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FERNANDA FONSECA
Palhoça
2011-1
FERNANDA FONSECA
Palhoça
2011
FERNANDA FONSECA
_________________________________________________
Prof (a) e orientadora Elinai dos Santos Freitas Schütz, Msc.,
Universidade do Sul de Santa Catarina
___________________________________________
Prof. Carlos Eduardo Ramos de Camargo, Msc.,
Universidade do Sul de Santa Catarina
___________________________________
Prof (a) Saray Giovana dos Santos, Dr.,
Universidade Federal de Santa Catarina
Dedico este trabalho ao meu amado
irmão e grande amigo Renato. Que da
onde quer que esteja tenho certeza de
que estará sempre ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ............................................... 8
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 9
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 10
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 10
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 12
2.1 HISTÓRIA DO JIU JITSU .................................................................................... 12
2.2 CARATERIZAÇÃO DA MODALIDADE ............................................................... 13
2.3 TÉCNICA DE CHAVE DE BRAÇO AMERICANA ............................................... 14
2.4 COMPLEXO DO OMBRO ................................................................................... 15
2.4.1 Osteologia ....................................................................................................... 17
2.4.2 Inervação......................................................................................................... 18
2.4.3 Músculos ......................................................................................................... 19
2.5 ANÁLISE BIOMECÂNICA QUALITATIVA ........................................................... 20
3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 23
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA.................................................................................. 23
3.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA ...................................................................... 24
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................... 25
3.5 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 26
4. DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................. 27
4.1 PROPOSIÇÃO EM FASES DA CHAVE DE BRAÇO AMERICANA .................... 27
4.2 DESCRIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DETERMINANTES EM
CADA FASE PROPOSTA, E CONSIDERAÇÕES DE UM MESTRE RENOMADO
SOBRE A TÉCNICA E OS ELEMENTOS BÁSICOS ................................................ 28
5. Conclusões E SUGESTÕES ................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40
APÊNDICES.............................................................................................................. 42
APÊNDICE A – ENTREVISTA ESTRUTURADA PARA COLETA DE DADOS ......... 43
ANEXOS ................................................................................................................... 44
ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ............................. 45
ANEXO B – Instrumento de Pesquisa e Modelo de TCLE ........................................ 46
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1 INTRODUÇÃO
O Jiu Jitsu (arte suave) surgiu na Índia onde foi desenvolvido e praticado
por monges budistas que não utilizavam armas para se defender dos saqueadores.
Eles desenvolveram técnicas aplicadas, utilizando desequilíbrios, sistema de
alavancas e de articulações do corpo que possibilitavam a defesa com efetividade
sem o uso da força. Atualmente é um esporte de combate onde se aproveita do
peso do adversário contra ele, quedas, imobilizações, golpes traumáticos e de
defesa pessoal (saída de gravata, contra golpes, esquivas). A principal característica
da modalidade são os golpes que buscam imobilizar e neutralizar o adversário
através de estrangulamentos, pressões, golpes de articulação (chaves de braço,
perna,...), imobilizações (GRACIE, 2008).
Guimarães [199-] define o Jiu Jitsu como uma arte marcial baseada na
ciência que permite ataque e defesa, através das técnicas de defesa pessoal,
aliadas ao conhecimento das alavancas e seus pontos de aplicação juntamente com
a noção de equilíbrio e a força inicial aplicada, permitindo um indivíduo mais fraco a
dominar um oponente fisicamente mais forte.
As técnicas no Jiu Jitsu podem ser classificadas, de acordo com Gracie
(2009) como defesas em pé de ataques pela frente, defesas em pé de ataque pelas
costas, defesas contra armas, da montada (golpes que iniciam da posição montada),
golpes da guarda, da montada atravessada e montada pelas costas. Gurgel (2007)
divide os golpes em fundamentos, defesa pessoal, passagem de guarda, raspagens,
ataques laterais, ataques montados, ataques nas costas, ataques na guarda, saídas
de baixo e quedas.
As técnicas utilizadas na posição de domínio montada são subdivididas
em: saídas da montada (defesa), chaves de braço, chave de braço americana,
chave de braço esticada, saída de gravata com chave de braço, estrangulamentos,
chave cervical, estabilizações (GRACIE, 2009).
Dentre as chaves aplicadas nas articulações existe a chave de braço
americana, que é uma das muitas técnicas de finalização utilizada no Jiu Jitsu assim
como projeções, imobilizações, desequilíbrios, estrangulamentos, outras chaves
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aplicadas nas articulações (“leg lock”, “arm lock”, Kimura,...) e golpes
que compõem alavancas mecânicas que permitem que um indivíduo que domine
determinada técnica leve vantagem sobre outro indivíduo mais forte ou de maior
estatura com menos habilidade técnica (PAIVA, 2009).
A técnica de chave de braço americana conforme Paiva (2009) é um
golpe de finalização caracterizado por torção, com a intenção de submeter a
articulação do ombro a uma amplitude de movimento além do limite articular.
No judô existe uma técnica de chave de braço semelhante chamada “ude-
ishigi-juji-garami”, classificada por Kudo (1977) como uma técnica aplicada na
articulação. As principais diferenças são o tipo da posição de domínio que inicia a
técnica de chave de braço americana e a finalização que ocorre na articulação do
cotovelo enquanto na americana ocorre no ombro. Neste trabalho, a chave de braço
americana analisada partiu da posição de domínio denominada montada enquanto a
chave ude-ishigi-juji-garami parte da posição de domínio chamada, no Jiu Jitsu, de
cem quilos.
Difundido no Brasil e no mundo, o Jiu Jitsu vem crescendo a cada ano,
devido a este crescimento, observou-se a necessidade de buscar qualidade técnica
a fim de se destacar nesta área.
A biomecânica é a área que estuda qual o melhor movimento ou gesto
específico para realizar diferentes técnicas. Através da análise biomecânica
qualitativa a execução do movimento ou da técnica pode ser analisada
subjetivamente embasada na observação visual. (HAY E REID, 1985).
Através da análise biomecânica qualitativa o movimento é dividido em
vários elementos com a finalidade de analisar a técnica sem mensurar suas
características. Os resultados dessa análise poderão servir para contribuir para a
otimização da técnica (MCGINNIS 2002).
Para analisar qualitativamente a técnica de chave de braço americana foi
necessário identificar os elementos que a compõe. A partir dessa problemática
questiona-se: quais os elementos que compõe a chave de braço americana partindo
da montada?
1.4 JUSTIFICATIVA
2.4.1 Osteologia
2.4.2 Inervação
formado pelo nervo peitoral medial que inerva o músculo peitoral menor; o nervo
cutâneo medial do antebraço é responsável pela sensibilidade na poção interna do
antebraço enquanto o nervo cutâneo medial do braço é responsável pela
sensibilidade na porção interna do braço; o nervo ulnar inerva o músculo flexor ulnar
do carpo, parte interna do flexor profundo dos dedos, músculos da região hipotênar,
músculos interósseos (palmares e dorsais), os músculos lumbricais, músculo adutor
do polegar e músculo flexor curto do polegar; a raiz medial do mediano forma o
nervo mediano. O fascículo posterior é formado pelo nervo subescapular superior
que inerva o músculo subescapular; o nervo subescapular inferior para os músculos
subescapular e redondo maior; o nervo toraco dorsal inerva o latíssimo do dorso
(grande dorsal); o nervo axilar ou circunflexo do úmero inerva o deltóide e o redondo
menor; o nervo radial é responsável por inervar toda a musculatura posterior do
antebraço, os músculos tríceps braquial, ancôneo, braquiorradial, supinador, o
extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor dos dedos,
extensor ulnar do carpo, extensor do dedo mínimo, extensor do indicador, extensor
curto do polegar, extensor longo do polegar, extensor abdutor longo do polegar; o
nervo mediano é formado pela união das raízes do fascículo lateral e do fascículo
medial, não tem ramos no braço e passa sob o tendão do músculo bíceps braquial,
passa na direção mediana do antebraço e passa pelo músculo flexor superficial dos
dedos inervando no antebraço os músculos, flexor superficial dos dedos, parte do
flexor profundo dos dedos, do pronador redondo, do pronador quadrado, flexor longo
do polegar, flexor radial do carpo, palmar longo e na mão os músculos dois primeiros
lumbricais laterais, abdutor curto do polegar, oponente do polegar e flexor curto do
polegar (porção superficial) (MIRANDA, 2006).
