque não há necessidade de estabilização
do(s) projétil(eis). São condutores e contentores da energia e da carga do tiro, mas não possuem
fator
estabilizante. A versatilidade dessa configuração de cano é muito grande
Nos canos de alma lisa, entretanto, pela ausência de raias (definidas mais além) e pelo tipo de
munição utilizada, não há vedação adequada na contenção da energia produzida, o que causa a
perda de parte da aceleração do projétil e influencia negativamente na efetividade do tiro. Como
forma de reduzir essa deficiência, em alguns casos utiliza-se uma bucha que, além de funcionar
como separador do propelente e projétil, atua como elemento de vedação dos gases da explosão.
O conjunto bucha/balins (ou mesmo projétil singular) é movimentado por todo o cano, vindo a se
separar somente no ar depois de deixar o cano. Em alvos próximos, a própria bucha também se
torna um projétil secundário com grande poder de causar danos.
A trajetória de um projétil disparado por uma arma de alma lisa faz uma parábola mais acentu-
ada, por sofrer muito mais a ação da resistência do ar, pois não há nenhum fator aerodinâmico. Im-
portante salientar que a ação da gravidade será sempre a mesma sobre qualquer projétil, indepen-
dentemente do calibre ou forma.
b) Raiada
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Aquela cujo cano possui sulcos helicoidais responsáveis pela giroestabilização do projétil durante o
percurso até o alvo.
Atualmente, a maior parte dos canos existentes tem alma raiada, apesar de que há relatos de
exemplares de armas raiadas fabricadas ainda no século XVIII. Isso demonstra que esse tipo de tec-
nologia vem sendo desenvolvida e testada há muito tempo.
Com o advento de projéteis não esféricos (ogivais, pontiagudos etc), obteve-se a vantagem de agre-
gar mais massa num diâmetro menor, aumentando velocidade e aerodinâmica. O centro de gravi-
dade foi deslocado em comparação aos projéteis esféricos. Porém, devido ao novo formato, esses
projéteis não eram eficientes quando disparados em armas de canos de alma lisa. Perdiam estabili-
dade, velocidade e energia durante sua trajetória e atingiam o alvo sem qualquer uniformidade. Di-
ante disso, e por exigências da indústria bélica, a solução foi estabilizar o projétil usando o já conhe-
cido giro em torno do próprio eixo, dando-lhe estabilidade giroscópica. Para isso foi criado o raia-
mento da alma do cano.
Em vez de ter seu interior liso, os canos raiados possuem trilhos internos longitudinais, paralelos e
helicoidais, que se iniciam após a câmara e vão até a boca do cano. No momento do disparo o pro-
jétil é forçado a se encravar no raiamento e acompanhar seu giro enquanto é empurrado ao longo
do cano. As raias causam no projétil um movimento giratório sobre seu próprio eixo, estabilizando
sua trajetória e apresentando um comportamento balístico mais uniforme durante o voo. Tanto o
desenvolvimento do formato dos projéteis quanto o seu giro ao passar pelo cano faz com que ele
vença com mais facilidade a resistência do ar, chegando ao ponto de impacto em menor tempo,
com mais energia e maior precisão. O formato do projétil, bem como sua capacidade aerodinâmica
determinam seu coeficiente balístico, definido como a capacidade de vencer a resistência do ar.
Para garantir o aproveitamento máximo do movimento rotacional que o projétil atinge ao passar
pelo cano, o diâmetro do projétil deve compreender o diâmetro máximo capaz de preencher com-
pletamente os fundos do raiamento, fazendo a vedação completa do cano. Desta forma o projétil
irá conter toda a pressão exercida pela queima da pólvora e, por consequência, realizar plenamente
o movimento rotacional, chegando à boca em sua velocidade e rotação máximas, dependendo do
tamanho do cano. O giro do projétil ocorre sobre o próprio eixo e em alguns casos ele chega a ter
rotação de mais 3000 giros por segundo.
A cavidade do cano deve proporcionar a completa vedação, pelo projétil, da energia produzida pela
queima da pólvora, até a boca do cano. Não pode haver perda da pressão por qualquer vazamento.
Isso possibilita o resultado balístico esperado de um conjunto de cano, raiamento e projétil. Desta
forma, o raiamento tem efeito direto sobre a precisão, energia e alcance do tiro.
DESTRÓGIRO SINISTRÓGIRO
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IMPORTANTE: Como visto, os canos são divididos primeiramente em lisos e raiados e normalmente
cada arma usa apenas uma dessas configurações. No entanto, existem armas dotadas simultanea-
mente desses dois tipos de canos, resultando em múltiplos calibres, incluindo cano de alma lisa e
cano de alma raiada, ou ainda que possuem mais de um cano raiado, mas em calibres diferentes.
Geralmente são armas de caça africana com calibre 12 nos canos de alma lisa e outro calibre de
grande potência em outro cano.
CALIBRES
O calibre de uma arma é a medida interna do diâmetro de um cano, adequado à determinada mu-
nição. É usualmente medido em polegadas ou milímetros, para armas com canos de alma raiada.
Nessas armas, o calibre é o diâmetro interno, medido no fundo dos cavados do raiamento. Nas ar-
mas de cano liso é usado o sistema Gauge para determinação do calibre.
De um modo geral, todas características de um tipo específico de munição são controladas e pou-
cos modelos são intercambiáveis, geralmente quando um cartucho cilíndrico menor e com culote
pode ser usado em uma câmara de explosão mais longa, como por exemplo o .22 Short num .22
Long Rifle. Um outro exemplo simples de intercambiabilidade é quando temos uma munição cuja
especificação de fabricação prevê uso de espoleta Berdan e temos uma versão que usa espoleta
Boxer. Desvios maiores destas especificações podem resultar em danos para as armas e, em casos
extremos, ferimentos graves nos atiradores.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
O diâmetro do projétil é medido tanto por uma fração de polegada, normalmente em centésimos
ou milésimos, quanto em milímetros.
Já o nome dado a qualquer munição não reflete necessariamente qualquer dimensão do cartucho
ou da arma, é o calibre nominal. O nome é meramente a padronização ou nome fantasia. O SAAMI
(Instituto de Armas Esportivas e Produtores de Armamento) e o equivalente europeu, o CIP, estabe-
lecem ou padronizam os nomes corretos das munições. Estes nomes nunca incluem o ponto deci-
mal exato equivalente ao diâmetro real do projétil e essa prática, considerada por muitos como er-
rônea, leva sempre à confusão. Além disso, é comum um termo impróprio referir-se a um cartucho
como de um certo calibre, por exemplo, o “calibre 30-06”, sendo que o nome completo e correto
desse cartucho é .30 -´06 Springfield.
Há uma considerável variação na nomenclatura dos cartuchos. Os nomes, algumas vezes, refletem
as várias características dos cartuchos, como por exemplo: o .308 Winchester usa um projétil de
308 milésimos de polegada de diâmetro e foi padronizado pela fabricante Winchester. Inversa-
mente, nomes de cartuchos frequentemente nada indicam com relação ao cartucho de forma ób-
via, como por exemplo: o .218 Bee usa o projétil de 224 milésimos de polegada de diâmetro. Há
muitos outros exemplos como o .219 Zipper, .221 Fireball, .222 Remington etc.
Quando dois números são usados, o segundo número pode indicar uma variedade de coisas. Fre-
quentemente o primeiro número indica o diâmetro (polegadas ou milímetros) do projétil da arma
que calça o cartucho. O segundo número indica o comprimento do estojo (em polegadas ou mm),
sendo exemplo o 7,62x51mm OTAN, que se refere ao diâmetro do projétil de 7,62 mm e o compri-
mento total do estojo de 51 mm, o qual é similar à versão comercial oferecida pela Winchester,
com o nome .308 Winchester.
Nos antigos cartuchos de pólvora negra, o segundo número geralmente indicava a carga de pólvora
em grains. Por exemplo: o .50-90 Sharps tem um diâmetro de .50 polegadas e usa uma carga nomi-
nal de 90 grains de pólvora negra. Muitos desses cartuchos eram designados por um sistema com
terceiro número, como o .45120-3¼ Sharps: calibre .45, 120 grains de pólvora negra e 3¼ polega-
das de comprimento de estojo. Outras vezes um sistema similar de terceiro número indicava cali-
bre, carga e peso do projétil, como o .45-70-500 Government.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
O nome também pode indicar a empresa, o indivíduo que padronizou a arma, ou outra caracterís-
tica importante para aquela pessoa que o criou, como o .30 Newton.
Tomando-se uma munição muito comum no Brasil como exemplo, temos que:
o .38 Special, na realidade, tem um diâmetro nominal de projétil de 0.357 polegadas (9,07 mm)
quando jaquetado ou 0.358 polegadas (9,09 mm) quando de chumbo, ao passo que o estojo tem
um diâmetro nominal de 0.3800 polegadas (9,65 mm), daí o nome.
A diferença entre o diâmetro do projétil do .38 Special e o diâmetro do estojo indica a espessura
das paredes do estojo, ou seja, aproximadamente 11/1000polegadas por lado. O .357 Magnum foi
uma evolução do .38 Special, uma vez que o .357 foi designado para indicar o diâmetro do projétil
em milésimos de polegadas, e não o diâmetro do estojo. Já o termo Magnum foi utilizado para indi-
car seu estojo mais longo e a maior pressão de operação.
O calibre 12, por exemplo, é obtido da seguinte forma: divide-se uma libra (453,6g) de chumbo em
12 partes iguais, o diâmetro obtido por uma esfera constituída de uma destas partes é exatamente
o calibre do cano da arma. Nesse calibre as esferas
têm 0,730 polegada de diâmetro ou cerca de 18,5
mm. O mesmo procedimento foi repetido utilizando
os denominadores 16, 20, 24, 28, 32 e 36, que são
os calibres comerciais. Há casos em que houve a fa-
bricação do calibre 40 e, recentemente nos EUA,
utiliza-se o grosso calibre 10.
Interessante é observar que o calibre, neste caso,
não foi nominado em função das medidas do projé-
til, mas pelo número de esferas resultantes da apli-
cação do processo acima.
Não significa dizer que em uma arma calibre 12, por
exemplo, deve-se usar projéteis com 18,5 mm de
diâmetro. Essa é a medida interna do diâmetro do
cano e caso ele seja dotado de choke os resultados podem ser desastrosos, pois o projétil irá encon-
trar resistência na boca do cano. Portanto, em armas dotadas de canos de alma lisa o calibre nomi-
nal é em relação ao cano e não ao projétil.
Calibres conhecidos e suas especificações:
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
CAPITULO IV
NOMENCLATURA, FUNCIONALIDADE DAS PEÇAS E TERMINOLOGIA APLI-
CADA AO ARMAMENTO E TIRO
1- PISTOLA PT 58HC.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
1- Ferrolho; 2- Guia da mola recuperadora; 3- Mola recuperadora; 4- Cano com bloco de tranca-
mento fixo; 5- Armação; 6- Carregador;
OBS.: O bloco de trancamento deste modelo é fixo ao cano. Já no modelo da Pistola Taurus PT 92,
o bloco de trancamento é destacável
Mecanismo de Disparo:
OBS.: Ao acionar o gatilho (1), a força se transfere pelo tirante do gatilho (2), acionando ao mesmo
tempo o impulsor da trava do percussor (3) e o cão (6). A ação do impulsor da trava do percussor
impulsiona a trava do percussor (4), liberando assim o movimento do percussor (5), que será acio-
nado pelo cão.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
4
3
6 5
1 - Trava do percussor.
2 - Ejetor;
3 - Impulsor da Trava do Percussor;
4 - Retém do Ferrolho;
5 - Registro de Segurança com desarmador do cão a meia monta;
6 - Cão.
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1- Garra do Extrator.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
1
5
3 4
1. Transportador;
2. Mola do Transportador;
3. Chapa da Mola do Carregador;
4. Fundo do Carregador;
5. Corpo do Carregador.
2- REVÓLVER.
CANO
TAMBOR
ARMAÇÃO
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Dedal Serrilhado
Punho/Cabo
Vareta do extrator
Suporte do Tambor
Tambor
Canelura do Tambor
Fresado do Tambor Guarda Mato
Placa de Obturação Tecla do Gatilho
Armação
O segundo tipo de mecanismo de segurança apresentava uma trava articulada com o impulsor do
gatilho, através de um pino existente nessa última peça, localizado na face da externa da mesma.
O movimento da trava processava-se ao ocorrer o deslocamento do impulsor do gatilho.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
O terceiro tipo do mecanismo de segurança era composto de duas peças, sendo uma acionada pelo
impulsor do gatilho e a outra, a trava propriamente dita, acionada pela primeira peça.
Esses três primeiros tipos de mecanismo de segurança apresentavam inconveniente de não serem
acionados pelo gatilho, o que é a peça primordial para que se faça o acionamento da arma.
O quarto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido a partir de 1977. A trava, nesse meca-
nismo, possui três reentrâncias em sua região inferior, nas quais se encaixam os três dentes da cre-
malheira da trava.
Essa peça não se articula mais com o impulsor do gatilho, mas diretamente com o gatilho, através
do impulsor do tambor. O fato de a cremalheira apresentar três dentes dá mais segurança ao cor-
reto funcionamento, pois mesmo que ocorra a quebra de um dos dentes, o mecanismo de segu-
rança continua funcionando.
Em novembro de 1988 foi fabricado o último revólver com esse tipo de mecanismo, tendo recebido
o número 2159326.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
O quinto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido em 1981 e é utilizado nos revólveres de
modelo .38 - 5 tiros e todos os seus derivados de calibre .22 e .32 com seis tiros.
Este sistema de travamento é automático e diferente do introduzido em 1977, sendo ainda mais
aperfeiçoado e eficiente.
Utilizou-se, nesses modelos, o sistema de barra de transferência ou de percussão, acionada direta-
mente pelo gatilho.
Neste sistema, quando a arma está em repouso o cão está em permanente contato com a armação
e devidamente distanciado do percussor. Somente através do acionamento do gatilho é que a barra
de transferência se interpõe entre o cão e o percussor, possibilitando a detonação e a deflagração
do cartucho.
A partir do início de 1989, todos os modelos de Revólveres Taurus possuem esse tipo de segurança.
Os revólveres de seis tiros, com barra de percussão possuem, com raras exceções, um número de
série alfanumérica e os de 5 tiros, todos têm o número alfanumérico.
A evolução dos mecanismos de segurança, ocorrida nos revólveres TAURUS, bem demonstra o cui-
dado dessa indústria em dotar armas de eficiente e comprovada segurança contra tiro acidental.
É bom lembrar que os revólveres TAURUS, calibre .38, bem como os de calibre .357 Magnum e os
modelos Tiro ao Alvo, sempre apresentaram mecanismos de segurança. Entretanto, os de calibre
.32 Longo passaram a apresentar mecanismo de segurança a partir de outubro de 1966, enquanto
que os revólveres de calibre .22 L.R., só apresentaram seu mecanismo de segurança a partir de
novembro de 1977.
No primeiro mecanismo de segurança, a trava (o termo trava é usado pela Forjas Taurus S.A. para
designar o calço de interposição) estava alojada na face interna da placa ou tampa da caixa do me-
canismo. O movimento da trava era controlado por um pino que se deslocava mediante pressão
sofrida pelo impulsor do tambor, quando este era acionado pelo gatilho. O sistema proporcionava
uma interferência entre cão e batente, na armação, de apenas cerca da metade da superfície de
contato.
O segundo tipo de mecanismo de segurança apresentava uma trava articulada com o impulsor do
gatilho, através de um pino existente nessa última peça, localizado na face externa da mesma. O
movimento da trava processava- se ao ocorrer o deslocamento do impulsor do gatilho.
O terceiro tipo de mecanismo de segurança era composto de duas peças, sendo uma acionada pelo
impulsor do gatilho e a outra, trava propriamente dita, acionada pela primeira peça.
Esses três primeiros tipos de mecanismo de segurança apresentavam inconveniente de não serem
acionados pelo gatilho, que é a peça primordial para que se faça o acionamento da arma.
O quarto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido a partir de 1977. A trava, nesse meca-
nismo, possui três reentrâncias em sua região inferior, nas quais se encaixam os três dentes da cre-
malheira da trava. Essa peça não se articula mais com o impulsor do gatilho, mas diretamente com
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o gatilho, através do impulsor do tambor. O fato de a cremalheira apresentar três dentes dá mais
segurança ao correto funcionamento, pois mesmo que ocorra a quebra de um dos dentes, o meca-
nismo de segurança continua funcionando.
Em novembro de 1988 foi fabricado o último revólver com este tipo de mecanismo, tendo recebido
o número 2159326.
Calibre Data do início do quarto mecanismo de segurança Número em que começou .357 Magnum
agosto de 1977 1008 .38 Especial outubro de 1977 1147323 .32 Longo outubro de 1977 759670 .22
LR outubro de 1977 111450
O quinto tipo de mecanismo de segurança foi introduzido em 1981 e é utilizado nos revólveres de
modelo .38-5 tiros e todos os seus derivados de calibre .22 e .32 com 6 tiros. Este sistema de trava-
mento é automático e diferente do introduzido em 1977, sendo ainda mais aperfeiçoado e eficiente.
Utilizou-se, nesses modelos, o sistema de barra de transferência ou de percussão, acionada direta-
mente pelo gatilho. Neste sistema, quando a arma está em repouso o cão está em permanente
contato com a armação e devidamente distanciado do percutor. Somente através do acionamento
do gatilho é que a barra de transferência se interpõe entre o cão e o percutor, possibilitando a
detonação e a deflagração do cartucho.
A partir do início de 1989, todos os modelos de revólveres Taurus possuem esse tipo de mecanismo
de segurança. Os revólveres de 6 tiros, com barra de percussão, possuem, com raras exceções, o
número de série alfanumérica e os de 5 tiros, todos tem o número alfanumérico.
Vale salientar a presença da trava manual externa, um sistema de segurança muito utilizado, que
impede que arma dispare acidentalmente.
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Ferrolho
Punho.
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Ejetor.
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4- GLOCK G17.
Trilho da Lanterna.
Guarda Mato.
Trava do Gatilho.
Gatilho.
Retém do Carregador.
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"Drop Safety".
Barra do Gatilho ou
Tirante do Gatilho.
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Carregador Tubular.
Janela de Ejeção e
Cabeça do Ferrolho.
Guarda-mão.
Guarda-mato e Gatilho.
Lado Esquerdo.
Trava de Segurança.
Gatilho.
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Trava de Fechamento.
Trava de Segurança.
7- ESPINGARDA MONOCANO.
Cão. Cano.
Guarda-mão.
Guarda-mato e Gatilho.
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Massa de Mira.
Cano.
Carregador
Tubular.
Alça de Mira.
Alavanca de Armar.
9-RIFLE SEMIAUTOMÁTICO.
Massa de Mira
com Protetor.
Carregador.
Liberador do Carregador.
Gatilho e Guarda-mato.
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Ferrolho.
Cano.
Guarda-mato
e Gatilho.
Coronha com Soleira.
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RT 357H - Raging Hunter Dual Tone - Cano 5.11 RT 357H - Raging Hunter - Cano 5.11
A Taurus apresenta o novo modelo RT357 H - Ra- A Taurus apresenta o novo modelo RT357 H - Ra-
ging Hunter, um revólver com capacidade de [...] ging Hunter, um revólver com capacidade de [...]
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CTT 40 C SMT 9
As carabinas CTT40 C são armas leves, de fácil ma- As submetralhadoras TAURUS SMT9 são armas le-
nejo, e de cômoda utilização. ves, de fácil manejo e de cômoda utilização. Utili-
Utilizam carregadores [...] zam carregadores [...]
Fuzil T4 (FULL-AUTO)
SMT 40 Ideal para o uso militar e policial, o fuzil T4 é base-
As submetralhadoras TAURUS SMT40 são armas ado na consagrada plataforma M4/M16, [...]
leves, de fácil manejo e de cômoda utilização. Uti-
lizam carregadores [...]
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BOITO / ESPINGARDA
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BOITO / CARABINA
BOITO URUBU
BOITO / STOEGER
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IMBEL / PISTOLA
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Fuzil IMBEL 7,62 M964 A1 - PARAFAL Fuzil de alta precisão IMBEL 308 AGLC
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APRESENTAÇÃO
Os primeiros revólveres TAURUS, calibre .38 Special, foram fabricados com armação grande, sistema
direto de percussão, cano apresentando raiamento formado por seis raias orientadas dextrogiramente
(6D) e com passo de 400mm. Em 01 de novembro de 1977, o raiamento passou para cinco raias
orientadas dextrogiramente (5D), com passo de 476,25 mm. A armação pequena surgiu em 1981,
quando foi lançado o modelo 85 - .38 Pesado (.38-5 tiros), ocasião em que também surgiu, nos mo-
delos .38 Special, o sistema indireto de percussão e tambor com cinco câmaras.
O revólver é uma arma curta, de repetição, composto por quatro partes fundamentais: armação,
tambor, cano e mecanismo.
A armação é a peça que serve de suporte e alojamento das demais peças do revólver, sendo forjada
em aço carbono (oxidada) ou em aço inoxidável (inoxidada). Nos revólveres TAURUS são usados três
tamanhos diferentes de armação, denominados de armação pequena, armação média e armação
grande. O punho, localizado na região posterior, guarnecidos por placas, serve para a empunhadura
do revólver. A base do punho pode ser plana ou arredondada. A armação, também denominada de
“corpo”, é a única peça que não pode ser substituída, nos revólveres TAURUS, pois em seu lado di-
reito é gravado o número de série, que identifica cada revólver. A armação usada nos revólveres
TAURUS é do tipo armação articulada, por permitir o deslocamento do tambor de sua posição normal
de fechamento.
O tambor, alojado na mortagem, é uma peça em forma de cilindro que serve de receptáculo para
todos os cartuchos que a arma pode conter. O tambor é cortado, a partir de barras cilíndricas de aço,
já no tamanho certo para cada calibre. Uma vez prontos, os tambores passam pelo magnaflux, a fim
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de serem constatadas possíveis fissuras ou defeitos. Surgidos estes, os tambores são eliminados. Fixa-
se à armação através do suporte do tambor, que, com seu movimento, permite o deslocamento do
tambor do seu alojamento, para a alimentação manual das câmaras ou a extração dos estojos ou
cartuchos. Cada tambor tem cinco, seis, sete ou oito câmaras dimensionadas para alojar os cartuchos
adequados para o calibre da arma. É desaconselhado, além de imprudente, alterar as dimensões
internas, originais, das câmaras. Na superfície externa do tambor encontramos as caneluras, posici-
onadas entre as câmaras e no mesmo número. Nos revólveres TAURUS, fabricados até 1978, as ca-
neluras eram serrilhadas, passando, a partir deste ano, a ser lisas. Também encontramos entre as
caneluras e sobre as câmaras, fresados em número igual ao das câmaras, que servem para o encaixe
do retém do tambor, sendo denominado de orifícios onde se aloja o retém do tambor.
Em posição mediana, no tambor, encontra-se o extrator, completado por uma vareta, no interior da
qual está à haste central. Esta, através de suas extremidades, serve para fixar o tambor na armação.
