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~TCC/UNICAMP

Z99t
2210 FEF/765

TATIANA PASSOS ZYLBERBERG

TIRO PRÁTICO
MODALIDADE IPSC:
um aprofundamento da literatura
e uma proposta de preparação fisica específica

Universidade Estadual de Campinas


Faculdade de ~ducação Física

Campinas
1996
TCC(UNICAMP .41r&- I
Z99t "'

1111111 ~11111111111rrr
1290002210

TATIANA PASSOS ZYLBERBERG

TIRO PRÁTICO
MODALIDADE IPSC:
um aprofundamento da literatura
e uma proposta de preparação fisica específica

Projeto apresentado como exigência


final para obtenção do grau de
Bacharel em Treinamento em
Esportes da Facuidade de Educação
Física da UNICAMP, sob a
orientação do Prof Mestre Oriva1
Andries Júnior.

Universidade Estadual de Campinas


Faculdade de Educação Física

Campinas
1996
Agradecimentos...

Agradeço a doçura da vida e ao sono que não me dominou permitindo que

conseguisse seguir os caminhos escolhidos para este trabalho ...

Agradeço, sem talvez nunca conseguir fazê-lo suficientemente, ao meu pai por

ter me auxiliado arduamente nas traduções que pareciam infinitas pelo pouco tempo livre

que me restava ...

Agradeço a oportunidade de estar aqui hoje, falando de tiro, porque um dia o

tio Júlio César me entregou seus conhecimentos com afeição e determinação nas várias

tardes de sábado e manhãs de domingo ...

Agradeço ao meu orientador Orival que me mostrou limites nos longos

destinos que antes da hora eu queria buscar..

Agradeço, a quem hoje analisa este trabalho, Prof. Paulinho, por ter

apresentado o encanto que o treinamento possui e as possibilidades que se pode criar ..

Agradeço aos meus amigos, todos. por cada olhar-acreditar que eu chegaria ao

fim ...

Agradeço ao Prof. Aguinaldo que com indagações me vislumbrou cortes, e

desta forma, permitiu o aprofundamento ...

Agradeço ao meu irmão Michel que acreditou no meu trabalho e me auxiliou


'
na tarefa de realizá-lo ...
Agradeço a minha mãe por ter passado a acreditar que eu buscaria o longe ..

Agradeço ao atirador Alberto Morimoto que colaborou com a realização deste

trabalho ..

Agradeço ao Prof Antônio Carlos que em simples palavras me explicou o que

era "ir longe demais" antes da hora...

Agradeço a razão quase inexplicável que fez com que o Mundial de Tiro

Prático fosse este ano pela primeira vez no Brasil..

Agradeço a vida e a iluminação científica que me permitiu alcançar esta

monografia que agora posso tocar, e confesso que é dificil tê-la em minhas mãos e não

chorar...
Dedico este trabalho, ao mundo: o mundo

do tiro, ao mundo familiar, ao mundo acadêmico, ao

mundo do eternizar nas palavras, infinitas

possibilidades ..
Apresentação

Meu contato com o tiro começou cedo, era assim que acordava ao som dos

testes do F AL (Fuzil Automático Leve ou - Fz 7,62 M964 - produzido pela IMBEL-

Indústria de Material Bélico do Brasil). Ouvia falar de especificidade e novas armas, e de

atiradores americanos e brasileiros.

A primeira vez que atirei foi em Caçapava (São Paulo) em 1988, estava com

meu pai em uma competição de Tiro ao Alvo quando decidiram fazer uma competição de

carabina de pressão entre as crianças. A sensação de segurar aquela arma ficou mais

fascinante quando obtive o primeiro lugar. Continuei acompanhando algumas

competições de diversas modalidades, mas entre todas elas, uma definitivamente me

fascinou: Tiro Prático, modalidade que crescia cada vez mais na quantidade e na

qualidade dos participantes.

Meu interesse se amplio~ 1evando~me ao desejo de aprender a atirar com

pistola e revólver. Participei de duas competições de tiro prático, na primeira como eu era

a única mulher, competi na categoria iniciantes terminando em segundo lugar; na

segunda, fiquei em primeiro na categoria damas que passava a existir. Este interesse

crescente, envolveu-me na possibilidade de compreender cientificamente este esporte.

Aprofundei-me, associando os meus conhecimentos de treinamento aprendidos

no curso de graduação a esta modalidade.


Durante este trajeto de envolvimento com o tiro, a divulgação da proposta de

preparação fisica específica apresentada para os atiradores durante o Seminário Técnico

do IV Torneio IMBEL de Tiro Prático (julho 1995 - Itajubá - MG) e citada por

Guimarães (1995) foi um ponto crucial na decisão de ampliar meus estudos nesta área,

pois este trabalho despertou o interesse de atiradores e diretores que acompanharam este

esporte, e isto definitivamente conduziu-me a elevar a proposta à monografia de

Bacharelado em Treinamento em Esportes.

Durante o campeonato mundial, depoimentos de atiradores brasileiros

foram significantemente importantes na certeza da razão de existir deste trabalho; já que

estes referiram-se a apresentação acima referida, onde a proposta de preparação física

específica foi divulgada. Entre estes atiradores, o depoimento do João Alberto Nabak de

Seixas (ASSUMJTA- Itajubá), revelou que diante do entusiasmo proporcionado pelo

conteúdo da palestra, procurou um profissional endocrinologista perdendo 26 Kg e

aumentando seu índice técnico nas competições da ASSUMITA. Outro atirador, Vitor

Matos (Cascavél -PR) disse que depois daquele momento, grande parte da rotina de

treino dos atiradores do seu clube foi modificada e encarada com mais seriedade e

emabasamento, evidenciado pelos alongamentos antecendendo os treinos técnicos, de

acordo com a exposição no seminário.

Vmculado a todos estes fatores, de interesse e ampliação, pude contar com a

"grande sorte" de acompanhar o XI Campeonato Mundial de Tiro Prático ocorrido este

ano no Brasil, antecendendo a conclusão e direcionando esta monografia à publicação.


Visando ampliar os conhecimentos específicos sobre este esporte e

recolher informaçõe~ elaborei um questionário com questões referentes a caracterização

do participante e o treinamento realizado para este evento. Este questionário não vai ser

analisado neste trabalho, mas será enviada sua análise as Federações do Brasil e ainda,

para as equipes dos Estados Unidos, Austrália, França, Paraguai, Suiça e Filipinas que se

interessaram em ter acesso aos resultados.

Foi feita uma entrevista com Rob Leathan, melhor atirador do mundo

nos últimos anos, e chefe da equipe americana sobre seu processo de treinamento e

preparação física Estes dados serão analisados num próximo trabalho, que pretendo

escrever, analisando a estrutura competitiva associando com a experiência dos atiradores.

A fim de evitar algumas indagações, farei alguns esclarecimentos ..

Antes de iniciar a leitura deste projeto, acredito na necessidade de explicitar

os termos IPSC e Tiro Prático. A Confederação Brasileira de Tiro Prático é sucessora da

Associação Brasileira de Tiro Prático, sendo no Brasil o órgão máximo dirigente do

esporte amador denominado Tiro Prático. Na publicação desta entidade, no capítulo

referente à ATA/ESTATUTOS destaco do anigo 7':

§ 1" Por inteiiDédio legal a CBTP adotará os regulamentos intcmacionais


el111JIJados da IPSC ( Jntcmational Practical Shooting Confedemtion}, IHMSA
(lntematioiJlJI Handgun Metallic Silhoutte Association), NRA(National Rifles
Associa.tion) e outras entidJldes intemacionais a que vier filiar-se.
§ 2" Subordi1Uli11-se 8 jurisdição e compe-tência da CBTP além das
modalidades já mencioi11ldas e dos tiros especiais e assemelhados, também os
seguintes tiros;
DESAFIO DO AÇO
DUELO AOS GONGOS
SILUETA METÁliCA DE AR
CARABINA DE AR MIRA ABERTA
PÓLVORA NEGRA
C4RAB1NA ESPORTE
TIRO DE DEFESA
1'/Sf(lf tlJIS!'ORI/i",! :'>!1:\U"Iq
,, l"" .-\",)() .. c· rr.::l'J::m Jtt:\.,,. .trtiJ,.<' U\ c,l,·~Jí'1<•-"' \tlfron/:·., ..(}u.. a ! 1Utt.1
INc"mJIIc>n.tl.A• lJrf LI 1J (p. (I;')

Pratrcn. pnr i~-;o c.•m:ontranornm uso dos doi~ (crmrh n•~tc trabalho

A foto 11baixo e pant !lústrar 'ohre a colocação de que f01 realizado um

que rcspt,ndia
Esta últ1ma foto do Mundial acho que mio podcri11 1ki·qr de ú>:oe<u

Pan as dúvidas;, <Jlll~lionanu.'fltu.; l: dl~~'tcnça~ que e~rentualmente se mostraram

tenho uma ~imlx11ica mcno;a,gcm:


r~.1:1 ,. .J ,.,'\L:o..,·i3 tf.l '-~l:..:tf't·la.
f.Jç.r uma fX'f}:llnt.l m~p<.-nmr.•:lf••
,. 4'•"-'': '- ,,.,,,ithJ t.'Jilltn})t> '''" um:J n·.;pt\~1.? pc.•nm,·nt<"
Jacrlh 1Jilll1()wçfa ( /WJfl.J.Q14) .'\f.1ft'rtllílico lnf:/<':s

Qlll' ~~.,polia~ qm: ~e ahrirnm, antecipam à_q muitos portas que hJo de vir
Os mclhort•s do mundo e o!. melhore.<. no
XI Campeonato Mundtal de Tiro Prático a equipe americana.

O primeiro lugar deste evento foi Toody Jaret (agachado a esqm~nta}


O ~uncln, Jt•rry Barnhart (<:m pé .w c~:ntro)
O terceiro, fm Roh l.~athan (em pê à c.'S<Jucrda de çahrctnhaquc)
O quarto Doug Kocning i com unifom1e da Colt , de cavanhaque)
t:ma obsctvaçào Qll(' não poderia faltar: o primeiro e o quano lugares
~ão alunm do Roh Leathan, o melhM do mundo rw'l últimos I li <tnos.
RESUMO

O Tiro Prático tem seu início na forma de competição com arma criada por Jeff Cooper em
1956. Modificações ocorreram para desenvolver e divulgar este tipo de competição; entre estas
modificações destacaMse a técnica de atirar com as duas mãos criada por Weaver em 1958. Atualmente o
Tiro Prático caracteriza-se por competições dinâmicas, de pistas rápidas, onde os competidores atiram em
alvos de metal, papelão ou ambos. Este esporte vem crescendo no Brasil mas continua escasso de estudos
científicos e de bibliografia nacional. Esse trabalho monográfico visou.. então, estabelecer uma
fundamentação teórica através de estudos de bibliografia internacional e apresentar uma proposta de
preparação fisica especifica. A fundamentação teórica englobou os aspectos técnicos, anatômicos.
fisiológicos e psicológicos do atirador de Tiro Prático e ocorreu através de pesquisa documental e
bibliográfica. A proposta de preparação física específica é discutida e ampliada JXlT relatos de aplicações
desta proposta de preparação em dois atiradores. A utilização de imagens de pistas do IX Campeonato
Mundial de Tiro Prático, realizado no Brasil, em outubro de 1996, facilitam o entendimento da estrutura
competitiva. Na tentativa de compreender este esporte buscamos estruturar um trabalho que colocasse à
disposição de atiradores. técnicos e profissionais de Educação Física uma bibliografia especializada.
esclarecedora e divulgadora sobre este esporte ainda elitizado.
SUMÁRIO

Apresentação ...... .!
Resumo. ... !I
Introdução ... ............ .. ················ .......... 01

Capítulo I
Aprofundamento da literatura visando a fundamentaçào cientí:fica do Tiro Prático .13
1.1- Aspectos anatômicos........ .......... .. ...... ........................ 13
1.2- Aspectos fisiológicos.. ............ ................ ...... 17
1.2.1- Os efeitos das drogas no atirador...... . ......... .... . ... 19
1.3- Aspectos técnicos.. ..21
1.3.1- Fundamentos das posições de tiro ........ .. . . ... 21
1.3.2- Figura de pontaria e visada........ . ................ 26
1.3.3-Controledogatilho............. ................. .............. ..28
1.3.4- Coordenação da liberação do gatilho e pontaria.... . ........ 29
1. 3.5- Empunhadura: os fundamentos da empunhadura com duas mãos
e suas variações ................................................ . ........ .31
1.3.6-Saque ..................................................... . ........ .31
1.3.7- Os erros técnico ....................................... . ... .33
1.3.7.1· O erro mais comum do tiro: ftúnch ................ . ...39
1.3. 7.2- Erros técrricos e as implicações destes no local em que o tiro
atinge o alvo.. . ........ .42
1.4- Aspectos psicológicos........ ......................... .47
1.4.1- Reações ao estresse........... .4 7
L4.2·Ansiedadeemedo .......................... .............. . ..... .48

Capitulo JJ
A relação entre o condicionamento físico e a habilidade de atirar.. ...................... .49

Capítulo III
Questões teóricas para a proposta de preparação física específica ............. . ....... 56

Capítulo IV
Relatos das experiencias das aplicações de preparação física específica ................ 71
4.1- Relato da experiência com o atiradorAlberto Morimoto...... ... .............. . .73
4.2- Periodização de treino e preparação fisica para o atirador
Michel Passos Zylberberg................................... .. .95

À guisa de condu são e perspectivas. ............................. .. ························ .......... 106

Referências Bibliográfu:as ....... . ················ ........ 109

Bibliografw Geral.. ................. .. . .... ········ ............ 111

Anexos
I - Partes da anna: esquematiza termos que denominam partes de uma anna, visando
facilitar a compreensão de conceitos específicos deste esporte: papelão e metálico.
li- Os alvos da IPSC
III-Gráficos da periodização do atirador Alberto Morimoto
IV- Dados médicos e esquemas de pistas do atirador Michel
V- Exemplos esquemáticos de pistas do Campeonato Mundial de Tiro Prático.
Introdução

O Tiro Prático em nosso país é descendente direto da pro\'a norte-americana IPSC

(International Praticai Shooting Competion =Competição Internacional de Tiro Prático, ou

Intemational Pistol Shooting Cornpetion =Competição Internacional de Tiro de Pistola); o

termo pistola sendo entendido como arma curta não necessariamente pistola semi-

automática.

Em 1956, Jeff Copper, um ex-oficial da Marinha Americana, cnou num amplo

esforço individual, uma forma de competição com arma, uma prova de saque rápido

contínuo denominada "LeatherslaJi', esta consistia em sacar e disparar num alvo do King

Kong à 1O metros, realizou-se em Big Bear (Califórnia) e foi aberta a participação de

qualquer pessoa. Em 1958, houve uma segunda "LeatherslaJP, o tamanho dos alvos foi

reduzido e foi introduzido um sistema de percurso de qualificação que permitia apenas 16

atiradores por prova. Weaver, um ex-delegado aposentado, criou a técnica de tiro com as

duas mãos, participando e divulgando a competição.

As experiências de Cooper e a nova posição de Weaver originaram o esporte hoje

denominado Tiro Prático, que caracteriza-se por competições dinâmicas, de pistas rápidas,

onde os atiradores atiram em alvos, que a CBTP [199-] esclarece em sua publicação ao

apresentar o regulamento da modalidade IPSC, no seu capítulo 6 em três grupos: alvos de

papel ou papelão, com desenho méiiico da JPSC, alvos metJilicos (que reajam) e alvos diversos (p. 15). O

primeiro tipo de alvo tem sua pontuação anotada quando o projétil atinge-o e deixa um furo

com diâmetro integral da munição. Já o segundo tipo de alvo deve cair ao ser atingido pelo
2

projétil; e o terceiro, são os alvos usados para definir objetos, áreas ou alvos que os

competidores não podem atingir, esclarece CBTP [199-] (capitulo 7 da modalidade IPSC,

p.16). Estes alvos encontram-se em anexo.

No capítulo 1, deste manual, são estabelecidos os princípios do tiro prático, cabe

ressaltar, neste momento:

1.6 A disputa apresentada em uma competição prática deve ser


realística. As pistas de tiro devem seguir uma racionalidade prática e simular
situ1Jções hipotéticas nas quais armas de fogo possam ser empregadas de forma
justiticadJJ.
J.B As competições de tiro pnitico são de estilo livre. As situações são
colocadas de maneira geral, e ao atirador é dada a Hbr:rdiuie paro resolvê-las de
maneira que considerar melhor, dentro dos limites da situação competitiva
apresentada(p.J).

O resultado da prova é dividido pelo tempo corrido (que vai desde o início do sinal

do cronógrafo até o último tiro). O cronógrafo é um aparelho usado neste esporte, e que

marca o tempo entre os tiros pelo barulho destes; nele é marcado o tempo de realização da

prova que depois é transcrito para a ficha do atirador. As provas não têm um padrão

definido, estão sempre em constantes mudanças, podem conter uma seqüência de vários

estágios, onde misturam-se obstáculos tais como barricadas, parede, portas ou mesas que

requerem posições diferentes, distâncias, tempos e armas adequadas, seguindo o

regulamento da CBTP [199-] quando refere-se às armas e equipamentos da modalidade

IPSC, especificamente no capítulo 7, teremos:

7.1- SEM RESTRIÇÕEs- As aJIIJaS n6a d~cm ter restrições por ação
ou tipo, c as mesmas condições de tempo, distância e pontu3ção, devem ser
aplicadas para todas as 1II111as (pistola.slrevó/veres) igualmente. O
reconhecimento da pottncia deve ser obtido pelo uso dos alvos JPSC.
7.2- CALIBRE MiNJMO- O menor calibre para 1II111as usadas em
competição é 9mrn (0.354")- (OBS: No BrasiL atendidas todas as exigências
legais} (p. 16).
3

Nom1almcntc. tod~s as !-itunçiles de tiro tem micio com a amm no coldtc. ~:rn

segurança, e com as mãos s.em tocar em nt·nhum equipamento. Outra~ posiçõe:; podem ser

estipuladas (gavctat-, m~~a". bancos. dentro de pacotes, em bolsas), desde que o inicw da

prova esta não esteja na mão.

A fbtll a sC"guir. da décima terceiras pista do mundial de tiro. ilu~tra a ~itunç~ttl em

que a am1a inicia sobre a mesa c os tin.H ;;rto dados ntni~ desta.

Geralmente segura-se a arma C(lm as dua~ mão~. entretanto algumas provas exigem

o 1is n com apena~ uma das mãos. c.omo é o ca~o da prova uúmero um do campeonato

mundial demonstrado na fol(l a seguir.


Ocom·m variaçõc~ na~ J)(h:ções dos memhros inferiores quando atirando atra:> de

banicada, ~1oelhado. deitado "'prcooc'· c ~\.'ntaUll "knt.>eling'' A pista ~eís do campeonato

mundial. cn\'ll)via a pu:sição dt:itado para a realização de uma parte do~ 1iru5 c\igido~ na

11ista como ilustrado adiante.


O~ cancgadm es (locnl onde ;;e coloca a munição que vai ~er utilizada) são

posicionados de cab~ para baixo no porta carregadores c são coloc.ados no cinto do .. lado

fraco" (lado de menos dnnúnà.ncia) do corpo, a recarga (troca de carregador) deve ser teita

com a anna "quente'' (que está carregada c pode dispantr). O cinto ern que 'l' colon1 o

coldre de\' e estar ao ni-.·el da cintura exceto para mulheres nas quais este pode c:.tar abaixo

da cintura na altura da crista iliac~.

Hopkins (1987) referindo-se a elaboração de pistas para competição.

co1oca que os ttajdo~ de--em scr desafiedo,es e ptattcos. s.imulando cinscun~tãnciaç,

hipotéticas ou reais na.s quais a pistola dc..-fcnsiva deve ser rcali:,ticarm:nh.~ utili7ada. os

trajeto~ d(~vt:m ses Cl.'nários. que simuJam combates lles~o:ús. Estes. podem 'ir da vida re-al,

reproduzirem situações reais de combate, ~· ate atentados tcn·orisUIS Os t·cu;flio-; podt.~~tt

lambem vsr ainda da imaginação implicando em grande criati\'idadc.

Os cenários do XJ campeonato foram baseada~ em ceru1s de lilmes. a~ dua!'

fotoas a seguir, a primeira da pista 25 c a segunda da 26 caractcriz.tm daramentt' a

criatividade c diversidade de siltuwõc~.


Hopkins (1985) coloca q~tc pi~l<i~ devem inclutr tiro~ de mão forte e fraca.

recarregamento forçado. f)Oiiiçôe~ de tiro variadas (em p.;. de jor.:lho. dettado ~entadu}.

tirof. du]1lo~ e uma boa mistura entre di stJnci<t~ lnnga. média e curta. btc autor refere-se

lambem ,i... mà(.l!'. diZI.:ndo que de\em variar nas posições iniciais. exemplificando· n.> nln:l do

uwhra, lareta!, m~.:vJisJ arr:J, ,. br.Jro:. ar1r. tdtrl ,p.l7)

A pista dez da C(.IOlJ.Wtição mtuu!ml. exemplifica perfeitamente a variação da


7

0~ pcrcurl.>OS daeo pistaS são de!".enhados para tCSl8T 8 habilidade.! do l:OJrtpc."tidOt CIU

atjrar rapido e precisamente~ esta~ C\.tgência~ ~ão e;;clarecidas no principio I 7 do <:apitlllt>

;1 <Hllo'fX.'Iir.-;lo p..:itic.a é dirr·,·r..ificJd:t. I.JcntnJ do!i lumft')' eM r. ,y/Í~!rw, .t~


'''tJ.i(.'ik'" ,;o can.~I311tL'm~·ntc' moditicad;JS, nun,·il pt'JTJJJfmtfo '""iJ C'fJc.' t:i:Jii:nJrJD
de t,"r_•ttiC:I!; IJoi l.'flüÍJUt:U.'!'lfn' . .rh pr.>!iJ)' pod;:m "':r ll.'f>:'IÍ(};I\·, 1.'.'.1~
llT\'iJfÍ•fiÍ.':I
'h'llllflm:t pí,·m rk:v,• 'li..·r rr:pcrid.1 :1 um ponro d,,. pt.-rmitir '~ ·u UMJ ~.~ """ m~·dnl.t cl.·
hJbJ/r<f;,d~~ <k rim pnjtirn fp.3).