2.4.3 Músculos
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1. FASE DE DOMÍNIO
2. FASE DE ATAQUE
6. Ataque: o atacante com o tronco flexionado e com leve rotação para a direita,
quadril flexionado e abduzido joelhos flexionados apoiados sobre o solo e os pés em
flexão plantar. A parte posterior do quadril do atacante apoiada sobre o a parte
anterior do quadril do atacado mantendo-o assim preso com o dorso no solo. O
membro superior esquerdo com ombro flexionado, cotovelo flexionado e contato do
terço médio posterior do braço com a lateral esquerda da face do atacado formando
um ângulo reto no cotovelo impedindo que o atacado consiga olhar para o próprio
membro superior esquerdo. Porção anterior do antebraço esquerdo apoiado sobre
solo e antebraço esquerdo pronado, no punho esquerdo começa um movimento de
extensão e os cinco dedos passam por cima envolvendo o punho esquerdo do
atacado. Ao início da fase de finalização, braço direito flexionado, no ombro direito
começa um movimento de extensão e rotação medial da escápula, o cotovelo em
ângulo reto e antebraço direito pronado, com punho em posição neutra e flexão dos
cinco dedos passando por cima e envolvendo o punho esquerdo colateral, começa a
conduzir o membro superior do atacado dominado puxando para trás, ocorre um
movimento de adução na escápula direita ao mesmo tempo que vai estendendo o
ombro direito trazendo seu cotovelo para cima terminando a fase de finalização
submetendo assim o ombro de seu oponente a aplicação da técnica.
6. Defesa: o atacado em decúbito dorsal com o ombro esquerdo em abdução
horizontal e rotação externa, com o cotovelo flexionado, punho na posição neutra,
membro superior esquerdo dominado é submetido pelo atacante a rotação externa e
adução do ombro na medida em que o atacante ao final da fase de encaixe conduz
o membro superior do atacado dominado puxando para trás e para cima fazendo
que o terço médio da porção posterior do braço esquerdo do atacado deslize sobre a
coxa do atacante (do joelho em direção ao quadril), a flexão lateral do pescoço é
acentuada, o atacado bate no dorso do atacante com a mão direita em sinal de
desistência. O quadril flexionado e abduzido, joelhos flexionados e os pés apoiados
sobre o solo.
Contribuindo com a descrição buscou-se na fala do entrevistado
informações qualitativas com o intuito de enriquecimento do trabalho. Entre os
trechos selecionados destacou-se quando fala que a americana é uma chave de
alavanca com torção, que atua sobre a articulação do ombro e a consequência da
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alavanca que atue na articulação do ombro com aplicação de uma força externa que
induza a um movimento de rotação externa no ombro com o membro dominado.
Sugere-se assim que os movimentos determinantes para a aplicação
eficiente da técnica são o domínio da posição da montada, para criar uma situação
que favoreça o ataque da americana, a condução do membro superior para o
domínio no solo, o domínio do membro superior do atacado com ombro em abdução
horizontal e cotovelo flexionado em aproximadamente 90° e o domínio do punho
com a proteção do polegar (pegada com dedos estendidos com a articulação
carpometacárpica abduzida), não deixando a pegada de polegar para não favorecer
a defesa, seguido do fechamento de uma alavanca pelo atacante segurando o seu
punho colateral, deslocamento do membro dominado do atacado para trás,
levantando o cotovelo do atacado sem que a parte posterior da mão do atacado
perca o contato com o solo provocando uma rotação externa no ombro do sujeito
atacado.
Ao realizar a pesquisa observou-se uma carência de material científico
referente ao Jiu Jitsu, o que foi um fator limitante na realização do trabalho. Sugere-
se assim novos estudos por parte de profissionais de Educação Física e
pesquisadores, relacionados a esta área, para assim favorecer o trabalho de
professores, técnicos e atletas.
Sugere-se ainda uma análise quantitativa referente a angulação ótima de
todas as articulações envolvidas no movimento para a aplicação da técnica de chave
de braço americana. E ainda estudos qualitativos referentes a aplicação de outras
técnicas de finalização no Jiu Jitsu e possíveis lesões decorrentes.
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REFERÊNCIAS
GRACIE, R.. Carlos Gracie: o criador de uma dinastia. Rio de janeiro: Record,
2008.
GURGEL, F.. Brazilian Jiu Jitsu: manual pessoal de Jiu Jitsu do iniciante ao
avançado. Rio de Janeiro: Axcel, 2007.
KUDO, K. Judô em ação. 8. ed. Tokio: Japan Publications Tradin Company, 1977.
PAIVA, L.. Pronto pra guerra: preparação física específica para luta & superação.
1.ed. Manaus: OMP, 2009.
APÊNDICES
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APÊNDICE A – Entrevista estruturada para coleta de dados
TIPO: ENTREVISTA
Validação de clareza
1) Na sua opinião como você classifica uma chave de braço americana?
ANEXOS
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ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
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ANEXO B – INSTRUMENTO DE PESQUISA E MODELO DE TCLE
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e, que recebi de forma clara e
objetiva todas as explicações pertinentes ao estudo e, que todos os dados a meu respeito serão sigilosos.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome do atleta:______________________________________________________ .
Assinatura Atleta
Palhoça,____/____/____ .