Na extremidade posterior da haste central, encontramos as garras do extrator, na qual se apóiam os
cartuchos ou estojos. O deslocamento para trás do extrator permite a extração simultânea dos esto-
jos da munição consumida. Junto às garras do extrator localizam-se a crista para o impulsor do tam-
bor, com os quais a extremidade superior do impulsor do tambor se encaixa e produz o movimento
giratório do tambor.
O cano, também forjado em aço carbono ou aço inoxidável, possui um raiamento formado por 6 raias
e 6 cheios, para os calibres .22, e 5 raias e 5 cheios, para os demais calibres, sempre orientadas à
direita. Em sua região superior, junto à boca, aparece a massa de mira, em rampa serrilhada. Alguns
modelos apresentam próximo à extremidade superior da massa de mira, um insert colorido. A maioria
dos canos dos modelos atuais possui um reforço em sua região inferior, onde é alojada a vareta do
extrator.
Para facilitar a visada, na região superior da armação, em posição posterior, encontramos a alça de
mira, que pode ser regulável na horizontal e na vertical ou fixa.
Ao longo dos anos, as Forjas Taurus S.A. introduziram significativas mudanças nos mecanismos de
seus revólveres, até chegarem ao mecanismo atualmente usado, que é muito simples e extrema-
mente seguro contra tiro acidental. Os modelos mais antigos eram de percussão direta, com exceção
do calibre .22, que sempre foi de percussão indireta. Os modelos atuais todos são de percussão indi-
reta, isto é, o percutor está alojado na armação e não preso ao cão, como ocorria com os de percussão
direta.
Os revólveres TAURUS funcionam em ação simples e em ação dupla. No primeiro caso, após o enga-
tilhamento da arma, com o recuo manual do cão, pressiona-se o gatilho, obtém-se a detonação dos
cartuchos. No segundo caso, a simples pressão no gatilho produz o recuo do cão até a posição em
que é liberado para, ao avançar, bater na barra de transferência ou de percussão, e produzir o tiro. O
modelo 85H, que possui cão embutido, funciona só em ação dupla.
OPERAÇÕES DE MANEJO
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NÚMERO DE SÉRIE
O número de série está sendo gravado no lado direito da armação, podendo ser numérico ou alfanu-
mérico. A gravação é feita no final do processo de fabricação, depois inclusive dos testes de funcio-
namento. É a última operação antes da embalagem. Nos revólveres antigos esse número era gravado
no plano inferior da coronha. Dentro de cada calibre, os diversos modelos possuem uma numeração
de série seqüenciada e independente. Podemos estabelecer o seguinte critério de correspondência
de ano e mês.
ANO MÊS
A – 1981 M – 1993 A – JANEIRO
B – 1982 N – 1994 B – FEVEREIRO
C – 1983 O – 1995 C – MARÇO
D – 1984 P – 1996 D – ABRIL
E – 1985 Q – 1997 E – MAIO
F – 1986 R – 1998 F – JUNHO
G – 1987 S – 1999 G – JULHO
H – 1988 T – 2000 H – AGOSTO
I – 1989 U – 2001 I – SETEMBRO
J – 1990 V – 2002 J – OUTUBRO
K – 1991 K – NOVEMBRO
L – 1992 L – DEZEMBRO
Para ficar mais inteligível este sistema de numeração, daremos dois exemplos:
1º) Revólver nº BB 50005: é uma arma fabricada em 1982, no mês de fevereiro.
2º) Revólver nº CG 12304: é uma arma fabricada em 1983, no mês de julho.
Considerando que poucas são as empresas que dispõem de mecânico de armas, prejudicando dessa
forma a aplicação da manutenção preventiva e corretiva, abordaremos a seguir, alguns procedimen-
tos básicos, porém vitais, que o vigilante deverá observar, no momento em que estiver efetuando o
recebimento do revólver em seu posto de serviço, haja vista, que a rotina no desempenho das ativi-
dades de vigilância, bem como, o desconhecimento desses procedimentos, tem colaborado para a
vulnerabilidade do vigilante na assunção do serviço, caso a arma não esteja em plenas condições de
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funcionamento. Vale ressaltar que, esses cuidados devem ser constantes, ou seja, o vigilante deverá
repetir as ações a seguir, a cada turno de serviço, tendo em vista que essas armas são utilizadas por
diversos seguranças:
1. Ao receber o revólver das mãos do vigilante que sai do serviço, este deverá abrir ime-
diatamente o revólver; consultando a existência ou não de cartucho(s) na(s) câmara(s);
2. Verificar a desobstrução do cano;
3. Ainda com o revólver aberto, deverá acionar o gatilho visando testar o mecanismo de
disparo, ou seja, se o percussor está ultrapassando o seu orifício, bem como, as suas condi-
ções (quebra, rebarba, desgaste);
4. Verificar se a vareta do extrator está totalmente atarraxada;
5. Verificar as condições do orifício de passagem do percussor, haja vista que, o mesmo
deverá estar com a sua forma circular não comprometida. Orifício de passagem do percussor
ovalisado, aumenta-se a chance do contato do percussor não ser ao centro da espoleta, con-
correndo dessa forma para a ocorrência da nega;
6. Após fechar o revólver, deverá acionar o gatilho visando verificar se a cada aciona-
mento ocorrerá o giro do tambor. Vale lembrar que o acionamento não necessita ser até o
final do curso do gatilho, evitando dessa forma o disparo em seco. Com esse procedimento,
o vigilante irá perceber se o dente do impulsor do tambor está atuando perfeitamente na
crista para o impulsor do tambor (localizado no extrator);
7. Verificar se a arma está engatilhando em ação simples e dupla;
8. Identificar o mecanismo de segurança existente, ou seja, se é do tipo barra de percus-
são ou transferência ou se é trava de segurança. Vale lembrar que ambas as peças tem prati-
camente o mesmo formato. Para proceder à identificação, o vigilante deverá trazer lenta-
mente o cão à retaguarda, voltando a sua atenção para o interior do mecanismo. Caso per-
ceba a referida peça elevando-se, tendo a sua parte superior se posicionado atrás do percus-
sor, trata-se da barra de transferência ou percussão. Se a mesma ao invés de subir, ela desce,
trata-se da trava de segurança. Contudo, faz-se necessário informar que, caso o usuário ao
trazer o cão lentamente à retaguarda perceba que a peça não subiu nem desceu, é prudente
que se identifique qual tipo de mecanismo está faltando, e para tal, basta, com a arma aberta,
trazer o dedal serrilhado retaguarda, e em seguida acionar o gatilho, levando lentamente o
cão a frente, fixando atenção para o afloramento ou não do percussor. Se após o acionamento
do gatilho não houver o devido afloramento do percussor, trata-se da inexistência da barra
de transferência ou de percussão. Nesse caso, não ocorrerá disparo nem de forma acidental,
nem o usuário acionando o gatilho, haja vista que, sem a barra de transferência o cão não
tocará no o fundo do percussor. Porém, se houver afloramento do percussor, após aciona-
mento do gatilho, trata-se do mecanismo de segurança do tipo trava de segurança. Nesse
caso, a inexistência da trava de segurança deixará o revólver vulnerável, podendo ocorrer o
disparo acidental, em caso de queda.
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Nega
3. Rebarba na ponta do percussor. 3. Retirar a rebarba.
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Não
desengatilha 1. Mola real ou haste da mola real presa. 1. Regular mola real.
Defeituosa
2. Orifício onde se aloja o retém do tam- 2. Desobstruir o orifício onde se
bor obturado. aloja o retém do tambor.
gira
2. Dente para o impulsor do tambor 2. Substituir o extrator.
gasto.
Não engatilha
1. Entalhe da noz do cão gasta. 1. Substituir o cão.
na
na
ação dupla
2. Dente posterior inferior do gatilho quebrado (o 2. Substituir o gati-
engatilhamento não será completo). lho.
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A arma não
abre
2. Parafuso retém do suporte do tambor aper- 2. Desapertá-lo.
tado demais.
A arma não
extrai
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Panes em Pistolas
CHAMINÉ (Stovepipe)
“FALHA DE EJEÇÃO”
SOLUÇÃO
Caso o estojo deflagrado esteja na posição Caso o estojo deflagrado esteja na posição
VERTICAL HORIZONTAL
OU
para um dos lados
Com a mão auxiliar, trazer energicamente o ferrolho
à retaguarda (GOLPE DE
Retirar o estojo utilizando o po-
SEGURANÇA), de modo a LIBERAR O
legar da mão auxiliar
ESTOJO que encontrava- se preso na área de ejeção e
CARREGAR A ARMA com um cartucho apresentado pelo car-
regador
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GRAVATA
“FALHA DE CARREGAMENTO”
SOLUÇÃO
Recue um pouco o conjunto ferrolho até que o CARTUCHO SE ALINHE com a câmara
“FALHA DE TRANCAMENTO”
OBSERVAÇÃO
1- Caso o atirador efetue o golpe de segurança sem que
ocorra o trancamento, causará uma nova pane em seu arma-
mento (DUPLO CARREGAMENTO)
SOLUÇÃO
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1ª OPÇÃO = Com arma apontada à frente bata com energia na base do CARREGADOR, promovendo o trancamento
da arma.
2ª OPÇÃO = Persistindo a pane, bater com a base da palma da mão auxiliar na RETAGUARDA DO
CONJUNTO FERROLHO
“FALHA DE CARREGAMENTO
GERADA POR UMA FALHA NA
EXTRAÇÃO”
SOLUÇÃO
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1ª OPÇÃO – Com substituição do carregador 2ª OPÇÃO – Com aproveitamento do carregador
Retirar o carregador (pressionando o RETÉM DO
Retirar o carregador da arma, descartando-o
CARREGADOR), utilizando a mão auxiliar
OBSERVAÇÃO – Utilizar a mão
auxiliar, golpeando para auxiliar na retirada
energicamente o antebraço da
mão principal, facilitando assim
a extração do Retirar o carregador da arma,
carregador. com o auxílio da mão auxiliar, colocando-
o entre os dedos menores da mão princi-
pal
“Limpar” a arma, efetuando 2 ou 3 golpes de segurança
(Rack, Rack, Rack)
“Limpar” a arma, efetuando 2 ou 3 golpes de segu-
Alimentar a arma, colocando rança (Rack, Rack, Rack)
um novo
Alimentar a arma, inserindo o carregador e ajustando
carregador municiado
a primeira munição se necessário
Carregar a arma, fazendo o recuo e a liberação nova-
Carregar a arma, fazendo o recuo e a liberação
mente do ferrolho (Rack)
novamente do ferrolho (Rack)
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FALHA DA MUNIÇÃO
Quando NÃO OCORRE A DEFLAGRAÇÃO DO CARTUCHO, o percussor atinge a
espoleta e não ocorre o disparo
SOLUÇÃO
Com a arma apontada para um local seguro, recarregar o armamento (GOLPE DE SEGURANÇA), descartando a mu-
nição defeituosa.
OBSERVAÇÃO
Nem sempre o problema está na munição, como no caso do PERCUSSOR DANIFICADO. Neste caso somente a substituição
da peça resolverá a pane do armamento.
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“TAP, RACK, BANG” – Com MEMBRO LES IONADO
Golpe forte da base do carregador con- Outro(s) disparo(s), caso a ameaça con-
tra a COXA DA PERNA, de forma a alojá- tinue oferecendo risco
lo corretamente na arma para novo car- Tração do ferrolho, utilizando a alça de (Empunhadura simples)
regamento e/ou solucionar a falha no mira em contato com o equipamento
trancamento da arma (coldre ou sola do coturno)
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FUZIL T4
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PISTOLA – G2C
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PISTOLA SERIE TS
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REVOLVER
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FUZIL T4
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CAPITULO V
MUNIÇÕES E BALÍSTICA
Armas de fogo são exclusivamente aquelas armas de arremesso complexas que utilizam, para expe-
lir seus projetis, a força expansiva dos gases resultantes da combustão da pólvora. Seu funciona-
mento, em princípio, não depende do vigor, da força física do homem.
As armas de fogo são, na realidade, máquinas térmicas, fundadas nos princípios da termoquímica e
da termodinâmica. É por este motivo que a maioria delas são projetadas e construídas por enge-
nheiros mecânicos e metalúrgicos.
São considerados elementos essenciais de uma arma de fogo o aparelho arremessador ou a arma
propriamente dita, a carga de projeção (pólvora) e o projetil, sendo que estes dois últimos integram,
na maioria dos casos, o cartucho. A inflamação da carga de projeção dará origem aos gases que,
expandindo-se, produzirão pressão contra a base do projetil, expelindo-o através do cano e proje-
tando-o no espaço, para ir produzir seus efeitos a distância.
Para que uma arma de fogo possa ser considerada como tal, deve conter estes três elementos.
Quando existir somente a arma, sem a carga de projeção e o projetil, estaremos diante de um en-
genho mecânico, de um objeto, talvez contundente, mas não de uma arma de fogo, em sentido
estrito. A legislação brasileira considera arma de fogo a arma propriamente dita.
Apesar de não serem consideradas armas de fogo propriamente ditas, as carabinas de pressão ex-
pelem projetis, os quais podem causar lesões e até a morte. Por este motivo, elas devem ser objeto
de estudo da Balística Forense.
Balística forense é uma disciplina, integrante da Criminalística, que estuda as armas de fogo, sua
munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indi-
reta com infrações penais, visando a esclarecer e provar sua ocorrência. A Balística Forense, por
meio dos exames, das perícias, objetiva provar a ocorrência de infrações penais, mas, também, e
principalmente, esclarecer o modo, a maneira como ocorreram tais infrações. Seu conteúdo é, por
natureza, eminentemente técnico, mas sua finalidade específica é jurídica e penal, motivo pelo qual
recebe tal denominação.
A perícia de Balística Forense, além de servir como meio de prova, tem um valor todo especial, pois
dela depende, em muitos casos, a condenação ou absolvição de um acusado que cometeu uma
infração penal com arma de fogo. Ao analisar a prova pericial, ADALBERTO JOSÉ Q. T. DE CAMARGO
ARANHA assim se manifestou:
Contudo, embora situada como uma prova nominada idêntica às demais, para nós, numa afirmativa
arrojada, tem a perícia uma natureza jurídica toda especial, que extravasa a condição de simples
meio probatório, para atingir uma posição intermediária entre a prova e a sentença.
A prova tem como objeto os fatos, a perícia, uma manifestação técnico-científica, e a sentença, uma
declaração de direito. Logo, a opinião, que é o objeto da perícia, situa-se numa posição intermediá-
ria entre os fatos e a decisão. (Da Prova no Processo Penal, 2ª ed., Editora Saraiva, 1987, p. 134)
Oriunda da Medicina Legal, do capítulo da Traumatologia Forense, a Balística Forense passou, pos-
teriormente, a se desenvolver dentro da Criminalística, e hoje integra o conteúdo destas duas ciên-
cias.
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A criminalística, mais nova, como ciência de aplicação, que a medicina legal, herdou da mais anciana
o mesmo método de conduta, as mesmas normas deontológicas, o mesmo interesse de servir e o
mesmo amor à justiça. A par disso, formulou através dos tempos suas regras específicas, técnicas e
táticas, buscando contribuir para o estabelecimento da verdade, em suas funções de auxiliar da
justiça. (ARMANDO HERMES RIBEIRO SAMICO)
Em face do desenvolvimento da Balística Forense, ocorrido ao longo dos anos, seu conteúdo atingiu
extensão e complexidade tais que justificam o tratamento como disciplina autônoma. É autônoma
nos conteúdos e nos métodos de investigação e de pesquisa.
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a. BRIAAN J. HERAD, no livro Handbook of Firearms and Ballistics Examining and Interpreting Fo-
rensic Evidence:
Balística interna;
Balística externa;
Balística terminal.
b. ASCENDINO CAVALCANTI, no livro Criminalística Básica:
Balística interior;
Balística exterior;
Balística de efeitos.
c. CARLOSA. GUZMÁN, no livro Manual de criminalística:
Balística interior;
Balística exterior;
Balística de efeito.
d. JOSÉ ÁNGEL POSADA JEANJACQUES, no livro Tratado de Balística Criminalística: • Balística in-
terior;
Balística exterior;
Balística de efeito.
e. L. RAFAEL MORENO GONZALES, no livro Balística Forense:
Balística interior;
Balística exterior;
Balística de efeitos.
f. MARÍA FERNANDA FERREYRO, no livro Balística – Manual Peritajes balísticos – Metodologías:
Balística interior;
Balística exterior;
Balística de efeitos.
g. OCTAVIO CIBRIÁN VIDRIO, no livro Balística técnica y forense:
Balística interior;
Balística exterior;
Balística de efeitos.
H. Recentemente surgiram alguns artigos publicados na internet que apresentam a seguinte clas-
sificação da Balística:
Balística interna;
Balística intermédia ou de transição;
Balística externa;
Balística terminal.
Os autores que adotam essa classificação, como se pode ler no artigo Balística Forense, do blogue
Investigando com a Ciência Forense, consideram a Balística Intermédia ou de Transição como sendo
a parte da Balística que estuda os “fenômenos sobre os projetis, desde o momento que saem do
cano da arma até o momento em que deixam de estar influenciados pelos gases remanescentes à
boca da arma”. A Balística Externa seria a que estuda as “forças que atuam nos projetis correspon-
dentes aos movimentos destes durante a sua travessia na atmosfera, desde que ficaram livres das
influências dos gases do propulsante, até aos presumíveis choques com os seus alvos”.
Nesta última classificação o que ocorreu foi uma subdivisão do conteúdo da Balística Externa, com
a criação da balística intermédia ou de transição. Além disso, um novo estudo, em âmbito interna-
cional, de uma subdivisão da balística externa, trata do estudo do projétil no momento em que sai da
velocidade supersônica para a subsônica, trata-se da balística transônica ou transição transônica. O
tema situa-se mais no âmbito dos disparos de longa distância, próprio dos Snipers.
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A velocidade transônica corresponde ao momento em que o projetil voa entre 1,2 mach e 0,8 mach,
ou seja, 410 m/s a 238 m/s.
Esta banda de voo é crítica para o projetil porque ainda não entrou na faixa subsônica onde o projetil
está se desestabilizando incontrolavelmente.
Nenhum dos renomados autores, acima citados faz essa subdivisão do conteúdo da balística externa,
a não ser Domingos Tocchetto sem seu livro Balística Forense 11ª edição
CONCEITOS:
CARTUCHO é a designação genérica das unidades de munição utilizadas nas armas de fogo de retro-
carga.
MUNIÇÃO é o artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito
desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exer-
cício; manejo; outros efeitos especiais.
O cartucho para arma de defesa contém um tubo oco, geralmente de metal, com um propelente no
seu interior; em sua parte aberta fica preso o projétil e na sua base encontra-se o elemento de
iniciação. Este tubo, chamado estojo, além de unir mecanicamente as outras partes do cartucho,
tem formato externo apropriado para que a arma possa realizar suas diversas operações, como car-
regamento e disparo.
O projétil é uma massa, em geral de liga de chumbo, que é arremessada a frente quando da deto-
nação, é a única parte do cartucho que passa pelo cano da arma e atinge o alvo.
Para arremessar o projétil é necessária uma grande quantidade de energia, que é obtida pelo pro-
pelente, durante sua queima. O propelente utilizado nos cartuchos é a pólvora, que, ao queimar,
produz um grande volume de gases, gerando um aumento de pressão no interior do estojo, sufici-
ente para expelir o projétil.
Como a pólvora é relativamente estável, isto é, sua queima só ocorre quando sujeita a certa quan-
tidade de calor; o cartucho dispõe de um elemento iniciador, que é sensível ao atrito e gera energia
suficiente para dar início à queima do propelente. O elemento iniciador geralmente está contido
dentro da espoleta.
1- Projétil;
2- Estojo;
3- Propelente;
4- Espoleta.
PROJÉTIL é qualquer sólido que pode ser ou foi arremessado, lançado. No universo das armas de
defesa, o projétil é a parte do cartucho que será lançada através do cano.
O projétil pode ser dividido em três partes:
PONTA: parte superior do projétil, fica quase sempre exposta, fora do estojo;
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BASE: parte inferior do projétil, fica presa no estojo e está sujeita à ação dos gases resultantes da
queima da pólvora.
CORPO: cilíndrico, geralmente contém canaletas destinadas a receber graxa ou para aumentar a
fixação do projétil ao estojo.
PROJÉTEIS DE CHUMBO:
Como o nome indica, são projéteis construídos exclusivamente com ligas desse metal. Podem ser
encontrados diversos tipos de projéteis, destinados aos mais diversos usos, os quais podemos clas-
sificar de acordo com o tipo de ponta e tipo de base.
TIPOS DE PONTAS:
Canto-vivo: uso exclusivo para tiro ao alvo; tem carga reduzida e perfura o papel de forma
mais nítida;
Ogival ponta plana: uso geral; muito usado no tiro prático (IPSC) por provocar menor nú-
mero de "engasgos" com a pistola;
Ponta oca: capaz de aumentar de diâmetro ao atingir um alvo humano (expansivo), produ-
zindo assim maior destruição de tecidos.
São projéteis construídos por um núcleo recoberto por uma capa externa chamada camisa ou ja-
queta. A camisa é normalmente fabricada com ligas metálicas como: cobre e níquel; cobre, níquel
e zinco; cobre e zinco; cobre, zinco e estanho ou aço. O núcleo é constituído geralmente de chumbo
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ESTOJO.
O estojo é o componente de união mecânica do cartucho, apesar de não ser essencial ao disparo,
já que algumas armas de fogo mais antigas dispensavam seu uso, trata-se de um componente indis-
pensável às armas modernas. O estojo possibilita que todos os componentes necessários ao disparo
fiquem unidos em uma peça, facilitando o manejo da arma e acelera o intervalo em cada disparo.
Atualmente a maioria dos estojos são construídos em metais não-ferrosos, principalmente o latão
(liga de cobre e zinco), mas também são encontrados estojos construídos com diversos tipos de
materiais como plásticos (munição de treinamento e de espingardas), papelão (espingardas) e ou-
tros.
A forma do estojo é muito importante, pois as armas modernas são construídas de forma a aprovei-
tar as suas características físicas.
Para fins didáticos, o estojo será classificado nos seguintes tipos:
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Cabe ressaltar que, na prática, não existe estojo totalmente cilíndrico, sempre haverá uma pequena
conicidade para facilitar o processo de extração. Os estojos tipo garrafa foram criados com o fim de
conter grande quantidade de pólvora, sem ser excessivamente longo ou ter um diâmetro grande.
Esta forma é comumente encontrada em cartuchos de fuzis, que geram grande quantidade de ener-
gia e, muitas vezes, têm projéteis de pequeno calibre.
“HEADSPACE”.
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Cada tipo de base possui a sua forma de se “encostar” no interior da câmara, de forma que quando
se fecha a culatra, ou ferrolho, não fique nenhuma folga entre a cabeça do ferrolho e a base do
cartucho. Ao ajuste dessa folga se dá o nome de “headspace“. Como visto acima, o “headspace” de
um cartucho cilíndrico, como o da ilustração, é o próprio comprimento do cartucho.