As competições dc"cm Sl!! reali/.adas de modo a avaliar os seguinte.; t-lcmentn;; ,

como coloca a CBTP l19~·1 no capitulo ~ quando c:,p~o.·~.:Hi&:,l snbre l) II'SC: ''IJWiíhniJ. entre

velocidade e precisao. n·;,Jimm, 'itmulando situações em que arm<ts de logo !)(ldem ~r

utilitadas. din:bitic:zçJo. variações nas :,ituéfçót.-s c po!--idonamento~ c l'~lJJo !wn·. podc·sc

apcna~ criar l>ituaçt\es que impliquem em d<.>terminadas po~i~·õ~ nus não pode exigir um

padrão para todos os atiradores, cada um <h..•ddc a melh<)t forma Cp 04).

Segundo a C.:llTP (199·) existem três tipos d~ pista' puhlf~dJ., (as que o:,

atitador~ recebem no mel)mo prcti'Ll comendo Ol> detalhes das pistas). ~·rm· wtrp.'l'';~, {t)tUHUlu
intbrnla-sc apcmu; uma visão re~trita da~ pista-.) e as .wrpn·t>a.~ (quando se inicia a prova com

inl(u mações limitada' .iiobre os posicionumcntos dos uivos)

É importante que as pi.;ta~ sejam CfJOstruJdas levando se em conta a segurança dos

ân,b'tllos de tiro c que todos os ob~táculll' (}l!~ exi~am nas pistas de\ em ser estruturados de

l(mna qm~ lndos os atiwdl)fe~ possam enfrentar com igualdade.

Existem normas de sÇgtn,lr:y<~ a !:-1!1em cumprida' durante a comp<:tição A amta

n:io pllde t-er ma:,ipulada a não ~er nas áreas de se.~ran~·a . Então. quando u atiradt.tr tiver

am1mar seu ffidlcrial ou fazer ltciucl em sect'l, de\·e se dirigir para estes locais A foto abaixo

ilu~tra e-;te locaJ:

As competições de tiro prâtico cst~lo dividid(lo.: po1 cat~gotias de disputa detinidas

pela CBTP rI W-] (:p.·r•••'tr.·,ud.Jf{/. l1infor(ate::! 1 anos). V.tmlJ~ ~· ~·mt~r(atiradnr lJllt! th cr mais

de 51 ano~)

Niio çxistc ninm:w fixo de pi~tas para as competições. varitnU(l de acm,lo com a-.

situaçõe'\ entretanto. as grandes competu;i>es compõem-se de 30-40 pishts. sendo


•)

reali1.ad<t!; 5 à 7 p•ovas por dia, iniciando de manhã em tomo das oitt.,·novc horas. tendo

inte1 valo de almoço de aproximadamente uma hora ~ meia. só acabando quando todos os

atircu.lnrcs terminam as provas Cada squad (equjpe) é fonnada de S à .J 5 J>ess<.'<~" dl' ambos

os se.xi)S, com tdade acima de 18 anos (idade mínima J){)t lei, mas pode ocorrer pankipação

tk rm:non.~~ ~:om auto1i~:ação JUdicial).

Antes da rcaliza~·~o da pi!.t.a. capôs a!; t:xplicações do RO o a!irador jumo

ao seu "quad, mentaJiza os procedimentos de ação (st.'~JUt~ncia l~m qut irâ acenar os alvos e

tormas de deslocamento c posicu.m!ur)Cnto). é cltamaao ''brief' • neste momento de tbrma

.alguma p\lde se pegar na arma. as duas fotos a s~"gliÍI demonqram ~le momento Sendo

que na primeira v.irios atintdon:)\ t!lll varias etapas deste processo. podl··sc \·c1 ainda. um

que usa o " \\ alkman" pam conccntr•tt-~c rt:sla il\·ão. ouvido mu;;1cn relaxante ou r.onnal: c

na sc~runda. a atiradora ulcm:i linha \!.abado de realizar o "brict"'. da utili:rCt (.1 S<tpinho de

pelúcia que está apoiado na ponte • no luga1 da anr1a durante e!-la fa~.
lO

Apo:> 3 auloritaçiiu d•• RO ('"ranger oAicc" que <' H'~ponsa~el pel!ls ações do

Jtiradn1 na pi-;1a) para municiar a anna. f;,J,amin !""'' c:Jt'rl'[lllr c pn.purar. e!>lc rwtgam:a "t' o
JJtlrador está pronltl. depois l.!a H!:-pt)~ta afim1attva. l' contp\~ti\1111 11.1n p<~de mais !>C mover c

ugua!dll a tiltunn fala do RO. ,j (')pt'rit, oii(II:JI Jlldt.:a que o crooogr.rio li.ti hg.-ll!o ~ () clUrttdor

só pode agir apo\ o ~1rMI dt:sre aparelho. Ao fin~tl dl'~ cirn~. o RO p~e para que am~a :;t•ia

dt:~llllJilll:lada ante~ de !iCr {:Q)oçadél 'lU Cl)idte A pontuaçio r vcritiçada ~~ regNtrada ficando
uma copiu com alitallm c a outra :lrqui,ad.:t para labul:t-;Ju do~ dado~

O tiro prático tem um nillllem cada ,cl. ma1or de adcplo'> no Brasil mes cominun

escasso tk csmdo!. científicos c biblinHn1lilf <:"f)t>cÍ:llll.'lda nacional r:_,.,t: ltahalho

nKmogrntko \'isa. então Cl,l<lhelccer um\\ fur.cam\!ntai,O:i\1 lc<Hica, e en\oh·c ainda. urna
11

proposta de preparação fisica específica para este esporte. A CBTP [199-] afirma no

capítulo 5 referente a modalidade IPSC, que a competição de Tiro Prático é, por sua natureza_.

variada, exigindo preparo físico, habllidade de tiro e de tomada de decisões (p_l~) associada a

necessidade de manejo complexo das armas empregadas durante uma prova com:

movimentos rápidos, com'da entre pontos distantes, passagem por obstáculos, acionamento dos

eqw"pamentos na pista, o uso correto dos postos de tiro definidos, tudo isso acrescentando aos testes básicos

de habilidade em atirar( p.14).

Baseada nesta colocação da CBTP [199-] e nos estudos internacionais já

realizados que envolvem a melhoria da condição fisica e consequentemente da precisão do

tiro e da velocidade de realização da prova, elaboramos e aprofundamosi a proposta de

preparação física específica que será posteriormente esclarecida.

A perspectiva de fundamentação científica desta pesquisa monográ:fica transcorreu

através de Documentação Indireta de duas formas: pesquisa documental e a pesquisa

bibliográfica. As fontes que foram utilizadas para a pesquisa documental são os arquivos

públicos e particulares do tipo escrito. Esta primeira fonte, segundo Lakatos, Marconi

(1991) pode ser municipal. cstadwl c nacional e contendo: documentos oficiais, publicações

parlamen!Jlres, documentos jurídicos e icografia (p.l76). A segunda envolve domicílios particulares,

instituições de ordem pn"vada e instituições públicas (p.l77). A pesquisa bibliográfica que também

será utilizada, corresponde para as mesmas autoras a toda bibliografia já to!Il3dE pública (p.l83).

Como fontes dispomos de imprensa escrita (revistas e jornais) e publicações nacionais e

internacionais, que levaram-nos ao contato direto com as produções existentes.


12

Este projeto monográfico inclui, ainda, dois relatos da aplicação da preparação

fisica específica proposta neste trabalho, em dois atiradores: um iniciante e o outro já com

experiência. Os dados destes trabalhos, estão colocados no quarto capítulo desta

monografia.

Um aspecto importante destacado foi o acompanhamento do XI Campeonato

Mundial de Tiro Prático realizado de 06 a 12 de outubro do corrente ano, no Brasil, na

cidade de Brasília, que enriquece este trabalho com fotos, recurso este, que permite melhor

compreensão desta modalidade.

Perspectivando a fundamentação científica deste esporte, na tentativa de

compreendê-lo e de colocar à disposição de atiradores, técnicos e profissionais de Educação

Física é que realizamos este trabalho monográ:fico elaborando uma bibliografia

especializada, esclarecedora e divulgadora sobre este esporte ainda elitizado e fascinante.


13

Capitulo/

Aprofundamento da literatura visando


fundamentar teoricamente o Tiro Prático

Diante da necessidade de fundamentar teoricamente o tiro prático e elaborar

uma bibliografia especializada, discutimos, neste capítulo, diversos aspectos que envolvem

este esporte, entre os quais, os aspectos anatômicos, os aspectos fisiológicos, os aspectos

técnicos e os aspectos psicológicos.

1.1- Aspectos AnatiJmicos

Os ossos, os músculos, as articulações e os ligamentos se interelacionam para a

realização de movimentos e para manutenção da postura. A postura de tiro não é tão

estática como parece, pois exige uma contração isométrica constante, descrevendo um

equilíbrio dinâmico.

Uma boa postura de tiro proporciona uma plataforma estável para o atirador

sem tensão excessiva dos grupos musculares envolvidos, e mantém o centro de gravidade

do corpo acima da área de suporte. A maior parte do peso~ segundo Antal (1989), é

distribuido pelas articulações do quadril, joelho e tornozelo através dos ossos que se

relacionam com elas (p.l20).


14

Os músculos que suportam estas articulações têm apenas uma ação passiva em

manter o equilibrio, coloca este mesmo autor, e acrescenta que se a postura de tiro não

coincide com o centro de gravidade o equilíbrio só vai ser mantido pela ação de poderosos

grupos musculares, isto pode levar a fadiga e instabilidade. Não há postura de tiro ideal,

cada atirador deve procurar a postura que oferece a maior estabilidade combinada como o

mínimo esforço.

Antal (1989) descreve componentes anatômicos envolvidos no tiro. De modo

geral, todas as articulações são estáveis em proporção inversa a sua faixa de movimento. A

articulação do quadril que atua no princípio de esfera e cavidade é inusual, durante a

manutenção da postura de tiro, ela é tanto instável como altamente móvel, a estabilidade

ocorre através de uma adaptação mútua com as superficies articulares do osso do quadril

com a cabeça do fêmur. A estabilidade desta articulação é obtida através dos músculos e

ligamentos que a envolvem. Para proporcionar urna plataforma estável, Antal (1989) afirma

que é importante que os pés estejam na largura dos ombros, num ângulo entre 37 e 42

graus. Se os pés estiverem muito afastados, o peso fica fora do eixo do fêmur o que pennite

um movimento lateral altamente móvel desta articulação, acarretando a perda de

estabilidade.

A articulação do joelho, durante a manutenção da postura do tiro, deve

permanecer completamente estendida, segundo Antal (1989), entretanto atualmente os

melhores atiradores do mundo posicionam-se com os joelhos semi-flexionados.

Já a articulação do tornozelo, com os movimentos de flexão e extensão,

rotação, inversão e eversão, é uma articulação menos estável que as duas anteriores e um
15

recurso utilizado são calçados que proporciOnem maJor estabilidade. O mecarusmo de

suporte dos pés, Antal (1989) analisa através dos arcos mediai, transverso e lateral; sendo

que estes arcos proporcionam uma platafonna flexível para sustentar o peso do corpo, o

qual deve ser igualmente distribuído para evitar estresse em qualquer arco individual ou

perda da estabilidade.

O direcionamento da anna a frente do corpo envolve principalmente a

articulação do ombro, e a do cotovelo. A figura a seguir demonstra um estudo

eletromiográfico que Antal (1989) utiliza para esclarecer os músculos envolvidos no

movimento de suportar a anna a frente do corpo na empunhadura com uma mão (p.l24):

·"""' -~--~
Deltóide

,..
•'
....... ~''

,.

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,'

.... •: ·'·'.
I
·. ';
'
' ··,

·. ':
!
'·'tI
I
1

O peso da anna implica que certos músculos, como o deltóide e o supraespinhal

entrem em atividade. A manutenção do peso por um certo periodo de tempo resulta num
16

"reflexo estático segmentar" da musculatura. O tremor que pode ser vi sto em atiradores

novatos e em atiradores fatigados é causado por uma resposta muscular variada pelos

impulsos nervosos estimulados pelo peso da arma. O treinamento pode proporciOnar força e

cooordenação para estes músculos. O estudo eletromiográfico verifica que o músculo

deltóide tem sua intensidade de trabalho variada para cada uma das três porções, em relação

a posição do tronco. Anta! ( 1989) diz que quando mais perto da postura ideal está o tronco,

menos fibras são requeridas para sustentar o peso da arma. Entretanto se houver inclinação

acima da necessária, a fadiga aparecerá mais rapidamente. O braço mantém-se estendido

através do trabalho dos músculos agonistas e antagonistas: o tríceps e o bíceps.

A figura abaixo ilustra a relação intrínseca entre a posição do tronco e a ação do

músculo deltóide quando se empunha a arma com uma mão, utilizada por Anta! (1989,

p.124):

jMuscúlo Deltóide

11··~~-T- -
17

A pistola é mantida pela pressão exercida pelos dedos, palma e base da mão. O

músculo flexor do antebraço controla a empunhadura através dos tendões que se estendem

até os dedos. Não existe separação entre a musculatura dos dedos, mas acontece ação única

para puxada do gatilho. Praticamente sempre que se precisa de ação separada dos dedos da

mão, particularmente do dedo indicador, é realizada contração de secções separadas dos

músculos flexores.

1. 2- Aspectos fisiológicos

Estudos provam que a braquicardia toma mais eficiente a ação do atirador por

"evitar" erros comuns principalmente a iniciantes, devido à queda da concentração ou pelo

estado emocional alterado. Com o treinamento esportivo, mudanças à nível de coordenação

da circulação sangüínea, deslocamento de volume por batimento do coração, economia de

trabalho (estabelecimento energético ideal) ocorrem no organismo. O treinamento

proporciona melhoria na economia respiratória, da freqüência cardíaca e da irrigação

sangüínea. Essas modificações elevam a capacidade vital e proporcionam boa oxigenação

sem aumento da freqüência respiratória. À nível celular, o treinamento desencadeia

processos bioquímicas de adaptação, como:

-maior concentração das fontes de energia;

-intensificação das atividades enzimáticas;

-aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação.

Para a realização de atividades físicas, a musculatura consome energia da combustão

de substratos energéticos. Estes substratos podem estar na:


18

-energia imediata ATP-CP;

-disponíveis na célula muscular, sob forma de glicogênio hepático e/ou muscular;

-partículas de triacilglicerol.

Em relação ao controle da respiração, Antal (1989) destaca que a respiração

implica em que o braço que segura a arma seja movido, por isso é importante interromper a

respiração durante o processo de pontaria. Este autor indica que antes de direcionar a arma

para o alvo, inspire e expire algumas vezes nonnalrnente, pois a respiração forçada ou

hipetventilação aumentam a :frequência cardíaca. O autor indica que se faça uma inspiração

profunda à medida que a arma é elevada em direção a marca do alvo para um ponto um

pouco acima do ponto visado, que permita que a elasticidade de sua caixa toráxica e

pulmões expirem algum ar. É importante não forçar a respiração enquanto se traz a arma

em direção a área de tiro. O músculo diafragma, deve ser mantido imóvel desde o início da

pontaria. Se o disparo não ocorrer em aproximadamente dez segundos, abaixar o braço,

respirar e recomeçar são os procedimentos recomendados.

O treinamento fisico aumenta a capacidade dos pulmões e o nível de oxigenação

do sangue. Uma pessoa sedentária tem a frequência cardíaca de repouso de

aproximadamente 80 batimentos por minuto, o treinamento físico pode, segundo as

discussões deste autor reduzir para 55 batimentos por minuto.

Durante a competição o estresse causa um relaxamento, pela liberação de

adrenalina na circulação sanguínea aumentando a frequência cardíaca em 50%. Para um

atirador não treinado esta chega a 120 por minuto, interferindo seriamente na habilidade de
19

atirar. Um atirador treinado tem sua frequência cardíaca nesta situação, afirma este autor,

em 80 batimentos por minuto (p.l27).

1. 2.1- Os efeitos das drogas no atirador

Drogas, neste contexto, incluem muitas substâncias usadas socialmente, corno o

álcool, a nicotina (do cigarro), chá e café.

Álcool é um narcótico, não um estimulante que tem efeitos adversos no sistema

nervoso central, na secreção gástrica e na circulação. Sua utilização segundo Antal ( 1989)

resulta na redução da capacidade de concentração, diminui a coordenação e reduz a

habilidade de reagir a tarefas. Causa ainda, desidratação, diminui a pressão sanguínea e

dilata os vasos periféricos, reduzindo o volume de sangue disponlvel na musculatura e no

tecido nervoso e aumentando a secreção gástrica o que conduz para dispepsia.

A nicotina tem efeitos prejudiciais quando o período de contato é longo,

incluindo em suas consequências o câncer, complicações respiratórias e diminuição do

diâmetro das artérias coronárias. Meta ainda, salienta Anta! (1989), o sistema nervoso

autônomo e esta estimulação causa aumento da pressão sanguínea e da frequência cardíaca

através da liberação de adrenalina. A nicotina também causa contração dos músculos

esqueléticos e aumento da frequência respiratória. Os efeitos no sistema nervoso central,

acrescenta este autor, ocasionam irritabilidade e tensão.


20

O café e o chá contêm cafeína, que tem poder estimulante que causa insônia,

aumento da frequência respiratória e cardíca e o tremor muscular.

Medicamentos podem causar reações adversas, principalmente quando os

componentes são aspirina, penicilina, beta-bloqueadores e benzodiazepícos (valium, librium

e mogadon). Estes efeitos colaterais podem aparecer no sistema respiratório como rinites

a1ergicas, bronquite asmática ou broncoespasmática; no sistema cardiovascular como

choque anafilático, angina e hipertensão; no sistema nervoso (central e periférico) como

tremores, em movimentos anonnais dos olhos, perda do tônus muscular, inquietude,

contração muscular, formigamentos, desmaios e vertigem; nos órgãos digestivos acarretar a

gastrite, diarréia, constipação, cólica, naúsea e vômito; e no órgão da visão pode causar

coceira, redução da acomodação, pouca nitidez das imagens e dor. O estado psicológico do

atirador pode ser afetado ocorrendo típicos efeitos colaterais como formigamentos,

irritabilidade, diminuição da capacidade de concentração, alucinação visuais e auditivas,

dores de cabeça, depressão, dificuldade de situar-se na relação espaço-tempo, distúrbio

emocional, euforia e funcionamento anormal.


21

1.3- Aspectos técnicos

Entre os aspectos técnicos do tiro prático abordaremos as posições de tiro,

a empunhadura, o saque, erros e educativos técnicos.

1.3.1- Fundamentos das posições de tiro

Anderson (1995c) em suas explanações, aborda as posições informando da

existência de três que são mais utilizadas: em pé, de joelho e a deitado.

Este autor detalha os passos para uma posição ''prone" baseado em

princípios técnicos:

1- aborde o alvo a um ângulo de 45 graus, o fado mais fraco ligcriramente


inclinado em relação ao alvo;
2- saque a anna com a mão mais forte de modo que a a.nna est,;g'a apontando em
direção ao alvo, simultaneamente e inclina em relação aos ombros e joelhos para
pemlitir a mão !Taca se apoiar direto sobre o chão, atira as dU11S pemas para traz
ao mesmo tempo que o braço ttaco e vai abaixando o tronco para o terreno;
3- ao mesmo tempo que o tronco abaixa a mão forte vai se estendendo em
dircçSo ao alvo;
4- assím que o tronco se apoia no chão desloca a mão fiaca para assumir a
empUJlhadura de dUB5 mãos. as mãos estão apoiad:ls no solo e nio a arma em si.
Quando a empunhadura é alcançath a mão forte libero a segurança e o dedo
envolve o gatilho (p.137).

A perna do lado fraco deve se apoiar e cruzar sobre a perna do lado forte, pois

desta forma, o corpo fica suportado pelo cotovelo do braço fraco o que mantém o peso

deslocado dos pulmões e diafragma do atirador que apeia a face no braço do lado forte,

minimizando o estresse e a tensão no pescoço e no ombro. Para atiradores que estão fora
22

do peso ideal, este autor indica que se ajoelhem nos dois joelhos e depois se abaixem um

pouco mais devagar, evitando que o peso fique todo no braço do lado dominante, com isso

há perda na velocidade. Em relação ao tempo entre o sinal inicial e o primeiro tiro,

Anderson (1989) elucida que dois segundos depois do mido do cronóg:rafo para o túv não é um

tempo incomum paro bons atiradores (p.13 7). Quando refere-se a posição ou a postura do tiro,

Anta! (1989) declara que antes que um tiro possa ser disparado, o atirador deve permanecer

em pé na posição apropriada, equilibrado, e seu corpo mantido finne sem contração

excessiva, de modo que a mão que empunhe a pistola aponte naturalmente em direção ao

alvo. Este posicionamento do pé, ombro, cabeça, braço determina a postura, a qual deve

ser adotada cada vez que um tiro vai ser disparado.

