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PREFÁCIO

Atualmente o nível dos resultados nas competições internacionais tem melhorado tanto,
que no futuro somente será possível elevá-lo através de um amplo desenvolvimento individual do
atirador. Este desenvolvimento deverá abranger seus conhecimentos teóricos e organizar seus
treinamentos sob bases científicas de acordo com modernas teorias de educação física.
Em vista destes fatores o autor tem procurado mostrar as técnicas contemporâneas e táticas
competitivas para ser um bom atirador, dentro das várias disciplinas de tiro e também através das
experiências adquirida durante os anos que passou nos campos de treinamento e educação. O objetivo
do autor é de proporcionar uma prática segura para os atiradores colaborando para o aperfeiçoamento
deste tipo de esporte.
Esta terceira edição, revisada e ampliada, é indicada para atiradores em níveis avançados,
treinadores e instrutores. Ela também pode ser utilizada como livro texto para atiradores da classe
mundial, especialmente para análise de técnicas e táticas de tiro usadas para desenvolverem suas aulas
individuais de tiro.
A primeira seção contém informações sobre Balística Interna e Externa. A segunda
seção, “ A Técnica de Disparo do Projétil ”, é a parte mais importante do livro inteiro. Para a
extensão possível, o autor mostra dentro dos detalhes as posições de tiro, pontaria, controle de
respiração e acionamento do gatilho. Sendo necessário familiarizar o leitor com o funcionamento da
psicologia e processos neutros que ocorrem dentro do corpo do atirador quando a arma dispara um
projétil.
Capítulo 4, “ Aparelho Motor do Ser Humano ”, e Capítulo 5, “ Estática do Corpo
Humano ” incluem informações sobre o aparelho motor do ser humano com conclusões práticas para
o atirador, auxiliando-o na busca e domínio das variações de posições mais confortáveis para ele.
Capítulo 8, “ Pontaria ” contém informações sobre o olho humano e seu funcionamento
durante a pontaria. Este capítulo procura familiarizar o leitor com certas imperfeições do olho,
permitindo-o minimizar os efeitos destas imperfeições sobre a precisão da pontaria.
Além do material ligado diretamente as técnicas de controle da liberação do gatilho,
Capítulo 10, “ Acionando o Gatilho ” contém informações sobre os processos do sistema nervoso
central, excitação, inibição e reações reflexas que ocorrem no corpo humano durante o acionamento do
gatilho e disparo do projétil.
Seção III, “ Técnicas e Táticas de Tiro ” é destinada a solução de problemas referentes a
técnicas e táticas de tiro quando o atirador esta participando de eventos de tiro individual. Ele contém
descrições detalhadas das técnicas e táticas usadas pelos atiradores da classe mundial e procura
esclarecer problemas significativos trabalhando com a taxa de disparo, pausas entre disparos, séries de
disparos e as peculiaridades dos disparos realizados sob condições de tempo desfavoráveis.
Seção IV, “ O Treinamento e a Entrada do Atirador na Competição ,” oferece
conselhos práticos para o atirador competitivo referentes a treinamento técnico, tático, psicológico e
físico. A escolha dirigida através da prevenção de erros pelo atirador durante o processo de treinamento
e desempenho no decorrer da competição está baseada na experiência acumulada dos melhores
atiradores e árbitros da União Soviética.
A seção final do livro é um suplemento contendo uma discussão das características do
projeto dos modelos mais populares de armas, alvos e munições usadas em treinamentos de tiro e
competições.
O extenso material ilustrativo deste livro não só amplifica e esclarece o texto, mas também,
em muitos casos poderá ser matéria de estudos cuidadosos sobre seus próprios méritos.
ÍNDICE
Biografia do Autor Aleksand A. Yur’yev
Biografia do Editor da Tradução em Inglês Gary L. Anderson
Introdução .......................................................................................xvii

SEÇÃO 1 – BALÍSTICA INTERNA E EXTERNA ..................................1


CAPÍTULO 1 – Explosivos ...................................................................3
CAPÍTULO 2 – Balística Interna ..........................................................7

SEÇÃO II – A TÉCNICA DE DISPARO DO PROJÉTIL ......................37


Introdução para Assumir a Posição.
CAPÍTULO 4 – Aparato Motor do Ser Humano ..............................39
Estruturas e Características dos Músculos e Tecidos Nervosos.
Características Básicas do Aparelho Motor e sua Função na sustentação do Corpo
Humano.
CAPÍTULO 5 – Estática do Corpo Humano .....................................61
CAPÍTULO 6 – Posições de Tiro para Rifle ......................................83
A Posição Deitado de Bruços.
A Posição Ajoelhado.
A Posição em Pé.
A Posição Padrão para Tiro com Alvo em Movimento.
CAPÍTULO 7 – Posições de Tiro para Pistola ................................135
A Posição para Tiro Lento com Pistola.
A Posição para Tiro Rápido com Pistola em silhuetas.
A Posição para Prática de Tiro de Combate (Duelo) em Silhuetas.

CAPÍTULO 8 – Pontaria ..................................................................173


O Controle da Pontaria.
O Olho e suas Funções Durante a Pontaria.
Técnicas de Pontaria.
Seleção da Mira.
Técnicas de Pontaria para Alvos em Movimento.
Acessórios Especiais para Pontaria.
Inclinando a Arma de Fogo.
CAPÍTULO 9 – Respiração ..............................................................209
CAPÍTULO 10 – Acionamento do Gatilho ................. ..............215
Condições Básicas para um Bom Acionamento do Gatilho.
Situação Estática e Suas Relações com o Acionamento do Gatilho.
Métodos Empregados para Acionamento do Gatilho.
Psicologia e Fatores Psicológicos Relacionados ao Acionamento do Gatilho.
Controle de Erros Comuns no Acionamento do Gatilho e Formas de Corrigi-los.
A Importância de Ajustar o Próprio Gatilho.
Técnicas para Acionamento de Gatilho e Gatilhos.

SEÇÃO III – TÉCNICAS E TÁTICAS DE TIRO ................................249


CAPÍTULO 11 – Três Posições para Tiro com Rifle ......................251
CAPÍTULO 12 – Jogos com Alvo em Movimento ............................271
CAPÍTULO 13 – Pistola Livre ..........................................................279
CAPÍTULO 14 – Tiro Rápido com Pistola .......................................293
CAPÍTULO 15 – Pistola de Fogo Central e Pistola Esportiva de
Pequeno Calibre ...........................303

SEÇÃO IV – O TREINAMENTO E ENTRADA DO ATIRADOR NA


COMPETIÇÃO ..........................................................307
CAPÍTULO 16 – Treinamento ..........................................................309
Princípios Básicos de Psicologia para o Desenvolvimento da Atividade Motora
Através do Treinamento Atlético.
Treinamento Físico para Atiradores.
Técnicas e Táticas de Treinamento para Atiradores.
Técnicas e Treinamento Especial para Disciplinas Específicas de Tiro.
O Desenvolvimento da Motivação e Vontade de Vencer nos Atiradores através de
um Programa de Treinamento.
INTRODUÇÃO

Uma das razões dos atiradores desfrutarem tanto do nosso esporte esta na vontade de seus líderes e campeões
em compartilhar o conhecimento deles com os outros. Não houve nenhum segredo, nenhuma barreira, e nenhum limite para
a prática de tiro competitivo, assim performances em nosso esporte tiveram avanços inigualados ultimamente. A publicação
em Inglês de Prática de Tiro Competitivo: Técnicas e Treinamentos para Rifle, Pistola, e Jogos de Tiro com Alvo em
Movimento pelo Professor A. A.Yur' yev, é um exemplo especial de compartilhar conhecimentos.
Eu me sinto especialmente honrado por apresentar este livro aos leitores de idioma inglês. O autor de Prática
de Tiro Competitivo, Dr. A. A. Yur' yev’, é uma pessoa que eu tenho uma longa admiração por possuir um conhecimento
inigualável de todas as facetas da técnica do tiro, embora ele fosse uma personalidade que não conheci pessoalmente, exceto
pelo desempenho dos seus estudantes em tiro. Felizmente, seu exame compreensivo e científico das técnicas, táticas e
treinamento de atiradores competitivos de sucesso em rifle, pistola e eventos de jogos de tiro com alvo em movimento esta
agora disponível a atiradores no mundo de língua inglesa, e eles poderão se beneficiar do conhecimento de um dos grandes
professores e estudiosos deste esporte.
A primeira edição deste livro foi originariamente publicada na União soviética em 1957 com o título em
Russo de Sportivnaya Strel' ba iz Vintovki ( Pontaria Competitiva com Rifle e Carabina). O livro do Dr. Yur' yev’, agora
em sua terceira edição, se tornou o texto padrão desde então para ensinamento de rifle , pistola e jogos de tiro com alvo em
movimento dentro da União Soviética e em muitos outros países.
O benefício das publicações do treinamento sistematizado é claramente evidente na qualidade competitiva
dos atiradores de rifle e pistola que atiram na União Soviética onde tiro competitivo desfruta de grande popularidade, com
milhões de participantes. E enquanto os Estados Unidos, a Alemanha, e vários outros países produziram muitos atiradores
da classe mundial, nenhum outro país mesmo que fechado chegou a ter tantos atiradores com níveis de atirar nesta classe.
O privilégio de elaborar esta tradução para o idioma inglês tem sido muito significativa porque a primeira
edição deste livro do Dr. Yur’yev’s foi a primeira informação substancial detalhada tecnicamente que fui capaz de estudar
iniciando a minha carreira de atirador. Ela trouxe- me muitos avanços importantes em meu desenvolvimento como um
atirador.
Quando comecei a ler sobre a prática do tiro competitivo em meados de 1950, a maioria dos ganhadores de
medalhas de ouro e recordistas mundiais que eu tinha conhecimento pertenciam a União Soviética. Quando eu comecei a
minha própria carreira na prática de tiro competitivo em 1958, meu herói neste esporte era o soviético que tinha ganhado
duas medalhas de ouro nas olimpíadas, Anatoli Bogdanov. Nesta época os atiradores soviéticos eram os melhores do mundo.
Em 1958, novos líderes nos Estados Unidos fizeram grandes esforços para o desenvolvimento da prática do
tiro competitivo, tanto que o Coronel Thomas Sharpe, decidiu que os Estados Unidos também deveria se aprofundar e
participar com excelência em competições internacionais de práticas de tiro, e assim surgiu um novo grupo de jovens
atiradores em resposta aquele desafio. Nós éramos atiradores e acreditávamos no sonho de ganhar medalhas de ouro em
Olimpíadas e Campeonatos Mundiais e superar recordes mundiais. Nós confiamos em nós mesmos e nos programas de
treinamento para tornarmos isto possível. Nossa maior desvantagem era o pouco tempo que possuíamos para desenvolver
nossas técnicas e treinamentos para a prática do tiro competitivo.
Após a equipe dos Estados Unidos retornarem do Campeonato Mundial de 1958 realizado em Moscou , todos
nós que acabávamos de chegar aceitamos todos os tipos de comentários, estudamos todas as fotos e procuramos responder
todas as questões que poderiam nos ensinar mais sobre as técnicas utilizadas pelos atiradores soviéticos. No início de 1959,
a primeira edição traduzida do Dr. Yur’yev’s , o chamado “ Livro Russo “, tornou-se disponível. Ele foi o primeiro livro
detalhado e utilizado nos exames de inspeção de todos os aspectos referentes a prática de tiro competitivo com rifles nas
mais variadas posições durante muitas décadas nos Estados Unidos.
O primeiro livro de Yur’yev’s teve um profundo efeito sobre a prática de tiro competitivo com rifle nos
Estados Unidos. Embora nós tivéssemos aprendido muitas novas coisas desde então, o impacto do nosso trabalho ainda pode
ser ouvido no vocabulário clínico da prática de tiro competitivo neste pais. Ele representou o início de muitos dos
ensinamentos existentes nos manuais internacionais referentes a prática de tiro competitivo
editados pela Unidade de Pontaria do Exército dos Estados Unidos. Essa primeira tradução do livro original do Yur’yev’
pode muito bem ter resultado no maior avanço do conhecimento da prática de tiro competitivo que levou aos diversos
lugares deste pais.
Os atiradores dos Estados Unidos desenvolveram-se muito rapidamente. Por volta de 1962 no Campeonato
Mundial de Prática de Tiro Esportivo, nós estávamos começando a atingir o nível dos atiradores soviéticos. Por volta de
1964 nos Jogos Olímpicos de Tóquio, e durante os anos que se seguiram, atiradores dos Estados Unidos foram capazes de
estabelecer uma intensa e amigável rivalidade com os atiradores soviéticos. Atletas de ambas nações foram considerados os
melhores do mundo no Campeonato Mundial e nos Jogos Olímpicos quebrando vários recordes mundiais.
O desenvolvimento soviético para atingir alto grau de perfeição na técnica de atirar foi cientificamente e
cuidadosamente planejada como parte integrante do programa nacional. A estrutura montada pelos seus líderes foi
cuidadosamente definida como parte integrante do esforço nacional não somente para desenvolver excelentes atletas para
competições internacionais, mas também como objetivo ensinar técnicas de tiro competitivo básico para a maior parte dos
cidadãos soviéticos quanto possível. A descoberta de novos conhecimentos na prática do tiro competitivo foi inicialmente
realizada através de uma pesquisa científica. Treinadores e técnicos na prática do tiro competitivo aprenderam a sua
profissão em institutos de cultura física e aplicaram seus estudos na educação física de estudantes e atletas.
O livro do professor Yur’yev’ sistematizou o programa nacional e foi o maior responsável pelo corrente
sucesso dos atiradores soviéticos. Ele analisou detalhadamente as técnicas, treinamentos e táticas para a prática do tiro
competitivo do ponto de vista psicológico e científico, demonstrado aos líderes soviéticos, ao aplicarem os resultados da
pesquisa na medicina dos esportes e no desenvolvimento dos detalhes técnicos na prática esportiva do tiro.
Esta edição é a maior expansão do primeiro livro escrito pelo Dr. Yur’yev’. Ele contém muitos detalhes
adicionais e um cuidadoso estudo do desenvolvimento da evolução das técnicas e posições de tiro. O livro original
compreendia somente a prática de tiro com rifle, entretanto, este compreende a prática de tiro com pistola, bem como prática
de tiro em jogos com alvo em movimento.
O estudo detalhado deste livro referente as técnicas e posições para tiro colaborou para extensas pesquisas na
medicina dos esportes e nas áreas de biomecânica e psicologia. Muitos dos esforços destas pesquisas jamais foram
valorizados no mundo Ocidental. Os conhecimentos adquiridos através destas pesquisas foram muito importantes para a
prática do tiro competitivo porque dentro de uma análise final, o avanço do sucesso, deixa o atirador da classe mundial
sozinho, simplesmente não oferecendo espaço a ele a menos que inicie seus aprendizados com uma base enfatizando as
melhores técnicas e posições para a prática do tiro competitivo. Todos os músculos e todas as partes do corpo humano que
afetam de alguma forma o desempenho do atirador para a prática do tiro competitivo podem ter suas funções mais ou menos
eficientes dependendo do caminho tomado. Este livro oferece os melhores ensinamentos de como as características físicas e
a capacidade do corpo humano podem ser empregadas mais efetivamente na prática do tiro competitivo.
O processo necessário para tornar possível a Prática do Tiro Competitivo a estes leitores tem sido longo e
demorado. O campeão mundial e olímpico John Writer recebeu do autor uma cópia do livro durante uma viagem de
treinamento pela União Soviética. William Rigby membro da equipe nacional dos Estados Unidos e o Major Edward J. Land
Jr. pertencente a Corporação da Marinha, representaram instrumentos importantes para que a tradução inicial pudesse ser
concluída. Uma subsequente e importante revisão da tradução elaborada pela Empresa Divulgadora de Livros( atualmente
denominada V. H. Winston & Sons ), facilitou a aquisição dos direitos para a publicação na linguagem inglesa. O
trabalhoso processo para editoração da tradução que na maioria das vezes se rendia literalmente ao texto original, e que
poderia ser incorporado ao vocabulário dos atiradores de língua inglesa foi auxiliado por dois excelentes jovens atiradores,
Marsha Beasley e Matt Stark.
Através destes esforços, nosso trabalho tem sido bem visto pelos leitores num verdadeiro e grandioso retrato
do que o Dr. Yur’yev disse exatamente, dentro de uma linguagem que os atiradores de língua inglesa possam explicar suas
técnicas na prática do tiro competitivo para qualquer pessoa. Ele tem sido um esforço excitante para nós bem como uma
tremenda experiência de aprendizado. Nós estamos profundamente gratificados.
A publicação da Prática de Tiro Competitivo pela Associação Nacional de Rifle demonstra uma grande
mudança referente a importância dada a prática deste esporte noas Estados Unidos. A decisão tomada pela NRA de ser uma
líder na publicação e divulgação deste material e tornar possível o acesso aos maiores conhecimentos deste esporte é parte
de uma nova responsabilidade da NRA, bem como do corpo nacional do governo dos Estados Unidos para prática do tiro
competitivo , de dar liderança nacional e determinação aos seus atiradores para desenvolverem seus objetivos.
A Prática do Tiro Competitivo é realmente um tributo oferecido as competições internacionais deste esporte
que fazem as pessoas serem mais unidas. Os atiradores nos Estados Unidos e em outros países do Ocidente tem aprendido
muito com os atiradores da União Soviética e, eu tenho certeza, eles aprenderão muito mais com este livro. E dentro das
transformações, os atiradores Soviéticos também tem muito que aprender conosco. Nós esperamos trocar conhecimentos na
prática deste esporte e temos a certeza de que um dia, através deste esporte elas ocorrerão.

Gary L. Anderson
SEÇÃO 1

BALÍSTICA INTERNA E EXTERNA


Um tiro é dado quando a bala ( projétil ) é ejetada do buraco da arma pela pressão dos gases formados durante
a queima da carga de pólvora. A carga de pólvora queima e é então convertida em gases com alta pressão e temperatura.
Quando a pressão atinge um certo nível, a bala começa a mover-se com um aumento de velocidade constante. Após sair do
cano e atingir a atmosfera, a bala mantém o seu movimento por inércia.
A ciência que estuda o movimento da bala ( projétil ) é chamada Balística. A Balística é dividida em Interna e
Externa baseada nas forças que agem na bala.
Balística Interna refere-se ao movimento da bala no cano sob a ação dos gases formados pela queima da
pólvora e todo o processo que acompanha este movimento. Esta ciência trata do problema de como imprimir máxima
velocidade a bala sem exceder a pressão dos gases gerados pela queima da pólvora no interior da arma.
Balística Externa refere-se ao movimento descrito pela bala após deixar o cano da arma. Ela procura
determinar o ângulo de elevação e a velocidade de disparo requerida com certo peso e forma para alcançar o alvo.
O conhecimento de Balística Interna e Externa auxilia o atirador com os problemas de ajuste de efetividade e
operação da arma, junto a técnica de disparar um tiro ajustando exatamente as miras e analisando corretamente os resultados
do tiro.
CAPÍTULO 1

EXPLOSIVOS
O termo explosivo é usado para descrever uma mistura instável e componentes químicos capazes de realizar
uma rápida mudança para o estado o estado gasoso quando submetido a uma influencia externa insignificante como um leve
sopro, fricção, furo ou calor.
O termo explosão é definido como uma mudança física ou química extremamente rápida de uma substância,
acompanhada por uma igual mudança rápida de potencial de energia(latente) dentro de um trabalho mecânico. O trabalho é
representado pela expansão dos gases os quais causam um abrupto aumento da pressão na área ao redor do ponto de
explosão. Este aumento muito rápido da pressão é característico de uma explosão. A explosão também é acompanhada por
um barulho alto. A reação química que ocorre durante a explosão chama-se mudança explosiva. As características de uma
explosão são:
Mudança Rápida: A substancia explosiva muda muito rapidamente do estado sólido ou líquido paro o estado
gasoso que é produto final do processo. Dependendo da composição química do explosivo e das condições sobre as quais
ocorrem a explosão, as mudanças explosivas podem apresentar taxas variáveis que vão de centenas a milhões de segundos.
Por exemplo a pólvora sem fumaça em um rifle queima em 0.0012 segundos; 1 kg de dinamite explode em 0,00002
segundos.
Formação de gás: uma grande quantidade de produtos gasosos são gerados por uma explosão. Por exemplo:
1 litro de piroxilina produz 994 litros de produtos explosivos gasosos e 1 litro de nitroglicerina produz 1,121 litros de
produtos explosivos gasosos.
Geração de calor: Durante a reação explosiva a geração de calor aumenta a capacidade dos produtos gasosos
se expandirem. Deste modo, a queima de uma carga de pólvora num cartucho de um rifle produz aproximadamente 3
kilocalorias de calor que causa a explosão de produtos gasosos fazendo-os se expandirem muito mais rapidamente.
Dependendo da composição química dos explosivos e as condições de uma explosão, as mudanças explosivas
podem ocorrer em vários níveis os quais podem ser divididos em : queima rápida, explosão e detonação.
A queima rápida de um explosivo é um processo que ocorre através da massa de um explosivo com a
velocidade não mais que alguns metros por segundo. Se este processo ocorrer em um local aberto, não haverá nenhum efeito
sonoro. Por exemplo, a queima dos grãos de pólvora em local aberto ocorre com a velocidade de 10 – 13 milímetros por
segundo. Num recipiente fechado um explosivo queima mais rapidamente do que ao ar livre e a explosão é acompanhada
por um barulho forte. Um exemplo típico de quando uma mudança explosiva é a queima de uma carga de propelente de
pólvora sem fumaça no interior do cano de uma arma de fogo o qual ocorre a uma taxa acima de 10 metros por segundo. A
queima de um explosivo é acompanhado por um rápido aumento da pressão do gás no interior do cano. Como a pressão
aumenta, ela vai na direção de menor resistência empurrando a bala ou o projétil através e para fora do cano da arma.
Uma explosão é um processo de decomposição do explosivo o qual é processado numa velocidade
extremamente rápida medida em centenas de metros por segundo. A explosão é acompanhada por um aumento abrupto da
pressão o qual pode causar a desintegração de objetos localizados próximos ao explosivo.
Detonação: é um processo onde a mudança explosiva é propagada através de um explosivo de capacidade
máxima possível dada a um explosivo o qual normalmente é medido em milhares de metros por segundo. Por exemplo, a
taxa de detonação da piroxilina atinge a velocidade máxima de 6800 metros por segundo e da nitroglicerina 8200 metros
por segundo. Se uma explosão normal ocorre, aquela explosão pode detonar a mesma ou causar a detonação de outros
explosivos nas imediações tão distantes quanto do primeiro explosivo. Um explosivo capaz de causar a detonação de outro
explosivo é chamado de detonador. Dependendo das suas aplicações os explosivos podem ser classificados em três grupos
principais:
Iniciadores: são distintos pelo fato que a sua forma habitual de mudança explosiva é detonação completa.
Eles são altamente sensíveis a ações externas e são facilmente detonados por um impacto leve, impressão ou chama. Eles
são usados principalmente na manufatura de numerosos ignitores ou espoletas os quais são utilizados para iniciar mudanças
explosivas em outros explosivos( Fig. 1 ). As espoletas de cartuchos utilizados em armas pequenas contém principalmente
uma carga de percussão que consiste de: fulminato de mercúrio, clorato de potássio e antimônio.
Poderosos Explosivos ( dinamitação ) são todos aqueles que detonam confiavelmente, mas, são relativamente
seguros de se manusear. Eles são geralmente detonados por espoletas feitas de iniciadores. Sua faixa de mudança explosiva
atinge várias centenas de metros por segundo. Eles são usados para queima de carga em projéteis, bombas aéreas, minas e
granadas. Exemplos de altos explosivos são piroxilina, nitroglicerina, dinamite, TNT e hexógeno.
Propelentes: são explosivos nos quais os explosivos de mudança são definidos como de queima rápida e que
ocorrem geralmente a taxas de vários metros por segundo. Propelentes são empregados em todos os tipos de armas como
fonte de energia para imprimir movimento a bala ou projétil. Por essa razão, propelentes são de maior importância para o
tiro do que qualquer outro explosivo. Deveríamos familiarizar-mos com as qualidades e características gerais dos
propelentes. Dependendo da sua composição e das suas propriedades físicas e químicas os propelentes podem ser divididos
em dois tipos, pólvora negra( mistura mecânica ) e pólvora sem fumaça( coloidal ).
A pólvora negra é balísticamente inadequada e tem pouca capacidade para desempenhar seu trabalho. Depois
de explodir, o volume dos gases produzidos pela queima da pólvora são apenas de 280 a 300 vezes maior que o volume
inicial da carga.
A base química da pólvora sem fumaça são os altos explosivos piroxilina e nitroglicerina. Eles são dissolvidos
em solventes que permitem regular a velocidade da queima desses explosivos poderosos. Piroxilina é feito a partir de
substâncias ricas em celulose como algodão, madeira, linho e cânhamo os quais são tratados com ácidos nítrico e sulfúrico.
Piroxilina tem o aspecto de uma massa quase branca e não é muito diferente na aparência, do material o qual é feito.
Nitroglicerina é feito pela combinação de glicerina pura desidratada com ácido sulfúrico e nítrico. É um líquido claro,
indolor. Nitroglicerina é capaz de dissolver certos tipos de nitrocelulose.
A pólvora sem fumaça não dissolve em água e nem absorve água rapidamente. Se estocado em local úmido,
entretanto, o conteúdo da mistura de pólvora pode aumentar para 20%, o que reduz a sua capacidade balística. O peso
específico dos vários tipos de pólvora sem fumaça varia de 1,55 a 1,63. A temperatura de ignição varia de 180 a 200 graus
centígrados. O grau de combustão aumenta com o aumento da temperatura da carga, desde que a quantidade de calor
necessária para traze-lo para a temperatura de ignição seja reduzida.
A pólvora sem fumaça possui grande capacidade de expansão. Durante a explosão, 1kg de pólvora produzirá
aproximadamente 900 litros de gás de pólvora, que pode resultar numa pressão na borda acima de 3200 atmosferas em um
rifle de fogo central. Desde que a pólvora sem fumaça possua considerável força e elasticidade, os grãos de pólvora não se
deformarão ou quebrarão em grãos mais finos durante o transporte ou manuseio descuidado.
A qualidade da pólvora sem fumaça é determinada pela regularidade e uniformidade da forma e dimensão dos
grãos de pólvora. Para uma grande extensão, a formação uniforme e regular dos gases de pólvora durante a queima e a
precisão resultante do tiro dependem de todos estes fatores acima mencionados.
CAPÍTULO 2

BALÍSTICA INTERNA
Quando solto da posição de engatilhado, o percursor bate na espoleta que provoca detonação instantânea do
componente da espoleta. A chama produzida pela espoleta penetra na carga de pólvora e provoca a sua detonação.
Queimando, a carga de pólvora gera simultaneamente uma grande quantidade de gases de pólvora em expansão. Enquanto a
carga continua a queimar, os gases gerados pela pólvora ficam comprimidos na câmara. Os gases exercem a mesma pressão
em todos as direções quando estão a ponto de expandir. Os gases em expansão encontram resistência na parede rígida da
câmara e na base do cartucho que é pressionado contra a culatra. Como resultado os gases de pólvora se expandem na
direção de menor resistência e essa ação empurra a bala para frente. A bala é cortada pela raias, começa a girar, passa
através do cano e é ejetada na direção em que o cano está apontado. Isto é o disparo de um projétil o qual chamamos
comumente tiro. Isto ocorre muito rapidamente. Por exemplo, uma bala se desloca dentro do cano de uma arma em apenas
o,oo15 segundos.
Um olhar mais profundo ao fenômeno que acontece dentro da câmara é possível. Na ignição da carga de
pólvora, a quantidade de gases aumenta com a queima da pólvora e a pressão do gás resultante também aumenta
rapidamente. Quando a pressão torna-se alta o suficiente para superar a força de resistência ( ancoragem do projétil no
cartucho, ação do projétil nas raias, etc. ), o projétil é colocado em movimento. A pressão gerada pelos gases da queima da
pólvora necessária para a ação do projétil nas raias é chamada pressão inicial do tiro. Em armas pequenas esta pressão varia
de 250 a 500 kg/cm2 ( balas revestidas com metal ).
A pressão do gases gerados pela queima da pólvora no interior do cano varia, visto que o projétil é colocado
em movimento antes da carga de pólvora ser completamente queimada. Inicialmente quando o projétil ainda não adquiriu
ainda uma alta velocidade, a quantidade de gases aumenta muito mais rápido que o volume no espaço compreendido entre a
base do cartucho e a base do projétil em movimento. Como resultado, a pressão dos gases no interior do cano continua a
aumentar até atingir seus valores máximos. Visto que o aumento da pressão faz com que o projétil tenha uma aceleração
constante, o aumento do volume dos gases gerados pela queima da pólvora não pode acompanhar o aumento do espaço entre
a base do cartucho e a base do projétil. Entretanto, a pressão no interior do cano começa a cair gradualmente. Assim que a
carga da pólvora é queimada completamente um movimento progressivo do projétil é causado pela ação de uma força
constante, entretanto, continua ainda em expansão uma certa quantidade de gases gerados pela queima da pólvora os quais
ainda possuem reserva adicional de energia como resultado da sua capacidade de continuar expandindo.
Estes gases escapam do cano da arma com uma velocidade maior que a velocidade do projétil e continuam a
exercer pressão na base do projétil por uma pequena distancia da face do disparo ( acima de 20cm ) que aumentam a sua
velocidade. Como o projétil move-se para frente do cano, sua velocidade aumenta constantemente atingindo assim sua
velocidade máxima a uma distância de vários centímetros da face do disparo.
A pressão dos gases atinge seus valores máximos próximo ao início das raias e a vários centímetros da
garganta. Quando disparamos um projétil pesado a pressão máxima que os gases gerados pela pólvora desenvolvem no cano
de uma arma é de 3200kg/cm2 ; para rifles e pistolas de pequeno calibre é de 3200 kg/cm2 e para revólveres é de 1000 a
1100 kg/cm2.
A pressão do gás no momento que o projétil deixa o cano é chamada de pressão de disparo. Para um fuzil 7.62
é de cerca de 430kg/cm2. Para um fuzil de baixo calibre é de cerca de 200 kg/cm2, e para uma pistola de baixo calibre é de
500 a 600 kg/cm2 dependendo do comprimento do cano. A Figura 2 indica as variações de padrões de pressão dos gases
gerados pela queima da pólvora no interior do cano e o aumento da velocidade do projétil quando a arma atira. As
características da pressão dos gases gerados pela queima da pólvora no interior do cano dependem, de uma extensão
considerável, sobre a densidade da carga de pólvora. Aumentando a carga bruscamente aumenta a taxa de explosão e,
consequentemente, os resultados da pressão dos gases quando ocorre a detonação. Por estas razões, e para evitar acidentes
potenciais, cartuchos com projéteis afundados não devem ser utilizados.
Tem sido verificado que um aumento na porcentagem da mistura no interior da pólvora causa uma explosão
mais lenta o qual altera os resultados para uma taxa menor da pressão dos gases da pólvora aumentada no interior do cano.
Desta forma uma carga com umidade pode causar uma falha no disparo, o qual é observado em intervalos entre o tempo de
quebra do primeiro disparo pelo percutor e quando a descarga é ouvida.
CAPÍTULO 4

O APARATO MOTOR DO SER HUMANO

O aparato motor do ser humano é subdivido em aparato motor passivo e ativo. O aparato motor passivo
compreende os ossos e ligamentos os quais exercem resistência as forças físicas externas que agem sobre o corpo humano. O
aparato motor ativo compreende o sistema de músculos os quais movimentam partes individuais do corpo humano relativos
uns aos outros ou os apoiam em posições específicas. Em todos os movimentos que envolvem os trabalho dos músculos, o
sistema nervoso deve participar da realização da ação.
Aparato Motor Passivo. Os ossos e suas articulações constituem a estrutura básica do ser humano, o
esqueleto. O esqueleto sustenta os tecidos macios, particularmente os músculos fixados nele. A maioria dos ossos tem
articulações móveis e são capazes de modificar suas posições referentes uns aos outros. Os músculos se contraem para
manter partes individuais do esqueleto sem movimentos ou, inversamente, para colocá-las em movimento. O sistema ósseo e
muscular tem a função de manter diferentes posições do corpo no espaço bem como realizar todos os tipos de movimentos.
O corpo humano contem mais que 200 ossos os quais são unidos uns aos outros de várias formas diferentes (
FIG. 41 ). A base do esqueleto é a coluna vertebral , que é constituída por vértebras individuais. A coluna vertebral
apresenta curvas na região do tórax, pequenas nas costas e no sacro ( curvas torácicas, lombares e sacrais, respectivamente )
os quais a tornam elástica e flexível.
Os dois ossos achatados, a escápula ou omoplata, ao lado da parte superior da coluna, são ligados a coluna
vertebral e as costelas somente pelos músculos. Um termina no omoplata e está ligado a clavícula e o outro termina e esta
ligado ao tórax. O omoplata e a clavícula, envolvem a parte superior do corpo humano, formando uma cinta nas
extremidades superiores ou ao redor do ombro ( FIG. 42 ).
Nas extremidades mais baixas encontra-se a pélvis. Ela consiste do sacro e de dois ossos do quadril os quais
estão ligados rigidamente a ele. O Omoplata e os ossos do quadril apresentam ao seu redor encaixes para os ossos que
terminam na parte superior dos braços e ossos da coxa ( úmero e fêmur, respectivamente ).
As articulações entre os ossos podem ser de três tipos - imóveis, com pouca mobilidade e com mobilidade
total. Muitas articulações podem ser tanto do tipo pouca mobilidade quanto do tipo mobilidade total, ao mesmo tempo.
Pouca mobilidade dos ossos ocorrem quando espessuras finas de cartilagem são encontradas, por exemplo,
entre vértebras individuais. Quando os músculos se contraem um em direção ao outro, estas camadas de cartilagem são
comprimidas juntas e as vértebras quase tocam umas nas outras ( FIG. 43 ).
Desta forma, as vértebras, especialmente dentro da região lombar ( parte mais baixa das costas ) regiões do
pescoço, podem ser inclinadas de forma relativa umas sobre as outras. A coluna vertebral inteira permite considerável
variedade de movimentos. Ela pode ser inclinada totalmente para frente, para traz, para os lados ou girada. Além disso no
dizer respeito a sua flexibilidade, a coluna vertebral apresenta uma grande performance, principalmente quando esta
trabalhando sobre compressão.

Considerando que ao redor do ombro esta fixado a caixa torácica e a coluna vertebral através de músculos, é
óbvio que quando atiramos de uma posição em pé(parado), um atirador não deveria empregar um rifle com considerável
peso ( acima de 8 kg ) somente pelo fato da tensão nos músculos ao redor dos ombros. O atirador deve conseguir uma boa
postura a qual transfira o peso do rifle para a coluna vertebral.
Isto permite apoiar o rifle com uma considerável redução da
tensão muscular.
Articulações são a maioria das juntas de ossos
móveis. ( FIG. 44 ). As terminações dos ossos os quais contém
uma articulação estão contidas em uma bolsa cheia de um fluído
líquido de um tecido de ligação muito compacto. Ligamentos
fortes e elásticos estão localizados nas camadas da bolsa e ao
redor dela. As extremidades da bolsa, junto com os ligamentos,
estão unidos aos ossos numa certa distancia fora da superfície
onde os ossos são articulados juntos e formam um lacre
hermético acima da cavidade d articulação.
Os movimentos de várias articulações não são
idênticas. Algumas articulações permitem movimentos em
somente um plano, por exemplo, flexão e extensão. Outras
permitem movimentos em dois planos que são perpendiculares
um ao outro, por exemplo, não somente flexão e extensão mas
também adução e abdução. Outros ainda, tanto quanto os ombros
e articulações do quadril são providos de movimentos em várias
direções incluindo flexão, extensão, giro para ambos os lados e
rotação. A extensão e direção dos movimentos dependem da forma das superfícies de articulações bem como da localização
dos ligamentos os quais restringem os movimentos. A classificação das articulações pela forma ( FIG. 45 ) é feita pela
comparação das superfícies das articulações com as superfícies geométricas dos corpos que rotacionam. (esféricas,

cilíndricas, etc.).