Baseado nisso, temos na figura acima as diferentes maneiras de se medir o “headspace“, depen-
dendo do tipo do estojo e de sua base. Nos estojos “rimmed“, o “headspace” é exatamente e tão
somente a espessura do aro do estojo, que age como encosto na entrada da câmara. Nos estojos
“rimless“, como não há aro, o limite de posição do cartucho é o gargalo; o “headspace” é, neste
caso, o comprimento do final do ombro do estojo até sua base. Nos mais raros estojos “belted“, o
próprio “cinturão” serve como encosto, e o “headspace” neste caso é a medida do início do cinturão
até sua base.
Veja a imagem abaixo, como se encaixa um cartucho “rimless” de pistola semi-automática no inte-
rior de uma câmara. Nota-se então que o único detalhe que impede que o cartucho avance demais
para dentro do cano é um estreitamento do diâmetro numa espécie de degrau, equivalente à es-
pessura da parede do cartucho. Sem isso, o cartucho avançaria mais para o interior do cano e pro-
vavelmente ocorreria uma falha (o percussor não atingiria suficientemente a espoleta), além de que
teríamos uma perigosa folga entre a culatra da arma e a base do cartucho.
PROPELENTE.
Propelente ou carga de projeção é a fonte de energia química capaz de arremessar o projétil a
frente, imprimindo-lhe grande velocidade. A energia é produzida pelos gases resultantes da queima
do propelente, que possuem volume muito maior que o sólido original. O rápido aumento de vo-
lume de matéria no interior do estojo gera grande pressão para impulsionar o projétil.
A queima do propelente no interior do estojo, apesar de mais lenta que a velocidade dos explosivos,
gera pressão suficiente para causar danos na arma, isso não ocorre porque o projétil se destaca e
avança pelo cano, consumindo grande parte da energia produzida.
Atualmente, o propelente usado nos cartuchos de armas de defesa é a pólvora química ou pólvora
sem fumaça. Desenvolvida no final do século passado, substituiu com grande eficiência a pólvora
negra, que hoje é usada apenas em velhas armas de caça e réplicas para tiro esportivo. A pólvora
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química produz pouca fumaça e muito menos resíduos que a pólvora negra, além de ser capaz de
gerar muito mais pressão, com pequenas quantidades.
TIPOS DE PÓLVORA:
ESPOLETA.
A espoleta é um recipiente que contém a mistura detonante (composta por estifinato de chumbo
como base, contendo trinitroressorcinato de chumbo, tetrazeno, alumínio em pó, trissulfeto de an-
timônio e nitrato de bário) e uma bigorna, utilizado em cartuchos de fogo central. A mistura deto-
nante é um composto que queima com facilidade, bastando o atrito gerado pelo amassamento da
espoleta contra a bigorna provocada pelo percursor. A queima dessa mistura gera calor, que passa
para o propelente, através de pequenos furos no estojo, chamados eventos.
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QUADRO GERAL.
CALIBRES.
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Calibres mais usuais de munição de armas curtas (guardando a devida proporção entre os calibres).
Munições de fuzis.
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Nas espingardas, a definição do calibre obedece a uma convenção muito particular. O calibre cor-
responde a divisão de uma libra (medida de peso equivalente a 454g) de chumbo, em projéteis
esféricos iguais, de diâmetro idêntico ao diâmetro interno do cano da arma.
Nas espingardas, a correspondência de calibres nominais e o calibre real pode ser melhor explicada
pela tabela:
Ainda em complemento aos sistemas de medidas internacionais apresentados, vale ressaltar que,
para se aferir a massa dos projéteis, utiliza-se o “grama” e o “grain”. É muito comum os fabricantes
de projéteis se utilizarem das duas unidades acima mencionadas. A unidade de medida mais comu-
mente utilizada para se medir a massa do projétil e também a massa da pólvora, no Brasil, é o
“grain”. Já para se medir a velocidade, a unidade de medida utilizada é o pé por segundo. Veja-se o
equivalente na tabela abaixo:
TABELA DE CONVERSÃO
No Brasil, a legislação diferencia os calibres entre autorizados para uso civil e calibres restritos, vise
a PORTARIA CONJUNTA-CEX/DG-PF 2, de 06 novembro 2023, constante na apostila anexa.
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Para propósito de identificação das munições podemos constatar estas apresentam diversas inscri-
ções cunhadas em sua base. Tais inscrições correspondem a nomes, letras, números calibres, sím-
bolos, logomarcas e emblemas que são dispostos radialmente nas bases dos cartuchos de fogo cen-
tral, ou no centro dos cartuchos do tipo "rimfire".
Na munição destinada ao uso civil normalmente se encontra a identificação do fabricante e a iden-
tificação do cartucho. Nos estojos militares, especialmente produzidos para Forças Armadas ou por
encomenda governamental, normalmente encontramos indicação do país de origem ou do fabri-
cante, do ano em que a munição foi produzida e às vezes o seu lote, tudo expresso sob a forma de
códigos, abreviaturas ou números. Vale ressaltar que inúmeras fábricas comerciais produzem mu-
nições em calibres considerados restritos pela legislação brasileira, daí não ser difícil encontrar mu-
nições nos calibres 7mm Mauser (7 x 57mm), .30/30 Winchester, .30/06 (7,62 x 63mm ou .30 Spring-
field), .223 Remington (5,56 NATO ou 5,56 x 45mm), .308 Winchester (7,62 NATO ou 7,62 x 51mm)
ou 7,62mm Kalashinikov (7,62 x 39mm) que apresentem na base do estojo apenas as indicações do
fabricante e do calibre.
A interpretação de todas essas inscrições, impossíveis de serem guardadas apenas de memória, so-
bretudo levando-se em consideração a diversidade de países e marcações, necessita de uma con-
sulta a compêndios, se constituindo numa tarefa de pesquisa altamente especializada.
Diferentes tipos de inscrições em cartuchos do calibre 7,65mm indicam a procedência alemã (GECO),
brasileira (CBC), francesa (GEVELOT) e sul-africana (PMP).
PROJÉTEIS.
Considerando que a atividade-fim de uma munição é causar destruição nos alvos contra os quais ela
é disparada, as munições também se identificam pelo tipo de projétil e pelo efeito balístico terminal
que tais projéteis provocam nos alvos que atingem.
Em se tratando de munições de armas curtas e submetralhadoras o principal efeito balístico é cau-
sado pela energia cinética que o projétil transfere sobre o alvo, porém, nas munições de fuzis e
metralhadoras (médias e pesadas) os projéteis são especialmente projetados para provocar efeitos
balísticos otimizados (perfuração de blindagem ou fragmentação) ou específicos (a indicação de
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pontaria, no caso das munições traçantes ou mesmo provocar incêndio no interior dos alvos atingi-
dos). As munições militares de fuzis e metralhadoras (até o calibre nominal de 20mm) também re-
cebem uma pintura na ponta do projétil, segundo uma convenção cromática que, com o fim da
URSS, hoje é praticamente adotado em todo mundo.
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Balotes únicos para espingarda podem ter diversos desenhos, sendo produzidos em diferentes materiais.
Projéteis múltiplos podem ser esféricos de chumbo (com balins de vários diâmetros), flechetes ou
discóides.
Munições menos letais: à esquerda um balote de gás irritante e à direita um cartucho TASER, que
produz incapacitação do alvo por meio de uma descarga elétrica de alta voltagem e baixa ampera-
gem.
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Assim, com base nesse conceito, evoluiu-se a balística, os coletes balísticos, os pára-balas etc,
Mas o que interessa são os estojos metálicos e os projéteis mais modernos. O primeiro deles foi o
chamado 8mm Lebel, desenvolvido em 1886. Reparou que o nome não é apenas 8mm, nem apenas
Lebel? Se quisermos descrever o calibre é preciso usar o nome completo (nome + sobrenome): 8mm
Lebel.
Em regra, calibre é a medida interna do cano da arma. Basicamente, os nomes são dados levando em
consideração dois métodos: métrico ou imperial. No primeiro caso, é claro, as medidas são em milí-
metros (9mm, 10mm), ao passo que no segundo caso, são em fracão de polegada.
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Imagine que você foi convidado para ir ao sítio de um amigo atirar de “22”. Provavelmente, o que
vem a sua cabeça é que você vai atirar de .22 Long Rifle (Nome + Sobrenome), um calibre com um
estojo de 15,1mm. Chegando lá, seu amigo saca um revólver antigo e alimenta o tambor com um .22
de 32,5mm de comprimento de estojo. É sim um .22, mas não o .22 que você esperava. Tratar-se-ia
do chamado .22 Remington Jet.
E se você ficasse sabendo que no Brasil o calibre 9mm já é permitido a muitos anos, inclusive pra
civis? O que?. O nosso querido .380 ACP (Nome + Sobrenome) também pode ser chamado de 9mm
Short, 9x17mm ou 9mm Kurtz.
Não se confunde com o 9mm Luger (Nome + Sobrenome), também chamado de 9mm Parabellum,
9mm NATO ou 9x19mm, que é o calibre que primeiro vem a sua cabeça quando se fala simplesmente
9mm.
E o .38? Todo mundo pensa logo no .38 Special, aquele usado nos revólveres por aí. Mas ele tem um
colega chamado .38 Super, ou o .38 Long Colt e assim por diante.
38 super
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Um dos erros mais comuns e também mais grotescos cometidos pela falta de designação do “sobre-
nome” dos calibres, especialmente pela imprensa, ocorre com o tal do .50. É comum achar que todo
.50 é o .50 BMG, aquele utilizado nas Barrett para tiros de precisão de longa distância. Ocorre que,
quando se fala .50, podemos estar falando do .50AE, um calibre de armas de mão, inútil a longa
distância. Ou quem sabe ao .500 SW Magnum, utilizado em revólveres, não em fuzis.
DIÂMETRO
DO PROJÉ- COMPRIMENTO COMPRIMETO
NOME TIL DO ESTOJO TOTAL TIPO
.092 in
2.34 mm rimfire (2.3 mm) .240 in (6.1 mm) – Rimmed, rimfire
.107 in .430 in
2.7 mm Kolibri (2.7 mm) .370 in (9.4 mm) (10.9 mm) Rimless
.120 in .430 in
3 mm Kolibri (3.0 mm) .320 in (8.1 mm) (10.9 mm) Rimless
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.17 Hornady
Mach 2 .172 in
(.17 HM2) (4.4 mm) .714 in (18.1 mm) – Rimmed, rimfire
.17 Hornady
Magnum Rimfire .172 in 1.058 in
(.17 HMR) (4.4 mm) (26.9 mm) – Rimmed, rimfire
.17-357 RG – – – –
.183 in 1.201 in
4.6×30 mm (4.6 mm) (30.5 mm) – Rimless
.210 in .980 in
5.45×18 mm (5.3 mm) .700 in (17.8 mm) (24.9 mm) Rimless
.222 in .343 in
.22 BB (5.6 mm) .284 in (7.2 mm) (8.7 mm) Rimmed, rimfire
.222 in .520 in
.22 CB (5.6 mm) .420 in (10.7 mm) (13.2 mm) Rimmed, rimfire
.223 in .686 in
.22 Short (5.7 mm) .423 in (10.7 mm) (17.4 mm) Rimmed, rimfire
.223 in .880 in
.22 Long (5.7 mm) .595 in (15.1 mm) (22.4 mm) Rimmed, rimfire
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.224 in
.224 Kay-Chuk (5.7 mm) 1.35 in (34 mm) – Rimmed
.224 in
.224 BOZ (5.7 mm) .909 in (23.1 mm) – Rimless
.224 in
.224 Montgomery (5.7 mm) .620 in (15.7 mm) – Rimless
.224-32 FA
(.327 Federal .224 in 1.120 in
necked to .22) (5.7 mm) (28.4 mm) – Rimmed
5.8×21 mm .230 in
DAP92 (5.8 mm) .827 in (21.0 mm) – Rimless
.25 ACP
( 6.35 mm Brow-
ning, 6.35×16 .251 in .910 in
mmSR) (6.4 mm) .620 in (15.7 mm) (23.1 mm) Semi-rimmed
.251 in
.25 NAA (6.4 mm) – – Semi-rimmed
7.62 mm Nagant
(7.62 mm Rus-
sian, 7.62×38 .295 in 1.530 in 1.530 in
mmR) (7.5 mm) (38.9 mm) (38.9 mm) Rimmed
.299 in
.32 Colt (7.6 mm) .755 in (19.2 mm) – Rimmed
.300 in
.32 Protector (7.6 mm) .350 in (8.9 mm) – Rimmed
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7.65 mm Roth-
Sauer, 7.65 mm .301 in .840 in
Frommer (7.6 mm) .510 in (13.0 mm) (21.3 mm) Rimless
7.65 mm Bor-
chardt .307 in 1.340 in
(.30 Borchardt) (7.8 mm) .990 in (25.1 mm) (34.0 mm) Rimless
7.65×22 mm
Para
(7.65×21 mm Lu- .308 in 1.150 in
ger, .30 Luger) (7.8 mm) .750 in (19.1 mm) (29.2 mm) Rimless
7.65mm Mannli-
cher .308 in 1.120 in
(7.65×21 mm) (7.8 mm) .840 in (21.3 mm) (28.4 mm) Rimless
.32 ACP
(7.65 mm Brow-
ning, 7.65×17 .309 in 1.030 in
mmSR) (7.8 mm) .680 in (17.3 mm) (26.2 mm) Semi-rimmed
7.62×17 mm
Type 64
(7.62 mm Chi- .309 in
nese) (7.8 mm) .780 in (19.8 mm) – Rimless
.30 Wildey
(.30 Wildey Mag- .309 in
num) (7.8 mm) – – Rimless
.312 in
.32 NAA (7.9 mm) .680 in (17.3 mm) – Rimless
.312 in .920 in
.32 S&W (7.9 mm) .610 in (15.5 mm) (23.4 mm) Rimmed
207
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
7.92 x 24 mm
VBR (shortened .312 in
.30 Carbine case) (7.9 mm) .940 in (23.9 mm) – Rimless
.32-20 Winches-
ter
(.32 WCF, .32-20 .312 in 1.320 in
Marlin) (7.9 mm) (33.5 mm) – Rimmed
.313 in
.32 Short Colt (8.0 mm) .610 in (15.5 mm) – Rimmed
.320 Revolver
(.320 Bulldog, .317 in .900 in
.320 Webley) (8.1 mm) .620 in (15.7 mm) (22.9 mm) Rimmed
7.5 mm Swiss
Army
(7.5 mm 1882 .317 in 1.290 in
Ordnance) (8.1 mm) .890 in (22.6 mm) (32.8 mm) Rimmed
8 mm Rast-Gas-
ser .320 in 1.037 in 1.391 in
(8 mm Gasser) (8.1 mm) (26.3 mm) (35.3 mm) Rimmed
.320 in 1.250 in
8 mm Nambu (8.1 mm) .860 in (21.8 mm) (31.8 mm) Semi-rimmed
8 mm Lebel Re-
volver
(8 mm French .323 in
Ordnance ) (8.2 mm) 1.07 in (27 mm) 1.44 in (37 mm) Rimmed
8 mm Pieper – – – –
208
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
7.5 mm Nagant
(7.5 mm Swedish .325 in 1.350 in
Nagant) (8.3 mm) .89 in (23 mm) (34.3 mm) Rimmed
.329 in 1.140 in
8 mm Roth-Steyr (8.4 mm) .740 in (18.8 mm) (29.0 mm) Rimless
8.5 mm Mars – – – –
9 mm Ultra
(9 mm Police, .355 in 1.030 in
9×18 mm) (9.0 mm) .720 in (18.3 mm) (26.2 mm) Rimless
.355 in
9 mm Glisenti (9.0 mm) .750 in (19.1 mm) 1.15 in (29 mm) Rimless
9 mm Parabellum
(9 mm Luger,
9 mm NATO, .355 in 1.160 in
9×19 mm) (9.0 mm) .754 in (19.2 mm) (29.5 mm) Rimless
9 mm Browning
Long .355 in 1.100 in
(9×20 mmSR) (9.0 mm) .800 in (20.3 mm) (27.9 mm) Rimless
9 mm Action Ex-
press .355 in 1.152 in
(9 mm AE) (9.0 mm) .866 in (22.0 mm) (29.3 mm) Rebated rim
.38-45 Auto
(.45-38 Clerke,
.45-38 Hard .355 in 1.200 in
Head) (9.0 mm) .90 in (23 mm) (30.5 mm) Rimless
209
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
9 mm Largo
(9 mm Berg-
mann-Bayard, .355 in 1.320 in
9×23 mm) (9.0 mm) .910 in (23.1 mm) (33.5 mm) Rimless
9 mm Mauser
(9×25 mm Mau- .355 in 1.380 in
ser) (9.0 mm) .981 in (24.9 mm) (35.1 mm) Rimless
9 mm Mauser
(9×25 mm Mau- .355 in
ser) (9.0 mm) .981 in (24.9 mm) – Rimless
.380 ACP
(9 mm Kurz,
9mm Short, 9×17 .356 in .980 in
mm) (9.0 mm) .680 in (17.3 mm) (24.9 mm) Rimless
.356 in
.38 Casull (9.0 mm) .933 in (23.7 mm) – Rimless
9 mm Mars – – – –
.357 in 1.052 in
.38 Short Colt (9.1 mm) .762 in (19.4 mm) (26.7 mm) Rimmed
.357 in 1.550 in
.38 Special (9.1 mm) 1.16 in (29 mm) (39.4 mm) Rimmed
.38 AMU
(.38 Army Marks- .357 in
manship Unit) (9.1 mm) 1.15 in (29 mm) – Rimless
.357 Peterbilt
(.357 WIldey
Magnum) – – – Rebated rim
210
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.357-45 GWM
(.357/45 Grizzly
Winchester Mag- .357 in 1.300 in
num) (9.1 mm) (33.0 mm) – Rimless
.357 Magnum
(9×31 mmR, .353 .357 in 1.290 in 1.510 in
Casull) (9.1 mm) (32.8 mm) (38.4 mm) Rimmed
.357 in 1.415 in
.360 DW (9.1 mm) (35.9 mm) – Rimmed
.357 Remington
Maximum (.357 .357 in 1.590 in 1.970 in
Maximum) (9.1 mm) (40.4 mm) (50.0 mm) Rimmed
.357 in 1.610 in
.357 SuperMag (9.1 mm) (40.9 mm) – Rimmed
.357 in 1.140 in
.357 SIG (9.1 mm) .865 in (22.0 mm) (29.0 mm) Rimless
.38 ACP
(.38 Auto, 9×23 .358 in 1.280 in
mmSR) (9.1 mm) .900 in (22.9 mm) (32.5 mm) Semi-rimmed
.358 in 1.280 in
.38 Super (9.1 mm) .900 in (22.9 mm) (32.5 mm) Semi-rimmed
.358 in 1.280 in
.38 Super Comp (9.1 mm) .896 in (22.8 mm) (32.5 mm) Rimless
.38 S&W
(.38 Colt New Po- .359 in 1.200 in
lice, .380 Rim) (9.1 mm) .780 in (19.8 mm) (30.5 mm) Rimmed
.380 Revolver
Long
British Webley
pattern from .375 in 1.000 in 1.400 in
1860s) (9.5 mm) (25.4 mm) (35.6 mm) Rimmed
211
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.357 in 1.610 in
.375 SuperMag (9.1 mm) (40.9 mm) – Rimmed
.40 S&W
(.40 Auto, .40
Short, 10×22 .400 in 1.235 in
mm) (10.2 mm) .850 in (21.6 mm) (31.4 mm) Rimless
10 mm Auto
(10 mm Norma, .400 in 1.260 in
10×25 mm) (10.2 mm) .990 in (25.1 mm) (32.0 mm) Rimless
.400 in 1.255 in
10 mm Magnum (10.2 mm) (31.9 mm) – Rimless
.400 in
.40 Super (10.2 mm) .988 in (25.1 mm) – Rimless
.400 in
.40 G&A (10.2 mm) .866 in (22.0 mm) – Rimless
.401 in 1.200 in
.400 CorBon (10.2 mm) .898 in (22.8 mm) (30.5 mm) Rimless
.401 in .910 in
.41 Short Colt (10.2 mm) .650 in (16.5 mm) (23.1 mm) Rimmed
.38-40 Winches-
ter .401 in 1.300 in 1.590 in
(.38-40 WCF) (10.2 mm) (33.0 mm) (40.4 mm) Rimmed
.401 Powermag
(.401 Herter’s Po- .401 in 1.290 in 1.640 in
wermag) (10.2 mm) (32.8 mm) (41.7 mm) Rimless
212
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.410 in
.41 Avenger (10.4 mm) .950 in (24.1 mm) – Rimless
.410 in 1.160 in
.41 Special (10.4 mm) (29.5 mm) – Rimless
.41 Remington
Magnum .410 in 1.280 in
(.41 Magnum) (10.4 mm) (32.5 mm) – Rimmed
.410 in 1.610 in
.414 SuperMag (10.4 mm) (40.9 mm) – Rimmed
10.4 mm Italian
(10.4 mm Italian .422 in
Ordnance) (10.7 mm) .890 in (22.6 mm) – Rimmed
10.4 mm Swiss
(.41 Swiss) – – – Rimmed
.44 Russian
(.44 Smith & .429 in
Wesson Russian) (10.9 mm) .970 in (24.6 mm) – Rimmed
.44 Special
(.44 S&W Spe- .429 in 1.160 in
cial) (10.9 mm) (29.5 mm) – Rimmed
.44 Magnum
(.44 Remington .429 in 1.290 in
Magnum) (10.9 mm) (32.8 mm) – Rimmed
.44-40 Winches-
ter .429 in 1.310 in
(.44 WCF) (10.9 mm) (33.3 mm) – Rimmed
.432 in 1.600 in
.445 SuperMag (11.0 mm) (40.6 mm) – Rimmed
.429 in 1.280 in
.440 Cor-bon (10.9 mm) (32.5 mm) – Rebated rim
213
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.442 Webley
(.442 Kurz, .436 in
10.5×17 mmR) (11.1 mm) .690 in (17.5 mm) – Rimmed
.440 in
.44 Bull Dog (11.2 mm) .570 in (14.5 mm) – Rimmed
.443 in 1.100 in
.44 Colt (11.3 mm) (27.9 mm) – Rimmed
11.75 mm Monte-
negrin
(11 mm Gasser, .445 in 1.400 in
11.25×36 mm) (11.3 mm) (35.6 mm) – Rimmed
11.35 mm Schou-
boe
(11.35×18 mm,
.45 Schouboe) – – – Rimless
11 mm French .451 in
Ordnance (11.5 mm) .710 in (18.0 mm) – Rimmed
11 mm German
Service
(10.6 mm GS, .451 in
10.8 mm GS) (11.5 mm) .960 in (24.4 mm) – Rimmed
.451 in 1.260 in
.460 Rowland (11.5 mm) .955 in (24.3 mm) (32.0 mm) Rimless
.45 Winchester
Magnum
(.45 WinMag, .45 .451 in 1.198 in
NAACO) (11.5 mm) (30.4 mm) – Rimless
214
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.452 in
.45 Webley (11.5 mm) .820 in (20.8 mm) – Rimmed
.45 HP
(.45 Hirtenberger
Patrone, .45 Ita- .452 in
lian) (11.5 mm) .860 in (21.8 mm) – Rimless
.45 ACP
(.45 Auto, .452 in 1.260 in
11.43×23 mm) (11.5 mm) .898 in (22.8 mm) (32.0 mm) Rimless
.451 in 1.260 in
.45 Super (11.5 mm) .898 in (22.8 mm) (32.0 mm) Rimless
.450 SMC
(.450 Short Mag- .451 in 1.260 in
num Cartridge) (11.5 mm) .898 in (22.8 mm) (32.0 mm) Rimless
.451 Detonics
(.451 Detonics .452 in
Magnum) (11.5 mm) .942 in (23.9 mm) – Rimless
1.610 in
.455 SuperMag – (40.9 mm) – Rimmed
.455 Webley
(.455 Webley Re- .454 in
volver) (11.5 mm) .770 in (19.6 mm) – Rimmed
.45 Schofield
(.45 Smith & .454 in 1.100 in
Wesson) (11.5 mm) (27.9 mm) – Rimmed
215
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.450 Adams
(.450 Boxer,.450 .455 in
Corto) (11.6 mm) .690 in (17.5 mm) – Rimmed
.455 in
.455 Webley Auto (11.6 mm) .930 in (23.6 mm) – Semi-rimmed
.455 Revolver Mk
I .455 in
(.455 Colt) (11.6 mm) .870 in (22.1 mm) – Rimmed
.476 Enfield
(.476 Eley, .476
Revolver, .472 in
.455/476) (12.0 mm) .870 in (22.1 mm) – Rimmed
.475 in 1.285 in
.480 Ruger (12.1 mm) (32.6 mm) – Rimmed
.476 in 1.500 in
.475 Linebaugh (12.1 mm) (38.1 mm) – Rimmed
.475 Linebaugh
Long .476 in 1.610 in
(.475 Maximum) (12.1 mm) (40.9 mm) – Rimmed
12.3×22 mm
(Udar revolver
cartridge) – – – Rimmed
12.3×40 mm
(STs-110) (Udar
revolver car-
tridge) – – – Rimmed
12.3×50 mm
(Udar revolver
cartridge) – – – Rimmed
.500 in
.50 GI (12.7 mm) .899 in (22.8 mm) – Rebated rim
216
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
.500 Wyoming
Express .500 in 1.370 in
(.500 WE) (12.7 mm) (34.8 mm) – Belted
.500 in 1.400 in
.500 JRH (12.7 mm) (35.6 mm) – Rimmed
.508 in
.50 Remington (12.9 mm) .875 in (22.2 mm) – Rimmed
.50 Special
(.50 Bowen Spe- .511 in 1.160 in
cial) (13.0 mm) (29.5 mm) – Rimmed
.511 in 1.410 in
.500 Linebaugh (13.0 mm) (35.8 mm) – Rimmed
.500 Linebaugh
Long .511 in 1.610 in
(.500 Maximum) (13.0 mm) (40.9 mm) – Rimmed
.505 SuperMag
(.510 SuperMag) – – – Rimmed
13 mm Gyrojet – – – Rimless
.577 Boxer
(.577 Eley, .577
Webley) – – – Rimmed
217
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
a) Ao se acionar o gatilho de uma arma de fogo, libera-se um conjunto de mecanismos que fará
com que uma peça metálica, de forma semelhante a uma agulha, chamada de percussor, atinja a
espoleta do cartucho.