Não existe nenhuma regra específica ou de fácil aprendizado para definir a

postura ideal~ cada atirador deve encontrar a posição mais apropriada para sua estrutura e

suas características fisicas. Os pés devem estar posicionados de modo que o atirador fique

em pé confortavelmente, estes devem estar na mesma largura dos ombros, o peso deve

distribuir-se igualmente sobre os dois pés. A parte superior do corpo deve estar ereta sem

contração excessiva, a articulação do cotovelo deve manter-se estendida, sendo que todos

os movimentos laterais detenninam-se pela posição dos quadris e não dos braços, e nesta

fonna, a mão que empunha a arma só deve ser mudada pelo movimento dos pés ou pela

ajustagem do centro de gravidade de modo que ele coincida como o centro do alvo, se

houver movimento da articulação escápulo-umeral ou do punho para ajustar, os braços vão

retornar à posição lateral sob a solicitação de fazer a pontaria e disparar e esta não

permanecerá muito tempo no centro do alvo.


23

Para obter a postura apropriada, .>\ntal (1989) ensina alguns passos básicos:

comece direcionando sua am:Ja para o alvo, abaixe-a e feche os


olhos, eleve a pistola para a direção de tiro e abra os olhos; se a pistola estiver
apontando para fora do centro, movimente seu pé até que a pontada seJa
com"gida. Atiradores destros devem mover o pé esquerdo na direção oposta
daquela que oCOJTCU o erro, e então, deslocar o pé direito para obter de novo a
postura confortável. Repita este procedimento até que a pistola aponte
naturalmente ao centro do alvo quando se/JS olhos esrlverem fechados (p. I 5).

Este mesmo autor continua suas explicações, dizendo que a cabeça deve

estar nivelada com a linha das miras, pois se esta for inclinada para frente ou para trás causa

excesso de contração dos olhos, a face, então, deve estar virada quanto possível em direção

ao alvo sem causar contração excessiva para os músculos do pescoço (p.l5). Deve-se evitar

uma postura aberta (fazendo frente para o alvo com os pulmões), ou urna que esteja

completamente em linha fazendo o dorso do corpo em direção ao alvo; coloca Anta! (1989)

porque na primeira, o braço está fortemente suportado pelos músculos do ombro; na

segunda a cabeça está em uma posição tão extrema que a circulação fica dificultada e os

músculos do pescoço entram rapidamente em fadiga (p.lS).

Se a posição do atirador for mais frontal em direção ao alvo, o ângulo do braço

em relação ao dorso muda e o recuo vai ser absorvido apenas pelo braço resultando num

movimento apreciavelmente maior do braço que na arma. Quando empunha a anna com

uma mão deve se preocupar apenas com a que suporta a anna. E os músculos que não

estiverem completamente envolvidos no movimento requerido pela ação de atirar, devem

estar relaxados para reduzir esforços desnecessários.

Na maior parte das competições de tiro prático, coloca Antal (1989), a postura

Weaver é utilizada. Entretanto existem algumas exceções, pois para alguns tiros, a
24

distâncias maJOres que 25 metros, visando tiro único na cabeça do alvo, a posição

convencional (com uma mão) pode possibilitar melhores chances para um tiro preciso.

Este autor esclarece sobre duas outras posições utilizadas: ajoelhado com apoio

e deitado (p.l 02):

a) posição ajoelhado com apoio: braços ficam alinhados com o alvo, o pé esquerdo a

frente, mão direita no punho da pistola, e a mão esquerda envolvendo a direita. Realizar o

saque e se apoiar no joelho direito, apoiar-se no calcanhar direito, remover a segurança

assim que o cano deixar de direcionar para qualquer parte do corpo. A mão esquerda

envolve a direita à medida que a arma vai sendo apontada para o alvo, o dedo do disparo é

colocado no gatilho e o cotovelo esquerdo apoiado em frente ou atrás do joelho esquerdo.

b) prone deitado (cooper): posicionando-se ligeramente a direita do alvo e

abaixando-se apoiado nos dois joelhos; com a mão esquerda dirigida para frente em

pronação, saca-se a arma e projeta-se para frente com a palma da mão esquerda apoiando

no solo para amortecer a queda, puxar a mão direita com a pistola já tendo removido a

segurança. Envolva a mão direita com a esquerda e posiconar o dedo no gatilho; girar a

coluna para direita e colcocar o pé esquerdo em cima do direito mantendo o joelho

esquerdo no chão. Direcionar a arma tencionando os braços, fazendo a pontaria e atirando.

Em algumas competições, que exigem uma execução de um giro de 180 graus

antes do primeiro tiro. Dois métodos são usados, segundo Antal (1989): o giro do Coopere

giro Cowley. Este autor descreve estes métodos da seguinte forma.


25

~Giro de Coopcr- flexione os jOelhos e cruze o pé esquerda por trás e adiante do

pé direito colocando cerca de sessenta centímetros paro a din:íta, gire -os e

estenda os joelhos.

-Giro "cowley: .,_ gire o pé direito ao redor e em fi-ente do esquerdo, pivoteie

simultaneamente os pés e coloque os dois pés na posição weaver (p.JOJ)


26

1.3.2-Figura de pontaria e visada

Se o atirador adotar a postura e a empunhadura correta, a arma fica mantida

corretamente em direção ao alvo quando esta se eleva em direção ao ponto de visada.

Um pequeno ajustamento da linha de visada, deve pennitir a figura de pontaria

se nivele com o topo da massa de mira e a luz entre a alça e os dois lados da massa deve ser

mantida igual. Anta! (1989) indica que se memorize a figura de pontaria correta e para

mantê-la, o olho que faz a visada deve focalizar somente na alça e massa_ O olho não pode

tomar foco ao mesmo tempo no alvo e na alça e massa, e se o aparelho de pontaria não for

mantido em foco, não se pode verificar se o alinhamento está correto. Até mesmo um

pequeno erro vai ser grandemente aumentado na hora em que a munição deixar a arma para

atingir o alvo.

No início a concentração é direcionada na alça de mira, que deve parecer clara e

bem definida. A pontaria envolve correto posicionamento do aparelho de pontaria em

relação ao alvo. Se as rrúras estiverem corretamente estabelecidas para o alvo, e se o tiro é

disparado suavemente, o projétil vai atingir o centro do ponto visado, desde que a figura da

pontaria esteja correta. Normalmente um atirador visa um ponto um pouco abaixo do

centro do alvo de forma que possa repetir essa mesma posição consistentemente numa

sequência de tiros. Se o ponto visado for muito perto do local que se quer atingir, a alça e

massa, vão se misturar ao alvo dificultando a manutenção do mesmo ponto na mesma

altura e na mesma direção e elas vão se deslocar do centro do alvo. Antal (1989) diz que o

ponto de visada dev(: ser um terço d;J distância d;J base da marca do alvo pan1 o ponto visado (p.I9).
27

O olho dominante deve ser usado para a pontaria, quando não são utilizadas

miras extras. Para saber qual é o olho dominante, Antal (1989) explica um teste:

faça um círculo com o indicador e o polegar. sustente~o a 40 em de


sua face e olhe para um pequeno obJeto, mantendo esse circulo parado. Pdmeiro
feche um olho e depois o outro, o olho que focalizar o objeto no centro do
circulo tf o dominante (p.20).

A maioria dos atiradores faz a pontaria com a visão monocular, mantendo

apenas o olho dominante aberto, mas o esforço necessário para manter o olho firmemente

fechado enfraquece a concentração e aumenta a tensão nos músculos faciais. Uma forma de

contornar este fato é manter ambos os olhos abertos na realização da pontaria, e evitar

distrações usando um disco em frente ao olho não diretor (um disco translúcido é o ideal

pois a luz entrando por ambos os olhos permite a visão de profundidade), as miras devem

ser de tamanho razoável para não dificultar a manutenção de ambas em foco, a massa de

mira deve ser retangular em forma de um bloco, e o entalhe da alça de mira deve ser da

mesma forma que a massa, o que facilita centrar a massa de mira em relação a alça e a

faixa de luz visível em ambos os lados da alça de mira vão ter uma espessura suficiente para

este propósito. Como uma regra prática Antal (1989) diz que a alça de mira deve ser

inferior a um terço da espessura da massa de mira.

Normalmente, os aparelhos de pontaria das armas são ajustáveis, o impacto da

munição no alvo pode ser alterado movendo o aparelho de pontaria tanto lateral quanto

verticalmente. A arma não pode ser mantida completamente imóvel de modo que a posição

ideal de tiro, só pode ser mantida ou sustentada por alguns momentos. Um tempo longo

para liberar o gatilho corretamente, pennite que a anna se movimente numa área abaixo do
28

ponto visado. Nesta área de visada, Anta! (1989) lembra que é preciso escolher a posição

abaixo do local de disparo desejado. Este autor coloca que à medidli que o atirador se toma mais

treinado a arma vai oscilar menos e sua área de pontaria vai se tomar menor (p. 19).

A visada correta facilita a concentração e manutenção das miras propriamente

alinhadas, porque o atirador não vai estar tão preocupado com a relação entre sua visada e

ao ponto visada, porque vê uma faixa maior do alvo, o movimento da arma parece ser

menor, isto aumenta a confiança do atirador permitindo que se concentre na alça e massa e

na liberação correta do gatilho.

1.3.3- Controle do gatilho

Anta! (1989) afirma que:

a alma da técnica do tiro de pistola é a liberaç!Io controlada do


gatilho, todas as outros técnicas mesmo que perfeitas não contiuD nada se o
gatübo não for liberado pe&itamente, porque ela vai prejudicar a pontaria no
momento em que o disparo é feito (p.22).

Este autor, segue suas discussões sobre o controle do gatilho, enfatizando que o

dedo do disparo deve aplicar pressão no gatilho em linha reta para a retagarda em direção

ao eixo do cano, e para isso, o dedo indicador deve ser posicionado corretamente, isto é,

apenas com a parte central da falange distai encostada no gatilho, isto porque esta parte do

dedo se move em linha reta enquanto as outras se movem numa série de arcos (p.22).

Ressaltando que desta forma, o dedo indicador vai estar completamente afastado da anna e

do punho. Se a puxada não for reta para a retaguarda, ela vai causar desvio do cano para

baixo e para o lado. Se o indicador estiver em contato com a annação ou o punho, os


29

músculos da base do dedo vão aplicar pressão na lateral da pistola causando deslocamentos

laterais na hora em que o tiro é disparado. A pressão aplicada ao gatilho deve ser suave e

progressiva até o momento em que a munição é liberada.

1.3.4-Coordenação da liberação do gatilho e pontaria

Se o atirador mantiver a arma na direção do tiro por muito tempo, a falta de

oxigênio e a redução da histamina muscular vão fazer com que sua pontaria não seja estável

no momento em que o tiro ocorrer. Fazer a visada enquanto suporta a pistola é uma

atividade estática, e apertar o gatilho é uma atividade dinâmica, no entanto, usando uma

mão o atirador tem que coordenar ambas. Estas duas atividades, visar e mirar, ao mesmo

tempo, assim que a arma é levada em direção ao alvo, o atirador faz a correção final da

pontaria enquanto gradualmente começa a apertar o gatilho, assim que as miras se

posicionam na área de pontaria o tiro é liberado surpreendendo o atirador, isto é chamado

tiro subconsciente.

No tiro consciente, a liberação do gatilho é voluntária, quando a figura da

pontaria aparece correta, toma o esforço de liberar o gatilho rapidamente, causando um

deslocamento da arma. O tempo tomado na pontaria e na liberação do tiro é importante,

uma ação muita rápida vai causar o acionamento do gatilho defeitoso, e a demora faz com

que a pontaria seja instável e a mira saia de foco. A esta aJtura, o desejo de respirar toma-se

irresistiveL O tiro deve ser liberado no periodo ótimo, no periodo em que todos os fatores

são favoráveis, um ótimo é entre 5 e 8 segundos, veja o diagrama abaixo (p.22):


30

melhor período

--- habilidade de manter a posição


::';";·. _______ .., ..... . ..
-...--- pressão no gatilho
---·· ' ·,_
·' ''
_______..-----·
- ,_ resmracâo
~
.·• -:·----
' ·--.
máxima I concentração
eficiência I

7_ ~ 4 ~ h 7 R 9 10 11 1?_
tempo em segundos
O melhor período para se realizar o tiro com todos os fatores perto da máxima eficiência

Um dos erros mais comuns do tiro de pistola é uma súbita e consciente

liberação do gatilho após o período ótimo ter passado, o que causa tiro perdido. O atirador

deve usar pressão crescente contra o peso do gatilho. Uma forma de obter esta progressão

é apertar o punho mais forte, o que tende a aliviar a força do dedo indicador.

Surnarizando, nas palavras de Anta! (1989):

a) o olho deve estar focado na alça e massa, e estar num correto alinhamento;
b) o aparelho de pontada deve ser maDtido nfi área de visada abaixo da área de impacto;
c) enqiJJUJtO a figuro de pontaria for mantida co.Ireta, o gatilho é apertado
progressivamente;
d) se o gatilho não for apertado dunmtc o período ótimo, todo o processo deve ser
repetido (p.22).

O tiro deve ocorrer durante a visada, não devendo ser deixado para o final

da ação. Após disparar, o atirador deve continuar na visada, recordando em sua memória a
31

figura da pontaria que viu no momento do disparo. À medida que a pistola é inclinada para

cima pelo recuo, o atirador deve pennanecer imóvel, após esse rápido movimento a anna

vai retornar para sua posição antes que o tiro seja liberado. A arma, só então, deve ser

abaixada. Se esta sequência não for seguida, a pressão no punho vai ser liberada muito cedo

e a concentração na mira vai ser perdida antes da liberação do tiro.

Um atirador que abaixa seu braço assim que a arma dispara, tende a baixá-

la antes que o tiro seja liberado. A antecipação do tiro tensiona os músculos do braço e do

ombro, contra a expectativa do recuo, movendo a arma fora da direção da pontaria, o

relaxamento antecipado do punho e retirada do foco da pontaria causa perda de controle da

arma no momento do disparo.

1.3. 5-0s fundamentos da empunhadura

com as duas mãos e as suas variações

Anderson (1993) determina que os fundamentos de um tiro rápido e preciso

são: empunhe a arma :firme e dJJ mesma maneira para cada tiro e tenha a arma pronta paro o tiro çom a

menor perda de tempo possível (p.152). Este fundamento caracteriza-se pelo polegar

pressionando o dispositivo de segurança, a arma estando praticamente em linha com o ante-

braço.

A palma da mão posiciona-se atrás da arma e para absorver o recuo e direcionar

o tiro, isto vai rrrininuir salto e possibilitar maior rapidez de recobrimento, o que facilita que
32

o segundo tiro seja disparado. Quanto mais ahos os padrões de precisão, mais critica a

consistência da empunhadura se toma.

Antal (1989) ressalta a importância de que o eixo do cano coincida com a

bissetriz do polegar e do indicador, a mão deve posicionar-se confortavelmente na parte

superior da armação deve pennanecer apoiada no dedo médio. A maior parte do peso da

arma é suportada pelos três dedos que envolvem o guarda mato. Este mesmo autor destaca

que o dedo indicador esteja livre para mover-se, que a pressão do dedo mínino deve ser

menor que dos outros, que o polegar deve estar relaxado no punho sem exercer qualquer

pressão na arma, o que tenderia a levar a inclinação. Para obter um correta empunhadura

sugere que a arma seja pressionada contra a palma da mão, que os três dedos do dedo

mínimo ao médio, envolvam o punho, empunhando-a. A pressão e a posição da

empuhadura deve ser a mesma para cada tiro, a pressão a ser usada na empunhadura é

diretamente relacionada à que será usada no gatilho. A pressão do dedo mínimo e das

falanges distais dos outros dedos, devem ser núnimas para não forçar o cano para baixo,

causando tiro baixo.

Entre os tiros, Antal (1989) indica para relaxar a empunhadura (remover a mão

completamente da arma), o que segundo este autor facilita a circulação nesta região e

permite que se mantenha a empunhadura sem fadiga.

Os atiradores de tiro prático, para Anderson (1993) têm que aprender a

empunhadura consistentemente, realizando-a de fonna correta várias vezes. tanto atirando

em seco (sem munição) quanto com munição real, até que este fundamento tome-se um

reflexo condicionado.
33

1.3. 6- Saque

Anderson (1995 d) destaca que para atirar rápido é importante que o saque

seja rápido e eficiente.

Este mesmo autor exemplifica, buscando determinar o tempo entre o sinal

inicial e o tiro, os dados dos primeiros saques registrados com cronográfos eletrônicos, na

década de 50, como em 1959 do atirador Bill Jordan de 0,32 centésimos de segundo

atirando numa silueta do tipo "Colt" à 3 m de distância. Em 1959, um rapaz de 16 anos,

Thell Reed, teve registrado seu tempo entre o saque e o primeiro tiro, atingindo um alvo

com tamanho de um balão à 7 m com O, 12 centésimos de segundo, acrescentando o tempo

de reação e o tempo total do saque atingiu-se aproximadamente 0,30( trinta centésimos de

segundo). O autor considera uma boa peformance atingir um alvo de IPSC à 7m de

distância conseguindo pelo menos 90 % dos pontos máximos disponíveis.

Normalmente as annas usadas para o tiro prático, encontram-se no coldre_

Existe o momento, de remover a arma para apontá-la em direção ao alvo A velocidade

entre o saque e o primeiro tiro podem ser marcados pelos cronógrafos eletrônicos.

Anderson (1 995a) e1ucida que para sacar uma pistola de forma rápida

existem técnicas básicas. Ressaltando que este treinamento deve ser feito com a arma

descarregada partindo do princípio de que todas as annas estão sempre carregadas.

Ao realizar o movimento de saque, deve-se certificar que em nenhum

momento da trajetória da arma, alguma parte do corpo possa ser atingida. Este autor
afinna que buscar um saque Simples. seguro c eficiente que envolva quantJdddc rru"nima de monincnws

possíveis. ncccs.vra de inúmeras rcpcu"yõcs até automatizar r.:ste movimento (p 3 I. I 995a).

A velocidade virá a cada repetição e para garantir uma ordem correta do

aprendizado, Anderson ( l 995a) e\idencia a necessidade de se fazer o movimento de saque

interrompido, através de passos . .A foto abaixo, ilustra e facilitará a compreensão das

explicações a seguir.

Fotografia apud Anderson {l995a). p.3l.

Passo 1- a mão forte se direciona para arma e adquire a empunhadur~ o

dedo indicador permanece estendido fora do guarda-mato, e a anna travada (a trava é um

dispositivo de segurança que acionado, impede o disparo); o polegar está apoiado na

segurança, mas não vai tirar esta da posição. Um dos aspectos básicos para um saque
35

eficiente é adquirir a empunhadura correta assim que a arma é envohida. Um bom modo de

adquirir correta empunhadura no coldre é atentar para dois pontos: a posição da mão entre

o indicador e o polegar apoiando no dispositivo de segurança e o dedo médio na base do

guarda-mato {p.32). Se a região entre o polegar e o indicador e o dedo médio estão bem

colocados contra o punho da arma a empunhadura deve estar adequada. Para saber se a

mesma está correta, este autor indica que se realize o seguinte processo:

pegue a anJla aponta~ para o alvo já na posição do tiro, preciSMDente


já direcionada para o alvo e tente recolocá-Ja no coldre, voce vai sentir como os dedos e
a região da palma que encosta pressionam o punho dl1 arma. Simultaneamente a mão de
apoio deve se mover em posição pronta para asssumir a posição de tiro com as dU1IS mãos
(p.32)

As duas mãos devem iniciar o movimento simultaneamente, a mão de

apoio deve estar na posição praticamente ao mesmo tempo que a mão forte envolve a arma,

não deve haver qualquer movimento do corpo a não ser das mãos e braços, nenhuma

inclinação, nenhum balanço, movimento dos pés e nem inclinação exagerada do ombro, a

cabeça permanece reta e os olhos como o foco no alvo.

Passo 2· a mão forte levanta a arma do coldre até que o cano esteja livre, o

objetivo de parar o movimento é verificar se há tendência de começar a mover o dedo

indicador em direção ao gatilho, este deve permanecer estendido ao lado da armação e

fora do guarda-mato, o polegar da mão forte continua não libera ainda o registro de

segurança. (p.32).

Passo 3~ a mão forte leva para frente e para cima com o cano na horizontal

e apontando na direção do alvo. A mão de apoio fica próxima ao corpo até que a arma
36

comece a ser direcionada pela extensão do braço forte, estabelecendo a correta

empunhadura com as duas mãos.

A empunhadura deve ser completada ao tempo que o braço atinge a altura

do estemo, a este ponto, o registro de segurança ainda está engajado, e polegar continua

apoiando no registro e o dedo indicador não se posicionou no gatilho. Segundo Anderson

(1995a), neste momento, a !li111a está agora grosseiramente direcionada para o alvo que por definição é

UIIJa direçio em que ela pode ser associadE seguramente, o atirador está com a empunhadura da.s duas mãos

estâbelecida (p.34).

Este autor coloca que é essencial que durante os "primeiros milhares'' de

saques, o atirador pare numa das posições e verifique se a sequência está sendo

corretamente seguida, e enfatiza que mesmo os atiradores expen'cr~tes devem fazer estes estágios

dutrante a pnitica e ocasionalmente parar o saque na posição três e venficar que não há tendência a liberar

o registro de segurança ou começar a apertar o gatilho, antes no momento certo (p.34).

Da posição 3, traga a arma para a posição de tiro e só depois estenda os

braços para a posição final. Este breve intervalo, entre levantar a arma e estender um pouco

mais o braço vai permitir posicionar as miras exatamente na direcão do alvo, assim que a

arma atinge a posição final do tiro ela pode ser adequadamente direcionada para o grau de

precisão e com menor perda de tempo. Desde que a arma é apontada para o tiro após a

posicão 3 e as miras estão no alvo, é pennítido liberar a segurança e colocar o dedo no

gatilho.

Passo 4: as duas mãos levantam a arma na direção do alvo, ambas devem

estar envolvendo a anna, o foco do olho começa a variar do alvo para as miras para

verificar se estão corretamente direcionadas. Da posição 3 em diante, a arma está apontada


37

para o alvo, mas dependendo do grau de precisão o tiro vai requerer que se procure melhor

pontaria.