Visto que cada articulação contém ligamentos, o atirador deve esforçar-se para desenvolver uma posição
com a qual terá um apoio rígido não tanto através da tensão muscular mas pela estabilidade e elasticidade dos ligamentos
tencionados, os quais, devido suas propriedades físicas, são virtualmente impossíveis de sofrerem fadiga. Incluindo os
ligamentos nos trabalhos passivos asseguram um mínimo esforço muscular que manterá as articulações suficientemente
rígidas. Esta é uma das condições para atingir a máxima imobilidade.
Aparato motor ativo. Músculos do esqueleto são todos aqueles cujas terminações estão ligadas aos ossos do
esqueleto. A musculatura inteira do esqueleto, a qual proporciona sustentação do corpo humano dentro das mais variadas
posições ou conjunto de movimentos, tem mais de 600 músculos ( FIG. 46 e 47 ). Quando os músculos se contraem, os
pontos onde os músculos são fixados nos ossos são levados juntos mais fechados, resultando tanto no movimento do corpo e
das extremidades ou a retenção do corpo em uma determinada posição.
Os músculos do esqueleto são cobertos por uma membrana fina e elástica chamada de músculo fascia. As
terminações dos músculos variam para dentro extremamente desordenadas como cordas brancas chamadas de tendões os
quais por sua vez fundem-se com o periósteos, a superfície dos ossos. Comumente, as terminações dos músculos são fixadas
em articulações de ossos adjacentes descontinuamente uns aos outros por meio de uma junta. Em muitos casos, entretanto,
esses tendões alongam-se, passando por duas ou mais articulações. Esses músculos são chamados póliarticulares. Entre
estas multi-articulações e músculos estão os músculos que contraem os dedos. Visto que eles não estão isolados dos
músculos adjacentes, eles podem produzir uma certa quantidade de movimento no antebraço ou no pulso quando eles
contraem durante a realização dos movimentos. Isto pode ocorrer, por exemplo, entre atiradores treinados insuficientemente
no momento em que estão puxando o gatilho para traz com o dedo indicador.
Os músculos são classificados de acordo com uma série de características incluindo forma externa, funções e
localização no corpo. Os músculos tem sido classificados em dois tipos básicos: resistentes e destros. Músculos resistentes
são músculos que comumente tem uma ampla área de ligação com os ossos. Eles são capazes de exercerem grande força
com uma envergadura pequena se comparado com o movimento e, consequentemente, uma fadiga bem mais lenta. Os
músculos destros, por outro lado, tem uma pequena área de ligação com os ossos e um grande comprimento. Eles são
caracterizados por serem comparativamente de pequeno comprimento. Eles realizam seus trabalhos com grandes esforços e
se cansam mais facilmente. Eles ainda executam algumas operações delicadas.
A postura do atirador na posição de tiro deve ser tal que movendo partes do corpo, o trabalho dos músculos
resistentes mantenham o corpo sempre rígido. Os músculos destros devem ser utilizados sempre que possível e de uma
forma moderada para que possam realizar suas tarefas especiais. Os muitos movimentos do corpo são realizados pela ação
coordenada de vários músculos. Músculos que participam na realização dos mesmos movimentos e realizam trabalhos
comuns são chamados de sinérgicos.
Músculos com ações opostas são chamados antagônicos. Os músculos utilizados para dobrar a mão, por
exemplo, são antagônicos com relação aos músculos utilizados para estender a mão.
A execução dos movimentos da boca são possíveis somente quando os músculos antagônicos operam em
harmonia. Durante estes movimentos, um grupo de músculos desenvolve ações superando sua natureza, enquanto outro
grupo desenvolve ações de natureza elástica. Sem a participação dos músculos antagônicos, os músculos sinérgicos seriam
capazes de possibilitar a realização somente de movimentos abruptos. Os movimentos realizados por pessoas sem
treinamento diferem notavelmente daqueles que apresentam treinamentos. A performance dos músculos antagônicos não
desenvolvidos ( sem treinamentos ) em um nervo delicado, são de forma abrupta.
Em qualquer movimento, os músculos nunca agem isoladamente, mas sim como vários grupos harmoniosos.
Muitos grupos são também capazes de trabalhar separadamente tanto como sinérgicos ou antagônicos.
A capacidade para controlar qualquer músculo ou parte deste músculo de uma forma isolada só é possível com
treinamento. Isto é especialmente importante para o atirador. Este controle é possível através de treinamentos para
desenvolver a capacidade de controlar somente aqueles músculos absolutamente necessários para realizar um determinado
movimento, enquanto mantém os músculos não envolvidos diretamente em uma condição relaxada. Exercícios físicos
ajudam a manter os músculos não só mais espessos, mas também mais elásticos.
O trabalho realizado pelo músculo enquanto ele contrai pode ser tanto estático quanto elástico. Trabalho
estático ocorre quando as articulações do corpo são mantidas em uma determinada posição. Durante o trabalho estático, os
músculos são tencionados por um logo tempo. Trabalho dinâmico ocorre quando as partes do corpo são movidas. Durante
tanto trabalho, a tensão muscular alterna com relaxamento e a contração alterna com alongamento.
Durante os intervalos entre contrações individuais, os músculos descansam. Isto contribui para a restauração
do estado em que se encontravam anteriormente para que, desta forma a contração dos músculos possa ocorrer novamente.
Se algum músculo realizar trabalho continuamente, a fadiga se desenvolverá rapidamente.
O atirador está buscando a máxima imobilidade e os músculos devem desempenhar uma função estática com o
qual seja mais provável causar fadiga. Entretanto, ele é importante para selecionar o tempo certo para o disparo,
especialmente durante longos cursos de tiro, desse modo os intervalos entre os disparos de tiro e o posicionamento para o
disparo do próximo projétil dará aos músculos a melhor oportunidade possível para recuperar suas capacidades de trabalho.
Estrutura e Características do Músculo e Tecidos Nervosos. A condição básica da vida é a interação
entre o organismo e seu meio ambiente. Esta interação existe porque a importância da vida pode reativar estímulos externos.
O que ocorre como um resultado do estímulo do meio externo ou interno é chamado de processo de estimulação. Este
processo é a base para qualquer movimento desenvolvido pelo organismo.
Os tecidos nervosos são capazes de e excitabilidade e conductibilidade, e quando os estímulos agem sobre o
organismo o tecido nervoso esta em um estado de estimulação. Este estímulo é conduzido ao longo da fibra nervosa.
O tecido muscular é diferenciado do tecido
nervoso por ter a capacidade de se contrair, diminuir seu
comprimento, aumentar sua espessura e, consequentemente
produzir tensão. Existem tecidos muscular estriado e liso. O
esqueleto inteiro consiste de tecido muscular estriado ( veja
FIG. 49 ). A contração do tecido muscular estriado ocorre
como resultado da diminuição dos setores escuros no
interior das fibras. Tecido muscular liso esta localizado
principalmente nas paredes dos órgãos intestinais.
As fibras musculares são unidades estruturais
dos músculos e tem diâmetro de 0,01 a 0,1 mm. Algumas
vezes as fibras musculares podem atingir um comprimento
de 10 a 12 cm. Cada músculo consiste de muitos milhares
de fibras. Músculos são perfeitamente ligados ao sistema
nervoso através de uma conecção realizada por meio de
sensores e nervos motores (veja abaixo). Numerosas
terminações destes e outros nervos estão localizadas no
interior de cada músculo.
O desempenho dos tecidos nervosos é de
vital importância
para a vida do
organismo. Ele
forma o sistema nervoso o qual controla toda atividade vital do organismo. Ele
oferece condições ao organismo de interagir com o meio externo e controlar
todas as atividades funcionais do organismo.
A unidade estrutural do sistema nervoso é o neurônio, uma célula
nervosa com processos ou fibras ( FIG. 50 ). Numerosas fibras menores,
dendritas, e uma longa fibra ( acima de 1m nos seres humanos) chamada de
axônio ( centro da fibra nervosa ) conduz os impulsos dos nervos para as células
do corpo. As células nervosas mantém contatos com outras células nervosas
através das dendritas na forma de uma sinápse. Através destes contatos sinápicos,
uma interligação é realizada no interior do sistema nervoso. O axônio liga o
corpo das células nervosas com os músculos ou um outro órgão. O axônio pode
ramificar-se para fora extensamente nas suas seções terminais para suprir um
grupo de fibras nervosas ou tecidos de outros órgãos com terminações nervosas.
Existem três tipos de neurônios. Neurônios sensoriais ou
aferentes são aqueles que apresentam terminações no interior dos músculos,
pele e outros órgãos e sistemas de nervos aceitadores chamados receptores os
quais reagem aos estímulos do meio exterior e interior. Estímulos captados pelos
receptores são transmitidos através de neurônios sensoriais para as seções correspondentes no sistema nervoso central.
Neurônios motores ou eferentes, são todos os órgãos que estão localizados no sistema nervoso central ( cérebro ou sensor
espinhal ), tem centros de fibras nervosas que percorrem longas distancias até os músculos e outros órgãos. Neurônios
motores transmitem excitações para várias seções do sistema nervoso central a altas velocidades ( acima de 120 metros por
segundo ) dos centros de fibras nervosas para os músculos, os quais resultam em contrações das fibras musculares.
Neurônios intercomunicantes , estão localizados totalmente no sistema nervoso central e formam uma
interligação através de um atalho dos nervos sensoriais e motores, incluindo entre as ligações os diversos setores do sistema
nervoso central.
A unidade motora é composta de neurônios motores e de um grupo de fibras musculares que as cobrem com
nervos ( FIG. 51 ). Desta forma uma unidade motora opera como uma unidade. Os estímulos transmitidos pelos neurônios
motores ativam o grupo inteiro de fibras. Cada músculo está ligado por centenas ou até mesmo milhares de neurônios
motores. Grande parte destas unidades motoras são ativadas em relação a diferentes condições de atividades dos centros
nervosos. Isto ocorre para controlar o grau de tensão desenvolvido pelos músculos em resposta aos estímulos.

Os estímulos produzem uma irritação padrão no interior dos nervos ou das células musculares como ondas que
aumentam rapidamente e então decrescem gradualmente. Esta onda de estimulação tem sido chamada de um impulso. As
atividades vitais do organismo sob as condições naturais não seguem impulsos individuais mas sim uma série deles.
Impulsos de estímulos, os quais se movem para um músculo sempre seguem um ou outro caminho com grande velocidade (
acima de 100 por segundo dentro do organismo humano ). Consequentemente, a fibra muscular não tem tempo para relaxar
após cada contração. Isto resulta na combinação de contrações individuais até uma longa contração (tétano). Estas são
contrações usuais da musculatura esquelética observadas durante os movimentos do corpo ou quando as articulações do
corpo estão apoiadas sob forma rígida.
Os músculos da boca, os quais possuem comparativamente fraca excitabilidade, contraem lentamente ( cerca
de 3 cm por segundo ), mas os músculos estriados são facilmente estimulados e sua contração ocorre muito mais rápido (
cerca de 6 metros por segundo ).Ele deveria manter na memória os resultados dos treinamentos incluindo não somente o
alongamento dos músculos do esqueleto, mas também a rapidez do processo de contração. A contração e o relaxamento dos
tecidos de músculos estriados, como um todo, é um processo voluntário que pode ser conscientemente controlado.
O sistema nervoso é subdividido dentro do sistema periférico e central. O sistema nervoso periférico inclui
numerosos nervos que formam um tipo região de condução neural localizado em todas as partes do corpo e ligados com o
sistema nervoso central. O sistema nervoso central representa uma grande acumulação dos tecidos nervosos no sensor
espinhal, dentro do canal vertebral, e o cérebro, dentro da cavidade craniana.
Um nervo se parece como um cordão branco e espesso. Ele consiste de numerosas fibras nervosas unidas em
feixes. As fibras nervosas são classificadas pela função em sensoriais (aferentes ), motores (eferentes), e mistos. Nervos
sensoriais transportam impulsos para o sistema nervoso central dos receptores para os diferentes órgãos e tecidos.
“Informações” sobre as variações que estão ocorrendo internamente e externamente no organismo é recebida pelo sistema
nervoso central por meio de um grupo de nervos. Nervos motores consistem de numerosos centros de fibras nervosas de
células nervosas motoras. Eles conduzem impulsos motores, ou “comandos” os quais chamam para a contração as fibras
musculares. Nervos mistos são compostos de fibras nervosas sensoriais e motoras.

A maioria dos nervos mais potentes no sistema nervoso periférico são mistos. Impulsos de excitação seguem ao longo de
uma fibra neural e não se desviam para as fibras vizinhas. Entretanto, toda série simples de impulsos viaja precisamente para
seu “endereço” especificado. Visto que ha somente um pequeno consumo de substâncias químicas na excitação das fibras
neurais que compõem o sistema nervoso periférico, eles são praticamente inesgotáveis.
O atirador precisa entender que o desempenho do sistema nervoso é o seu trabalho principal na ação reflexa.
Qualquer ação do organismo em resposta a estímulos originários do meio externo ou interno e ocorrendo com a participação
do sistema nervoso é chamado de reflexo ( será explicado com maiores detalhes mais adiante ). A base de qualquer reflexo é
a transmissão dos impulsos da excitação do receptor para o desempenho do órgão ( músculo, glândula, etc. ) através de
sistema de neurônios. O caminho percorrido pelos impulsos causando as ações reflexas é chamado de arco reflexo.
Em qualquer arco reflexo é possível isolar um número distinto de elementos ( FIG. 52 ). O primeiro elemento
do arco reflexo é produzido acima das terminações dos nervos aceitadores, os receptores, os quais estão localizados nos
órgãos sensoriais bem como em outros órgãos do corpo incluindo os músculos, pulmão, glândula e o coração. O segundo
elemento é produzido acima dos nervos sensoriais os quais carregam a excitação para a periferia ( do receptor ) para o
sistema nervos central onde a excitação sofre uma mudança complexa. O quarto é o nervo motor carregando a excitação do
sistema nervoso central para um determinado músculo ou órgão. O quinto elemento é a terminação dos nervos motores no
órgão o qual da a resposta a ação.
Além disso, a ligação reflexa circular, está envolvida na execução de qualquer movimento. A fim de
desenvolver um movimento perfeitamente, é exigido a introdução repetitiva e contínua de correções intermediárias. Isto é
ativado por meio de uma realimentação de informações a conecção que transmite dados sobre a execução atual do
movimento para o órgão em operação( músculo ) para o sistema nervos central. Como resultado, os arcos reflexos fecham-se
, convertendo-se em círculo reflexo ( veja FIG 55 ).
Como isto passa através de várias seções do sistema nervoso central, cada arco reflexo é também ligado a
seção mais alta do sistema nervoso central, o córtex cerebral, através de neurônios intercomunicantes. O último pode,
entretanto, “ interferir “ na execução de qualquer ato reflexo e, consequentemente controlar sua ocorrência.
Durante as atividades vitais que ocorrem durante o dia, dois processos básicos, excitação e inibição, vão
constantemente ao interior das células do sistema nervoso central. Eles estão intimamente ligados um ao outro,
constantemente interagindo e repassando um ao outro. Esta constante interação e repasse dos processos de excitação e
inibição proporcionam a execução dos movimentos de forma coordenada ( FIG. 53 ). Desta forma, puxando o gatilho, o
dobramento do dedo indicador ocorre como um resultado da excitação dos centros nervosos os quais transmitem impulsos
nervosos para os músculos que dobram o dedo ( os flexores ) e , simultaneamente , a inibição dos centros que estão ligados
aos músculos extensores, Se existisse somente o processo de excitação, a atividade do organismo e os movimentos que eles
executam seriam impossíveis de serem realizadas. O processo de excitação neste momento causaria não somente a contração
dos músculos flexores mas também dos músculos extensores. Sem a inibição coordenada dos músculos antagônicos tomando
o seu espaço, o dobramento do dedo, ou, para esta finalidade, em qualquer outro movimento seria de um modo geral,
impossível de ser realizado

Além da grande importância da coordenação das atividades do sistema nervoso ( e, consequentemente,


coordenação dos movimentos ), a inibição desempenha uma outra função, a protetiva, que previne a exaustão das células
nervosas, o que pode ocorrer durante longo ou intensa excitação. No interior do sistema nervoso, os processos de excitação
e inibição possuem uma mobilidade e variabilidade específica na passagem de um para o outro e seguem um padrão de
comportamento. A capacidade para aumentar a mobilidade dos processos de excitação e inibição através de treinamentos
tem sido firmemente estabelecidos. Isto é que da ao atirador treinado uma velocidade de reação muito maior do que para um
atirador sem treinamentos.
Para um grande grau, de velocidade e precisão de qualquer movimento motor depende também do grau de
sensibilidade dos analisadores ( órgãos dos sentidos) que participam na ordenação dos movimentos. O mais importante para
o atirador encontra-se nos analizadores motores e visuais. Por exemplo, o inevitável trêmulo da mão enquanto esta
apontando a pistola será minimizado quando os aparatos de sensores, i.e., os receptores, informarem ao sistema nervoso
central de uma forma mais clara a mudança na posição da mão. Logo após isto, comandos de células motoras neurais
processam para os centros nervosos motores do cérebro e levam a contração aos músculos a fim de controlar a posição da
mão. Consequentemente, uma precisão mais alta no funcionamento dos órgãos dos sentidos, determinando a sua mais
perfeita capacidade e maior rapidez e precisão na análise da estimulação quando ela ocorrer. Neste caso o organismo pode
responder a estimulação de uma forma mais rápida e mais precisa a fim de realizar o movimento correspondente da mão.
Analisadores. Segundo o I. P. Paylov, todos os órgãos dos sentidos são analisadores. Cada analisador é um
sistema separado composto de três seções: o aparelho periférico ou aceitador ( rececptor ); o nervo sensorial que transmite
estímulos do periférico para o sistema nervoso central; e o córtex cerebral, seção do cérebro localizada no sistema nervoso
central. O córtex cerebral concentra as terminações cerebrais de todos os analisadores. Desta forma, as maiores análises do
estímulos ocorrem no córtex cerebral onde as excitações nervosas trazidas dos órgãos sensitivos são transformadas em
sensações.
Assim, terminações dos nervos aceitadores, ou receptores, os quais enviam sensorialmente impulsos neurais
para o sistema nervoso central são encontrados em todos os órgãos. Alguns receptores estão localizados dentro do corpo e
aceitam estímulos originários dos órgãos internos; outros estão localizados na superfície do corpo e aceitam estímulos
externos. Em conecção com as peculiaridades da sua estrutura, os receptores são especializados, e são adaptados para
estimulação somente através de estímulos específicos. Por exemplo, alguns recebem estímulos da luz e outros do som, etc.
Outros receptores especializados estão localizados no aparato vestibular, músculos e tendões. Eles emitem sinais após cada
mudança na posição do corpo ou variações nas tensões dos músculos ou estresse dos tendões. O equilíbrio do corpo e o
controle das contrações musculares do esqueleto dependem da grande extensão das atividades destes analisadores. Isto é o
porque deles serem de particular interesse dos atiradores.
O analisador vestibular - o órgão do balanço - possibilita posições específicas do corpo dentro de um

determinado espaço e a preservação das posições de equilíbrio do corpo. A seção periférica deste analisador, o aparato
vestibular, esta localizado na porção temporal da cabeça , no interior do ouvido ( FIG. 54 ). Ele consiste do vestíbulo e de
canais semicirculares. O vestíbulo consiste de dois sáculos com células sensitivas em sua superfície interna que são
equipadas com pelos finos. Pequenos módulos ou linhas de cristais, chamados stataconia ou otolitos( partículas calcáreas
encontradas no interior do ouvido ). Qualquer mudança na posição da cabeça causa uma variação na tensão dos cabelos e
desta forma excita as fibras nervosas receptoras ligadas para os cabelos. A intensidade abaixo da qual os estímulos físicos e
mentais não podem ser percebidos e consequentemente respondidos no aparato vestibular para distinguirem a inclinação do
corpo para o lado é de um grau, e para a frente e para traz, 1,5 a 2 graus. Os impulsos provenientes do vestíbulo causam
reações reflexas as quais contribuem para a manutenção do corpo em equilíbrio. Três canais semicirculares, tubos muito
finos cheios de líquido endolinfa, conduzem para longe de um dos sáculos do vestíbulo em três planos que são
perpendiculares um do outro. Quando a cabeça realiza algum movimento, o líquido contido nos canais, pelo movimento de
vai e vem, produz pressão sobre as células sensoriais ligadas as terminações das fibras nervosas. Os impulsos assim criados
causam reflexos que ajudam a preservar o equilíbrio do corpo durante a realização dos movimentos. Como resultado disto,
qualquer mudança na posição da cabeça causa uma estimulação dos receptores do aparato vestibular.
O analisador motor ( articulações dos músculos ou kinesthetic ), controlam a contração dos músculos do
esqueleto e assim representam o papel mais importante na coordenação dos movimentos. A parte periférica do analisador
motor, o proprioceptor ( tipo de receptor cuja estimulação se origina de hábito da própria atividade do órgão que o contém
)., estão localizados no corpo dos músculos, tendões e ligamentos das articulações. Existem vários tipos que diferem na sua
formação. A maioria dos proprioceptores são ramificações das terminações de nervos sensoriais que dão voltas ao redor dos
músculos ou fibras de tendões. Outro tipo do proprioceptor encontrado freqüentemente é especializado nos órgãos
chamados de veios musculares ( FIG. 55 ). Na maioria dos casos, estes veios são encontrados entre as fibras musculares e,
mais raramente, no lado interno dos tendões. Seguindo as fibras nervosas sensoriais e em seguida os neurônios
intercomunicantes atingimos várias partes do sistema nervoso central. Quando eles atingem o córtex cerebral, eles criam
uma sensação chamada de sentimento muscular. Isto acompanha qualquer movimento das partes do corpo e variam de
acordo com as suas relativas posições. O sistema nervoso central corrige e coordena constantemente as atividades do aparato
motor com base nos sinais do proprioceptor ( em conjunto com os sinais dos receptores do vestibular, visual e outros
aparatosos ). Este assunto será discutido em detalhes mais tarde.

A propósito, deveria ter sido mencionado que de acordo com os dados das pesquisas do M. A. Itkis, a precisão
na reprodução dos movimentos nas articulações do ombro, cotovelo e joelho desenvolvida pelos atiradores, até mesmo nos
mais experientes, não são essencialmente diferentes da habilidade dos não atiradores para movimentos diferenciados. Desta
forma, a precisão na reprodução da posição em pé( parado ) com os olhos fechados é reduzida 95 porcento em média dentro
de 30 a 60 segundos após fazer a mira. Os dados indicam que a sensibilidade das articulações das juntas para atiradores
referem-se a níveis baixos ( veja FIG. 71 ) que poderiam ser desenvolvidos com ajuda de exercícios especiais de
treinamento.

O controle coordenado e preciso das atividades do aparato motor é possível através de uma participação
adicional no sistema nervoso central, a interação dos impulsos nervosos sobre suas terminações comuns na região motora
trazidos por vários analisadores. Na realidade, o número de neurônios sensoriais no sistema nervoso central é varias vezes
maior do que o número de neurônios motores, entretanto, os impulsos motores que se movem dos vários centros nervosos
para os grupos de músculos sobre as regiões neurais comuns, que são os neurônios motores da cordão espinhal. Desta
forma, impulsos provenientes do córtex cerebral, aparato vestibular e diferentes partes do sistema nervoso central
convergem através do mesmo neurônio motor, o axônio, que é o terminal e a região do nervo remoto para as fibras
musculares ( FIG. 56 ). Viajando ao longo das várias regiões motoras, os impulsos movem-se coincidentemente uns com os
outros ao longo desta última região de nervos para os músculos. Neste ponto, dependendo da sua importância para o
organismo pode responder simultaneamente a numerosos estímulos provenientes dos meios interno e externo, com diversos
movimentos.
Para resumir, nós temos nos familiarizado com as características gerais do aparato motor do ser humano. A
fim de ter uma completa concepção a respeito do mecanismo neural que administra os movimentos, um desenho
esquemático na Figura 56 mostra as regiões de condutores neurais acima dos quais os sinais recebidos pelos analisadores
motor, visual e vestibular são conduzidos através do sistema nervoso central para os órgãos que estão realizando a ação. Os
órgãos que estão realizando a ação são os músculos do esqueleto que, quando contraem, executam um movimento de
sustentação do corpo em uma determinada posição.
Agora nós devemos considerar todas as questões aplicadas a função do aparato motor do ser humano em

proporcionar a posição mais estável possível.


Características básicas das funções do aparato motor na sustentação de uma posição do corpo
estabelecida. Todas as ações desenvolvidas pelo ser humano podem ser classificadas como ações voluntárias e
involuntárias. Ações voluntárias, são os movimentos conscientes, os mais complexos de todos os movimentos que
representam uma parte da nossa vida diária. Exemplos de movimentos voluntários desenvolvidos como uma conseqüência
dos nossos desejos durante a pratica do tiro incluem a elevação e o abaixamento da arma de fogo, recarregamento da arma
de fogo, o aperto do gatilho, etc. Os movimentos involuntários são praticamente simples, representando uma função auxiliar
da atividade motora no organismo. Eles incluem vários reflexos defensivos e de orientação como o giro da cabeça através de
um tiro inesperado, piscada de olhos, e movimentos abruptos das mãos para longe das irritações dolorosas. Também existem
movimentos involuntários mais complexos, incluindo todos aqueles desenvolvidos por muitos centros nervosos do cérebro e
corda espinhal para proteger o corpo de quedas. Um exemplo destes movimentos involuntários durante o tiro são as grandes
e pequenas oscilações do corpo do atirador durante a pontaria. Nós iremos dar ainda mais detalhes sobre o grupo de
movimentos ligados a sustentação e ao mantimento do equilíbrio do corpo, e todos aqueles que permitem o máximo grau de
estabilidade e imobilidade do atirador em uma determinada posição.
Durante o desenvolvimento involuntário do homem e do animal, a posição da cabeça e do corpo no espaço era
realizado com a orientação correta do organismo proveniente do meio externo. A necessidade do mantimento do balanço e
da própria posição normal de equilíbrio do corpo fizeram com que todas as atividades da musculatura do esqueleto fossem
muito organizadas, coordenadas exatamente, e dirigidas através do mantimento da postura específica. O mantimento da
postura normal se tornou possível graças aos músculos do esqueleto, os quais são capazes de contrair e alongar-se. Até
mesmo quando o corpo está imóvel, estão sempre em um certo estado de tensão preliminar involuntária. Este estado de
constante tensão é chamado de harmonia muscular. A inter-relação específica entre as várias partes do corpo humano são
preservadas por causa da harmonia muscular. Basicamente, a harmonia muscular é responsável pelo alongamento. A força
de gravidade que puxa o corpo para baixo criam uma constante alongando os músculos do esqueleto. Tensão nos tendões e
nos proprioceptores dos músculos resultam no envio de impulsos ao sistema nervoso central. Em resposta, ocorre uma
longa, incansável tensão dos músculos do esqueleto. Isto é harmonia muscular. A harmonia dos músculos do esqueleto é um
fenômeno reflexo ligado com as atividades de várias partes do sistema nervoso central.
A variação e controle da harmonia muscular dependem de uma grande ordem acima dos impulsos, os sinais,
dos receptores do aparato vestibular e dos órgãos visuais. Estes sinais são transmitidos através de nervos sensoriais
conduzidos de várias regiões para diferentes partes do sistema nervoso central. Com o auxílio do córtex cerebral, estas
partes controlam as atividades ligadas aos músculos do esqueleto ( veja FIG. 56 ).
Durante o desenvolvimento do organismo humano, são formados grupos de reflexos harmônicos. Estes são
direcionados diretamente para o mantimento do equilíbrio do corpo quando o corpo é ameaçado por um rompimento da
postura do corpo ou através de um reinicio da postura normal quando ela ainda esta sendo rompida. Este grupo de reações é
chamada de reflexos harmônicos de correção. Eles incluem reflexos de postura os quais aumentam com a variação da
posição da cabeça no espaço e em relação ao tronco, e correção dos reflexos que aumentam quando a postura do organismo
tem sido interrompida. Todos estes reflexos complexos formam uma redistribuição automática e involuntária da harmonia
muscular para as extremidades, pescoço e tronco.
O corpo humano não pode permanecer completamente imóvel por causa da constante distribuição de tensão
nos músculos flexor e tensor e a ação constante dos músculos para reagir as forças externas. O corpo humano esta
constantemente sofrendo algumas oscilações. Naturalmente, o atirador esta interessado nas condições que possam minimizar
as oscilações do corpo decorrentes das ações e reações musculares. Como foi dito anteriormente, a atividade do aparato
vestibular, cujos impulsos recebidos originam-se com a mudança na posição da cabeça, é de grande importância na
preservação do equilíbrio do corpo e, consequentemente, na magnitude das oscilações do corpo.
Uma série de reflexos ocorrem durante qualquer mudança na postura do tronco ou da cabeça para retornar a
posição inicial. Assim que uma pessoa move sua cabeça, até mesmo sem variar a posição do seu tronco, impulsos são
gerados imediatamente do aparato vestibular que causam variações na harmonia muscular, isto é, uma tensão em certos
grupos de músculos.
Diante disto, é possível concluir que o corpo do atirador em uma posição de tiro experimentará a taxa mais
baixa de oscilações quando a postura da cabeça for normal sem inclinação para os lados, tampouco. Com a cabeça
perpendicular, a intensidade abaixo da qual os estímulos físicos e mentais não podem ser percebidos e respondidos para
distinguir a inclinação do corpo e a sensibilidade do aparato vestibular é maximizada.
A importância do aparato vestibular no mantimento da estabilidade do corpo em qualquer posição na prática
do tiro é grande. Quanto mais o órgão responsável pelo equilíbrio é treinado e desenvolvido, melhores são as suas relações
com os musculatura do esqueleto no mantimento da posição do corpo.
Dados de pesquisa tem mostrado que o corpo dos patinadores tem um alto grau de equilíbrio e também um
alto grau de precisão no tiro. A prática do tiro esportivo é um esporte que requer uma alta estabilidade estática. N. A. Panin,
não foi somente um campeão mundial em patinação, mas também um excelente atirador. Os reflexos de postura originam-se
não somente dos receptores do aparato vestibular, mas também dos receptores no interior dos músculos e tendões no
pescoço e receptores na pele na região do pescoço. Estes tem sido chamados de reflexos de postura tônica nos tendões do
pescoço.
Diante disto, o atirador deve concluir que quando assumir uma posição para prática do tiro, ele não deve
estender excessivamente a cabeça para o lado, para trás, ou pressionar a bochecha contra a coronha, isto é, ele não deve
tencionar os músculos do pescoço e tendões excessivamente, visto que isto causa grande estimulação dos receptores
localizados neles e criam uma série de impulsos que são levados para redistribuição da harmonia da musculatura esquelética
e para aumentar as oscilações do corpo.
É necessário lembrar que a preservação do balanço e estabilidade da posição são criticamente dependentes
dos impulsos provenientes dos músculos e tendões quando estes são tencionados ( FIG. 55 ). Pela transmissão constante de
dados sobre a posição do corpo no espaço, músculos, tendões, e articulações exercem uma grande influencia na
redistribuição da harmonia muscular. Entretanto, eles influenciam de forma significativa o grau de tremores no corpo. Desta
forma quando estamos procurando a posição mais correta para o tiro, um esforço mínimo seria utilizado no aparato muscular
para obter estabilidade do corpo movendo partes e sustendo o corpo em posturas específicas. Isto pode ser conseguido se o
controle dos músculos e articulações forem feitos de uma maneira na qual os ossos descansem uns sobre os outros e sejam
mantidos imóveis principalmente através do aparato dos ligamentos. Um fluxo excessivo de impulsos neurais motores e
sensoriais pode ser evitado se houver um número mínimo de grupos de músculos funcionando ativamente durante um tempo
em uma determinada posição de sustentação. Isto desenvolveria também as pré-condições para manter uma posição que não
pode ter oscilações com as mais baixas taxas de oscilações.
Em conclusão, vamos falar mais uma vez sobre os possíveis significados da minimização das oscilações
involuntárias do corpo em posição e quais são utilizados por certos atiradores que tem atingido um alto grau de treinamento
no controle do seu aparato motor. Esta técnica é baseada sobre interferências conscientes nas reações involuntárias motoras,
uma técnica cuja praticabilidade é bem conhecida. Por exemplo, uma pessoa piscará periodicamente e ainda não foi
informada disto. Este movimento involuntário das pálpebras é normalmente desenvolvido automaticamente e
inconscientemente. Uma pessoa, entretanto, pode exercer conscientemente controle sobre estes movimentos, e neste ponto
torná-lo voluntário. Ele é possível ao inclinar os olhos ( olhar com os olhos quase fechados ) ou por outro lado, evitar
conscientemente a piscada. Os ciclos da respiração ocorrem involuntariamente, mas em qualquer momento uma pessoa
pode segurar a sua respiração e não respirar. Um organismo responderá para qualquer irritação nervosa com uma reação
involuntária. Mas, antecipando a repetição da irritação, uma pessoa pode reagir a ela de uma forma consideravelmente
suave. Embaixo da ação e reação dos músculos, o corpo balança constantemente e involuntariamente na posição parada (em
pé ). Mas se o desejo de fazer tudo isto está presente, uma pessoa pode colocar estes movimentos sob o controle consciente
de alguns graus. Levando os atiradores a avaliarem eles mesmos sobre esta técnica especial para diminuírem ainda mais as
oscilações do corpo quando atiram.
Uma diminuição dos efeitos involuntários das oscilações do corpo pela neutralização ativa voluntária está
chegando finalmente através de um controle diferenciado e extremamente preciso do aparato motor que esta baseado nos
movimentos do corpo e no correspondente deslocamento da arma de fogo. Este acesso para controlar o aparato motor esta
aberto somente aos atiradores altamente treinados que tem desenvolvido uma alta sensibilidade aos vários analisadores.
Tentativas prematuras por atiradores insuficientemente treinados para utilizar esta técnica levarão provavelmente a
resultados negativos porque os músculos estão sendo solicitados a desempenhar tarefas para as quais eles não estão
preparados.
Entretanto, ele deve estar lembrado que os sentidos altamente desenvolvidos dos músculos é uma boa ajuda
para atingir a máxima imobilidade do sistema atirador-arma de fogo. Logo, eles são necessários para desenvolver estes
acessos a todos os meios de forma que não hajam esforços desnecessários dos grupos de músculos enquanto o atirador
estiver na posição de tiro.
Nos esforços excessivos dos músculos, grandes impulsos sensoriais podem, por assim dizer, se desfazer dos
sinais mais fracos emanados dos músculos menos solicitados. Estes, num certo grau, distorcem as informações que fluem
para o córtex cerebral provenientes dos analisadores motores e, dentro de uma análise final, tem um efeito negativo sobre a
estabilidade do corpo enquanto o atirador esta na posição de tiro.
A ação indesejável de inclinar a cabeça, a solicitação dos músculos e tendões do pescoço, e a solicitação dos
vários grupos de músculos do esqueleto são manifestados na redistribuição da harmonia muscular os quais aumentam as
oscilações no sistema inteiro. Os poderosos fluxos de impulsos que aparecem nestes pontos e que se movem por um longo e
ininterrupto tempo dos receptores para o sistema nervoso central produzem uma forte e relativamente rápida enervação tanto
dos centros de nervos motores quanto dos aparatos musculares do atirador. Isto exerce um efeito contrário sobre a qualidade
do tiro, especialmente nos cursos de tiro os quais requerem uma grande quantidade de tempo. O atirador, então, deve criar
condições favoráveis para o funcionamento do aparato motor e não deve sobrecarrega-lo pelas atividades estáticas
prolongadas sobrepostas em cada seção de tiro.
Estes são os fatos básicos referente ao aparato motor que necessitam ser conhecidos para resolver de forma
competente os problemas práticos ligados com a seleção da posição mais correta ou variação mais promissora compatível
com os níveis contemporâneos de desenvolvimento da prática do tiro competitivo. É claro que, as informações apresentadas
aqui sobre o aparato humano esta totalmente limitada. É extremamente importante e desejável que o atirador não se limite, e
que ele desenvolva um estudo cuidadoso da anatomia
humana e de livros que envolvam testes psicológicos.
CAPÍTULO 5

ESTATICA DO CORPO HUMANO

Duas forças externas são exercidas sobre o corpo humano e sobre todos os outros corpos físicos; a força de
gravidade e a força de ação ou reação na superfície de apoio sobre a qual o corpo esta localizado ou repousa. A força de
gravidade sempre passa através do centro de gravidade do corpo e é perpendicular ao plano horizontal; a força de ação na
superfície de apoio é dirigida contra a força de gravidade e é igual a mesma.
As leis gerais da física mostram que para manter o equilíbrio estático do corpo é necessário igualar as forças
externas que estão agindo nele. Uma figura de bronze ou gesso para o atirador na posição de tiro naturalmente é
suficientemente estável para permanecer no lugar. O corpo humano, entretanto, é um sistema complexo de partes em
movimento, e a cada tendência de se mover para baixo sofre os efeitos de seu próprio peso. Uma reação específica de forças
internas é necessária, portanto, para manter as relações das partes móveis do corpo na posição e para mante-las imóveis.
Estas forças internas são primariamente as forças desenvolvidas pelos músculos e tensões dos ligamentos.
A estática do corpo humano distingue dois tipos básicos de equilíbrio, estável e não estável. Ambos resultam do
relacionamento do centro de gravidade do corpo com a área de apoio.
Um equilíbrio estável é um tipo de equilíbrio no qual o corpo retorna a sua posição original após ter sido movido
para fora da sua região de equilíbrio. Este tipo de equilíbrio ocorre quando o
centro de gravidade o corpo é menor que a área de apoio. Um exemplo poderia ser
um corpo suspendido para cima ( FIG. 57a ).
O equilíbrio instável existe quando o centro de gravidade esta situado
acima da área de apoio ( FIG. 57b ). Quando um corpo é movido assim para fora da
área de equilíbrio, ele não retorna para sua posição anterior.
Consequentemente, um atirador na posição em pé, ajoelhado, e até mesmo
deitado de bruços está em equilíbrio instável porque o centro de gravidade do
seu corpo está acima da sua área de apoio.
Para manter qualquer tipo de corpo em equilíbrio, a linha do centro de
gravidade ( uma extensão vertical do centro de gravidade ) deve cair dentro da
área de apoio. Se a linha do centro de gravidade não esta dentro do limite desta
área, então o corpo cairá tanto que retornará para a sua posição original
devido ao seu estado de equilíbrio instável. Ainda, um corpo no estado de equilíbrio
instável pode se manter variando graus de estabilidade, dependendo da altura do
centro de gravidade acima da área de apoio, o tamanho da área de apoio, e a
distância da linha do centro de gravidade para as extremidades da área de apoio.
A perda do equilíbrio acontece quando a linha do centro de gravidade do
corpo mover-se para fora da área de apoio ( FIG. 58 ). Quando a área de apoio permanece constante, o equilíbrio do corpo
diminui já que seu centro de gravidade move-se mais alto acima da área de apoio. A estabilidade do corpo é aumentada
quando o tamanho da área de apoio é aumentada e a altura do centro de gravidade permanece inalterada.
A posição em pé é a menos estável para a realização do tiro, devido ao seu centro de gravidade alto, localizado
acima de uma área de apoio comparativamente pequena. Existem vários graus de estabilidade, entretanto, depende de como
o atirador posicione o peso de seu corpo. Ele pode, por exemplo, inclinar o corpo para trás e se apoiar sobre seus
calcanhares, ou ficar reto, posicionando seu peso sobre a parte média de cada pé, deixando, dessa forma a linha de gravidade
próxima do centro da área de apoio. Um indicador desta diferença é o ângulo de estabilidade. Ele é formado por duas linhas
retas, uma delas é a extensão vertical do centro de gravidade e a outra, uma linha reta originária do ângulo formado pelo
centro de gravidade e pela área de apoio ( FIG. 59 ).
Desta forma, a altura do centro de gravidade do corpo acima da área de apoio, o tamanho da área de apoio, e os
ângulos de estabilidade são os fatores externos que determinam o grau de estabilidade do corpo.
Visto que nosso corpo consiste de partes separadas, seu centro de gravidade é na verdade o centro de gravidade
comum de um sistema dos corpos. As partes componentes do corpo humano são ligadas flexivelmente umas as outras e o
centro de gravidade não apresenta uma posição fixa. Ele se modifica quando ocorre qualquer mudança na posição de uma de
suas partes componentes. Cada posição onde o corpo está em equilíbrio tem, correspondentemente, um centro de gravidade
diferente ( FIG 60 ). O centro de gravidade do corpo humano varia até mesmo quando o corpo permanece na mesma
posição. Isto ocorre através da respiração, circulação sangüínea, enchimento e esvaziamento de órgãos existentes nas
cavidades abdominais. É muito difícil atingir uma precisão absoluta na determinação do centro de gravidade dos organismos
vivos.
Na prática, o atirador não tem que localizar o centro de gravidade do seu corpo. Entretanto, pelo conhecimento de
como a localização do centro de gravidade acima da área de apoio influencia a estabilidade do corpo em determinadas
posições, o atirador pode empenhar-se em determinar uma posição na qual o peso do seu corpo esteja distribuído igualmente
acima e a uma certa distancia interna (suficiente) do ângulo formado pelas superfícies de apoio com ambos os pés na

posição parado, em pé (posição padrão para tiro) e com o pé esquerdo, joelho direito e calcanhar direito na posição
ajoelhado (posição padrão para tiro).
A área de apoio é composta das superfícies de apoio do corpo, o pé e também a área entre eles. Na posição em pé,
o atirador pode, por exemplo, mudar a posição dos seus pés para diminuir ou aumentar a área de apoio e assim alterar a
estabilidade do seu corpo( FIG 61 ). Entretanto, aumentando a área de apoio quando se esta na posição em pé utilizando
uma postura das pernas mais afastadas não aumenta substancialmente a estabilidade do corpo porque o ângulo de
estabilidade aumenta somente em uma direção. Uma distância maior entre os pés é necessária para prática de tiro em veado
em movimento ou javali em movimento, e para prática de tiro rápido com pistola, entretanto, uma vez que ocorra um
aumento do ângulo de estabilidade na direção do plano de fogo, este aumentará consideravelmente a estabilidade do sistema
atirador/arma de fogo durante o levantamento rápido da arma até a posição.