e) Ao atingir uma pressão de 2 a 10 mil PSI (pounds per square inch), o projétil começa a se
mover, deixando o estojo ou alojamento inicial.
f) O projétil então se encrava no raiamento (note-se as marcas no projétil em si), causando uma
resistência ao movimento inicial, que por sua vez aumenta a pressão atrás do projétil.
g) Devido à pressão e temperatura muito altas, a taxa de combustão da pólvora aumenta rapi-
damente.
h) O movimento do projétil aumenta, assim como o volume de gases dentro da câmara. Esses
gases tendem a se expelir pelo lado que oferece menos resistência, que é o lado do projétil.
i) O raiamento do cano força a rotação do projétil. A pressão máxima ocorre logo após a
entrada do projétil no raiamento.
218
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
PASSO: Distância necessária para que o projétil realize uma volta completa em torno
de seu eixo.
ROTAÇÃO: movimento que o projétil realiza em torno de seu próprio eixo. É responsável por pro-
ver estabilidade e precisão;
219
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
FATORES E VARIÁVEIS:
Há de se considerar, entretanto, que existem muitos fatores que compõem as variáveis dessa com-
plicada equação chamada poder de parada. Abaixo, relacionam-se alguns dos fatores que interfe-
rem diretamente nessa questão:
Logo, entre vários exemplos, 1 joule é igual à energia potencial de uma massa de 1 kg posta a uma
altura de 1 m sobre um ponto de referência, num campo gravitacional de 1 m/s². Como a gravidade
terrestre é de 9,81 m/s² ao nível do mar, 1 kg a 1 m acima da superfície da Terra tem uma energia
potencial de 9,8 joules relativa a ela.
Ao cair, esta energia potencial gradualmente passará de potencial para energia cinética, conside-
rando-se a conversão completa no exato instante em que a massa atingir o ponto de referência.
220
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
Toda munição gera uma determinada quantidade de energia a ser disparada e essa energia varia em
função da massa do projétil (peso) e também da sua velocidade (que é aferida na saída do cano).
Levando-se em consideração as leis da física, vale a pena lembrar que, aumentando-se o peso do
projétil (massa) ganha-se maior energia. Nesse caso a energia ganha será de ordem linear, ou seja,
se aumentar a massa do projétil em 50% por exemplo, desde que se mantendo a mesma velocidade,
o aumento de energia será também de 50%. Exemplo:
O aumento de energia também ocorre quando aumentamos a velocidade do projétil. Porém, quando
se aumenta a velocidade, mantendo-se o mesmo peso de projétil, o ganho de energia será exponen-
cial de ordem quadrática, ou seja, se aumentarmos a velocidade em 50%, mantendo a mesma massa
de projétil, o aumento de energia será da ordem de 125%. Exemplo:
Massa (grains): 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Velocidade (pps): 1000 - - - - - - - - - -
Energia Cinética: 301 331 361 392 422 452 482 512 542 572 602
Aumento de Massa (%): 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Ganho de Energia (%): 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
221
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
MOA é uma abreviatura para “Minute of Angle”, ou minuto de ângulo. Voltemos então às aulas da
Tia Maricota lá na escolinha. Temos que um círculo se divide em 360°, e como você já deve saber,
se você estiver olhando pra frente e considerá-la como 0°, e imaginar um círculo ao seu redor, às
suas esquerda e direita estarão os ângulos de 90° e 270°, e à sua retaguarda o ângulo de 180°.
Cada um desses 360° pode ser dividido em 60 partes iguais, chamadas de Minuto de Ângulo ou arco-
minuto. Esta é a escala que se trabalha no tiro de precisão. Vamos entender melhor como.
As lunetas costumam ter suas clicagens medidas em partes de minuto de ângulo, como 1/4 ou 1/2,
por exemplo. Assim, se você clica 1/2 de MOA na sua luneta, significa que a parte mais distante dela
se afasta do cano do seu rifle em meio minuto de ângulo.
Quanto isso mede em centímetros ou em polegadas lá no alvo?
Depende prioritariamente da distância que o alvo está de você.
Tradicionalmente essas medidas são feitas em jardas e em polegadas, portanto, vá se acostumando:
1 Jarda (yd) = 0,9144 Metro (m)
1 Polegada (in) = 2,54 Centímetros (cm)
A 100 jardas, 1 MOA equivale a aproximadamente 1 polegada, a 200 jardas, a 2 polegadas, e assim
sucessivamente, conforme tabela abaixo.
1″ 2″ 3″ 4″ 5″ 6″ 7″ 8″
Mais uma vez voltamos às aulas de trigonometria da Tia Maricota. Sabe aquele Teorema de Pitágo-
ras que você passou a adolescência reclamando de não usar pra nada (Perdoem-me o pessoal das
exatas)? Chegou a hora.
222
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
Em outras palavras, significa que se todo o ambiente for perfeito, desde o atirador, a munição, o
vento, a temperatura e etc, a uma distância de 100 Jardas, este fuzil sempre acertará aproximada-
mente um alvo do tamanho de 1″, ou 2,54 cm. Todo erro maior que isso é falha do atirador ou de
outro fator externo. Todo erro menor que isso pode ser atribuído à arma.
A uma distância de 1000 Jardas ou 914 metros, esse erro aumenta em 10 vezes, ou seja não é pos-
sível prever, em um círculo de aproximadamente 25,4 cm de diâmetro, onde o impacto acontecerá.
Todo erro maior que isso decorre de fatores externos, todo erro menor que isso pode ser atribuído
à arma.
Também é fundamental que se compreenda o conceito de MOA para se ajustar o fuzil para disparos
a longa distância.
Lembre-se de que a gravidade é uma força constante que começa a puxar o projétil para o solo
imediatamente após ele sair do cano, de maneira que toda a trajetória é uma parábola.
Assim como um jogador de futebol que bate uma falta por cima da barreira que cai exatamente no
ângulo do gol, o atirador precisa compensar o disparo, alinhando o cano acima do alvo, para que o
projétil tenha o impacto no local desejado.
Não se engane: projétil não “sobe” a não ser que você dispare pra cima. Projétil não acelera depois
que sai do cano.
223
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
CAPITULO (VI)
REGRAS DE SEGURANÇA
Jamais aponte uma arma para algo que você não esteja disposto a destruir.
Ao manusear uma arma sempre aponte em direção que ofereça segurança caso ocorra um
disparo acidental.
Não atire em superfícies planas e duras, pois as balas podem ricochetear.
Ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o sempre com o dedo fora do gatilho até que você
esteja realmente apontando para o objetivo e pronto para o disparo.
Trate uma arma de fogo como se ela estivesse sempre carregada.
As travas de segurança de uma arma são apenas dispositivos mecânicos.
Nunca abandone sua arma.
Cuidado com obstruções do cano, quando estiver atirando. Caso ouça ou sinta algo de anor-
mal com o recuo ou a detonação, interrompa imediatamente os disparos.
Ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o sempre com o dedo fora do gatilho (dedo indicador
estendido ao longo do chassi da arma), mantendo-o assim até que você esteja realmente apontando
para o objetivo e pronto para o disparo.
Jamais transporte ou coldreie sua arma com o cão armado e/ou destravado.
Obtenha informações sobre o manuseio de sua arma, de um competente instrutor, antes de
utilizá-la.
Trate uma arma de fogo como se ela estivesse permanentemente carregada.
As travas de segurança de uma arma são apenas dispositivos mecânicos, e não um substituto
do bom senso. Logo, evite testar sistematicamente a segurança de uma arma, puxando o gatilho
quando as mesmas estiverem acionadas.
Carregue e descarregue uma arma com o cano apontado para uma direção segura.
Quando a arma estiver fora do coldre, empunhada para o tiro, esteja absolutamente certo
de que não está apontada para qualquer parte de seu corpo ou do de outras pessoas ao seu redor.
A munição velha ou recarregada sem controle de qualidade pode ser perigosa.
Tome cuidado com obstruções do cano, quando estiver atirando. Caso ouça ou sinta algo de
anormal com o recuo ou a detonação, interrompa imediatamente os disparos. Verifique, cuidado-
samente, a existência ou não de obstruções no cano. Um projétil ou qualquer outro objeto deve ser
imediatamente removido, mesmo se tratando de lama, terra, excessiva quantidade de graxa ou
óleo, etc., a fim de evitar lesões ao atirador e/ou danos à arma.
Sempre trate sua arma como o instrumento de precisão que ela realmente é.
Nunca transporte uma arma no bolso, bolsa ou ponchete. Use a embalagem apropriada ou
um coldre adequado.
Qualquer modificação e/ou conserto em sua arma somente deve ser realizada por um ar-
meiro qualificado.
224
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
3.MATERIAL OBRIGATÓRIO
225
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
4.CONDUTAS NO ESTANDE
Portar qualquer material ou acessório nas linhas de tiro que não se destine àquela atividade
didática, tais como: garrafas com água, telefones celulares, almofadas, alimentos, copos plásticos
etc....
Manusear armamento, munição ou equipamento sem a prévia autorização ou comando do
instrutor.
226
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
CAPITULO VII
PRIMEIROS SOCORROS - PS
DEFINIÇÃO:
É o atendimento imediato e provisório dado a alguém que sofre um acidente ou enfermidade imprevista.
Geralmente se presta no local do acidente, até que se possa colocar o paciente aos cuidados de um médico
para tratamento definitivo, exceção feita a certos casos graves.
ANÁLISE PRIMARIA
A análise primaria é uma avaliação realizada na vítima e é necessária para detectar as condições que colocam
em risco iminente a vida do paciente. Ela se desenvolve obedecendo as seguintes etapas.
ANÁLISE SECUNDARIA
Exame da cabeça aos pés (palpar com as mãos para detectar lesões), Pulso e respiração (verificar o realizado
em um minuto).
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1. Primeiros atendimentos – são os seguintes:
DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS – pode ser feita de duas maneiras, a saber: Pela língua – quando a está
vítima inconsciente, a língua retrocede, obstruindo a faringe e impedindo a passagem do ar. Voltando a ca-
beça da vítima para trás e pressionando-se a nuca para cima, a faringe é desobstruída.
PELA PRESENÇA DE CORPOS ESTRANHOS – são comuns certos corpos estranhos obstruírem a passagem de
ar. Nestes casos devemos virar a cabeça da vítima para o lado e efetuarmos a retirada do corpo estranho
através dos dedos em forma de gancho, ou então através do método que chamamos de tapa nas costas,
porém este método necessita certo cuidado, pois, aplicado de forma irregular ou erroneamente, poderá
agravar o estado de saúde da vítima.
O coração é um músculo elástico, e como tal, com uma pressão exercida sobre o osso externo, ele será
comprimido. Cessada tal pressão, retornará a sua posição normal, completando-se assim o ciclo circulatório.
Tal manobra é denominada de Massagem Cardíaca Externa. Para a sua realização, procede-se da seguinte
forma:
Colocar a vítima deitada, na posição de decúbito dorsal (face para cima) e se colocar de joelhos ao
lado da mesma;
Localize com a ponta do dedo, a junção do Apêndice da Xifóide com o Osso Esterno (sobre este local
será exercida a pressão);
Coloque o punho de uma das mãos aberta sobre o local da compressão (cerca de dois a quatro dedos
acima do final de externo) e o punho da outra mão, aberto, em cima da primeira mão.
Comprima o osso esterno cerca de 3 (três) a 5 (cinco) cm para baixo e mantenha-o comprimido por
cerca de meio segundo, e a seguir, retire a mão bruscamente para que o coração possa se encher de sangue
novamente;
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Reaplique a compressão e descompressão num ritmo de uma vez a cada segundo (em média sessenta
vezes por minuto).
Esta técnica, quando aplicada em crianças, deverá ser observado:
Ao comprimir o osso esterno, faça pressão com menos força, e em bebês a força deverá ser exercida
somente com dois dedos.
Ritmo deverá ser aumentado (cerca de oitenta vezes por minuto).
Combinação da respiração artificial boca a boca com a Massagem
CARDÍACA EXTERNA – não adianta fazer a ventilação (respiração artificial boca a boca), se o sangue não estiver
circulando. Também não adianta circular o sangue (massagem cardíaca externa) se não tiver oxigênio.
ESTADO DE CHOQUE
É a acentuada depressão das funções do organismo e a interrupção ou alteração do abastecimento de sangue
ao cérebro, ocasionado geralmente em casos de lesões graves, hemorragias, terror, idade avançada, fra-
queza geral, preocupações, etc.
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Sintomas e sinais do Estado de Choque
Pele pálida, úmida e fria;
Pulso rápido e fraco;
Respiração rápida e superficial;
Sede, tremores;
Agitações;
Transpiração, frio, enjoo e vômitos;
Tontura e perda de consciência;
Devemos analisar os reais sintomas para poder assim aplicar os seguintes procedimentos:
IMPORTANTE – se o Estado de Choque não for tratado de imediato, poderá produzir a morte.
FRATURAS
Fratura é a ruptura parcial ou total de um osso. As causas mais comuns de fraturas são a violência externa,
flexão anormal ou torções resultantes de quedas ou pressões externas e contrações musculares violentas.
As pessoas idosas são mais predispostas às fraturas, devido à falta de fibras colágenas.
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IMPORTANTE – o reconhecimento final de uma fratura será efetuado por um médico, em local especializado,
mediante emprego de aparelho de Raio X. Assim, serão detectadas e determinadas com exatidão a espécie
e situação da fratura e poderá ser prestado o tratamento definitivo.
TRATAMENTO DAS FRATURAS – no caso de ser constatada a fratura, ou a probabilidade da mesma ter ocor-
rido, não devemos deslocar ou arrastar a vítima, a menos que a mesma se encontre em iminente perigo.
Nas fraturas simples ou fechadas fazemos a imobilização do membro fraturado através de talas que deverão
ter comprimento suficiente para ultrapassar, de forma não muita exagerada as juntas. Podem ser emprega-
dos como talas: tábua, estaca, papelão, vareta de metal ou mesmo uma tala inflável que é o meio mais ade-
quado e eficaz para as imobilizações.
Nas fraturas expostas ou abertas devemos primeiramente tratar do ferimento, pois, este tipo de fratura,
geralmente é seguido de uma hemorragia. Devemos colocar uma gaze ou então um lenço limpo sobre o local
do ferimento, ou ainda, usarmos uma bandagem forte e imobilizar o local fraturado.
IMPORTANTE – em ambos os casos, ou seja, na ocorrência e/ou probabilidade de haver ocorrido fratura sim-
ples e fechada ou aberta e exposta, o socorrista jamais deverá tentar colocar o osso fraturado no lugar, pois
poderá causar danos maiores ao acidentado.
FRATURA DA COLUNA – a coluna vertebral é formada por 33 (trinta e três) vértebras e dá ao nosso corpo os
movimentos de flexão, bem como, sustentação de sua parte estrutural. Divide-se em quatro regiões: cervical,
dorsal, lombar e sacro- cóccix.
TRATAMENTO – de maneira geral, o tratamento consiste basicamente em evitar que a vítima tenha sua co-
luna flexionada ou ainda que a cabeça do acidentado seja movimentada (acidente na coluna cervical). Tais
cuidados são necessários para se evitar que a medula se rompa. Devemos, ao prestar o socorro de urgência
a um acidentado na coluna, com fratura ou suspeita de tal, observar os seguintes cuidados:
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HEMORRAGIAS
Podem ser externas e internas, caracterizando-se pelo
rompimento de vasos sanguíneos, com vazamento de
sangue para fora do seu leito habitual que compre-
ende as artérias, veias e vasos capilares. De acordo
com o vaso rompido a hemorragia poderá ser arterial,
venosa ou capilar.
Classificação das hemorragias – podem ser:
“Internas ou externas.”
Interna – aquela que se produz na intimidade dos teci-
dos ou no interior de uma cavidade natural como o tó-
rax e o abdômen. São difíceis de serem reconhecidas,
devido o sangue não fluir para fora do corpo.
Externa – aquela em que o sangue jorra, flui para o ex-
terior e apresenta diagnóstico fácil. Pode-se visualizar
não só o sangue, mas a intensidade e a fonte de onde
procede.
Condutas para conter hemorragias externas:
Expor o ferimento;
Fazer compressão firme com gaze ou um pano
fino e limpo;
Elevar o membro lesionado acima da linha do
coração;
Comprimir pontos arteriais próximos;
Como último recurso usar o torniquete e só o afrouxar no hospital;
No caso de ferimento na cabeça não comprimir com força o local.
QUEIMADURAS
São lesões causadas nos tecidos do organismo por agentes térmicos, elétri-
cos, produtos químicos, etc.
Classificação de acordo com o grau:
Graus Área atingida Característica
1º Epiderme Vermelhidão
2º Derme Formação de bolhas
3º Hipoderme Pele escurecida e ou esbranquiçadas
Queimadura de terceiro grau – neste tipo de queimadura ocorre a morte dos tecidos (necrose), devido à
profundidade da queimadura.
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Em primeiro lugar é necessário esclarecer que os apontamentos feitos neste artigo estão focados
na realidade brasileira, onde as condições de embate policial são sui-gêneris, não se comparando
em nada com qualquer outra nação. Também não é cabível trazer para esse contexto o atendi-
mento realizado em ambiente militar, de guerra, onde as condições impostas ao operadores milita-
res modificariam a forma de atuação e por vezes o resultado buscado.
No contexto policial urbano, a premissa será sempre “sair para trabalhar desejando voltar ao convívio
familiar ao final do dia”. Treinamentos táticos, físicos e psicológicos (quando viáveis) não tem outro
sentido a não ser manter a integridade física do policial apesar de sua inafastável condição de perigo
diário. Neste sentido, não há que se falar de procedimento policial adequado, sem se falar de primei-
ros socorros adequados à situação tática.
Dentre os diversos assuntos que poderíamos tratar, talvez o mais emblemático nesta área seja o
controle de hemorragias. Para simplificar, diremos que temos uma hemorragia toda vez em que te-
mos sangue saindo de um vaso, seja uma artéria ou uma veia, sem controle.
Embora algumas hemorragias não representem dano significativo, não exigindo atenção especial de
um socorrista, para o operador policial toda hemorragia terá o mesmo procedimento, ou forma de
atuação. Algumas hemorragias são de difícil atendimento, ou pela sua localização, ou pelo calibre do
vaso que está vazando, ou pelo difícil diagnóstico, como em algumas hemorragias internas. Estas
merecem um capítulo à parte e dependem de um domínio maior de conhecimento para seu correto
tratamento e reconhecimento.
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Neste artigo vamos começar pelo conceito mais simples e provavelmente o mais importante para os
operadores policiais, que seriam as hemorragias em extremidades. Embora as hemorragias em ex-
tremidades não sejam consideradas as mais complicadas, nem a de maior causa mortis, temos ainda
hoje a impressionante estatística que cerca de 11% das mortes em combate são provocadas por he-
morragias em extremidades não controladas.
Esse número se torna especialmente relevante quando descobrimos que não existe motivo concreto
para que alguém morra por uma hemorragia em extremidade, ao contrário de hemorragias na região
tronco (tórax e abdômen), onde o tratamento se torna difícil e provavelmente somente uma cirurgia
resolverá essa situação. Grandes hemorragias fora do ambiente hospitalar se tornam mortais, mas
se forem em extremidades não deveriam significar mal maior, sendo facilmente tratadas, se dispu-
sermos dos meios e conhecimentos básicos necessários.
O objetivo deste artigo é mostrar que o policial, mesmo sem formação específica na área de saúde,
é plenamente capaz de tratar uma hemorragia em membros superiores ou inferiores e que a morte
de um policial por este tipo de evento deve ser considerada um dano inaceitável.
Para começar, vamos simplificar mais ainda, relacionando o conceito de hemorragia à presença de
sangue visível. Ou seja, não cabe ao operador policial criticar se determinado sangramento é ou não
uma hemorragia, mas sim atuar na presença de sangue. Viu sangue, aja conforme procedimento. Sim-
ples assim!