O atirador de alto nivel e instrutor J'Michael Plaxco chama este pré-

acionamento do gatilho de "prepping", e que este só deve ocorrer depois que arma está

direcionada para o alvo e começa a se deslocar para fazer o tiro. Com a prática dos treinos

com tiro em seco, este movimento estará automatizado. À medida que o tiro progride, a

facilidade do atirador em empunhar e direcionar a anna aumenta, ficando menos dependente

do refinamento, do direcionamento do aparelho de pontaria ou mais precisamente, a arma é

direcionada à medida que vai para o alvo exigindo cada vez, menos tempo de observação

visual e de correção no final do movimento.

Um fenômeno interessante, que o autor verificou com muitos bons

atiradores, é que à medida que sua a habilidade aumenta, a tra.jetólia da f1lilla do coldrc para a posição

final de tiro se toma mais próxima de uma linha reta ou se toma um único movimento (p.3-l-). A arma

passa a ser trazida direto para a linha do alvo, enquanto no início, deslocava-se 20 ou 30

centrímetros em linha reta até o alvo para depois ser levantada e deslocada 5 ou 6

centrímetros, exatamente o tempo necessário para se ter o posicionamento fume da

pontaria.

Nos mru.s altos níveis de tiro, a combinação da empunhadura com o

direcionamento do alvo, e ainda, a pontaria começam a ser tão precisas, que não há mais

necessidade de ajustagem final. A observação visual do alvo serve como um verificação de

que a arma está apontada e como indicação para liberar o tiro, este processo é a visão da

figura do alvo como "flash".


38

Anderson (1995a) diz para se praticar o saque com munição inerte (tiro em

seco), parar em cada passo e verificar cada etapa até que a sequência se tome um processo

condicionado. Apenas quando o saque se torna controlado à nível subconsciente, deve-se

passar a praticar com munição real, mas ainda assim, ocasionarnente, é importante parar na

posição 3. Para verificar se esses passos estão corretos, o autor propõe filmar o saque e

observar se na posição 3 a arma ainda está em segurança e se o dedo indicador está fora ou

dentro do guarda-mato, e verificar ainda se a arma está apontada em direção ao alvo ou

desviada.
1.3. 7-Os erros técnicos

1.3. 7.1 - O erro mais comum do tiro: jhinch

Fhinching*, define Anderson ( 1995 b), é uma reação fisica ao ruido r:: ao recuo da

arma assim que o tiro é dispa.mdo, e ocorre entre o puxar o gatilho e a munição sair do cano (p.48). Este

fenômeno thinching ocorre geralmente em todas as pessoas que atiram, sempre ou

ocasionalmente.

O fhinching pode acontecer em vários graus, e no seu extremo pode

provocar um movimento violento na arma. O ato de piscar é a reação menos perigosa do

fhiching entretanto é a mais dificil de ser detectada, e geralmente é a mais comum. O

thinching é detectado alternando munição real e munição inerte. Quando o atirador está

aguardando o disparo, até que o cão acione o percurssor, um fhinching negativo toma-se

perceptíveL A reação pode ser tão grande que a arma chegue ao limite de cair da mão. O

fato de piscar é pouco acentuado, podendo ocorrer tão rapidamente que o atirador não

consegue percebê-lo.

Anderson (1995b) afirma que o fhinching é um reflexo condicionado,

resultado de reflexo involuntário; é uma tentativa de proteger o atirador do ruído do recuo

da arma que está sendo utilizada. O movimento súbito e violento próximo dos olhos,

provoca um fechamento do olhos e um movimento brusco da cabeça em direção contrária

ao movimento. Um ruído muito alto, que não é esperado, provoca uma reação fisica

usualmente pela contração de certos grupos musculares num reflexo involuntário.


11 O lenDo Fhincbing seni u!J1izado em inglês, já que a maioda dos lenDas deste esporte

segue a lingtm inglesa.


40

Anderson (1995b) cita o técnico russo Yur'Yev o qual coloca que se alguém

que nunca atirou com uma l1I1118 e atira de rifle dados alguns ensinamentos básicos, desta fonna, diz de

para atirarem seco não vai haver nenhwna tendência inicial ao ihínching ou a piscar (p.49). Após atirar

com munição real, o atirador aprenderá que o tiro é acompanhado de um impacto no

ombro, enquanto tiver acionando o gatilho o atirador vai inconscientemente tensionar seus

músculos e empurrar seu ombro para frente de forma a contragir e antecipar ao coice. Desta

forma o atirador adquire um reflexo condicionado formado a partir de um reflexo

incondicionado. São necessários apenas poucos tiros para que este reflexo se estabeleça e

comece a ser formado, quando mais tempo este hábito continuar, mais profundamente

arraigado o reflexo se toma.

Anderson (1995b) enfatiza que a tendência ao thinching é m;Jiorqwmto maior é o

recuo e o ruído (p.49). Os efeitos do ruído e do recuo são acumulativos. Um tiro de uma arma

poderosa pode iniciar ou reforçar o reflexo do fhinching, mas uma quantidade de tiros de

uma arma menos poderosa pode ter o mesmo efeito, o ruído pode ser tão debilitante quanto

o recuo.

Algumas susgestões para este erro são traçadas, por este autor:

-nunca deixe que a arma 11lllChuque v~ nem o roído nem o rrcuo;


-se as placas do punho não fo.rern confortáveis, troque-as;
-se tiver algum canto vivo que possa te cort:ar. rrmom-o;
- use uma boa luva de tiro e use fitas para proteger os dedos e as articulações;
-nunca atir"e com munição real ~m usar protetor de ouvido;
-relacionar pcrfeittlmente o mído da anna e o protetor de ouvido necessário;
- altemar munição real e ml1!1Íção de festim usando o tipo de arma voct usa mais
trequentemente ;
- se usar um revólver coloque dUM munições vivas depois um cartucho inerte ,
outra munição real e mais dois cartuchos inertes, ginmdo a seguir o tambor e sem
olhar a posição da munição comece a disparar;
- pant pistola coloque três ou quatro munições inertes no meio da munição real,
é melhor que alguém faça isso por você, seria importante que você tivesse
certeza que todos os cartuchos de manejo tenham sido removidos e arwazcnados
longe da munição real e depois que acabar a seção de treinamento (p-49)
41

Para verificar se o ato de piscar ocorre durante o disparo uma câmera de

filmagempode ser a opção. Caso esta não seja disponível, outra maneira é sugerida, a que

Brian Enos utilizou. Esta caracteriza-se por olhar para a chama cor de laranja assim que a

arma dispara; não são vistas a chama, a massa de mira subir ou a trajetória da própria

munição significa que se está piscando.

Uma das formas de eliminar o flinching é através do tiro em seco; que

permite quase tudo o que permite uma munição real, exceto os efeitos negativos

introduzidos pelo ruído e recuo.

Em tiros muitos rápidos como IPSC, o atirador deve sentir o tempo e a

quantidade de reação muscular para contragir ao recuo e para colocar a anna novamente

em posicão no alvo. Isto só pode ser praticado com munição real. O técnico russo Yur'Yev

(1993) observa que quando o flinching é detectado o atirador deve parar de atirar com a

munição real e começar a atirar em seco para permitir que o sistema nervoso descanse do

recuo e do som de disparo, alterando os reflexos condicionados adquiridos como o excesso

de tensão muscular, a antecipação do tiro e a ação de piscar ao som do disparo, não vão

receber reforços e vão começar a reduzir até que desapareçam completamente

Anta! (1989) estabelece alguns mecanismos de verificação da visada e

percepção da postura de tiro. Estas estão colocadas abaixo:

a~ fique de pé de fiente a uma parede a dois ou três metros de distância estenda


o broço direito c feche seus olhos, ande em direçffo a parede e pare quando
pensar que vai alcançá-la. abra os seus olhos e vcnffque a distância entre a ponta
de seu dedo e a parede. Com prática você vai estar apto a chegar até seis
mJ1fmetros.
b- prenda um alvo com a parte de visada virada para a parede na mesma altura
do tiro, tome a postura de tiro de modo que alcance o alvo, mas use uma caneta
uma caneta ou um pincel atômico em vez da anna. Feche seus olhos e eleve seus
braços para a posição de tiro marcando no alvo como se fosse atirar. Relaxe e
42

repita o exercíco válias e várias vezes. Se sua posição de disparo estiver correta,
as linhas marcadas vão coincidir,
c- Use um diaiiagma ocular ou um tllpa olhos com um filro central nos seus
óculos de tiro, tome a postura de tiro, anume o diaffagma de modo que a sua
cabeça fique na posiçào no1111al de visada possa ver um objeto representando a
marca do alvo, relaxe, feche seus olhos e tome a posiçào de postunl de tiro outra
vez, abra seu<; olhos, você deve ser capaz de ver o alvo claramente através dessa
abertura; se ele não estiver visível ou sua postura esti incorreta ou você tem que
alterar a posição de sua cabeça (p.28).

1.3. 7.2- Erros técnicos e as implicações destes no local em que o

tiro atinge o alvo

Uma forma de eliminar os erros na empunhadura é a repetição do tiro em seco

(sem munição).

Já erros na visada são normalmente devidos a uma incapacidade de manter a

figura de tiro correta Uma forma de perceber este erro, diz Antal (1989) é atirar em uma

cartolina branca com munição, pois o fato de não ter nenhuma marca de identificação para

distrair o olho, o foco está concentrado completamente no aparelho de pontaria, não há

necessidade de manter uma relação entre o aparelho de pontaria e o ponto visado de modo

que uma instabilidade em manter a pontaria é menos visível e a liberação do gatilho é mais

relaxada.

Grupamentos extremamente bons podem ser conseguidos desta forma, apesar

deles virem a ter oscilações verticais. Qualquer tiro que estiver fora do grupo vertical, vai

ser resultado de um acionamento errado do gatilho ou empunhadura errada.


43

A liberação correta do gatilho pode ser melhor praticada com o tiro em seco,

mantendo a anna em relação a um fundo iluminado, à medida que o gatilho é pressionado o

movimento do cano pode ser observado sem distração do recuo. Antal ( 1989) ressalta a

importância de se praticar com munição real numa cartolina branca, os erros na liberação do

gatilho vão mostrar grupamentos desalinhados, o gatilho deve ser liberado no tempo ótimo

e um cronográfo deve ser usado para checar o progresso, este autor ainda coloca que

primeiramente deve-se usar o tempo que for necessário pois com a prática atinge-se uma

suave e controlada liberação do gatilho quase que instantaneamente.

A posição correta do dedo indicador para acionar o gatilho evita puxar o gatilho

lateralmente. O condicionamento dos sensores de posição leva a adotar a posição de forma

automática, mas o condicionamento deve ser reforçado de tempo em tempo, é necessária

prática constante para isso. A visada e liberação do gatilho devem ser coordenadas tanto em

trabalho de tiro em seco, com o tiro real.

Para finalizar esta parte deste trabalho, nos deteremos na análise de erros

técnicos, evidenciados pela posição dos tiros nos alvos, Anta! (!989, p.I03) que sugere

algumas razões mais comuns:

Grupamentos espalhados. podem resultar da perda de foco na massa de mira, ou

falta de controle o recuo, porque não há tensão suficiente entre as mãos que suportam a

arma

Grupamentos baixos. pode significar que a empunhadura está muito apertada ou o

aparelho de pontaria está desregulado.


44

Tiros a esquerda e baixo (seis horas): pode indicar um giro do punho ou

acionamento incorreto do gatilho,

Tiros para esquerdõ. (9 horas): a arma não está alinhada com o ombro.

Tiro para direita. empunhadura incorreta da mão esquerda (mão fraca) ou ação

incorreta do dedo no gatilho.

Para analisar os erros, Antal (1989) indica que se atire a curtas distâncias (até

1Om) e em velocidade, e enuncia alguns treinamentos que Jeff Copper recomendava. Atirar

150 tiros por semana para aprimorar as técnicas básicas, seguindo a seguinte sequência:

A· oito tiros simples à 7 metros sendo }segundo e meio por tiro, aumentar
gradiJtivamcnte a velocidade até atingir um segundo;
B- 10 tiros simples à 7 metros , de 1 à 1 segundo e meio cada, e aumente
gradativamente a distância um metros de cada vez até atingir dez metros;
C- 10 tiros simples ;i 15 metros, 2segundos e meio por tiro, e aumente
gradativamente a distância até 25 metros;
D~ 5 tiros duplos à 10 metros em 2 segundos, aumente gradaüvamente a
velocidade;
E~ 5 grupos de 4 tiros a 10m (dois tiros reca.rrega e dois tiros) comece a 8
segundos gradualmente reduza o tempo ;} 5 segundos;
F-~s grupos de seis tiros à 10 metros, comece com um giro de noventa graus e
acerte cada Wl1 dos Ires alvos dUils vezes, repita o exercício duJJS vezes, trabalhe
em busca de um tempo de qUiltro segundos;
G- três alvos distantes tres passos lateralmente um do outro, à distância de 10
metros (prova E/ presidente), comece de costas para o alvo, gire 180 graus
dispare dois tiros em cada alvo, recarregue e repim. O objetivo é atingir 10
segundos para os doze tiros. independente da pnirica do tiro, é importante ir para
a região de treinamento todos os dias.(p.103)

Em nenhuma prova de tiro prático, a arma é carregada antes da ordem do RO,

seguindo as instruções de Jeff Cooper, Antal (1989) destaca algumas informações para

inserir o carregador na arma:

A- tome a posição de tiro;


B- saque a ti.I111a com o cano voltado pam baixo, p.recione o cotovelo no tronco
lateralmente;
C- retire o carregador municiado e introduza na arma;
D- introduza o cartucho na câmi?I3 acionando o fenolho, coloque a arma em
segurança remova o canegador e colcoqut: no porta carregador;
45

E- saque um segundo c8.1Tegador e introduza-o na ;uma;


F- colcoque a anna no coldre;
G- complete o primeiro ca.rregador (p.103).

Na realização da recarga JeffCooper apud Anta! (1989) possibilita diretrizes de

ação:

A- tome a posição de tiro, posicione o cano áa arma para baixo, e trave o


cotovelo no tronco;
E-remova o carregador, e precione entre o dedo mínimo e o dedo anular da mão
que segura a arma;
C- recue o ferrolho e pegue a munição ejetada
D- apresente sua arma para inspeção,
E- retome seu cangadorparo o porta caiTegador e gwrde a munição que sobrou,·
F-inspecione a câmera e aUXJlie o avanço do kJTOJho, deixando o cão ir
suavemente para !tente;
G- recoloque a arma no coldre.(p.l04}

A operação prectsa do gatilho pode ser praticada com método de tempo

quadrante ("quadrant timing") estabelecido por Jeff Cooper relatado por !'u!tal (1989,

p.105) e introduzido na seleção americana por Jonh Drury. O exercício é conduzido com

tiro em seco e um estojo vazio deve ser introduzido na câmara para proteger o percursor.

Sustente a anna na mão direita com o cano na vertical e o cotovelo flexionado que deve ser

apoiado na palma da mão esquerda (em supinação e mantida próxima ao tronco). O braço

direito se desloca aproximadamente 45 graus (na direção do ombro ao estemo ),

simultaneamente o atirador deve contar até 5, e pressiona o gatilho. À medida que o braço

atinge o final do quadrante atingiu-se o tiro controlado (de surpresa). A contagem deve ser

gradualmente reduzida para quatro, depois para 3, até chegar em 1.

Anta! ( 1989) conclui que cada vez que o braço é movimentado da direita para

esquerda, e ao final do movimento, é obtido um disparo de surpresa, eventualmente isto


46

pode ser feito em menos que I segundo. É importante que os vârios elementos técnicos

sejam praticados e executados corretamente, a velocidade deve ser conseguida

progressivamente com a técnica correta


47

1.4-Aspectos Psicológicos

Para o atirador, a relação entre o treinamento mental e o treinamento fisico é

diferenciada de outros esportes.

Antal (1989) relata que a concentração do atirador é pelo menos 100 vezes maior que a de

um corredor de 100m. (p.l33). Diante da constatação que a existência da pressão da competição

possa causar resultados abaixo das possibilidades, afirma ser importante aplicar psicologia

para evitar grandes erros causados pelo estresse.

1.4.1-Reações ao estresse
O estresse fisiológico é um intenso estímulo que produz fortes reações

combinando fatores psicológicos, fisiológicos e bioquímicas.

Em situações de fuga ou de combate, destaca Antal (1989), ocorrem respostas

por reações do sistemas nervoso central. Entre elas ressalta:

aumento da úequincia canfíaca, aumento da pressão sanguinea, aumento da


trcquéncia respiratón"a, espasmos gastro-intestinais, diarréia, unila fiequente, aumento da
sudorese, tremor muscular, pêlo arrepiado, perda de cooordeaação, diminuição da
capacidade de concentnJçãq düatação da pupüa, medo e pensamentos negativos {p.J34)

Estas reações são perfeitamente normais. Entretanto, estudos já evidenciaram

que um baixo nível de ansiedade auxilia na concentração, aumenta o estado de alerta e

aguça os reflexos. A reação individual ao estresse depende da personalidade,

condicionamento e da proporção de importância da tarefa a ser realizada. Geralmente, um

ótimo nível de exitação é alcançado com aumento da ansiedade em padrões normais. Acima
48

deste nível, a performance começa a decair, com efeito ocorre uma notável interrupção na

habilidade de ação.

1.4. 2- Ansiedade e medo

É importante distinguir a ansiedade do medo. O medo emoç§o negativa:

antecipação desagradável do futuro baseada em fatos reais ou imaginá.dos (p.J34) A ameaça externa

evoca estes fatos e acarreta reações :fisicas, psicologicas e bioquímicas, efeitos estes

similares dos causados pela ansiedade.

A ansiedade é uma a experiência mais compreensiva e ameça mais interna e

claramente, baseada não só na experiência como na antecipação de uma situação calamitosa

e desastrosa. Quando controlada aumenta eficiência e performace. Este é um sinal para a

ação, e principiando que a ação vai reduzir a ansiedade. A não-ação vai aumentar o nível

de ansiedade, causando o condicionamento, reforçando a ansiedade.


49

Capftuloll

A relação entre o condicionamento fisico e a habilidade de atirar

Este capítulo dividi-se em duas partes principais, a primeira refere-se aos estudos

já realizados enfocando a relação entre o condicionamento fisico e a habilidade de atirar. A

segunda parte caracteriza-se por uma explanção na proposta de preparação fisica de Anta!

(1989).

Anderson (1996a) traz entre as diversas comparações de pesquisas realizadas com

atiradores de várias modalidades, um quadro esquemático das aptidões fisicas que

contribuem para melhores resultados por diversos fatores, que foram traduzidos da língua

original inglesa para serem agora apresentados:

J) A percepção fisica conduz, ajuda o atiradOI a empunhar a anna sua.ve e


rapidamente, segurar a anna finne, manter o corpo durante o tiro e mover-se
rápida e suavemente entre as posições, como aincb manter-se alerta e pronto por
longo período de tempo.
2) Auto estima e auto confiança são acrescentadas quando o atirador conhece SUJJ
preparação física. Esses fatores parecem críticos para o topo da performance de
tiro.
3) Formas a/temadas de recreação podem possi!JJlitar UJIJa pausa ideal nos
momenros de treinos monótonos c rotineiros do tiro prático. Essa pausas levam o
atirador a retomar para o tiro com entusi8SJIJO e energia.
4) Manter elevado um programa regular de aptidão requer do atirador o
desenvolvimento de uma discip]ÍIJJJ mental e perseverança, qUBlidJJdes que são
necessániJs para o topo da pcrfoJDlanCC de tiro. (p. 81).

Este mesmo autor, comenta que os estudos de Libasci A. M., um coronel

que fez uma inspeção nos trinta e cinco melhores atiradores de precisão do pais, em julho

de 1949, no qual se incluiarn nomes legendários Joe Benner, BillToney e Harry. Esta

inspeção visava analisar a altura, peso e condicionamento, relacionando-os a habilidade de

atirar. A altura média dos homens selecionados era de I metro 72 centímetros, e peso médio
50

de 84 quilos . Baseando-se nas tabelas militares para a relação ideal entre peso e altura,

Libasci concluiu que 60% do grupo tinha mais que 4,5 quilos acima do peso ideal, 71%

escreviam a si mesmo como tendo condicionamento físico médio, 37% eram fumantes e

89% usavam álccol pelo menos ocasionalmente. A idade média do grupo era de 40 anos.

Em relação a altura Libasci apud Anderson ( 1996a) concluiu que esta não

causa muita desvantagem e em muitos casos, é uma vantagem, isto é, atirar sob barreiras,

sob obstáculos, através de portas pequenas, como ainda, atirar em túneis. Anderson (1996

a) determina a partir destes estudos que a agilidade, eqm1íbn0 e cooordenação parecem ser

mais importantes do que altura e força.

O condicionamento físico geral dos atiradores de elite atualmente em ação,

estão muito a frente do grupo estudado em 1949. Anderson (1996a) afrrma que quase todos

os atiradores incluem rigorosos treinamentos físicos em seus programas gerais de

desenvolvimento. Que em relação a fumar não só, não fu~ como radicalmente são

antitabagistas e em relação ao álcool, aqueles que usam se limitam a si próprios para

cervejas ocasionais ou copos de vinho, mas a maioria é totalmente abstinente. Este autor

encerra suas discussões sobre o condicionamento e a habilidade de atirar, dizendo que a

segunda é melhorada pela primeira, mas não da mesma forma que em outros esportes,

justificando que o tiro em si traz muito pouca contribuição para o condicionamento.

PuUum, Hanenkrat (1981) envolvidos nos debates sobre o valor do

exercício e do condicionamento físico reportam-se a pesquisas que evidenciam as

controvérsias existentes nos estudos sobre programas de treinamento e habilidade de tiro.