Quando analisamos a estabilidade do corpo humano em uma determinada


posição, devemos limitar esta análise as aplicações gerais das leis da física que
determinam o equilíbrio físico dos corpos sob diferentes condições. Com idênticas
áreas de apoio, quase idênticas localizações do centro de gravidade, e igual
distancia da linha do centro de gravidade para as extremidades da área de apoio, o
corpo de uma pessoa ainda pode ser colocado em posições completamente
diferentes com variações dos graus de estabilidade ( FIG. 62 ). Como pode ser
visto no desenho, o que distingue a postura destes dois corpos é o fato de que a
preservação do equilíbrio é conseguido por níveis de esforços completamente
diferentes no interior dos corpos.
Se os músculos estão relaxados, as várias partes do corpo mudam seus
centros de gravidade para baixo e, consequentemente, o centro de gravidade
comum do corpo também muda. A linha do centro de gravidade moverá para fora
dos limites da área de apoio e o corpo cairá. Entretanto uma peculiaridade da estática do corpo humano esta no fato de que o
equilíbrio pode ser mantido somente quando o aparato motor está em operação. A tensão dos músculos e a resistência
passiva dos ligamentos compensam o peso das partes separadas do corpo ( FIG. 63 ).
A força de gravidade sobre qualquer parte móvel, quando aplicada para o seus centros de gravidade, tendem a
puxá-las para baixo. Isto cria um momento de força que rotaciona a parte relativa ao seu eixo de rotação ao redor das
articulações. O trabalho estático dos músculos e a resistência dos ligamentos agem para neutralizar este momento de força.
As ações da força de gravidade e as reações dos músculos não podem tornar o corpo absolutamente imóvel por causa da
tensão muscular, que pela sua natureza psicológica, não pode permanecer constante. Como resultado, ocorrem oscilações
constantes do corpo para mais ou para menos.
O atirador tem a tarefa de selecionar
a posição que requeira menos desperdício dos
esforços musculares para o equilíbrio do
corpo, e que concentre a máxima confiança
sobre a utilização do aparato passivo dos
ligamentos. Sob estas condições o corpo estará
submetido a uma quantidade mínima de
oscilações. Dentro disto, nós podemos
examinar em detalhes adicionais o estado de
equilíbrio dos corpos nas suas posições menos
estáveis, a posição em pé. Existem três
posições básicas para prática do tiro na
posição em pé: a posição antropométrica (
posição normal ), a posição de descanso (
posição de espera ), e a posição de atenção (
posição militar).
Na posição antropométrica ( FIG.
64a ), a linha vertical do centro de gravidade
comum coincide com o eixo transversal do
quadril, joelho e articulações do tornozelo.
Neste exemplo, o aparato dos ligamentos
representa um papel muito menor no reforço
das articulações que os músculos. Nesta
posição as partes do corpo como a pélvis, a
coxa, a canela e o pé estão dentro de um
estado de equilíbrio um tanto instável. Isto
leva a um inevitável balanço do corpo para
frente e para trás bastante considerável. Os
grupos de músculos que reforçam as
articulações são esticados para frente e para
trás. Nesta posição padrão, as partes móveis
do corpo são mantidas rígidas nas principais
articulações pelo trabalho dos músculos, e o
balanço é mais perceptível que em outras
posições padrões para a prática do tiro.
Na posição de descanso ( FIG. 64b ), a
linha vertical do centro de gravidade comum passa
atrás do eixo transversal das articulações do
quadril.
O mantimento da posição da pélvis
relativa a coxa é realizada pelos músculos e
ligamentos. A papel principal é realizado pelo
ligamento iliofemoral ( veja FIG. 67 ) que é tão
forte que pode, quando tencionado, suportar o
peso do tronco até mesmo sem a assistência dos
músculos. O reforço da articulações dos joelhos é
realizado pelos ligamentos e músculos nas costas
destas articulações. O reforço das articulações dos
tornozelos, quando a canela esta inclinada para a
frente, é desenvolvido primariamente pelo arranjo
delas mesmas.
Na posição de atenção ( FIG. 64c ), a
linha vertical do centro de gravidade passa em
frente do eixo transversal do quadril, articulações
dos joelhos e tornozelos. A fim de evitar que o
corpo caia, os músculos localizados na superfície
traseira destas articulações necessitam estar
constantemente no estado tencionado.
Pela comparação do trabalho dos
músculos nas diferentes posições padrões para a
prática do tiro, podemos concluir que a posição de
atenção é a que requer menor esforço muscular
para manter o equilíbrio. Consequentemente, a
postura do corpo para a posição em pé na qual a
linha vertical do centro de gravidade passa atrás
do eixo transversal das articulações do quadril e
em frente das articulações dos joelhos e
tornozelos, e quando o tronco é inclinado para trás
e a pélvis é movida para a frente, é a base
fundamental para assumir a posição em pé (
posição padrão para prática do tiro ). O reforço
das articulações básicas do corpo nesta posição é
conseguida pela inclusão do trabalho realizado
pelo aparato dos ligamentos. Isto proporciona o
melhor reforço mútuo das partes móveis do corpo
e, consequentemente, uma maior rigidez do corpo inteiro do atirador de fuzil quando esta na posição, realizado com menor
desperdício do esforço muscular.
Entretanto, ao assumir uma posição para tiro, onde o atirador tem apoio para levantar a arma de fogo livremente, os
músculos estão sobre grande tensão. O peso total do corpo do atirador e o peso da arma de fogo, como qualquer outro peso,
mudam substancialmente as relações de carga no aparato muscular.
Um atirador apoiando uma arma de fogo cria
um sistema que tem o seu próprio centro de gravidade
( FIG. 65 ), e seu equilíbrio somente quando a sua
linha de gravidade passa pela área de apoio. A
tentativa de apoiar a carga em uma posição fixada
causa inevitavelmente uma mudança substancial na
posição das partes do corpo. Elas são movimentadas
para se criar um deslocamento compensatório que
contrabalanceia o peso da arma de fogo. Isto causa
uma mudança significativa na posição do corpo do
atirador. Quando o atirador toma uma determinada
posição com um fuzil ou uma pistola, seu corpo toma
uma postura não simétrica e não natural.
Preservando o equilíbrio do corpo sobre
estas condições são alocadas uma grande carga não
comum e considerável sob os músculos e ligamentos.
Por esta razão, nós devemos verificar todos os
músculos e ligamentos que desempenham um papel
decisivo, juntamente com as relações das partes
móveis do corpo e o funcionamento do aparato
muscular, mantendo as articulações rígidas.
Primeiro, vamos verificar certos aspectos
práticos importantes da atividade muscular quando
selecionamos uma variação específica de posições. Os
músculos possuem elasticidade e capacidade para se
expandir ou contrair. Existem dois tipos básicos de condições nos músculos, a condição contraída e a condição relaxada. A
primeira condição é causada pela excitação ( trabalho ) e a segunda condição pelo estado de repouso. Em ambas condições
no estado relaxado ou contraído, os músculos podem estar na
condição encurtado, esticado ou na condição parcialmente
encurtado ( FIG. 66 ). Isto depende das posições relativas das
partes do corpo e dos ossos nos quais os músculos estão ligados
individualmente. A força de tração dos músculos depende, em
grande parte, do comprimento dos músculos e do tempo que
eles levam para iniciar os seus trabalhos e atingir o ponto no qual
poderão ser esticados como um elástico, tornando o corpo
flexível. Consideráveis pesquisas médicas tem mostrado que
a capacidade dos músculos de serem puxados aumenta mais que uma
vez e meia quando os músculos estão no estado contraído.
Consequentemente, os grupos de músculos básicos que desenvolvem
atividades estáticas mantendo as partes móveis do corpo rígidas
e sustentam o corpo na posição para realização do tiro, poderiam
estar no estado esticado. Neste estado, são empregados atualmente
um número significantemente menor de células nervosas
motoras e fibras musculares ligados a elas.
Nós podemos agora proceder o mantimento da posição da articulação.
As articulações do quadril ( FIG. 67 ), com suas formas esféricas, são as articulações móveis mais importantes. Os
ligamentos mais resistentes do corpo, que realizam papel importante na rigidificação destas articulações na posição, são os
ligamentos iliofemorais. O ligamento pubofemoral ( relativo ao osso da coxa e do fêmur ) não é tão resistente, entretanto na
posição em pé para a realização do tiro também desempenha um trabalho passivo e ajuda na imobilização das articulações
do quadril. É possível uma grande variação da inclinação do quadril e da extensão dos seus movimentos..

Os ligamentos do quadril permitem uma inclinação de aproximadamente 105 graus e uma extensão dos seus
movimentos de até 15 graus. A melhor imobilização da articulação, observada, é conseguida avançando a pélvis para a
frente. O mantimento da articulação rígida é conseguida principalmente através do fêmur reto, iliocostal, e músculos
sartórios.
A articulação do joelho ( FIG. 68 ) é caracterizada pelo alto grau de mobilidade ao redor do seu eixo transversal.
Os ligamentos mais resistentes são o obliquo popliteal e o cruciforme. A extensão acima do joelho, que é impedida pelo
aparato fixo do ligamento, é possível de uma posição média de 10 para 12 graus. Entretanto, a articulação do joelho pode ser
mais rígida pelo uso do aparato do ligamento na posição acima do joelho; isto é, quando a linha de gravidade passa em
frente do eixo transversal do joelho. Neste ponto, os músculos gastronêmio e popilíteo desenvolvem a função de
imobilização da articulação.
A articulação do joelho ( FIG. 69 ) É formada de um bloco e relativamente móvel. Um número de ligamentos estão
localizados sobre suas superfícies internas e externas. O ligamento interno mais resistente é o deltóide. A melhor
imobilização da articulação do joelho ocorre quando a perna esta levemente inclinada para a frente., porque a forma do seu
astralagus(esfera de articulação do tornozelo) promove a imobilização da junta. Além disso, os resistentes tríceps da barriga
da perna e especialmente os músculos solear funcionam melhor quando a perna esta inclinada para a frente. A imobilização
da articulação do joelho também inclui a tíbia posterior, perônio longo, perônio curto, músculo extensor digital longo e
músculo extensor logo hálux. Entretanto, estão bem fixadas quando a linha vertical de gravidade passa em frente do seu
próprio eixo transversal.
O pé ( veja FIG. 69 ) tem numerosas articulações
mantidas na posição através de muitos ligamentos. Eles são
tanto um aparato elástico quanto de sustentação. O pé tem uma
construção em forma de arco consistindo de arcos internos,
externos e transversais(FIG. 70 ). Os arcos representam papel
importante na distribuição do peso do corpo sobre uma grande
superfície quando estamos na posição em pé e agindo como
um absorvedor de choques durante a realização dos
movimentos.
Os pontos de apoio dos arcos são as protuberâncias
do osso do calcanhar na parte traseira e ao redor das
terminações do primeiro e do quinto ossos metatarso. Estes três ossos formam um
triângulo de apoio ( FIG. 70 ). A superfície de apoio completa do pé, visível em
uma impressão do pé, é mais larga que a sua superfície de apoio ativa, desta
forma as partes mais suaves do pé não agem diretamente no apoio ao peso do
corpo. Se uma bota esta desgastada, a superfície de apoio ativa aumenta
consideravelmente. O atirador deve dedicar especial atenção a este detalhe para
certificar-se de que os calcanhares e as solas dos pés não estejam desgastadas,
que as solas não estejam torcidas, ou que os sapatos não estejam empenados para
cima porque estas condições reduzem a superfície de apoio ativa do pé.
Quando estamos em pé com os calcanhares juntos, a área de apoio dos
pés é maior do que quando os pés estão posicionados a um certo ângulo um do
outro. Quando os pés estão separados, a maior área de apoio é conseguida quando
mantemos os pés paralelos um ao outro. Entretanto, alguns detalhes adicionais
devem ser consideradas. Na posição em pé, não é aconselhável colocar a carga
sobre o arco interno. O arco interno contém muitos ossos e articulações e,
consequentemente, ele é apoiado quase que exclusivamente por músculos.
Pesquisas realizadas por pesquisadores na área de medicina dos esportes tem
mostrado que quando o ângulo entre os sapatos é aumentado ou quando os pés
estão mais afastados, há um aumento na carga sobre o arco interno. Entretanto, o atirador, quando assume uma posição para

a realização do tiro com um rifle ou uma pistola para tiro lento na posição em pé, não deve colocar seus pés muito afastados
ou em um ângulo muito aberto um do outro.
A posição dos pés na posição em pé está relacionada ao bom desempenho dos músculos e a sensitividade das
articulações que dão ao atirador a capacidade para reproduzir sua posição para a prática do tiro uniformemente. A FIG. 71
mostra que os resultados de experiências simples conduzidas pelo autor nos quais as linhas de contorno dos pés dos
principais atiradores foram marcadas para tentativas repetitivas para assumir uma posição em pé ( posição padrão para
prática do tiro ) com pistola ou rifle. Examinando estas pegadas que foram marcadas, podemos tirar as seguintes conclusões:
- as pegadas são menos ajustadas nas marcas dos atiradores que usaram uma distância larga. Isto é evidente
particularmente entre os atiradores de pistola que desviaram os centros dos alvos avistados para silhueta e começaram
usando uma distância larga;
- em posições com um amplo ângulo de rotação do plano de tiro, a precisão nas marcações das pegadas estavam
diretamente relacionadas para como fora mantido consistentemente o ângulo de giro;
- mais alto desenvolvimento da memória muscular pertence aos atiradores que se especializam em prática do tiro em alvos
em movimento como veados e javalis. Isto era possível pelo treinamento repetitivo que eles recebiam em movimentar o
rifle para a esquerda ou para a direita, todos que assistiram estes treinamentos tiveram um alto desenvolvimento do nível
de sentimento e memória muscular;
- a maior precisão no ajuste do pé nas pegadas ocorreram entre os atiradores mais experientes, particularmente aqueles que
deram ênfase especial a um tempo do seu treinamento na marcação sistemática da posição ou contorno das linhas dos
seus pés e da linha de tiro sobre o terreno;
- geralmente, a memória muscular dos atiradores competitivos apresentam consistentemente restabelecimento das suas
posições padrões para prática do tiro ( posição em pé ), tanto em grau quanto extensão as relações dos pés e o ângulo do
corpo para o alvo são importantes, entretanto elas são menos importantes do que se acreditava inicialmente.
A memória muscular na reprodução da posição
para a prática do tiro competitivo esta diretamente
relacionada ao nível de treinamento especial do
atirador. Um atirador, especialmente aquele com
memória muscular não desenvolvida poderia
permanecer na posição da linha de tiro durante todo
o evento da prática do tiro. Vários aspectos
associados com a imobilização da cinta do ombro e
das articulações das extremidades superiores devem
ser consideradas na seleção da melhor variação de
posição para a pratica do tiro competitivo com
pistola.
A cinta do ombro, principalmente na região da
escápula, é relativamente móvel para o tronco ou
tórax, e os braços ao redor são ligados ao sistema (
FIG. 72 ). Afim de atingir a máxima imobilidade
dos braços dentro de uma ou outra posição, o
atirador não deve imobilizar somente este sistema
de articulações, mas também a escápula. Isto é de
especial importância porque o braço esta ligado a
base da escápula. Com a realização de qualquer
movimento da cinta do ombro(escápula e
clavícula), ocorre uma variação
na posição dos braços.
A abdução rápida (
levantando o braço ou

mantendo-o na posição ) é um resultado da ação do músculo


deltóide. O menor canto da escápula move-se rapidamente em
direção ao lado de fora ( veja FIG. 74c ). Abdução auxiliar (
complementar ) do braço para o nível horizontal é
desenvolvida pelo deltóide e outros músculos que participam
do funcionamento da escápula, o rombóide maior major,
trapézio, serratus anterior, etc. ( FIG. 73 ). Diante disto os
atiradores de pistola podem tirar conclusões importantes: é melhor para o atirador manter o braço sobre um nível horizontal
quando o tronco estiver inclinado para trás dos braços estendidos, porque nesta posição o menor canto da escápula se move
menos para o lado de fora ( FIG. 74). Isto requer um esforço muscular mínimo para mover e imobilizar a escápula.

A articulação do ombro é esférica e é a articulação mais móvel do corpo humano. Uma peculiaridade é que ela possui o
aparato dos ligamentos mais frágil, o ligamento coracohumeral, que desempenha um papel substancial na imobilização da
articulação. A imobilização da articulação do ombro quando o braço for levado a força para o lado e apoiado em uma
posição horizontal é realizada pelo uso do deltóide, supra-espinhoso, infra-espinhoso e feixes
mais altos de grandes músculos peitorais. O músculo deltóide representa um papel
substancial. Ele consiste de três partes: a frontal ( clavicular, começando na terminação
externa da clavícula ), a mediana ( aeromial, começando no processo aeromial da clavícula )
e, a parte traseira ( espinhal, começando na espinha escapular ) ( FIG. 75 ).
Novamente, condições otimizadas para a
utilização do músculo deltóide na prática do tiro
competitivo com pistola são criadas quando o
tronco é inclinado para trás dos braços
estendidos. O músculo então, desenvolve um
papel estático visto que ele se encontra na
condição esticado e seus pontos de junção estão
mais afastados.
Isto é confirmado por pesquisas onde as biocorrentes que vão dos
centros motores neurais para os músculos são registradas ( FIG. 76 ).Estes
miogramas ( curva muscular ) mostram que o desempenho estático
do trabalho muscular aumenta em intensidade, a série de impulsos
motores devem ser de intensidade diferente, resultando assim em
diferentes graus de tensão no músculo. As condições sobre as quais os
músculos das articulações do ombro devem trabalhar variam significativamente, dependendo de qual distância para o lado o
braço é levado a força.. A posição mais vantajosa é uma na qual o braço é apoiado em um pequeno ângulo da linha dos
ombros, ou naquele em que o eixo do braço coincide com a linha do ombro(veja FIG. 76).
A articulação do cotovelo ( FIG. 77 ) é complexa. Ela inclui tanto a articulação úmeroulnar quanto a radioulnar. A
mais importante destas articulações é a úmeroulnar. Ela tem a forma de um bloco com um eixo de rotação o qual passa
transversalmente pelo eixo do braço. Isto permite as articulações executarem as suas principais funções, inclinando e
estendendo o antebraço. A extensão do antebraço na articulação do cotovelo pode continuar até a ulna vindo a parar no
fundo da fossa do úmero. Nesta posição, o braço esta totalmente esticado com alguma tensão alem dos limites da articulação
do cotovelo, e nesta posição a ulna torna-se fechada. A articulação do cotovelo é apoiada no local por muitos ligamentos, os
mais importantes deles são o ulnário lateral e o ligamento anular( em forma de anel ). A articulação do cotovelo, é
capaz de realizar somente alguns movimentos, tem relativamente poucos músculos. De qualquer forma, muitos outros
músculos que percorrem as suas redondezas estão envolvidos no apoio desta articulação na posição quando o antebraço
ainda esta estendido ou esticado além do limite. Entre estes músculos estão as ramificações dos tríceps, anconal, extensor
ulnário do pulso, bracoradial e outros.
Articulações das mãos ( FIG. 78 ) apresentam tanto as articulações radiocárpicas ( relativas ao antebraço e ao
punho ) quanto a intercarpal. Estas articulações apresentam muitas irregularidades no formato dos ossos ligados por um
grande número de ligamentos. Estas articulações são apoiadas por ligamentos resistentes, dos quais o ligamento ulnário
radial e lateral do pulso são os mais resistentes. Estes ligamentos apoiam o aparato destas articulações igualmente em todas
as direções. Existem muitos eixos de rotação ao redor destas articulações que permitem as mãos ter um movimento mais ou
menos livre. O eixo principal de rotação das articulações radiocárpicas e intercarpal estão em diferentes planos e apresentam
diferentes direções de movimento ( FIG. 78d ). Isto possibilita a mão uma grande liberdade de movimentos na direção
mostrada através da FIG. 78c. Desta forma, a imobilização das articulações da mão com os ligamentos é aumentada com
uma leve inclinação das mãos para baixo.

Os músculos das multi-articulações que passam próximas da articulação da mão não são utilizados somente no
movimento das mãos e dos dedos, mas também na sustentação das articulações. Isto indica que afim de obter melhor
imobilização das articulações da mão quando se esta praticando o tiro com pistola, o atirador deve segurar a pistola
firmemente.
As mãos como um todo ( FIG. 79 ), tem muitos ossos que são interligados e que ainda retém sua mobilidade. As
articulações são apoiadas por um complicado aparato de ligamento. O osso central no qual a maioria dos ligamentos estão
conectados esta localizado no meio do pulso. Obviamente, é desejável que ele seja capaz de suportar o peso de um rifle com
a mão esquerda de forma que a carga principal caia exatamente sobre o centro da mão. Os ligamentos da palma da mão são
mais resistentes que os ligamentos posteriores da mão. Considerando estas peculiaridades, é mais vantajoso incluir os
ligamentos da palma e os ligamentos das articulações intercarpal no trabalho de sustentação do rifle ( veja FIG. 78 ).
Nós iremos considerar agora algumas peculiaridades na localização e movimento dos músculos da mão que
controlam os movimentos dos dedos.
Os músculos responsáveis pela flexão dos dedos são os flexores superficiais dos dedos, o flexor profundo dos
dedos e os flexores longos do dedo polegar ( FIG 80 ). Todos estes músculos são multi-articulados, tem a sua origem no
úmero e passam por muitas articulações no braço e na mão. O corpo de cada um destes músculos esta localizado no
antebraço. Os músculos flexores superficiais e profundo do dedos são os mais importantes para o atirador.
O músculo flexor superficial dos dedos tem quatro tendões longos, finos e resistentes que passam pelos quatro
dedos ( excluindo o polegar ). Na realidade, este músculo consiste de quatro músculos separados que apresentam origem
comum ( veja FIG. 80 ), e diferentes lugares de fixação na falange média de cada dedo. Flexionar a falange média é a função
dos músculos, que causam um movimento adicional em todas as outras articulações da mão. Consequentemente, o
movimento dos dedos por estes músculos pode causar algum movimento na mão inteira. Com o braço reto na articulação do
cotovelo, isto é, com o antebraço estendido, suas funções proporcionam melhor assistência a sustentação das articulações da
mão e com menos esforços.
O músculo flexor profundo dos dedos é parecido em estrutura ao flexor superficial dos dedos visto que ele também
tem um corpo com quatro tendões passando por eles. Entretanto o músculo esta localizado mais fechado na superfície da
ulna (cúbito ). Os quatro tendões do flexor profundo passam através das fendas dos tendões do músculo flexor superficial do
dedo e são ligados aos falanges ungueal de cada um dos quatro dedos ( excluindo o polegar ). Este músculo também é capaz
de flexionar a mão em todas as articulações. O flexor profundo do dedo difere funcionalmente do flexor superficial na flexão
desenvolvida também nos falanges ungueais. Entretanto a flexão isolada nos falanges ungueais é limitada a um número
pequeno de pessoas . Para a maioria das pessoas, é muito mais fácil conduzir flexão nos falanges ungueais pela imobilização
do segundo falange contra um apoio. Comumente dois músculos trabalham juntos na inclinação dos dedos, envolvendo os
falanges ungueal e medial, simultaneamente. Para aproveitar até certa quantidade destas características peculiares de
trabalho dos dedos flexores, torna-se necessário fazer um encaixe para o dedo indicador quando o atirador de pistola estiver
se adaptando a uma pistola ortopédica. Este encaixe impedirá as falanges ungueal e medial de apertar a pistola. Caso
contrário a compressão do gatilho com o falange ungueal causará uma pressão do falange sobre o lado, causando movimento
da arma.
Observando as Figuras. 79 e 80, é fácil verificar que todos os tendões dos flexores do dedo passam através do canal
do pulso ( FIG. 81 ) e saem acima do canal
do pulso, como um leque em direção aos
dedos. Com os dedos abertos, espalham
estes agrupamentos de tendões em forma
de leque que são necessários não somente
para a inclinação dos dedos mas também
para a adução e abdução. Esta informação
deveria ser levada ao atirador para que ele
possa tirar conclusões óbvias. Elas são
necessária para ajustar o aperto da pistola
ortopédica aos dedos de forma que eles
não se espalhem muito quando apertarem a
pistola. D e qualquer forma, se inclinar-
mos o dedo indicador quando o gatilho
estiver liberado este será seguido pelo
movimento dos outros dedos, causado pela
sua convergência. Por esta razão a
abdução extensiva do dedo no gatilho
longe dos outros dedos não seria seguida
quando a pistola fosse apertada. Isto
causaria sua adução para o dedo do meio e
para os outros dedos quando ele inclinasse
e apertasse o gatilho, que poderia causar
também algum movimento na mão inteira
no momento mais crítico do tiro.
O melhor apoio das articulações radiocárpicas e intercarpal podem ser obtidas segurando a pistola com uma
considerável inclinação da mão para baixo. Neste caso, os ligamentos da articulação radiocárpica participam para
desenvolver o máximo de trabalho passivo na ação de segurar a pistola. A
mão, entretanto, não poderia ser inclinada excessivamente ( FIG. 82 )
porque isto causa algumas constrições dos tendões flexores do dedo no
canal do pulso. Quando isto acontece, os outros dedos se moverão
automaticamente quando o dedo indicador for movido e a estabilidade da
pistola será rompida quando o gatilho for acionado.
Além disso, a pistola não seria segurada com uma inclinação
excessiva da mão para baixo porque, pela sua própria adução extensiva (
inclinação ) é possível somente pela força do flexor ulnário da mão ( FIG.
83 ). Como uma conseqüência, oscilações adicionais ocorrerão durante o
tiro.
O movimento dos dedos é conseguido pelos músculos curtos e
resistentes da mão que estão localizados na superfície da palma. Eles
movem o dedão e o dedo mínimo. Visto que estes grupos de músculos não
estão sobre grande estresse enquanto realizam a ação de segurar a pistola,
eles poderiam estar servindo como pontos de sustentação da palma da
mão. A ação de segurar a pistola poderia ser formada, mais seguramente
aqui do que em qualquer outro lugar, para condicionar esta parte da palma
da mão mais ajustada. A zona de perigo da palma da mão para a prática do
tiro com pistola ou revolver é o local onde os flexores dos tendões do dedo indicador passam ( veja FIG. 79 e 80 ) Qualquer
inchação ou protuberância próxima do ponto onde age a ação de segurar a arma pode afetar em alguns graus estabilidade da
pistola na mão, e levá-la a se deslocar. O atirador examinaria sua palma da mão e teria as causas das peculiaridades da sua
estrutura antes de selecionar o método de segurar a pistola e adaptaria a ação da pistola a sua mão.
O músculo extensor geral dos dedos ( veja FIG.79 ) é originário no úmero. No meio do antebraço ele torna-se um
tendão que parte até tendões separados que são fixados nas superfícies posteriores das flanges dos dedos ( excluindo o
polegar que possui o seu próprio extensor ). A localização e função do extensor comum dos dedos é tanta que os dedos

acabam sofrendo alguma extensão simultaneamente com a flexão da mão, uma ação que também cria um aumento na
harmonia daquele músculo. Isto, em rotação , requer dos músculos flexores um trabalho mais
árduo como uma reação, causando mais firmeza na ação de segurar a pistola. É necessário usar
uma ação de segurar a pistola na qual a mão esteja apoiada na posição normal, nem aduzido (
levado para frente ) e tampouco abduzido ( afastado do eixo do corpo ).
No estado relaxado, os dedos estão em qualquer posição dobrada ( FIG. 84 ). Isto
corresponde ao fato que os flexores e sua harmonia são geralmente mais resistentes que os
extensores dos dedos.
Alguns atiradores de pistola tem utilizados com sucesso esta peculiaridade para
liberar o gatilho. Usando um gatilho bem mais leve com uma tensão em torno de 15 a 30 g,
eles não contrairão os músculos que inclinam o dedo indicador para liberar o gatilho, mas ao
contrário, vão relaxa-los completamente. A dobra do dedo ocorre devido a maior harmonia dos músculos flexores dos
dedos, e desta forma, superar a tensão do gatilho.
Quando usamos os músculos para apoiar as partes superiores do corpo na posição, as extremidades superiores
como um todo são bem mais imobilizadas nas articulações quando o tronco está inclinado um pouco para a esquerda e
quando a parte direita do arco do ombro e levantada rapidamente e aduzido para frente. A direção do braço com suas
articulações do ombro estendidas estariam um pouco para a esquerda da linha do ombro. Neste caso, condições favoráveis
são criadas para o trabalho estático dos músculos trapézio, rombóide maior, serratus anterior, deltóide, supra-espinhoso,
infra-espinhoso e feixes superiores de músculos peitorais maiores. Adicionalmente, o aparato dos ligamentos do cotovelo e a
função das articulações da mão exercem suas funções mais efetivamente através do posicionamento do braço.
Nós estamos agora familiarizados com os traços gerais do aparato motor do ser humano e sua estática.
Considerando esta informação, nós podemos agora examinar vários caminhos para assumir diferentes posições para atirar
com rifle ou uma arma de mão.
CAPÍTULO 7

POSIÇÕES PARA PRÁTICA DO TIRO COMPETITIVO


COM PISTOLA
As posições para a prática do tiro com pistola ou revólver apresentam diferenças básicas para as posições
utilizadas na prática de tiro com rifle. A estabilidade com o rifle, para um grau ou outro, é conseguido pelo apoio da arma,
que sustenta o rifle contra o terreno, joelho ou corpo. Para a pistola ou revólver, entretanto, nenhum apoio pode ser usado e
a pistola deve ser mantida bastante rígida com o braço estendido livremente. Um atirador de rifle desenvolve todo evento na
prática do tiro competitivo usando ambas as mãos; uma mão apoia o rifle e a outra puxa o gatilho. Com uma arma de mão,
todo este trabalho é desenvolvido pela mesma mão. A complexidade na seleção da posição que proporcione a máxima
estabilidade para a arma de mão é devido ao fato que o braço estendido além do seu limite com a arma de mão levantada
livremente requer considerável esforço muscular. A ação e a reação destes músculos não pode ser por eles mesmos criadas
como um sistema de apoio estável para o braço e para a pistola. Sob estas condições, a mão sempre irá oscilar para alguma
extensão. Mais ainda, o acionamento do gatilho deve ser feito pelo dedo indicador da mesma mão na qual a pistola esta
sendo levantada livremente. Isto ocorre porque os músculos flexores do dedo podem destruir a condição de imobilidade da
mão e movimentar a pistola. Na busca de uma posição ideal e estável, o atirador deveria ser orientado da seguinte forma: 1)
A sustentação da arma de mão pelo braço estendido além do limite deveria ser realizado pelos grupos de músculos mais
resistentes que sustentam as partes móveis do braço rígido nas articulações. Condições favoráveis devem ser criadas para a
performance destes músculos. 2) A posição e a forma no qual as partes individuais do braço direito estão apoiadas
rigidamente deveriam proporcionar as condições para isolar as ações musculares dos flexores e do dedo indicador. É
importante que estes músculos sejam isolados quando eles puxarem o gatilho de forma que outros músculos que poderiam
deslocar a arma não fossem ativados.Uma dos aspectos chaves da posição para prática do tiro com pistola é a forma com
que os músculos das articulações do ombro que mantém o braço estendido e a pistola são usados. Existem duas variações
distintas de posição no qual estes músculos podem ser usados para apoiar o braço na posição.
Na primeira versão, o atirador levanta o seu braço e mantém a pistola ao nível dos seus olhos com um
movimento simples e natural, continuando a apoia-la nesta posição enquanto mantém a postura reta( FIG. 131 ). O esforço
muscular nas articulações do ombro mantendo o braço naquela posição é realizado pelo trabalho estático dos músculos
deltóide, infra-espinhoso e supra-espinhoso, bem como pela porção superior do músculo peitoral maior ( veja FIG. 75 ).
Visto que o centro de gravidade do braço segurando a pistola ( mantendo-a na posição ) esta localizado a uma distância
considerável do ponto onde estão as articulações do braço e a articulação do ombro no corpo, os músculos devem reagir a
um grande momento de força tentando puxar a arma e a pistola para baixo. Neste caso, os músculos desenvolvem um
considerável trabalho estático visto que eles se encontram no estado contraído que é a forma menos vantajosa para utilizar-
mos estes músculos. Quando apoiamos a arma em uma certa posição, uma quantidade considerável de trabalho também é
realizada pelos músculos que sustentam o ombro incluindo os músculos rombóide, trapezoidal, serratus anterior e outros
músculos. Mantendo simultaneamente o tronco reto com os braços estendidos rigidamente colocamos tensão adicional sobre
os músculos traseiros como se eles trabalhassem para reagir ao peso do braço e da pistola descontrolando a retidão do
tronco.
Na segunda versão da posição, o atirador inclina o seu tronco para trás longe do braço estendido ( FIG. 132 ).
Neste caso, o braço é melhor apoiado na articulação do ombro pelos
músculos deltóide, supra-espinhoso e infra-espinhoso. Estes músculos
desenvolvem uma função estática e eles estão alocados sob condições
mais favoráveis por estarem no estado esticado ( veja FIG. 78 ).
Entretanto, esta é a melhor postura para apoio do braço na posição
dentro da articulação do ombro. Aqui, os músculos que apoiam a
escápula também estão significativamente menos tencionados ( veja
FIG.84 ). Naturalmente, a tensão sobre os músculos traseiros também
diminuem. A mudança compensatória do tronco para a esquerda
equilibra o peso do braço esticado alem do seu limite e o peso da
pistola. Esta posição cria uma postura assimétrica caracterizada pela
inclinação do corpo e mudança do tronco para a esquerda.
A estabilidade da posição para o atirador de pistola, bem
como a estabilidade da posição para atirador de rifle em pé, é bastante
significativa e depende da correta relação entre os pés e as superfícies
de apoio do corpo. A posição mais estável e confortável ocorre quando
a distancia entre os pés igual ou ligeiramente mais estreita que a
distância de lado a lado dos ombros e os pés estão naturalmente
apontados para os lados sem estarem tencionados. O atirador deveria
permanecer com seu lado direito voltado para o alvo e girar o corpo
ligeiramente para a direita em relação ao plano de tiro ( FIG. 33 ).
Além do tamanho da área de apoio, a estabilidade da
posição depende da localização do centro de gravidade do sistema
atirador arma acima da área de apoio. Uma inclinação compensatória
significativa do tronco para o lado é imposta, não tanto pela
necessidade de equilibrar o peso do braço esticado além do seu limite e
o peso da arma, quanto pela necessidade de produzir condições
favoráveis para o trabalho dos músculos que apoiam a escápula e o
braço na articulação do ombro. O centro de gravidade comum deveria
estar localizado um pouco a esquerda e acima da área de apoio.
Entretanto, para a posição estar correta e estável, o atirador deve
distribuir o peso total do sistema de forma que o pé esquerdo conduza
a carga um pouco maior quando o tronco estiver inclinado para trás e
para a esquerda. Além do mais, a carga em cada perna deve passar pelo
meio do pé e um pouco em direção aos dedos do pé. O deslocamento
do centro de gravidade comum acima da área de apoio um pouco mais
para a esquerda também impõe apoio ao pé em uma distância maior
que para a prática do tiro competitivo com rifle na posição em pé.
O tronco é inclinado ligeiramente para trás de forma que
o apoio do corpo na posição em pé requeira o menor consumo da
esforço muscular. A pélvis deveria ser movida para trás ( veja FIG.76
) com a finalidade de produzir as melhores condições para tornar
rígidas as articulações da perna.
Exatamente como acontece na posição em pé para prática do tiro competitivo com rifle, os músculos que
sustentam as articulações do joelho não deveriam estar conscientemente relaxados. Nem tão pouco eles deveriam estar
esticados além do limites das pernas nas articulações do joelho prendendo-os forçosamente em suas posições. O grau de
tensão dos músculos em ambos os joelhos deveria ser o mesmo, isto é, um joelho não deveria estar relaxado(solto) e o outro
preso(tencionado). O relaxamento de um joelho não contribui para o coordenado desempenho muscular necessário para
preservar o equilíbrio do corpo podendo levá-lo a instabilidade.