Na prática, toda vez que o policial detectar a presença de sangue em algum membro, mesmo que
por cima da roupa, ele deverá iniciar as ações do protocolo a seguir. Para isso usaremos um equipa-
mento/material bastante controverso ainda no meio médico: o torniquete. No nosso caso, vamos
nos ater ao torniquete tático, como o mostrado a seguir.
O tempo de tolerância à isquemia nos músculos, ossos e pele, deforma geral, é de 4 a 6 horas (Ame-
rican College of Surgeons –ACS,Committee Trauma:Advanced Trauma Life Support for Doctors: Stu-
dentCourse Manual. 7th ed. Chicago, IL: ACS;2004) e a bibliografia aceita a tese de que um torniquete
aplicado em um membro até duas horas, não representa qualquer dano ao membro, se usado um
equipamento validado e de forma correta. No nosso caso, pretendemos utilizar esse torniquete por
alguns poucos minutos, ou mesmo que pretendêssemos deixa-lo até o ferido chegar ao hospital, isso
não representaria mais do que 30 minutos, considerando as estatísticas de deslocamento médio dos
diversos SAMU estaduais.
Na doutrina PSAP – Primeiros Socorros em Atividade Policial, adotada pela Policia Federal, em situa-
ções de hemorragias em membros decorrentes de confronto armado, ou de outras situações, o pro-
cedimento inicial de uso do torniquete se chama “torniquete de emergência”. O procedimento con-
siste em, assim que verificada a presença de sangue e na primeira oportunidade abrigada, aplicar o
torniquete sobre a roupa, no ponto mais proximal possível (Virilha ou axila) controlando a hemorra-
gia, independentemente da localização do ferimento no membro.
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O objetivo é evitar a perda de sangue, o mais rápido possível, pois uma hemorragia não compensada
(controlada) leva ao choque hipovolêmico, que leva a morte. E o tratamento efetivo de um ferimento
ainda dentro da cena de combate pode comprometer a segurança da equipe.
Quando o torniquete é aplicado, mesmo que não tenhamos a certeza da gravidade do ferimento,
estaremos com certeza garantindo que a partir daquele momento temos apenas uma urgência que
deverá ser tratada assim que possível, permitindo aos policiais a continuidade dos procedimentos
táticos até que a zona de combate esteja melhor resolvida.
Notemos que a presunção é que este torniquete fique aplicado somente pelo tempo necessário para
que a equipe saia daquela situação crítica de confronto (zona quente), sendo possível eliminar a ame-
aça, ou buscar um abrigo eficiente. Este tempo na maioria das vezes é menor do que 15 minutos, não
representando qualquer possibilidade de dano ao tecido humano onde aquele torniquete foi apli-
cado.
Vale ressaltar que em ambiente urbano, este deslocamento entre a cena de conflito e o hospital está
abaixo dos 30 minutos. O simples uso do torniquete tático de forma emergencial, já é em PSAP um
procedimento eficaz de controle hemorrágico em extremidades.
Se possível, em zona abrigada e controlada, o que chamamos de zona morna, ou zona amarela, poli-
cial mais habilitado tecnicamente poderá expor a ferida, cortando a roupa e avaliar a possibilidade
de contensão desta com um curativo compressivo. Este procedimento exige conhecimento e treina-
mento, desde a exposição da ferida até a finalização do curativo.
Neste momento, o policial que realizará o atendimento, já deverá se apresentar com luvas de proce-
dimento, entendendo estar fora de situação de combate, e iniciará uma rotina de confecção do cu-
rativo.
O primeiro passo após a exposição da ferida e realizar a “raspagem” do ferimento, que consiste em
remover o excesso de sujidade e sangue presente na pele, para que haja completa visualização do
ferimento. Esta raspagem pode ser feita com gaze, uma atadura, ou mesmo com a própria gandola
do socorrista na ausência dos primeiros itens.
Após a exposição da ferida, sendo possível realizar um curativo compressivo (alguma feridas muito
extensas dificultam o curativo), o socorrista deverá antes ocluir inteiramente a ferida, projetando
para o interior da mesma, gaze, ou a própria bandagem que usará para o curativo.
O objetivo deste procedimento é criar pressão à luz do ferimento tentado acessar ao máximo o ponto
de sangramento. Somente após isso, ele iniciará “as voltas” do curativo para realização do curativo.
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O curativo compressivo tem o objetivo de criar compressão externa no local do ferimento, proporci-
onando assim um controle por pressão mecânica naquela região. É como se estivéssemos mantendo
a compressão direta sobre o ferimento.
Caso o curativo compressivo esteja eficiente, será possível soltar o torniquete e conduzir o indivíduo
para tratamento hospitalar com o ferimento controlado pelo curativo. Caso não seja possível realizar
o curativo compressivo, por falta de oportunidade, material, ou conhecimento, o ferido pode ser
conduzido com o torniquete tático aplicado.
O importante é o entendimento de que toda esta sequência de procedimentos acima, pode e deve
ser realizada pelo próprio operador policial na cena de combate, respeitadas as condições mínimas
de cena segura e proteção policial. O que se pretende enfatizar aqui é que caso o policial não faça
este procedimento na presença de hemorragias, o ferido somente terá sua perda de sangue sanada
quando possível o atendimento por socorro especializado, o que pode ser muito tarde.
A ideia principal não é o policial assumir a função de socorrista, mas permitir, com o mínimo de con-
dições possível, a sobrevida do ferido até o atendimento especializado e não “sair correndo de qual-
quer forma” ou ficar estagnado diante de uma situação de emergência médica.
O uso adequado de materiais validados e por meio de procedimentos consistentes pode ser a dife-
rença entre vida e morte.
2. TORNIQUETE
INTRODUÇÃO
O Trauma civil e o trauma de combate são diferentes em muitos aspectos, pois as causas de
trauma, o cenário e as pessoas que cuidam da vítima são diferentes. Além disso, o tempo de evacu-
ação é tipicamente muito mais demorado no combate.
A técnica do torniquete consiste numa bandagem constritora colocada proximal na articulação mais
próxima ao tronco de maneira que a hemorragia seja interrompida. Considera-se a auto aplicação
em situações especiais, como área de fogo e assim que estiver sob abrigo pode ser substituído por
curativo compressivo.
HISTÓRICO
Por algum tempo, os torniquetes caíram em desuso devido à preocupação com possíveis complica-
ções, como danos aos nervos e vasos sanguíneos, e até perda da viabilidade do membro, se deixa-
dos por muito tempo. No entanto, provou-se que essas complicações não eram preocupantes
como o imaginado.
Na realidade, dados sobre as guerras do Iraque e Afeganistão mostraram que apesar de haver um
pequeno risco de o membro garroteado ser sacrificado, o mais importante é salvar a vida da vítima.
Dados militares mostram que o uso adequado de torniquetes é capaz de prevenir 7 em cada 100
mortes em combate.
EPIDEMIOLOGIA
As três causas mais comuns de morte evitável no campo de batalha são:
- 6% Traumas de vias aéreas
- 33% Pneumotórax/Hemopneumotórax
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VANTAGENS
O controle de hemorragias externas com o uso do torniquete é de 80% ou maior.
LIMITAÇÕES
O torniquete não pode ser utilizado para ocluir sangramentos no tronco, somente em membros su-
periores e inferiores. Se ocluir apenas o fluxo venoso (mais superficial, que retorna sangue do mem-
bro para o coração), aumentará a
hemorragia da ferida.
DEMONSTRAÇÃO DO PROCEDIMENTO
Um torniquete deve ser aplicado sobre as vestimentas, apertado o suficiente para bloquear o fluxo
arterial (vasos mais profundos, que levam sangue para o membro) e ocluir o pulso distal. Existe uma
relação direta entre a quantidade de pressão necessária para controlar a hemorragia e o tamanho
do membro.
Figura 1. Insira na "raiz" do membro, mais próximo possível da articulação, parte proximal do mem-
bro. Puxe bem a faixa autoadesiva e a prenda firmemente em si mesmo*.
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Figura 2. Libere a haste rígida e torça a mesma até que perceba a interrupção
do sangramento*.
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Figura 5. Posicione uma haste rígida sobre o primeiro nó, e faça dois ou mais nós sobre a haste*.
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Figura 6. Gire a haste rígida, torcendo a mesma até que o fluxo sanguíneo distal seja interrompido*.
Figura 7. Finaliza prendendo a haste, enrolando a atadura a realizando sucessivos nós até que a
haste esteja fixa*.n Após fixação da haste, escreva a hora em que foi realizado o torniquete.
3. CURATIVO DE 3 PONTAS
INTRODUÇÃO
O trauma torácico constitui um grupo lesões de alta incidência e elevada morbimortalidade. No en-
tanto, se caracterizam por quadros que requerem medidas emergenciais relativamente simples para
sua resolução, como curativo valvulado (curativo de 3 pontas), drenagem torácica, analgesia e su-
porte ventilatório.
A abordagem dos traumas torácicos era bastante limitada até o início do século XX, enquanto vários
avanços já eram descritos em abordagens a outras regiões do corpo. No entanto, os primeiros relatos
científicos de estudo do trauma torácico constam nos Papiros de Edwin Smith, sendo atribuídos ao
médico egípcio Imhotep, e datam do período de 3.000 a 2.500 a.C.. Este documento é o relato cien-
tífico mais antigo que se conhece, sobre abordagens ao trauma, e configura um dos mais antigos
documentos médicos da história .
Após a Segunda Guerra Mundial, surge o conceito de “Estratégia de Controle de Danos” nas aborda-
gens cirúrgicas aos pacientes graves, vítimas de trauma. O termo “controle de danos” tem origem na
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marinha norte-americana e refere-se a capacidade dos navios não só de combater, como também
absorver impacto e manter sua integridade, através de reparos emergenciais, ao longo do missão.
EPIDEMIOLOGIA
O traumatismo configura a causa mais comum de óbito na população economicamente ativa, sendo
o trauma torácico responsável por 25% de todos os óbitos por trauma. A taxa de mortalidade dos
paciente com lesão isolada no tórax varia de 4 a 8%, esse valor aumenta para 10 a 25% quando aco-
mete outros órgãos, elevando-se para 35% quando envolve múltiplos sistemas orgânicos.
Embora o trauma torácico seja uma das principais causas de mortalidade, 85% dos pacientes teriam
tratamento efetivo com suporte ventilatório, analgesia e drenagem pleural. Apenas 10% dos traumas
torácicos fechados, e em 15 a 30% dos penetrantes, necessitam de uma abordagem cirúrgica. Sendo
assim, a maioria dos óbitos poderia ser evitada com a diagnóstico imediato e medidas relativamente
simples de tratamento.
ANATOMIA E FISIOLOGIA
O tórax é a porção superior do tronco, situado entre a região cervical e o abdome. Se apresenta como
uma caixa músculo-esquelética constituídas por 12 vértebras e costelas que se conectam ao osso
esterno através de cartilagens costais. É responsável pela proteção de órgãos vitais ao qual recobre,
como o coração, grandes vasos, pulmões, brônquios e esôfago, e se estende para órgãos abdominais
como estômago e fígado.
É fundamental para que os movimentos respiratórios sejam efetuados mediante ação do músculo
diafragma, localizado na porção mais inferior do tórax, pela utilização de músculos acessórios e pela
presença de pleuras. As pleuras representam duas membranas denominadas pleura parietal e visce-
ral, que estão em contato íntimo com a parede interna do tórax e com o pulmão, respectivamente.
Elas mantêm uma pressão negativa no interior do tórax que permite a expansão dos pulmões durante
a inspiração; qualquer lesão que perfure o tórax e as pleuras (p.ex.: Pneumotórax) podem ser res-
ponsáveis pela anulação dessa pressão negativa, impossibilitando a respiração.
A respiração representa a troca de gases entre a atmosfera, o sangue e as células do corpo e se divide
didaticamente em três etapas: Ventilação pulmonar (Processo que consiste nos movimentos de ins-
piração e expiração de ar, culminando na troca de ar entre a atmosfera e os espaços aéreos dos
pulmões); Respiração (pulmonar) externa. (Consiste na troca 20 gasosa entre os espaços aéreos dos
pulmões e o sangue nos capilares pulmonares); e a respiração (tecidual) interna (Refere-se a troca
gasosa entre o sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais).
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PNEUMOTÓRAX
As lesões torácicas podem ser classificadas em abertas (penetrantes) ou fechadas (não penetrantes),
diferindo entre si pela comunicação ou não da cavidade torácica com o meio externo. De maneira
geral, as lesões traumáticas de tórax podem culminar em pneumotórax aberto ou fechado, hemotó-
rax, contusão pulmonar, lesões da árvoretraqueobrônquica, contusão cardíaca e ruptura traumática
de aorta, diafragma ou esôfago.
O pneumotórax é definido pela presença de ar na cavidade pleural, que é delimitada pelas pleuras
parietal e visceral. É decorrente de traumas no tórax, comumente por lesões perfurantes com arma
branca ou arma de fogo, podendo afetar um ou ambos pulmões. Sua presença pode impossibilitar a
expansibilidade dos pulmões ou o colapso destes (atelectasia), provocando dificuldade para respirar
(dispnéia) e insuficiência respiratória aguda. Tal quadro pode evoluir para uma condição potencial-
mente fatal, denominada pneumotórax hipertensivo, onde o mecanismo de “válvula unidirecional”,
criado pela lesão na parede torácica, provoca colapso total do pulmão por compressão e desvio do
mediastino para o lado oposto, diminuído o retorno venoso e, consequentemente, o débito cardíaco.
A técnica do Curativo de três pontas oferece diversas vantagens se comparada a outros tipos de
procedimentos pré hospitalares. Detém uma fácil execução, necessidade de poucos materiais/custos
e ainda impede a ocorrência de graves consequências para o paciente. Embora tenha seus benefícios
o curativo também apresenta algumas limitações que impedem sua execução corretamente. Os prin-
cipais fatores limitantes iniciam-se pela segurança da cena onde se encontra o paciente, o tempo que
muitas vezes supera os sessenta minutos necessários para o beneficio do curativo, carência de ma-
teriais e técnica incorreta.
DEMONSTRAÇÃO DO PROCEDIMENTO
O curativo de 3 pontas ou curativo valvulado consiste na criação de um sistema de válvula unidireci-
onal para passagem de ar: O ar atmosférico é impedido de entrar pelo orifício da lesão, no momento
da inspiração (quando se cria uma pressão negativa no interior da cavidade torácica, menor que a
pressão atmosférica, favorecendo a entrada de ar). O ar que esta dentro da cavidade torácica, no
espaço pleural, é forçado a sair pela lesão e permitido pela borda livre do curativo, no momento da
expiração.
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Figura 1: Realize a limpeza da lesão, para remoção de secreções e sujidades que possam dificultar a
aderência da fita adesiva. Pode-se optar pelo uso de álcool ou éter, para remover oleosidade da pele.*
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Figura 2: Posicione o material impermeável sobre a lesão com tensão suficiente para colabar du-
rante a inspiração e, ao mesmo tempo, permitir a saída de ar durante a expiração (recomenda-se
que o peso da própria mão sobre material impermeável seja suficiente para tensão adequada).
Figura 3: Inicie a colagem das fitas adesivas nas bordas do material impermeável, lembrando de co-
brir toda a extremidade do material e observando a vedação efetiva.*
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Figura 4: Finalize colocando a terceira fita adesiva, vedando a terceira extremidade do material im-
permeável. Lembre-se sempre de deixar uma extremidade livre (indicada com o dedo), tomando cui-
dado para a mesma estar posicionada
OBSERVAÇÃO:
Demonstrado aqui sem luvas e demais equipamentos de proteção individual para garantir melhor
contraste e visualização dos materiais. O curativo deve ser realizado com equipamentos de proteção
individual.
4. CURATIVO COMPRESSIVO
Ao contrário do que se imagina; os curativos compressivos não é uma invenção do mundo moderno.
Há achados datados da pré-história de uma “pasta medicamentosa” denominada de cataplasma ou
emplasto, formada a partir da combinação de diferentes raízes, folhas, argila, que, quando aplicados
sobre o ferimento, ajudava no processo de cicatrização e no combate de infecções.
Posteriormente, os precursores dos curativos adesivos, descritos no Papiro de Edwins Smith, eram
elaborados a partir de goma e linho. Com o passar dos anos, a técnica foi sendo cada vez mais elabo-
rada. Já no século XXVIII, com o advento da revolução industrial e o desenvolvimento das indústrias
têxteis, os curativos passaram a ser embasados em trapos, estopas, e tecidos. Desde então, o avanço
tecnológico e científico permitiram que curativos se tornassem a base para o atendimento pré-hos-
pitalar e hospitalar, nos mais altos níveis de segurança.
Com uma classificação bem simplista, há dois tipos de ferimentos: os fechados, que incluem hema-
tomas, equimoses, contusões; e os abertos, que rompem com a integridade da pele e são sub classi-
ficados em cortantes, contusos, perfurantes. É nos abertos que os curativos compressivos são apli-
cados, independente da causa base, seja por um ferimento por arma branca, seja por arma de fogo.
O objetivo fundamental dos curativos compressivos é aplicar uma bandagem sobre a ferida, com uma
pressão adequada para controlar a hemorragia (sangramento) de um vaso sanguíneo. É importante
ressaltar que o curativo não vai estancar totalmente a hemorragia, porém vai reduzir drasticamente
a perde de sangue, e com isso estabilizar a vida do paciente.
Além disso, vai diminuir os riscos de infecções, por funcionar como um anteparo entre o meio externo
e a ferida; e por aproximar as bordas da mesma. Toda essa aplicabilidade reduz as chances de com-
plicações para o paciente (infecções; choque hipovolêmico), bem como diminuição dos custos econô-
micos envolvidos.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
Pensando em uma área de confronto, parte-se do pressuposto que envolva o menor número de pes-
soas no atendimento à vítima, visto que o confronto continua em andamento. Baseado nessa pre-
missa, a indústria terapêutica desenvolveu bandagens israelenses, curativos compressivos autoapli-
cáveis e de fácil manuseio. Por outro lado, sabemos que em nem todos os confrontos haverá material
de ponta pra o atendimento pré-hospitalar, cabendo aos socorristas/combatentes improvisar com
materiais de fácil acesso e que apresentam eficiência semelhante. As limitações desse último método
englobam necessidades de duas pessoas ou mais envolvidas no atendimento; e imprecisão na força
aplicada sobre o curativo mantida por tempo adequado até que se consiga o atendimento hospitalar
adequado.
O princípio básico dos curativos compressivos envolve limpeza da ferida com soro fisiológico ou, na
sua falta, com água corrente; revestimento da ferida com gazes ou materiais de absorção; compres-
são adequada pra reduzir/estancar a hemorragia.
DEMONSTRAÇÃO DO PROCEDIMENTO
O curativo compressivo consiste em uma técnica que exerce pressão dentro da lesão, a fim de pro-
mover compressão sobre um vaso sanguíneo danificado, controlando hemorragia.
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Figura 1. Dobre a gaze no menor tamanho possível que cubra a lesão e aplique
sobre a lesão, mantendo pressionado*.
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Figura 5. Passe a bandagem pela presilha e comece a enrolar no sentido inverso às voltas dadas ini-
cialmente, exercendo pressão suficiente para pressionar o ferimento*.
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CAPITULO VIII
BASES, POSIÇÕES E FUNDAMENTOS DO TIRO
Quase todos os atiradores foram primeiramente apresentados ao tiro recreativo, depois ao esporte
e depois às técnicas de defesa. Já outros, começando pelas técnicas de defesa e outros ainda come-
çando pelo esporte, mas acredito, com base em experiência pessoal, que a maioria segue a ordem
que me é mais comum: recreação, esporte e defesa.
Cabe aqui uma importante desambiguação: as regras de segurança, assim como a obrigatoriedade
da utilização dos equipamentos de proteção individual, NÃO integram os fundamentos do tiro espor-
tivo e com eles não devem ser confundidos. Isso porque as regras de segurança devem ser passadas
ao atirador antes mesmo de ele tocar nas armas para iniciar os disparos, enquanto os fundamentos
do tiro são as técnicas a serem observadas durante a prática, para maximizar a eficiência e a precisão
dos disparos.
Embora não seja correto falar em fundamentos mais ou menos importantes (afinal todos são funda-
mentais), é bem certo afirmar que a respiração e o controle de gatilho, quando mal treinados, são as
principais causas de obtenção de pobres resultados na prática do tiro.
Importante ter a noção de que os 5 (cinco) fundamentos são apresentados na mesma ordem que o
atirador vai seguir na pista de tiro: primeiro ele se posiciona, depois empunha a arma, para depois
fazer a visada, feita a visada, volta sua atenção à respiração e, finalmente, deve se concentrar ao
máximo no controle do gatilho, pois este é o momento em que pode desperdiçar todo o seu esforço.
Vamos abordá-los um a um:
1) POSICIONAMENTO:
Tudo começa por aqui, pois antes de empunhar a arma, o atirador chega à linha de tiro e se posiciona
diante do alvo.
Existem diversos posicionamentos de tiro, que também podem ser chamados de posturas de tiro.
Vou me deter apenas em dois deles, os mais comuns no mundo todo para as armas curtas.
Para posicionamentos de tiro com armas longas, recomenda-se leitura especifica por modalidade.
Os dois posicionamentos, ou posturas, mais comuns para armas curtas são: Waever e Isósceles.
1.1 WEAVER: posição ou postura de tiro desenvolvida pelo Xerife Jack Weaver, de Los Angeles, Cali-
fórnia, EUA, no final da década de 1950, para competições de estilo livre com armas curtas. Esta
técnica possui dois componentes básicos.
[A] Como primeiro componente, destaca-se que é uma técnica de duas mãos, para buscar mais esta-
bilidade com a arma curta, pois neste equipamento não há apoio para o ombro. A mão que efetua o
disparo é usada para segurar a arma, enquanto a outra mão envolve a primeira. O cotovelo do braço
que faz o disparo fica ligeiramente dobrado, quase esticado, enquanto o cotovelo do braço de su-
porte fica um pouco mais dobrado. O atirador deve empurrar para frente a mão que fará o disparo,
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enquanto puxa para trás a mão de suporte, exercendo o que é chamado de “tensão isométrica” sobre
a arma. O objetivo da tensão isométrica é o de diminuir o tempo de recuperação da visada do atira-
dor, possibilitando sequencias mais rápidas de disparos.
[B] O segundo componente é o posicionamento dos pés do atirador, em postura quadrangular, com
o pé correspondente à mão de suporte um pouco mais à frente do pé correspondente à mão que
efetua o disparo. O pé correspondente à mão que efetua o disparo, além de estar um pouco mais
para trás, também deve estar um pouco virado para fora, fazendo um ângulo de aproximadamente
45 (quarenta e cinco) graus com a linha de visada do atirador. O tronco do atirador deve estar ligei-
ramente angulado, com o ombro correspondente à mão que faz o disparo um pouco mais para trás,
em relação ao ombro correspondente à mão de suporte. Para buscar a estabilidade da base, os joe-
lhos do atirador devem estar ligeiramente flexionados e o tronco um pouco inclinado para frente,
como se o atirador estivesse esperando ser empurrado para trás.