Citam primeiramente, um estudo realizado pelo Dr. Porsch., na Áustria, e publicado no


51

"UTI Journal", em setembro de 1974, em atiradores de elite_ Estes indicaram que

frequência cardíaca baixa era benéfica, sugerindo que o treinamento para aumento de

resistência cardíaca poderia melhorar a habilidade do tiro (p.l61). Estes autores reportam-

se ainda, a outra reportagem publicada por Dr. Walter Bauer, no "l.JlT JoumaJ" em julho

de 1976, na Alemanha que conclui que um bom tiro não depende apenas de baixa pulsação e

exercícios físicos extenuantes não tem valor p8.11l o atirador (p. 161 }.

Pullum, Hanenkrat (1981) utilizam-se para estas discussões, de um trabalho

realizado pela Universidade Estadual da Pensivânia, o qual sugeriu que frequência cardíaca

baixa era importante para atiradores de fuzil mas tinha pouco efeito para atiradores de

pistola, o que contrariava os estudos realizados em atiradores de elite de pistola que

comprovava que realmente havia condicionamento fisico maior que a média nos atiradores

em atividade (p.161).

Dos estudos realizados sobre preparação de atiradores que traçam

considerações sobre a relação entre o condicionamento fisico e a habilidade de tiro

podemos destacar Romero (1984) que relata a importância de um programa de exercício

que trabalhe o sistema cárdio vascular e a resistência localizada dos membros superiores.

Cita entre os exercícios para o sistema cárdio vascular a corrida, a bicicleta, a natação, mas

não especifica intensidade, duração ou :frequência cardíaca. Os membros superiores

trabalhados, segundo Romero (1984), levariam a evitar oscilação em sustentar o peso da

arma.

Pullum, Hanenkrat ( !98!) relatam uma pesquisa realizada por Marie

Alkerie, da Universidade Estadual da Pensilvânia, com atiradores de elite tanto de rifle


52

como de pistola, a qual concluiu que os principais fatores na perfonnance de um atinidor bem

sucedido é alto nível de auto estima e preparação mental(p. 162).

Yur'Yev apud Anderson {1996a) discute sobre a utilização de

levantamento de pesos na preparação fisica de atiradores:

Muitos técm'cos e ins!nJfores tem observado que qllllSe todos


os arqueiro~ esquiadores, corredores de qualquer terreno e atletas de campo,
além de nadadores, nonna/mente obtêm bons resultados no tiro, por outro fado
levantadores de peso atiram muito mal e obtem resultados menos satisfatón"os
(p.80).

Anderson ( 1996a) conclui a partir da afirmação de que vários técnicos e

atiradores observaram que normalmente os atletas de esportes que exijam movimento, tem

bons resultados também no tiro, porque desenvolveram um bom condicionamento fisico

geral.

Jonas (1984) relata uma história de uma das equipes Islarelences que foi

enviada para se vingar dos assassinos da equipe olímpica de 1972. Dave (um americano e

um ex-fuzileiro naval), o instrutor de armas de fogo que treinou os agentes israelenses falou

aos estudantes interessados em tiro : se você quer aprender .a atirar tiro ao alvo, você deve se juntar

ao time olímpico. Eu vou ensinar a vocês tática de tiro de competição (p.50). Jonas (1984) traça os

princípios de Dave em relação ao condicionamento fisico dizendo que este e.rn um fanático em

relação ao condicionamento físico, não a força mas a coordenação (p.5l ). As palawas de Dave apud

Jonas (1984) expressavam nitidamente sua concepção:

se você quer jogar pedra no inimigo então faÇ3 levantamento


de peso se quizer atirar neles, então pule cor4 exatamente como as meninas
fazem e pelo menos uma hora diariamente todo o grupo proticava exatamente
dessa fonna. pulavam corda como menininhas de 12 anos (p.51 ).
53

Dave parecia ter uma crença mística entre a habilic!E.de de pular corda e a habihdade

de usar uma arma eficientemente~ coloca Jonas (1984) a partir citação máxima: se você não pode

pular corda você não pode atírar(p.5I ).

É importante destacarmos a expressão crença mística utilizada para

justificar o uso do pular corda com elemento auxiliador no treinamento de tiro. Nenhuma

explicação baseada em teorias interligadas ao treinamento foi estabelecida, apenas os

resultados eram colocados como suficientes para justificar esta prática.

Dos estudos já realizados e das propostas de treinamento pesquisadas para esta

monografia, encontramos diferentes abordagens a de Yur'Yev (1993), a de Antal (I 989) e a

de Pullum, Hanenkrat (1981 ). Entretanto confrontá-las estenderia ainda mais este projeto.

Os autores preconizam, em seus estudos, experiências com alvos em diferentes

distâncias, incluindo alterações de posicionamento e utilização de variados equipamentos

específicos para o tiro, a fim de buscar o que melhor se adapta. Amai (1989) relata que os

melhores atiradores do mundo indicam o tiro em seco corno fundamento básico da

preparação técnic~ mental e fisica.

Gerschler apud Antal (1989) diz que a qualidade da percepção do movimento

influência na execução deste movimento (p. 156) devido a ação da repetição mental que

ressalta os caminhos para a estabilidade motora.

O treinamento autôgeno além de simular a pressão da situação real, afirma

Antal (1989), aperfeiçoa a concentração e adapta o corpo às substâncias que são liberadas e

alteram o estado normal do organismo.


54

O treinamento para o condicionamento físico, interfere através da coordenação

fina necessária para a técnica de treinamento, mas sessões regulares de tiro em seco (sem

munição) preservam "a sensibilidade" do atirador e ajudar a um empunhadura perfeita.

Urna vez que o condicionamento físico e as outras essencialidades básicas

tenham sido atingidas, o atirador deve concentrar em aumentar suas habilidades técnicas e

atitudes mentais enquanto mantém o condicionamento.

Durante o período de treinamento tanto o atirador quanto o treinador, devem

checar o a perfonnance e planejamento para a competição e medir o progresso. Fazendo a

verificação, de tempo em tempo, pode-se avaliar se está ocorrendo aumento ou diminuição

da habilidade de tiro. Registrando estes dados, toma-se possível planejar para atingir auge

da forma física e técnica no momento da competição.

O tempo e o horário de treinamento devem coincidir com os calendários de

realização da competição. O condicionamento físico deve ser mantido por exercícios

regulares, preparando o atirador para a rotina competitiva.

No final do treinamento intensivo, o atirador deve gradualmente reduzir o

trabalho de peso. A rotina do atirador deve incluir exercícios pré-competitivos, o

treinamento técnico (principalmente tiro em seco) e o tiro real.

Uma vez que a frequência cardíaca esteja normalizada o atirador está preparado

para a disputa final Alongamentos específicos para o tiro prático devem ser realizados,

seguidos pelo tiro em seco.

Da preparação para competição e táticas de Antal (1989) podemos destacar:

a- faça uma lista de controle para ganmtir que tem tudo que precisa;
b- prepare a sua anna carregadores c munição;
55

c~ chegue cedo ao local da competição para estudllr a confonnação das


pis!Es e planejar as estratégias de tiro, estude as regras e procedimenros
da competição;
d· faça alongamentos e na área de segurança pmtique tiro em seco;
e- no local de disparo reveja menmlmente o cstágio e aplique métodos
de relaxamento mental;
f.. esteja preparado mental e fisicamente para tudo, inclusive falhas da
anna.
56

Capítulo 11/

Questões teóricas para a proposta de preparação física específica

Barbanti ( 1996) esclarece que o treinamento fisico é baseado em três

princípios biológicos: princípios da sobrecarga, o princípio da especificidiide e o pn"ncípio da.

reversibJ]idade (p.23).

Para elucidar sobre o princípio da sobrecarga, este autor segue a definição de

Volkov (1975), as mudanças fimcionais no co;po ocorrem somente quando a carga é suficiente para

causar uma ativação considerável de energia e mudança plástica nas células relacionadas com a síntese de

novos tecidos (p.23).

Barbanti ( 1996) acrescenta que a concentração funcional ou adaptação_ que acontece

no organismo durante o treinamento fisico, é determinada pela natureza da sobrecarga, sua intensidade e

volume {p.23).

O aumento da sobrecarga, independente de sua natureza deve ser

progressivo e sistemático, é de suma importância diante da proposta deste trabalho, pois, se

um treinamC!Jto específico tem efeitos específicos sobre o organismo, Oll seja., o organismo sempre se

adapta de modo específico ao que lhe for oferecido (Mt:lleroulias & Meller (1979) apud Ba.rbanti (I 996).

Esta solicitação específica, define o que Barbanti ( 1996) chama de Lei a.


Qualkkde do Treinamento, o que justificaria a adaptação específica à prática da atividade fisica

realizada.

O terceiro princípio, então, o da reversibilidade, assegura este mesmo autor,

que as mudanças corporais consegwdas pelo treinamento físico são de natureza transitón"a (p.25}, isto é,
57

quando o treinamento é interrompido, as mudanças morfológicas e funcionais retomam aos

níveiS iniciais.

Seguindo estes esclarecimentos, discutiremos o treinamento físico.

Para orientar o treinamento é necessário conhecer corretamente o estado e

as possibilidades do organismo do atleta, para organizar o treinamento de maneira a atingir

a forma e mantê-la no periodo competitivo.

Para que resultados positivos sejam atingidos e que progridam

consideravelmente, é impressindível, como coloca Matvéiev ( 1981) conhecer as

características da atividade desportiva do atleta~ pois, esclarece este autor:

a especialização realizadE de acordo com as suas características


indiVJduais pennite revelar plenamente as suas capacidades no âmbito do
desporto escolhido e satisfãzer as suas inclinações desportivas {p.41)

Mas para o desenvolvimento máximo de qualquer capacidade física,

Matveíev (1981) diz que esta deve estar associada ao processo de desenvolvimento

múltiplo.

Para fundamentar e determinar o volume de carga a ser utilizado, indícios

internos quanto externos devem ser considerados: duração e velocidade da execução da

prova, número de repetições e tentativas, distância total naqual ocorre deslocamento. Os

índices de quantidade de dias de treino, quantidade de seções de treino, tempo gasto para a

execução. Outro fator importante explicado por Zakharov ( 1992) é que

nem todas as cargas, mesmo a.s cargas fisica.s sistemáticas, podem causar
a elevação das possibilid:uies fimcionais do organismo. A elevação
progressiva do nívt:l de treioo só é possível, qlllJIJdo a grandeza das
cargas atinge ou supen1 o limiar determinado de mobüização d1ts
reservas fimcionais do organismo (p. 73).
58

Existem diversos fatores que devem ser considerados para elaboração de

uma preparação específica para atiradores, entre elas destacamos as seguintes capacidades

físicas relacionando-as às caracteristicas do tiro prático:

a) Particularidades do treinamento da rapidez de reação motora:

Segundo Zakharov (1992) mede-se o tempo dJJ reação motora pelo intenralo entre

o surgimento do sinal e o início da ação de resposta (p.l43).

E se compõe de cinco fases:

1- excitação dos receptores em resposta à irritação;

2- transmissão da excitação ao sistema nervoso central;

3- processamento do sinal nos centros nervosos e a formação do sinal

efetuador de resposta;

4- saída do sinal eferente aos músculos em atividade;

5- desenvolvimento da excitação do músculo e superação da inércia de

repouso.

Se a reação for conhecida pelo atleta, chama-se simples e pode ser

explicada pela reação do atirador ao sinal do cronógrafo para o inicio da prova. Outra

classificação é a reação complexa é quando o atleta deve reagir a objetos em movimento

(alvos surpresa).

A ação que surge entre o sinal de partida e a saída revela que um período

de tempo é necessário para o acionamento das fibras musculares. Obedecendo a uma


59

regularidade de fisiologia sensorial, que geralmente tem valor limite de cerca de O, I O

segundos.

Anderson (1995d) esclarece que existem dois componentes mruores

envolvidos no tiro, o tempo de reação e o tempo necessário para completar o movimento

fi si co.

Reflexos envolvidos no tiro: as reações são retomadas com base no

instinto, essas ações podem ser categorizadas como involuntárias e ou reflexos

condicionandos, os reflexos involvuntários são inatos, por exemplo, o reflexo patelar ou o

piscar dos olhos em reação a um movimento súbito próximo ao órgão da visão. A

velocidade primeira deste reflexo aparece como determinante genética mas pode ser afetada

pelas questões gerais de saúde e pelo condicionamento fisico.

As ações voluntárias são aquelas que são controladas pelo nosso desejo;

por exemplo, quando uma pessoa está começando a aprender o saque os movimentos são

feitos sobre controle voluntário após o sinal de partida o ponto de partida para acionar os

mecanismos que realizam o movimento, pois ao ruído do cronógrafo, o atirador pensa que

tem que começar o movimento da mão até a~ fazer a pontaria e atirar.

Com um número grande de repetições, o movimento do saque se toma um

reflexo condicionado, permitindo responder a estímulos específicos sem necessidade de

consciência, a uma velocidade comparável com nossos reflexos involuntários: o cérebro

recebe a mensagem, a elabora e envia resposta a musculatura específica da ação, a

velocidade de um reflexo condicionado é afetado por diversos fatores.


60

Os reflexos condicionados na melhor das hipóteses podem se aproximar da

velocidade dos reflexos incondicionados, o ponto máximo para um indi"íduo é muito

próximo de sua potencialidade genética, afortunadamente a diferença entre a velocidade e

os reflexos normais é muito pequena a taxa varia de O, 15 a 0,20 segundos, afirma Anderson

(1995d), naturalmente há indivíduos exepcionais ou ambos lados da escala. Mesmo neste

caso, a diferença entre a velocidade inerente do reflexo é provalvemente menos importante

do que o modo como o reflexo é absorvido por meio de repetição, o grau de preparação

fisica , o tônus muscular e o grau de alerta.

O tempo de reação também é afetado pelo tipo de estímulo. Anderson

(1995d) demonstra estudos em humanos, os quais respondem mais rapidamente a estímulos

sonoros do que a estímulos luminosos. O tempo médio de resposta a estímulos luminosos é

de aproximadamente de O, 18 segundos, para um estímulo de som o tempo de reação médio

é de O, 14 segundos, quando treinando para competição reagindo ao estímulo sonoro do

cronógrafo.

Yur'Yev (1993) relata estudos com vários atiradores de alto nível. Estes

estudos envolviam testes de reação motora, e este foram estruturados da seguinte forma:

num primeiro estágio os sujeitos da pesquisa tinham que acionar um botão ao estímulo de

luz piscando numa tela, o tempo médio de reação foi de O, 17 segundos. No segundo teste

as luzes eram de cores diferentes, vermelho e verde, piscadas aleatoriamente, as pessoas

tinham que pressionar apenas o botão quando a luz verde piscava, o tempo de reação

aumentou para 0,28 para 0,30 segundos, e mesmo neste caso, algumas vezes se tomava a

decisão errada. No terceiro estágio repetia o segundo, exceto que as pessoas precionassem
61

apenas quando tivessem certeza da luz, o tempo aumentou para 0.40 segundos. Os centros

nervosos adicionais no córtex cerebral tem que ser usados para tomar a decisão correta,

essas pessoas eram atletas de alto nível (nas condições de pico) sabendo que tinham que

reagir com uma simples decisão sem sérias consequéncias se errassem

Quando treinando na pista, o tempo de reação pode ser considerado muito

bom se ficar em tomo de 0,15 a 0,20 segundos. Anderson (!995) relaciona estes dados ao

tempo de saque atual, considendo um tempo de saque, resposta e acerto de 0.25 já scâa uma

perfonnace exepcionalmente boa (p.122).

b) Velocidade (curta distância)

Nas provas de tiro prático, as distâncias percorridas são curtas variando de 2 à

1Ometros e ocorrendo recarga durante. É importante esclarecer, que não se trata de correr

livremente, o atirador corre durante a prova com todo o equipamento e quase sempre com a

arma em uma das mãos. Os treinos devem envolver corridas de curta distância nesses

padrões das condições de competição. Existem diversas formas para eliminar artificialmente

a parcela de resistência externa ao movimento, o que cria premissas para o aumento da

velocidade, o que para Zakharov ( 1992) intensifica o processo de adaptação dos sistemas fimcionais

que asseguram os movimentos com uma velocicbde alt;J (p.I54) .

Nas provas de tiro prático, em geral, a economia de tempo ocorre através de

saque rápido da anna, rápido deslocamento entre as estações, da rápida recarga durante a

prova, estes fatores possibilitam mais tempo para realização dos tiros com precisão.
62

c) Coordenação

Considerada por Zakharov (1992) a capacidade de din'gir os movimentos de acordo

com as condições de solução de tarefas motoms (p.l68).

É importante ressaltar que a execução racional dos movimentos, somente são

excitados os grupos musculares responsáveis pela ação motora, estando relaxados os

grupos musculares não atuantes. O treino "permitiria" o recrutamento ideal para execução

do movimento. No caso do tiro, principalmente em relação a empunhadura, é necessário

ressaltar que apenas a "mão fraca" (a não dominante à nível da lateralidade) realiza força

para segurar a anna, já a "mão forte" deve ter "'força" apenas com o dedo indicador que é

o responsável por puxar o gatilho.

Durante o tiro há uma modificação estática e dinâmica constante. Na posição

corporal, durante a realização do tiro, há o trabalho estático e o movimento do indicador é

dinâmico. Devido a estes dois trabalhos simultâneos da musculatura, ocorre a dificuldade do

tiro.

Essa duas ações musculares - estática em uma posição de repouso, assim corno

a dinâmica do movimento do gatilho, são comandadas pelo sistema nervoso centraL É por

conseguinte, difícil só contrair os músculos do indicador necessários para o disparo,

enquanto os outros dedos não devem contrair-se.

Quanto mais o conjunto de músculos está relaxado, mais facil é trabalhar os

músculos necessários no movimento de puxada do gatilho. A ordem atirar vem dos centros

nervosos, e a imobilidade da anna desaparece, isto resulta que o atirador não seja capaz de
63

pôr em funcionamento unicamente os músculos que contraem o indicador. O comando de

atirar ativa os outros grupos musculares e a arma treme, por isso que as duas condições de

repouso e ação devem estar treinadas de maneira a tomar essa ação eficiente.

Para Weineck (1986) só uma coordenação intra e inter muscul.uótima pennite melhorar

a cooperação dos agomStas e antagomStas, assim como o número das unidades motoras ao mesmo ativúb.s,

daí a elevação de força da ace/eracão da musculatura. (p.l39).

d) Resistência

No tiro prático se analisarmos na busca de definir o tipo de resistência

envolvida, podemos concluir que, se considerarmos o trabalho total nas pistas,

caracterizamos a resistência muscular geral dinâmica, pois mais de 116 à 1/7 da massa

muscular estão envolvidas, esta atividade dura mais de quatro minutos, e a freqüência

cardíaca de 120/min é atingida. Mas toma-se resistência aeróbia pelo número de pistas

realizadas no decorrer do dia da competição. Na musculatura do membro superior a

resistência é anaeróbia estática nos momentos do tiro.

A resistência pode ser ainda classificada, no caso do tiro, como curta duração

para cada pista com trajetos curtos; ser de média duração ou longa duração quando são

realizadas várias pistas durante o dia. Entretanto se os squads forem grandes e o tempo de

recuperação entre uma pista e outra for longo este processo é diferente.
e) Força

Podemos dividí-la primeiramente como geral e especial. Segundo Weineck

(1986) entende-se por força geral a força de todos os grupos musculares, independentes da

modalidade esportiva (p. 97) e por força especial a fonna de manifestação ffsica de um detenninado

esporte, assim como seu fator correlativo específica (isto é_ os grupos musculares envolvidos em um gesto

esportivo detennínado (p. 97).

No caso do tiro prático a força geral pode ser detectada na manutenção

estática do corpo e específica nos membros superiores para realização do tiro.

Devem ser considerados na preparação do atleta e para sua eficiência

juntamente com as ações motoras os seguintes fatores:

-equipamento especial: material desportivo e instalações desportivas, equipamento de

segurança;

- os fatores da narureza: influências dos fatores climáticos~

-alimentação do atleta: relacionada ao tipo de metabolismo e ao gasto energético;

-fatores de recuperação: tempo e alternativas;

-influências informativas: informações verbais e visuais do técnico e do próprio

atleta(feedback).

A.ntal (1989) destaca estudos que mostraram que existem períodos no ciclo de

24 horas, onde pontencialidades individuas mentais e :fisicas estão no pico máximo. Para os

atiradores, estes serão condicionados pelo horário do dia quando realizam os treinos. Se

estes honin"os não coincidirem com os horários das perfoJW.a.ces na competição, não será capaz de fàzer o
65

seu melho.J(p.I31). Este autor coloca ainda, que outros fatores ambientais podem intererferir

na perforrnace, como a altitude (a qual tem efeito negativo no metabolismo do oxigênio) e

extremos de calor ou frio (os quais alteram a circulação e afetam a temperatura corporal).

VISão geral de periodização:

Período preparatório Período preparatório Período Período transitório


competitivo
geral específico

Este período segundo aperfeiçoamento da aperfeiçoamento avaliação do


Matéiev ( 1981) objetiva técnica técnico e tático treinamento anterior
alcançar o melhoria da condição manutenção e possibilidade de
condicionamento fisico especial melhoria da mudança
geral através da trabalho das condição geral e recuperação do atleta
multiplicidade. capacidades fisicas especial outras observações
específicas no local da pico do sobre este período
competição condicionamento estão no tex-to mais
adiante.

É interessante antes de iniciar um treinamento, realizar testes a fim de

estabelecer índices iniciais e vislumbrar a intensidade e o volume de treino para atingir a

forma no momento da competição. Para o esporte discutido neste trabalho, seriam

realizados testes de velocidade para curtas distâncias (a média de deslocamento nas pistas);

testes de freqüência cardíaca antes e depois para estabelecer o padrão da freqüência; testes

de resistência da musculatura ortostática e de força para a musculatura solicitada pelo

esporte, principalmente antebraço e punho; testes de agilidade devido a necessidade de

rápida mudança de posição no percurso das pistas verificar o tempo que leva para sentar,
66

deitar, ajoelhar, mirar, atirar e levantar. Deve-se conhecer o tempo de reação ao som do

cronógrafo até o primeiro tiro.

