Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tecnologia de Alimentos
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO IV
Tecnologia de Carnes
1. Composição e Propriedades
A carne de boa qualidade deve apresentar cor atraente, frescor e pouco suco
exsudado, deve estar macia e suculenta, com alto teor proteico e baixa densidade
calórica, livre de agentes patogênicos, resíduos químicos e baixa contagem de micro-
organismos deterioradores. Segue abaixo tabela com composição centesimal aproximada
da carne (parte muscular) e produtos cárneos.
92
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O bem-estar é uma característica de um animal e não algo que pode ser fornecido
a ele, é o estado de harmonia entre o indivíduo e seu ambiente, caracterizado por
condições físicas e fisiológicas ótimas. O bem-estar animal resulta em menor
porcentagem de lesões na pele do animal e consequentemente melhor qualidade de sua
carne e maior valor comercial. Para que este estado seja atingido, o animal deve estar
livre de fome, sede, desconforto, dor, lesões, doenças, medo, estresse e expressar
comportamento normal.
Deve-se ter cuidado especial no manuseio pré-transporte, durante o transporte e
no desembarque para o abate. No pré-transporte o animal deve permanecer por um
período de jejum e receber somente dieta hídrica, para assim eliminar o volume de
dejetos de seu tubo digestivo e assim evitar contaminação durante o corte de sua carcaça
pelo extravasamento do conteúdo intestinal. O transporte é considerado a etapa mais
estressante devido à interação homem-animal. O animal mal conduzido sofre contusões,
fraturas, arranhões, exaustão metabólica, desidratação e estresse térmico.
O tempo para o transporte de bovino deve ser menor que 12 horas, de suínos
deve ser menor que 3 horas e de aves deve ser no máximo em 2 horas. O meio de
transporte desses animais deve oferecer espaço e temperaturas adequadas para que o
estresse provocado seja mínimo. A densidade do carregamento deve ser de 400 kg/m2
para bovinos, 250 kg/m2 para suínos e para as aves deve corresponder a 18 frangos/m2.
Já o desembarque deve ser feito no menor tempo possível e dependendo da
quantidade de animais, pode variar de 5 minutos a várias horas. As rampas de
desembarque devem ter no máximo 15° para evitar sobrecarga das articulações das
patas do animal e devem ser cobertas para protegê-los da luz direta e do calor. O uso de
varas e choques elétricos, gritos e pontapés dos operários responsáveis deve ser
totalmente evitado para evitar que o animal se debata e cause lesões em sua pele.
O curral de espera é o local em que os animais aguardam até o momento de seu
abate e deve permitir que estes se recuperem do estresse do transporte e desembarque.
O tempo neste local varia de 1 a 15 horas, pois depende do tamanho do abatedouro, do
número de animais, do tempo de transporte e das condições ambientais do local.
Entretanto, o recomendado para curral de espera é de 2 a 3 horas.
93
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O local deve conter corredores largos, bem iluminados e sem quinas, com piso
antiderrapante e de cor uniforme e apresentar temperaturas de 15 a 18°C e umidade em
torno de 59 a 65%, que é atingida através da aspersão de água, que além de manter a
umidade do ar adequada também acalma os animais e os limpa, reduzindo problemas
com odor.
3. Abate Humanitário
Mesmo com a sua morte, o animal ainda mantém funcionantes as funções vitais
de seu sistema muscular. Ocorrem então no músculo várias modificações estruturais e
bioquímicas que são dependentes do tratamento ante-mortem, do processo de abate e
das condições de armazenamento desta carne. Com o abate do animal, cessa o aporte
de oxigênio ao músculo e então a síntese de ATP se realiza por via anaeróbica através da
fosforilação glicolítica, em que as reservas de glicogênio do músculo serão utilizadas.
Partindo deste ponto, observa-se que a concentração de glicogênio em nível
muscular antes do abate é que definirá a formação de ácido lático e a consequente queda
de pH. O animal recém abatido apresenta em seus músculos ATP, fosfocreatina e tem pH
em torno de 6,9 a 7,2. O músculo esquelético no período post-mortem apresenta três
fases: a fase de pré-rigor-mortis, a fase de rigor-mortis e a fase post-rigor-mortis.