Posicionamento (ou postura) do tipo Weaver. Note que nenhum dos braços fica totalmente esticado,
os pés não ficam paralelos, o ombro da mão de suporte fica mais para frente do que o ombro da mão
dominante. A posição busca a estabilidade na estrutura muscular do atirador.
1.2 ISÓSCELES: posição ou postura de tiro que se tornou popular a partir da década de 1980,
quando os atiradores Brian Enos e Rob Leatham começaram a utilizá-la, com muito êxito, nas pro-
vas de IPSC, modalidade de tiro prático.
Assim como a Weaver, a Isósceles é uma postura que segura a arma curta com as duas mãos, para
melhor estabilizá-la. A mão que efetua o disparo segura a arma, enquanto a mão de suporte envolve
a primeira. Os dois braços ficam completamente esticados, com os cotovelos travados nesta posição.
Vista por cima, esta posição faz o desenho de triangulo isósceles, composto pelos dois braços do
atirador, de igual tamanho, ambos formando os dois catetos maiores, com o cateto menor do triân-
gulo formado pelo tórax do atirador.
A pressão exercida pelas mãos do atirador não é uniforme: a mão de suporte deve ser responsável
por aproximadamente 70% (setenta por cento) da força de estabilização da arma. Resta para a mão
que efetua o disparo apenas 30% (trinta por cento) da força de estabilização da arma.
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A postura Isósceles busca sua estabilidade na estrutura óssea do atirador, ao contrário da Weaver,
que busca estabilidade na estrutura muscular.
Os pés ficam posicionados paralelamente, ambos apontados para frente, com os joelhos levemente
flexionados e com o tronco um pouco inclinado para frente, como se o atirador estivesse esperando
um empurrão para trás.
Quase todas as posturas existentes, com exceção das posturas que seguram a arma curta com apenas
uma das mãos, são variações ou modificações dessas duas posturas básicas.
O atirador deve experimentar ambos os posicionamentos e decidir qual deles se adequa melhor às
suas necessidades, assim como à postura natural de seu corpo.
Posicionamento (ou postura) do tipo Isósceles. Note que os braços e o tórax do atirador formam o
desenho dos catetos de um triângulo isósceles. A posição busca a estabilidade na estrutura óssea do
atirador.
2) EMPUNHADURA:
Estou falando de armas curtas, empunhadas com as duas mãos, portanto fico restrito às duas empu-
nhaduras utilizadas: uma para os revólveres e outra para as pistolas. Sim, elas são diferentes e a
utilização da empunhadura inadequada para a arma é capaz de arruinar o resultado dos tiros, po-
dendo até lesionar o atirador.
2.1 REVÓLVER: o revólver deve ser empunhado com a mão dominante, com o dedo fora do gatilho,
depois disso, a mão dominante deve ser envolvida pela mão de suporte, buscando-se preencher os
espaços vazios que “sobraram” na empunhadura da arma. O polegar da não dominante deve ficar
flexionado, quase apontado para o chão, com o polegar da mão de suporte posicionado sobre o po-
legar da mão dominante.
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Empunhadura de duas mãos correta para o revólver. Note os polegares cruzados, com o polegar da
mão dominante flexionado, quase perpendicular ao chão, enquanto o polegar da mão de suporte
repousa, também flexionado, sobre o polegar da mão dominante.
2.2 PISTOLA: deve ser empunhada com a mão dominante, com dedo fora do gatilho, depois disso a
mão de suporte deve envolver a mão dominante, buscando o preenchimento dos espaços que “so-
braram” na empunhadura da arma. O polegar da mão dominante deve ficar esticado, apontado para
frente, em direção ao alvo, podendo também ser descansado sobre a trava de polegar da arma (se a
arma tiver essa trava, como a 1911), ou sobre o apoio que algumas pistolas possuem para o polegar.
A mão de suporte deve ficar torcida para baixo, com o polegar igualmente apontado para o alvo. A
pistola corretamente empunhada apresenta os dois polegares sobrepostos, ambos apontados para
o alvo.
Empunhadura de duas mãos correta para pistola. Note os polegares esticados de forma sobreposta,
ambos apontados para o alvo, com o polegar da mão dominante repousando sobre o polegar da mão
de suporte.
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VISADA:
Em primeiro lugar devo deixar claro que o atirador precisa buscar atirar sempre com os dois olhos
abertos, optando por fechar um deles em último caso, se realmente não puder obter uma imagem
razoável com ambos abertos. O ser humano possui visão binocular, com ambos os olhos voltados
para frente, dispostos desta forma para capacitá-lo à percepção de profundidade. Atirar sem a per-
cepção de profundidade é perfeitamente possível, mas desaconselhável, pois toda a percepção de
tridimensionalidade fica muito prejudicada, podendo até ficar totalmente obliterada.
A visada é uma linha reta que parte dos olhos do atirador, passando pelo aparelho de pontaria da
arma (neste caso, assumo ser a alça e a massa de mira, por ser o aparelho mais comum) e terminando
na parte do alvo que se busca acertar com o projétil.
Destra forma, o atirador fica com três planos de visão sobrepostos à sua frente: o mais próximo, onde
está a alça de mira, o intermediário, onde está a massa de mira, e, finalmente, o mais distante, onde
está o alvo.
Os olhos humanos são capazes de focar em apenas um desses três planos de visão! Então, em qual
deles devo focar minha visão em busca de um disparo acurado? A resposta é: na massa de mira!
A visada corretamente efetuada deve mostrar a alça de mira fora de foco, a massa de mira perfeita-
mente focada e o alvo desfocado.
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A imagem mais à direita mostra a visada correta. Note que apenas a massa de mira está nitidamente
focada pelos olhos do atirador.
RESPIRAÇÃO:
A respiração implica necessariamente na oscilação da postura do atirador, pois os ciclos de inspiração
e expiração provocam grande variação no volume do tórax, fazendo com que a posição dos braços
sofra grande variação em altura.
Por isso, o ideal seria parar de respirar para atirar com mais precisão. Mas isso é impossível, pois com
apenas poucos segundos de respiração presa, a pressão arterial do atirador começa a subir e ele
passa a tremer, perdendo a estabilidade e o ponto de visada.
A respiração não deve parar, mas sua cadência deve ser controlada pelo atirador, diminuindo a fre-
quência e permanecendo um pequeno intervalo de tempo com os pulmões vazios, sem, contudo,
parar de respirar.
Deve-se buscar o disparo neste momento, de pouca oscilação do tórax, quando os pulmões estão
vazios, antes da próxima inspiração. Caso a respiração atrapalhe a estabilidade da postura e da visada,
não atire, em vez disso, respire novamente e tente efetuar o disparo no próximo momento de pouca
oscilação do tórax.
CONTROLE DO GATILHO:
Este é o fundamento mais difícil de dominar, é a técnica mais essencial para o bom disparo e o mo-
mento em que quase todos os atiradores, iniciantes ou experientes, estragam o disparo.
Ao premer do gatilho, inicia-se uma série de movimentos mecânicos, assim como uma série de rea-
ções químicas e/ou físicas, que devem culminar na expulsão do projétil. Para a percepção humana, o
disparo acontece em um só momento, quando tudo ocorre instantaneamente. Nada poderia estar
mais equivocado! A grande sequência de acontecimentos entre o premer do gatilho e a expulsão do
projétil é tão longa e demorada, que permite a ocorrência da maior parte dos erros capazes de em-
pobrecer o resultado obtido pelo atirador. Não cabe aqui discorrer sobre tudo que acontece nesse
momento, acredite, o texto ficaria muito longo. Em vez disso, vou passar ao fundamento para o bom
acionamento do gatilho, que deve ser treinado exaustivamente, durante toda a vida do atirador:
O dedo do atirador deve tocar o gatilho com a porção compreendida entre a última falange do indi-
cador e o pomo digital do dedo indicador.
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O primeiro desenho mostra como o gatilho deve ser espremido, com a força sendo exercida apenas
para trás. Os demais desenhos, com setas vermelhas, mostram formas erradas de acionamento do
gatilho, o que ocasiona o deslocamento do ponto de impacto para os lados direito ou esquerdo do
ponto visado. Note que o ponto de contato entre o dedo e o gatilho é de fundamental importância:
se o dedo entrar demais, a arma é puxada para o mesmo lado da mão dominante, e, se entrar pouco,
a arma é empurrada para o lado da mão de suporte.
O gatilho deve ser lentamente espremido num movimento gradual e constante para trás, tomando-
se todo o cuidado para jamais exercer forças com componentes diagonais, capazes de puxar ou de
empurrar a arma para os lados.
O atirador não deve comandar o momento do disparo, pois isto gera a antecipação do recuo, deslo-
cando a arma para cima ou para baixo, antes mesmo do projétil sair pela boca do cano. Em vez disso,
o atirador deve ser surpreendido pelo momento do disparo, pois a surpresa evita qualquer reação
antecipada ao recuo, mantendo a arma estável em suas mãos.
O diagrama abaixo demonstra os erros mais comumente cometidos, por falta de controle do gatilho:
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VAMOS RELEMBRAR
Weaver
Muito utilizada, foi criada em 1950 por um xerife
californiano, Jack Weaver. Esta posição de tiro
consiste em posicionar a perna esquerda uns 20 a
30cm à frente, deixando o corpo numa posição
um pouco lateral. Dessa forma, os braços ficam
um pouco flexionados e a mão esquerda, que está
apoiando a arma, faz uma leve pressão contra a
direita, que está com o dedo no gatilho;
Weaver modificada
Ou Chapman
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Isósceles
Leva esse nome por causa do triângulo, nessa posição de tiro, o atirador
fica de frente para o alvo, com as pernas paralelas e levemente dobra-
das e os dois braços esticados. Uma das mãos apenas apoia a arma, que
é empunhada e disparada pela outra.
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Punch-Ayoob
O atirador deve manter a perna direita mais a frente do corpo, meio flexionada
e a esquerda para trás, com o punho fechado, dobrado contra o peito e o braço
direito, quem empunha a arma permanece estendido enquanto aponta e dis-
para.
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CAPITULO IX
DE ANÁLISE DE TIRO COM ARMAS CURTAS
1.INTRODUÇÃO
O primeiro passo para se obter a melhor precisão no uso de arma curta é entender, antes de mais
nada, alguns itens básicos sobre o tiro. Atingir o “x” da zona do10 no seu alvo é tão fácil quanto
apontar com o dedo para um relógio de parede. Experimente fazer isso: constatou que é muito fácil.
Então, por que razão, num estande de tiro torna-se tão difícil apontar para o alvo? Se você entender
a resposta a essa pergunta irá aprimorar a sua técnica e tornar-se um campeão de fato.
Quando você aponta o seu dedo para o relógio, ele não dá recuo e nem fumaça. Portanto aí reside
o problema. Qualquer ser humano sofre as influências do estampido e do choque (salto) de um tiro
de arma curta. É essa influência que dificulta a sua habilidade em obter a precisão. Antecipar o
disparo com o estampido é o principal fator que causa um desempenho negativo no tiro ao alvo.
Você já notou como é que os atiradores veteranos disparam suas armas. Eles atiram naturalmente
sem maiores esforços. Desprovidos de receios ou de antecipações do subconsciente, eles já desco-
briram o segredo. Você também tem que compreender que o estampido e o choque (salto) da arma
são os fatores que tornam o tiro ao alvo um dos esportes mais antigos e de maior difusão no mundo
inteiro.
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A. ESPALMAR - (ESP)
Os tiros que atingem a parte superior direita do seu alvo, en-
tre 01:00 e 02:00hs, do quadro de análise, mostra que você
está “espalmando” a arma. Esse tipo de antecipação demons-
tra que o atirador está empunhando a arma com força dema-
siada durante o momento do disparo em que aperta o cabo
da arma para dentro da palma da mão. Isso causa a elevação
da massa de mira para cima e para direita.
Esse erro comum pode ser corrigido simplesmente se você
mantiver uma pressão constante ao empunhar a sua arma
durante toda a sequência do seu disparo. Você não pode mo-
dificar alternadamente a pressão de sua empunhadura en-
quanto aguarda ansiosamente o comando de disparo.
Concentre-se no alinhamento das miras e mantenha uma
pressão igual e firme na empunhadura até depois de ter efe-
tuado o disparo. Um bom acompanhamento (follow trough) é muito importante, se quiser evitar
que os seus tiros continuem atingindo esse setor do alvo.
C. ESTRANGULAMENTO
A maioria dos atiradores iniciantes comete o erro de em-
punhar a arma com excesso de força. Um atirador que em-
punha a arma com força de um “torno de bancada” encon-
trará seus tiros todos agrupados no setor entre as 04:00 e
05:00hs. À medida que o disparo é efetuado com uma em-
punhadura “estrangulada”, o cano tenderá a desviar-se
para baixo e para direita.
A solução para esse problema da empunhadura “estrangu-
lada” é muito fácil se você compreender que empunhar
uma arma com demasiada força é totalmente desnecessá-
rio para se obter um bom tiro. A arma deve “repousar”
confortavelmente em sua mão.
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Exerça apenas a pressão de empunhadura suficiente para lhe assegurar o controle da mesma. Re-
tesar os músculos excessivamente, transformando a sua mão num “torno” causará o cansaço pre-
maturo, além de outros fatores que prejudicam a precisão. Uma empunhadura firme, com a ajuda
de todos os dedos, lhe ajudará a obter ótimos resultados. Igualdade de empunhadura e consistência
durante toda a sequência do disparo eliminarão a ausência de precisão causada pela empunhadura
errada.
D. TORÇÃO DO PULSO
Aqui temos outro exemplo de um problema causado pelo
receio do recuo. O atirador descobre que muitos de seus
tiros se concentram no setor das 05:00 às 07:00 hs de seu
quadro. Provavelmente está inclinando a arma para baixo
ou torcendo o pulso no momento do disparo. Isso é cau-
sado pela antecipação do recuo. Em outras palavras, o ati-
rador tenta conter o recuo ou tenta diminuir ou compensar
o recuo da arma, inclinando-a para baixo.
Neste caso, a chave do problema é obter um “follow
trough” correto. Acompanhar o tiro (follow trough) não se
restringe a manter corretamente a empunhadura, aciona-
mento do gatilho e o enquadramento do alvo durante o dis-
paro, e sim que todos esses fundamentos têm que ser con-
trolados mesmo depois que o disparo tenha sido efetuado
e que a arma já deu o “salto”. O salto é a última experiência na emoção de um disparo... devemos
apreciá-lo com prazer.
E. GATILHADA
O ato de acionar o gatilho para trás de uma forma rápida
demais, é um erro chamado de “gatilhada” e fará com que
os tiros atinjam a parte inferior esquerda do alvo. Quando
aparecem muitos tiros neste setor você pode ter certeza
que você puxou o gatilho para trás muito depressa, de
uma forma brusca, para apressar o disparo.
Quando se consegue um correto alinhamento das miras,
isso não é um sinal de que seu dedo deva acionar o seu
gatilho imediatamente, antes que aconteça algo. Quando
as miras estão alinhadas, seu cérebro deverá comandar
para o dedo indicador uma pressão constante e uniforme
sobre o gatilho.
A maior parte da sua concentração deverá estar focada no
aparelho de pontaria: além disso, o acionamento do gati-
lho é o segundo aspecto mais importante no disparo da arma. Atirar “em seco” poderá lhe dar uma
grande ajuda. Você poderá eliminar o estampido e o salto, concentrando-se totalmente num acio-
namento de gatilho lento e constante.
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F. DEDO DO GATILHO
Os atiradores demonstram uma tendência a subestimar a
importância da correta colocação do dedo sobre a tecla
do gatilho. A maioria dos atiradores introduz demasiada-
mente o dedo do gatilho (indicador) no “guarda mato” da
arma. Isso faz com que os tiros atinjam a parte esquerda
do alvo, ou seja, o setor das 08:00 às 10:00hs do quadro.
G. ANTECIPAÇÃO DO RECUO
Um atirador que, ao mesmo tempo, aciona o gatilho
e aguarda o “salto”, invariavelmente acabará por se
antecipar ao salto. Isso acontece ao se erguer o cano
da arma antes de ocorrer o disparo. O atirador que
demonstra “ajudar” a arma no seu salto verificará
que seus tiros irão atingir a parte superior esquerda
do alvo, ou seja, o setor das 10:00 às 11:00hs do seu
quadro.
Para corrigir esse problema carregue sua arma dei-
xando algumas câmaras vazias. Dispare a arma sem
saber quais as câmaras que estão com cartuchos.
Você se surpreenderá ao perceber que está se ante-
cipando ao salto, quando disparar sobre uma câmara
vazia e constatará a mira subindo para a esquerda.
A chave está no correto follow trough observado.
Efetue o disparo sem perturbar nenhum dos funda-
mentos de precisão. Esqueça-se do “salto”.
Acione o gatilho para trás lentamente e deixe que o disparo lhe surpreenda. Se você estiver ciente
do exato momento em que a arma for disparar estará se antecipando ao “salto”.
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H. SOBRESSALTO
O sobressalto é o sintoma menos compreendido
pelo atirador iniciante. Algumas pessoas sem muito
controle emocional tremem na ocasião do disparo.
Outros atiradores tremem apenas com a cabeça,
mão ou piscam os olhos. Geralmente um disparo
acompanhado do sobressalto jogará o tiro na parte
superior do alvo, ou seja, no setor das 11:00 às
01:00hs do quadro.
O sobressalto é uma tendência nervosa de anteci-
pação, que ocorre quando você aciona o gatilho e o
seu corpo ainda não está preparado para tal. Mais
uma vez, carregando alternadamente as câmaras
de sua arma ou colocando estojos deflagrados em
seu carregador, será mais fácil observar o que está ocorrendo. Quando você realmente puder visu-
alizar o seu sobressalto estará começando a controlá-lo.
Verifique a posição do cano quando escutar o estalido de um disparo inesperado sobre uma câmara
vazio. Vai ver e sentir todo o seu corpo reagir ao que você pensava que iria acontecer se tivesse
realmente ocorrido um disparo. Antes de atirar, tome um gole d’água ou leia algo. Experimente
chegar cedo ao estande de tiro ... fique tranquilo. A ansiedade é o seu maior concorrente. O tiro ao
Alvo é um esporte de precisão e de controle muscular. Os seus músculos não lhe permitirão um tiro
preciso se estiverem todos tensos ou cansados.
Agora que você conhece o significado de cada setor do seu quadro, já está em condições de passar
à prática. Leve o quadro de análise para o estande de tiro. Talvez prefira cola-lo ao lado da sua
maleta de tiro onde transporta a sua arma. Examine-o e estude-o antes de iniciar o treinamento.
Basta o simples conhecimento do significado do quadro para que você possa aprimorar a sua perícia
no Tiro.
Comece a efetuar séries de cinco disparos sobre o seu alvo. Compare os resultados com o quadro
de análise. Veja quais são os seus erros e efetue as correções necessárias. Se os seus tiros estão
espalhados sobre toda a superfície do alvo é sinal de que você precisa de maior treino, até que
obtenha um grupamento mais fechado. Quando conseguir isso, desloque esse agrupamento para
dentro da parte preta do alvo, consultando o quadro de análise e concentrando-se naquilo que não
deve fazer. Seguindo passo-a-passo as instruções acima, corrigindo individualmente cada segmento
do quadro, você estará em condições de disparar com a mesma facilidade com que aponta o seu
dedo para um relógio de parede.
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CAPITULO X
SUGESTÃO DE COMANDOS DE TIRO AO INSTRUTOR
UNIDADE 01 – TIRO EM VISÃO PRIMARIA (TVP/
AD/AS) – REVÓLVER POSIÇÃO 3
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E 04 NO OUTRO
Enumerar os alvos MUNICIAR!
Carregar, alimentar e aguardar na posição 3
ATENÇÃO A LINHA,
ENUMERAR! ATENÇÃO A LINHA,
Inspeção de armas COM O CARREGADOR DE 02 CARTUCHOS
CARREGAR E FICAR PRONTO!
ATENÇÃO A LINHA, Tiro rápido com a mão fraca
POSIÇÃO INICIAL
INSPEÇÃO ATENÇÃO A LINHA,
POSIÇÃO! TIRO RAPIDO, COM A MÃO FRACA, COM TROCA
Municiar os dois carregadores DECARREGADORES,
QUATRO ACIONAMENTOS POR COMANDO
ATENÇÃO A LINHA, ATENÇÃO
COM 02 CARTUCHOS EM UM CARREGADOR FOGO!
E 04 NO OUTRO Coldrear
MUNICIAR!
Carregar, alimentar e aguardar na posição 3 ATENÇÃO A LINHA,
COLDREAR!
ATENÇÃO A LINHA, Recolher os carregadores do chão
COM O CARREGADOR DE 02 CARTUCHOS
CARREGAR E FICAR PRONTO! ATENÇAO A LINHA,
Tiro rápido com a mão forte PEGAR CARREGADORES
NOTA: Repetir 3 x municiando com 4 cartuchos
ATENÇÃO A LINHA, Municiar carregador vazio
TIRO RAPIDO, COM A MÃO FORTE, COM TROCA
DECARREGADORES, ATENÇÃO A LINHA
QUATRO ACIONAMENTOS POR COMANDO COM 02 CARTUCHOS
ATENÇÃO MUNICIAR!
FOGO! Inspeção final de armas
Coldrear
ATENÇÃO A LINHA,
ATENÇÃO A LINHA, INSPEÇÃO FINAL
COLDREAR! POSIÇÃO!
Recolher os carregadores do chão
UNIDADE 13 PISTOLA/ MOÇAMBIQUE DRILL/ POSI-
ATENÇAO A LINHA, ÇÃO 03 E POSIÇÃO INICIAL
PEGAR CARREGADORES
NOTA: Repetir 3 x municiando com 4 cartuchos Enumerar os alvos
Municiar carregador vazio
ATENÇÃO A LINHA,
ATENÇÃO A LINHA ENUMERAR!
COM 02 CARTUCHOS Inspeção de armas
MUNICIAR!
NOTA: Repetir o exercício com a mão forte. ATENÇÃO A LINHA,
Inspeção de armas POSIÇÃO INICIAL
INSPEÇÃO
ATENÇÃO A LINHA, POSIÇÃO!
INSPEÇÃO Municiar
POSIÇÃO!
Municiar os dois carregadores ATENÇÃO A LINHA,
COM 12 CARTUCHOS
ATENÇÃO A LINHA, MUNICIAR!
COM 02 CARTUCHOS EM UM CARREGADOR Carregar, alimentar e aguardar na posição 3
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O instrutor de tiro deve primar pela busca de uma formação continuada, ou seja, estar constante-
mente se atualizando acerca dos assuntos ligados a doutrinas e técnicas, acompanhar as inovações
tecnológicas dos armamentos e equipamentos disponíveis no mercado, participar sempre que pos-
sível de feiras, seminários, simpósios e visitas a fabricantes. Trocar informações com os demais ins-
trutores de ordem técnica e aplicação de doutrinas, bem como estar atento aos termos técnicos
que norteiam o assunto os quais seguem adiante:
A
ACABAMENTO FOSCO: Método ou processo de proteção semibrilhante ou fosco aplicado nas peças
metálicas de uma arma, para a proteção da mesma.