Vamos agora olhar para a posição do braço direito ( FIG. 134 ). Muitos anos de experiência tem mostrado
que os bons resultados na prática do tiro competitivo com pistola somente poderão ser obtidos pela sustentação do braço
completamente estendidos além do seu limite ( braços bem retos ). Isto pode ser obtido através de duas condições. A
primeira é a necessidade de manter constante e invariável a distância entre os olhos e a mira, criando condições para uma
pontaria uniforme. A segunda é que o braço deve estar bem reto, por causa da forma
com que as articulações do cotovelo são construídas, tendendo a apoiar as partes
móveis do braço de uma forma totalmente integral que reduz o movimento da arma. O
braço esticado também oferece um controle melhor e mais uniforme do recuo da
pistola. Como resultado, o ângulo de levantamento causado pelo recuo torna-se mais
estável aumentando a precisão do tiro.
Experiências recentes tem indicado que o braço reto esticado além do seu
limite é apoiado mais efetivamente quando ele esta ligeiramente para a esquerda da
linha dos ombros ( veja FIG.139 ). Com esta relação entre o braço e o tronco, são
criadas condições favoráveis para uma performance estática de todas as partes do
músculo deltóide ( veja FIG.75 ).
A empunhadura da arma ou do revólver na mão tem uma grande
importância. Uma ligeira variação da tensão durante a empunhadura, a profundidade
com que a pistola é segurada na mão ou a posição dos dedos e a empunhadura da arma
na palma da mão podem ter um efeito total, imediato e negativo sobre os resultados da
prática do tiro competitivo. Por esta razão, muitos atiradores experientes dizem que o
desenvolvimento próprio e uniforme da melhor forma de segurar a arma (empunhadura)
é a metade da batalha na busca do sucesso referente a prática do tiro competitivo com pistola.
Na prática do tiro competitivo com pistola livre, é permitido o uso da pistola ortopédica que facilita a
empunhadura tornando-a mais uniforme. Visto que o recuo do limite de fogo do cartucho não é tão grande, o ângulo de
levantamento não varia tão significativamente quando é usado uma empunhadura não uniforme. A empunhadura da arma é
de especial importância, entretanto, quando se pratica tiro competitivo com uma pistola de fogo central o recuo é muito
maior ( veja FIG. 138 ).
Geralmente, atingir um nível correto na forma de segurar a arma exige um posicionamento da mão de forma
que a empunhadura da pistola seja feita firmemente e apoiada pelo dedo polegar sobre a esquerda e pelos dedos médio,
anular e mínimo sobre a direita, e com a parte traseira da mão que esta segurando a arma descansando sobre as costas da
palma da mão.
O polegar deve estar bem reto. Nesta posição esta a sua melhor performance na função de apoiar a pistola e
segurá-la firmemente. Se o polegar esta inclinado e apoiado para baixo, como acontece com maioria dos atiradores
inexperientes, ele fará com certeza a pior empunhadura da arma e aumentará a tensão muscular no polegar intensificando a
vibração da pistola.
Os dedos médio, anular e mínimo realizam um papel primário segurando a pistola. Eles deveriam tocar um no
outro e segurar a pistola firmemente. A parte superior do dedo médio deveria descansar sobre a guarda do gatilho ou segurar
simplesmente abaixo da guarda do gatilho. Isto é necessário devido o peso da pistola ser melhor apoiado pelos dedos. A
guarda do gatilho pode ser usada como um ponto de referência que facilite o posicionamento uniforme dos dedos sobre a
empunhadura da pistola.
Geralmente, esta ação deve ser firme. Os dedos flexores deveriam estar tencionados visto que eles mantém a
posição das articulações da mão. Além disso, a harmonia dos músculos pesados nos flexores dos dedos é a melhor garantia
contra vibrações inesperadas, convulsivas e empurrões que podem repentinamente deslocar a arma. Eles são necessários
para evitar a empunhadura da pistola de forma muito firme ou submeter a pistola a vibrações contínuas e intensas após os
primeiros poucos tiros. Uma empunhadura da pistola extremamente fraca também não é permissível porque ela impede de
forma relativa a liberação do gatilho pesado com o dedo indicador sem o deslocamento simultâneo do revólver. A
empunhadura firme da arma, com a ação dos outros dedos segurando o revólver firmemente e pressionando-os contra a
palma da mão, produz condições favoráveis para a liberação do gatilho com o dedo indicador devido a empunhadura da
arma criar uma base de apoio firme para o dedo indicador.
Uma empunhadura da arma de forma consistente requer aperto da pistola com uma tensão uniforme. Nenhum
atirador pode obter resultados precisos e estáveis se ele não aprender a segurar a pistola com consistente esforço muscular.
O dedo indicador não deveria ajudar no apoio da empunhadura da pistola. As suas primeiras e segundas articulações não
deveriam tocar a pistola. Deveria haver um espaço entre elas e a empunhadura da pistola. Se o dedo tocar o lado da pistola,
então ao invés de somente apertar o gatilho, ele também irá pressionar o lado da arma e deslocá-la no momento do disparo.
Quando procuramos por uma correta e confortável empunhadura da arma, a posição dos dedos e o local da
empunhadura da arma na palma da mão deveriam ser trabalhados razoavelmente de forma que os músculos flexores do dedo
indicador não iniciassem ações involuntárias dos músculos fechados para que eles liberassem o gatilho. Se isto ocorrer será
praticamente impossível de se obter bons resultados visto que a ação do dedo indicador motivará os músculos dos outros
dedos também a se moverem e deslocar a arma para o lado.
A empunhadura da pistola poderia ser assentada mais ao fundo da mão. Em outras palavras, a mão poderia
estar localizada acima do local onde ocorre a empunhadura da arma e tão fechada quanto possível para o eixo do cano da
arma. Quando usamos uma empunhadura da arma mais ao fundo da mão, a dupla força formada durante o recuo da arma é
significativamente bem menor. Isto, em termos práticos, reduz o deslocamento ou o levantamento da pistola.
Agora, vamos verificar a maneira com que o pulso é mantido na posição e o grau de inclinação da mão em
relação ao antebraço.
É de conhecimento comum que o apoio do peso tanto da pistola quanto do revólver pela mão sem permitir que
ela incline para baixo é difícil devido ao apoio da mão nesta posição ser realizado através do trabalho dos músculos do
antebraço. A forte tensão sobre estes músculos leva-os rapidamente a fadiga e também para a correspondente oscilação da
mão e da arma. Manter a posição da mão e do pulso mais rígida é muito mais fácil com a mão inclinada para baixo. As
articulações da mão estão então apoiadas não somente pelos músculos mas também pelos ligamentos. A maior inclinação da
mão para baixo, representa o maior papel dos ligamentos. Por outro lado, a respeito das vantagens óbvias da inclinação da
mão para baixo, colocando a mão nos limites permitidos pelo pulso, trará certamente resultados negativos na empunhadura
da arma devido aos esforços destes locais sobre os flexores dos dedos ( veja FIG. 83 ). Qualquer inclinação excessiva da
mão para baixo dificulta o trabalho dos flexores do dedo indicador.
Consequentemente, na procura da forma mais vantajosa para segurar a pistola, o atirador deve ajustar a
empunhadura do revólver ou da pistola de modo que a mão tenha uma inclinação para baixo que não seja exagerada mas
dentro de um ângulo tal que o antebraço seja inclinado naturalmente e sem esforços excessivos dos músculos que flexionam

a mão. O aparato dos ligamentos do pulso também deveriam ser envolvidos adequadamente no apoio da pistola.
O atirador deve estar lembrado que o grau de inclinação para baixo que ele pode usar razoavelmente pode
diferir dependendo da elasticidade e do desenvolvimento do aparato dos ligamentos. Portanto, na utilização da experiência
dos melhores atiradores para determinar a inclinação da mão para baixo, uma pessoa poderia empenhar-se em desenvolver a
posição para as mãos onde o ângulo entre o cano da arma na posição normal e o eixo do cana da arma quando a mão está
inclinada para baixo no seu máximo poderia estar dentro de 5 a 7 graus para uma pistola livre, 7 a 12 graus para uma pistola
a ar e 11 a 14 graus para pistola de fogo central ou revólver ( FIG. 135 ). As FIGS. 136, 137 e 138 mostram as posições das
mãos dos atiradores que lideram a prática do tiro competitivo com pistola. Nós podemos observar que estes atiradores não
inclinam a mão para baixo nos seus limites e que o grau de inclinação diferem.
A empunhadura correta da pistola ou revólver também envolve o posicionamento da mão de forma que o cano
da arma esteja no mesmo plano vertical que o antebraço e que a mão torne-se uma extensão dele. Com posicionamento
semelhante ao da pistola, os braços como um todo agirão melhor no sentido de reagir e controlar o recuo da arma de forma
mais uniforme.
Inicialmente nós falamos sobre os esquemas de posições para a prática do tiro competitivo com pistola.
Claramente, este tipo de posição requer o esforço de muitos grupos de músculos e o uso do aparato dos ligamentos
independente da consciente consciência do atirador. Isto permite a necessária fixação dos movimentos das partes do corpo
nas articulações. Estes grupos de músculos incluem os músculos de ambas as pernas, mais baixos das costas, metade dos
músculos pertencentes ao arco direito do ombro e alguns músculos das costas. Também estão incluídos os grupos de
músculos que estabilizam o braço na articulação do ombro, os músculos do braço que apoiam a mão no pulso, e os músculos
flexores do dedo da mão direita. As tarefas que são realizadas pelo atirador tem o objetivo de diminuir a tensão nestes
músculos, e gastar a energia muscular mais eficientemente pelo esforço máximo na utilização dos ligamentos para ajudar a
manter as partes móveis do corpo rígidas nas articulações.
O restante dos grupos de músculos do aparato motor que não participam diretamente da sustentação do corpo
do atirador na posição em pé ou do apoio da arma na mão direita deveriam estar mais relaxados quanto possível. Estes são
os músculos do braço esquerdo, tórax, pescoço e metade dos músculos do arco localizado no ombro esquerdo.
O braço esquerdo deveria cair livremente quando o atirador assumir a posição para atirar com uma pistola
livre ou durante fases de tiro lento de eventos com pistola de fogo central. A mão deve estar posicionada no bolso da jaqueta
do atirador ou enganchada pelo polegar no bolso ou no cinto. Nesta posição os músculos do braço esquerdo, parte esquerda
do quadril, e arco do ombro devem estar o mais relaxado possível. A mão também pode ser posicionada para trás das costas.
Isto não é muito bem sucedido, entretanto, visto que os músculos do braço esquerdo e parte do tórax estão ligeiramente
tencionados.
Ainda menos bem sucedido é a posição com a mão sobre o quadril ou
onde a mão esquerda ou punho está descansando sobre uma pequena parte das
costas. Manter a mão esquerda nesta posição requer uma tensão excessiva nos
músculos localizados na parte esquerda do arco do ombro.
A cabeça do atirador deve estar apoiada virada para a direita sem
inclinação para baixo ou inclinação excessiva para trás. A posição da cabeça deve
ser o mais natural possível. A cabeça deveria ser virada tanto quanto fosse necessária
para permitir ao atirador olhar diretamente para o alvo a fim de criar as condições
mais favoráveis para o olho durante a pontaria. Isto representa um significado
especial para longos cursos de tiro. Nenhum esforço excessivo dos músculos do
pescoço deveriam acompanhar o giro da cabeça ou a permanência dela nesta
posição. O atirador deve estar lembrado que uma posição natural da cabeça, sem
inclinação para baixo e que deixe os músculos do pescoço menos tencionados,
produzirá ótimas condições de trabalho para o aparato vestibular. Isto,
consequentemente, facilitará o desempenho, dos músculos coordenados necessários
para manter uma posição estável do corpo.
A correção da posição em relação ao alvo é verificada da mesma
forma que quando praticamos tiro em rifle. Se, quando o braço for levantado com a
pistola o atirador verificar que o cano da arma está dirigido para a direita ou
esquerda do alvo, ele deveria mudar a direção do cano da arma pelo giro do corpo
inteiro em relação ao alvo pelo movimento de ambos os pés, não pelo movimento do
braço direito. Antes do tiro o atirador deveria verificar a correção da empunhadura
da arma pela mão, principalmente checando o posicionamento e funcionamento do
dedo indicador e a firmeza com que está segurando a arma. Se o movimento do dedo
indicador mover a mão que está segurando a arma de fogo, a posição do dedo indicador deveria ser checada novamente e
empunhadura da arma deveria ser modificada para uma posição mais correta. Vamos agora verificar as posições usadas
pelos maiores atiradores na prática do tiro competitivo para tiro livre com pistola ou revólver. Primeiro, vamos verificar a
disposição das superfícies de apoio do corpo, o pé, que define a área de apoio para a posição ( FIG. 139 ).
A FIG. 140 proporciona uma comparação das posições relativas do pé, do corpo e da pistola, permitindo tirar
várias conclusões. As posições utilizadas pelos atiradores que lideraram durante o período de 1958 - 1961 onde foram
distinguidos pela sua variedade. As posições com os pés alocados em distâncias muito amplas e pernas em distâncias
estreitas eram muito usadas. A maioria dos competidores que lideraram naquele período permaneceram com suas idéias no
dizer respeito ao alvo. Uma linha passando pelo centro da superfície de apoio quase coincidiu com o plano de tiro para todos
eles.
Os maiores atiradores no período de 1971 – 1972 usaram variações de posições mais uniformes caracterizadas
por uma orientação do pé em relação ao alvo. Seus corpos eram girados a um certo ângulo do plano de tiro. Este
deslocamento dos pés eram estabelecidos por uma variação de posição que utiliza diferentes conceitos referentes ao apoio
do braço direito.
Quando comparamos a localização dos pés com as projeções do eixo das partes móveis do corpo, nós vemos

que, como acontece em posições prévias, muitos atiradores de ponta inclinam o corpo um pouco para trás, girando-o
ligeiramente para a direita. A linha dos ombros passa para direita da linha que passa pelo centro das superfícies de apoio do
corpo, os pés. Isto indica que os atiradores estão tentando fazer com que o tronco fique mais rígido nas articulações do
quadril pela inclusão dos músculos abdominais oblíquos e aparato dos ligamentos das articulações neste trabalho.
Vamos agora verificar (de cima) como os melhores atiradores posicionaram o braço direito. Como pode ser
visto na FIG. 141, cada um dos atiradores estendeu o braço além do seu limite. A posição usada pelos atiradores durante o
período de 1958 - 1961 é caracterizada pelo fato de que o ângulo formado pela linha que passa através dos ombros e alinha
que passa ao longo do braço direito era relativamente pequeno, freqüentemente se aproximando de zero graus. Em outras
palavras, o braço direito parecia ser a continuação da linha do ombro ( veja FIG. 140 e 141 ). Isto indica que a maioria dos
atiradores de ponta naquele período se esforçaram, com boa razão, para criar condições otimizadas para o desempenho dos
músculos que mantém o braço na posição horizontal na articulação do ombro.

Atiradores de ponta no período de 1971 - 1972 usaram variações de posições distinguidas pelo fato que, em
comparação com as posições anteriores, a linha do ombro forma com a linha que passa pelo braço direito um ângulo
significativamente maior. É claro que, pelo apoio do braço neste ângulo para o ombro, as condições para desempenho
muscular necessitaram apoiar o braço na posição da articulação do ombro tornando um pouco pior. Um fato muito
importante também deve ser considerado. A preparação física do atirador em geral e a sua resistência em particular tem se
tornado tão desenvolvidas que uma comparação com os tempos anteriores é praticamente impossível. Enquanto desistimos
de uma ligeira vantagem em termos da capacidade das posições anteriores em criar boas condições para o desempenho dos
músculos que apoiam o braço na articulação do ombro, posições mais novas ganham ainda mais vantagens significativas
com a posição da cabeça mais livre que é virada muito menos para a direita. Isto proporciona condições de trabalho bem
melhores para os olhos durante a pontaria.
As ilustrações das FIGS. 142 e 143 permitem uma comparação dos dois tipos de posições utilizadas pelos
melhores atiradores quando praticavam tiro competitivo com pistola. Através desta comparação não é difícil determinar as
vantagens e desvantagens das posições usadas pelos atiradores do ponto de vista daquilo que é mais solicitado (importante)
para desenvolver uma posição ideal.
Considerando a experiência dos melhores atiradores, e as características anatômicas da estrutura do aparato
motor do ser humano, as posições mais vantajosas e promissoras geralmente podem ser caracterizadas como aquelas que
personificam uma considerável inclinação do tronco para a esquerda; uma distância entre as pernas mais estreita que gira o
lado do corpo em direção ao alvo; o braço direito completamente esticado além do seu limite ligeiramente orientado para a
esquerda da linha do ombro; e, a cabeça girada livremente não tendo nenhum músculo tencionado excessivamente no
pescoço. Estes são os passos que os atiradores deveriam seguir na procura da posição mais estável.
A POSIÇÃO PARA PRÁTICA DE TIRO RÁPIDO COM PISTOLA EM SILHUETA

A posição para prática do tiro rápido com pistola em alvos de silhueta é significativamente diferente da
posição usada para prática do tiro competitivo com tiro lento sobre o centro de um alvo definido. Na posição para tiro lento,
o atirador procura o apoio mais firme possível dando pouca consideração ao tempo gasto em cada tiro. Neste tipo de prática
de tiro uma série de tiros são dados nos centros de alvos definidos. A posição para prática do tiro rápido em silhueta permite
ao atirador somente um tempo muito limitado para levantar a pistola e então movê-la ao longo da linha horizontal dando um
tiro a cada cinco alvos da silhueta. Uma série de cinco rodadas deve ser completada em 8, 6 e 4 segundos.
Devido a isto, a posição para tiro rápido em silhueta deveria satisfazer a exigência de proporcionar a maior
estabilidade na direção do plano de tiro para facilitar o levantamento rápido e positivo da pistola de forma que não atrapalhe
substancialmente o equilíbrio do corpo. Após o tiro, ele deve suprir o movimento horizontal rápido da pistola com descansos
subsequentes e momentâneos para atirar um projétil a cada silhueta.
A dificuldade para encontrar a posição correta para atirar em silhueta está ligada ao fato que inclui elementos
dinâmicos a necessidade para alternar repetidamente a imobilidade máxima do sistema atirador-arma de fogo com
movimentos subsequentes das partes individuais do corpo para assumir uma nova posição para tiro referente a próxima
silhueta.
A repetição dos períodos alternados de imobilidade com movimentos subsequentes para a próxima silhueta
estabelece uma tensão contínua para o aparato motor do corpo que é um pouco diferente daquela que comumente ocorre na
posição para prática do tiro lento. Obviamente, a posição para tiro rápido em silhueta deve apresentar duas qualidades
básicas: um alto grau de rigidez acompanhado por uma elasticidade simultânea e flexibilidade geral do corpo.
Experiências recentes tem confirmado definitivamente que o movimento de uma silhueta para outra deveria
ser desenvolvido por um movimento de rotação rápido e suave do corpo com o braço rigidamente fixado na articulação do
ombro. A vantagem óbvia deste método é que ele preserva melhor a uniformidade da posição relativa da cabeça, braço e
pistola quando o movimento para o próximo alvo é interrompido e a posição para o próximo tiro é assumida. A posição
deveria impedir o movimento das partes móveis acima da metade do corpo até uma única unidade rígida que mantenha
variando a posição relativa do tronco, cabeça e braço ( FIG. 144 ).
A mudança de uma silhueta para outra num movimento rápido e suave, girando a parte acima da metade do
corpo (tronco, cabeça e o braço com a pistola) deve ser feita pelos músculos da perna ( FIG. 145 ).
Quando praticamos tiro competitivo com silhuetas, o tronco é apoiado mais livremente, primeiramente nas
articulações do quadril, a fim de desenvolver o grau de elasticidade e flexibilidade necessários. Isto está em contraste com a
posição para tiro lento onde o corpo é mantido rígido no quadril, joelhos e cotovelos. Os atiradores escolhem a posição mais
vantajosa para ser subordinada a exigência de manter rígidas as partes móveis do corpo superiores e manter a elasticidade
geral do corpo.
Com estas exigências (requisitos) em mente, vamos verificar a posição típica para prática do tiro rápido com
pistola em silhuetas. O corpo do atirador não deveria ficar reto. O tronco deveria estar levemente inclinado para longe do
braço estendido além do seu limite com a pistola. Esta ligeira inclinação do corpo para a esquerda é determinada pela
necessidade de criar as melhores condições de trabalho para os músculos que apoiam rigidamente a clavícula e o braço
direito na articulação do ombro. Os músculos das pernas devem estar alocados separadamente o suficiente para possibilitar
ao atirador alguma flexibilidade na parte mais baixa do tronco. As articulações do quadril são apoiadas menos rigidamente
nesta posição.
A posição das pernas também deve suprir a maior estabilidade do corpo na direção do plano de tiro por causa
do movimento da posição inicial para a posição de tiro, seguido por um levantamento rápido do braço com a pistola, causa
um inevitável deslocamento compensatório do tronco para a esquerda ( veja FIG. 145 ) .
A posição mais estável e confortável é aquela onde o pé forma uma área de apoio no formato de um trapézio.
A distância entre os pés deveria ser ligeiramente maior que a largura dos ombros e os dedos do pé deveriam estar apontados
para a parte externa de uma maneira natural. Como as experiências recentes tem provado, o lado direito deve estar
direcionado para o alvo com a posição da perna esquerda orientada para o centro da silhueta de forma que a linha, passando
pelo centro do pé, coincida com o plano de tiro ou passe ligeiramente para seu lado direito ( FIG. 146 ).
O peso do corpo inteiro com a pistola deveria ser distribuído quase que igualmente sobre ambas as pernas de
forma que a perna esquerda carregue uma carga ligeiramente mais leve que a direita.
Ter um movimento de giro suave do tronco quando se mover para a próxima silhueta depende de um amplo
grau de distribuição do peso do atirador sobre as superfícies de apoio de ambos os pés e sobre qual articulação da perna será
apoiada. O atirador deve tomar a posição que distribua o peso sobre o centro do pé ou ligeiramente deslocado para os
calcanhares de cada pé quando assumir inicialmente a posição orientada para o meio da silhueta. Com a distribuição do
peso, as articulações do tornozelo estão apoiadas menos rígidas. As pernas deveriam estar retas sem tensão excessiva.
Somente quando as pernas não estiverem apoiadas tão rigidamente em suas articulações haverá ótimas condições para o
trabalho dos músculos coordenados da perna que permitem um giro suave do tronco.
A utilização contínua dos músculos para tiro rápido com silhueta requer o trabalho de um número
significativamente maior de músculos do que em tiro lento. Isto é imposto pela necessidade de apoiar as partes móveis
superiores do corpo com mais rigidez.
Para o tronco e o braço direito tornarem-se uma unidade única, o braço direito deve estar apoiado firmemente
na articulação do ombro. A rigidez máxima pode ser conseguida se o tronco estiver inclinado para a esquerda e a parte
direita do arco do ombro estiver levantada e movida para frente ( FIGS. 147 e 148 ). O braço direito deve estar apoiado de
forma que a linha que passa por ele descreva um ângulo de 12 a 25 graus ( veja FIG. 151 ) com a linha que passa através do
ombro. Esta posição possibilita elevar mais rapidamente o braço e arma para a realização do primeiro tiro sem se deslocar
para o lado. O braço direito deve estar completamente esticado além do seu limite e travado no cotovelo. Os músculos do
braço direito deveriam estar mais tencionados que na posição para tiro lento com pistola para tornar possível apoiar suas
partes móveis – ombro, antebraço e mão mais rigidamente. O braço deveria desempenhar sua função como uma unidade
única.
A empunhadura da arma deveria ser usada de uma forma padronizada para a prática de tiro competitivo com
pistola ou revólver exceto pelo fato de que ela deveria ser mais firme para assegurar um posicionamento mais uniforme da
pistola em relação ao braço inteiro como se ele fosse movido de uma silhueta para outra. O dedo indicador não deveria
desenvolver papel especial na empunhadura da pistola. A primeira e a segunda articulação não deveria tocar a arma, e o
espaço entre essas articulações e a pistola deveria ser visível.
A empunhadura da pistola deveria estar posicionada na parte mais profunda da mão possível. Quando usar um
dispositivo ortopédico para segurar a pistola o atirador deveria ser orientado pela necessidade de segurar a arma de fogo tão
alta e tão travada quanto possível para o eixo do cano. Quando a pistola esta posicionada na parte mais profunda da mão, o
par de forças ( momento de forças ) formadas pelo recuo será menor e, como resultado, o deslocamento da pistola quando
for dado o tiro também será menor. Isto é de grande importância para a realização do tiro rápido com pistola onde o atirador
dispõe de um tempo mínimo para realinhar as miras para atira no próximo alvo silhueta.
Em contraste com a posição normal da mão para atirar com uma pistola ou revolver, não é aconselhável ter a
mão direita muito inclinada para baixo. Manter a mão rígida no pulso deveria ser feito principalmente pelos músculos do
braço, e não pelo aparato dos ligamentos na articulação da mão. O ângulo da mão em relação a arma de fogo deveria ser tal
que , a ação de segurar a arma não diminuísse até mesmo se o ângulo fosse ligeiramente aumentado.
A alternativa é uma empunhadura da arma que não seja suficientemente firme. A pequena inclinação da mão
para baixo ajuda o livre movimento do dedo indicador quando esta apertando o gatilho. Isto é de grande importância,
considerando a amplitude significativa do movimento do dedo indicador neste tipo de prática de tiro competitivo. Além
disso, uma ligeira inclinação da mão para baixo é necessária para dar ao atirador certa flexibilidade da mão durante a
pontaria precisa e final da pistola no momento do disparo do projétil.
Quando movemos a pistola de silhueta para silhueta, uma pontaria difícil é conseguida pelo movimento do
tronco com o braço fixado rigidamente nele. Uma pontaria mais precisa é obtida pelo movimento do braço na articulação do
ombro. Contudo, ainda é necessário alinhar as miras pelo leve movimento da mão. Isto é realizado mais rapidamente quando
o pulso é mantido rígido não pelo aparato passivo dos ligamentos, mas sim através dos músculos. Isto faz com que o
controle seja mais preciso e eficiente possível durante aqueles décimos de segundo que o atirador tem para fazer o
alinhamento final das miras. A direção do cano da arma na posição deveria ser de 13 a 17 graus mais alto que o ângulo
da mão quando ela estiver inclinada para baixo tanto quanto possível ( veja FIG. 135 ). As posições da mão dos melhores
atiradores que são mostradas nas FIGURAS 149 e 150 indicam o grau liberdade desejado no ângulo do pulso.
Na posição correta, a mão e a arma de fogo estão alinhados ao longo de um simples plano vertical. Desta
forma, o braço, como uma unidade, reage ao recuo da arma mais eficientemente e uniformemente. Durante o tiro rápido com
pistola, isto adquire uma importância especial.
Inicialmente, nós estudados as posições para prática do tiro lento com pistola livre ou revólver. Nossa
preocupação foi de mostrar a necessidade de relaxamento de todos os grupos de músculos que não participam diretamente
do apoio do corpo na posição em pé ou que mantém o braço direito rígido na articulação do ombro. Estes são os músculos
do braço esquerdo, a parte esquerda do arco do ombro e o pescoço. Eles são uma matéria diferente na prática do tiro
competitivo para tiro rápido em eventos com silhueta. Isto ocorre devido a utilização dos músculos continuamente em
posições de tiro para silhuetas. Estas posições utilizam muitos destes grupos de músculos. O braço esquerdo não deve ser
apoiado de uma maneira tensa, mas deveria estar abaixado livremente, com a mão colocada no bolso da calça ou no bolso da
jaqueta para a realização do tiro.
A cabeça deve ser girada pontualmente para a direita, com a face descansando sobre os músculos deltóides do
braço direito ou das placas do ombro. Nesta condição não é necessário se preocupar com os músculos do pescoço sendo
tencionados. Ao assumir uma posição com características dinâmicas semelhantes devido a curta duração da prática do tiro
competitivo em silhueta, o que é decisivo não é o grau de tensão nos músculos do pescoço, mas sim a forma com que a
cabeça é apoiada. Isto é de grande importância no sentido de manter a posição relativa da pistola, mão e cabeça.
Estas considerações que definem a extensão do giro e a inclinação parcial da cabeça desconsideram as
exigências que são aplicadas para outras posições que dizem respeito a postura livre da cabeça e ao esforço mínimo dos
músculos do pescoço. Para evitar tanto a inclinação da cabeça quanto o esforço excessivo dos músculos do pescoço, o
atirador deveria experimentar com diferentes variações de posições. O atirador não deveria começar sua pesquisa pela
inclinação da cabeça tocando o braço direito com a face( bochecha ), mas deveria preferivelmente, levantar a porção direita
do arco do ombro e movê-la para frente até tocar o osso da face direita. Colocar a parte direita do arco do ombro nesta
posição é muito importante principalmente porque ela proporciona a forma mais rígida e vantajosa no sentido de apoiar o
braço na articulação do ombro.
A correção da posição final pode ser verificada de duas formas: 1) sobre o centro e sobre as primeiras
silhuetas; ou 2) somente sobre as primeiras silhuetas.
A primeira alternativa, onde a posição é orientada primeiramente sobre o centro da silhueta, é escolhida afim
de evitar excessivas torções do tronco na parte mais baixa das costas quando mudamos para as ultimas silhuetas. Para fazer
isto, as pernas do atirador devem estar bem posicionadas para evitar torções preliminares do tronco. Após isto, o cano da
arma é dirigido para a esquerda ou para a direita do centro da silhueta quando o braço for levantado para cima com a pistola,
o alinhamento da posição não deve ser modificado pelo movimento do braço na articulação do ombro, mas sim pelo
movimento de rotação do tronco levando a uma maior ou menor quantidade de torção na parte mais baixa das costas.
O método de verificar a posição sobre as primeiras silhuetas são baseados somente no tremendo impacto que o
tiro certeiro no primeiro alvo tem sobre toda as séries de tiro subsequentes. A dificuldade em acertar o tiro no primeiro alvo
de forma precisa ocorre devido ao fato que o percurso percorrido pelo braço direito no levantamento da pistola ser
consideravelmente mais longo que o percurso percorrido no movimento lateral de um alvo para outro( próximo alvo ). Por
isso ele faz sentido ao criar as melhores condições possíveis para acertar o primeiro alvo precisamente visto que ele é
decisivo em todas as séries de tiro. A verificação da posição mais correta sobre a primeira silhueta é feita normalmente(
forma usual ). Se a pistola se deslocar para a direita ou para a esquerda do alvo enquanto esta sendo levantada, a direção do
cano deve ser alterada pelo giro do corpo inteiro em relação ao alvo pelo reposicionamento dos pés e não pela mudança na
posição do braço.
Cada um destes métodos para verificar a posição tem seus pontos positivos e negativos. Na prática, o atirador
deve fazer a sua própria escolha. Antes da realização do tiro, a empunhadura mais correta da arma também deveria ser
verificada para garantir mais firmeza na empunhadura da coronha e, mais importante ainda, a própria performance do dedo
indicador. Se as miras ficarem desalinhadas quando a pistola for levantada para a posição de tiro, e se a pistola for deslocada
pelo movimento do dedo indicador, então a firmeza da empunhadura da arma na coronha e o posicionamento do dedo
indicador deverão ser checados novamente.
Vamos verificar agora a posição relativa do corpo nas superfícies de apoio, os pés, que definem a área de
apoio do corpo usadas quando se assume a posição para a prática do tiro competitivo em silhuetas.
Para efeitos de comparação, a FIG. 152 nos mostra as pegadas dos atiradores e uma ilustração esquemática da
posição relativa do braço direito para o ombro. As diferenças entre as várias posições tornam-se aparentes, isto é, a pequena
distancia entre as pernas, diferenças na orientação em relação ao alvo, o grau de torção do tronco, e o tamanho do ângulo
entre a linha dos ombros e a linha central da parte superior do braço direito.
Uma verificação da relação das pegadas para as projeções das linhas do ombro e partes do braço direito ( veja
FIG. 152 ) o tornam mais aparente do que a maioria dos grandes atiradores tentaram mostrar posicionando seus pés em
relação ao alvo de forma que evitassem uma torção excessiva. Neste caso, a linha do ombro é paralela a linha que passa pelo
centro das superfícies de apoio do corpo. A existência de algum ângulo entre a linha do ombro e a linha que passa pelo
braço direito indica que agora, a maioria dos atiradores não orientam sua face precisamente tomando como referência o
centro da silhueta, mas posicionam seus pés preferivelmente de forma que alinha que passa pelos centros das superfícies de
apoio apontem ligeiramente para a direita do plano de tiro. Isto produz uma posição com menos torção na parte mais baixa
das costas e proporciona ao atirador as condições necessárias para a realização de um movimento de rotação suave do tronco
e do braço no movimento de uma silhueta para outra( a próxima ).
Vamos agora estudar a posição do braço direito usada pelos melhores atiradores do mundo. Todos os
melhores atiradores ( FIG. 153 ) apresentam os braços completamente retos, esticados além do seu limite quando praticam
tiro rápido com pistola em silhuetas, estendo completamente o seu braço na articulação do ombro. Isto indica que os
músculos do braço estão em uma condição de maior tensão do que na prática do tiro lento com pistola.
Deveria ser notado que todos os atiradores de tiro rápido apoiam o braço direito mais para a esquerda da linha
do ombro do que no tiro lento. Apoiar o braço desta forma requer um esforço significativamente maior pelos músculos no
arco do ombro. A maioria dos atiradores giram o tronco para a esquerda e levantam a parte direita do arco do ombro,
colocando a placa do ombro ou músculos deltóides para manter o braço rígido na articulação do ombro.
Por comparação, as FIGURAS 154, 155 e 156 mostram as posições usadas pelos atiradores que lideraram a
prática do tiro rápido em silhueta. Como nós podemos verificar, os conceitos básicos para a posição de tiro não tem
apresentado nenhuma mudança substancial nos dias de hoje. Em comparação com as posições usadas no período de 1958 –
1961, podemos dizer que muitas são boas e totalmente compatíveis com as exigências modernas. As posições usadas pelos
melhores atiradores o mundo no período de 1971 – 1972 tem se tornado mais uniformes, diferindo somente por um ligeiro
aumento do ângulo de giro do corpo para a direita em relação ao plano de tiro. Há também um ligeiro aumento no ângulo
entre a linha dos ombros e o braço direito. Não há nenhuma diferença substancial entre as posições usadas pelos atiradores
que lideraram na União Soviética e os atiradores que lideraram no Ocidente ( veja FIG. 156 ). Com uma exceção, os
atiradores do Ocidente apoiavam o braço direito no menor ângulo para a linha dos ombros e, como resultado, ficavam com
sua face mais voltada para o plano de tiro do que os atiradores soviéticos. A maioria das posições que tinham sido
usadas pelos atiradores soviéticos e ocidentais durante o período de 1971 – 1972 e que são apresentados aqui, estão
baseadas nas considerações das necessidades específicas para as posições que são próprias para exercícios de tiro rápido
onde existe uma transferência do tiro de uma silhueta para outra.
Atiradores inexperientes deveriam analisar cuidadosamente cada uma destas considerações gerais que são
aplicadas nas posições básicas para a prática de tiro rápido com pistola em silhueta quando estiverem procurando pela
variação de posição mais estável.

A POSIÇÃO PARA PRÁTICA DE TIRO DE COMBATE (


DUELO ) EM SILHUETAS
Em vários aspectos, as posições usadas para prática de tiro competitivo com revólver de fogo central ou
pistola esportiva de cano curto ( padrão ) em silhuetas diferem das posições para tiro lento examinadas inicialmente
utilizando uma pistola livre sobre centros de alvos definidos ou das posições para tiro rápido utilizando pistolas semi-
automáticas em silhuetas. Esta diferença é baseada no fato que a prática do tiro de combate ( duelo ) em silhuetas ( três
segundos por tiro ), não necessita tanto de grandes e longos esforços físicos duráveis para apoiar os braços quanto é
necessário na prática do tiro lento com revólver ou pistola livre.
Da mesma forma o grau de levantamento para a rigidez da posição característica para tiro rápido em silhueta
com uma pistola semi-automática não é necessário, tão pouco. Semelhante rigidez é imposta pela necessidade de transferir a
pistola de uma silhueta para outra através do movimento de rotação do tronco com o braço direito rigidamente fixado nele
mais propriamente do que pelos movimentos isolados do braço direito na articulação do ombro. As posições utilizadas para
a prática de tiro de combate ( duelo ) em silhuetas deveriam apresentar alta estabilidade na direção do plano de tiro e
permitir ao atirador levantar o braço em um movimento rápido e homogêneo sem desvios para o lado. A seleção da posição
deve ser feita para atender estes requisitos básicos.
Os pés devem estar posicionados a uma distância de 5 a 10 cm a mais que nas posições comuns para prática
de tiro lento com pistola sobre alvos com centros marcados ( FIG. 157 ). Isto é necessário para aumentar a estabilidade
da posição no plano de tiro e para manter a estabilidade do corpo quando o braço e o revólver são levantados rapidamente
para a posição de preparação para o tiro. Com os pés mais afastados, estes movimentos não são acompanhados por tanta
oscilação do tronco quando o centro de gravidade do sistema inteiro do corpo é modificado pelo levantamento do braço e
revólver.
Em princípio, a posição do braço direito não deveria ser diferente da posição normal usada para prática de tiro
competitivo, completamente esticado e travado no cotovelo. Entretanto, a forma do braço ser fixado na articulação do ombro
deveria ser um pouco diferente daquela utilizada na posição para tiro lento. A prática do tiro de combate ( duelo ) é um
exercício de curta duração em que o atirador não pode gastar mais que três segundos sobre cada tiro e o peso do revólver ou
da pistola de cano curto padrão é menos sentido que o peso da pistola livre para tiro rápido. O fator de controle não é a
economia de consumo do esforço muscular e nem a redução da tensão sobre os músculos que mantém o braço na posição na
articulação do ombro, mas a criação de ótimas condições para o levantamento do braço de forma livre sem interferências
excessivas dos outros grupos de músculos ( FIG.158 ).
O movimento livre e suave do levantamento do braço direito na horizontal é facilitado pela orientação do
ombro em sua articulação de tal forma que o braço esticado além do seu limite ( reto )e a arma são dirigidos para o alvo a
um ângulo considerável da linha que passa pelos ombros. Isto é realizado quando o atirador gira seu corpo ligeiramente para
a direita em relação ao plano de tiro ( FIG. 157 ).
A empunhadura da pistola deve ser ajustada de maneira que a mão direita não fique tão inclinada para baixo,
da mesma forma como é usada para tiro rápido em silhuetas. Os músculos do pulso, não o aparato dos ligamentos, deveriam
ser utilizados para manter a pistola firmemente na posição ( veja FIG. 92 ). O ângulo entre a direção do cano, a posição da
mão e sua inclinação deveria ser de 12 a 14 graus. Como uma ilustração, a FIG. 160 mostra a pistola e as posições da mão
usadas pelas melhores atiradoras femininas. Suas posições para a prática do tiro competitivo são mostradas na FIG. 161.
Vamos agora analisar as pegadas dos melhores atiradores observando as posições relativas dos seus pés
quando estão praticando tiro com revólver ou pistola de cano curto tanto em tiro lento quanto em tiro de combate ( duelo )
com alvos silhuetas. Como nós podemos ver na FIG. 162, a diferença no posicionamento dos pés consiste em mais do que
simplesmente aumentar a distância entre eles durante a prática do tiro de combate. É valido comentar que aqui a maioria dos
atiradores também mudam a orientação dos seus pés em relação ao alvo. Eles giram o corpo um pouco para a direita e
apoiam o braço direito em um ângulo maior para a linha que passa pelo ombro. No conjunto, este é um indicador confiável
de que o percurso do braço é rigidamente apoiado na articulação do ombro que resiste a mudança.
Consequentemente, as diferenças básicas de posição para prática de tiro lento sobre alvos com centros
marcados e para prática do tiro rápido sobre silhuetas incluem uma distância maior entre as pernas, girando o corpo
ligeiramente mais para a direita e mantendo o braço direito rígido na articulação do ombro, principalmente pelo maior uso
dos músculos tencionados. Estas são considerações que poderiam guiar o atirador na seleção e perfeição da posição mais
estável para a realização do tiro. Ele deveria mudar conscientemente sua posição para o ponto requerido a cada mudança da
prática do tiro lento para prática do tiro de combate ( duelo ).
Em relação a tudo que foi comentado neste capítulo, é claro que as variações de posições usadas pelos
melhores atiradores tem muitas características básicas e inerentes em comum. Ao mesmo tempo, elas diferem entre elas
mesmas pelos seus detalhes. A respeito destas diferenças e dos caminhos tomados pelos atiradores na procura da melhor
posição, o objetivo final é o mesmo, alcançar a pontuação máxima durante as competições. A obtenção da superioridade em
competições desse tipo de esporte é evidência de que a maioria dos melhores atiradores do mundo baseiam suas posições
sobre fundamentos corretos obtidos através de um constante aperfeiçoamento.
Os detalhes destas posições correspondem as suas características e peculiaridades individuais, conformação
do corpo, desenvolvimento físico, tipos dos sistemas nervosos, gosto e característica individual.

CAPÍTULO 8
PONTARIA

Na essência, pontaria é um ato em que o atirador coloca a mira traseira, mira dianteira e o ponto de pontaria
em uma mesma linha a fim de alinhar a arma com o centro do alvo.
Devido a posição do atirador não poder proporcionar a arma de fogo uma imobilidade absoluta, a pontaria
deve ser desenvolvida sob condições de oscilações da arma mais ou menos ininterruptas. A pontaria ou alinhamento da
arma, entretanto, é um processo óptico motor complexo que exige o mais alto nível de coordenação óptica motora dos
movimentos desenvolvidos pelo atirador. Enquanto está fazendo a pontaria, o atirador não deve analisar somente
visualmente o desvio da posição relativa das miras e restabelecer seus alinhamentos em relação ao alvo.
Quando a pistola dispara o projétil, há uma oscilação significante e característica do braço e da arma. Na
pontaria, predomina o processo motor. O analisador visual desempenha inicialmente a função de único corretor que detecta
desvios do braço e da arma longe do alvo. Isto é seguido por impulsos vindo das seções correspondentes do sistema nervoso
central que são enviados para os grupos de músculos. Estes impulsos promovem a restauração da posição correta do braço e
da arma relativa ao alvo.
No disparo de um projétil com rifle utilizando a posição que fornece a máxima estabilidade da arma enquanto
atira, o papel principal não é desenvolvido pelo motor, mas sim pelo aspecto visual da pontaria. Isto é, a capacidade de
discernimento do olho e do analisador visual para perceber as linhas de contorno das miras e sua posição relativa em relação
ao alvo. Nós examinaremos estes aspectos visuais no processo de pontaria.

OS PROCESSOS DE PONTARIA

Um pré-requisito indispensável para a própria pontaria é o conhecimento da posição correta relativa as miras,
independente dos tipos de mira traseira e dianteira, com aquilo que mantém o próprio alinhamento da mira.
Quanto a pontaria é feita com a mira traseira aberta, o alinhamento adequado da mira é alcançado quando a
mira dianteira está centralizada no entalhe da mira traseira e a ponta da mira dianteira está no mesmo nível que as
extremidades superiores do entalhe da mira traseira (FIG. 163 a).
Quando a pontaria é realizada através de uma mira com fenda, o alinhamento da própria mira é alcançado
quando a ponta da mira dianteira de espera quadrada ou centro da fenda da mira dianteira coincidir com o centro da fenda
traseira (FIG. 163 b).
Quando a pontaria é feita com uma mira óptica, o alinhamento adequado da mira é alcançado quando a linha
de visão passar ao longo do principal eixo óptico da mira traseira (FIG. 163 c). Para esta finalidade é necessário certificar-se
de que sobre um dos lados da região ocular não está incidindo nenhuma sombra durante a pontaria.
A fim de fazer a mira adequadamente o atirador deve posicionar as miras alinhadas (postada na mira dianteira)
abaixo da extremidade mais baixa do centro do alvo definido. (FIG. 164). Quando a pontaria é feita no centro do alvo
definido, os atiradores não devem trazer as miras completamente alinhadas até sua extremidade mais baixa, mas deixar um
espaço em branco entre o topo da mira dianteira e a extremidade mais baixa do centro do alvo marcado (definido). (O
tamanho do espaço será discutido mais tarde).
Se o atirador não mantiver a mira alinhada adequadamente, e permitir a mira dianteira ocupar diferentes
posições no entalhe da mira traseira, o tiro não será preciso. Os tiros sempre desviarão do centro do alvo para uma direção
próxima da qual a mira dianteira está apoiada no entalhe.
É necessário ter em mente que esta dificuldade para centralizar a mira dianteira no entalhe da mira traseira
leva a um desalinhamento da arma de fogo e um desvio considerável do tiro em relação ao centro do alvo. Este é um ponto
importante principalmente para a prática do tiro competitivo com pistola quando nós reconhecemos que se as miras
alinhadas adequadamente desviam para a extremidade mais baixa do centro do alvo definido, isto não irá diminuir tanto os
resultados do prática do tiro competitivo de forma tão grande e extensa quanto o desalinhamento da mira dianteira na mira
traseira (FIG. 166). Assim, uma pontaria adequada depende da habilidade do atirador para ser consistente na forma com que
ele mantém alinhada a mira e como ele alinha a mira dianteira com o centro do alvo definido (ponto de pontaria).
A primeira vista, o método de pontaria descrito acima parece ser simples e de fácil compreensão. Mas quando
o atirador tenta colocá-lo em prática ele percebe ser consideravelmente mais complexo, e encontra muitas dificuldades para
entendê-lo.
As principais dificuldades práticas enfrentadas pelo atirador durante a pontaria são determinadas pelas
peculiaridades da estrutura do olho e suas funções como um aparato óptico durante a pontaria.

O OLHO E SUAS FUNÇÕES DURANTE A PONTARIA

O processo de pontaria demanda sobre a visão do atirador visto que a consistência e o grau de precisão são
dependentes diretamente da acuidade visual e das condições que determinam a acuidade visual. É necessário para o atirador
entender completamente certas propriedades ópticas do olho a fim de conhecer o grau de acuidade, e as condições sobre as
quais, as imperfeições ópticas do olho afetam a precisão da pontaria.
O olho humano torna possível distinguir de forma precisa e imediata cores, formas, dimensões, graus de
iluminação e a localização de objetos no meio ambiente (FIG. 167). A parte dianteira do olho, que é voltada para a luz,
contém um aparato refletor de luz que transmite a imagem para uma membrana sensitiva, a retina. Este aparato consiste de
um sistema de refração média e superfícies – a córnea, a lente cristalina, o humor aquoso (fluído transparente na câmara do
olho entre a córnea e a lente) e o humor vítreo preenchendo a cavidade ocular. O aparato refletor de luz também inclui a íris,
que apresenta uma abertura no seu centro, a pupila.
O grau de iluminação, a forma e a localização dos objetos ao nosso redor são distinguidos na parte interna do
olho através da membrana sensitiva de luz, a retina, que está ligada pelo nervo óptico a seção correspondente do córtex
cerebral. A fim de obter a percepção visual correta de qualquer objeto, a sua imagem sobre a retina necessita ser formatada.
Isto é conseguido através da capacidade do olho de focalizar seu sistema reflator de luz e assim obter a forma da imagem na
retina dos objetos localizados a distâncias variadas dele.
No olho, o papel das lentes fotográficas é realizada pela lente: cristalina. Elas são transparentes, um corpo
biconvexo similar em forma as lentes comuns. Quando o olho observa objetos localizados a distâncias variadas, a curvatura
da lente cristalina variam e o sistema óptico se adapta rapidamente através da ação reflexa para distinguir objetos
localizados a distâncias variadas dele. Como resultado, fica pronta a imagem produzida na retina e é possível distinguir a
forma e o contorno dos objetos ao nosso redor de forma clara e correta. Esta capacidade do olho de focalizar os objetos
localizados a distâncias variadas pela mudança da curvatura das lentes cristalinas é chamada acomodação.
O olho humano é feito de tal forma que ele não é capaz de ver simultaneamente e imediatamente os objetos
localizados a distâncias diferentes. Entretanto, é óbvio que quando estamos fazendo a pontaria não é possível ver
simultaneamente as miras e o alvo, que estão localizados a distâncias diferentes do olho do atirador, com a mesma nitidez.
Lembrando disto, um atirador não deve forçar a visão excessivamente enquanto faz a pontaria em tentativas fúteis para ver
todas as coisas prontamente ao mesmo tempo.
O olho normal no estado de repouso está pronto para distinguir objetos distantes, isto é, ele está focalizado no
infinito. Com objetivo de variar o foco do olho para distinguir objetos localizados em lugares fechados, é necessário realizar
um esforço muscular para mudar a curvatura da lente cristalina. Ocorre uma acomodação devido a contração do músculo
ciliar em uma ação reflexa que faz com que a lente cristalina assuma uma forma convexa, aumentando assim sua refração.
Estes pontos em destaque quanto a importância não forçam o olho durante a pontaria pela mudança do ponto
de foco mais nítido de uma forma tão freqüente de um ponto para outro, tanto quanto mudam das miras para o alvo e vice-
versa novamente, alguns atiradores jovens, às vezes tentam fazer isto. O esforço muscular prolongado sobre tantas condições
leva a uma fadiga rápida e considerável dos músculos dos olhos. Pela mesma razão o atirador não deve mirar por períodos
de tempo muito prolongados. Além do mais, nos intervalos entre as seqüências de pontaria, o atirador não deveria
concentrar sua atenção visual sobre algum objeto mas deveria olhar a distância com um olhar fixo não focalizado a fim de
descansar os músculos do olho.
Quando ocorre uma variação natural do nível de iluminação, o olho responde através da sua sensibilidade para
luz e se adapta a quantidade de luz que está entrando nele. A pupila, a abertura do olho, localizada no meio da íris,
desempenha um papel similar ao papel do orifício que abre e fecha na câmara fotográfica. O diâmetro da pupila é variável
pela ação dos músculos que controlam a íris. Esta ação controla a quantidade de luz que entra no olho. A profundidade do
campo de visão, a variação das distâncias que o olho distingue como sendo dentro do foco, aumenta quando a pupila se
torna menor.
A questão da velocidade com que a pupila reage a variação da iluminação também merece atenção. A pupila
se adapta muito mais rapidamente ao aumento da intensidade da iluminação do que a sua diminuição.
A contração da pupila para um nível estável após ser submetida a uma luz brilhante leva cerca de cinco
segundos, mas o processo reverso de dilatação após a luz brilhante ser removida requer cerca de três minutos. Entretanto,
com a finalidade de prevenir a deterioração da precisão da pontaria devido a perda na eficiência do olho, o atirador não deve
olhar para objetos iluminados com brilho muito forte antes ou durante a prática do tiro competitivo. Além do mais, o olho
não deveria ser submetido a transições repentinas da luz para a sombra. Embora seja necessário descansar os olhos entre os
disparos, isto não deveria ser feito através do fechamento deles. O melhor caminho para descansar os olhos entre os disparos
é olhar a distância superfícies escuras que tenham até mesmo tons de cinza, verde ou azul.
Nós ainda temos que mencionar o fato que a qualidade da percepção visual da forma e do contorno dos
objetos ao nosso redor dependem da nitidez da imagem que é produzida na retina do olho e que é um resultado da
capacidade da lente cristalina variar sua curvatura.
Também deve ser observado que, como resultado das imperfeições ópticas do olho, as extremidades das
imagens produzidas sobre a retina não são sempre nítidas, podendo ser, às vezes, obscuras. Como conseqüência, existe na
retina um limite definido sobre a capacidade do olho para atingir a visão nítida. A acuidade visual, por ela mesma, não é
constante, mas variável dependendo do grau em que se encontra, e das condições sobre as quais as imperfeições ópticas do
olho tem um efeito considerável. Entretanto, o atirador deve saber, pelo menos em termos gerais, as condições que
influenciam a acuidade visual e, consequentemente, o grau de precisão na pontaria.
Como um instrumento óptico, o olho tem a capacidade inerente de produzir o fenômeno da aberração e
difração da luz.
Aberração esférica

Ocorre quando os raios de luz que caem sobre a lente cristalina (que é uma lente esférica) são refratados em
ângulos diferentes e não são localizados no mesmo ponto sobre a retina; os raios externos são refratados mais intensamente
que os raios internos (FIG. 168). Como resultado da aberração esférica, um feixe de luz com raios paralelos entram no olho
e são focalizados sobre a retina como um círculo de luz difuso. O tamanho do círculo de luz difuso resultante da aberração
esférica é diretamente proporcional ao tamanho da abertura da pupila. É óbvio que a claridade da imagem é aumentada
quando uns raios eliminam os outros. Consequentemente, como a pupila aberta se contrai, a claridade da imagem que cai
sobre a retina é melhorada.
O grau no qual a aberração esférica pode impedir a visão de estar nítida, e para o qual a claridade da imagem
depende do tamanho da abertura da pupila, pode ser demonstrado de forma convincente por meio de um exemplo simples.
Pequenos pontos de referência e objetos que podem ser distinguidos com dificuldade durante o tempo encoberto tornam-se
mais fáceis de serem discernidos, incomparativamente, se um olhar o outro através de uma pequena abertura que
desempenhe o papel de uma pupila artificial.
O fenômeno da difração da luz ocorre quando os raios de luz passam através de pequenas aberturas,
semelhantes as aberturas existentes na pupila, vistos por um certo ângulo (FIG. 169) e produzem uma imagem sobre a retina
que não está na forma única pontiaguda, mas sim, de um círculo circundado por anéis de luz concêntricos (difração anular)
com brilho decrescente. Isto ocorre como resultado da natureza da onda de luz.
Difração anular ao redor da imagem são verificadas somente quando a pupila está muito pequena; os arcos
tornam-se maiores a medida que a pupila diminui. A causa da difração da luz (pupila contraída) é oposta a causa da
aberração esférica (pupila dilatada). O fenômeno de difração é maior quando o sol está incidindo sobre os olhos ou quando
existem áreas iluminadas pelos raios de sol sendo refletidas atrás da superfície das miras.
A função do olho como um instrumento óptico também incomodada por um certo grau de difusão da luz.
Como a luz passa pelo meio do olho que não é totalmente transparente, como a lente cristalina é humor vétrio (massa
gelatinosa que preenche a parte do globo ocular entre a retina e a lente), os raios de luz são difundidos antes de atingir a
retina. A difusão da luz dentro do olho ocorre devido aos raios de luz serem refletidos nas camadas posteriores da retina. O
efeito da difusão da luz é manifestado de forma importante em locais onde a luminosidade é fraca, escura ou radiante
cobrindo o campo da visão. A difusão da luz é de especial importância quando estamos observando objetos brilhantes
iluminados, principalmente contra cenários escuros, ou quando a luz brilhante incide diretamente no olho. A difusão da luz
no meio óptico é responsável pelos halos de luz que são observados ao redor dos objetos em tantos exemplos.
Estes halos de luz são de especial importância quando os alvos estão iluminados intensamente pelos raios de
sol. Os cenários brancos dos alvos sofrem uma reflexão direta e causam uma considerável difusão da luz no meio óptico.
Isto causa um efeito de cegueira no qual o centro do alvo passa a ser percebido pelo olho na forma de uma mancha cinza
com as margens indefinidas, e as linhas de contorno das miras não visíveis claramente.
A intensidade da difusão de luz gerada pela aberração esférica é diretamente proporcional ao tamanho da
abertura da pupila enquanto a intensidade da difusão da luz gerada pela difração é inversamente proporcional ao tamanho da
abertura da pupila. Assim, não é possível eliminar estes tipos de difusão completamente. Entretanto, as melhores condições
para uma pronta visão (rápida e sensitiva) corresponde a um certo tamanho médio da abertura da pupila onde os efeitos
combinados que originam os dois tipos de difusão são mínimos. A abertura ideal da pupila é de aproximadamente 3mm.
A fim de atingir esta condição, o atirador deve responder as condições de iluminação que influenciam o
tamanho da abertura da pupila de tal forma que crie as condições mais favoráveis ao funcionamento do olho através da
proteção do olho contra os efeitos nocivos da luz usando visores, óculos coloridos, filtros de luz. as miras não devem ter
superfícies brilhantes que possam refletir luz e produzir um efeito de cegueira no olho. As miras expostas deveriam ser
escurecidas com fuligem.
O atirador também deveria estar atento que a aberração causa o fenômeno da irradiação de luz que resulta em
uma super estimação das dimensões dos objetos selecionados contra um cenário escuro. Na FIG. 170, a largura das listas
brancas e das pretas são idênticas, as listas brancas aparecem mais largas que as pretas. O efeito da irradiação é diretamente
proporcional ao grau de brilho da superfície iluminada ou brilhante. Consequentemente, qualquer variação no brilho do
cenário branco do alvo levará o olho a perceber o espaço entre a mira dianteira e a extremidade mais baixa do centro do alvo
como sendo diferentes mesmo que as distâncias permaneçam a mesma. Tomando esta consideração, os atiradores que usam
uma mira dianteira postada deveriam tentar atirar sobre condições uniformes de iluminação.
Outras imperfeições ópticas do olho são miopia, hipermetropia e astigmatismo. A existência de uma destas
condições também impede a focalização própria do olho e sua capacidade para projetar imagens prontas de objetos sobre a
retina.
Se os raios de luz entrarem no olho através de feixes paralelos forem focalizados exatamente sobre a retina
sem nenhum esforço de acomodação, nós saberemos que o olho está normal (FIG. 171 a).
O olho apresenta miopia se os raios que entram nele em feixes paralelos forem focalizados em frente da retina
(FIG. 171 b).
A miopia é o resultado do alongamento excessivo do globo ocular ou de um olho que tem uma grande força de
refração, ou combinação de ambos fatores. A miopia pode ser corrigida facilmente com o uso de óculos. Muitos atiradores
famosos sofrem de considerável miopia mas este defeito de visão, após ser corrigido por lentes corretivas apropriadas, não
os impedem de atingir níveis recordes nos resultados competitivos.
O olho apresenta hipermetropia se os raios que entrarem nele estiverem focalizados atrás da retina (FIG. 171
c). Esta condição ocorre porque o olho tem uma força de refração fraca, ou quando o globo ocular é muito pequeno, ou pela
combinação de ambos fatores. A fim de colocar o foco dos raios de luz sobre a retina de um olho com hipermetropia, os
raios de luz devem entrar como um feixe convergente, entretanto, um olho com hipermetropia é capaz de focalizar objetos a
distância, muito mais claramente do que próximos. Esta condição é um pouco mais difícil de corrigir, mas lentes corretivas
podem resolver normalmente o problema. Os atiradores que sofrem de hipermetropia causada pela idade costumam ver as
miras muito mal.
Uma imagem confusa, não muito clara sobre a retina pode ser resultado de astigmatismo. Um olho no qual as
superfícies de refração da córnea e da lente cristalina não tem forma esférica perfeita é chamado astigmático. Quando um
olho é astigmático, os raios paralelos que entram no olho não podem produzir uma imagem focalizada claramente sobre a
retina porque os raios de luz que entram no olho são refratados em ângulos diferentes. Como resultado, o olho passa a ter,
não um único foco principal, mas vários focos localizados a distâncias diferentes da retina. Isto faz com que a imagem seja
confusa e errada (FIG. 172).
Um teste simples para astigmatismo pode ser realizado usando uma figura especial (FIG. 173). Para realizar o
teste, olhe a figura com um olho a uma distância de aproximadamente 30cm. Se existir astigmatismo, somente áreas
individuais do disco serão claramente visíveis de forma simultânea. A área restante não será visível com boa definição.
A existência de astigmatismo pode determinar um certo grau de escolha das miras. Se, por exemplo, este teste
ou um outro exame do olho revelar que o atirador não vê as áreas mais altas e mais baixas do disco claramente ou
distintivamente, não há nenhum sentido em recomendar que ele use uma mira dianteira de espera, visto que ele não será
capaz de mirar uniformemente com ela. Neste caso, é melhor para ele usar uma mira dianteira com fenda.
Se forem descobertos defeitos de visão, mesmo que insignificantes, torna-se necessário o uso de lentes
corretivas quando se está praticando o tiro competitivo, visto que os esforços excessivos na acomodação do olho durante a
pontaria causarão uma grande fadiga no olho levando a deterioração da visão. O atirador também deve ter em mente que as
lentes corretivas para a prática do tiro competitivo devem ser obtidas em consultório de médicos oftalmologistas, a escolha
não deve ser completamente satisfatória. Quando selecionamos as lentes, é bastante desejável checá-las imediatamente na
prática do tiro competitivo para certificar de que se pode ver o alvo claramente durante a prática do tiro competitivo. Isto é
importante, não só para verificar o poder corretivo das lentes, mas também para determinar o quanto de bem que elas estão
fazendo. Deveria ser possível determinar qualquer defeito desta maneira.
Quando usamos lentes corretivas ou óculos coloridos, é necessário estar certo de que a linha da mira passa
perpendicular a superfície das lentes e através do seu centro, já que a parte central da lente é normalmente polida mais
precisamente. A fim de fazer isto na prática do tiro competitivo, é necessário usar um armação especial que mantenha a lente
perpendicular a linha da mira sem necessitar de uma mudança no posicionamento normal da cabeça quando está na posição
para prática do tiro competitivo.
É necessário ao atirador saber um pouco mais das peculiaridades dos olhos que são de grande importância na
pontaria, a existência da visão monocular e binocular. A visão com um olho é chamada monocular e a visão com dois olhos
é chamada binocular. O fato de que a pessoa tem dois olhos nem sempre quer dizer que ela tem uma visão binocular.
Existem exemplos onde um olho que apresenta uma visão mais fraca não é incluído no ato da visão e a pessoa usa
normalmente apenas um olho, o melhor. A predominância de um olho sobre o outro também ocorre quando os dois olhos
possuem idêntica acuidade visual. O olho que a pessoa prefere usar é chamado dominante ou olho mestre. Há um método
bastante simples para se determinar qual olho é dominante.
Com objetivo de determinar qual olho é o dominante, mantenha a mão levantada, formando um círculo sem os
dedos e o polegar, e olhe através do círculo com os dois olhos abertos de tal forma que algum objeto pequeno fique no
centro do círculo (FIG. 174). Então, fechando um olho e depois o outro (alternando), veja se o objeto permanece dentro do
círculo ou sai fora dele. O olho dominante é aquele em que o objeto permanece dentro do círculo: o dominante para muitas
pessoas, é o olho direito.
O uso prolongado de um olho para determinada tarefa (por exemplo, por assistente de laboratório,
microcopistas) pode determinar que ele se torne dominante. Isto também, ocorre naturalmente com os atiradores que usam
um olho para pontaria o qual, na maioria dos casos é o olho dominante.
Durante a instrução inicial, o atirador é ensinado a olhar com o olho esquerdo um pouco inclinado (vesgo) e
mirar a arma com o olho direito. Este método de pontaria apresenta mais desvantagens e não deveria ser utilizado. A sua
primeira falha é que o esforço envolvido na inclinação do olho (olhar vesgo) é incômodo para muitas pessoas,
principalmente atiradores iniciantes. Outro aspecto indesejável é que a inclinação do olho é quase sempre acompanhada por
esforços dos músculos dos olhos. Isto faz com que as pálpebras exerça uma certa pressão no globo ocular que afeta as suas
capacidades de refração e diminui a acuidade visual. O terceiro fator que diminui a precisão da pontaria é a dilatação
involuntária da pupila na abertura do olho em resposta ao fechamento do outro. As pesquisas conduzidas pelo N. A
Kalinichenko (1968) indicaram que o fechamento de um olho resulta na redução da acuidade visual do outro olho em uma
média de 20% comparado pelo simples bloqueamento da visão daquele olho. Entretanto, isolar o olho esquerdo quando se
está fazendo pontaria pela sua inclinação (olhar vesgo) é completamente inaceitável visto que ele debilita seriamente a
acuidade visual do olho usado na pontaria, o direito. Em resumo, a exclusão das atividades do olho esquerdo não é melhor
obtida por meios físicos ou pelo fechamento da pálpebra, mas sim através da supressão psicológica das impressões visuais
do olho esquerdo aberto.
Na pontaria binocular, a linha da mira ainda é vista com um olho. Consequentemente, este método não inclui
qualquer novo princípio e não é necessário ao atirador aprender ou recordar qualquer coisa. Ele deve simplesmente parar de
fechar o olho durante a pontaria (FIG. 175).
A pontaria binocular apresenta um número bem maior de vantagens. O atirador não necessita gastar esforços
adicionais envolvidos no estrabismo do olho, o que é uma vantagem em longos cursos de tiro. Acuidade visual binocular é
normalmente melhor que a monocular visto que os impulsos sensitivos que vem dos receptores de ambos os olhos causam
grande estimulação das seções correspondentes do sistema nervoso central. Na pontaria binocular, células cerebrais tornam-
se menos fadigadas visto que q maioria das condições naturais são criadas por suas atividades.
Entretanto, há muitos atiradores que por várias razões ainda não fazem pontaria usando ambos os olhos.
Durante a prática do tiro competitivo prolongada é requerido muitos esforços da visão, tornando-a cansada. O alvo começa a
aparecer duplo e isto torna impossível fazer a pontaria com ambos os olhos. Portanto, quando isto ocorre, é necessário
eliminar o olho esquerdo para poder realizar a pontaria, as pesquisas de N. A Kalinichenko indicam que é melhor usar uma
faixa estreita de luz e plástico semi-transparente para bloquear sua vista para o alvo.
Três pares de músculos controlam os movimentos do globo ocular bem como o mantém na posição fixada. A
fadiga destes grupos de músculos fazem com que o olho fique tremendo constantemente e vibrando embora isto não seja
percebido externamente. O atirador quando está fazendo pontaria com um rifle, é forçado a virar sua cabeça um pouco para
baixo e para a direita e durante este processo o globo ocular gira de forma ascendente e voltado para dentro. O globo ocular
é mantido na posição menos desejada que requer o trabalho combinado e intensificado de todos os três grupos de músculos
(FIG. 176). Quando os músculos ocular motores ficam fadigados, o globo ocular treme involuntariamente aumentando o seu
tamanho de uma forma considerável e isto diminui a precisão da pontaria. Entretanto o atirador deve selecionar a posição
para prática do tiro competitivo na qual a posição da cabeça seja a mais natural possível com menos inclinação. Ele não
deveria olhar o alvo de lado ou abaixo da sobrancelha.
É necessário dizer algumas poucas palavras sobre a sensitividade discriminatória dos olhos, o nível da
acuidade visual resultante e a precisão da pontaria. A acuidade visual normalmente é determinada pelo menor espaço que se
pode ser visto entre dois objetos. Desta forma, a acuidade visual normal é geralmente considerada para ser a capacidade do
olho de distinguir entre dois pontos e um minuto de um ângulo separadamente.
Entretanto, a acuidade visual atual de um olho normal pode ser consideravelmente maior que o padrão
médico. Pesquisas tem mostrado que o olho de um ser humano normal, sob condições normais de iluminação, pode
distinguir objetos separados um do outro dentro do limite de 40 minutos de um ângulo. Isto significa que o olho pode
distinguir nitidamente, por exemplo, o espaço de 8,6mm entre a ponta da mira dianteira e a extremidade mais baixa do
centro do alvo a uma distância de 50 metros, e a um espaço de 5,6cm a distância de 300 metros. O olho do atirador
experiente pode distinguir até mesmo o menor espaço entre dois objetos. a pesquisa do N. A Kalinichenko (1968) mostra
que a acuidade visual dos atiradores é consideravelmente maior que o padrão médico.
Uma grande parte das pesquisas tem mostrado que a acuidade visual pode ser desenvolvida consideravelmente
através de exercícios. Como a experiência dos atiradores aumentam, da mesma, aumentam a sua acuidade visual.
Consequentemente, a boa pontaria exerce um efeito de treinamento favorável sobre as funções visuais.
Finalmente, deveria ser observado que, quando o olho desenvolve um trabalho intensificado, o aparato motor
do olho e seus aparatos sensoriais de luz são reduzidos em eficiência. Na focalização de um objeto continuamente, o olho
apresenta sua melhor acuidade visual por vários segundos, após o qual a claridade da imagem sobre a retina diminui
gradativamente. Consequentemente, o atirador não deve procurar se habituar a pontaria muito prolongada. Um longo
período de prática de tiro competitivo usando um ritmo consistente não cansa os olhos tanto quanto um disparo prolongado
sobreposto. Durante um minuto de pontaria sem piscar, a acuidade visual é diminuída a metade (N. A Kalinichenko, 1968).
Outra pesquisa tem mostrado que o momento de tensão na pontaria causa fadiga no olho que resulta em uma perda
temporária de setores individuais do campo de visão. Nesta consideração, atiradores deveriam evitar principalmente pontaria
muito prolongada sob iluminação brilhante para estes casos o rápido desenvolvimento do ângulo morto (ponto de
vulnerabilidade) somente desaparecerá após 5 a 10 minutos do cessamento da mira.
A pontaria prolongada é prejudicial para a precisão da pontaria. Após 15 a 20 segundos, o olho não mais
informa erros na imagem vista. Em função de fazer pontaria por períodos muito longos, o atirador pode cometer erros
grosseiros sem perceber. O processo de pontaria começa quando a visão está concentrada primeiramente sobre a apuração
do tamanho da abertura entre a ponta da mira dianteira e a extremidade mais baixa do centro do alvo (ou da abertura circular
quando o disparo é realizado com a abertura da alça de mira dianteira) e termina com a execução do disparo. Este processo
não deveria exceder 5-8 segundos.

TÉCNICAS DE PONTARIA

Pontaria com uma mira aberta.

A fim de fazer pontaria corretamente com uma mira aberta, o atirador deve colocar a mira dianteira no meio
do entalhe da mira traseira com a ponta no mesmo nível das extremidades superiores do entalhe e então levar as miras
alinhadas para a região acima da extremidade mais baixa do centro do alvo. (FIG. 177).
Nós também sabemos que o olho não pode ver simultaneamente e com a mesma clareza objetos localizados a
distâncias diferentes dele. Isto significa que se a mira dianteira está dentro do foco, o alvo e o entalhe da mira traseira serão
percebidos pelo olho de forma confusa (escura). Se um atirador concentrar o foco do olho sobre o alvo, a mira dianteira e o
entalhe da mira traseira serão confundidos.
Para superar isto, alguns atiradores passam seus olhos da mira dianteira para o entalhe da mira traseira e para
o alvo várias vezes em sucessões rápidas até todos os três pontos ficarem localizados na mesma linha. Este método de
pontaria causa rápida fadiga do aparato muscular do olho e não é uma técnica aceitável exceto na fase inicial de instrução. É
muito difícil para o atirador praticar tiro rápido ou atirar na posição em pé com este método de pontaria. Entretanto,
enquanto o atirador está fazendo a pontaria, deve sacrificar alguma coisa e empenhar-se para ver um destes três objetos, a
mira dianteira, o entalhe da mira traseira ou o alvo rapidamente e distintivamente.
Quando atiram com um rifle, quase todos os atiradores tentam ver a mira dianteira imediatamente, e assim são
forçados a desconsiderar um pouco a clareza da imagem do entalhe da mira traseira e do centro do alvo (FIG. 178). O
atirador não deveria ficar preocupado com o fato do entalhe da mira traseira não ser visto de forma distinta.
Ela pode aparecer como uma imagem dupla onde a parte mais baixa é mais escura e a parte superior é
acinzentada e confusa. A mira dianteira deve ser alinhada com ambas as partes mais escura ou mais clara do entalhe da mira
traseira assim que o atirador estiver consciente sobre qual ele vai usar.
Quando estamos fazendo pontaria, é muito importante ser capaz de manter um espaço próprio e consistente
entre a ponta da mira dianteira e a extremidade mais baixa do centro do alvo. O espaço deve ser tão pequeno quanto a
acuidade visual do atirador permitir. A parte de cima da mira dianteira deveria ser levada acima da extremidade mais baixa
do alvo até o olho ver o menor espaço entre a mira dianteira e a extremidade mais baixa do centro do alvo que pode ser
discernido com o restante da extremidade mais baixa do centro do alvo comparativamente nítida.
É muito difícil fazer pontaria corretamente utilizando a mira dianteira e o centro do alvo juntos. Não importa o
quanto aguçada deva ser a visão do atirador, há sempre o risco de que ele possa falhar ao observar que o topo da mira
dianteira está se movendo para cima até o centro do alvo. A razão para isto é que não importa o quanto cuidadoso o atirador
tenha sido ao escurecer a mira dianteira antes do tiro, suas superfícies refletirão um certo número de raios de luz. Se a mira
está alinhada sem intervalos entre a mira dianteira e o centro do alvo, a reflexão dos raios de luz da mira dianteira levarão a
menor extremidade do centro do alvo à aparecer consideravelmente mais clara que a parte superior (FIG. 179). A
dificuldade ou, as vezes, até mesmo a impossibilidade de realizar algumas tarefas de pontaria uniformemente sem ver a
extremidade mais baixa do centro do alvo pode ser facilmente entendida. Após este período de treinamento, o olho do
atirador desenvolve a capacidade de ver espaços idênticos entre a mira dianteira e o centro do alvo todo o tempo e a
posicionar a mira dianteira uniformemente um pouco indistinta do entalhe da mira traseira.
Quando atiramos com uma pistola ou revólver, a distância entre o entalhe da mira traseira e a mira dianteira é
relativamente pequena comparada com um rifle, onde as duas miras estão significativamente mais afastadas dos olhos. É
possível, entretanto, ver simultaneamente ambos, o entalhe da mira traseira e a mira dianteira prontamente. Durante a
pontaria, então, o atirador deveria se esforçar para ver ambos, a mira dianteira e o entalhe da mira traseira prontamente de
forma que a pontaria fosse feita no centro do alvo (FIG. 180).

Pontaria com a abertura da alça de mira traseira.

Uma abertura da alça de mira traseira facilita e simplifica a pontaria, como o atirador não requer mais ver o
entalhe da mira traseira claramente porque ela está situada tão fechada para o olho que é percebida de um maneira
inteiramente diferente.
O papel do entalhe na mira traseira é representado por uma pequena abertura circular ou abertura. Durante a
pontaria, o atirador olha através da abertura mas vê somente dois objetos na figura da mira, a mira dianteira e o alvo. A fim
de alcançar a própria figura da mira, o atirador centraliza a mira dianteira no círculo formado pela abertura da alça de mira
traseira e então leva a ponta da mira dianteira acima da extremidade mais baixa do centro do alvo ou, durante a pontaria com
uma mira dianteira circular, posiciona o centro do alvo no centro da abertura da mira dianteira (FIG. 181).
Durante a pontaria o atirador não deve prestar atenção particular a tentativa de encontrar o centro da abertura
traseira ou tentar fazê-la coincidir com a mira dianteira. Distraindo a atenção desta forma não é necessário agradecer ao
senso de simetria inerente do olho. Ele desenvolve atualmente sua tarefa automaticamente e espontaneamente. Até mesmo se
o atirador não precisar deste alinhamento e a linha da mira estiver um pouco deslocada para o lado, o erro não será grande
devido ao pequeno tamanho da abertura traseira. Entretanto, o aspecto mais importante da precisão e uniformidade da
pontaria com a abertura da alça de mira traseira é o de concentrar sobre o alinhamento preciso da abertura da alça de mira
dianteira ou postá-la no centro do alvo.
Para o próprio olho substituir a distância quando, se está atirando na posição deitado de bruços com a abertura
da alça de mira, o disco da mira traseira deveria estar tão fechado para os olhos quanto possível enquanto usamos esta
consideração, é claro, o fator de segurança necessário para o recuo do rifle. Neste caso, o próprio disco não distrai a atenção
do atirador e nem impede a pontaria visto que ele está alocado mais fechado que os limites do olho referente a sua
capacidade de acomodação. O olho não percebe o disco como um objeto independente, mas sim o furo no disco através do
qual a linha da mira passa para a mira dianteira e para o centro do alvo.
O disco mais fechado (espesso) é alocado para o olho, o furo mais largo aparece estar no tamanho. Isto torna
possível ter mais precisão na centralização da mira dianteira no interior dela. O recurso de posicionar tão apertada a abertura
da alça de mira para o olho é confirmada pelos dados derivados das pesquisas sobre esta questão. Quando a distância entre o
olho e a abertura é aumentada, a acuidade visual sofre (tolera). A distância mais favorável entre o olho e a mira é de 2-5cm
(N. A Kalinichenko, 1968).
Ela é necessária freqüentemente para atirar com o mesmo rifle nas posições deitado de bruços, em pé e
ajoelhado. Visto que a mira traseira pode ser movida dentro de certos limites no rifle, o atirador deve estabelecer a distância
correta entre o olho e a mira traseira para cada posição durante o treinamento. A posição da cabeça durante a pontaria deve
permitir uma certa segurança para o recuo e otimizar as próprias condições de trabalho para os olhos.

A pontaria com uma mira telescópica.

O formato da mira telescópica permite fazer a pontaria sem separar as miras dianteira e traseira. A linha de
mira com um telescópio é o eixo do telescópio passando pelo sistema de lentes. Esta linha é marcada ou identificada por
cada um dos fios do retículo ou retículo. Consequentemente, o papel da mira dianteira é realizado pelos fios dos retículos em
uma mira óptica traseira. Os fios dos retículos e a imagem do alvo estão ambos no plano focal da lente, um plano passando
pelo ponto do foco da lente e perpendicular ao principal eixo óptico. Como resultado, o olho do atirador percebe os fios dos
retículos e o alvo com clareza idêntica.
Para mirar com uma mira óptica, o atirador deve posicionar a cabeça de forma que o olho coincida com a
saída da pupila como a linha da mira que passa ao longo do eixo de alcance. O retículo é então alinhado com o ponto de
pontaria desejado sobre o alvo (FIG. 180).
Durante a pontaria, o olho deve ser posicionado a uma distância de 60 a 80 milímetros da lente ocular (FIG.
183). Esta distância permite uma certa segurança durante o recuo da arma. Enquanto se está fazendo a pontaria, o atirador
deve certificar-se de que não há sombras no seu campo de visão. Se o olho do atirador está mais próximo ou mais afastado
do que o alcance permitido ao olho pelo telescópio, um círculo escuro aparecerá no seu campo de visão reduzindo assim seu
tamanho e complicando a pontaria. Se o escurecimento for igual em todas as direções, não haverá nenhum efeito sobre a
direção da bala. Entretanto, o olho deveria estar posicionado incorretamente em relação ao principal eixo óptico do alcance
da mira, isto é, não centralizado, sombras com formatos crescentes aparecerão sobre as extremidades do globo ocular. Estas
sombras desaparecerão sobre um dos lados, dependendo da posição do olho com respeito ao eixo óptico do alcance da mira.
O ponto de impacto da bala pode desviar para o lado oposto da sombra crescente se ocorrer um erro de paralaxe no alcance
da mira (FIG. 184). Se o atirador notar sombras sobre as extremidades do seu campo de visão durante a pontaria, ele deve
encontrar uma posição com a cabeça na qual o possa ver claramente todo campo de visão. O atirador deve dirigir toda a sua
atenção no sentido de manter seus olhos centralizados sobre o eixo óptico da mira traseira e posicionar os fios dos retículos
sobre o ponto de pontaria definido.

SELEÇÃO DA MIRA

A precisão na pontaria depende de várias coisas acima mencionadas incluindo a capacidade do atirador para
selecionar o dispositivo de pontaria de acordo com sua forma, tamanho e dimensões relativas; o quanto de bem que estes
dispositivos de pontaria farão a acuidade visual do atirador e outras características visuais; e, sobre as condições abaixo das
quais a prática do tiro competitivo é conduzida. A forma mais simples e mais ampla da mira é no que consiste a mira
dianteira postada quadrada e a forma de U do entalhe da mira traseira. As experiências tem mostrado que esta forma de mira
pode ser apontada com grande precisão e mínima fadiga dos olhos.
Além da forma, outras dimensões da mira são de grande importância para a precisão da pontaria, incluindo a
largura da mira dianteira referente ao tamanho do alvo, a largura do entalhe da mira traseira, e o tamanho absoluto das
próprias miras.
Quando selecionamos uma mira dianteira, ela deve ser suficientemente larga. A largura da mira dianteira torna
precisa a pontaria de forma mais provável devido ser mais fácil de detectar com ela o rompimento da simetria e
uniformidade da figura da mira e a própria distância entre a mira dianteira e a parte inferior do centro do alvo. Uma distância
mínima uniforme e correta pode ser mantida sem uma excessiva fadiga do olho. A maior precisão na pontaria pode ser
obtida através da mira dianteira que aparece ser igual ou ligeiramente mais larga que o diâmetro visível do centro do alvo
(FIG. 185). Entretanto, por causa do olho perceber as linhas de contorno do centro do alvo de diferentes formas e devido a
distância entre o olho e a mira dianteira variar, considerações práticas requerem que a mira dianteira seja um pouco menor
que o diâmetro visível do centro do alvo (aproximadamente de 1 a 2mm mais larga). Entretanto, quando o atirador está a
uma distância padrão de 300 metros do alvo, é bem melhor usar uma mira dianteira com 2,0 a 2,2mm de largura.
O entalhe da mira traseira deve ser largo o suficiente para que a mira dianteira esteja claramente colocada no
interior do entalhe sem forçá-la. Em nenhum momento a mira dianteira deveria ser colocada no entalhe da mira traseira tão
apertada que deixasse somente pequenos espaços entre ela e as extremidades do entalhe da mira traseira. Atiradores
inexperientes freqüentemente sentem que esta relação entre as miras tornam possível detectar as ligeiras imprecisões na
pontaria. Esta teoria é falha na prática, entretanto. O uso do entalhe da mira traseira limitado leva somente a uma rápida
fadiga visual e, como conseqüência, aumentam o tamanho dos erros durante a pontaria. Por outro lado, espaços largos entre
a mira dianteira e as extremidades do entalhe da mira traseira também reduzem a precisão da pontaria, visto que o atirador
pode falhar ao notar que ele está mantendo a mira dianteira um pouco para a direita ou para a esquerda. Embora variações
na acuidade visual ou iluminação, e se o tiro é rápido ou lento, podem afetar o raio ideal da largura da mira dianteira para a
largura do entalhe da mira traseira, os melhores raios são 1:2 ou 1:3 (FIG. 186).
A mira dianteira de espera quadrada e o formato em U ou retangular do entalhe da mira traseira são as
melhores combinações de mira aberta para pistola. Visto que as dimensões relativas do centro do alvo para pistola são
consideravelmente maiores do que aquelas utilizadas para rifle, determinando a largura da mira dianteira de acordo com o
diâmetro do centro do alvo não é prático. Selecionando a própria largura da mira dianteira para pistolas e revólveres pode
parecer completamente arbitrário, mas a experiência tem mostrado que a precisão máxima bem como a fadiga mínima do
olho podem ser obtidos através da utilização da melhor largura da mira dianteira. Dependendo da natureza do evento de
prática do tiro competitivo e da pistola a ser usada, é melhor utilizar miras dianteiras com as seguintes dimensões (veja
também FIG. 187):

Pistola livre 50m tiro lento 3,2-3,6mm

Pistola de fogo central 25m tiro lento sobre 50m do alvo a 25m 2,6-3,2mm

Pistola de fogo central 25m tiro duplo, sobre alvo silhueta 3,0-3,5mm

Pistola de tiro rápido 25m alvo silhueta 3,0-3,5mm

A mira dianteira deveria ficar fora claramente do entalhe da mira traseira. Entretanto, em vista do fato de que
o entalhe da mira traseira e a mira dianteira de uma arma de mão são alocadas significativamente mais afastadas do olho do
que as utilizadas na mira aberta do rifle, é prático usar o entalhe da mira traseira mais apertado para uma arma de mão do
que para um rifle. A distância entre a mira dianteira e a mira traseira de uma arma de mão é relativamente pequena de forma
que o olho percebe as linhas de contorno das miras simultaneamente com ambas aparecendo relativamente nítidas.

Ajuste de miras para rifle.

As aberturas das alças de miras dianteiras e da mira de espera quadrada são determinadas pela virtude do fato
de que a maior precisão na pontaria pode ser obtida quando sua largura é percebida como sendo um pouco menor que o
diâmetro visível do centro do alvo. A largura da espera deveria ser de 20 a 25 milímetros maior do que aquela que aparece
no mesmo tamanho do centro do alvo. Por usar esta largura, um espaço uniforme pode ser mantido mais facilmente entre o
topo da mira dianteira e a extremidade mais baixa do centro do alvo.
A mira dianteira que é tão larga ou tão estreita não deveria ser usada devido ela ser de difícil alinhamento em
relação ao centro da extremidade mais baixa do centro do alvo e causar erros de pontaria horizontal.
Quando selecionamos a abertura da própria mira ou o tamanho do anel, o atirador deve levar em consideração
as dimensões do centro do alvo, acuidade visual, a posição, e, mais importante ainda, as condições de iluminação.
Em princípio, a precisão da pontaria com a abertura da alça de mira dianteira será inversamente proporcional
ao tamanho da área circular visível entre o centro do alvo e o lado interno do anel, isto é, um anel exato ou menor é mais
preciso.
Na prática, entretanto, não é sempre possível fazer pontaria precisamente com uma abertura tão pequena. O
diâmetro da abertura para uma pequena abertura da mira dianteira para prática de tiro competitivo para 50m deveria ser
preferivelmente pelo menos 3mm, enquanto o diâmetro da abertura livre deveria ser pelo menos 4,2mm (FIG. 188).
Uma pequena abertura deveria ser usada inicialmente na posição deitado de bruços a posição mais estável, e
menos freqüentemente na posição ajoelhado. Uma abertura livre da alça de mira dianteira deveria ser usada para prática do
tiro competitivo na posição em pé, a posição menos estável. Nesta posição, é geralmente dificultada a pontaria com uma
abertura da alça de mira dianteira sem um treinamento prolongado visto que a abertura comunica sensitivamente até mesmo
com as oscilações mais insignificantes do rifle.
É necessário tomar especial atenção na seleção da abertura da alça de mira dianteira para fazer a pontaria
sobre condições variadas de visibilidade e iluminação do alvo. Durante o tempo nublado, quando a iluminação ainda é
suficiente e leve, a maior precisão na pontaria pode ser obtida pelo uso de uma pequena abertura. O espaço circular entre o
centro de alvo e o anel da mira dianteira é claramente visível, e o olho do atirador observa as ligeiras imprecisões na
pontaria. Sob estas condições de pouca visibilidade tanto como de manhã bem cedo, no entardecer, ou na névoa, entretanto,
é necessário usar um anel livre devido ao alvo estar pobremente iluminado e haverá um pouco de contraste entre o centro do
alvo, o anel da mira dianteira e o espaço entre eles. Em um dia ensolarado, quando os alvos estão bem iluminados, a
efetividade e desejabilidade de usar uma abertura de alça de mira dianteira é bastante reduzida. Na luz do sol brilhante é
quase impossível fazer pontaria com uma abertura pequena. Freqüentemente, até mesmo uma abertura maior da alça de mira
dianteira não proporciona uma pontaria precisa sob estas condições. Nestes casos, é necessário usar um filtro de luz ou
óculos colorido
Muitos atiradores tem usado sucessivamente aberturas das alças de miras dianteiras feitas de plástico ou vidro
transparente ou colorido. O uso destes tipos de miras faz bom sentido a respeito do fato que, a primeira vista, poderia
aparecer que a superfície de plástico da abertura da alça de mira dianteira seria apenas como uma superfície desprotegida do
clarão que vem distante do alvo com o metal. Na verdade, este tipo de suplemento pode ser usado para sombrear uma parte
considerável do clarão branco do cenário do alvo que mascara a parte fechada do centro do alvo. Os envelopes de plástico
colorido da área interna inteira da mira dianteira cobrem e protegem os olhos dos efeitos de cegueira causados pelo brilho da
luz que entra na área da marca amarela e nas camadas posteriores da retina que mascaram sua proximidade imediata. a
reflexão vinda destas camadas intensifica a difusão da luz no meio ocular. Também, por fazer sombra a partir da área branca
do alvo, o filtro de luz na mira dianteira ajuda o olho a ter uma percepção mais nitidamente contrastada do espaço circular
entre o centro do alvo e as extremidades da abertura dianteira.
A construção da abertura da alça de mira dianteira de plástico é extremamente simples. Um disco circular de
vidro ou plástico é posicionado na mira dianteira. O disco tem uma abertura furada no seu centro (FIG. 189). A extremidade
da abertura é uma parte importante com uma pintura preta ou um anel esmaltado. A espessura deste aro que forma a abertura
de pontaria, varia de 0,5 a 2,0mm. Bastante recente, tem sido amplo o uso de miras dianteiras com abertura plástica
semitransparente sem nenhum aro ou arco sobre elas (FIG. 189 a). Todo o plástico destes insertos são coloridos
ligeiramente e isto compensa a necessidade de contraste entre o centro do alvo e a extremidade circular da abertura da mira
dianteira. Segundo as pesquisas feitas pelo N.A Kalinichenko, as miras dianteiras de plástico semitransparente e moderado
contraste permitem desenvolver uma precisão na pontaria acima de 24% melhor do que a abertura de metal das miras
dianteiras com o mesmo diâmetro. A melhor mira dianteira provou ser inserto de plástico com coloração rosa claro.
Quando selecionamos o próprio tamanho da abertura no disco da mira traseira, é necessário ter em
consideração tanto a iluminação quanto as peculiaridades da posição usada pelo atirador.
Miras traseiras instaladas sobre rifles semelhantes apresentam discos intercambiáveis com o diâmetro da
abertura variando de 0,75 a 1,75mm. Entretanto, nenhuma destas opções são usadas. A experiência dos melhores atiradores
do mundo e os dados das pesquisas indicam que uma abertura com diâmetro de 0,75mm não é adequada para a prática do
tiro competitivo e o uso da abertura com diâmetro de 1,0mm é extremamente limitada. Pequenas aberturas diminuem
significativamente a acuidade visual e aumentam o tempo necessário para a diferenciação de objetos. O último é importante
principalmente quando praticamos o tiro competitivo utilizando a posição em pé. A abertura da mira traseira mais útil é
provavelmente aquela com uma abertura de 1,5mm. Os discos calibrados de 1,25 a 1,8mm (FIG. 190) são recomendados
para uso, dependendo de quanto boa seja a iluminação do alvo.
Muitos atiradores soviéticos agora usam mira dianteira de espera quadrada, enquanto uns poucos usam as
miras do tipo com abertura. Isto não significa, entretanto, que as miras dianteiras de espera são melhores. Pelo contrário, se
nós considerarmos as imperfeições ópticas do olho humano, especialmente o fenômeno de irradiação da luz que é inerente
ao olho, e que o leva a perceber o espaço entre a extremidade mais baixa do centro do alvo e a ponta da mira dianteira
diferentemente de como a iluminação do cenário branco do alvo varia, condiciona uma escolha diferente. Nós também
deveríamos considerar a presença de linhas reduzidas sobre a mira dianteira e o centro do alvo sobre condições brilhantes.
Na solução destes problemas a abertura da mira dianteira proporciona mais precisão na pontaria que a mira de espera. Isto é
confirmado pela experiência dos melhores atiradores do ocidente, a maioria dos quais usam a abertura da mira dianteira.
Se nós recordarmos as experiências da prática de tiro competitivo por volta de 1930, nós verificaríamos que a
maioria das competições internacionais de cano curto na posição deitado de bruços foram vencidas pelo melhores atiradores
soviéticos e que muitos destes atiradores usaram a abertura da mira dianteira. A primeira marca perfeita de 400x400 foi
atingida por um atirador soviético, N. Alexeiev, em 1936 utilizando a abertura de uma mira dianteira.
Tudo isto confirma a sua importância ma ainda não impede as possibilidades inerentes do próprio uso da
abertura da mira dianteira. Alguns dos melhores atiradores do mundo, entretanto, tem ganhado muito mais experiência com
a abertura da mira dianteira e defendem a inserção do calibre de 3,5 a 4,3mm no diâmetro em combinação com filtros de luz
de densidades variadas. Sob estas condições, as qualidades superiores da abertura da mira dianteira tem apresentado
melhores resultados.
Obviamente, não há um tipo de mira dianteira ou mira traseira universal com um diâmetro de abertura
específica que é adequada para todos os atiradores e que permita uma pontaria precisa sob todas as condições para prática
do tiro competitivo. Isto é porque os rifles de competição modernos são equipados com miras que tem insertos na mira
dianteira intercambiáveis, e aberturas nas miras traseiras intercambiáveis ou um uma diafragma na íris. O atirador somente
deve utilizá-las de forma correta e sabiamente.

TÉCNICA DE PONTARIA PARA JOGOS COM ALVO EM


MOVIMENTO

Atiradores de alvos em movimento não mais usam rifles com miras metálicas. As miras ópticas agora são
usadas exclusivamente.
Atualmente, para a prática do tiro competitivo com alvos em movimento, os atiradores soviéticos utilizam as
miras telescópicas TO-4, T0-6, TO-611 e TO-6s (formas de retículos são mostrados na FIG. 191 a). Visto que o
posicionamento do retículo na maioria dos alcances não é muito conveniente para este tipo de prática de tiro competitivo,
alguns atiradores retrabalham o mecanismo do retículo através da remoção dos fios, tirando-os da ponta em forma de cone
do retículo da espera (FIG. 191 b). Este tipo simples de retículo da espera foi usado para prática do tiro competitivo de
forma menos freqüente em veados em movimento do que em javali em movimento.
Em consideração as necessidades específicas para a prática de tiro competitivo em javali em movimento com
lentas e rápidas velocidades, alguns atiradores tem redesenhado seu alcance para possibilitar um retículo com alcance duplo
(FIG. 191 c). Estas miras possuem quatro botões de ajuste além dos dois e permitem correções verticais e horizontais para
cada espera individualmente, uma peculiaridade que tem vantagens óbvias. Uma palavra de precaução deveria ser levada em
conta visto que o retrabalho do alcance necessita ser realizado por especialista com as melhores qualificações possíveis.
A pontaria com alvos em movimento difere da pontaria em alvos fixos de forma que o atirador não aponte no
centro do alvo, mas sim leve o alvo a compensar seus movimentos durante o vôo da bala. Entretanto, é necessário
determinar o grau de pontaria requerida para uma prévia prática de tiro competitivo. O alcance depende da velocidade dos
alvos em movimento e o do tempo de vôo do projétil.
Em geral, a trajetória seguida pelo alvo durante o tempo de vôo do projétil (conduzido) é determinado pela
fórmula S = VtxTb onde s = grandeza do alcance, Vt = velocidade do alvo em movimento, e Tb = tempo de vôo do projétil.
A velocidade do alvo em movimento (Vt), em rotação, é definida pela fórmula: Vt-H/tt, onde H = a largura do
alvo passando no visor, e tt = tempo de movimento do alvo passando pelo visor. Quando fazemos cálculos para prática de
tiro competitivo em direção ao veado em movimento, o atirador deveria tomar em consideração que a largura que passa pelo
visor (H) deveria ser reduzida pelo próprio comprimento do alvo. Portanto, H-23m-1,65m = 21,35m; o tempo do movimento
do alvo que passa no visor (tt) = 4 segundos; tempo de vôo do projétil (Tb) distância acima de 100m com uma velocidade de
disparo de 850-920 m/s = 1 segundo (aproximadamente).
Quando a prática do tiro competitivo é sobre javali em movimento, o alcance (S) é determinado pelo uso dos
seguintes valores: largura do alvo no visor (H) = 10m; tempo de movimento do alvo no visor (tt) = 5 segundos (movimento
lento) e 2,5 segundos (movimento rápido); tempo do vôo do projétil (Tb) distância acima de 50m com velocidade de disparo
de 320-340m/s = 15 segundos (aproximadamente).
Com base nesta informação, o alcance calculado deveria ser: 53,4cm para veado em movimento; 30cm para
javali em movimento, tiro lento; e 60cm para javali em movimento, tiro rápido. Estes dados são úteis somente para cálculos
aproximados e experiências devem ser feitas pelo atirador sobre diferentes alcances porque a velocidade do alvo pode variar
dentro dos limites fixados na competição. A velocidade carregamento da arma com a munição também pode variar entre
diferentes fabricantes. Entretanto, o alcance atual irá variar de acordo com as condições para a prática do tiro competitivo.
Um guia conveniente para calcular o alcance está disponível nos dados calculados por um dos maiores
atiradores do mundo na prática do tiro competitivo com alvos em movimento, I. Nikitin, apresentado nas tabelas 7 e 8
(forma abreviada). Tudo isto é necessário para estabelecer a velocidade real do alvo em movimento sobre um dado alcance
com o relógio parado. Usando esta informação você pode fazer a correção apropriada para selecionar a mira a frente do
tempo, mirando antecipadamente.
O alcance pode ser determinado na verdade, pelo disparo de um rifle em um simples teste. Anexar uma peça
de papel branco visível facilmente no centro do alvo e fazer vários disparos com um rifle como teste sobre ele quando o alvo
está imóvel. Então dispare uma série de tiros com o alvo em movimento usando o mesmo ponto de pontaria.
O ponto de impacto dos tiros disparados no alvo em movimento estarão para a direita ou para a esquerda do
ponto de pontaria dependendo da direção do alvo. A distância entre os grupos de alvos em movimento e o grupo de alvo
atirado parado deveria ser o alcance correto.
A escolha da área de pontaria mais vantajosa para a realização da pontaria é muito importante. Para fazer isto,
nós devemos correlacionar os intervalos de alcance com as dimensões do alvo e os pontos de pontaria disponíveis sobre o
próprio alvo (FIG. 192 a). No disparo de um projétil sobre um veado em movimento com cartuchos de fogo central
(velocidade de disparo de 1000-1050 m/s), a medida do alcance é dificilmente igual a distância do centro do alvo para a
extremidade do tórax do veado (FIG. 192 a). Esta área contrasta bem contra o cenário do visor e é um bom ponto de
referência para a pontaria. Este é o porque de muitos atiradores escolherem o tórax como uma área de pontaria (FIG. 193 a).
Este ponto de pontaria, entretanto tem um reembolso nele que é difícil manter o posicionamento da mira uniformemente
vertical. Um ponto muito bom de pontaria no veado é a cabeça devido ser relativamente pequena. I. Nikitin usou o olho do
veado como uma área pequena mais suficientemente visível para a realização da pontaria. Embora pequeno, ele é um ponto
de referência que é suficientemente visível para o uso de miras telescópicas. Como o alvo se move em ambas as direções,
Nikitin alinhou a extremidade esquerda da mira de espera sobre o olho do veado (FIG. 193 b). Muitos atiradores bem
sucedidos na pontaria usam outras regiões da cabeça do veado como uma área de pontaria (FIG. 193 c e d). Neste caso, a
mira de espera é ajustada pela largura suficiente para cobrir uma área de 8-10cm sobre o alvo.
Alguns atiradores usam o centro dos anéis de contagem como um ponto de pontaria (FIG. 192 e). Isto faz
possível o uso de um retículo de alcance padrão. Uma vantagem de usar anéis de contagem é que, o centro do alvo deveria
ser compensado, o atirador não necessita se preocupar se os seus tiros não atingirem o centro da área de contagem. A
desvantagem deste método é que ele requer uma grande correção devido ao vento cada vez que o alvo mudar de direção.
Quando praticamos tiro competitivo com javali em movimento, a distância do alcance é tal que o ponto de
pontaria sobre o movimento rápido está localizado em frente e do lado de fora da figura do javali. Sobre o movimento lento,
ele está localizado, cerca de 30cm do centro do alvo no local que não tem um ponto de referência claro (veja FIG. 191b).
Estes posicionamentos fazem os pontos de pontaria fracos e não deveriam ser usados.
Os pontos de pontaria mais vantajosos e amplamente usados para este tipo de prática do tiro competitivo são
os setores localizados na frente ou embaixo do nariz do javali (FIGs. 194 a, b, c e d).
Se a área do nariz for usada como ponto de pontaria quando se está praticando tiro competitivo com uma mira
telescópica, o atirador deve fazer uma correção da mira horizontal antes de cada mudança de direção que é igual a distância
do centro do alvo para a área de pontaria. Estas correções se realizadas durante a competição podem causar problemas
sérios. Entretanto, retículos simples, tão populares para os cursos de prático de tiro competitivo com veado, estão perdendo
popularidade na prática do tiro competitivo com javali.
A maioria dos melhores atiradores atuais usam miras telescópicas com retículos de dupla espera (FIG. 194 e).
A principal vantagem destas miras é que tem duas esperas que eliminam a necessidade de fazer correções horizontais para
variações de velocidade do alvo ou antecipar a direção para cada tiro. Somente pequenas correções para mudanças na
direção ou velocidade do alvo antes de cada disparo são necessárias, e somente se requeridas durante o curso de tiro.
Este método de pontaria é possível devido aos novos sistemas de ajuste telescópico que permitem fazer
correções horizontais e verticais para cada espera individualmente. Por estarem separadas, qualquer distância pode ser
estabelecida entre as esperas permitindo ao atirador mudar imediatamente de curso rápido para lento e também a adaptar-se
a diferentes velocidades do alvo sobre diferentes alcances bem como ajustar para diferentes velocidades de disparo. Nos
tiros sobre alvos em movimento em diferentes direções, também podem ser realizadas correções em função do estilo pessoal
do atirador.
Uma outra área de pontaria é o centro do alvo (FIG. 193) onde é usado um telescópio com um retículo de
espera cônico. A prática do tiro competitivo é feito pelas marcações das correções horizontais do ponto zero para a medida
do alcance antes de cada disparo.
Quando selecionamos a própria mira de espera para prática de tiro competitivo em javali em movimento, é
melhor ajustar a largura do retículo de espera de forma que ele cubra uma área de 3,5 a 5,0cm sobre o alvo.
Quando fazemos correções de mira horizontal, é importante lembrar que uma graduação do botão de ajuste
sobre qualquer alcance soviético (exceto o TO-6s) é igual a 1/1000th da distância, que é, de 10cm a 100m ou de 5cm a 50m.
Zerando-o na corrida do veado e do javali tomados como alvo, deveria ser feito um ponto, primeiro sobre o
alvo parado e depois sobre o alvo em movimento. A prática do tiro competitivo deveria ser feita usando o mesmo tempo e
estilo que é usado na prática do tiro competitivo para disco de forma que não variasse a ação natural do gatilho. Estes fatos
pode, entretanto, causar uma pequena mudança no centro do impacto quando ocorrer uma variação de curso rápido para
lento (corrida).
Condições de iluminação não favoráveis incluem a cegueira do atirador pelos raios do sol ou reflexões da
camada de neve em um dia ensolarado. A iluminação brilhante de forma excessiva sobre o alvo ou refletida pela luz do sol
sobre as superfícies do rifle e das miras também podem causar um efeito de cegueira. Quando o olho não está protegido
destas condições adversas, acompanhado de uma irritação por lágrimas, dor aguda, estrabismo ou piscadelas involuntárias
das pálpebras podem tornar uma pontaria extremamente difícil e pode causar possivelmente uma irritação da membrana
mucosa e a uma doença no olho. Entretanto, o atirador deve criar condições favoráveis no qual o olho possa funcionar
durante a pontaria.
O atirador deve verificar se não existem manchas de luz no seu campo de visão ou reflexões dos raios do sol
na superfície da arma ou das miras durante a pontaria. A respeito da sua cor preta, as miras e o cano continuam a brilhar e as
extremidades, as superfícies da boca das miras e do cano refletirão a luz brilhante dos raios do sol. Estas reflexões irão
ocultar e distorcer as verdadeiras linhas de contorno das miras e, além disso, causaram um efeito de cegueira e difusão da
luz no próprio olho. Finalmente, isto pode causar uma fadiga no olho e erros na pontaria.
Para evitar que as miras reflitam luz e permitam ao olho perceber a imagem da mira precisamente, e com o
próprio contraste, elas deveriam ser escurecidas com fuligem antes do disparo. É recomendado que as sombras sejam usadas
sobre a mira para o mesmo objetivo.
Qualquer clarão vindo do disco da abertura traseira é resultado do brilho da luz do sol que incide de lado e
atrás pode ser eliminado pela colocação de uma proteção de borracha que proteja o olho sobre a mira (FIG. 195).
Quando praticamos tiro competitivo com um mira óptica, a lente objetiva deveria ser protegida do sol por uma
extensão na forma de um tubo de metal e o globo ocular por uma proteção de borracha (FIG. 195 b). Isto protege o
telescópio da ação dos raios de sol diretos e laterais que podem causar reflexão e difusão da luz nas lentes objetivas e
impede a pontaria.
Para evitar reflexões do cano, o cano deveria ser escurecido com fuligem ou, ainda melhor cobri-lo com, uma
fita ou faixa de miragem (FIG. 196).
Um visor deveria ser usado (FIG. 197) para proteger os olhos do brilho da luz do sol. É muito difícil
combater a luz excessiva de um dia ensolarado. No meio do dia, quando o sol está atrás do atirador e iluminando o alvo com
raios incidindo diretamente sobre ele, o cenário branco do alvo freqüentemente torna-se uma fonte poderosa de luz refletida
que pode produzir um efeito de cegueira no olho. Ainda, como um resultado da difração da luz pela pupila e a grande
difusão da luz no meio do olho, o atirador não consegue ver as linhas de contorno das miras com clareza suficiente. Isto leva
o atirador não só a não perceber duas imagens no entalhe da mira traseira aberta mas também na mira dianteira, e o olho
percebe todos os três objetos, o entalhe, a mira dianteira, e o centro do alvo confusamente (FIG. 198). Sob estas condições
de luz, a situação não é freqüentemente melhor quando fazemos pontaria com uma alça de mira. É difícil fazer pontaria
precisamente com a abertura da alça de mira dianteira. O halo de luz formado pela iluminação brilhante do alvo impede o
atirador de perceber a linha de contorno do centro do alvo e o anel da mira dianteira corretamente e rapidamente.
O olho percebe o centro do alvo na forma de uma mancha cinza com uma linha de contorno nevoada e
indistinta, e o anel da mira dianteira como uma figura irregular (FIG. 199). O atirador deve ver o centro do alvo como uma
figura irregular com uma área esbranquiçada em algum lugar sobre o lado.
Quando o alvo está iluminado muito claramente (brilhantemente), é absolutamente necessário usar filtros de
luz ou lentes pintadas. Por ter uma série de lentes com densidades e cores variadas, é possível suprimir o brilho excessivo da
iluminação do alvo.
Com a finalidade de usar filtros de luz corretamente, é importante lembrar que a parte mais perigosa do
espectro visível e invisível são os raios violeta e ultravioleta. Como eles passam através da lente, estes raios são mais
refratados do que em outras partes do espectro e contribuem para a formação da imagem nevoada sobre a retina. A mais
completa iluminação do setor violeta no espectro é conseguida através dos filtros de luz amarelo, amarelo-verde, e amarelo-
laranja. Os filtros de luz não diminuem a acuidade visual, pelo contrário, aumentam-na consideravelmente.
Lentes com cores escuras e neutras, absorvem os raios de luz uniformemente. Pela atenuação dos raios de luz
através de todo o espectro, eles protegem os olhos das fontes de luz brilhante mas, ao mesmo tempo, eles reduzem um pouco
a acuidade visual. Contudo, pela redução da dispersão da luz no olho, as lentes escuras facilitam o trabalho do olho durante
a pontaria de forma que elas compensam com vantagens as perdas insignificantes na acuidade visual que elas podem causar.
Por ter uma série de lentes escuras com densidades variadas, o atirador pode selecionar uma que permita ao olho perceber o
alvo no brilho da luz quase que da mesma forma que ele vê o alvo durante o tempo nublado.
Isto permite ao atirador o uso tanto da mira dianteira com espera quanto da abertura da alça de mira dianteira.
Nós vamos agora examinar certos aspectos referentes ao uso prático dos filtros de luz e lentes escuras na
prática do tiro competitivo, usando a experiência tanto dos atiradores soviéticos quanto dos atiradores do ocidente.
A respeito dos filtros de luz comuns importados utilizados, não existe nenhum consenso entre os atiradores do
Ocidente quanto as vantagens de alguma cor de vidro em particular. Isto explica porque diferentes grupos de atiradores de
outros países tem preferido filtros de luz de certos tons e cores. Somente experiências bem conduzidas podem responder
corretamente a questão das cores ou quais as densidades dos filtros de luz são mais adequadas para a prática do tiro
competitivo sob várias condições de iluminação. Algumas das mais importantes pesquisas sobre o uso dos filtros de luz para
a prática do tiro competitivo foram conduzidas pelo N. A Kalinichenko, que usou filtros de luz, azul, amarelo, laranja e
vermelho para suas experiências. Infelizmente, lentes com as cores cinza escuro e grupos de cores neutras não foram
incluídas em sua pesquisa. Entretanto, julgando pela experiência dos melhores atiradores soviéticos e estrangeiros, dados
experimentais e certas características ópticas dos filtros de luz, tem-se chegado a várias conclusões e recomendações.
Os filtros de luz mais aceitáveis para a prática do tiro competitivo são o amarelo e o laranja com média
densidade. Estes filtros absorvem os raios da porção violeta do espectro e contribuem para a transmissão mais clara das
linhas de contorno do centro do alvo e das miras para a retina.
Filtros de luz marrom escuro ou cinza claro com densidade leve ou média densidade absorvem
excessivamente a iluminação brilhante de todo o espectro. Devido eles terem uma certa quantidade de amarelo em sua
tintura, eles impedem a porção violeta do espectro um pouco melhor.
Filtros cinzas com efeitos de sombra verde protegem o olho da claridade excessiva. Embora eles impeçam a
porção violeta do espectro um pouco menos que os filtros cinza, sua sombra esverdeada é mais adequada (agradável) ao
olho.
Sobre um dia ensolarado, quando a iluminação é reduzida por causa da neblina ou coberto por nuvens, ou no
começo ou no fim do dia quando os raios de sol iluminam o alvo de lado, é melhor usar filtros de luz com densidades um
pouco maiores como amarelo escuro, laranja ou amarelo-verde. Filtros de luz cinza neutro e cinza escuro com tintura cinza-
esverdeado e cinza-marrom e com densidades que correspondem aproximadamente aquela utilizada nos óculos de sol para
proteger os olhos podem ser usadas com bastante sucesso.
Filtros de luz de grande densidade são requeridos sobre um dia ensolarado, quando o sol está alocado na parte
de trás do atirador e os alvos são iluminados muito claramente. Filtros de luz amarelo-verde são de ajuda importante na
eliminação da claridade excessiva sobre o alvo. Eles representam uma densidade consideravelmente maior que é distinguida
por uma cor agradável ao olho. Outros filtros de luz úteis são o laranja (laranja amarronzado), cinza neutro (cinza com azul
e efeito de sombra verde) e o cinza escuro (cinza com tintura marrom). Todos estes filtros de luz correspondem
aproximadamente a óculos de sol com densidades média usados para proteger o olho do sol.
Quando atiramos sobre alvos iluminados muito claramente (brilhante), um atirador não deveria hesitar em usar
lentes de alta densidade. O atirador não pode ser ajudado mas ele pode observar como alguns atiradores usam muitos filtros
de luz com uma tintura notavelmente exposta que não diminui a claridade excessiva (brilhante) e portanto não ajudam o olho
ou melhoram a imagem da mira em um todo.
Quando usamos filtros de luz ou lentes corretivas normais, os melhores resultados são obtidos pelo
posicionamento da lente perpendicular a linha de visão de forma que o atirador mire através da parte central da lente que,
como um todo, é mais polida precisamente. Também, a distância entre a lente e o olho deveria permanecer constante com a
lente firmemente segura de forma que ela não varie de tiro para tiro.
Para satisfazer estes requisitos, o atirador deveria usar óculos com armações especiais ou óculos para prática
de tiro competitivo ou filtros de luz adequados a mira traseira. Óculos especiais para a prática do tiro competitivo são
largamente utilizados pelos atiradores do Ocidente (FIG. 200). Seus formatos permitem ajustar a lente em todos os ângulos
e direções. Esta armação pode ser usada tanto por atiradores de rifle quanto pistolas.
Quando atiramos com um rifle usando a abertura da alça de mira traseira, ela é um meio de segurar o filtro de
luz na mira traseira. Se não há suportes para isto sobre a mira, então o atirador pode fazê-lo. Eles são facilmente feitos de
uma folha fina de metal. Feito em casa um suporte de ombro para lente pode ser fixado na mira traseira em frente do disco
(FIG. 201). Este método de filtros montados é bom porque ele permite ao atirador trocar facilmente a lente ou disco durante
a prática de tiro competitivo. Quando variar a luz, o atirador não só será capaz de usar filtros de várias densidades, mas
também discos com diferentes tamanhos de aberturas. Todavia, este método de posicionamento do filtro de luz tem uma
desvantagem substancial porque o filtro é exposto direto aos raios de sol que podem atingir o vidro de frente e de lado
causando uma dispersão da luz na lente prejudicando a pontaria.
Muitos atiradores preferem colocar o filtro de luz no lado interno do disco da mira traseira de forma que os
raios não penetrem nele pelo lado. Sobre a mira traseira de alguns rifles é mais fácil fixar os filtros de luz entre a mira e o
disco dela mesma. (FIG. 202a). O filtro de luz pode ser montado nos discos de outras aberturas de miras por grampos com
um anel ou uma camisa especialmente encaixada (FIG. 202 b). Finalmente é possível fazer um novo disco destacável que
contenha uma pequena câmara para segurar o filtro de luz (FIG. 202c). Existem também muitas variedades de filtros de luz
comerciais.
Qualquer que seja o sistema utilizado, o ponto importante é que a larga escala e o uso correto dos filtros de luz
e lentes pintadas podem melhorar consideravelmente a precisão da pontaria quando prevalecerem condições de claridade
excessiva ou uma iluminação fraca. Este auxílio a pontaria ajuda a preservar a eficiência do olho durante o curso inteiro de
um longo evento de prática do tiro competitivo.
INCLINAÇÃO DA ARMA DE FOGO

Alguns atiradores inclinam a arma de fogo durante a pontaria (FIG. 203 a). A inclinação da arma de fogo de
diferentes formas influenciam não somente a precisão dos disparos, mas também causam um desvio do centro de impacto do
grupo de disparos para o centro do alvo.
Quando uma arma de fogo é inclinada para a direita ou para a esquerda, o plano da arma está inclinado para o
lado, girando ao redor do eixo que passa pelo centro do alvo em direção ao olho do atirador (FIG. 203).
Quando o rifle é inclinado sobre este eixo, a linha de disparo descreve um arco AB sobre o alvo (o sistema de
rotação do eixo). Dessa forma, o arco AB tem raio AA, que corresponde a altura que a bala cai sob a influência da
gravidade. Tendo em vista que esta altura que a bala cai para uma certa distância usada para a prática do tiro competitivo é
um valor constante, então quando a arma é inclinada, o novo ponto de impacto estará localizado sobre uma linha vertical
diretamente abaixo do ponto onde a linha de disparo intercepta o alvo a uma distância igual a altura original de queda da
bala (raio AA1). Assim, a intersecção da linha de disparo e o ponto B do alvo corresponde ao ponto de impacto B1 e o ponto
C ao ponto de impacto C1, etc.
Nós podemos ver que quando uma arma é inclinada, a linha de disparo e o ponto de impacto descrevem dois
círculos absolutamente idênticos de raios sobre o alvo idênticos. O tamanho destes círculos é diretamente dependente do
ângulo de disparo. Como a distância para a prática do tiro competitivo aumenta, e o ângulo de disparo aumenta e, portanto,
o raio do círculo também aumenta. Como resultado o tamanho do erro causado pela inclinação será diretamente
proporcional a distância para a prática do tiro competitivo (veja Tabelas 9 e 10).
Quando a inclinação está dentro do limite de 5 a 10 graus, os desvios verticais do ponto de impacto, são muito
pequenos e não tem nenhum significado virtual.
Entretanto, variações horizontais do ponto de impacto, que aumentam rapidamente com a distância para a
prática do tiro competitivo, afetam desfavoravelmente a precisão e tão grande significado quando a inclinação do rifle é
alterada.
Inicialmente a inclinação tem um efeito contrário sobre os atiradores iniciantes que não fazem a inclinação de
forma uniforme ou na mesma direção. Neste caso, a inclinação levará a dispersão dos disparos na horizontal. Existem, por
outro lado, muitos atiradores experientes que inclinam a arma constantemente e uniformemente para um lado fora da força
habitual. Como a inclinação permanece constante, não haverá nenhuma influência sobre a precisão referente a prática do tiro
competitivo exceto pela necessidade de corrigir a mira horizontal quando variar a distância na prática do tiro competitivo.