94
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
3.2 Fase de pré-rigor-mortis
Fase após o abate do animal e enquanto os níveis de ATP forem suficientes para
satisfazer as necessidades energéticas do músculo esquelético, este permanecerá ativo.
4. Maciez da Carne
95
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Os fatores que influenciam na maciez da carne são:
• Fatores ante-mortem: características genéticas e fisiológicas,
manejo e alimentação;
• Fatores post-mortem: tempo e temperatura de armazenamento,
modo como a carne é cortada, adição de agentes amaciantes, método de
cozimento.
5. Carnes PSE
A sigla PSE significa pale, soft ,exudative, ou seja, pálida, mole e exsudativa. São
as carnes nas quais houve acentuada hipertermia no post-mortem, ou seja, a glicólise
post-mortem ocorreu de forma muito rápida pela liberação do hormônio adrenalina como
resposta ao estresse ao qual o animal foi submetido. Os carboidratos então são
decompostos em anaerobiose para a geração de energia (síntese de ATP) e são
formadas altas concentrações de ácido lático e há aumento na produção de calor.
Este rápido consumo das reservas musculares de ATP e glicogênio ocasionam
rápida queda do pH (< 5,8 aos 45 minutos pós abate) enquanto a temperatura do músculo
ainda está elevada. Como consequência do baixo pH e das altas temperaturas teremos a
96
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
desnaturação das proteínas miofibrilares e sarcoplasmáticas, menor capacidade de
retenção de água e carnes apresentando problemas de cor, estrutura e perda de líquidos.
Para evitar carnes PSE recomenda-se bom manejo nas etapas que antecedem o abate.
6. Carnes DFD
A sigla PSE significa dark, firm e dry, ou seja, escura, dura e seca. Esta carne é
caracterizada por pequena queda do pH devido à baixa concentração de glicogênio
muscular, que se esgota antes do abate devido às condições a que o animal é submetido:
estafa, trabalho, jejum, excitação, lutas e choques elétricos. Ocorre, então, uma glicólise
lenta por falta de glicogênio muscular nos animais abatidos.
Estes casos têm pouco efeito sobre as proteínas miofibrilares e sarcoplasmáticas,
e então a carne se torna mais seca, escura e com maior capacidade de retenção de água.
Para evitar carnes DFD recomenda-se bom manejo nas etapas que antecedem o abate
para preservar as reservas de glicogênio do animal.
97
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
http://www.cuencarural.com/img/varias/img13759.jpg
7. Qualidade da Carne
98
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Textura;
• Quantidade e distribuição da gordura;
• Maciez;
• Sabor;
• Suculência.
8. Cor em carnes
9. Atividade Muscular
99
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
10. Idade do Animal
100
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O odor e o sabor estão sujeitos à variabilidade de certos fatores do animal. O
aumento da idade do animal está associado ao aumento da intensidade do aroma de sua
carne. O pH final também afeta o aroma do músculo, pois quanto mais alto o pH final,
mais baixa é a intensidade do aroma, possivelmente porque o intumescimento da
estrutura interfere no acesso do paladar às substâncias envolvidas.
15. Embutidos
101
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Produto Método de Forma de
fracionamento apresentação
102
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Nutricionalmente falando, a carne do pescado pode ser comparada a outros
alimentos de origem animal. Entretanto, difere muito destes produtos em relação à sua
captura, abate, estocagem e processamento. O pescado apresenta alta susceptibilidade
devido a seu pH ser próximo da neutralidade, elevada atividade de água nos tecidos,
elevado teor de nutrientes e lipídios insaturados (podem sofrer oxidação), além de
apresentar rápida ação destrutiva de enzimas endógenas e alta atividade metabólica da
microbiota.