Os microciclos são detenninados pelo calendário das competições e pelas

condições em que a competição principal ocorre.

É imprescindível destacar que, no período preparatório sejam corrigidos os

detalhes técnicos específicos associados ao desenvolvimento do condicionamento geral.

A preparação fisica no período competitivo tem cárarer de prepantção funcional

imediata plliâ as tensões limite e está on"entad;J pant obtenção do nível máximo de treino especial (pllfll

esse ciclo) e para a SU1J manutenção, bem como paro a conSCJVação do nível de treino gero] alcançado

(Matvdev, J98J,p.88).

O específico proposto neste trabalho, seria melhor caracterizado a partir do

período específico e acentuado no pré-competitivo. Os treinos fisicos seriam realizados nas

pistas reproduzindo padrões da prova, isto é, com uso de equipamentos e a roupa, corrida

com apenas uma mão livre pois a outra empunha a arma, no mesmo horário, mesmas

condições climáticas. Adaptar-se a atirar com sol, frio, chuva, vento, altitude. A

alimentação mais adequada para estes fatores.

Os treinos seriam feitos nas pistas, com um peso no formato da arma, para

resistência muscular localizada num primeiro momento, já num segundo momento diante da

adaptação do sistema neuromuscular as condições de treino a arma a ser usada desta

situação deve ter as mesmas carcteristicas da que será usada na competição, ressaltando que

sem utilização de munição.


67

Estas idéias que fundamentam a especificidade desta proposta podem ser

clareadas através dos treinos específicos estruturados para o atirador Alberto Morirnoto,

expostos no capítulo seguinte.

Em relação a fonnas de treino técnico, alguns autores destacam em seus

estudos, formas de controlar o treino técnico de maneira a poder detectar a progressão ou

não dos resultados obtidos. Hoplcins (1985) indica o "sistema entre amigos" que consiste

em treinar sempre acompanhado, de pelo menos um atirador, justificando primeiramente,

pelo beneficio deum companheiro retificar pequenos erros que normalmente, passariam

desapercebidos, pois a concentração e o empenho empreendidos para obter a figura do alvo

e puxar o gatinho suavemente, impedem dedetectar os próprios defeitos. Outra vantagem

da prática com amigos é que se pode desenvolver algumas habilidades individuais

simulando, desta forma, a pressão da competição. Entre os beneficios de atirar com amigos

está a segurança, pois se o tiro atingir o atirador, os primeiros socorros ficam muito mais

facilitados (p.ll ).

Este autor, finaliza sua discussão, dizendo que uma forma de ter certeza

que este sistema funciona basta perguntar a Rob Leathan e Brian Enos esse dois juntos

somam mais campeonatos que todos os outros cometidores, neste comentário "a parte",

Hopkins (1985) fundamenta e encerra sua discussão (p.12).

Anderson (1989) esclarece que uma outra forma de verificar que existe

aumento da habilidade de tiro são os registros escritos num diá.n'o de treinamento das sessões

práticas.
68

Utilizar um caderno de registros dos resultados de cada competição e de

sessão de treino. Para exemplificar sua colocação, Anderson ( 1989) cita Rob Leatham, um

dos melhores atiradores dos últimos tempos, que concorda que é importante manter os

registros o que se evidencia em sua colocação:

sem os registros você não tem como saber o quanto voei está
melhorando ou que áreas precisa trabalhar. A mai0n8 das pessoas confia na
memória mas o problema que essas memórias tendem a ser seletivas e as
perfonnaces pobres tendem a ser facüamente esquecidas. As pessoas vão para o
estande e fazem centenas de saques esse recordam apenas do mais rápido, isso
nào quer dizer abslolutante nada, você tem que saber o que pode fazer numa
competição (p.20)

Entre os dados a serem registrados se encontram no mínimo: a data e a

hora do dia, local, condições do tempo, objetivos da sessões de treinamento designado o

mais especificamente possível, de que fonna você pretende alcançar o objetivo, os

resultados obtidos na sessão e uma avalição e qual progresso foi feito e qual o objetivo

para a próxima sessão devem estar presentes. Ainda é importante contar o gasto dos

cartuchos e o mínimo de disparos já executados com cada arma utilizada.

Um diário permite também que o atirador experimente mudança de técnica

ou equipamento, servindo como contínua verificação do desempenho. Para iniciantes

pequena quantidade de treinamento resulta em substancial e visível aumento de habilidade, à

medida que o nível de habilidade cresce a mesma quantidade de esforço já não traz tanta

evolução e o atirador vai precisar de mais tempo para evoluir

Anderson (1989) esclarece que o atirador deve acreditar que assim que os

fundamentos básicos são adquiridos, as melhorias não vão ser muitos grandes, alguns

poucos centésimos de segundo no saque e pouco menos ainda de tempo entre os alvos, dois
69

ou três pontos máximos a mais durante uma competição de I 00 tiros, mas esses pequenos

acréscimos vão melhorar seu desempenho. Quando seus registros mostram que seu nível de

performance está melhorando constantemente mesmo que seja um pouquinho a cada tempo,

isto pode ser uma ocorrência realmente estimuladora. Este autor destaca que as competições

de IPSC e tiro prático medem tanto precisão quanto velocidade, a precisão é medida pelos pontos

obtidos no alvo, mas para manter o registro da velocidade o competidor sério realmente

necessita de um cronográfo eletrônico.

Das explicações sobre o periodo de transição Romero (1984) diz que o

período fora de estação pode ser um período produtivo panl o atirador de competição justamente porque

você não tem mais a pressão da competição (p.32), e elabora algumas sugestões, como: o tiro em

seco em que o alinhamento da mira e o controle do gatilho podem ser trabalhados 1O à 15

minutos por dia; treinar com arma de ar comprimido o que ressalta a precisão; exercício

para o punho para aumentar a firmeza que diminui o efeito do recuo e rninimiza a oscilação

da arma, além de manter a posição da arma de um tiro para o outro, de forma que cada vez

mais reduz a influência do equipamento de tiro; com uma bola de tênis fazer exercícios para

para resistência muscular localizada precionando-a 1O minutos por dia cada vez com uma

mão, coloca para que seja feito mesmo durante o treino dizendo ser grande o resultado. É

importante, neste caso, nos apropriarmos da questão da fadiga muscular se realizar este

exercício durante os períodos de treino intenso e de muitas competições. Romero (1984)

indica para este periodo que se estude balística, fundamentos de tiro, recarga, teoria de

competição de tiro e auto-hipinose como ainda testar alguns equipamentos, outras


70

experiências e tesres com novo equipamentos devem ser realizados neste período sem

competições.
71

Capitulo/V

Relatos de experiência da proposta


de preparação física especifica

Foram realizadas duas aplicações da preparacão fisica específica exposta

neste trabalho; a primeira a ser descrita foi elaborada para o atirador Alberto Morimoto, em

agosto de 1995, e seguida parcialmente como esclarecido no depoimento deste até o

Campeonato Brasileiro; a segunda aplicação descrita deste capítulo,é a do atirador Michel

Passos Zylberberg ocorrida de março à julho de 1996. Seguem-se, então, estes dois

momentos.

4.1- Relato da experiência com o atirador Alberto Morimoto

A proposta de preparação foi aceita após um entendimento durante o V

Torneio IlvfBEL de Tiro Prático, em julho de 1995. Estabelecido este primeiro contato,

trocamos informações, culminando na decisão de prepará-lo fisicamente para o Campeonato

Brasileiro do mesmo ano. Dispúnhamos de dois meses e meio, o que não era muito mas o

suficiente para uma idéia de trabalho que estava apenas no início.

Foi enviada pelo correio a periodização estruturada especialmente para este

atirador, que já tinha sete anos de contato com este esporte, junto a recomendações, como

a mudança da atividade de musculação que o Morimoto informou que fazia, e também


72

indicações de modificação de alguns hábitos alimentares e informações de treinamento

mental.

Conversando sobre o tempo disponível deste atirador concluímos que apenas um

período de treino era possível e seis vezes na semana. A periodização dividiu-se em oito

semanas. O atirador informou que tinha como atividade física musculação na academia, e

esta era sua única atividade física. Diante da constatação de que estava fora de peso, foram

feitas algumas interferências visando perda de peso e a busca de um condicionamento físico

geral.

Na primeira e segunda semana foram ressaltadas as observações sobre a alteração de

três séries de doze repetições para três séries de quinze repetições. As atividades diárias

estruturavam-se de maneira geral em alongamento inicial, bicicleta ergométrica (ou esteira)

musculação e corrida de baixa intensidade durante dez minutos. No trabalho de musculação

alternava membros inferiores e superiores, sempre associados a um trabalho aeróbico.

Na terceira semana, iniciou-se a preparação física específica, que seguia as propostas

esclarecidas neste trabalho. Por exemplo, a musculatura envolvida na realização do tiro e

nas características deste esporte. Conidas em distâncias curtas (deslocamento frontal e

lateral), com intensidade máxima; trabalho muscular isométrico da musculatura do

antebraço e pernas; destacando que os exercícios deveriam ser realizados com o

equipamento do tiro (cinto, coldre, carregadores, óculos, protetores de ouvido).

Esta especificidade seguiu até a sétima semana aumentando gradativamente a

intensidade , diminuindo o volume e atingindo a forma.

Estas recomendações foram enviadas, e sserão posteriormente descritas.


73

Periodização de treino e preparação fisica

para o atirador Alberto Morimoto

Devido ao seu interesse por uma preparação fisica visando o Campeonato Brasileiro

de Tiro Prático que será realizado em São Paulo, nos dias 12,13,14,15 de outubro do

corrente ano, estabeleço-a partindo das suas informações e dos meus conhecimentos

adquiridos no contexto do treinamento fisico.

Seria muito interessante que testes pudessem ser realizados para se conhecer o seu

nível de condicionamento para a realização de um treinamento personalizado. Entretanto

diante das dificuldades: distância e o não acompanhamento direto, peço que de forma

simplificada algumas informações sejam fornecidas por você, para controle de alguns dados

de seu condicionamento:

-que atividades fisicas praticava antes deste programa especificando tempo, duração

e sensação após a realização (como cansaço ou não, dores musculares, bem-estar)~

(Informações indícava.m trabalho em academia, na musculação com características de

atingir hipertrofia);

- e infonnações de sua condição técnica: o tempo que leva entre o sinal e o primeiro

tiro, o tempo entre os tiros para as distâncias específicas, além das dificuldades e

facilidades enfrentadas durante as pistas. (Foi informado: 0,90 segundos)

Espero poder contar com sua colaboração e seu empenho, no que diz respeito ao

retorno do trabalho realizado neste período que antecede a competição e sobre as

posibilidades que possam surgir.


74

Deixo um espaço disponível para contato e dúvidas nesse trabalho que estamos

iniciando juntos, elucidando a importância dessa experiência não só para sua glória no

esporte, tiro prático, como na minha fonnação profissional.

Periodização simples, único periodo, por razão de "tempo disponível". Esta

deveria ser realizada seis vezes na semana, no período da tarde. 1\.1as seria muito importante

que você realizasse treinos em dois períodos como ocorre no campeonato.

Dispomos de dez semanas de treino, que ficariam assim distribui das:

l-agosto 14-19

2-agosto 21-26

3-agosto 28-02

4-setembro 04-09

5-setembro ll-16

6-setembro 18-23

?-setembro 25-30

8-outubro 02-07

9-outubro 08-ll

lO-deslocar para o local da competição, 12-15dias da competição


75

Semana 1

OBSERVAÇÃO: Na musculação, procure aumentar as 3 séries de 12 repetições para 3


séries de 15 repetições, nas duas primeiras semanas e depois passe para 20 repetições, se
necessário diminua um pouco a carga, pois estaremos visando trabalho de resistência
muscular. Para "saber'' se é preciso diminuir a carga, a última série tem que ser a última a
ser executada com perfeição de movimentos e respiração não deve estar dificultada.

Segunda -feira:
-alongamento-duração de quinze minutos
-trabalho de musculação realizado dentro dos padrões de atividades do atirador com duas
horas de duração

Terça -feira:
-alongamento 15 minutos, todos os segmentos corporais
-ergométrica 20 minutos (3 minutos normal alternando com 3 minutos em alta intensidade.
-musculação durante duas horas, trabalho da musculatura posterior (costas e pernas) , braço
e antebraço, principalmente.
-corrida para recuperação ativa, baixa intensidade, durante 1O minutos pode ser na esteira.

Quarta-feira:

-alongamento 15 minutos
-esteira 1O minutos correndo mas se seu joelho ainda não estiver bom ande 15 minutos pois
o impacto é menor.
-musculação trabalhar toda musculatura mas membro inferior com intensidade baixa (60% ).

Quinta -feira:
-alongamento 15 minutos
76

-musculação: trabalhar principalmente membro inferior e no caso do membro supenor


utilize mais trabalho isométrico.

Sexta-feira:
-alongamento 15 minutos
-ergométrica 20 minutos
-musculação mais do membro superior, principalmente costas , antebraço e punho.

Sábado:
-alongamento 15 minutos
-musculação mais ênfase no membro inferior.

Semana2:

Segunda -feira:
-alongamento 15 minutos
-musculação membro superior principalmente
-ergométrica 1O minutos

Quarta-feira:
-alongamento 15 minutos
-musculação membro inferior, principalmente musculatura antigravitacional (posteriores).

Sexta-feira:
-alongamento 15 minutos
-musculação membro superior e inferior
77

Semana 3
Segunda-feira:
-aquecimento: quinze minutos de alongamento.
- treinamento isométrico com halteres: com as pernas levemente afastadas (na direção do
seu ombro) e semi-flexionadas, mantendo ambos os braços, na posição do tiro com duas
mãos , segure um peso de 4kg entre elas, durante 30 segundos, de um intervalo de 1O
segundos, repitindo duas vezes.
-treinamento com halteres para empunhadura com peso de 2,5kg, 15 repetições para cada
posição: abdução, adução, flexão e extensão( movimentos do punho)
-treino com annas e peso de 1,5kg estático: posição de tiro, segurando arma com um pesos
de !,Skg em cada braço, durante 20segundos, abaixar 4segundos, levantar e
manter mais 20segundos, abaixar mais 4 segundos levantar e manter por mais 20 segundos.

-pernas afastadas pesos de 2kg em cima dos ombros, braços acima dos ombros em abdução
segurando o peso. Os braços vão ficar parados nessa posição acompanhando a elevação do
corpo estando os joelhos semi-flexionados (ficar na "ponta de pé" para trabalhar a
musculatura antigravitacional que o mantém em pé contra a ação da gravidade).

Fazer quatro repetições de 10, com intervalo de 15 segundos entre cada uma.
78

-. Fazer saque 8 vezes e manter cada vez por 15 segundos~ com um descanso de 3
segundos entre cada vez (utilizando cinto e coldre e uma arma pesada com as mesmas
características da arma que irá competir).
-corrida à 50-60% buscando uma recuperação ativa.
-intervalo de 15 minutos

Quarta-feira:
-alongamento 20 minutos
Treinamento em circuito
Obs: como as provas são geralmente realizadas ao ar livre e em terrenos não tão regulares,
além dos atiradores usarem durante todo o tempo o equipamento (cinto, coldre,
carregadores nos porta pentes, etc) os treinos deste periodo reproduzirão esta realidade.

Estação 1- área livre, gramada, demarcada linhas no chão de 3m e outra à 7m.

Com todo o equipamento de tiro, corra em velocidade máxima até a


primeira linha pegue o objeto no chão (uma saco cheio com Skg, ou
'
'· um boneco de pano com este mesmo peso - dependendo da
'
' disponibilidade). Se desloque lateralmente até a outra extremidade,
'· deixe o objeto, saque a arma desmuniciad~ simule dois tiros e corra
................ ,.111'
com a arma na mão até a linha dos 7m. Chegando faça 5 flexões e
retome correndo em diagonal, ao irúcio.

Estação 2- Saia da postura de tiro, corra para a primeira sessão e faça 1O abdominais,
levante, corra. Ao parar, pegue o objeto com peso de 3 kg que estará amarado por um fio.
faça 8 giros (4 para frente e 4 para trás)

,
-·-·-·- -·-·-·-·---·-·-4"-
79

Desloque-se novamente correndo em direção a sessão 3.


Pegue a medicine ball, sente, jogue para o alto, levante,
pegue. Sente , jogue para o alto, pegue... repita 5 vezes e
- ___ .,
depois retome andando ao irúcio.

Estação 3:
Suba e ande rapidamente pelo banco = ,pulando no
final, deste. Salte o obstáculo à sua frente com os dois pés
unidos alternando os lados de salto, repetital O vezes
(contando I para cada lado). Corra e ultrapasse um obstáculo
que estará à 3m e terá 80 em de altura .


Estação 4: A empunhadura começa a ser trabalhada , pois as simulações são feitas com
arma desmuniciada visando aperfeiçoar o movimento de puxada do gatilho. O mesmo
sistema de distâncias da estação 1(3m e 7m). Fique na posição de tiro, com braço na altura
do ombro e mãos atrás da cabeça, espere o sinaldo cronográfo. Após este, em posição de
tiro com as duas mãos, conte até 5, se desloque para a linha dos três metros com um braço
livre e o outro próximo ao corpo (com a arma- simulando posição de recarga). Chegando
ao local refaça a posição de tiro, simule 4 tiros visualizando o alvo durante o tempo que
achar suficiente para fazer 2 tiros, se desloca para os 7m, em diagonal à frente e a esquerda,
ajoelha-se (com um ou dois joelhos no chão) e simula 5 tiros. Levante coloque a anna no
coldre e retorne correndo ao início, braços livres.

Estação 5: posicione-se no quadrado marcado no chão de (70 x 70cm) terá ao seu lado,
tanto no direito quanto do esquerdo, bolas de tênis no chão. Na distância de 4,50rn à frente
80

de cada lado, estarão sendo lançadas bolas de borracha aleatoriamente e de ambos os lados,
tente acertar o maior número possível de bolas de borracha com as bolas de tênis.

00\ ···.··.·ü

~ ·O·

Estação 6: De costas para a pista, aguarde o sinal após este vtre-se. Corra para a primeira
sessão sente e levante rápido, 4 vezes, corra lateralmente para à 2 e deite e levante 3 vezes
em decúbito ventral, levante corre em ziguezague pelos cinco cones. Simule o saque da
arma e corra em diagonal de frente para o alvo, o braço que segura a arma fica junto ao
corpo (posição de corrida com a arma) e o outro ··solto".

·Á. ....
. :Â..ot.

___ .-··
81

Estação 7: Sentado atrás de uma mesa (típica de escritório) Ao sinal levante e corra em
direção ao 2, deite e espere as bolas que estarão sendo roladas. Receba 3. À medida que as
pegar coloque-as do lado do seu lado direito pois é destro. Gire deitado sobre o eixo
corporal duas vezes (sem a bola) levante e corra para trás da linha para 3 pára no quadrado
demarcado no chão. Simule o saque da arma, posicione os braços em direção a um alvo 1
como se tivesse o gatilho, "dê" dois tiros e depois mais dois no alvo 2. Encolha os braços e
corre para o três.

o
o o
====:::::\lt

Estação 8: Com um elástico circundando a cintura fazendo uma contra ação a corrida, por
um percurso de 10m. Saia do elástico. Corra lateralmente pare e faça dez abdominais.
Levanta, saque a arma, vise o alvo, corra com a arma em posição de corrida durante a
pista. Para, visa 2 alvos, dando dois tiros em cada alvo.
o o

t
82

Estação 9: Em pé, atrás de uma porta. Ao sinal faça o saque com anna travada
"simule"(sem munição) tiros de banicada, 3 tiros na direita e 3 na esquerda, corra para
situação 2, ajoelhe-se, simule 2 tiros em cada alvo nesta posição. Levante, corra em
diagonal, deite, simule 2 tiros. Levante, corra deite de lado e simule 4 tiros.

r
Sexta-feira:
-alongamento 15 minutos
- corrida com velocidade máxima, piques de 8m , em cada estação (de I à 8) pára 4
segundos
entre
cada.

- com todo o equipamento de tiro prático;

corra 8rn
' - - - - - - - - - - - - - > pare aponte para o alvo de papelão durante I O seg
simulando 4tiros

~/

- -
/




'
83

llll objetos a serem saltados, alturas diferentes.


~ para, saque a am1a, mire 3 alvos à 5m, simule 2 tiros em cada.

-com equipamento e anna com peso de 2,5kg e cartucho com coldre, saque, simule dois
tiros em cada, repõnha a anna; saque, simule dois tiros em cada, repita 1O vezes. Obs: o
peso diferente do real com intenção de fortalecimento.

-pernas afastadas e semiflexionadas, braços à frente do corpo (90°)-, exercício para punho
com peso de 2 kg cada mão, 20 repetições, 4 séries.
-elevação curvada: 30 repetições, 2 séries, peso de 2kg.

SEMANA4

Segunda-feira:
-alongamento 20 minutos

7m- bando sueco


ande por cima do banco, pule. No chão vão ter bolas de tamanho, cor e formas diferentes.
Pegue todas, uma a uma: abaixe, pegue bola e venha trazendo com as duas mãos à frente do
corpo e com movimento de passe de peito do basquete, acertar os alvos.
84

= = = =
.. o
• =
00
o = •
-. =

= =
-exercício punho -força estática 2kg cada mão
-recuperação ativa corrida intensidade 50-60%

Quarta-feira:
-alongamento 20 minutos
-bicicleta ergométrica 15 minutos (3 minutos normal e 30 segundos máximo, alterne)
-Trabalho de coordenação neurornuscular com musculação:

-supino- carga máx. 3 repetições


-puley - carga máxima 3 repetições
-mesa romana - carga máxima 3 repetições
-leg-press- (extensão do joelho) 2 repetições- carga máxima
-leg-press- (flexão plantar) 3 repetições- carga máxima

Sexta-feira:
-alongamento 15'
-trote 20'
-alongamento lO'
85

SEMANA5
Se~Wnda-feira:

-alongamento 20 minutos
-8 tiros(corrida) de 7m com intervalo de 45" entre cada tiro, realizar os treinos com
todo o equipamento: cinto, coldre, óculos, protedor de ouvidos, carregadores no guarda
pentes. Realizar controle de freqüência cardíaca antes e após cada tiro.
-trote 60% durante quinze minutos
-exercício com arma descarregada com todo material:

* saque
*faça pontaria durante 7 segundos
*faça recarga com cartucho vazio
*segure mais sete segundos em pontaria
*faça recarga
*segure mais 7 segundos em pontaria
*faça recarga
*segure sete segundos em pontaria.
-trabalho com deslocamento e posicionamento com material ( cinto, coldre, óculos,.
protetor)

1(

..K ·..

I I

·· .. ""
86

----.0° de tiros: pela barricada 2 tiros por cada lado, depois dois tiros deitado, corre,
simula recarga, faz simulação de dois tiros em cada alvo, corre, simula recarga, deita dá
mais dois tiros.
-trote 15 minutos
-alongamento ativo durante 15 minutos.

Quarta-feira:
-alongamento 20 minutos
-trote 20minutos (60% da intensidade)
-exercício de força para punho e antebraço na musculação: rosca de punho 1O
repetições em 3 séries, rosca inversa 1Orepetições em 3 séries, pronação-supinação com
peso de 2kg em cada mão; sempre com pernas afastadas e levemente flexionadas.
-alongamento passivo durante 15 minutos
- relaxamento na perspectiva trabalhar a concentração e visualização necessária
para tiros com mais eficiência.

Sexta-feira:
-alongamento durante 20 minutos
-treino intervalado com tiros de 7 metros e intervalo de 45 segundos, fazendo
verificação de frequência cardíaca antes e depois de cada tiro. Caso a frequência no
decorrer dos intervalos esteja em um nível alto, isto é, não chagando próximo de 120 por
minuto, aumentar o intervalo para 1 minuto.
-musculação - trabalho de coordenação neuromuscular:
-supino (3 repetições) à noventa porcento da carga máxima;
-leg press (3 repetições) também à 90% da craga máxima;
-mesa romana (2repetições) à noventa porcento, movimento de flexão e
extensão do joelho.( 2 para cada movimento);
-puley (3 repetições) à 90%
-rosca inversa (3 repetições) à 90%;
87

-exercício para triceps sural, trabalho de flexão plantar, intensidade de 90% e


3 repetições.
* é importante um tempo entre uma repetição e outra para evitar fadiga.
-trote de 15 minutos, trabalho de recuperação ativa;
88

SEMANA6
Segunda-feira:
-alongamento 15 minutos

I
I I

dois tiros em cada alvo assaltante


Drefém
• assaltante

t alvo metático - popper


-trabalho de agilidade e reação motora: inicia de costas, sentado. Ao sinal, saca a arma e dá
dois tiros em cada alvo. Cada seta representa trajeto de corrida, que será realizado em
velocidade máxima. A cada parada, acerte os alvos que estarão posicionados à frente das
estações. Repetir 3 vezes.

.,f I
I •• I
I
.,f
I
• I
I I
-----······· . I ....
"
89

-corrida trote de 15 minutos, 60% .

Quarta-feira:
-alongamento 15 minutos

-atividade com anna e equipamento: inicia deitado de costa~ ao sinaL levanta


e corre para a estação da barricada, dá dois tiros em cada alvo que está
na direção correspondente. cinco vezes, intervalo de 15 segundos entre cada
repetição.

--
- -~
-corridas distâncias variadas : começa em pé com as mãos cruzadas atrás do
pescoço, ao sinal, saca a anna, dá os tiros nos alvos à frente correspondentes. Corre 7
metros, com arma segura na mão que atira mas sem munição, simula os tiros nos alvos
correspondentes, corre mais 6 metros, ajoelha, para, dá os tiros correspondentes a posiçào,
levanta, corre mais 5 metros, para, sobe no objeto colocado ao chão que permite os tiros
entre o latão. Corra mais 7 metros, passa por baixo do obstáculo determinado, para, simula
os tiros, corre mais 4 metros, para, acerta os alvos. E retoma trotando ao início. Repetir 4
vezes.
-trote de 20 minutos (recuperação ativa).

Sexta-feira:
-alongamento durante 20 minutos
90

-treino intervalado com tiros de 7 metros e intervalo de 45 segundos, fazendo


verificação de frequência cardíaca antes e depois de cada tiro. Caso a frequência no
decorrer dos intervalos esteja em um nível alto, isto é, não chegando próximo de 120 por
minuto, aumentar o intervalo para 1 minuto.
-musculação -trabalho de coordenação neuromuscular:
-supino (3 repetições) à noventa porcento da carga máxima;
-leg press(3 repetições) também à 90% da craga máxima;
-mesa romana (2repetições) à noventa porcento, movimento de flexão e
extensão do joelho.( 2 para cada movimento);
-puley (3 repetições) à 90%
-rosca inversa (3 repetições) à 90%;
-exercício para triceps sural, trabalho de flexão plantar, intensidade de 90% e
3 repetições.
* é importante um tempo entre uma repetição e outra para evitar fadiga.
-trote de 15 minutos, trabalho de recuperação ativa;
91

Proposta de relaxamento e de treino mental

para o atirador Alberto Morimoto

Faça uma "avaliação" de como tem se saido nos campeonatos, se tem realizado as

provas com desespero e sem confiança ou se acredita que é bom e pode melhorar, como

estamos buscando, pense no que podemos mudar e crescer nesse tempo que temos pela

frente.

No treinamento mental, procure um lugar calmo, silencioso que deveria ser usado na

atividade anterior, deite e visualise durante 3 minutos o que ocorre no campeonato, duas

vezes na semana se possível alternando com o treino físico, isto é, nas terças e quintas.

Se for de seu interresse fazer um trabalho de relaxamento utilize uma música

suave, visando percepção corporal, tente se concentrar e perceber se há diferença entre os

dois lados do corpo, se sente mais dor em algum local específico, qual parte toca mais o

chão, perceba partes específicas específicas do seu corpo (seus braços, suas mãos, seu

calcanhar, sua cabeça, suas costas e entre os lados do seu corpo). Respire lentamente,

conscientemente, tentando se desligar de qualquer problema que possa estar lhe

incomodando, o que é muito importante também para concentração necessária na realização

das pistas.

Como se segutsse uma voz de comando: deitado, de olhos fechados, pense

primeíramente como você está vestido para o campeonato Gá está com o cinto, coldre,

óculos, protetor de ouvidos, como costuma estar) imagine que o RO avisa que você vai ser

o próximo, a munição e a arma estão prontas; você caminha, ele pergunta se o atirador está
92

pronto, se acredita que está diga que sim. Agora está na posição ideal, perceba como fica,

como estão seus pés, seus braços, onde fixa seu olhar, enquanta aguarda o sinal. Pronto o

sinal foi dado e agora você corre contra o tempo mas necessita de precisão. Aproveita ao

máximo o tempo e os tiros, todos no alfa (ponto máximo), sem desespero e controlado

visualize-se acertando os alvos, todas as pistas. Acaba de fazer seu melhor tempo com

maior aproveitamento.

Observações nutricionais:

Por estar longe e não conhecer seu "padrão" alimentar, não posso simplesmente

estabelecer regime específico. Darei apenas indicações do que você deve estar fazendo ou

não:

1- Respeite o horário de suas refeições. O organismo precisa manter o equilibrio para bom

funcionamento;

2- Controle a quantidade e qualidade alimentar, pensando que no simples "fechar a boca" e

passar horas sem se alimentar e depois comer uma fruta e beber vários copos de água está

bom; seu organismo necessita de um número mínimo de calorias para realizar seu

metabolismo basal (energia para respiração, digestão, raciocínio).

3- Evite ao máximo frituras, refrigerantes, doces e massa em excesso, bebidas alcoólicas

(mesmo socialmente já altera metabolismo e interfere no treinamento).

4- Estabeleça refeições balanceadas contendo carboidratos, proteínas, vitaminas e lipídios

(importantes no transporte de vitaminas lipossolúveis).


93

5- Evite ainda, comer no periodo mínimo de uma hora e meia antes de treinar e de urna hora

ao terminar. Após o treino beba apenas água, a reidratação é muito importante.

6- Não substitua a água por aquele suco da lanchonete da academia, pois a atividade fisica

proporciona modificações fisiológicas que «facilitam" a absorção imediata de calorias

dificultando a perda de peso. Mas se for hipoglicêmico e o treino longo não fique tanto

tempo sem comer para não ocorrer uma queda na taxa glicêmica.

Observações para treino no período que antecede a competição:

Você me informou que realiza os treinos técnicos à noite. Sabemos que no

campeonato as provas são realizadas de manhã e à tarde. Seria interessante e mais eficiente

se pudesse realizar os treinos técnicos e a preparação especial nos mesmos padrões da

prova ou bem próximo para adaptar o organismo. O importante da adaptação e o processo

de economia de energia pelo fato de não ser mais necessário pensar no que fazer, pois os

movimentos vão estar automatizados. A reprodução nos treinos dos padrões da prova

implica em maior eficiência e rendimento. Será que vai ser possível pelo menos nas duas

semanas que antecedem a competição?


94

Neste momento, acrescento para ampliar nossas discussões a cerca das

aplicações realizadas, a carta do atirador Alberto Morimoto sobre o trabalho realizado.

Considerações sobre o esquema de treinamento

- A parte da musculação foi realizada sem dificuldades em uma

academia. E os exercícios aeróbicos também (bicicleta ergométrica c esteira).

- A parte do treinamento de tiro, foi realizada parcialmente, devido à

falta de local e equipamentos próprios.

-Foi montado um calendário com atividades dia a dia até o

Campeonato Brasi7eiro. Talvez fosse mais fácü de cumprir as atividades se fosse

definida por dia da semana esquematizada numa tabela.

- O resultado do treinamento foi a perda de 1O kg e um décimo

primeiro lugar no overall e nono na pistola open, no Campeonato Brasileiro de

1995.

Espero que conú'nue dando força e novas tecnologias de treinamento

aos atiradores brasileiros.

Um abraço e boa sorte!

Alberto L Morimoto

PS: Não nos abandone!


95

4.2- Periodização de treino e preparação fisica

para o atirador Michel Passos Zylberberg

Objetivando aplicar a proposta de preparação física específica comecei esta

aplicação com o atirador iniciante Michel Passos Zylberberg, no dia 26 de fevereiro de

1996, partindo para estruturação de uma periodização de treino, do calendário competitivo

deste ano da Associação Sul Mineira de Tiro ao Alvo (ASSUMITA). Os eventos oficiais

desta associação envolveriam três modalidades: Tiro Prático, NRA. e Carabina de :Mira

Aberta . Destas, apenas as duas primeiras entraram na periodização.

Foram estabelecidas, de acordo com estas modalidades, as semanas de treino

disponíveis:

25 de fevereiro primeira competição de NRA p


Semana 1: 26 de fevereiro • 2 de março E
Semana 2: 4 de março - 9 de março G R
Semana 3: 11 de março - 16 de março Í
Semana 4: 18 de março- 23 de março E o
24 de março prímeria competição de Tiro Prático D
Semana 5: 25 de março- 30 de março R o
Semana 6: 1 de abril - 6 de abril
Semana 7: 8 de abril- 13 de abril A
Semana 8: 15 de abril- 20 de abril p
Semana 9: 23 de abril- 27 de abril L R
Semana 10: 29 de abril- 4 de maio E
Semana 11: 6 de maio- 11 de maio p
Semana 12: 13 de maio-li de maio A
R
A
Semana 13 : 20 de maio - 25 demaio ~ T
26 de maio segundil competição de NRA p ó
Semana 14: 28 de maio- 1 de junho E R
Semana 15: 3 de junho - 8 de junho c 1
Semana 16: 10 de junho- 15 de junho 1 o
Semana 17: 17 de junho- 21 de junho F
23 de junho segunda competiçllo de Tiro Pnin'co 1CO
96

Semana 18: 25 de junho· 30 de junho


Semana 19: 1 de julho- 6 de julho
Semana 20: 8 de julho- 13 de julho
Semana 21: 15 de julho- 19 de julho Pré-
Semana 22: 23 dejulho- 27 julho
Semana 23:29 de julho- 27 de julho Competitivo
Semana 24: 5 de agosto- 10 de agosto
Semana 25: 12 de agosto -17 de agosto
Semana 26: 19 de agosto- 23 de agosto
25 de agosto terceira competição de NRA
Semana 27: 27 de agosto - 31 de agosto

Semana 28: 2 de setembro - 7 de setembro


Semana 29: 9 de setembro- 13 de setembro
Semana 30: 17 de setembro- 21 de setembro
15 de setembro terceiro competição de Tiro prático
adiadJJ para dia 22 de setembro
Semana 31: 23 de setembro - 28 de setembro Competitil'O
Semana 32: 3Ode setembro - 5 de outubro
Semana 33: 7 de outubro -12 de outubro
Semana 34: 14 de outubro- 19 de outubro
Semana 35: 21 de outubro- 26 de outubro
Semana 36: 28 de outubro- 2 de novembro
Semana 37: 4 de novembro- 9 de novembro
Semana 38: 11 de novembro- 16 de novembro
Semana 39: 18 de novembro- 23 de novembro
Semana 40: 25 de novembro - 29 de novembro

Semana 41: Transição

Organizado de forma que se realizasse seis treinos semanru.s, exceto nas

semanas de competição, não ocorrendo treino aos sábados nem às segundas-feiras seguintes

a estes eventos.
97

Na primeira competição de NRA, dia 25 de fevereiro, este atirador tenninou em

sexto lugar na categoria Pistola Open. Cabe resaltar que as provas de NRA. foram utilizadas

como treino de precisão e trabalho para controle mental em situação competitiva.

O periodo geral, tinha como objetivo a preparação fisica geral e envolvia a perda de 10 kg

pois o atirador iniciante estava com excesso de peso. Este foi o único período realmente

realizado pelo Michel e acompanhado por mim Ele acabou não realizando os treinos

específicos propostos para o período específico, pois não estava estimulado a realizar as

atividades que eram passadas por escrito, e como moramos em cidade diferentes, e não

posso acompanhá-lo dia-a-dia para incentivá-lo, decidi não considerar os outros dados

consciente que isto não atingiria a cientificidade desta proposta. . Dados de avaliação

nutricional e composição corporal, do dia 16 de janeiro de 1996~ foram o ponto de partida

para a detenninação da perda de peso. Ao final das 12 semanas do período geral, o peso

ideal foi atingido. Estes dados estão anexados, neste trabalhotanto os coletados no dia 16

quanto os do dia 07 de junho, que demonstram que este atirador atingiu o peso de 65.80

kg, sendo que em janeiro pesava 76. 20 kg.

A prescrição nutricional associada as atividades físicas que este atirador foram

fundamentais para estes resultados positivos. Estabeleci horários para as refeições de

acordo com a rotina diária do Michel: escola das sete às doze e trinta da manhã, faria então,

o café da manhã deveria ser às seis horas. Na escola, aproximadamente às dez horas,

comeria outra vez, e depois, ahnoçaria às treze horas. Mantendo o período de quatro horas

entre as refeições, lancharia as dezesete horas, com algumas restrições.

Foi elaborada uma série de exercícios para serem cumpridos todos os dias:
98

Alongamento duração de I O minutos, sendo qmze segundos para cada

exercício, e envolvia os grupos musculares dos membros superior e inferior. Corrida de 12

minutos com 70% de intensidade e depois 15 minutos de bicicleta em terreno plano. Seguia-

se , então, a musculação que era realizada em casa. Inicialmente eram feitas três barras, três

séries de dez flexões, três séries de 70 abdominais, exercícios para punho sendo três séries

de 20 repetições para cada lado (direito e esquerdo), e trabalho de triceps sural (ficando em

meia ponta) em três séries de 40. Foi explicado que não deveria comer após acabar os

exercícios, apenas água era permitida, deveria esperar pelo menos uma hora para se

alimentar. Deveria beber muita água e repor sódio e potássio, e mastigar devagar durante as

refeições.

Partindo do esporte que gostava de jogar, o futebol de salão, sistematizei sua

preparação neste período, da seguinte forma:

Segunda-feira:

-Alongamento I Ominutos

-Futebol (duração duas horas)

-Bicicleta durante 20 minutos

-Musculação Gá explicada)

Terca-feira:

-Alongamento 15 minutos

-Natação 40 minutos estilo crawl, 60% de intensidade

-Bicicleta 20 minutos
99

Quarta-feira:

-Alongamento 15minutos

-Musculação com aparelhos, duração de duas horas, membro inferior (leg press, apolo,

mesa romana), três séries de 12 repetição sem carga.

Quinta -feira:

-Alongamento 15 minutos

-Musculação (uma hora)

-Natação 40 minutos, nado crawl, alternado com nado peito.

Sexta-feira:

-Alongamento 15 minutos

-Futebol (duas horas)

-Bicicleta, em terreno plano, durante 30 minutos

Os treinos técnicos eram realizados às terças-feiras, aos sábados e domingos e

supervisionados pelo técnico Ricardo Calvo (atirador patrocinado pela IMBEL) e pelo pai

do atirador.

Após situarmos o período seguido, descreverei a participação deste atirador nas

competições. Na primeira competição de NM. o Mchel terminou em sexto lugar atirou

depois que seu técnico.


IUII

O Michel CL'ntou tlllll ao,; in..-tru\-ÕL~ dt! !>CU h:cnico au!('ji de realit~t o pnmeua

patte da pnwa

As duas fotl'~ a ~~:guir mo~t•am ptitrtL'Ím <> alvn .111 C(Jtn do:..ç, tiros c d(:Jl\1i~ o ah()

J8 com os doJ.e tiros, 10 nn porte central (\'Jiendo lO ponto~ cada urn) <' doi~ 9 (n

pontuação ~·~1:1 em w~·w cum lid~a lla JUO\a)


llfl

lncenti\'o não faltava, como mos•ra a toro A 'lt!'gUir onde o pa1 e o técnico obrcavam o al\·o

c lhe it•dic<h·am tittica~ pnra O!' próximos tiros.

"'c3ta próxima loto. o alvo jà esta na segunda pane desta provi'! qn.e t1 11lvo pm•'XI de

7111 para I 5 merms


.~ duas ultimas 1btos mo~111m du<~s out111s po~i~Õ.:!> em q<•c se atira

ne,t,a fli«Wa, que ~o l)(lsiçü~lo que tamhém ocorrem nu tiro prático, caracteruando de..la

fom1<1. trrino tl.-cnico t~m situnçlio cnntpclitiva


101

1\ scgund• prma que t'~!t' atirador participou, tbs a pnmeira de tiro prmsco, no

din 2S de nwo.;o Corno .rnt~ de cada prova, u :llir.1dor arruma o ~ m.uerinl. na foto

atMixo essa 111unkiar.do os cDJTega.dores

l\cstas foto~ e da J11Ímcil1l pio;tl! que reali7ou, podemo~ pcrccN:r 1\ me!-lll:l prn.içãu

da prma de NRA ma) )Cffi o apoio na barncatla


104

Na.c; outras pistas, atirou em pé, ajoelhado, deitado c St.'tltado o., dados e a
pontuação obtido~ na pista, e:.liío em anexo como ainda o oYemll final . Terminou em oitavo

na classificação gemi cem terc-eiro na pistola opcn geral c.: em !õegundo pela '\SSU\11 r A
,.
105

Participou ainda da segunda e da terceira prova de tiro prático, as pistas estão no

anexo IV, como ainda a pontuação, o overall final. Após estas competições definiu o

terceiro lugar na colocação geral de sua modalidade pela associação.

Pretendo retomar esta proposta com este atirador, acompanhando-o com mais

frequência no próximo ano, estabelecendo uma preparação a longo prazo, tendo como

objetivo o XII Campeonato Mundial de Tiro Prático nas Filipinas em 1999, representando o

Brasil na equipe júnior.

O acompanhamento do mundial serviu como incentivo, para este atirador, para

retomar os treinos e dedicar-se a este esporte.

Após este tentativa e a obtenção destes resultados actma descritos, resta-nos

muito trabalho e dedicação, e o vislumbrar de um sonho, quem sabe, em 1999 não estarei

nas Filipinas como preparadora da equipe brasileira?.!

O passar dos anos e muito trabalho poderão trazer esta resposta, agora basta-nos

lutar para tornar esta proposta uma grande realidade.


106

A' guisa de conclusão e perspectivas

Para fundamentar cientificamente a estruturação e planejamento de uma

preparação física específica para o tiro prático, estabelecemos um estudo detalhado deste

esporte. Após o aprofundamento da literatura envolvendo os aspectos anatômicos,

fisiológicos, psicológicos e técnicos, realizamos um levantamento das pesquisas sobre o

condicionamento físico e a habilidade de atirar.

Nas discussões dos capitulas referentes a este tema, foram feitas

considerações no sentido de clarear a proposta específica exposta nesta monografia. Para

facilitar a compressão do que seria uma preparação :fisica específica, foram acrescentados

relatos de experiência com dois atiradores.

Os anexos, facilitar o conhecimento de alguns termos usados no corpo

teórico deste trabalho, como é o caso das partes da arma, e buscam ainda, com a ilustração

dos tipos de alvos, responderem as dúvidas que poderiam surgir.

Para elucidar este esporte e atingir uma bibliografia especializada,

esclarecedora sobre o Tiro Prático, foi muito importante o acompanhamento do XI

Campeonato Mundial de Tiro Prático, ocorrido no Brasil, em outubro deste ano, por

variados motivos. Um deles é recurso de fotografia e desenhos esquemáticos das pistas

pennitiram uma visão real do que seriam das competições de IPSC. Outro aspecto, são os

contatos nacionais e internacionais firmados com as pessoas desta área esportiva.

É relevante destacar, neste momento das compreensões finais, perspectivas

futuras , pois, este trabalho não se esgota nestas páginas nem no curso de graduação, mas
107

direciona a carreira acadêmica e profissionaL Esta expansão engloba a possibilidade de

proporcionar suporte científico a este esporte, que em nosso país, ainda caminha

lentamente.

Entre os contatos nacionais cabe citar, o convite de Luiz A Horta para

escrever, para a revista HUNTER (especializada em atender atiradores), colocando uma

página à disposição para publicação dos estudos a cerca do Tiro Prático; e o convite do

delegado de polícia titular da Delegacia de Proteção a Dignatários e Consulados, o Sr.

Maurício José Lemos Freire, para preparar fisicamente os policiais de sua instituição,

justificando que este seria de grande valia para o tipo de situações que enfrentam: resgastes,

sequestres, assaltos em recintos públicos e assim por diante.

A realização do questionário durante o Campeonato Mundial suscitou o

interesse de diverses países, entre eles, Suíça, França, Estados UrUdos, Filipinas, Austrália,

Paraguaí e Brasil, que aguardam os resultados da análise do questionário e minha presença

no próximo mundial em 1999.

Somadas às contribuições teóricas deste projeto monográfico, que

conduziram a tentativa de criar uma bibliografia especializada e nacional, está a bibliografia

específica levantada. Dois volumes, do RUTGERS BOOK CENTER um de 1994 e outro

de 1995, referenciados na bibliografia geral trazem juntos aproximadamente 8000 títulos de

livros sobre o tiro, contendo o números de páginas, ano e preço; envolvendo diversas

modalidades, armamentos, instruções técnicas, depoimentos de agentes de serviços secretos

americanos e russos e muitos outros.


108

Sendo a bibliografia consultada para este projeto monográfico,

fundamentalmente internacional, instigou a necessidade de tradução e análise dos trabalhos

sobre este esporte nos diversos aspectos. Desta forma, surge a possibilidade concreta de

publicar as obras estudadas na língua portuguesa, o que sem dúvida ampliaria o universo

teórico do tiro prático tanto para atiradores quanto para técnicos e profissionais de

Educação Física.

Teríamos desta forma, associada ao interesse de publicação da obra de

autores internacionais no Brasil, a publicação do aprofundamento da literatura e a proposta

de preparação física específica exposta nesta monografia.

Este trabalho traçou grandes possibilidades futuras de aprofundar as

pesquisas sobre a proposta de preparação fisica específica em atiradores de alto nível

nacional, utilizando o aparelho "polar" nas situações competitivas, tentando buscar relações

sobre a frequência cardíaca em cada momento da prova.

Esperamos ter atendido aos questionamentos surgidos e ter envolvido as

pessoas que lêem este trabalho em uma perspectiva real de conhecer e divulgar este esporte:

Tiro Prático.

Meses de trabalho e de sonhos monográficos, definem-se nesta monografia,

pela densa análise dos livros e artigos internacionais, e criam um caminho que não se esvai

neste instante.

Este projeto está momentaneamente concluido, pois esperamos que, o que

aqm entregamos hoje, ao mundo científico, seja o início de um grande, longo e belo

trabalho.
109

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Grupo Palestra Sport, 1992.
ANEXOS
I - Partes da anna: esquematiza tennos que denominam partes de uma
anna, visando facilitar a compreensão de conceitos específicos
deste esporte: papelão e metálico.
II- Os alvos da IPSC
III-Gráficos da periodização do atirador Alberto Morimoto
IV- Dados médicos e resultados das competições de Tiro Prático que
participou o atirador Michel
'{- Exemplos esquemáticos de pistas do Campeonato Mundial de Tiro
Prático.
PARTES DA ARMA - Vista Lateral
Ferrolho
I Massa de mira

' ·- - .

~
-~-0.:.

.---.= ~- )I

Dispositivo {.
de scbrtarança
Tia tecla

Punho ,.,
' Guarda-Mato

Armação
ALVO DE PAPELÃO ''Alvo IPSC''
45cm

Calibre Calibre
Pontuação maior menor

?Sem A- Alfa 5 5
D C A C D
C- Charle 4 3
D- Delta 3 2
035 O fa:o1 oue CM:e es1es dois calmres e ~75
O fato1 e ooooo atra'I!!S a~ !e;!~l! cal::ub a ~~e do pro,efi
em pés pc• S!Qllldo lli.l!l\i•ca=~ ~massa do projetil em graillS, divithdo po1 nil

_j

ste alvo IPSC de papelão, podendo ser de duas cores:


ege ou branca. O alvo branco representa o refém,
ortanto não deve ser atingido. Caso isso ocorra, o atirador será penalizado
través de pontos negativos. E o alvo bege representa o oponente,
eralmente devem ser dados dois tiros em cada alvo da pista. Este tipo de
Ivo pode sofrer uma variacão, tornando-se um alvo móvel (bailarina),
1ue é acionado após a queda de um alvo metálico. É importante ressaltar que as
nhas divisórias não são visíveis à distância.
ALVO METÁLICO "PEPPER POPPER"
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...-:- ~...
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/ \11
I - . l'
f-+· I
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A pontução neste alvo ,· ·- . .,,
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é obtida quando é '


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derrubado pelo tiro.
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Gráfico dn Pú.riodiznção Treino p!lro o atitador Alberto Monmoto

Pcrtodli:açAe> de Trelno

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~estabWzador

2 3 (. 5 6 7 e 9 •o ordmário
GOn..:uus
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- . _,____ - choque
O recuperahvo

• competição
GH.Át"JCOli IJOS MJCROCICI..OS .t:S1'Rf/1VRADO.S PARA
O ATIRADOR Al..IJI!R1'0 lt10«1MOTO

2~ ESTA HDJZAIXJR

• Choque
-Ordinário
(ij1J P~tahili:t~Jdnr
• R~-cu.perativo de apoio
l~!l :Recuperativo
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cli liA FT) NUTRA
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL POR BIOIMPEDÂI\'CIA

NOME : MICHEL PASSOS ZYBBERBERG


SEXO : MASCULINO
ALTURA: 167.5
PESO : 76.2

RESULTADOS DO TESTE

GORDURA CORPORAL 12.5 Kg 16.5%

MASSA MAGRA CORPORAL 63.7Kg 83.5%


MÚSCULOS, OSSOS, ÓRGÃOS e ÃGUA MUSCULAR
AGUA CORPORAL 43.5 litros 57.1% do peso do corpo

68.3% da massa magra

BIORESISTENCIA 434 ohms

TMB ·TAXA METABÓLICO BASAL 1936 cal/di a

CONCLUSÃO

AVALIAÇÃO DE PESO: Perder no máximo 12.08 Kg

Recomenda-se que o peso ideal seja atio.g.id~vés da redução de gordura corporal para 16 %
que corresponde a 1 0.26Kg (perda de ~ de aumento de massa magra para 84% que
corresponde a 53.86 Kg {perda de 9.84Kg}.

ÁGUA CORPORAL TOTAL: NiVEIS DE DESIDR;~

Ora Tânia Arlete Ycrtcm.ati do Am:Jral Sccchcs


CRM 200-.1-0- T

CLIMED- Rua Dr Americo de Oliveira, 03. Tel.: (035) 623 4700.ltajub;- MG


RUA DR. AMÉRICO DE OLIVEIRA, 03
TELtr;ONE: (DDD Ol5) 823....(700
CEP 37.500-000 - ITA.JUBÁ - MO

!·!UT·r::l:·~

CL.!"!.,.JIC(l E Lf':E:D:-~;,.:Hm~IO J)E i"JU-ít=::ICf.:Cl t.:: i·"iE"if.:iE:C!L.C.IG~::.::


Dr Paulo ~p do Amar·al Secches Endocrinologia e !1et~bologia
Dr !~ubin Chaves de Car·velho - Nutricao
Dra Tar1ia A.V.A. Secch~s - Informatica Medica

NICHEL P?"ISSOS ZYLBEF:BEF:;;G


I DPIDE.: 15 anos~ 210 meses
3El:CJ:
DI OT I F' O; 1\iC:F(r-\OL INEO

IlATA DA COLETA 003 DADOS


TI i::·íJ DE 1~1T I'·/ I Df-:,DE ~ LE\/E
f-iL T UF: 1::1

F'E20 DESE.::i f':-';00 · .:.:,:, • CID i·::g


F'ESO F I 8 I OL0(3 I CO -~-4 . {;. Ç:j \<(]
l !'lD ICE DE 1·1{-iSS;; COF:F·or:AL- I i',.iC
I t·-.f:"EFF'í-.:ETi:JCf-;0 DO I ~1C
Tçl·K (; DE t-1ET Ç;E:OL I Si'10 BÇ1S?iL -- T!•íi3
\ 1:~LOH Ef,lEF:GETICO TOTr:IL -
1
'-JET

P.NAL ISl:.

Q),., 9f.ú'i• Bkuu J l!tsrr.:;lfu


NUTRICIOJUSTA
CRN ü21C02SSO

Fr8grar::a DIET - Vers2.o 1.G - i"JUTRí-\SOFT

- . ""
ASSOCIAÇÃO SUL MINEIRA OE TIRO AO ALVO
* * ASSUMITA * *
RELATÓRIO DE CLASSIFICAÇÃO NA ASSUMITA

1' PROVA DE TIRO PRÃTICO DATA: 25 MAR 96

MODALIDADE: PISTOLA OPEN

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SIFIC TOS PR AC TOT ATC
10 100.0 João Alberto Nabak de Seixas 10 DO 10 10
20 70.0 Michel Passos 7 DO 7 7
30 34.0 Thais Bagattini 5 DO 5 5
40 22.1 José Carlos de Lima 3 DO 3 3

MODALIDADE: PISTOLA STANDARD

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SI FIC TOS PR AC TOT ATC
10 100.0 Marco Antonio Becerra Martin 10 DO 10 10
20 88.8 Julio Cesar Guimarães 7 DO 7 7
30 82.2 Marcos Rennó Moreira 5 DO 5 5
40 49.3 João Carlos Arbex 3 DO 3 3

MODALIDADE: REVÓLVER OPEN

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SIFIC TOS PR AC TOT ATC
10 100.0 Daniel Sipioni Polverini 10 00 10 10
20 63.2 Alfredo Polverini Neto 7 DO 7 7

MODALIDADE: REVÓLVER STANDARD

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SIFIC TOS PR AC TOT ATC
10 100.0 Arnaldo Massao Shima 10 00 10 10
20 94.4 Alexandre Magno da Silva 7 00 7 7
30 91.2 Thyers Adami Júnior 5 DO 5 5
40 90.3 Ricardo Casale 3 00 3 3
50 69.0 José Cláuzio Machado 2 DO 2 2
60 53.3 Sérgio Luiz Moral Marques 1 DO 1 1

LEGENDA: PR = Pontos na prova AC = Pontos acumulados anteriormente TOT =Total


TTC ATC =Pontos para o Troféu Ten Carneiro de 1996 (Atirador Completo)
ASSOCIAÇÃO SUL MINEIRA DE TIRO AO ALVO
• * ASSUMITA • *
RELATÓRIO DE CLASSIFICAÇÃO NA ASSUMITA

2' PROVA DE TIRO PRÁTICO DATA: 23 JUN 96

MODALIDADE: PISTOLA OPEN

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SI FIC TOS PR AC TOT ATC
1" 100.0 Ricardo Viegas Calvo 10 00 10 7
20 59.34 João Alberto Nabak de Seixas 7 10 17 10
30 23.69 Thais Bagattini 5 5 10 5
40 23.08 José Carlos de Lima 3 3 6 1
50 21.58 Michel Passos 2 7 9 3

MODALIDADE: PISTOLA STANDARD

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SI FIC TOS PR AC TOT ATC
10 100.0 Julio Cesar Guimarães 10 7 17 10
20 74.53 José Donizetti Cursino Soares 7 00 7 5
3" 1.39 Márcio Amaral 5 00 5 3

MODALIDADE: REVÓLVER OPEN

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SI FIC TOS PR AC TOT ATC
1" 100.0 Daniel Sipioni Polverini 10 10 20 10
2" 56.01 Alfredo Polverini Neto 7 7 14 7
30 49.27 Ricardo Casale 5 00 5 5

MODALIDADE: REVÓLVER STANDARD

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE TTC
SI FIC TOS PR AC TOT ATC
10 100.0 Alexandre Magno da Silva 10 7 17 10
20 92.61 Thyers Adami Júnior 7 5 12 5
30 76.85 Arnaldo Massao Shima 5 10 15 7
4" 57.96 Sérgio Luiz Moral Marques 3 1 4 3
50 51.03 Pedro Antonio Chaves 2 00 2 1
60 27.12 Julio Cesar Medeiros 1 00 1 1

LEGENDA: PR =Pontos na prova AC =Pontos acumulados anleriormente TOT =Total


TTC ATC =Pontos para o Troféu Ten Carneiro de 1996 (Atirador Completo)
ASSOCIAÇÃO SUL MINEIRA DE TIRO AO ALVO
* • ASSUMITA • •
RELATÓRIO DE CLASSIFICAÇÃO NA ASSUMITA

3' PROVA DE TIRO PRÁTICO DATA: 22 SET 96

MODALIDADE: PISTOLA OPEN

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE
SI FIC TOS PR AC TOT
10 100.0 Ricardo Viegas Calvo 10 10 20
20 59.7 João Alberto Nabak de Seixas 7 17 24
30 43.4 Michel Passos 5 9 14
40 21.6 Thais Bagattini 3 10 13
50 7.7 Paulo Alberto Capetti Rodrigues Porto 2 o 2

MODALIDADE: PISTOLA STANDARD

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE
SI FIC TOS PR AC TOT
10 100.0 Julio Cesar Guimarães 10 17 27
20 97.4 Fábio Praxedes Coelho 7 o I
30 75.7 Marco Antonio Becerra Martin 5 10 15
40 73.0 Márcio Amaral 3 5 8
50 65.0 Marcos Rennó Moreira 2 5 7
60 64.3 José Donizetti Cursino Soares 1 7 8
70 31.0 Paulo Fernando Miranda 1 o 1
ao 9.7 João Carlos Arbex Guida 1 3 4

MODALIDADE: REVÓLVER OPEN

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE
SI FIC TOS - PR AC TOT
10 100.0 Daniel Sipioni Polverini 10 20 30
20 75.8 Alfredo Polverini Neto 7 14 21
30 DQ Ricardo Antonio Casal e 5 5 10

MODALIDADE: REVÓLVER STANDARD

MELHOR ATIRADOR
CLAS- PON ATIRADOR DA MODALIDADE
SI FIC TOS PR AC TOT
10 100.0 Alexandre Magno da Si!va 10 17 27
20 90.7 Sérgio Luiz Moral Marques 7 14 11
30 87.2 Thyers Adami Júnior 5 12 17
40 74.1 Arnaldo Massao Shima 3 15 18
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SEGUf"'JDA PROVA ASSUMITA DE IF'SC/96

PISTOLA OF'EN CATEGORIA SOCIO


ALL CDr'IPET I TORS

Printed Monday June 24th 1996 at 17:11 hours

TOTAL CDr1PET I TOR


PERCEf'JT POINTS # NAME AFFILIATIOiJ

1 100.00 325.9539 6 RICARDO VIEGAS CALVO ASSUMI TA


~ 59.3~ 193.4070 11 JOAO ALBERTO N. SEIXAS ASSu:·i!TA
:::.69 77.2346 9 THAIS BAGATINI ASSUi'i I TA
75.2361 17 JOSE CARLOS DE LIMA ASSU:1ITA
5 :1.58 70.3517 12 MICHEL PASSOS A55'3'íiTA

PISTOLA OPEN CATEGORIA GERAL


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~:~ ~'.i Pt'1ULO C(.!F'ETTI fiSSUI'HT():
ASSOCIAÇÃO SUL MINEIRA DE TIRO AO ALVO
* "'ASSUMITA * *
TROFÉU TENENTE MARCOS CARNEIRO DE 1996
ATIRADOR COMPLETO DE 199G)
IPSC IPSC JPSC JPSC CMA CMA
CL ATIRADOR PO PS RO RS .22 .38 TOTAL
clii>i' ··cL]PT CL PT cCTi>T ··cLTi>i' cCTi>i'
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Ju~O Cesar Guimarães
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9 Ricardo Antonio Casale : J" 5 s· 2 - 7 1 --8
1 7 T~rs Adami Júnior · ' _ ; J 5 12 1 s 2 ____ . --8
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12Michel Passos J i 5 ' · i 6 1 14 ' 1 ... i 7
~ Márcio Amaral . \ 4" i 3 --i-- s· . 1 ~ 1 14". ! 1 13~ l 1 7
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~ José Carlos de Uma
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18° Thais Bagattini ---- 4o:::r-3~Z:.·.-'! ·-; --- --- --,,. i 1 [ ~-- ----- 4
19v José Clãuzio Machado _... , -... i :; .,_- i ,. · · i 6" 1 i 1 ·7. · i 1 12". -i 1~. 1 4 I
120:;_ JulioCesardeOliveiraMedeiros
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] 23-: Fábio Praxedes Coelho -- - 5" 2 f------ 2
24 João Carlos Arbex Guida 7 1 ·--; 1
:~ Paulo Fernando Miranda _ o· 1 .- . ~-----,·___ 1
~ A\ex Mansur ; 12 1 1
vo-André Luiz Polverini ! 16" 1 1
Stage: I - The Log Area: 1- Raiders of the Lost Are

Stage 1
Area: One - ''Raiders of the Lost Ark"
Stege name: "The Log"
Type/scoring: Speed Shoot. Comstock
Targels: 4 IPSC, 1 mini popper
Distances: 1O - 15 m
Possible points: 45
Minimum rounds: 9
Start posi1ion: Standing on the !og both hands holding the overhead rape
Starts: Audible signal
Stops: Last shot .
Penalties: As per IPSC rules
Procedure: While standing on the log, engage ali targets with two rounds each in any arder.
IPSC targets will score the two higest hits. Popper must be down to score. Al!
shooting must be dane while on lhe log. Competitors may step off the log to
c!ear a malfunction o r to reload wilthout penalty.
Stage: 6 - The Desen Area: 1- Raiders of the Lost Are

1
D

Basket

Start

Stage 6
Area: One ~ "Raiders of the lost Ark"
Stage name: 'The Desert"
Type/scoring: Speed Shoot, Comstock
Targets: 5 IPSC
Oistances: 7 ~ 1Om
Possible points: 50
Minimum rounds: 1O
start posltion: Sitting on the ground, unloaded pista! and ammo in the picnic basket
Starts: Audible signal
Slops: Last shot
Penalties: As per JPS"c rules
Proeedure: Engage ali targets with tvvo rounds each in any order. IPSC targets will score the tvvo
highest hits. T1, T2, and T3 may be shot anywhere after the signal. T4 and TS wm
be engaged from aperture B, weak hand only.
. -····-·-·'·-···~,---···· '•-·-··-··

Stage: 1O- The Swing


~ ~ Area: 2- Romancing The Stone

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Ar..mo

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Water

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Stage 1
Area: Two - "Romancing the Stone"
Stage name: "The Swing"
Type/scoring: Speed Shoot, Comstock
Targets: 5 !PSC
Distances: 1O- 15 m
Possib!e points: 50
Minimum rounds: 1O
Starl position; Standing holding lhe rope in both hands. Unloaded pistol ho:stered, ali ammo on
the groud.
Starts: Audible signal
Stops: Last shot
Penalties: As per lPSC rules
Procedure: Once the competitor has swung across the water they may draw, load, and
engage aU targets with two rounds each in any arder. !PSC targets will score the
two highest hits.
Stage: 13 - The Cantina Area: 2 - Romancing The Stone

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t

Stage 13
Area: One- "Romancing the Stone"
Stage name: "The Cantina"
Typefscoring: Speed Shoot, Comstock
Targets: 4 lPSC, 2 mini poppers
Distances: 2 - 15 m
Possible poinls: 40
Minimum rounds: 8
Start position: Seated, holding a bottle of tequila in one hand and a g\ass in lhe arder. Pista! on
the table.
Starts: Audible signal
Stops: Last shot •
Penalties: As per IPSC rules
Procedure: Engage al! targets in any arder. T3 and T 4 targets will score the two highest hits.
T1 and T2 targets will score lhe single highest hit.
Stage: 25 - The Bridge Area: 4- Rambo li

Water

(''-'"'""-"" --
Start

Stage 25
Area: Four- ''Rambo !!"
Stage name: "The Bridge"
Typefscoring: Speed Shoot, Comstock
Targets: 5 IPSC targets
Distances: 5 - 1Om
Possible points: 45
Minimum rounds: 9
Start position: Standing on the bridge, hands at sides.
Starts: Audib!e signal
Stops: Last shot
Penalties: As per IPSC rules
Procedure: Engage ali targets in any arder. T1- T4 will score lhe two highest hits. TS wiU
score the single highest hit.
Stage: 26- .The Close Escape Area: 3 - Rambo li

D i
Helicopter

Start

Stage 26
Area: Fou r~ "Rambo 11"
Stage name: "The Glose Escape"
Type!scoring: Speed Shoot, Comstock
Targets: 3 IPSC targets, 4 mini poppers
Distances: 5 • ~ 7 m
Possible points: 55
Minimum rounds: 1O
Start position: Standing with submachine in strong hand, dummy in weak hand.
Starts: Audible signal
Stops: Last shot
Penalties: As per IPSC rules
Procedure: Engage al! targets with two rounds each in any o~r. PP1 must be down before
leaving area A. The competitor must take the dummy to the top of the hil!.
Targets wi!l score the two highest hits.

--.~

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