AÇÃO DUPLA: Mecanismo que faz com que a arma seja disparada sem ser necessário engatilhar o
cão primeiramente.
AÇÃO IMEDIATA: Procedimento técnico de manejo específico de cada arma, ao receber, entregar
ou empregá-la.
AÇÃO SIMPLES: Mecanismo de funcionamento onde o cão deve ser engatilhado antes que o pri-
meiro tiro seja disparado.
AÇÃO: Mecanismo de funcionamento da arma (carregar, disparar, descarregar e carregar nova-
mente).
ACESSÓRIO DE ARMA DE FOGO: artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do de-
sempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto
visual da arma.
ACESSÓRIO EXPLOSIVO: engenho não muito sensível, de elevada energia de ativação, que tem por
finalidade fornecer energia suficiente à continuidade de um trem explosivo e que necessita de um
acessório iniciador para ser ativado.
ACESSÓRIO INICIADOR: engenho muito sensível, de pequena energia de ativação, cuja finalidade é
proporcionar a energia necessária à iniciação de um trem explosivo;
ACESSÓRIO: engenho primário ou secundário que suplementa um artigo principal para possibilitar
ou melhorar o seu emprego;
ACETINADO: Sistema utilizado para acabamento das superfícies metálicas de uma arma, no qual a
mesma é tratada com processo de jateamento de micro esferas de vidro, para a seguir sofrer banho
eletrolítico ou oxidação.
AÇO CARBONO: Liga de aço, com alto teor de carbono em sua composição, cuja principal caracte-
rística é sua alta dureza.
AÇO INOXIDÁVEL: Aço feito com liga de metais, normalmente níquel e molibdênio, que proporcio-
nam grande resistência à ferrugem e à corrosão.
AÇO TEMPERADO: Aço que sofreu o processo de têmpera.
AÇO: Liga de ferro e carbono (teor de carbono variável entre 0,008% e 2,000%) que pode conter,
outros elementos residuais resultantes do processo de fabricação.
ACP: (abrev.) Automatic Colt Pistol; Terminologia utilizada para defi nir a munição utilizada em pis-
tolas semi-automáticas desenvolvidas pela Colt ou que utilizam seu sistema. Exemplo: .45 ACP e .32
ACP.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
AGENTE QUÍMICO DE GUerra: substância em qualquer estado físico (sólido, líquido, gasoso ou esta-
dos físicos intermediários), com propriedades físico-químicas que a torna própria para emprego mi-
litar e que apresenta propriedades químicas causadoras de efeitos, permanentes ou provisórios,
letais ou danosos a seres humanos, animais, vegetais e materiais, bem como provoca efeitos fumí-
genos ou incendiários.
AK: (abrev.) Avtomat Klashnikova ou Automatic Kalashnikov. Metralhadora de origem russa. É a me-
tralhadora mais utilizada a nível mundial.
ALÇA DE MIRa: Parte do sistema de miras que se situa na parte anterior da arma.
ALCANCE MÁXIMO: Distância entre o disparo e a queda do projétil.
ALCANCE ÚTIL: Distância em que um projétil ainda possui eficácia.
ALIMENTAÇÃO: Introdução dos cartuchos na arma através de seu carregador.
ALINHAMENTO: Enquadramento entre alça, massa de mira e o alvo.
ALMA: Face interna do cano de uma arma. Pode ser lisa, quando a superfície em questão é absolu-
tamente polida, como, por exemplo, no caso das espingardas que calçam cartuchos com múltiplos
projéteis de chumbo; ou raiada, quando o interior do cano possui sulcos helicoidais dispostos no
eixo longitudinal, destinados a forçar o projétil a um movimento de rotação.
AMBIDESTRO: Dispositivo de segurança que pode ser acionado tanto por destros como por canho-
tos.
ÂNGULO DE RAIAMENTO: É o ângulo formado pelas raias do cano de uma arma de fogo ou de ar
comprimido, que imprime ao projétil o movimento de rotação, proporcionando-lhe estabilidade em
sua trajetória.
ÂNGULO DE TIRO: Ângulo formado pela linha de tiro e a linha de visada; inclinação que se dá à arma
para o alcance efetivo do tiro.
ANODIZAR: Processo de proteção aplicado em peças constituídas por ligas leves de metais, normal-
mente alumínio. Sua aplicação é feita através de banho eletrolítico e as cores obtidas são ilimitadas.
APARATO: conjunto de equipamentos de emprego militar;
APOSTILA: documento anexo e complementar ao registro (Título de Registro - TR e Certificado de
Registro - CR), e por este validado, no qual estarão registradas de forma clara, precisa e concisa
informações que qualifiquem e quantifiquem o objeto da concessão e alterações impostas ou auto-
rizadas, segundo o estabelecido neste Regulamento;
AR: (abrev.) “Automatic Rifle”. Arma que faz recarga automática depois do disparo.
ÁREA PERIGOSA: local de manejo de Produto Controlado pelo Exército (PCE) no qual são necessários
procedimentos específicos para resguardar a segurança de pessoas e patrimônio.
ARMA BRANCA: artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por peça em lâmina ou
oblonga;
ARMA CONTROLADA: arma que, pelas suas características de efeito físico e psicológico, pode causar
danos altamente nocivos e, por esse motivo, é controlada pelo Exército, por competência outorgada
pela União;
ARMA DE FOGO AUTOMÁTICA: arma em que o carregamento, o disparo e todas as operações de
funcionamento ocorrem continuamente enquanto o gatilho estiver sendo acionado.
278
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
ARMA DE FOGO DE REPETIÇÃO: arma em que a recarga exige a ação mecânica do atirador sobre um
componente para a continuidade do tiro.
ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO: Arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algu-
mas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas
pelo Exército, de acordo com legislação específica.
ARMA DE FOGO OBSOLETA: arma de fogo que não se presta mais ao uso normal, devido a sua mu-
nição e elementos de munição não serem mais fabricados, ou por ser ela própria de fabricação
muito antiga ou de modelo muito antigo e fora de uso; pela sua obsolescência, presta-se mais a ser
considerada relíquia ou a constituir peça de coleção;
ARMA DE FOGO PORTÁTIL: Arma de fogo que pode ser transportada, manejada e operada por uma
só pessoa.
ARMA DE FOGO SEMIAUTOMÁTICA: arma que realiza, automaticamente, todas as operações de fun-
cionamento com exceção do disparo, exigindo, para isso, novo acionamento do gatilho.
ARMA DE FOGO: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases, gerados
pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária a um cano,
que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade
ao projétil.
ARMA DE FOGO: Instrumento que serve para ataque ou defesa que expeli projéteis empregando a
força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara
que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combus-
tão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil.
ARMA DE PORTE: arma de fogo de dimensões e peso reduzidos, que pode ser portada por um indi-
víduo em um coldre e disparada, comodamente, com somente uma das mãos pelo atirador; enqua-
dram-se, nesta definição, pistolas, revólveres e garruchas;
ARMA DE PRESSÃO: Arma cujo princípio de funcionamento implica o emprego de gases comprimidos
para impulsão do projétil, os quais podem estar previamente armazenados em um reservatório ou
ser produzidos por ação de um mecanismo, tal como um êmbolo solidário a uma mola, no momento
do disparo.
ARMA DE REPETIÇÃO: Arma em que o atirador, após a realização de cada disparo, decorrente da sua
ação sobre o gatilho, necessita empregar sua força física sobre um componente do mecanismo
desta para concretizar as operações prévias e necessárias ao disparo seguinte, tornando-a pronta
para realizá-lo. A retirada dos cartuchos descartados também é manual.
ARMA DE USO PERMITIDO: arma cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como a
pessoas jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército;
ARMA DE USO RESTRITO: arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algumas insti-
tuições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo
Exército, de acordo com legislação específica;
ARMA LONGA: Denominação dada às armas de médio e grande porte, onde o Atirador tem que
utilizar ambas as mãos para efetuar a pontaria e o disparo. Utiliza bandoleira para transporte.
ARMA MOCHA: Arma que não possui cão ou sistema de disparo aparente.
ARMA NÃO-PORTÁTIL: arma que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, não pode ser transpor-
tada por um único homem;
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
ARMA PESADA: arma empregada em operações militares em proveito da ação de um grupo de ho-
mens, devido ao seu poderoso efeito destrutivo sobre o alvo e geralmente ao uso de poderosos
meios de lançamento ou de cargas de projeção;
ARMA PORTÁTIL: arma cujo peso e cujas dimensões permitem que seja transportada por um único
homem, mas não conduzida em um coldre, exigindo, em situações normais, ambas as mãos para a
realização eficiente do disparo;
ARMA: Artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a seres vivos e coisas.
ARMAÇÃO: Também chamada de chassis, é a parte da arma onde estão localizados os mecanismos
que a fazer funcionar.
ARMAMENTO LEVE: Arma de calibre até .50 BMG, inclusive.
ARMAMENTO PESADO: Aquelas com calibres superiores ao .50 MG.
ARMAS AUTOMÁTICAS: Com sistema de tiro em que a munição é disparada continuamente en-
quanto o gatilho é pressionado, ao mesmo tempo em que os cartuchos são descartados sem ope-
ração manual (são aquelas que disparam rajadas).
ARMAS SEMI-AUTOMÁTICAS: Com sistema de tiro em que a munição é recarregada automatica-
mente, ainda que seja preciso pressionar o gatilho para se efetuar os disparos subsequentes.
ARMEIRO: Profissional que fabrica ou conserta armas.
ARRASTO: Terminologia utilizada para definir a força causada pela resistência do ar, também cha-
mada de arrasto aerodinâmico, que reduz a velocidade do projétil.
ARTIFÍCIO DE FOGO: dispositivo pirotécnico destinado a provocar, no momento desejado, a explosão
de uma carga;
ARTIFÍCIO PIROTÉCNICO: qualquer artigo, que contenha substâncias explosivas ou uma mistura ex-
plosiva de substâncias, concebido para produzir um efeito calorífico, luminoso, sonoro, gasoso ou
fumígeno, ou uma combinação destes efeitos; devido a reações químicas exotérmicas autossusten-
tadas.
ATIRADOR: Pessoa física praticante do esporte de tiro, devidamente registrado na associação com-
petente, ambas reconhecidas e sujeitas às normas baixadas pelo Exército.
ATO NORMATIVO: ato oficial que tem por finalidade precípua informar, estabelecer regras para a
conduta dos integrantes da Força ou regular o funcionamento dos órgãos do Exército;
AUTOMÁTICA: Tecnicamente o nome comum de todas as armas que carregam e disparam vários
tiros com um único acionamento do gatilho.
B
BACAMARTEIROS: grupo de pessoas que se apresentam em folguedos regionais dando salvas de
tiros com bacamartes em homenagem a santos católicos reverenciados no mês de junho.
BACK UP OU BACKUP GUN: Anglicismo; Arma de apoio, normalmente de pequenas dimensões, dis-
simulada no corpo do usuário; também conhecida por 2ª arma.
BAIONETA: Termo genérico para a arma branca que se adapta na extremidade da arma de fogo,
para o combate de choque. A verdadeira baioneta não tem gume, ferindo somente pela ação da
ponta. Hoje em dia está arma é chamada de sabre pelo exército.
BALA DE FESTIM: Cartucho carregado com pólvora ou outro propelente, mas sem projétil, para gerar
o som e a fumaça do disparo.
280
Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
BALA: Projétil esférico, alongado ou ogival com que se carregam as armas de fogo. Também usado
para indicar o projétil e o cartucho juntos. Termo abandonado pelo exército hoje em dia.
BALÃO PIROTÉCNICO: artefato de papel fino (ou de material assemelhado), colado de maneira que
imite formas variadas, em geral de fabricação caseira, o qual se lança ao ar, normalmente, durante
as festas juninas, e que sobe por força do ar quente produzido em seu interior por buchas amarradas
a uma ou mais bocas de arame;
BALÍSTICA DE EFEITOS: Estudo dos efeitos provocados pelos projéteis no alvo, também conhecida
por terminal ou de ferimento, quando atinge um alvo humano/animal.
BALÍSTICA EXTERIOR: Estudo do movimento do projétil a partir da saída do cano da arma, sob a
influência da força de gravidade e das implicações aerodinâmicas do projétil, o mesmo que “Balística
Externa”.
BALÍSTICA INTERIOR: Estudo do movimento dos projéteis dentro do cano da arma, em decorrência
da ação do propelente utilizado.
BALÍSTICA: Ciência que estuda todos os aspectos físicos relativos aos projéteis após seu disparo.
Divide-se em: Balística Interna, que estuda a ignição da espoleta, a queima do propelente e o des-
locamento do projétil dentro do cano; Balística Externa, que estuda o deslocamento e trajetória do
projétil desde sua saída até seu impacto com o alvo, e Balística Terminal, que estuda os efeitos do
projétil sobre o alvo.
BALOTE RAIADO: Balote que possui um tipo de raiamento em sua área de contato com o cano da
arma, com a finalidade de proporcionar maior estabilidade na trajetória.
BANDOLEIRA: Tira de couro, lona, ou material similar, fixado à arma junto à coronha e parte anterior
do cano ou guarda mão, servindo para o transporte de armas e acessórios, bem como para apoio
no tiro.
BANHO “A BONECA”: Antigo e demorado processo de oxidação, utilizado para criar uma película
protetora e de acabamento sobre as armas de fogo.
BANHO DE NÍQUEL: Processo de banho eletrolítico, onde é aplicada uma fina película de níquel sobre
as peças, para proteção das mesmas.
BARRA DE TRANSFERÊNCIA: Nos modernos revólveres, um dispositivo de segurança em forma de
uma pequena barra, preso ao gatilho, o qual impossibilita o cão de percutir a espoleta do estojo, em
caso de percussão direta sobre o cão, só permitindo a percussão se o gatilho for realmente acio-
nado.
BARRICADO: Protegido por uma barricada.
Bélico: termo usado para referir-se a produto de emprego militar de guerra.
BIGORNA: Peça ou ponto metálico inserido dentro da espoleta ou embutida no alojamento do es-
tojo, contra a qual é comprimida a massa explosiva da espoleta pela percussão da agulha ou cão,
produzindo a detonação.
BLASTER: elemento encarregado de organizar e conectar a distribuição e disposição dos explosivos
e acessórios empregados no desmonte de rochas.
BLINDAGEM BALÍSTICA: artefato projetado para servir de anteparo a um corpo de modo a deter o
movimento ou modificar a trajetória de um projétil contra ele disparado, protegendo-o, impedindo
o projétil de produzir seu efeito desejado;
BLOWBACK OU BLOW BACK: Na tradução direcionada teríamos golpe de volta, sendo um sistema de
operacional à gás em armas de fogo que dispensa o sistema de travamento da culatra. Devido à
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
expansão dos gases da “explosão” do cartucho que se encontra no cano da arma, o ferrolho é im-
pulsionado para trás, a mola recuperadora absorve a energia passada ao ferrolho, provocando a
seguir o retorno do ferrolho para frente, colocando um novo cartucho na câmara. Esse sistema foi
criado para armas que não utilizam altas pressões, como pistolas, submetralhadoras.
BRINELL, ESCALA DE DUREZA: Sistema numérico de cálculo desenvolvido por Johann Brinell para
comparar a dureza relativa dos metais, através da medição da mossa deixada por uma esfera de aço
endurecido, comprimida contra a superfície do metal a ser testado, com uma pressão previamente
conhecida. A dureza Brinell é conhecida pela abreviatura BHN, e, quanto maior for o número obtido,
maior será a dureza do metal.
BURST: Rajada curta de 2 ou 3 tiros.
C
CABO: Empunhadura; Peça de plástico, borracha ou madeira que é utilizada para dar empunhadura
às armas de mão.
CAÇADOR: pessoa física praticante de caça desportiva, devidamente registrada na associação com-
petente, ambas reconhecidas e sujeitas às normas baixadas pelo Exército;
CADÊNCIA DE TIRO: Velocidade ou número de tiros disparados por uma arma em determinado es-
paço de tempo, normalmente 1 minuto.
CALIBRE NOMINAL: É o calibre que serve para designar as munições e armas, e geralmente não cor-
respondem ao calibre real delas.
CALIBRE REAL: É a medida exata do interior do cano de uma arma. Geralmente, apesar de sua fide-
lidade métrica, não dá nome a armas e munições. O calibre real costuma ser expresso em milímetros
ou em frações de polegadas.
CALIBRE: medida do diâmetro interno do cano de uma arma, medido entre os fundos do raiamento;
medida do diâmetro externo de um projétil sem cinta; dimensão usada para definir ou caracterizar
um tipo de munição ou de arma.
CALIBRE: Palavra que deriva do árabe; Medida do diâmetro do projétil entre os fundos do raiamento
do cano de uma arma (diâmetro do projétil) ou o diâmetro medido entre cheios, isto é, medido
diretamente na boca do cano desconsiderando-se a profundidade do raiamento (calibre real). É
utilizada para definir ou caracterizar um tipo de munição ou arma.
CÂMARA: Parte posterior do cano que recebe o cartucho completo.
CANHÃO: armamento bélico que realiza tiro de trajetória tensa e cujo calibre é maior ou igual a vinte
milímetros.
CANO FLUTUANTE: Tipo de cano de arma de fogo que é preso e fixado apenas pela caixa de culatra,
não sofrendo nenhum contato com a coronha da arma.
CARABINA: arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões reduzidas, de cano longo -
embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada;
CARREGADOR: Artefato projetado e produzido especificamente para conter os cartuchos de uma
arma de fogo, apresentar-lhe um novo cartucho após cada disparo e a ela estar solidário em todos
os seus movimentos; pode ser parte integrante da estrutura da arma ou, o que é mais comum, ser
independente, permitindo que seja fixado ou retirado da arma, com facilidade, por ação sobre um
dispositivo de fixação.
CARREGAR: Consiste em colocar o cartucho na câmara em condições de disparo.
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Curso de Instrutor de Armamento e Tiro CTVV-ARSENAL
CARTUCHO: Termo correto para designar o conjunto estojo/ pólvora/projétil /espoleta. Pode ser
utilizado para identificar munição com projéteis‚ únicos ou múltiplos (cartucho de Caça).
CATEGORIA DE CONTROLE: qualifica o produto controlado pelo Exército segundo o conjunto de ati-
vidades a ele vinculadas e sujeitas a controle, dentro do seguinte universo: fabricação, utilização,
importação, exportação, desembaraço alfandegário, tráfego, comércio ou outra atividade que ve-
nha a ser considerada;
CAVIDADE TEMPORÁRIA: Perfuração de diâmetro maior que do projétil, causada pela passagem
deste em alta velocidade no corpo que atinge.
CAVITAÇÃO: Lesão provocada por arma de fogo.
CENTÍMETRO: Unidade de medida do Sistema métrico decimal, correspondente à centésima parte
de um metro, equivalente a .3937 de polegada.
CERTIFICADO DE REGISTRO - CR: Documento hábil que autoriza as pessoas físicas ou jurídicas à uti-
lização industrial, armazenagem, comércio, exportação, importação, transporte, manutenção, recu-
peração e manuseio de produtos controlados pelo Exército.
CHEIO: Denominação dada ao espaço localizado entre duas raias consecutivas.
CHOCKE DO CANO: Estrangulamento do comprimento final do cano. Tem como função fazer com
que as estrias agarrem com firmeza o chumbo antes de este sair do cano.
CHOKE: Mecanismo de redução ou afunilamento acoplado à boca do cano de armas que utilizam
cartuchos carregados com balotes de chumbo, e que controla a dispersão desses balotes quando
ocorre o disparo.
CHOQUE HIDROSTÁTICO: Movimentação grande e brusca dos resíduos líquidos que se encontram
dentro do organismo gerando ondas de choque, causando lesões estendidas além do diâmetro do
projétil (cavitação).
CHUMBAMENTO: Retenção de chumbo no interior do cano, mais precisamente no raiamento, em
virtude de falta ou deficiência na manutenção ou utilização incorreta de munição.
CICLO DE VIDA DO PRODUTO: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a ob-
tenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final.
CLICK: Dispositivo de ajuste de miras reguláveis, geralmente por intermédio de um parafuso, uma
mola e esfera de aço; ruído característico do ajuste de miras reguláveis.
CLIP: Carregador.
COEFICIENTE BALÍSTICO: Fator matemático que revela a tendência que o projétil tem para conservar
a energia ao longo da trajetória. Quanto mais elevado for o valor do coeficiente balístico melhor o
projétil retém a sua velocidade e energia ao longo do voo.
COLDRE: Originalmente, sempre usado no plural coldres. Trata-se de estojos de couro colocados
nos lados da sela de um cavalo, para carregar o par de pistolas ou outro tipo de armas de um cava-
leiro. Posteriormente passou a indicar um estojo de couro ou outro material, preso ao cinto, para
colocação de revólver ou pistola.
COLECIONADOR: pessoa física ou jurídica que coleciona armas, munições, ou viaturas blindadas, de-
vidamente registrado e sujeito a normas baixadas pelo Exército;
COLIMADOR: Aparelho para regulagem de lunetas acopladas em armas de fogo sem que seja preciso
dispará-las.
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DEFLAGRAÇÃO: Nome dado à reação de combustão acelerada do propelente (pólvora) que ocorre
em cartuchos de munição, com aumento local de temperatura, pressão e velocidade de até 400
m/s.
DESIGNAÇÃO: ato pelo qual se atribui competência nas hipóteses previstas neste regulamento a
Organismo de Avaliação da Conformidade - OAC para coordenar o processo de avaliação da confor-
midade e expedir certificados de conformidade.
DESMONTAGEM SIMPLES: Desmontagem de uma arma sem utilização de ferramentas, considerada
de primeiro escalão na designação militar.
DESTRAVAR: Desbloquear o mecanismo de trava da arma.
DETONAÇÃO: é o fenômeno no qual uma onda de choque autossustentada, de alta energia, percorre
o corpo de um explosivo causando sua transformação em produtos mais estáveis com a liberação
de grande quantidade de calor; ou prestação de serviço com utilização de explosivos.
DETONAÇÃO: Fenômeno característico dos chamados altos explosivos que consiste na auto propa-
gação de uma onda de choque através de um corpo explosivo, transformando-o em produtos mais
estáveis, com liberação de grande quantidade de calor e cuja velocidade varia de 1.000 a 8.500 m/s.
DIGNITÁRIO ESTRANGEIRO: pessoa que exerce alto cargo em representações diplomáticas de países
estrangeiros.
DISCIPLINA DE LUZES E RUÍDOS: Cautela que o agente de Segurança Pública deve ter durante incur-
sões, adentramentos furtivos e ações que necessite do efeito surpresa para não se ver denunciado
pelos ruídos e sinais luminosos que venha a provocar.
DUELO METÁLICO: Consiste em uma modalidade de tiro desportivo onde dois atiradores fazem uma
série de 05 (cinco) alvos metálicos (poppers), disputando a velocidade do tiro somado com a preci-
são, de forma que cada um deve derrubar os alvos em ordem, fazendo pelo menos uma recarga, de
forma que o último alvo, ao cair, fique em baixo do alvo adversário, indicando que foi acertado em
menor tempo.
E
EDIFÍCIO HABITADO: designação comum de uma construção de alvenaria, madeira, ou outro mate-
rial, de caráter permanente ou não, que ocupa certo espaço de terreno. É geralmente limitada por
paredes e tetos, e é ocupada como residência ou domicílio;
EJETAR: Lançar o estojo ou o cartucho para fora da arma.
EMPREGO COLETIVO: Uma arma, munição, ou equipamento é de emprego coletivo quando o efeito
esperado de sua utilização eficiente destina-se ao proveito da ação de um grupo.
EMPREGO INDIVIDUAL: Uma arma, munição, ou equipamento é de emprego individual quando o
efeito esperado de sua utilização eficiente destina-se ao proveito da ação de um indivíduo.
ENCARREGADO DE FOGO: o mesmo que bláster;
ENERGIA DO PROJÉTIL: A energia cinética do projétil em sua trajetória; a sua capacidade de executar
trabalho; normalmente medida em libras-pé (foot-pounds) ou quilograma-metro (kgm).
ENGATILHAMENTO: É a operação de se colocar o dispositivo de acionamento de percussão de uma
arma em condições de disparo.
ENGATILHAR: Colocar o cão da arma na posição de ação simples.
EPI: Equipamento de Proteção Individual.
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FIADOR DE ARMA: Acessório de armaria. Cordão de couro, tecido ou outro material que, preso a
arma, passava pela mão do operador, para que a arma não fosse solta acidentalmente.
FIEL: Cordão acoplado ao anel existente no cabo de uma Arma Curta de uso militar (pistola ou re-
volver), preso à platina da farda, para evitar a remoção da arma por terceiros ou por queda aciden-
tal.
FMJ: (abrev.) Full Metal Jacket; Totalmente jaquetado, referindose à jaqueta do projétil.
FOGO CENTRAL: Refere-se aos calibres que possuem sua espoleta inserida no centro do estojo ou
cartucho. É também uma modalidade de Tiro Olímpico.
FOGO CIRCULAR: Cartucho que tem sua espoleta selada ao redor do anel da base do estojo. O per-
cussor, ao bater em qualquer parte do anel, detona a carga da espoleta. Exemplos populares deste
sistema são os calibres: .22 Short; .22 Long.
FOGOS DE ARTIFÍCIO: é um artigo pirotécnico destinado para ser utilizado em entretenimento.
FPS: (abrev.) Feet Per Second ou Pês por segundo. Corresponde à média usada para medir a veloci-
dade de projéteis.
Fuzil: arma de fogo portátil, de cano longo e cuja alma do cano é raiada;
G
GATILHO: Alavanca ou dispositivo de uma arma que, quando acionada pelo dedo do Atirador, aciona
o mecanismo de disparo, liberando o cão ou percussor para o disparo de tiro.
GRAIN: Unidade de peso no sistema norte americano equivalente a 0,0648 de grama, possuindo a
grama 15,43 grains. Existem 7.000 “grains” numa libra.
GRAU DE RESTRIÇÃO: qualifica o grau de controle exercido pelo Exército, segundo as atividades fis-
calizadas;
GRUPO DE PRODUTOS CONTROLADOS: é a classificação secundária referente à distinção dos produ-
tos vinculados a um tipo de PCE.
GUARDA MATO: Proteção metálica ou de plástico, de forma recurva, que envolve o gatilho de armas
portáteis. Os guarda-matos de algumas pistolas modernas têm uma concavidade anterior para per-
mitir um melhor posicionamento da segunda mão no ato do tiro.
GUIA DE TRÁFEGO – GT: Documento que autoriza o tráfego de produtos controlados.
GUIA DE TRÁFEGO – GT: documento que autoriza o tráfego de produtos controlados;
H
H&K: (abrev) Heckler & Koch: Marca alemã de armas, responsáveis pelo fabrico das não menos co-
nhecidas, G3, MP5 e G36 entre muitas outras. Esta marca e considerada por muitos como a melhor.
HOLLOW POINT: Ponta oca. Assim é denominado o projétil que possui em sua extremidade um ori-
fício não passante. Também chamado erroneamente de “Dum Dum”.
HOLLOW Soft Point: Projétil de ponta macia oca.
HOMOLOGAÇÃO: ato pelo qual nas hipóteses e nas formas previstas neste regulamento reconhece-
se os certificados de conformidade.
I
IMPULSOR: Peça no formato de uma pequena haste com unha, fixada ao cão ou ao gatilho, que roda
o tambor do revólver quando este é engatilhado.
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MANUSEIO DE PRODUTO CONTROLADO: trato com produto controlado por pessoa autorizada e com
finalidade específica, como por exemplo, sua utilização, manutenção e armazenamento;
MANUTENÇÃO: É o conjunto de operações destinadas à conservação, reparação e recuperação de
material.
MARTELO DE INÉRCIA: Martelo Inercial; dispositivo em forma de um martelo, utilizado para desati-
var e desmontar munições, possuindo um sistema de fecho em sua base.
MASSA DE MIRA: Parte posterior do aparelho de pontaria de uma arma, normalmente montada
próximo à extremidade anterior do cano da arma.
MATERIAL DE EMPREGO MILITAR: material de emprego bélico, de uso privativo das Forças Armadas;
MEMÓRIA MUSCULAR: É aquela relacionada ao contato direto com o armamento/equipa-
mento/acessório, que podemos chamar de técnica, que é a postura das mãos e do desenvolvimento
motor, é o desenvolvimento do mecanismo necessário para a realização de uma atividade se va-
lendo das armas, equipamentos e acessórios de que dispõe.
MENOS-LETAIS: produtos que causam fortes incômodos em pessoas, com a finalidade de interrom-
per comportamentos agressivos e, em condições normais de utilização, não causam risco de morte,
incluidos os instrumentos de menor potencial ofensivo ou não-letais, nos termos da Lei nº 13.060
de 22 de dezembro de 2014.
METRALHADORA: arma de fogo portátil, que realiza tiro automático;
MINUTERIA ELETRÔNICA: Consiste em um aparelho eletrônico, utilizado no Saque Rápido, que gira
os alvos ao final de um tempo estimado, de maneira que o atirador não possa mais efetuar disparos
naquele alvo.
MINUTO DE ÂNGULO (MOA): Maneira de medir a precisão do grupamento de tiro. É medida angular
correspondente a 1/60 de um grau, o que representa 1.05”, sendo normalmente arredondado para
1 por 100 jardas, o que permite dizer que um grupamento de 3” a 300 jardas tem a precisão de 3
MOA.
MIRA AJUSTÁVEL OU REGULÁVEL: Sistema de mira regulável, que permite a correção na altura, ele-
vação ou em ambos os sentidos.
MIRA LASER: Apontador Laser. Sistema de mira que emite um raio laser sobre o alvo definindo o
local a ser atingido, através de ponto luminoso.
MIRA NOTURNA: Equipamento de visão noturna; conjunto de miras para o tiro noturno, que nor-
malmente utiliza sistema infravermelho.
MIRA TELESCÓPICA: Sistema telescópico de mira ou visada, basicamente composto por uma luneta
e um suporte, devidamente afixado sobre a arma, através do qual se faz a visada e enquadramento
do alvo.
MIRAS FIXAS: Aparelho de pontaria, sem dispositivo para regulagem ou correção de desvio lateral
ou altura.
MODIFIED: Categoria do tiro desportivo, onde as armas podem ser modificadas em sua estrutura,
devendo obedecer a alguns limites. Está entre as categorias Standard e Open.
MOLA REAL: Denominação dada à mola que promove a ação e movimentação do cão de um revólver
ou pistola.
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NIQUELADO: Revestimento de níquel através d e banho eletrolítico. Utilizado em armas para prote-
ção e acabamento.
NRA: (abrev.) National Rifle Association; modalidade de tiro desportivo em que o atirador apura a
sua precisão em diferentes distâncias.
O
OBRÉA: O mesmo que obreia. Pedaço redondo ou quadrado de material adesivo, normalmente pa-
pel, utilizado para fechar os orifícios dos tiros dados no alvo, permitindo nova série de tiros.
OBUSEIRO: armamento pesado, que realiza tanto o tiro de trajetória tensa quanto o de trajetória
curva e dispara granadas de calibres acima de vinte milímetros, com velocidade inicial baixa.
OPEN: Categoria do tiro desportivo, onde as armas podem ser totalmente modificadas em sua es-
trutura para aumentar a velocidade do tiro.
OPERAÇÃO: Modo de funcionamento de determinada arma (por recuo direto, retardado, a gás,
etc.).
ORGANISMO DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE (OAC): organismo que realiza os serviços de avali-
ação da conformidade e emite o certificado de conformidade.
OXIDAÇÃO: Ato ou processo de imergir as peças metálicas da arma num banho fervente de sais
metálicos e água, deixando-as com tonalidade azul, promovendo sobre a superfície uma partícula
para impedir a oxidação.
OXIDAR: Ato de promover uma película protetora, geralmente preta ou azul escura, através de ba-
nho químico.
P
PARA-BALAS: Estrutura existente atrás de um alvo que recebe os impactos dos tiros.
PASSO DO RAIAMENTO: Ângulo de inclinação das raias existente dentro do cano de uma arma, o
qual determina o número de rotações que o projétil irá alcançar.
PASSOS DAS RAIAS: Espaços entre os filetes das raias.
PCE de uso permitido: é o produto controlado cujo acesso e utilização podem ser autorizados para
as pessoas em geral, na forma estabelecida pelo Comando do Exército.
PCE de uso restrito: é o produto controlado que devido as suas particularidades técnicas e/ou táticas
deve ter seu acesso e utilização restringidos na forma estabelecida pelo Comando do Exército.
PÉ: ou Pés no plural é uma medida anglo-americana de comprimento equivalente a 0, 3048 m. Sím-
bolo:’.
PEPPER POPPER: Nome dado ao alvo metálico recortado, de pequenas dimensões, com formatos
variados, mas sempre com uma área redonda maior.
PERCUSSOR: Tem a mesma finalidade do percutor, todavia, é móvel e, embora, independente do
cão, dele é dependente para percutir a espoleta.
PERCUTOR: Componente das armas de fogo que atinge a espoleta em um cartucho detonando-a.
Articula-se com o cão da arma, sendo, portando, usinando junto a este.
PETRECHO: aparelho ou equipamento elaborado para o emprego bélico;
PISTOLA: arma de fogo de porte, geralmente semiautomática, cuja única câmara faz parte do corpo
do cano e cujo carregador, quando em posição fixa, mantém os cartuchos em fila e os apresenta
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sequencialmente para o carregamento inicial e após cada disparo; há pistolas de repetição que não
dispõem de carregador e cujo carregamento é feito manualmente, tiro-a-tiro, pelo atirador;
PISTOLA-METRALHADORA: metralhadora de mão, de dimensões reduzidas, que pode ser utilizada
com apenas uma das mãos, tal como uma pistola;
PISTOL-GRIP: Empunhadura de pistola utilizada em armas longas.
PLASTILINA: Massa para modelar de textura similar ao da argila; diz-se de substância sintética utili-
zada em testes balísticos tendo características similares às dos tecidos humanos.
PLATE: Tipo de alvo metálico, no formato de um prato; gongo.
PODER DE POLÍCIA: Segundo o art. 78 do Código Tributário é a atividade da administração pública
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção
de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de con-
cessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos. Diz-se do poder discricionário atribuído ao agente público de agir
dentro dos limites legais, limitando se o necessário, as liberdades individuais em favor do interesse
maior da coletividade.
POLEGADA: A polegada é uma unidade de comprimento usada no sistema imperial de medidas bri-
tânico. Uma polegada são 2,54 centímetros ou 25,4 milímetros ou ainda 0,0254 metros. Possui
como Símbolo: (”).
PÓLVORA: Material sólido, que ao entrar em combustão (gradual) libera gases. Funciona como pro-
pelente do projétil, uma vez que o estojo é fechado em uma extremidade e o gás tem que escapar
por onde existe menor resistência. Existem dois tipos básicos: Pólvora Negra, hoje praticamente em
desuso e as Pólvoras sem Fumaça, que podem ser de Base Simples, Dupla e Tripla...
POLVORÍMETRO: Dosador regulável de pólvora.
PONTA: Terminologia popular para definir o projétil de arma de fogo.
PONTAS JAQUETADAS: São projéteis de chumbo, envolvidos por uma carapaça de cobre ou alumínio.
Comumente são empregados em armas automáticas e semiautomáticas, devido a sua maior confi-
abilidade no que diz respeito à alimentação. Seu desenho é geralmente ogival, permitindo-lhe uma
boa pene- tração, porém o corte deixado no corpo de um indivíduo por esse tipo de projétil possui
uma baixa carga traumática, já que a ferida possui um canal estreito.
PONTO DE IMPACTO: Local que o projétil atinge quando é disparado.
PORTE DE ARMA: Direito ou licença de um cidadão de possuir uma arma de fogo. Magistrados, mi-
litares, policiais, promotores, procuradores e defensores públicos têm direito garantido a porte de
arma. Profissionais de segurança privada têm direito ao porte em serviço.
POSSE DE ARMA: Ter arma de fogo, legal ou não, ao alcance e disponível para uso. No caso da posse
ilegal de arma, o usuário fica sujeito à prisão.
PRESSÃO DE CÂMARA: Denominação da pressão gerada pela combustão da pólvora, medida geral-
mente em PSI (libras por polegada quadrada).
PRODUCTION: Categoria do tiro desportivo, onde as armas não podem ser modificadas em sua es-
trutura, devendo ser utilizada como veio da fábrica.
PRODUTO DE INTERESSE MILITAR: produto que, mesmo não tendo aplicação militar finalística, apre-
senta características técnicas ou táticas que o torna passível de emprego bélico ou é utilizado no
processo de fabricação de produto com aplicação militar.
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PROJÉTEIS SEMI-ENCAMISADOS: São aqueles em que a jaqueta de cobre (ou alumínio) não chega a
cobrir todo o projétil, deixando sua ponta de chumbo exposta. Podem ser de ponta oca ou de ponta
macia, possuindo maior expansão e maior penetração, respectivamente. São munições comumente
empregadas em revólveres, em especial os de calibre. 357” Magnum, sendo que a de ponta oca é
considerada a mais efetiva para o uso desse calibre.
PROPELENTES OU BAIXOS EXPLOSIVOS: são os que têm por finalidade a produção de um efeito ba-
lístico. Sua transformação é a deflagração e o impulso inicial que exigem a chama (calor). Apresen-
tam como característica importante uma velocidade de transformação que pode ser controlada.
PROTEÇÕES BALÍSTICAS: produto com a finalidade de deter o impacto ou modificar a trajetória de
um projétil contra ele disparado.
PSICOMOTRICIDADE/PSICOMOTOR: É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através
do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao
processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É
sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade,
portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em
função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua lin-
guagem e sua socialização, segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade; essa psicomotrici-
dade vale para a relação individual de cada para com seu instrumento de trabalho: o médico com o
bisturi, o pianista e o piano e o agente de segurança pública com seus armamentos, equipamentos
e acessórios.
PUMP ACTION: Anglicismo; Nome do sistema operacional de armas de repetição no qual o meca-
nismo é operado pelo deslocamento manual da “telha” da arma, que é móvel, e a cada movimento
efetua a carga, ejeção e remuniciamento.
PUNÇÃO: Ferramenta para percutir, furar, sacar pinos ou marcar alguma peça.
Q
QUEBRA-CHAMAS: Dispositivo montado à frente do cano de armas milita- res destinado a reduzir a
chama gerada pelo disparo.
R
RAIAMENTO: Estrias helicoidais existentes no interior do cano de uma arma que fazem com que o
projétil adquira um movimento de rotação necessário para estabilizar-se durante a trajetória.
RAIAS: Sulcos feitos na parte interna (alma) dos canos ou tubos das armas de fogo, geralmente de
forma helicoidal, que têm a finalidade de propiciar o movimento de rotação do projétil, ou granada,
que lhe garante estabilidade na trajetória.
RAJADA: Tiro contínuo, também conhecido como modulo automático.
RAMPA: Acesso (plano inclinado) pelo qual a munição é conduzida à câmara de uma arma automá-
tica ou semiautomática.
RAZÃO SOCIAL: nome usado pelo comerciante ou industrial (pessoa natural ou jurídica) no exercício
das suas atividades;
RECARGA EMERGENCIAL OU OPERACIONAL: ocorre em situações de confronto armado quando as
munições do armamento utilizando findam-se, sendo necessária a inserção de mais munições para
continuar a manutenção de fogo.
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RECARGA TÁTICA: Realizada em ambiente de ocorrência, mas não em confronto, trocam-se os car-
regadores e as munições da primeira carga por um novo carregador ou munições, geralmente abri-
gados e com apoio de cobertura da equipe.
RECARGA: Reconstituição de um cartucho já deflagrado e dilatado. O cartucho é recalibrado, reti-
rado a espoleta, limpo e montado novamente para ser reutilizado.
RECUO: Energia resultante do disparo de um cartucho, que lança a arma para cima e para trás. De-
corre da força de ação e reação da queima da pólvora, onde o projétil é lançado para frente pelo
cano e o estojo lançado para trás, junto com a arma com folgas nas medidas ou indicações prescritas
nos manuais técnicos.
REGIÃO MILITAR DE VINCULAÇÃO: aquela com jurisdição sobre a área onde estão localizadas ou
atuando as pessoas físicas e jurídicas consideradas;
REMINGTON: Unidade de medida de calibre desenvolvida em 1957 pela Empresa bélica Remington
Arms para o calibre .223 também conhecido como calibre 5,56 mm ou 5,56 x 45 mm fabricado para
o fuzil de assalto AR-15 utilizado pelos Estados Unidos na década de 1960. Em 1980 foi adotado pela
OTAN em substituição ao calibre 7 ,62 mm.
REPETIÇÃO: Sistema de alimentação de uma arma no qual o usuário tem que acionar o mecanismo,
após cada tiro, para remuniciar a mesma.
RÉPLICA OU SIMULACRO DE ARMA DE FOGO: para fins do disposto no art. 26 da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003, é um objeto que, visualmente, pode ser confundido com uma arma de fogo,
mas que não possui aptidão para a realização de tiro de qualquer natureza.
RETARDO: Fenômeno que ocorre quando, por defeito na munição, a carga de projeção vem a se
inflamar alguns instantes depois de percutida a espoleta. Ocorre com munições velhas ou mal acon-
dicionadas, e pode representar grande risco de acidente.
RETÉM DO CARREGADOR: Dispositivo que fixa o carregador na armação (chassi) da arma, liberando-
o mediante sua compressão.
REVÓLVER: arma de fogo de porte, de repetição, dotada de um cilindro giratório posicionado atrás
do cano, que serve de carregador, o qual contém perfurações paralelas e equidistantes do seu eixo
e que recebem a munição, servindo de câmara;
RICO’CHETE: Desvio do projétil após colidir com uma superfície sólida ou líquida.
S
S&W: (abrev.) Smith & Wesson (fabricante norte-americano de Armas de Fogo).
SAQUE RÁPIDO: Modalidade de tiro desportivo em que o atirador apura a sua velocidade combinada
com a precisão em diferentes distâncias, utilizando para tal o sistema de minuteria.
SARILHO: Peça utilizada para alojar e guardar armas longas.
SELETOR DE TIROS: Tecla de armas automáticas, geralmente situada na culatra, que permite fazer
tiros seletivos, seja intermitentes ou de rajada, com a alteração da posição da mesma podendo
também efetuar “bursts” rajadas curtas (bursts).
SEMI-AUTOMÁTICO: Mecanismo, pelo qual, numa única movimentação do gatilho, a arma carregada
e engatilhada dispara o tiro, ejeta o estojo deflagrado, insere outro cartucho e rearma o gatilho para
novo disparo. Este mecanismo é movido pelos gases da queima da pólvora, não devendo ser con-
fundido com automático.
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TIRÓDROMO: “Dromo” era o nome dado pelos gregos a terrenos destinados a corridas e a vários
exercícios olímpicos, bem como a certas avenidas em frente de templos. É um elemento grego de
composição de palavras que exprime a ideia de andamento, lugar onde se corre ou se pratica algo;
autódromo, velódromo. Numa interpretação dirigida à prática do tiro, temos que tiródromo é o
espaço ou terreno, destinado ao exercício de tiro.
TR: documento hábil que autoriza a pessoa jurídica à fabricação de produtos controlados pelo Exér-
cito;
TRÁFEGO: conjunto de atos relacionados com o transporte de produtos controlados e compreende
as fases de embarque, trânsito, desembaraço, desembarque e entrega;
TRAJETÓRIA: Após sair do cano o projétil mostra um percurso em arco, no plano vertical. Se este
arco é mais pronunciado ou não, depende da velocidade de saída do projétil e o seu coeficiente
balístico.
TRANCAMENTO: Consiste na obturação completa e perfeita da câmara pela culatra ou ferrolho,
através de ressaltos, no momento do disparo.
TREM EXPLOSIVO: nome dado ao arranjamento dos engenhos energéticos, cujas características de
sensibilidade e potência determinam a sua disposição de maneira crescente com relação à potência
e decrescente com relação à sensibilidade.
UNIDADE PRODUTIVA: elemento constitutivo de uma linha de produção;
USO INDUSTRIAL: quando um produto controlado pelo Exército é empregado em um processo in-
dustrial.
V
VELOCIDADE DE BOCA: Ou velocidade inicial do projétil, medida na boca do cano.
VELOCIDADE DE QUEIMA: Velocidade de queima de determinada quantidade de pólvora.
VELOCIDADE PRÁTICA DE TIRO: É a cadência de tiro executada através do manuseio real da arma,
observando-se inclusive os fundamentos para o tiro.
VELOCIDADE SUBSÔNICA: Velocidade do projétil menor que a barreira do som
VELOCIDADE SUPERSÔNICA: Velocidade maior que a barreira do som.
VELOCIDADE TEÓRICA DE TIRO: É a cadência de tiro da arma, calculada através de fórmulas, que
resultam na sua velocidade de funcionamento, considerando-se a existência de um carregador infi-
nito.
VELOCIDADE TRANSÔNICA: Velocidade do projétil pouco menor ou igual à barreira do som.
VIATURA MILITAR BLINDADA: viatura militar operacional protegida por blindagem; e
VIATURA MILITAR OPERACIONAL DAS FORÇAS ARMADAS: viatura fabricada com características espe-
cíficas para ser utilizada em operação de natureza militar, tática ou logística, de propriedade do
governo, para atendimento a organizações militares;
VIDA ÚTIL: Tempo em que uma peça permanece com perfeito funciona- mento, sem desgastes que
prejudiquem a segurança.
VISTO: declaração, por assinatura ou rubrica de autoridade competente, que atesta que o docu-
mento foi examinado e achado conforme.
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Z
ZERAR A MIRA: Alinhar o sistema de miras.
ZONA DE CHAMUSCAMENTO: Zona de impacto no alvo, decorrente de tiro a curta distância, em que
houve queima de substância pelos resíduos incandescentes da pólvora.
ZONA DE TATUAGEM: Zona do alvo em que ocorrem incrustações dos grãos maiores da pólvora
parcialmente queimados ou não queimados.
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