CAPÍTULO 9

RESPIRAÇÃO

A forma do atirador respirar não afeta somente o tiro individual mas também os aspectos
bem sucedidos de todo evento de prática do tiro competitivo.
É de conhecimento de todos que um atirador não deve respirar durante a pontaria. Os
movimentos rítmicos do tórax, estômago, e de todo o arco do ombro fazem com que a arma oscile para
baixo e para frente tornando impossível um tiro preciso. Um atirador deve segurar a sua respiração por
um período curto de tempo enquanto o projétil está sendo disparado.
Ao mesmo tempo, o atirador não deve esquecer do objetivo funcional da respiração, um
processo psicológico ligado a circulação do sangue, troca de gases, metabolismo, e os processos
complexos que ocorrem no sistema nervoso. A respiração propriamente é de grande importância,
principalmente em eventos que tem o tempo mais longo como os eventos de rifle livre com três
posições. A respiração errada tem um efeito contrário sobre a condição geral do atirador influindo desta
forma sobre sua prática de tiro competitivo.
Quando respiramos, ocorre alternadamente um aumento e uma diminuição do
volume do tórax. Quando as dimensões do tórax aumentam como resultado de uma
contração simultânea dos vários grupos de músculos, principalmente os músculos
intercostais e os músculos do diafragma, uma pessoa aspira. Quando o tórax se expande,
os pulmões também expandem como resultado da sua elasticidade e do espaço rarefeito
que é formado na cavidade do pulmão.
A pressão atmosférica empurra o ar até os pulmões através do trato respiratório. Dentro dos
pulmões, o ar fornece oxigênio para o sangue e absorve dióxido de carbono e vapores nele contido.
Então ocorre exalação. Todos os músculos relaxam, o diafragma é forçado para cima e, como um
resultado do peso do tórax e da elasticidade dos pulmões, as dimensões do tórax diminuem. Os
pulmões começam a entrar em colapso, forçando o ar para fora do corpo. Ao contrário da inalação, a
exalação não requer esforço muscular.
A respiração é controlada por um centro respiratório no cérebro. O dióxido de carbono que
se acumula no sangue age sobre o centro respiratório fazendo com que ele envie impulsos para a
musculatura respiratória que causa a contração muscular necessária para a inalação. A expansão dos
pulmões estimulam as terminações das fibras aferentes dos nervos vagos (décimo par de nervos
cranianos ou pneumogástricos) que levam a retardação das ações do centro respiratório permitindo a
musculatura respiratória relaxar seguida da exalação.
Quando respiramos calmamente, uma pessoa tem em média de 12-15 ciclos respiratórios
por minuto. A condição de tensão da inalação é substituída muito rapidamente pela exalação. Um ciclo
de inalação e exalação duram cerca de dois segundos. O próximo ciclo começa após uma pausa
respiratória de cerca de dois segundos ( FIG. 204 ), durante o período em que o dióxido de carbono se
acumula nos pulmões. Esta pausa respiratória é permitida devido a quantidade de ar que permanece nos
pulmões.
Ao tempo todo uma pessoa respira em condições normais de respiração, aproximadamente
500 cm3 de ar entra nos pulmões. Na inalação máxima, uma pessoa pode inalar acima de 1500 cm3 do
chamado ar adicional. Se, após a exalação normal, uma pessoa faz uma exalação adicional forçada,
cerca de 1500 cm3 de ar, chamado de ar reserva, será levado aos pulmões. Entretanto, até mesmo após a
exalação forçada, ainda há cerca de 100 a 1500 cm3 de ar residual nos pulmões.
Uma pessoa pode prolongar um ciclo respiratório natural por vários segundos e manter a
respiração de 12 a 15 segundos sem nenhuma dificuldade especial e sem experimentar sensações
desagradáveis. Este tempo é mais que suficiente para o disparo de um projétil. O atirador deve lembrar
que, em geral, a respiração pode ser mais prolongada sobre a inalação do que sobre a exalação ( veja
FIG. 207a ). Consequentemente, segurando a respiração após a inalação, o atirador sofrerá menos
efeitos negativos sobre o seu estado geral, visto que eles sentem menos necessidade de oxigênio. Os
testes nos tem mostrado que segurar a respiração através de um prolongamento do ciclo natural de
respiração até o final da exalação não é totalmente obrigatório para o disparo de um projétil.
A experiência dos melhores atiradores tem indicado que duas ou três inalações e exalações
profundas poderiam ser feitas antes do tiro, seguida por uma meia respiração que é segurada ( FIG. 205
). Muitos atiradores utilizam este método, principalmente quando atiram com pistola.
A maioria dos atiradores seguram sua respiração após vários ciclos respiratórios que
diminuem gradualmente em amplitude, mantendo o mesmo tempo ( FIG. 206 c, d ). Outros atiradores
de ponta encontram sucesso por manter sua respiração nas posições ajoelhado e em pé quase que
imediatamente após a exalação ou no início da inalação.
Se nós examinar-mos o diagrama do pulmão de um atirador durante o processo de disparo
do projétil na posição em pé ( FIG. 207 b ), será aparente que enquanto segura a respiração após a
inalação, a pulsação sentida é consideravelmente menor do que após a exalação. Estes fatos sugerem
que um certo grau de tensão da musculatura respiratória é causada pelo fato de se prender a respiração
quase no pico da inalação servindo para alguns atiradores conferirem a imobilidade do corpo quando
ele está apoiado por um curto espaço de tempo necessário para disparar um projétil nas posições em pé
e ajoelhado. Portanto, o melhor método para segurar a respiração também é durante a inalação, ou no
começo da inalação como no caso da prática do tiro competitivo com rifle. Em qualquer caso, ele deve
ser determinado pelo próprio atirador.
O atirador não deveria segurar a respiração por muito tempo para evitar os efeitos da
interrupção dos ritmos respiratórios sobre as condições gerais do corpo do atirador durante longos
cursos de tiro. Se o atirador não atirar novamente dentro de 10 a 12 segundos, ele pode cessar a pontaria
e respirar novamente. Antes da próxima tentativa de disparo do projétil, o atirador deveria ventilar os
pulmões minuciosamente, continuando a inalar profundamente várias vezes. Isto deveria ser feito
durante todo o evento: A inalação profunda possibilita controlar o descanso entre os disparos e previne
o esgotamento do oxigênio ou o início de uma fadiga excessiva e prematura.

ILUSTRAÇÕES DO CAPÍTULO 9(FIG. 204 a 207)


CAPÍTULO 10

ACIONAMENTO DO GATILHO

A técnica para acionar o gatilho é muito importante e às vezes é decisiva na produção de um disparo preciso.
Primeiro, o próprio acionamento do gatilho não causa nenhum distúrbio ao braço que segura a arma de fogo sobre o alvo,
entretanto, o atirador deve apertar o gatilho suavemente. Segundo, o acionamento do gatilho deve estar em completa
coordenação com a percepção visual da imagem do alvo na mira de forma que ele ocorra no momento preciso quando as
miras estiverem alinhadas sobre o centro do alvo.
A realização desta ação de forma coordenada ainda é complexa e difícil. A arma oscila continuamente
dependendo da estabilidade da posição que estiver sendo usada. As miras alinhadas movem-se pelo ponto de pontaria,
parando no próprio local sobre o centro do alvo somente por curtos períodos de tempo durante o qual o atirador deve
completar o acionamento suave do gatilho e disparar o projétil.
Quando atiramos com um fuzil ou uma arma de mão padrão, as oscilações da arma são freqüentemente de
natureza involuntária e desordenada, principalmente entre os atiradores que são treinados insuficientemente. É muito difícil
prever o tempo e a duração das paradas rápidas das miras alinhadas no próprio local sobre o centro do alvo. Executar ações
coordenadas sob tantas condições é contrária as inerentes reações responsáveis do ser humano e costumes adquiridos no
início da vida do atirador. Isto requer a formação de novos reflexos condicionados direcionados para diminuir o tempo de
reação e desenvolvimento da coordenação do movimento.

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA UM BOM ACIONAMENTO


DO GATILHO

As tentativas para superar as dificuldades técnicas e psicológicas encontradas quando se está desenvolvendo
ações relacionadas e coordenadas de pontaria e acionamento do gatilho tem encontrado suas expressões nos muitos tipos
diferentes de mecanismos de gatilho e métodos de acionamento do gatilho.
São utilizados vários modelos de gatilho para competições de acordo com sua função e pressão da puxada
(pressão do dedo no acionamento do gatilho). Isto é devido a vários fatores que incluem: os regulamentos da competição
que especificam a pressão mínima do gatilho para certas armas; a natureza do evento na prática do tiro competitivo, a
condição do sistema nervoso do atirador, incluindo suas características psicológicas, gostos, costumes, e é claro, sua atitude
mental.
Apesar da pressão do gatilho variar em diferentes armas de fogo, existem vários tipos diferentes de gatilho.
Um é o gatilho em forma de anel que não tem nenhuma regulagem e nenhum movimento perceptível durante o aperto do
gatilho. Ele libera o martelo ou percussor da arma quando a força aplicada no gatilho excede a pressão do puxão. A
mobilidade do gatilho permite a uma ação empregada sobre ele, movê-lo sempre que uma determinada pressão for aplicada.
Ele apresenta um movimento notável ou um curso durante a puxada do gatilho.
Um gatilho de dois estágios é caracterizado inicialmente, por movimentos livres ou regulados até um
determinado ponto onde é sentido uma resistência ao movimento do gatilho. Isto constitui o primeiro estágio. O tiro é
disparado após a aplicação de uma pressão adicional sobre o segundo estágio. O segundo estágio deve ter tanto uma ação de
deslizamento quanto uma ação rápida.
Gatilhos com pouca pressão ou armados com pouca pressão (sensível) geralmente apresentam um
acionamento leve e seco que requer a aplicação de uma força com apenas algumas gramas.
Falando de uma forma genérica, o peso da puxada do gatilho deveria variar de 30 a 1000 gramas para um fuzil
e de 15 a 300 gramas para uma pistola. Independentemente do tipo do gatilho, o seu acionamento deve ser suave com
objetivo de não prejudicar a pontaria.
A fim de que o dedo indicador possa executar a sua função propriamente, a mão deve apertar a parte mais
estreita da coronha do fuzil ou empunhar a pistola corretamente. O atirador deve procurar criar uma base de apoio que deixe
o dedo indicador livre para superar a pressão do gatilho. A empunhadura da parte mais estreita da coronha do fuzil deve ser
apoiada firmemente, mas sem esforço excessivo visto que a tensão muscular pode produzir um aumento das oscilações da
arma. Deveria haver um espaço entre o dedo indicador e a arma (FIG. 208) de forma que o dedo indicador não toque a
coronha quando ele se mover no momento de puxar o gatilho.
Com um fuzil de serviço ou de fogo central padrão ou um revólver de serviço, o atirador deveria apertar o
gatilho com a primeira falange ou com a primeira articulação do dedo indicador (FIG. 209a). Isto requer o mínimo
movimento do dedo. O gatilho deve ser movido para trás (forma contínua) e o dedo indicador deve se mover na mesma
direção do eixo do cano. Se o gatilho é puxado um pouco para o lado, em direção ao ângulo do eixo do cano, pode causar
um aumento no peso do gatilho e um movimento espasmódico irregular do gatilho resultado do atrito adicional das partes do
gatilho. Isto também pode prejudicar a pontaria e causar um desvio considerável da bala do centro do alvo.
Quando atiramos com fuzis e pistolas de competição utilizando gatilhos com leve pressão (suaves), é melhor
apertar o gatilho com a primeira falange do dedo indicador (FIG. 209b).
O atirador deve aprender a aumentar a pressão sobre o gatilho suavemente, gradualmente e igualmente. Isto
não quer dizer que ele deva apertar o gatilho lentamente, mas sim suavemente, sem movimentos abruptos. O acionamento do
gatilho não deve durar mais do que 1,5 a 2,5 segundos. Somente a habilidade em apertar o gatilho suavemente não é
suficiente para disparar um projétil com precisão. A segunda condição necessária é que a ação do dedo indicador sobre o
gatilho deve ser coordenada com a própria pontaria.
Falando em termos práticos, é necessário apertar o gatilho durante o momento em que a arma de fogo está
oscilando continuamente. A fim de satisfazer a necessidade de acionar o gatilho e ter uma boa visão do alvo, o atirador deve
selecionar momentos precisos que sejam mais favoráveis para o disparo do projétil em direção ao alvo no instante em que as
oscilações forem mínimas. Posicionando a arma o melhor possível, mais sucintamente, o atirador deve fazer uma análise
completa da situação estática das oscilações da arma de fogo durante o processo de pontaria para saber quando é o melhor
momento para apertar o gatilho.

SITUAÇÃO ESTÁTICA E SUA RELAÇÃO COM O


ACIONAMENTO DO GATILHO

O corpo do atirador e a arma de fogo sofrem constantemente complexas oscilações durante a pontaria e o
disparo do projétil que são independentes do desejo do atirador. A ação e a reação dos músculos durante seus esforços para
manter o corpo do atirador na posição, bem como a pulsação sangüínea que causa oscilações rítmicas das partes individuais
do corpo do atirador e da arma de fogo são fatores que contribuem para estas oscilações.
A natureza e a extensão das oscilações da arma de fogo variam durante vários períodos no disparo do projétil.
Por exemplo, no início, quando o atirador está fazendo uma pontaria aproximada e ainda não teve tempo para adquirir um
controle sobre o corpo e a arma, a magnitude das oscilações é grande. Quando o sistema inteiro torna-se balanceado e a
pontaria é feita de uma forma mais precisa, as oscilações do fuzil diminuem. Então, após um certo período de tempo, os
músculos começam a fadigar, a respiração que foi segurada começa a ter um efeito negativo e as oscilações começam a
aumentar novamente.
Se as oscilações forem reportadas sobre uma fita de papel em movimento, o resultado será uma linha ondulada
na forma de uma senóide com variações das amplitudes das oscilações (FIG. 210).
Visto que as várias posições possuem diferentes graus de estabilidade, as oscilações do fuzil nas posições
deitado de bruços, ajoelhado e em pé, e as oscilações da mão com uma pistola também diferem em natureza e magnitude
(FIG. 211). Por exemplo, quando atiramos em uma posição deitado de bruços estável, as oscilações do fuzil normalmente
são insignificantes e não são freqüentemente detectadas pelos olhos. As oscilações na posição ajoelhada também são
pequenas, movimentos de vibração regular, às vezes com ligeiro aumento rítmico na amplitude como resultado da pulsação.
Na posição em pé, as oscilações do fuzil são consideravelmente maiores, e de natureza desorganizada. Um aumento nas
oscilações pode ocorrer de forma inesperada e em qualquer direção. Na maioria dos casos, os intervalos de tempo
disponíveis para o disparo de um projétil são curtos.
Ao mesmo tempo, o acionamento do gatilho deve ser suave e não deve levar mais que 1,5 a 2,5 segundos. Isto
é porque o atirador deve começar a acionar levemente o gatilho antes do tempo, durante uma pontaria. Então, como a
pontaria está mais refinada e as oscilações da arma de fogo tornam-se mais controladas, a pressão deveria ser aumentada
suavemente na tentativa de completar o acionamento do gatilho no momento em que o fuzil experimentar somente pequenas
oscilações rítmicas ou quando os movimentos parecem parar completamente.

MÉTODOS PARA CONTROLAR O ACIONAMENTO DO


GATILHO

Estes métodos usados para controlar o acionamento do gatilho dependem do mecanismo do gatilho e da
posição usada pelo atirador, bem como das características do sistema nervoso do atirador.

Gatilho de estágio simples

Nas posições deitado de bruços e ajoelhado, quando o fuzil é mais ou menos estável e os períodos de
oscilações mínimas são de longa duração, ele é completamente insignificante se o acionamento do gatilho for completado
um segundo antes ou um segundo depois. Portanto, após uma pontaria aproximada, o atirador deve começar imediatamente
a apertar o gatilho suavemente e sem paradas até o projétil ser disparado. Este método de controle do gatilho é chamado de
método contínuo-suave de acionamento do gatilho (FIG. 212). Este método pode ser usado quando praticamos tiro
competitivo com um fuzil na posição em pé e quando atiramos com pistola. Este método é especialmente útil a atiradores
inexperientes que ainda não aprenderam como controlar seu corpo e o fuzil. Em muitos casos, e a respeito das oscilações da
arma de fogo, após a pontaria estar definida, o atirador deve começar imediatamente a apertar o gatilho suavemente,
empenhando-se em completar o acionamento do gatilho antes das oscilações do fuzil aumentarem novamente.
Competidores altamente treinados, cujas oscilações na posição em pé são menores e cujos períodos de
oscilações mínimas e pausas do fuzil são mais longas, usam um método diferente para controlar o acionamento do gatilho. O
atirador pressiona o gatilho quando a arma de fogo está sofrendo as vibrações, oscilações mínimas e paradas pressionando
assim que as oscilações aumentarem.
Quando as oscilações começam a diminuir, o atirador novamente começa a aumentar a pressão sobre o gatilho
em partes separadas a cada tempo até o disparo do projétil. Este método de controle do gatilho é chamado de método de
acionamento graduado (FIG. 213).

Gatilho de Dois Estágios


Os métodos de controle do acionamento do gatilho de dois estágios diferem um pouco do princípio daqueles
usados para acionamento do gatilho simples. Quando usamos um gatilho de dois estágios em qualquer posição, é necessário
ajustar rapidamente e decisivamente a folga do gatilho para o ponto de pressão durante uma pontaria aproximada, e desta
forma, através de um movimento suave e contínuo do dedo, aumentar a pressão e disparar o projétil. Após atingir o ponto de
pressão, muitos atiradores usam o método contínuo-suave para acionar o gatilho (FIG. 214). Quando atiramos com um fuzil
de serviço ou padrão de cano curto na posição em pé ou com uma pistola padrão, e desde que hajam movimentos
insignificantes e em períodos relativamente mais longos de oscilações mínimas e pausas, o atirador deve, após ter ajustado a
folga do gatilho para o ponto de pressão, aumentar a pressão usando o acionamento graduado (FIG. 215). Estes dois
métodos de controle do gatilho – o método contínuo-suave e o método de acionamento graduado são usados quando
praticamos tiro competitivo com armas de fogo que apresentam mecanismos de gatilho padronizados, isto é, aqueles que não
tem ajuste dos gatilhos.

Ajuste do Gatilho

Dependendo das preferências pessoais, do estado e do tipo do seus sistemas nervosos, muitos atiradores
ajustam os gatilhos com a pressão da puxada variando de 20 a 700 gramas para fuzis e 15 a 100 gramas para pistolas.
Dependendo do valor da pressão da puxada, vários métodos para controle do acionamento também poderão ser usados com
um ajuste do gatilho.
Em exemplos quando o atirador utiliza a puxada do gatilho ajustada um pouco pesada de 100 a 700 gramas,
ele pode usá-lo como um gatilho comum de um estágio. Quando atiramos com fuzil nas posições deitado de bruços,
ajoelhado ou em pé ou quando atiramos com uma pistola livre, o atirador deve posicionar o seu dedo indicador sobre a
alavanca da arma e então, após a realização de uma pontaria aproximada e da verificação da orientação da posição,
pressioná-lo para levantar o cão do gatilho (engatilhar). Com um ajuste relativamente pesado do gatilho, atiradores utilizam
os métodos de controle do gatilho contínuo suave e acionamento graduado (FIG. 216). Experiências tem mostrado que
ambos os métodos são adequados, visto que um gatilho com a puxada pesada torna possível ao atirador posicionar seu dedo
no acionamento do gatilho durante a pontaria com comparativa segurança.
Alguns atiradores preferem utilizar outro método de controle do acionamento do gatilho quando estão atirando
com um fuzil livre ou pistola livre na posição em pé. Este método consiste no movimento do dedo indicador durante a
pontaria, usando um movimento pulsante contínuo e fazendo o acionamento do gatilho periodicamente. Após selecionar o
momento mais adequado para a realização do disparo, o atirador aumenta um pouco a pressão, e pelo movimento final do
dedo, rapidamente aperta o gatilho para superar a sua tensão. Este método de controle do gatilho é chamado de método
pulsante (FIG. 217). A vantagem deste método do gatilho mente no fato do atirador, pelo movimento rítmico e contínuo do
seu dedo indicador, ativar um certo equilíbrio, do ponto de vista neurológico e psicológico, entre os processos de
estimulação e inibição que contribuem para aumentar rapidamente a reação e coordenação dos movimentos. Tudo isto é
especialmente importante quando se está praticando tiro competitivo na posição em pé. Este método de acionamento do
gatilho, quando usado com destreza, proporciona a maior precisão possível. Entretanto, o uso do método pulsante de
controle do gatilho também está repleto de dificuldades consideráveis que requerem uma grande dedicação nos treinamentos
para superá-las.
Visto que o método pulsante necessita pegar o momento mais favorável para o disparo do projétil, isto cria
pré-condições para puxar o dedo ou puxar o gatilho no momento mais crítico antes do disparo do projétil. Muitos dos
melhores atiradores do mundo usam uma forma refinada para puxar o gatilho onde o movimento pulsante do dedo indicador
diminui gradualmente e a leve pressão sobre o gatilho é substituída. Isto é, na realidade, um método contínuo suave de
acionamento do gatilho (FIG. 218).
Os vários métodos de controle do acionamento do gatilho discutidos aqui representam um papel importante na
técnica de atirar de uma forma precisa. Quando alguém lê sobre cada um destes métodos de acionamento do gatilho,
compreensível e fácil de executar. Na prática, não é tão fácil executar a ação coordenada da pontaria corretamente em um
fuzil e o acionamento do gatilho ao mesmo tempo. A execução desta ação coordenada está cheia de dificuldades criadas
pelos caminhos dos processos nervosos no trabalho de estimulação e inibição, e, pelos problemas que podem ser superados
somente pela supressão antecipada dos reflexos condicionados no sistema nervoso central onde são adquiridos novos
reflexos.
PSICOLOGIA E FATORES PSICOLÓGICOS –
RELACIONADOS AO ACIONAMENTO DO GATILHO

Disparar um projétil apontado para um determinado alvo é um processo muito complicado que demanda uma
coordenação ocular motora extremamente precisa. Um grande número de estímulos diversos que são inicialmente
percebidos pelos receptores dos olhos, músculos e aparato vestibular são conduzidos ao longo de numerosos nervos
aferentes para o sistema nervoso central, e por último, para seu mais alto centro de comando, o córtex cerebral. Este é o
ponto onde impulsos se correspondem ou originam comandos. Os comandos fluem para os vários músculos que
desenvolvem funções específicas definidas. Por exemplo, em cima do sinal da linha de mira que está interrompido, um braço
esticado além do seu limite (reto) apoiando uma pistola pode ser comandado para mover aquele braço. Comandos parecidos
podem ser dados para controlar o corpo em pé, segurar a respiração durante o disparo do projétil ou para trazer o dedo
indicador até a ação no momento mais favorável para o tiro (FIG. 219). Todas estas ações são manifestadas em vários
movimentos voluntários e involuntários. O movimento do dedo indicador no acionamento do gatilho é considerado ser
voluntário. As características do movimento voluntário serão comentadas com maiores detalhes posteriormente.
Todas as ações possíveis, incluindo os movimentos pelos quais um organismo responde aos vários estímulos,
são chamadas reações. Como nós temos dito, todas as ações desenvolvidas pelo homem são feitas como ações reflexas
classificadas de acordo com o tipo. O grande psicólogo russo, I. P. Pavlov, classificou todos os reflexos em reflexos
condicionados e não condicionados.

Reflexos não condicionados

Reflexos não condicionados são reações naturais do organismo que ocorrem em resposta para definir
estímulos externos ou internos. Eles são transmitidos por hereditariedade. Todos os seres vivos apresentam uma certa
quantidade de reações naturais que os suprem na interação com o meio ambiente. Elas não necessitam ser especialmente
desenvolvidas e sempre aparecem sob certas condições específicas. Reflexos não condicionados são regulares e previsíveis.
Entretanto, em certos casos, eles podem ser modificados através de esforços conscientes.
Reflexos defensivos e de orientação, reações motoras que formam a base de vários movimentos involuntários
vem sob o comando dos reflexos não condicionados. O trato neural para os reflexos não condicionados, incluindo
movimentos involuntários, passam pelas seções subcostais do sistema nervoso central. Ao mesmo tempo, o sistema de
neurônios internunciais também os ligam com o córtex cerebral.

Reflexos condicionados

São reações temporárias que são geradas como um resultado da acumulação pessoal de experiências
individuais durante sua vida toda. Desde os primeiros dias de vida de uma pessoa, ele começa a encontrar o mundo ao seu
redor. A fim de viver, ela necessita adaptar-se as contínuas mudanças nas condições do meio ambiente. Esta ligação entre o
organismo e o meio ambiente é acompanhada parcialmente por reflexos simples e não condicionados, e principalmente pela
criação de novos reflexos condicionados. Suas possibilidades e variedades são intermináveis. Os reflexos condicionados são
estabelecidos somente através da participação do córtex cerebral.
Os movimentos voluntários mais complicados (i.e., movimentos sujeitos aos novos desejos) são, pela sua
natureza psicológica, reflexos motores condicionados.
Na essência, o controle de cada novo movimento voluntário, bem como os familiares, é feito pela nova
formação ou usando conexões criadas inicialmente entre os centros nervosos e o córtex cerebral. Entretanto, a precisão e o
tempo das ações reflexas voluntárias completas dependem da velocidade e consistência com que os processos nervosos
ocorrem em interação com os centros nervosos do córtex cerebral.
A pontaria e o acionamento do gatilho demandam grande mobilidade dos processos nervosos, caso contrário,
as ações que respondem as percepções, ou sinais visuais são retardados e perdem suas efetividades e o projétil é disparado
tarde e sem precisão. Além disso, a pressão no gatilho pelo dedo indicador não deve ser aplicada simultaneamente, e
também deve ser um movimento isolado e preciso que não desloque a arma. Se isto não for feito, provavelmente o resultado
será um tiro ruim. É próprio designar a prioridade mais alta a coordenação dos movimentos do atirador e o seu tempo de
reação para um dado sinal de estímulo.
Apesar do fato de que a reação do organismo em resposta aos estímulos ser relativamente rápida, uma certa
quantidade de tempo passa da iniciação do estímulo para o início do movimento em resposta a estes estímulos. Na prática do
tiro competitivo com pistola de tiro rápido em silhueta, o atirador, em resposta ao sinal, rapidamente começa a levantar o seu
braço para disparar o primeiro projétil. Entretanto, esta reação ainda leva de 18 a 25 segundos. A duração da reação do
atirador é controlada em função da rapidez com que a imagem em torno do alvo focalizada sobre a retina do olho é
transmitida (em forma de impulsos neurais) ao longo do nervo óptico para o centro correspondente no córtex cerebral e é
reconhecida lá. Um pequeno atraso ocorre antes que a decisão de levantar o braço seja feita. Então um tempo adicional é
requerido para a correspondente ordem do cérebro passar ao longo dos nervos aferentes e atingir os músculos do braço que
devem realizar a ação de levantar a pistola.
O tempo de reação e a forma de reação são sempre consistentes?. Não, e aqui está a razão porque. Além do
processo de estimulação, que é um dos mais complicados dentro do sistema nervoso, também ocorre o processo de inibição
no interior dos centros nervosos nos quais eles não transmitem ou não permitem aos impulsos neurais passar através do
corpo.
Os processos de estimulação e inibição nos centros nervosos possuem capacidade limitada na substituição de
um pelo outro, visto que não pode ocorrer uma substituição momentânea da inibição pela estimulação nos centros nervosos.
Uma razão para isto é que, em contraste com as fibras neurais onde a estimulação nos centros nervosos continua por um
período de tempo definido e até mesmo após cessar as atividades dos estímulos. Como resultado desta lentidão certamente
de outros aspectos que afetam a transmissão dos estímulos através dos centros nervosos, ocorre um período de reação
latente, o tempo necessário para substituir o processo de estimulação pela inibição. Ele é importante para registrar de uma
vez por todas que este período latente na mudança que ocorre no interior do sistema nervoso não é um valor constante que é
inerente a um dado indivíduo. A mobilidade dos processos de estimulação e inibição possuem grande variabilidade sujeita a
certas leis.
A fim de entender este fenômeno complicado que ocorre no interior do sistema nervoso central quando são
requeridos aos melhores atiradores habilidades motoras específicas para executar as ações coordenadas no disparo de um
projétil, voltamos aos ensinamentos de I. P. Pavlov referente a mais alta atividade do sistema nervoso.
Nos estágios iniciais de treinamento quando o atirador procura alcançar o apoio mais estável com a arma e
ainda acionar o gatilho corretamente, os numerosos sinais que vão em direção ao córtex cerebral causam uma intensa
estimulação de muitos centros nervosos. Neste período de treinamento, os processos de estimulação dominam os processos
de inibição. Estes são propagados no interior do córtex cerebral e cobrem grandes áreas dele.
O processo de estimulação causado pelo estímulo atingindo um determinado local do setor motor do córtex
cerebral se estende para uma grande área do córtex cerebral. Como resultado, os grupos de músculos são chamados a agir de
forma que não participem diretamente no desempenho de um movimento específico associado com o disparo do projétil.
Este fenômeno, caracterizado por tanta estimulação espalhada no córtex cerebral, tem sido chamado irradiação (FIG. 220b).
Esta é uma condição que leva muitos atiradores iniciantes, quando estão atirando em pé com fuzil ou pistola, a usar grupos
inteiros de músculos do esqueleto para puxar o gatilho além de usar somente os músculos do dedo indicador. Isto
desequilibra o braço no momento mais crítico do disparo do projétil.
Há um outro aspecto importante nas interelações dos processos de estimulação e inibição. Sob condições
específicas, os fortes focos que dominam a estimulação aumentam no sistema nervoso central. Eles tem a capacidade de
intensificar seu próprio nível de estimulação impedindo os impulsos de viajarem para outros centros nervosos enquanto
inibem simultaneamente as atividades dos centros nervosos para estes impulsos “interceptados” sejam projetados.
A ocorrência deste foco de estimulação dominante temporariamente é chamado dominante. Focos de
estimulação semelhantes aos dominantes aparecem quando disparamos um projétil. Os focos de estimulação dominantes
temporariamente estão associados, por exemplo, com as atividades dos centros motores quando eles estão controlando o
braço reto esticado além do seu limite ao segurar uma pistola firmemente, ou ao movimentar o dedo quando ele pressiona o
gatilho. Quando o atirador não está suficientemente treinado, o centro nervoso motor dominante do atirador ainda não é
capaz de “comandar” os grupos de músculos correspondentes, não podendo transferir de um dominante para outro.
Quando o atirador concentra toda a sua atenção e esforço no sentido de atingir a imobilidade máxima na
posição, os centros nervosos correspondentes no cérebro atingem uma condição estimulada. Como resultado, um feixe de
impulsos motores fluem para os músculos e agem para proporcionar estabilidade na posição. Ao mesmo tempo, outros
centros nervosos motores, incluindo aqueles que controlam o movimento do dedo indicador, são posicionados numa
condição muito inibida. O atirador não treinado ainda não requer esforços da sua fraca concentração para mantê-los fora
desta condição visto que seu desejo e atenção estão concentrados sobre o mantenimento da imobilidade máxima dentro da
posição (FIG. 221a).
Este período de treinamento é caracterizado por um acionamento do gatilho sem muita técnica, impreciso e
inoportuno. Se, o nível de treinamento do sistema nervoso central do atleta está nesta condição, ele tenta forçar seus esforços
de concentração na ativação temporária do dedo indicador, isto levará normalmente ao rompimento da estabilidade da arma
de fogo. Isto ocorre devido a uma prévia estimulação das células nervosas inibidas do centro motor que controlam os
movimentos do dedo e são acompanhados pela estimulação das células nervosas de outros centros motores do cerebelo que
controlam o funcionamento dos grupos de músculos que garantem a imobilidade na posição. Isto causa um rompimento da
estabilidade na posição no momento em que o dedo pressiona o gatilho.
Posteriormente, com os progressos sistemáticos obtidos pelo atirador durante os treinamentos, ocorre um
desenvolvimento na interação entre os processos de estimulação e inibição, e as habilidades necessária ao atirador para a
prática do tiro competitivo são gradualmente desenvolvidas. A medida que o atirador passa a dominar os seus movimentos,
pouco a pouco os músculos são requeridos (desenvolvidos) para acompanhá-los comparado com o início dos seus
treinamentos (FIG. 221b). Começa a ocorrer a automação dos movimentos.
A automação dos movimentos resultam das múltiplas repetições de estímulos que ocorrem numa determinada
seqüência e que atingem o córtex cerebral. É estabelecido um sistema de ligações e ocorre uma interação específica entre os
centros motores individuais formada entre os processos de estimulação e inibição. Isto é chamado de estereótipico dinâmico
ou reflexo condicionado (I. P. Pavlov). O estereótipico dinâmico é caracterizado pela atividade coordenada, consistente,
mais ou menos monotípica dos centros nervosos do córtex cerebral. Portanto, qualquer movimento tenha sido aprendido
torna-se hábito com uma pessoa é um estereótipo. Conexões reflexas condicionadas perfeitas e duráveis que formam a base
do estereótipico dinâmico proporciona uma execução suave e eficiente dos movimentos aprendidos. Estes movimentos são
de grande importância porque eles não requerem um intenso controle consciente.
Desta forma, após longo treinamento e aquisição de habilidades perfeitas (i. e., após a formação das conexões
reflexas condicionadas firmemente estabelecidas no córtex cerebral), o atirador de tiro rápido recarrega sua pistola sem
pensar conscientemente sobre cada movimento. Ele é capaz de desenvolver uma série de movimentos repetidos
automaticamente, sem estar com a sua atenção concentrada sobre ele. Ele desenvolveu um estereótipico padrão.
O atirador deveria empenhar-se para atingir um nível de treinamento onde fortes conexões reflexas
condicionadas se desenvolvam no sistema nervoso central de forma que permita a atividade coordenada e simultânea da
pontaria e do acionamento do gatilho. Então o movimento do dedo indicador quando pressionar o gatilho adquirirá uma
característica estereótipica automática que deixará livre o atirador conscientemente para controlar outros fatores como
avaliar o vento ou a duração dos esforços para produzir um disparo. Na verdade, quando um atirador está em boa forma e
praticando tiro competitivo bem, ele não pensa conscientemente se ele deveria apertar o gatilho ou não. Assim que as
oscilações da arma de fogo cessam e chega o momento mais favorável para o disparo, o dedo indicador pressiona
automaticamente o gatilho. Esta é uma condição treinada do sistema nervoso do atirador que ele deveria se empenhar em
atingir.
Ele deve ter em mente, entretanto, que qualquer estereótipico dos reflexos condicionados que permitem um
desempenho automático na ação se submeterá, dentro do tempo, a consideráveis variações sob certas condições.
Posteriormente comentaremos mais sobre este assunto.
Vamos agora, retornar a questão do tempo necessário para reagir a um determinado estímulo. Deveria ser
observado que até mesmo os atiradores mais experientes que tem atingido um alto nível de desempenho como resultado de
um longo treinamento referente ao controle do gatilho ainda experimentam, sob certas circunstâncias, uma variação no
período de tempo necessário para realizar os processos de estimulação e inibição. Naturalmente, estes movimentos afetam o
tempo de coordenação e reação.
Quando uma pessoa interrompe um estado de descanso prolongado para realizar uma atividade, por exemplo,
o desempenho normal não retornará imediatamente. Se o atirador dormir, então ele começa a atirar sem aquecimento, sua
pontuação, geralmente, será baixa. Isto advém da dominação do processo de inibição sobre o processo de estimulação que
normalmente acompanha o sono. As reações serão retardadas e o tempo dos movimentos serão mal calculados e controlados.
Outros fatores que influenciam a rápida reação e coordenação dos movimentos são a duração do tempo entre
os períodos de treinamento, pré aquecimento para praticar o tiro, a atitude do atirador e sua condição emocional,
principalmente em uma competição. Estas mudanças na interação dos processos de estimulação e inibição são interrompidos
temporariamente de forma natural e não deveriam intimidar o atirador. Tudo isto é necessário para que ele possa exercitar
ou animar-se propriamente e relaxar antes de praticar o tiro com o objetivo de restabelecer o equilíbrio nos processos
nervosos de forma que a própria coordenação dos movimentos reapareça.
Até mesmo os atiradores mais experientes, entretanto, encontrarão poucas particularidades nos exercícios de
prática do tiro competitivo. Quando isto ocorre, o atirador simplesmente não realiza as ações de pontaria e acionamento do
gatilho simultaneamente com uma prévia facilidade e liberdade.
Para que possamos entender melhor a causa deste problema, vamos analisar os resultados de uma experiência
na qual participou um grupo de atiradores. A experiência estudou sua velocidade de reação aos estímulos gerados por um
sinal de luz.

1º Estágio - O atirador solicitado a pressionar o botão imediatamente quando uma tela de vídeo fosse
iluminado de forma inesperada (repentinamente). O espaço de tempo entre o flash de luz na tela e o instante em que o
atirador pressionou o botão foi utilizado para determinar a velocidade da reação do atirador para este sinal de estímulo. Ele
notou que, após três ou quatro de medições, feitas por tentativas o atirador desenvolveu facilmente um movimento
automático do dedo em resposta ao sinal. Esta reação simples levou de 16-17 segundos.

2º Estágio - Diferentes luzes coloridas foram colocadas na tela do vídeo (e. g., verde e vermelho) e foi
pedido ao atirador para apertar o botão somente para uma determinada cor. Visto que os flashs de luzes ocorreram em
seqüências diferentes, o atirador não sabia quando a cor para o qual ele deveria reagir iria aparecer. Esta reação mais
complexa requer de 28-30 segundos. O tempo de reação mais longo ocorreu porque o atirador precisou reconhecer a cor da
luz, tomar a decisão e apertar o botão correto.

3º Estágio - O atirador era advertido a não cometer um erro quando acionasse o botão em resposta ao flash
de luz da cor atribuída. Isto requereu uma atenção intensificada. Neste caso, o tempo de reação entre o instante em que a luz
foi ligada e o acionamento do botão foi de 30-40 segundos.

Diante desta experiência, é aparente que o período de tempo da reação motora do atirador ocorre devido a
certos novos centros nervosos localizados no córtex cerebral que não tinham sido inicialmente usados, agora serem
requeridos para a função (veja FIG. 222).
Há períodos na carreira de um atirador experiente onde ele tem dificuldades na prática do tiro competitivo,
mesmo que a sua posição e apoio a sua habilidade tenham sido bem desenvolvidas através de treinamentos. Freqüentemente
o atirador descobre que a sua performance tem diminuído e o fim da temporada foi pouco produtiva. Esta é uma condição
caracterizada pela falta de coordenação entre a pontaria e o acionamento do gatilho.
Por exemplo, muitos atiradores estão familiarizados com uma condição muito desanimadora que aumenta
quando eles tem um apoio bastante estável e a arma freqüentemente pára por longos períodos de tempo, e o dedo indicador
não pressiona o gatilho. Esta condição fornece ao atirador a idéia de que “a arma está pronta mas o dedo indicador não se
move”. Então, quando a arma começar a se mover para fora do centro do alvo, o atirador percebe durante aqueles décimos
de segundo que o momento favorável para a prática do tiro passou e finalmente aperta o gatilho, mas é muito tarde. Em
resposta a isto, os atiradores procuraram desenvolver uma forma de memorização especial que consiste em repetir para eles
mesmos (e. g., “pressionar no tempo” e “ficar indeciso... dar um tiro ruim”).
Na maioria dos casos, esta condição é precedida por um importante sucesso, mas prematuro ou sorte na
competição por um jovem atirador e ele começa a sentir a expectativa de altos resultados semelhantes no futuro. Esta
condição também pode ser precedida por uma falha significante e desmoralizante em uma competição importante ou pode
acontecer para um atirador como resultado de nervosismo quando, na tentativa de ser o melhor, ele não consegue ter
controle sobre si mesmo. Ele começa a se sentir completamente desamparado e indeciso. Outras causam incluem situações
em que o atirador é sobrecarregado com a responsabilidade do resultado da competição ou quando cursos de treinamento
recordes tem causado a sua exaustão.
O atirador chega a um ponto onde ele não pode forçar ele mesmo a alcançar melhores resultados. Sua
pontuação é ruim e freqüentemente recebe considerável atenção e publicidade adversa. Após tantas falhas, o atirador retorna
a linha de tiro com o pensamento de que tudo aquilo vai acontecer novamente. Outros pensamentos se aglomeram de tal
forma que, “o alvo passa a ser pequeno”, ou “a distância passa a ser grande”. Ele deve pensar que quando está atirando na
posição em pé com um fuzil ou pistola, ele tem que concentrar a sua atenção sobre os fatores não definidos como as
oscilações da arma, ou se o apoio da arma deixará de acontecer por alguns segundos ou por alguns décimos de segundo, ou
durante o início do acionamento do gatilho para que ele possa realizar o melhor disparo. Como conseqüência destes
pensamentos o atirador pode se superar antes e durante a prática do tiro, fazendo com que haja um retorno aos esforços
conscientes no sentido de controlar o acionamento do gatilho. Fazendo isto, as características inicialmente desenvolvidas de
forma automática no desempenho deste movimento coordenado será perdida. Isto ocorre devido aos novos, e até mesmo os
mais altos centros nervosos ligados ao conhecimento tornarem-se envolvidos na formação prévia das ligações reflexas
condicionadas entre os centros nervosos (FIG. 222). Tudo isto complica os reflexos dinâmicos e prolongam o tempo de
reação.
Se um atirador com uma perspectiva psicológica como esta se mover acima da linha de tiro várias vezes, então
tanto os centros nervosos anteriormente desenvolvidos quanto os novos no córtex cerebral formarão novas ligações reflexas
condicionadas com suas próprias interações. Isto ocorre porque este atirador não pode reproduzir previamente os resultados
da competição em cima de um período longo. Em ambos os casos e até mesmo com uma boa estabilidade na posição o
atirador perderá um momento favorável para a prática do tiro após o outro, visto que a decisão mental que “agora é
momento para apertar o gatilho” será tarde e o acionamento do gatilho será feito no tempo errado.
É aparente que as dificuldades encontradas por um atirador quando ele está desenvolvendo as ações
coordenadas de pontaria e acionamento do gatilho são causadas inicialmente pelo fato de que sob certas circunstâncias as
reações motoras são retardadas. Isto pode acontecer, juntamente com a interrupção da ótima coordenação dos processos de
estimulação e inibição no córtex cerebral, ou como um resultado dos esforços excessivos do córtex cerebral para controlar
os movimentos que deveriam ter uma característica suave e automática.
Existe, entretanto, outro tipo de dificuldade encontrada pelo atirador quando ele está acionando o gatilho e
disparando um projétil. Isto ocorre porque o projétil é acompanhado por um barulho alto e pelo recuo. Estas ações estão
ligadas as mudanças que ocorrem nas reações reflexas do corpo do atirador. Primeiro, o atirador deve mudar certos reflexos
não condicionados. Segundo, visto que ele tem aprimorado novos movimentos cujas bases psicológicas estão na formação
de novas ligações reflexas condicionadas, ele deve analisar a si mesmo para prevenir a formação e consolidação de hábitos
indesejáveis entre as novas ligações reflexas condicionadas e que, no futuro, pode ter um efeito prejudicial sobre a qualidade
da boa pontaria.
Todo mundo sabe que um homem reagirá a um barulho alto, como um disparo ou um grito forte, com um
pulo, repentino e involuntário. Isto é um reflexo não condicionado para um determinado estímulo acústico. Normalmente,
para o atirador que reage ao seu próprio disparo ou aqueles disparos dos atiradores ao seu redor sobre a linha de tiro, os
resultados não serão muito bons. O atirador deve se condicionar a não reagir aos estímulos externos tanto quanto a um
disparo e, consequentemente, suprimir o seu próprio reflexo não condicionado naturalmente.
Se alguma coisa é movida repentinamente em uma pessoa ou se as mãos baterem palmas em frente ao rosto de
alguém ou se um disparo for realizado inesperadamente, aquela pessoa fechará os seus olhos ou piscará involuntariamente.
Este é outro reflexo não condicionado, defensivo e natural. A respeito disto, entretanto, a prática do tiro competitivo requer
que durante a pontaria e o disparo do projétil, os olhos do atirador permaneçam abertos. Caso isto não seja feito, uma
pontaria precisa e a realização do disparo do projétil no tempo correto não será possível. Consequentemente, o atirador
também deve superar estes reflexos não condicionados.
Um homem responderá a qualquer ação que possa resultar em dor com um movimento involuntário e imediato
que é acompanhado pela contração de certos grupos de músculos. Esta também é a manifestação de um reflexo defensivo
não condicionado. Agora vamos imaginar que um atirador novato tenha ido para a linha de tiro pela primeira vez. Se nós
fornecermos a ele cartuchos para o treinamento, ele irá usá-los calmamente para carregar o fuzil, apontar e acionar o gatilho.
Mas, assim que ele fizer um ou dois disparos e sentir o recuo do fuzil no ombro, ele agirá diferentemente por saber que o
disparo do projétil é acompanhado por um soco no ombro. Durante o momento em que está pressionando o gatilho, o
atirador esta inconscientemente tencionando seus músculos e empurrando seu ombro para frente a fim de reagir
antecipadamente a este soco. Fazendo isto, o atirador exibe um reflexo condicionado para o golpe esperado que é formado
como resultado de um reflexo não condicionado.
Atingir a máxima imobilidade na posição durante o disparo de um projétil requer um desempenho estático
intensificado do aparato muscular e, consequentemente, um funcionamento intensificado dos centros nervosos
correspondentes. Após o disparo, o nível de tensão nos músculos diminui novamente, visto que o tecido muscular e as
células nervosas necessitam descansar. Gradualmente, o disparo do projétil torna-se identificado com o descanso no
consciente do atirador. Diante disto, um reflexo condicionado é desenvolvido de forma que o disparo representa um sinal
para o descanso.
Isto acontece freqüentemente com atiradores cujo próprio disparo não é o que vem a ser o sinal para o
descanso, mas melhora a atenção necessária ao esportista no sentido de levar o dedo indicador até a ação de apertar o
gatilho. Quando isto acontece, os grupos de músculos relaxam e, a partir daí, pode ocorrer a perda de um bom apoio
instantes antes ou durante o momento do disparo do projétil.
O atirador tem desenvolvido outro reflexo condicionado indesejável no qual o movimento do dedo indicador
no acionamento do gatilho serve como um sinal para o relaxamento dos músculos que tem papel importante no
mantenimento da imobilidade do atirador na posição. Se não forem feitas medidas corretivas a tempo, este reflexo
condicionado pode tornar-se reforçado e desenvolver até um hábito prejudicial. Muitos destes exemplos podem ser vistos.
Como nós podemos ver, o processo da própria coordenação das ações de pontaria e acionamento do gatilho
no momento certo durante o disparo de um projétil é acompanhado pelo recuo e por um barulho agudo. Estas condições
impõem uma demanda muito alta sobre o sistema nervoso do atirador. A necessidade de adquirir correspondente
coordenação dos processos de inibição e estimulação no sistema nervoso central, desenvolvendo e mantendo a automação
dos movimentos, suprimem certos reflexos não condicionados naturais e, enfim, a necessidade de prevenir o
desenvolvimento de novos reflexos condicionados prejudiciais que criam problemas ao atirador que necessita superá-los.
Estes problemas também podem levar a erros maiores e a aquisição de hábitos indesejáveis referentes ao
controle do gatilho que tem um efeito negativo significante na precisão do tiro competitivo.

ERROS COMUNS NO CONTROLE DO GATILHO E


FORMAS PARA CORRIGÍ-LOS
Um dos erros mais sérios cometidos pelo atirador no disparo de um projétil é a puxada do gatilho de forma
rápida, brusca e irregular (titubeante, convulsiva). Se a puxada brusca do gatilho for limitada somente a um movimento
convulsivo rápido do dedo indicador ao longo do eixo do cano, representará apenas a metade do problema. O pior de tudo, é
se a puxada brusca do gatilho for acompanhada por esforços repentinos de muitos outros grupos de músculos, tanto quanto
do movimento do ombro para reagir ao recuo da arma, a forte pressão da mão direita inteira sobre a parte mais estreita da
coronha ou empunhadura da pistola e a pressão do dedo sobre o gatilho que não retorna, mas segue em outra direção. Todos
estes fatores juntos podem deslocar a pontaria do fuzil e levar a resultados pobres.
O acionamento do gatilho de forma brusca é mais freqüentemente observado em atiradores jovens, e
inexperientes que tem pouco treinamento. Eles valem-se do acionamento rápido do gatilho porque ainda não desenvolveram
posições estáveis. As oscilações dos seus apoios são grandes e existem apenas breves momentos quando seus apoios são
bons e suficientes para disparar um projétil com precisão.
Uma das causas do acionamento brusco do gatilho é a tentativa de “alcançar um 10”. Em um esforço para
obter um bom disparo, o atirador aproveita o instante passageiro quando a imagem do alvo na mira é boa e tenta forçar o
disparo naquele momento. Visto que muitos momentos convenientes ao disparo do projétil são tão breves quanto pouco
freqüentes para o atirador inexperiente, ele puxa bruscamente o gatilho em uma tentativa perdida para aproveitar o que
aparece ser uma oportunidade.
Esta puxada rápida do gatilho é acompanhada não somente pelo trabalho dos músculos flexores do dedo no
gatilho, mas também por outros grupos de músculos que são acionados no sentido de aumentar o estado de excitação no
córtex cerebral. Isto, por sua vez, tem um efeito negativo sobre outros centros nervosos que supostamente mantém a
estabilidade na posição e fazem com que haja um movimento suave do dedo indicador no acionamento do gatilho. Estas
ações realizadas por outros grupos de músculos ocorrem simultaneamente com a puxada irregular do gatilho e sem
consideração ao desejo contrário do atirador.
A segunda razão para o acionamento do gatilho de forma irregular é a reação do corpo do atirador na
antecipação do disparo. Quando um jovem atirador espera o recuo da arma e o barulho alto, ele tenciona seus músculos para
reagir ao recuo e simultaneamente aperta o gatilho abruptamente, deslocando a mira do centro do alvo.. Experiências tem
mostrado que, se durante a instrução e o treinamento precoce, o atirador não é prevenido a tempo sobre o perigo do
acionamento do gatilho de forma irregular e, se medidas corretivas não forem tomadas imediatamente no sentido de
descobrir e eliminar este erro sério, o atirador posteriormente terá de desperdiçar tempo e esforços consideráveis para se
livrar das conexões reflexas condicionadas que são prejudiciais ao atirador e que se transformam em hábitos pobres durante
a prática do tiro competitivo.
A dificuldade para detectar ações incorretas pelo atirador no acionamento do gatilho mentem no fato de que, o
movimento da arma durante o recuo causam muitos erros que não são observados. Como resultado, o atirador encontra
muita dificuldade para monitorar suas ações e não observar que ele está acionando o gatilho de forma irregular, piscando os
seus olhos, tencionando seus músculos ou movendo seu ombro para a frente danificando a pontaria no momento mais crítico
(na fração de segundos) pouco antes do disparo do projétil.
É mais fácil detectar o acionamento irregular do gatilho se um jovem atirador de fuzil for assistido por um
técnico experiente que possa ajudá-lo prontamente a detectar erros e adquirir hábitos corretos no acionamento do gatilho. É
muito pior se, em treinamentos independentes, o atirador cometer estes erros porque se ele não dedicar algum tempo de
atenção a eles ou se os hábitos de acionamento suave do gatilho não forem desenvolvidos suficientemente e se ele não
observar que está acostumado ao acionamento irregular do gatilho. Freqüentemente muitos atiradores não percebem que isto
é necessário para verificar cuidadosamente se eles não estão acionando o gatilho de forma irregular. Para a maior parte, o
acionamento irregular do gatilho é encontrado entre atiradores que tem alguma experiência mas que atiram obtendo
resultados médios ou inconsistentes. O atirador deve lembrar que se ele não evitar hábitos prejudiciais que levam ao
acionamento irregular do gatilho, ele jamais atingirá resultados consistentemente altos. Cada atirador, independente dos seus
anos de experiências, deve verificar sistematicamente o acionamento irregular do gatilho para que, se detectado, corrigir ele
mesmo, este erro seríssimo.
Sinais de acionamento do gatilho de forma irregular incluem grandes séries de disparos os quais incluem
disparos fora do alvo desviados primariamente para baixo e para a direita com o fuzil, ou para baixo e para a esquerda com a
pistola. Se for detectado um acionamento irregular do gatilho, o atirador deve fazer uma mudança radical na natureza do seu
treinamento, mas em nenhum caso ele deveria parar de treinar como alguns técnicos aconselham. Durante o treinamento, o
atirador deveria parar de viver praticando tiro e começar a diminuir o número de disparos para permitir ao sistema nervoso
descansar um pouco no dizer respeito ao recuo e ao som do disparo. Fazendo isto, alguns reflexos condicionados adquiridos
que são prejudiciais a prática do tiro competitivo, tanto quanto o recuo do ombro em relação ao recuo da arma, o excesso de
solicitação dos músculos na antecipação do disparo e a piscadela no som do disparo, não receberão reforço e começarão a
diminuir e então desaparecerão completamente. A continuidade do treinamento regular através da diminuição do número de
disparos é importante a fim de não perder a estabilidade na posição bem como para manter os reflexos condicionados úteis
os quais o atirador de fuzil desenvolveu nos treinamentos iniciais.
Através de uma pontaria cuidadosa realizada com muita atenção e por tudo que acontece com a arma dar em
nada quando o gatilho for acionado, o atirador pode descobrir seus erros e eliminá-los. Treinar através de formas para
diminuir o número de disparos é de grande importância visto que ele contribui para que o atirador possa dquirir hábitos
motores corretos no acionamento do gatilho e tornar possível desenvolver técnicas para acionamento do gatilho de forma
cuidadosa e correta sem causar saltos da arma para o lado ou movê-la quando o gatilho for acionado.
Quando realizar pela primeira vez um tiro seco para controlar o acionamento do gatilho, o atirador deve
suprimir inicialmente o desejo de “pegar” o momento em que a imagem do alvo na mira é perfeita para a realização do
disparo. O atirador deve ensinar a ele mesmo a continuar a acionar o gatilho suavemente , porque na realidade, as oscilações
do fuzil não são tão grandes. Ele deve usar o método de controle suave contínuo no acionamento do gatilho. Quando puxar o
gatilho suavemente novamente ele se tornará um hábito e o atirador não mais terá de dedicar uma atenção especial a ele,
podendo voltar a atividade da prática do tiro usando cartuchos em uma peça de papel branco de forma que ele seja o alvo
com um centro. Isto requer menos concentração sobre o padrão das oscilações da arma de fogo e evita que ele desvie suas
atenções de uma atividade dominante para outra. Isto permite ao centro nervoso no córtex cerebral, que é responsável pelo
funcionamento dos músculos flexores do dedo, permanecer dominante. Quando retornar a atividades com cartuchos, o
atirador também deveria dedicar especialmente, uma grande parte da sua atenção para, conscientemente, através de um ato
de desejo, reagir a vontade de acionar o gatilho de forma irregular.
Vamos agora considerar outro erro comum no acionamento do gatilho, a espera excessiva. A espera excessiva
é um ato de prolongamento excessivo do acionamento do gatilho. Como conseqüência da espera excessiva, o atirador
começa a desperdiçar o oxigênio, os olhos tornam-se fadigados e a acuidade visual diminui. Além disso, como resultado da
fadiga muscular, a estabilidade na posição diminui. A espera excessiva coloca o atirador sob condições desfavoráveis e,
quando os movimentos para apoiar o fuzil aumentam, o olho é capaz de distinguir completamente, os erros na pontaria.
A espera excessiva é uma conseqüência de cuidados excessivos e diminuem a soltura do gatilho levados quase
que principalmente pelo medo do atirador realizar um disparo ruim. Neste caso, o atirador indeciso e as ações de cuidado
excessivas tornam-se o oposto do acionamento irregular do gatilho. Além disso, a espera excessiva aumenta frente a uma
interrupção da coordenação dos movimentos que ocorrem em certos estágios do treinamento ou da competição, quando os
movimentos automáticos desenvolvidos inicialmente são interrompidos pela intensa verificação consciente das ações pelo
atirador quando ele acionar o gatilho.
O atirador simplesmente, não pode forçá-lo a acionar o gatilho no tempo correto e um movimento favorável
após o outro para realizar o disparo do projétil acontece quando o processo de acionamento do gatilho é prolongado.
Freqüentemente isto ocorre porque o atirador perde a consciência da tensão no acionamento do gatilho.
Quando o disparo do projétil é seco, a tensão no acionamento do gatilho é percebida como sendo algo normal, mas quando o
atirador coloca uma expectativa ao redor da arma, a tensão novamente parece ser alta e esforços consideráveis são
requeridos para superá-la. Este fenômeno também aparece ser encontrado no rompimento da interação entre os processos
nervosos e os centros motores que controlam o funcionamento dos músculos flexores e extensores do dedo indicador.
Normalmente quando isto ocorre, o atirador coloca toda a culpa dos seus problemas no ajuste incorreto do gatilho,
freqüentemente valendo-se de tantas soluções absurdas, como o leve ajuste do gatilho o atirador diz “tudo o que eu tenho
que fazer é pensar sobre eles e a arma dispara”. Normalmente nada se origina destas tolices na procura de uma ação super
leve do gatilho, exceto após aquelas que danificam as várias partes do gatilho, o atirador retorna freqüentemente para a sua
forma de ajustar o gatilho sem ter atingido nenhuma melhora substancial na prática do tiro competitivo. A raiz do mal neste
instante mente não no ajuste do gatilho mas no rompimento da coordenação dos movimentos do atirador quando ele está
controlando o acionamento do gatilho.
Restabelecer a necessidade da coordenação dos movimentos e atingir o equilíbrio entre os processos de
estimulação e inibição no controle do acionamento do gatilho é conseguido principalmente por meio de treinamentos
sistemáticos utilizando disparos secos. Este método de treinamento desenvolve a coordenação das ações do atirador e seus
movimentos adquirem a condição necessária de automação de forma que, o dedo indicador pressione o gatilho não
forçosamente e, mais importante, no tempo correto. Antes de cada sessão de treinamento ou competição, o atirador não deve
limitar-se ao uso de miras para restabelecer a coordenação necessária dos movimentos. Ele também é muito útil antes e após
cada disparo apontado, se o tempo permitir, atirar seco por vários minutos para restabelecer o equilíbrio necessário ao
funcionamento dos processos nervosos.
Similarmente, quando o atirador está disparando uma série de projéteis, registrando-os, e é incapaz de disparar
um projétil após várias tentativas, ele deveria descarregar a arma e atirar seco. Então, após restabelecer sua coordenação dos
movimentos e superar os sentimentos que levam-no a indecisão, o atirador deveria resumir a prática do tiro competitivo e
fazer todo os esforços para disparar o projétil durante os primeiros seis ou nove segundos após começar a apoiar a arma. É
durante este período de tempo que o atirador pode sustentar a arma com maior estabilidade e ter a melhor acuidade visual.
Para evitar a situação na qual o atirador está com uma boa firmeza na posição e relativamente pouco
movimento da arma não poder aplicar temporariamente uma pressão sobre o gatilho, é aconselhável a ele mudar para o
método de acionamento do gatilho pulsante (quando estiver usando um gatilho ajustado). A ação do movimento pulsante
contribui para a restauração temporária da coordenação perdida entre as atividades paralelas dos centros motores, os grupos
de músculos que imobilizam o corpo na posição e os músculos flexores do dedo indicador.
É muito importante não desenvolver reflexos condicionados prejudiciais a prática do tiro competitivo, tanto
quanto usar o disparo como um sinal para o descanso dos músculos. Para superar este fator prejudicial, o atirador deve
forçá-los a continuar apoiando a arma sobre o alvo até o fim, por um período um pouco mais longo, não abaixando-a
imediatamente após o disparo. Alguns atiradores experientes mobilizam seus desejos e conhecimentos para convencê-los a
continuar a apoiar a arma por um período mais longo do que é, na realidade, necessário para a bala passar através do cano
após o acionamento do gatilho. Por usar tantos métodos psicológicos, os atiradores tem conseguido melhores sucessos no
mantenimento da harmonia muscular em um nível constante enquanto disparam o projétil. Neste caso, o uso de um período
um pouco mais longo fornece sustentação a arma na posição independente das ações do atirador no acionamento do gatilho.
Nós temos considerados básicos, os erros fundamentais que estão diretamente ligados ao fator psicológico e
aos aspectos psicológicos na atividade do atirador referente ao controle do gatilho. Vamos agora considerar alguns
problemas técnicos que também apresentam uma influência direta sobre as técnicas de controle do gatilho.

A IMPORTÂNCIA DO PRÓPRIO AJUSTE DO GATILHO

Disparar um projétil preciso depende, para uma grande parte dos atiradores da qualidade do ajuste do gatilho,
visto que um ajuste incorreto do gatilho acentua os erros no momento de aciona-lo. Estes erros no ajuste do gatilho incluem
um acionamento do gatilho muito forte que causam um movimento ou curso do gatilho excessivo, ter um segundo estágio
impreciso ou, um acionamento do gatilho muito leve, bem como a perda da sua pressão e falhas consecutivas no momento
do acionamento.
Normalmente os fabricantes produzem fuzis nos quais a pressão de acionamento do gatilho excede
consideravelmente as limitações estabelecidas para as competições. Isto ocorre principalmente com fuzis de serviços e
padrões. Naturalmente, não é aconselhável usar uma pressão excessiva na puxada do gatilho em competições de prática do
tiro competitivo. Quando a puxada do gatilho é forte, não importa o quanto boa seja a coordenação dos movimentos do
atirador, ele desejará superá-los involuntariamente e não terá a respiração suficiente para o acionamento do gatilho.
Normalmente os atiradores ajustam o mecanismo do gatilho de tal forma que dão a eles mesmos uma pequena margem de
segurança. A tensão (pressão) para um fuzil de serviço é ajustada normalmente para ter uma margem de 100 a 200 gramas
acima do limite permitido, para um fuzil padrão é de 50 a 100 gramas, para uma pistola de fogo central é de 100 a 150
gramas e, para uma pistola padrão é de 50 a 100 gramas.
É extremamente difícil disparar bem quando segundo estágio adverte sobre a imprecisão do gatilho de dois
estágios. Quando o dedo indicador sente o segundo estágio de forma diferente, ele dá ao atirador um sentimento de incerteza
e o medo de realizar um disparo ruim. Esta pressão mental força o atirador a mudar seu método de disparo do projétil.
Normalmente um atirador que utiliza um gatilho de dois estágios usam um movimento decisivo para deixá-lo livre na
realização do seu papel durante a pontaria. Um segundo de imprecisão do estágio advertido não tem um efeito direto sobre o
disparo do projétil, mas ele desorienta o atirador e cria dificuldades adicionais que devem ser superadas.
Problemas sérios também são criados pelo mecanismo do gatilho cuja tensão (pressão) varia de disparo para
disparo. Isto é normalmente causado por uma perda do ajuste do gatilho ou do pino da trava do mecanismo de disparo, que
fazem com que as partes do gatilho mudem o alinhamento e variem as relações das superfícies de atrito entre eles. A pressão
do gatilho aplicada de forma inconsistente, também dá ao atirador um sentimento de incerteza que tem um efeito contrário
sobre o número de pontos feitos na competição. Neste caso, o atirador não pode desenvolver ou manter um sentimento
muscular específico que é tão necessário para o acionamento do gatilho no tempo correto em coordenação com a boa visão
do alvo na mira. O atirador deve estudar cuidadosamente as peculiaridades da ação do gatilho referente ao seu fuzil a fim de
acostumá-lo não somente ao acionamento suave, em geral, mas também ao senso de aproximação do disparo de uma
distância da pressão do dedo aplicada e ao movimento do gatilho. É claro que, este sentimento pode ser desenvolvido
somente se a pressão do gatilho e o movimento permanecerem o mesmo disparo após disparo.
O maior defeito no mecanismo de ajuste do gatilho que tem um efeito muito detrimental sobre a precisão na
prática do tiro competitivo é o chamado colapso do gatilho que ocorre como uma grande diminuição da resistência do
gatilho no sentido de forçar o dedo no momento do cão do gatilho ou percutor se separar do mecanismo de disparo. Como o
colapso do gatilho, o movimento repentino do dedo causa uma vibração ou salto da arma nos momentos finais antes do
disparo ser realizado. Esta ação é parecida com aquela que acontece quando o atirador aciona o gatilho de forma irregular,
embora em um grau menor. Quando ocorre o colapso do gatilho, os grupos de disparos normalmente passam a ser maiores e
existem disparos que são pausados a frente do ponto de mira no qual o atirador não pode parar ou explicar, visto que é
permitido o recuo da arma no momento do disparo tornando difícil observar estes movimentos.
Se o atirador perceber que o gatilho está em colapso, ele deve ajustar o gatilho de forma que a resistência do
gatilho em relação a força do dedo seja aumentada constantemente, não somente antes do disparo, mas também após a
realização do disparo.

TÉCNICAS DE ACIONAMENTO DE GATILHO E


GATILHOS

O uso de vários tipos de gatilhos, ações e controles do gatilho tem recebido grande atenção em círculos de
atiradores e nem todos tem chegado a mesma conclusão sobre seu uso. Aqui nós examinaremos certos problemas associados
com as técnicas de acionamento do gatilho para a maioria das dificuldades encontradas nas disciplinas de prática do tiro
competitivo com fuzil e pistola na posição em pé.

Ações do gatilho do fuzil

Os atiradores que atiram com fuzis de serviço tem procurado o uso de dois métodos de controle do gatilho,
graduado e contínuo suave. Eles também tem procurado usar dois tipos de gatilhos de um estágio e, de forma menos
freqüente, dois estágios. Gatilhos de apenas um estágio (simples) são ajustados de modo que a ação de acionar está entre
uma ação rápida e um movimento notável. O acionamento do gatilho normalmente apresenta um leve movimento.
É recomendado aos atiradores que usam um gatilho de dois estágios, ajustá-los de forma que dois terços da
tensão de acionamento sejam colocados no primeiro estágio (que desempenha um papel livre) e um terço no segundo
estágio. Em nenhum caso o gatilho deveria ser ajustado de forma a colocar menor tensão no primeiro estágio do que no
segundo. Por outro lado, após dois ou três disparos, o atirador terá uma impressão de decepção sobre sua tensão verdadeira.
Será visto pelo atirador que o segundo estágio é extremamente pesado e será necessário grande esforço para superar sua
resistência.
Muitos atiradores de ponta atribuem grande importância ao estudo da natureza e tensão da ação do gatilho
sobre seus fuzis. Eles ensinam a eles mesmos a ter um senso infalível quando o momento do disparo está próximo da pressão
do seu dedo indicador e a viajar pelo gatilho. Eles desenvolvem a capacidade para aplicar uma pressão inicial quando estão
fazendo a pontaria, tomando assim uma parte da tensão do acionamento do gatilho antes da mão, e então, quando eles
começarem a melhorar a imagem do alvo na mira, serão necessários menos esforços e tempo, de forma considerável, para
finalmente superar a tensão no acionamento do gatilho e realizar o disparo (FIG. 223).
Durante a prática do tiro competitivo em veados usados como alvos, a maioria dos melhores atiradores usam
gatilhos pequenos de um estágio e com ação de disparo rápido ou gatilhos com somente leves movimentos e tensões de
acionamento variando de 900 a 1100 gramas.
Quando a prática do tiro competitivo está sendo realizada tendo como alvos javalis, são usadas ações de
gatilho semelhantes, isto é, gatilho de um estágio, ação de disparo rápido ou um gatilho com leves movimentos. Os melhores
resultados na prática do tiro competitivo, javalis em movimento são obtidos com uma tensão de acionamento compreendida
entre 600 a 800 gramas.
Quando atiramos com um fuzil de competição é usado um gatilho ajustável, atiradores usam o acionamento
com tensões que variam consideravelmente. Experiências demonstraram a inviabilidade de usar um acionamento leve (10 a
20 gramas). Disparos acidentais e casuais, não definidos podem acontecer. Mais ainda, fazendo a puxada do gatilho o mais
leve possível força o atirador a tomar cuidados excessivos e colocar o dedo indicador sobre o gatilho com extremo cuidado.
Durante isto, o uso exaustivo do dedo poderia, através de um movimento descuidado, inadvertidamente, pressionar o
gatilho. Isto pode acontecer até mesmo durante a pontaria. Através do uso de parafusos ajustáveis, as vantagens de ajustar o
gatilho podem ser realizadas para criar uma ação de disparo rápido, simples e leve o qual pode variar consideravelmente em
tensão (acima de 100 gramas). Isto fornece a oportunidade para posicionar livremente o dedo indicador sobre o acionamento
do gatilho sem o risco acidental de disparo, e a tensão pode ser variada dependendo das várias condições envolvidas na
prática do tiro competitivo.
Alguns competidores que lideram as competições usam o método pulsante de controle do gatilho quando estão
atirando na posição em pé. Alguns movem o dedo indicador mais rapidamente e outros mais lentamente, com um ou dois
movimentos por segundo. Alguns atiradores movem o dedo a frente do gatilho, enquanto outros não, produzindo assim
movimentos simples e notáveis do dedo.
A vantagem deste método de controle do gatilho mente no fato de que o atirador, pelo movimento do seu dedo
indicador constante e mais ou menos rítmico, isola e prepara para o trabalho, os grupos de músculos que participam
diretamente na inclinação do dedo no acionamento do gatilho. Em essência, os movimentos pulsantes do dedo são
exercitados inicialmente para animá-lo. Eles participam no isolamento dos centros nervosos do córtex cerebral que estão
conectados com o funcionamento dos músculos flexores do dedo indicador para a atividade simultânea dos centros
nervosos, que estão ligados com o funcionamento dos músculos que asseguram a imobilidade da posição para a realização
do disparo.
Recentemente, vários atiradores que lideram os campeonatos tem mudado para a prática do tiro competitivo
na posição em pé para uma puxada pesada do gatilho (800 a 1200 gramas), enquanto na posição deitado de bruços e
ajoelhado usam uma puxada mais leve do gatilho (800 a 1200 gramas). A puxada pesada do gatilho ajuda a discipliná-los
contra a tentação de acelerar o acionamento do gatilho ou acionamento irregular. O uso da puxada pesada do gatilho no
disparo do projétil utilizando a posição em pé também é útil porque o atirador deve exercer considerável esforço muscular
para superar a tensão do acionamento do gatilho e isto, em termos, requer uma estimulação substancial do centro motor
correspondente no córtex cerebral. Como resultado, aquele centro nervoso não pode permitir um estado de inibição
excessiva, mas muitas funções ativadas e em paralelo com outros centros nervosos que controlam o funcionamento dos
músculos que asseguram a imobilidade na posição utilizada para a realização do disparo. Deveria ser observado que
pesquisas sobre a sensitividade dos músculos da junta do dedo do atirador (M. A Itkis, 1970) que relatam várias tensões de
acionamento do gatilho tem mostrado que esta propriedade importante é manifestada muito mais com tensões de 200 a 800
gramas. Acionamentos do gatilho com tensões menores que 200 gramas são caracterizados por uma pobre sensitividade
própria receptiva.
Os melhores atiradores que acrescentam grande importância ao desenvolvimento do sentimento muscular que
permitem a determinação aproximada do momento para o disparo do projétil em função da sensitividade do esforço aplicado
ao gatilho, normalmente puxam o armador do gatilho (ajustam o gatilho) com o dedo médio de forma que, com o dedo
indicador a fim de não diminuir a sensitividade do dedo indicador para controlar o acionamento do gatilho.
Concluindo, deveria ser observado que vários atiradores que lideram competições as vezes mudam sua
empunhadura durante os disparos em uma competição. Eles observaram que mudando a empunhadura da arma durante a
prática do tiro competitivo, por exemplo, mudando a posição do dedo polegar, restabelece a sensitividade do dedo
indicador. Isto ocorre devido aos músculos do braço direito e, em particular, os músculos flexores do dedo indicador
tornam-se fadigados durante os disparos prolongados e sua sensitividade diminui um pouco. Portanto, quando a
sensitividade do dedo diminui após prolongada prática do tiro competitivo, um atirador as vezes pode mudar a empunhadura
para introduzir uma nova sensação e criar uma determinada empunhadura para produzir o que é percebido como uma grande
base de apoio para o dedo no gatilho (FIG. 224).

Ações do gatilho na pistola

A construção do mecanismo do gatilho sobre muitos alvos para pistola permitem o uso de um acionamento
com ou sem o segundo estágio.
Na prática do tiro competitivo para pistola categoria tiro lento no centro do alvo, é melhor usar um gatilho de
dois estágios ou um gatilho de estágio simples (um estágio) com um leve movimento. Em nenhum caso, entretanto, pode ser
permitido colapso no gatilho quando o percutor é acionado. Na prática do tiro competitivo em silhuetas, é desejável usar o
acionamento com um gatilho de estágio simples com um pouco mais de tensão e movimento. Isto permite jogar para fora
parte da tensão do acionamento enquanto levanta o braço e torna mais fácil sentir a aproximação do momento para o
acionamento do movimento do gatilho.
Quando estamos praticando tiro competitivo estilo tiro lento com uma pistola padrão, os gatilhos de dois
estágios são mais comumente empregados. Dois terços da tensão do acionamento deve ser usado durante o desempenho livre
e um terço no segundo estágio ou estágio final.
Quando praticamos tiro competitivo com pistolas para tiro rápido em silhuetas, é melhor empregar um gatilho
com estágio simples que se move através de um trabalho substancial quebrado de 3 a 5mm. Um movimento longo do gatilho
cria as condições mais favoráveis para definir preliminarmente a tensão de acionamento enquanto levanta o braço e a pistola
para o primeiro disparo, e também durante o movimento do braço e da pistola de uma silhueta para outra (a próxima). A
maioria dos melhores atiradores usam agora uma tensão de acionamento entre 100 a 200 gramas. Os movimentos do dedo
indicador no acionamento do gatilho durante a prática do tiro competitivo em silhuetas é indicado na FIG. 226.
Durante a prática do tiro competitivo com pistola estilo tiro lento com um gatilho ajustável, é preferível usar
um método pulsante para controlar o gatilho. Entretanto, muitos dos melhores atiradores utilizam com sucesso o método de
acionamento contínuo suave. Basicamente, visto que não existe nada diferente no método pulsante que não seja
acompanhada pela pressão contínua suave sobre o gatilho, o movimento pulsante do dedo deveria ser considerado
simplesmente, como um procedimento que corresponde ao fluxo normal dos processos nervosos durante a pontaria e o
acionamento do gatilho de uma maneira temporária.
Normalmente, a pistola livre é usada com uma ação de acionamento curta e com uma tensão de 30 a 120
gramas. Isto cria as condições mais favoráveis para mover o dedo indicador sem movimentar a mão inteira e causar
distúrbios na estabilidade da pistola. A posição do dedo indicador no contato com o gatilho para muitos dos melhores
atiradores com pistola livre é demonstrado na FIG. 227.
A maioria dos melhores atiradores aplicam pressão sobre o gatilho não através de esforços dos músculos
flexores do dedo indicador mas sim como resultado do relaxamento destes músculos. Eles levam vantagem no fato de que os
músculos flexores do dedo são mais resistentes que os músculos extensores. Em seguida o dedo contrai devido ao
relaxamento dos músculos flexores do dedo produzirem uma pressão suficiente sobre o gatilho para superar a tensão de
acionamento de 15 a 20 gramas. Atiradores que usam este método de acionamento do gatilho sentem que as melhores
vantagens estão na permanência da imobilidade da mão durante o disparo.
Isto conclui nossa análise de técnicas para disparar um projétil com precisão. Entretanto, em cada disciplina o
atirador deve realizar não um único disparo ma sim um certo número de disparo e, tanto em exercícios quanto em eventos
livres de tiro, o número de disparo pode chegar a 150. Isto causam muitos novos problemas e dificuldades criadas
inicialmente por esforços físicos e nervosos que fadigam os músculos, aparato óptico e sistema nervoso do atirador. Os
problemas também podem ser causados pela duração do disparo, mudanças nas condições externas que requerem correção
da mira durante o disparo, as incrustações ou temperatura do cano da arma de fogo e muitas outras. A própria resposta a
estes fatores significam que o atirador deve disparar em um determinado tempo e ritmicamente de forma que esteja adaptado
as estas variações decorrentes das circunstâncias.
As dificuldades que aumentam durante os extensos curso de tiro demandam conhecimento adicional, a
aquisição de experiência, o domínio de novos elementos dentro das técnicas usadas para a prática do tiro competitivo e
empregos apropriados dos métodos táticos. Todos estes elementos serão discutidos na próxima seção.

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