A carne do pescado é constituída principalmente de tecido muscular, tecido
conectivo e gordura e sua composição química depende da espécie, idade, estado
fisiológico, época e região de captura. Além da proteína, o pescado é fonte de óleos,
rações e produtos valor para a indústria. A tabela abaixo compara a composição química
aproximada (%) de algumas espécies de pescado e marisco.
103
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
18.3 Rigor-mortis
20. Autólise
104
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Os peixes que são capturados no momento em que estavam se alimentando são
os que apresentam as maiores alterações autolíticas, decorrentes da ação de enzimas
digestivas e por isso necessitam ser eviscerados e colocados em gelo o mais
rapidamente possível.
22. Ovos
105
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
multimisturas distribuídas no Brasil por várias organizações não-governamentais. Na
tabela abaixo encontra-se a composição aproximada (%) das diferentes partes do ovo.
22.2 Conservação
O ovo, quando é expulso, entra em contato com as fezes da galinha e sujeira dos
ninhos, que contém inúmeros micro-organismos e a casca é a principal barreira protetora
deste alimento. Entretanto, a casca não é uma barreira inviolável, ficando mais vulnerável
à proliferação bacteriana com o passar o tempo. A eliminação da sujeira dos ovos auxilia
em sua conservação durante seu período de armazenamento.
22.3 Alterações
106
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
câmara de ar, que irá então comprimir a gema, que ficará mais frágil e se romperá
facilmente quando este ovo for quebrado.
A diferença entre os óleos e as gorduras dois está no ponto de fusão de cada um.
Enquanto em temperaturas ambiente as gorduras ainda estão em seu estado sólido
(ponto de fusão mais alto), os lipídios já se apresentam em estado líquido (ponto de fusão
mais baixo). Essa propriedade física é consequência da composição dos ácidos graxos e
suas respectivas posições esterificadas na molécula de glicerol. Os óleos então
apresentam ponto de ebulição abaixo de 20°C, enquanto que as gorduras têm seu ponto
de fusão acima de 20°C.
107
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Tanto óleos quanto gorduras podem apresentar origem vegetal ou animal e
derivar de grãos (soja, milho, algodão, etc) ou frutos (oliva, coco, dendê). Os azeites são
obtidos pela prensagem da polpa de frutos, como a azeitona e o dendê, enquanto que os
óleos são extraídos de grãos oleoginosos.
23.2 Processamento
108
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
23.3 Hidrogenação de Óleos
109
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
23.4 Alterações em Gorduras e Lipídios
23.4.1 Rancificação
110
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
23.5 Fatores que afetam a oxidação
23.5.1 Oxigênio
23.5.2 Temperatura
111
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Tipo de Principal Compostos gerados
degradação variável
Oxidação Ar Triglicerídeos
Dímeros e polímeros oxidativos
Compostos voláteis
23.5.3 Luz
112
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
113
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 37
de 31 de outubro de 2000. Aprova o “Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de
Leite de Cabra”. Publicado no D. O. U. de 08 de Novembro de 2000.
114
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
CAMARGO, Rodolpho de, et al. Tecnologia dos produtos agropecuários – alimentos.
1. ed. São Paulo: Nobel, 1984.
GAVA, Altair Jaime. Princípios de Tecnologia de Alimentos. São Paulo: Nobel, 1984.
115
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
de Alimentos, Escola de Nutrição, UFOP. Pós-graduação latu sensu Ciência de
Alimentos. Ouro Preto, 2008.
POTTER, N. N.; HOTCHIKISS, J. H. Food Science. 5. ed. New York: Chapman & Hall,
1995.
116
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
SILVA, Pollyanna Ibrahim; CORREIA, Laura Fernandes Melo. Tecnologia de Alimentos
– parte III. Departamento de Alimentos, Escola de Nutrição, UFOP. Pós-graduação latu
sensu Ciência de Alimentos. Ouro Preto, 2008.
SOMMERS, C. H.; FAN, X. Food irradiation: research and technology. Iowa, IFT
Press: Blackwell, 2006 in ROSENTHAL, Amauri. Tecnologia de Alimentos e Inovação:
tendências e perspectivas. 1. ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008.
----------------FIM DO CURSO!----------------
117
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores