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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
UNIDADE II
DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO.................................................................................................... 51
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL................................................................................................ 51
CAPÍTULO 2
DESENVOLVIMENTO DO RECÉM-NASCIDO............................................................................... 64
UNIDADE III
AS INFÂNCIAS...................................................................................................................................... 69
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
UNIDADE IV
DESENVOLVIMENTO INFANTIL................................................................................................................ 96
CAPÍTULO 1
QUESTÕES ESPECÍFICAS.......................................................................................................... 96
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 105
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
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Introdução
Nesta disciplina iremos abrir espaço em nossas mentes para a percepção de nós
mesmos, como seres humanos, que se desenvolvem e constroem padrões diferentes de
comportamento e personalidade mesmo que com algumas semelhanças, sendo essas,
as que abordaremos para a compreensão deste processo.
É necessário relembrar que esse caderno de estudo serve como um guia para orientar a
sua pesquisa mais aprofundada sobre os temas levantados, uma vez que a bibliografia é
vasta e será apresentada ao final do caderno, o aluno, quando possível, deverá pesquisar
e aprofundar suas leituras a fim de aprimorar seu estudo.
Objetivos
»» Apresentar conteúdo e transcorrer sobre conceitos relevantes acerca
do desenvolvimento humano, enfatizando a fase do desenvolvimento
infantil. Analisar diversas teorias do desenvolvimento possibilitando
novos conhecimentos e incentivando a busca e a pesquisa concomitante.
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DESENVOLVIMENTO UNIDADE I
HUMANO
CAPÍTULO 1
Compreendendo o desenvolvimento
humano
Conceitos e definições
Vamos diferenciar alguns termos muitas vezes utilizados como sinônimos,
embora tenham significados diferentes. Assim, iniciaremos definindo alguns
conceitos que nos situem em determinada perspectiva, a começar pelos termos
conceituados pelo Ministério da Saúde (2002):
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Casimiro de Abreu
Do despontar da existência!
Que auroras, que sol, que vida, que noites de melodia, naquela
doce alegria, naquele ingênuo folgar!
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Ia colher as pitangas,
Rezava às Ave-Marias,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar!
Figura 1.
Fonte: <http://patatitralala.blogspot.com.br/2010/09/o-conceito-de-infancia-atraves-da_7.html>
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Mais tarde outros autores divergiram de Airès e no século XIX o estudo científico
sobre o desenvolvimento infantil começou a enfatizar outros argumentos igualmente
relevantes. Trazendo para dentro da nossa realidade, podemos verificar que por volta
dos anos de 1800, no Brasil, houve certa inquietação a respeito dessas atitudes. E foi
então no século XVII com a chegada dos portugueses ao Brasil e a preocupação com
a higiene e a saúde que as famílias começaram a mudar o pensamento. Preocupadas
com o futuro dos seus filhos passaram a protegê-los em comparação ao comportamento
anterior existente na sociedade europeia. A sociedade reservou um maior interesse pelas
crianças, em termos de cuidado, e transferiu esse interesse para o centro da família.
Essa nova perspectiva e preocupação em relação à criança fez desse tema um assunto
de relevância social. Foi em 1989, na Assembleia Geral das Nações Unidas, que então
se convencionou o Direito da Criança, por meio da Carta Magna, garantindo a todas as
crianças o direito e a proteção especial de modo a permitir um desenvolvimento sadio
e feliz.
Preâmbulo
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
»» Parte I.
»» Parte II.
»» Parte III.
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CAPÍTULO 2
O desenvolvimento humano e a
Psicologia
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
O sujeito humano é constituído por aquilo que é herdado fisicamente e pela experiência
individual, mas sua vida, seu trabalho, seu comportamento também se baseiam
claramente na experiência histórica e social, isto é, aquilo que não foi vivenciado
pessoalmente pelo sujeito, mas está na experiência dos outros e nas conquistas
acumuladas pelas gerações que o procederam. (OLIVEIRA, 2005, p. 11)
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
de fases, variações tão complexas que para melhor significá-las iremos dividi-los em
períodos, são eles:
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Terceira idade »» A maioria das pessoas é mentalmente ativa. Embora a inteligência e a memória possam se deteriorar
em algumas áreas, a maioria das pessoas encontra modos de compensação.
(65 anos em diante)
»» Aposentadoria pode criar mais tempo para o lazer, mas pode diminuir as rendas.
»» As pessoas precisam enfrentar perdas em muitas áreas (perdas de suas próprias faculdades, perda
de afetos) e a iminência de sua própria morte.
Fonte: PAPALIA, Diane E. & OLDS, Sally W, 2000, p 27.
Ainda segundo as autoras é muito importante destacar que as divisões nos servem como
parâmetro e não condizem exatamente à realidade, uma vez que fatores externos ao
ocorrerem em determinados momentos da vida podem alterar as ordens de padrões de
comportamento; embora dentro das sociedades ocidentais esses critérios apresentados
costumam marcar os períodos conforme as características e preocupações descritas no
modelo.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Fonte: <http://teste.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/visao-epigenetica-do-
desenvolvimento-motor.pdf>
Talvez a herança genética seja uma variável de grande influência, não só no aspecto
físico, mas também, sobre aspectos cognitivos e psicossociais que resultam em marcas
individuais capazes de influenciar ou não no desenvolvimento.
Hereditariedade e o ambiente
Tanto hereditariedade quanto o ambiente têm uma característica contínua que vão desde
o momento da concepção e permeiam todo o ciclo de vida do ser humano; assim como
as características genéticas, o ambiente está sempre influenciando o comportamento.
Deste modo, é possível perceber que tanto o ambiente quanto a hereditariedade moldam
o desenvolvimento humano e se fazem presentes no decorrer de toda a infância e vida
adulta.
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
A herança genética
Fonte: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf.>
Acessado em: 29 Out. 2015
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Alguns estudiosos como Baltes, Reese e Lipsitt (1980 apud PAPALIA; OLDS,
2000) trataram dos aspectos de influência do desenvolvimento humano incluindo
os acontecimentos normativos e os não normativos. Como o próprio nome diz, os
acontecimentos normativos são aqueles considerados “normais”, ou seja, ocorrem
de maneira similar na maior parte das pessoas de um mesmo grupo social, e essas
influências normativas podem ser etárias ou históricas.
Maturação
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Personalidade
Teoria da continuidade
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Vulnerabilidade e resiliência
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
dos fatores de suporte (fatores resilientes - sociais, habilidades e intrínsecos) que serão
ativados e interativamente atuarão a favor da pessoa em situações de crise.
Genética do comportamento
Busca explicar os padrões de desenvolvimento, que são iguais para os mesmos tipos de
criança, a partir do conceito de maturação e da visão da herança genética do indivíduo,
sendo o ambiente fator contribuinte para significativas diferenças individuais.
Interação gene-ambiente
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Teoria do apego
Como podemos ver, essa visão do vínculo afetivo na qual o apego está inserido denota
esse comportamento como um comportamento inato baseado na natureza humana e
presente nas figuras do recém-nascido.
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CAPÍTULO 3
Perspectivas teóricas do
desenvolvimento humano
Figura 2.
Fonte: <http://risedh.com.br/blog/>
Magnusson e Cairns (1996 apud DESSEN, 2005) destacam que o ser humano funciona de
modo integrado e se desenvolve psicologicamente a partir dos elementos de maturação,
experiência e cultura. Por isso, o desenvolvimento se dá por meio de uma dinâmica
contínua entre quem interage e o próprio ambiente, tangendo as relações interpessoais,
sociais e culturais. O desenvolvimento ainda se dá pelo modo de funcionamento
individual a partir de influências internas de interação entre a própria pessoa e os
sistemas cognitivo, emocional, fisiológico, morfológico, conceitual e neurobiológico
vigente a todo tempo dentro do processo de desenvolvimento.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
porém, tem grande influência nas teorias do desenvolvimento humano uma vez que
levantou diversas preocupações acerca da personalidade humana.
Conforme Bee e Boyd (2011, p. 274) “A teoria psicanalítica também deu aos psicólogos
inúmeros conceitos úteis, tais como os mecanismos de defesa e a identificação, os
quais foram tão atualmente adotados e que se tornaram parte da linguagem e da teoria
cotidiana”. Desse modo podemos perceber que a teoria psicanalítica é vista como mais
uma forma de perceber a personalidade e pensar sobre o assunto, mas ainda teve
influência para a compreensão do desenvolvimento, embora não seja considerada
completa como uma teoria do desenvolvimento.
Figura 3.
Fonte: <http://administracaonoblog.blogspot.com.br/2011/05/psicologia-sigmund-freud.html>
A teoria freudiana foi pensada por Sigmund Freud por meio das experiências de estudos
de casos e análise dos sonhos, além das lembranças de sua infância. Foi desenvolvida
concomitantemente ao trabalho de análise clínica de seus pacientes. Conforme ia
escrevendo e publicando artigos, Freud passou a ser reconhecido e seguido por
profissionais, os quais se reuniam a fim de aprender como desenvolver e utilizar essas
novas formulações em seus consultórios.
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Freud elabora uma teoria que justifica as forças motivadoras que impulsionam
e determinam o comportamento humano. Para ele, essas forças, chamadas de
instintos, eram os elementos básicos da personalidade. Os instintos, de acordo com a
abordagem freudiana, nada mais eram do que a necessidade do corpo transformada
em um desejo.
A partir da análise dos seus pacientes, Freud concluiu que os sintomas sem causa física
aparente, apresentados durante a análise, estavam ligados a perturbações emocionais,
situadas em experiências traumáticas reprimidas no período da primeira infância.
Essas experiências se traduziam em conflitos que se repetiam no decorrer de todo o
período de desenvolvimento. Para ele os conflitos eram uma forma com que a pessoa
lidava com os impulsos biológicos inatos ligados ao sexo e às exigências sociais. Para
nossa melhor compreensão, Papalia e Olds (2000) destacaram a afirmativa de Freud
de que os conflitos ocorrem invariavelmente em todo o período de vida, portanto são
repetições dos traumas obtidos nas experiências da primeira infância.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Conforme Freud, o prazer muda de uma zona erógena do corpo à outra em algumas
fases da vida. Os cinco estágios do desenvolvimento da personalidade chamados de
Estágios Psicossexuais são:
Aqui, a principal fonte de prazer são atividades ligadas à boca como mamar e
comer.
2. Anal (1 a 3 anos).
3. Fálico (4 a 5 anos).
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
social da época. O que vimos ainda, é que Freud elaborou suas teorias a partir do
desenvolvimento normal de uma gama de pacientes adultos neuróticos de classe
média alta em psicoterapia, o que nos faz observar que a falta dos fatores biológicos
e do entendimento da importância de se levar em conta os processos de maturação e
experiências precoces influenciaram como fatores limitantes de sua teoria.
Figura 4.
Fonte:<http://www.intropsych.com/ch11_personality/erikson.html>
Eric Erikson teve grande influência na psicanálise e na cultura de um modo geral nos
anos 30. Vindo da perspectiva freudiana, apresentou inovações sobre os estágios do
desenvolvimento. Segundo ele “A psicanálise é sempre o ponto de partida” (citado em
KENISTON, 1983, p. 29 apud SCHULTZ; SCHULTZ, 2002, p. 204). Percebemos em
seu trabalho que o ego ou “eu” é uma parte independente da personalidade, além do
reconhecimento que ele dá às influências culturais e históricas no desenvolvimento da
personalidade, e ainda, que a personalidade continua seu desenvolvimento numa série
de oito etapas durante toda a evolução da vida.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Cada confronto com o ambiente é denominado crise, a qual envolve uma mudança de
perspectiva que requer que reconcentremos a nossa energia instintiva de acordo com
as necessidades de cada estágio do ciclo de vida. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2002, p. 207)
Podemos perceber, então, que a teoria de Erikson consegue sustentar a ideia de que
as influências culturais e sociais do desenvolvimento vão para além da adolescência e
isso fez com que sua teoria fosse aceita de maneira mais positiva dentro do contexto
desenvolvimental, uma vez que as fases do desenvolvimento psicossocial, mesmo
girando em torno de crises, possibilita o resultado positivo. Aqui, as experiências
psicossociais e não as forças biológicas instintivas são as determinantes do processo
do desenvolvimento. Embora as influências da infância sejam importantes, os
acontecimentos nas seguintes fases podem suprir as experiências mal adaptadas.
Alguns temas levantados pelo psicanalista Erikson são muito importantes e devem ser
discutidos por terem grande relação à sua explicação sobre as crises desenvolvimentais.
Erikson então explica que durante as fases do desenvolvimento nós passamos por várias
crises, são elas:
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
autor como de muita importância uma vez que o ato de segurar e largar
algo é usado como modelo ou um treino para a criança, em relação a
como reagir aos conflitos posteriores em forma de comportamentos e
atitudes. É no decorrer dessa etapa que a criança consegue estabelecer
algum grau de escolha e experimentar o poder da sua própria vontade,
mesmo dependente dos pais neste momento elas passam a se ver como
pessoas separadas e com algum grau de força em si mesmas.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
A força básica que surge da intimidade do início da fase adulta é o amor, que Erikson
considerava a maior virtude humana. Ele o descreveu como uma devoção mútua numa
identidade compartilhada, a fusão de uma pessoa com outra. (SCHULTZ; SCHULTZ
2002, p. 212, grifo do autor)
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
O cuidar é a força básica que surge da preocupação com as próximas gerações na fase
adulta; Erikson definiu-o como uma preocupação ampla pelos outros e dizia que ele se
manifestava na necessidade de ensinar, não só para ajudar os outros, mas também para
formar a própria identidade. (SCHULTZ; SCHULTZ 2002, p. 213, grifo do autor)
Para Erikson as crises se instalam de acordo com uma sequência de maturação que podem
ser resolvidas de modo satisfatório, no intuito de alcançar um desenvolvimento favorável
do ego. Após cada crise, com um nível positivo de resolução, há o desenvolvimento do
que ele chamou de “virtude”, que seria essa força particular do ego.
Nas primeiras fases da infância o resultado depende da relação com o meio uma vez que
há grande influência dessa relação criança x meio-social (comportamento do adulto,
atenção voltada à criança, estimulação etc.) nos resultados.
Já nas últimas fases do desenvolvimento há mais controle sobre o meio social em que
estamos inseridos, o adulto já não é mais completamente influenciado. No entanto, é
importante frisar que essas escolhas relacionadas ao meio social serão influenciadas
pelas características do ego, resultantes do modo como se resolveram as crises passadas.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Essa perspectiva aponta para a importância das mudanças qualitativas nos processos
de pensamento e no comportamento, refletindo às mudanças do desenvolvimento.
Aqui as pessoas são seres ativos que participam do seu processo de mudança
e se desenvolvem a partir dos seus próprios impulsos e padrões internos de
desenvolvimento. A pessoa é vista como agente de construção do seu mundo, por isso
essa abordagem concentra-se no modo pelos quais esse ser ativo passa a conhecer o
seu ambiente, assim sendo, o enfoque está no modo como ele percebe, avalia, aprende,
pensa, decide, e soluciona problemas.
Figura 5.
Fonte: <http://webspace.ship.edu/cgboer/kelly.html>
A teoria de Kelly não foi muito aceita pelo movimento cognitivo contemporâneo. A
psicologia norte-americana não reconhecia o trabalho de Kelly e criticava em seu
pensamento a falta de reconhecimento dos conceitos familiares relacionados à emoção
e motivação, também por apontar sempre os aspectos racionais do funcionamento
humano em detrimento dos aspectos emocionais, além de não ter boa representatividade
de pessoas avaliadas em suas amostras. (BOEREE, 1997)
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
A teoria apontava para uma visão do sujeito como ser racional que elabora constructos a
partir de sua percepção do mundo. Para ele os eventos passados não eram determinantes
do comportamento atual. A sua visão, portanto, constrói a ideia do homem como um
ser com capacidade individual: de livre-arbítrio, de escolha e direção dos seus atos ao
longo da vida, de mudança conforme a necessidade, para revisar os constructos antigos
e formar novos constructos.
Dentro desse apanhado teórico é possível observar que, embora não haja uma
fundamentação acerca do papel da hereditariedade, há um pensamento de que a
pessoa não é totalmente determinada por influências ambientais. Então, o processo de
desenvolvimento individual se dá por meio de constructos baseados na interpretação
dos eventos e, portanto, é a operação desses processos mentais racionais, e não os
eventos propriamente ditos, que influenciam a formação do “eu”.
Figura 6.
Fonte: <https://blogdaformacao.wordpress.com/tag/jean-piaget/>
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
A ideia central desta teoria diz respeito ao modo de adaptação do homem ao meio
ambiente, sendo este um processo ativo do desenvolvimento em que uma pessoa lida
com novas informações. Para uma maior compreensão sobre o processo de adaptação
Piaget discorre sobre três aspectos fundamentais:
1. Assimilação
Parte do processo de adaptação proposto por Piaget, que envolve a absorção de novas
experiências ou informações, são os esquemas existentes. Entretanto, a experiência não
é assimilada “como é”, mas é um pouco modificada, ou interpretada, a fim de se ajustar
aos esquemas preexistentes. (BEE; BOYD 2011, p.473)
2. Acomodação
É a parte do processo de adaptação proposto por Piaget pela qual uma pessoa modifica
esquemas existentes como resultado de novas experiências ou cria novos esquemas
quando os antigos não mais administram os dados. (BEE; BOYD 2011, p.473)
3. Equilibração
Por equilibração entende-se uma necessidade de equilíbrio por parte da criança, quando
diante da necessidade de mudança requerida no processo de assimilação e acomodação.
Ocorre na dificuldade da criança em lidar com as novas experiências a partir das
estruturas mentais existentes e então surge uma nova necessidade de organizar outros
padrões mentais e obter o equilíbrio. A equilibração ocorre entre a criança, o mundo
exterior e as suas próprias estruturas cognitivas.
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Esses esquemas que vão se desenvolvendo desde bebê são diferentes e vão gradativamente
se modificando e transformando-se em novos esquemas, estes vão sendo integrados à
medida que a criança adquire informações, e, por isso, os esquemas tornam-se cada vez
mais complexos. Deste modo, o que vimos como assimilação e acomodação trabalham
juntos para gerar o crescimento cognitivo enquanto a equilibração é a constante busca
de equilíbrio entre a criança, o seu mundo exterior e suas próprias estruturas cognitivas.
Figura 7.
Fonte: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2015/11/livro-neuropsicopedagogia-clinica.html>.
Acessado em: Nov, 2015.
Ao explicar sua teoria do desenvolvimento, ele afirmou que o ambiente social e físico
afetavam somente quando ocorrem eventos específicos marcantes.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Sua proposição era de que todas as crianças passavam por uma mesma sequência fixa
de estágios no desenvolvimento do pensamento.
Algo bastante interessante na teoria de Piaget era sua concepção de fixação dos estágios,
portanto para melhor explorar esse aspecto iremos falar do brincar. Para o autor no ato
da brincadeira, quando as crianças estão desempenhando as funções necessárias àquela
brincadeira, elas estão estabilizando em seu esquema mental as tarefas, de modo que
com a repetição e o avanço para brincadeiras mais exigentes a nível mental, elas possam
estar com a informação já disponível e consequentemente progredir no aprendizado a
partir do próximo estágio.
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
torna um cavalo tão facilmente quanto um urso de pelúcia ou o cachorro da casa. Esses
objetos são assimilados ao esquema “andar a cavalo”; a criança não precisa mudar (isso
é, não precisa se acomodar) as características da cadeira, do cachorro ou do ursinho e
brinquedo. (LEFRANÇOIS, 2008, p. 247)
Teoria de Vygotsky
Figura 8.
Fonte: <http://www.education.com/reference/article/vygotsky-lev-semenovich-1896-1934/>
A importância da cultura na teoria de Vygostky é realçada pela distinção que ele faz
entre funções mentais elementares e funções mentais superiores. As funções
elementares são nossas tendências e comportamentos naturais, não aprendidos,
evidentes na capacidade do recém-nascido de sugar, balbuciar e chorar. Durante o
desenvolvimento, e principalmente por causa da interação social – ou seja, da interação
com a cultura. As funções mentais elementares se transformam em funções
mentais superiores. As funções mentais superiores incluem todas as atividades
que consideramos pensamento, como a resolução de problemas e a imaginação.
(LEFRANÇOIS, 2008. p, 266)
40
DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Vygotsky entende que por meio da linguagem (sendo essa a intenção de se comunicar) é
possível desenvolver o funcionamento mental superior, ou seja, o pensamento. A partir
daí ele acredita que sem a linguagem a inteligência da criança não se desenvolve, por
isso que a interação verbal entre criança e adulto é importante, uma vez que se torna
fundamental para o desenvolvimento cognitivo, pois é por meio dessas interações que
a linguagem se desenvolve e como consequência o pensamento lógico.
Quadro 3.
41
UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
A teoria de Vygotsky sugere que a cultura ou um grupo dentro de uma cultura pode
diferenciar no desenvolvimento das crianças de outras sociedades ou grupos.
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DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
As teorias de estímulo e resposta apresentadas por Pavlov, fisiólogo Russo que estudava
experimentos em cães, foi utilizada por Watson com crianças. Mais tarde, outro grande
estudioso da prospectiva behaviorista chamado B. F. Skinner, a partir das ideias de
Watson, deu início à aplicação de técnicas de modificação do comportamento. Embora
não negasse a existência de forças internas, ele ressaltava a sua falta de utilidade para
o método científico uma vez que o seu interesse estava nas respostas comportamentais
aos estímulos e não nas experiências da infância ou sentimentos do adulto.
43
UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Figura 9.
O pai reclama do filho até que cumpra uma tarefa: ao cumpri-la, o filho escapa às
reclamações (reforçando o comportamento do pai). Um professor ameaça seus alunos
de castigos corporais ou de reprovação, até que resolvam prestar atenção à aula; se
obedecerem estarão afastando a ameaça de castigo (e reforçam seu emprego pelo
professor). De uma ou outra forma, o controle adverso intencional é o padrão de quase
todo o ajustamento social ─ na ética, na religião, no governo, na economia, na educação,
na psicoterapia e na vida familiar (SKINNER, 1974, pp. 26-27)
Reforço ainda pode ser positivo, se oferece uma recompensa, e negativo, se removido
algo que a pessoa não gosta (que causa aversão). A diferença entre castigo e reforço
negativo é que o castigo elimina um comportamento trazendo um evento aversivo
ou retirando um evento positivo, já o reforço negativo estimula a repetição de um
comportamento removendo o evento aversivo.
Uma resposta, quando deixa de ser reforçada, com o tempo retorna ao seu nível básico,
ou seja, original, a isso chamamos extinção. Outra técnica utilizada para trazer resposta
de reforço é a modelação, esta técnica é utilizada para alcançar uma nova resposta,
reforçando respostas dadas e que são cada vez mais semelhantes à resposta desejada.
44
DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Figura 10.
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-6w2bAVyLxVw/T85C-vnifZI/AAAAAAAAADA/6-m-7UPtjKU/s1600/cx>
Figura 11.
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-bKNCz39OXzk/T85DLmEfllI/AAAAAAAAADI/9kEKIfiwRNQ/s1600/underwaterkite.jpg>
Figura 12.
Fonte: <http://motivacaocivil.blogspot.com.br/p/condicionamento-operante.html.>
Acesado em: 15 novembro de 2015.
45
UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
Curiosidade!
46
DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Aprendizagem social pode significar toda aprendizagem que ocorre como resultado
da interação social, ou que, de alguma forma, envolva interação social. (SALOMON;
PERKINS, 1998 apud, LEFRANÇOIS, 2008, p. 373, grifo do autor).
47
UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
éticos e morais do seu modelo social, superar ou frustrar suas expectativas e desafiar-
se a construir novos padrões de comportamentos, está demonstrando um crescente
desenvolvimento.
Processo de atenção
Este processo está relacionado ao modo como distinguimos luz ou damos atenção aos
comportamentos, uma vez que nem todo comportamento nos será útil nesse processo.
Destacar que estar atento ou não é um comportamento modelo que depende muito do
valor que damos a esse comportamento, depende ainda do quanto o comportamento é
nítido e útil.
João tem de 25 anos e viu sua mãe preparar omeletes para o café da manhã quase
todas as manhãs até o dia de hoje, no entanto no dia em que sua mãe precisou que ele
preparasse o café da manhã para sua irmã ele não soube como preparar as omeletes.
Apesar de ser sua comida preferida e de ter visto sua mãe prepará-la repetidas vezes,
o comportamento de sua mãe de fazer omeletes não teve alto valor para João, fazendo
com que ele nunca aprendesse a prepará-la.
48
DESENVOLVIMENTO HUMANO │ UNIDADE I
Processo de retenção
Neste modelo o observador precisa voltar sua atenção e ser capaz de guardar a
informação daquilo que observou. Neste caso dois processos de representação estão
sendo utilizados pelo observador, os quais são o visual e/ou o verbal.
João para aprender a preparar omeletes deve ser capaz de verbalizar a sequência das
ações - acenda o fogão, coloque a manteiga na frigideira, quebre os ovos dentro de uma
vasilha separadamente, bata levemente com um garfo, despeje sobre a panela com a
manteiga derretida e aguarde alguns minutos, com uma espátula vire o lado da omelete,
retire do fogo e desligue o fogo. (Representação verbal)
A mãe de João pode demonstrar várias vezes como preparar uma omelete, mas se João
não tiver nenhuma habilidade motora para quebrar e bater os ovos não compreenderá
a sequência das ações e não imitará corretamente sua mãe nesse processo, e ainda se
não conseguir avaliar e corrigir o seu desempenho, João não conseguirá imitar o seu
modelo da forma correta.
Processo motivacional
Por fim, o observador deve ter motivação, ou seja, deve ter razões que provoquem e
estimulem o seu comportamento. Será a motivação um facilitador para o processo de
aprendizagem a partir da imitação.
João descobriu que sua mãe estava passando por um processo de enfermidade graças
ao grande cansaço acumulado pelas tarefas rotineiras durante anos, a partir daí João
aprendeu a preparar corretamente as omeletes pelas manhãs.
Figura 13.
49
UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO HUMANO
50
DO PRÉ-NATAL AO UNIDADE II
RECÉM-NASCIDO
CAPÍTULO 1
Desenvolvimento pré-natal
Figura 14.
Fonte: <http://atiliano.com.br/embriologia/#.VrIF4PkrKUk>
Aqui veremos como começa a vida de um bebê a partir de disposições celulares que
unidas e em processo de multiplicação se desenvolvem no período de 40 semanas de
vida intra-uterina (dentro do útero da mulher) e formam o feto.
51
UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
Pensar no início da vida humana sempre foi de grande inspiração para os estudiosos.
Entender como a vida se inicia foi algo que pouco a pouco foi ganhando notório espaço
dentro das pesquisas científicas de diversas áreas.
Com o avanço das tecnologias é possível hoje obter informações, ideias acerca do processo
de desenvolvimento pré-natal, inclusive colaborar com a inseminação artificial, estudos
de genes e tantas outras maneiras possíveis de contribuição ao desenvolvimento fetal,
o que não era possível décadas atrás. (BEE; BOYD, 2011)
Pesquisadores descobriram que muitas são as influências que afetam uma nova vida
durante os nove meses antes do nascimento, no entanto a influência genética é a que
transforma o óvulo fecundado em um ser humano cujos padrões de formação já são
estabelecidos. Os estudos genéticos descobriram uma molécula que acionada após a
fecundação começa a esculpir a nós seres humanos, a essa molécula denominaram
morfogenes. Porém, apenas recentemente descobriu-se que diversos outros tipos de
influência podem afetar o desenvolvimento do feto, e daí a importância dos cuidados
no pré-natal.
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DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Da concepção
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UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
dia; a fase embrionária que transcorre de 2 a 8 semanas; e a fase fetal que começa
na 9a semana e estende-se por toda a gravidez, quando então o bebê é chamado de feto.
Figura 15.
Fonte: <https://teovida.wikispaces.com/Fecunda%C3%A7%C3%A3o+e+Desenvolvimento+Embrion%C3%A1rio+e+Fetal>
Estágio germinativo
Estágio embrionário
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UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
Estágio fetal
Aos poucos, pesquisadores foram descobrindo que os fetos não eram organismos
passivos instalados no útero das mães, ao contrário, eles chutavam viravam-se,
flexionavam corpo, davam cambalhotas, moviam os olhos, engoliam, fechavam os
punhos, tinham soluços e sugavam polegar, assim como respondiam ações e vibrações
mostrando que podiam ouvir e sentir para além do seu habitat intrauterino.
É por volta da 23a semana que o bebê tem a capacidade de viver fora do útero. No
entanto, grande parte dos bebês nascidos prematuramente são natimortos. Já
bebês nascidos após a 24a semana têm maior probabilidade de vida uma vez que a
função pulmonar se torna mais eficiente. Outro fator curioso é que desde o princípio
avalia-se que os fetos femininos se desenvolvem mais rapidamente em comparação
aos masculinos, na 20a semana após a concepção fetos masculinos estão em média
duas semanas atrás dos femininos e continuam assim até a maturidade. E mais, «as
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DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Figura 16.
semanas de gestação.
E migração neuronal
é conhecido pelo
movimento de neurônios
E ainda que neurônios são para regiões especializadas
células do sistema nervoso do cérebro.
responsáveis pela transmissão e
pela recepção de impulsos
nervosos.
O ambiente pré-natal tem suas influências no desenvolvimento do futuro bebê. Boa parte
do conhecimento científico se deu por meio das pesquisas com animais ou de relatos
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UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
de mulheres grávidas e mães que após o nascimento do seu filho relataram situações
vivenciadas durante a gestação. E é sobre essas influências que iremos estudar.
Uso de drogas pela mãe: a mãe que usar drogas ilegais fisicamente
aditivas, como cocaína, corre o risco de dar à luz a bebês que são
igualmente adictos. Esses recém-nascidos sofrem de sintomas dolorosos
de abstinência e, por vezes, apresenta um prejuízo físico e mental
permanente. Mesmo substâncias legais tomadas por uma gestante (que
pode não saber que está grávida) podem ter um efeito trágico.
58
DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Outros autores atentaram para as contribuições do pai, visto que os cientistas perceberam
que o bebê recebe do pai metade do material genético e, portanto, a mãe não acumula
responsabilidade pela qualidade desse material. Se nesse material genético houver
substâncias químicas, radiação, infecção ou simplesmente se o material genético estiver
envelhecido ele pode provocar defeitos de nascimento. O material genético defeituoso,
ou seja, o esperma, pode ser responsável por uma grande quantidade de complicações
de nascimento que tradicionalmente sempre foram atribuídas às mães. Por isso, assim
como as mulheres, é importante que os homens estejam atentos à idade e aos tipos de
exposição antes e durante a concepção dos seus filhos.
Assistência pré-natal
Esse tipo de atenção voltada às gestantes reduz a morte materna e infantil além de
outras complicações de parto, por isso a atenção pré-natal deveria incluir assistência
médica e triagem de defeitos e doenças tratadas, além de serviços educacionais, sociais e
de nutrição. No Brasil, a atenção obstétrica e neonatal prestada pelo sistema público de
saúde tem como qualidade pregada a humanização. Segundo a ordem governamental,
os serviços e os profissionais de saúde devem acolher com dignidade a mulher e o
recém-nascido enfocando-os como sujeitos de direitos. Além disso, o principal objetivo
da tensão pré-natal seria acolher a mulher desde o início de sua gestação e assegurar o
atendimento até o final. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
59
UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
Comportamento pré-natal
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DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Durante o primeiro mês o crescimento do embrião é mais rápido do que qualquer outra
época da vida do período pré-natal. Neste momento o cordão umbilical é primordial
para a sobrevivência. Aqui, ainda não é possível determinar o sexo do futuro bebê.
Ao final do terceiro mês o sexo pode ser facilmente identificado. Os sistemas orgânicos
já funcionam e o feto agora pode respirar, fazer circular o líquido amniótico para dentro
e para fora dos pulmões, e ocasionalmente urinar. Nesse período o feto pode mexer
as pernas, os pés, o polegar e a cabeça; sua boca pode abrir, fechar e engolir. Suas
pálpebras podem contrair-se ao serem tocadas, sua mão pode fechar-se parcialmente
ao ser tocada; quando tocados seus lábios sugam; quando tocada a planta do pé, os
artelhos se abrem em leque. Estes reflexos estarão presentes no nascimento, mas irão
desaparecer durante os primeiros meses de vida.
No quinto mês o feto começa a mostrar sinais de uma personalidade individual. Apresenta
padrões definidos de sono e vigília em uma posição predileta no útero, tornando-se
mais ativo. Neste período pode chutar, esticar-se, encolher-se e até soluçar. O sistema
respiratório ainda não está adequadamente desenvolvido para o mundo fora do útero.
Pelos mais grossos começam a aparecer nas sobrancelhas e cílios, cabelos mais finos na
cabeça, e uma lanugem cobre o corpo.
No sexto mês as camadas de gordura vão se formando por baixo da pele; os olhos estão
completos, abrem e fecham, olhando em todas as direções. O feto pode ouvir, chorar e
fechar a mão com força. Um feto nascido durante o sexto mês ainda tem poucas chances
de sobrevivência devido ao aparelho respiratório ainda não estar amadurecido.
61
UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
feto pesando menos de 1,5 kg são bastante boas, contanto que receba atenção médica
intensiva.
No oitavo mês seus movimentos são reduzidos em função da crescente falta de espaço
dentro do útero. É neste mês e no seguinte que se desenvolve uma camada de gordura
em todo o corpo do feto, a qual irá permiti-lo ajustar-se às temperaturas variáveis fora
do útero.
No nono mês, cerca de uma semana antes do nascimento, o bebê para de crescer, sendo
geralmente os meninos um pouco maiores e mais pesados do que as meninas. Nesta
fase, a frequência cardíaca aumenta e há maior eliminação de resíduos pelo cordão
umbilical. Aqui o feto já está preparado para nascer e tornar-se um ser independente
ao menos em suas funções orgânicas.
O nascimento
Sabe-se que as taxas de mortalidade infantil são aumentadas por complicações pré-natais
e por isso a preocupação na hora da escolha de um método para o parto, ou nascimento
de um bebê, é importante não só para o conforto da mãe, mas principalmente para
sua segurança e a do bebê. Vários são os métodos de parto utilizados na atualidade,
alguns geram mais controvérsias que outros principalmente acerca da medicalização
(que visam à diminuição das dores de parto), porém será a análise do médico, o viés
62
DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Fonte: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/psicologia/article/viewArticle/7511>
Fonte: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S167774092009000200002&
script=sci_arttext>
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CAPÍTULO 2
Desenvolvimento do recém-nascido
O recém-nascido
Figura 17.
Fonte: <https://www.simplewishes.com.br/blog/preocupacoes-com-o-recem-nascido/>
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DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Reflexos
Temperamento neonatal
Estudos indicam que desde o primeiro dia de vida os bebês emitem traços persistentes de
temperamento, e que talvez esses traços sejam pré-programados no organismo devido
à herança genética. Por meio de estudos realizados com gêmeos e crianças adotadas
surgiu a hipótese de que essas características seriam de algum modo influenciadas
pela herança, entretanto o ambiente intrauterino, os momentos que antecedem ao
parto, o próprio momento do parto e o vínculo mãe-bebê também contribuem para as
características da personalidade inicial.
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UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
Desenvolvimento físico
Os neonatos parecem estar aptos a aprender desde o começo, após o seu nascimento.
Embora o comportamento de comer e dormir denote uma aparente condição de
passividade, o bebê tanto anterior quanto posteriormente ao nascimento exibe sinal de
crescimento e desenvolvimento motor, além de demonstrar um tipo de aprendizagem que
sugere alternância de respostas a partir de comportamentos que geram consequências
agradáveis.
66
DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO │ UNIDADE II
Importante destacar que aqui estamos sempre lidando com o desenvolvimento normal,
pois como é de nossa compreensão muitos fatores podem tornar-se desfavoráveis ao
desenvolvimento normal e ou situações genéticas ou ambientais ainda podem afetar
neste tipo de desenvolvimento que estamos salientando.
Desenvolvimento cognitivo
Subestágio 1 (do nascimento até 1 mês): aqui há a permanência de reflexos inatos, cujo
alguns serão perdidos, mas outros aperfeiçoados. Prevalência da incapacidade motora.
Subestágio 3 (de 4 a 8 meses): está mais interessado pelo ambiente, repete ações
que trazem resultados estimulantes. O bebê começa a desenvolver a compreensão da
permanência do objeto.
Subestágio 5 (de 12 a 18 meses): o bebê apresenta ser mais curioso, explora ativamente
o seu mundo e os objetos que tem contato; experimenta novas tarefas e aprende com o
método de tentativa e erro.
67
UNIDADE II │ DO PRÉ-NATAL AO RECÉM-NASCIDO
Desenvolvimento psicossocial
Vimos aqui que durante os três primeiros meses de vida os bebês ganham o
controle sobre os movimentos do seu corpo e suas habilidades motoras vão se
modificando e tornando-se mais complexas, e as mudanças internas e externas
ocorrem em todas as áreas do desenvolvimento.
68
AS INFÂNCIAS UNIDADE III
Nesta Unidade iremos abordar os principais processos formadores da infância que são
divididos em primeira infância, segunda infância e terceira infância. Em cada um desses
estágios do desenvolvimento infantil veremos que a crianças passam por transformações
que vão além do físico, e englobam ainda o cognitivo, social e emocional. Cada etapa
aqui é bem definida, de modo a facilitar a compreensão. Caberá a nós fazermos a ligação
entre os processos e compreendermos que um não se dá independente do outro.
CAPÍTULO 1
Desenvolvimento da primeira infância
A primeira infância
Figura 18.
Fonte: <http://artedainclusao.blogspot.com.br/2013/03/educacao-do-movimento-na-primeira.html>
69
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
70
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
Habilidades motoras
A linguagem
A linguagem que já passa do estágio de compreensão, inicia com a etapa do treino (do
uso), aperfeiçoando-se a cada dia a partir desse estágio. O final da primeira infância é
71
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
72
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
A fim de criar uma maneira de identificar as crianças que não eram capazes de lidar
com atividades escolares e que deveriam ser afastados das aulas regulares para receber
treinamentos específicos foi que Alfred Binet e seu colega Theodor Simon desenvolveram
testes psicométricos que visavam avaliar a inteligência através de medições numéricas.
A intenção dos testes era medir quantitativamente os fatores que constituíam a
inteligência, como compreensão e raciocínio. Os testes de coeficiente de inteligência
QI, um dos testes medidores de inteligência, podem ser utilizados em escolares, uma
vez que este teste pode prever escores do desempenho escolar de modo relativamente
preciso e confiável; no entanto o teste de inteligência em bebês e crianças jovens já não
é tão recomendado.
73
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
Emoções
74
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
Segundo Papalia e Olds (2000, p. 155) “as emoções de auto consciência, como empatia,
ciúmes, embaraço, vergonha, culpa e orgulho não aparecem até o segundo e terceiro
ano, depois desse período as crianças desenvolvem auto consciência: a compreensão de
que são separadas das outras pessoas e coisas“.
Temperamento
Nesta teoria que ocorre do segundo e terceiro anos de vida na fase muscular-anal há
o desenvolvimento das habilidades físicas e mentais. Erikson desenvolve o pensamento
de que nesse estágio a criança passa por uma crise, que demandará algum grau de
escolha. Na crise desse estágio (autonomia versus dúvida e vergonha) haverá,
dentro do processo de escolha, a chance de a criança experimentar o poder de sua
própria vontade, o que as tornará conscientes de sua existência e capacidades. Aqui
está se desenvolvendo o senso de autonomia, ou melhor, de independência dos pais.
A criança começa a experimentar novas oportunidades de exploração, uma vez que as
habilidades físicas aumentam e ela se sente mais capaz. No entanto, o desejo de realizar
tarefas independentes entra em conflito com a culpa proveniente das consequências
─ caso a atividade não consiga atingir o padrão de comportamento esperado, ou burle
alguma regra. Nesse estágio ela tem noção das consequências de suas ações sobre o
comportamento, assim como entram em contato com a noção de normas sociais.
(FELDMAN, 2015)
75
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
Curiosidade!
No tocante geral do que vimos até agora pergunto: Foi possível observar que as
perspectivas teóricas e a linha de raciocínio dos teóricos utilizadas para descrever
partes do desenvolvimento, neste caso, do desenvolvimento da primeira
infância, são entre si complementares? E mesmo quando não, quando essas
teorias vão em direções opostas, foi possível observar que nenhuma delas se
explica em sua totalidade? Você consegue perceber que tantos as perspectivas
teóricas quanto as abordagens de pensamentos acerca do desenvolvimento
estão inter-relacionadas e que algumas inclusive são meros aperfeiçoamento
de outras?
Vimos também que é por meio desse processo interativo que a criança na
primeira infância adquire o auto-controle físico e emocional.
76
CAPÍTULO 2
Desenvolvimento da segunda infância
A segunda infância
Figura 19.
Fonte: <http://www.welcomeescoladeidiomas.com.br/products/aprendendo-ingl%C3%AAs-na-inf%C3%A2ncia-/>
Essa fase do desenvolvimento vai dos três aos seis anos e também é conhecida como
fase pré-escolar. Aqui há uma mudança nos traços físicos que faz a criança parecer
ainda um bebê por apresentar aspectos mais rechonchudos na estrutura corporal. Esse
desenvolvimento é perceptível, pois a criança agora se vê mais alongada em sua estatura
corporal graças ao crescimento dos ossos e musculaturas.
Outro fator também visível, desta vez aos que têm mais convívio com a criança, é o fato
de ela conseguir realizar um número maior de tarefas sem ajuda do outro. Ou seja, nesta
etapa as necessidades pessoais começam a ser atendidas por ela mesma nos âmbitos da
77
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
higiene e vestimenta, por exemplo. Assim como, traços motores mais sofisticados vão
permitindo a ela desenvolver funções quase impossíveis, anteriormente, como comer
sozinha de modo mais ordenado.
O seu mundo infantil agora está mais ampliado, não apenas pela vivência em um
contexto fora do lar, mas pela adaptação a esse contexto que permite espaço para o
aprendizado de novas experiências e tipos de relações. Sua visão de si mesma está
modificando-se e agora ela começa a entrar no mundo da vivência e aprendizado do
controle de suas emoções.
Habilidades motoras
É dos três aos seis anos que as áreas sensoriais e motoras do córtex cerebral permitem
melhor coordenação, facilitando a realização das tarefas. As tarefas nessa idade estão
mais ligadas ao brincar e se relacionam com as habilidades motoras gerais como pular e
correr; assim como às habilidades motoras finas como desenhar, pinçar, abotoar camisas.
Um aspecto importante sobre o fato de a criança apresentar desenhos cada vez mais
sofisticados, com a utilização de formas geométricas, e depois passar a combinar essas
formas tornando os desenhos mais complexos. Significa dizer que o desenvolvimento
cognitivo aumentou em termos da capacidade de representar simbolicamente ─ através
do desenho ─ os estímulos visuais captados, assim como representar as emoções que
esses estímulos passam.
78
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
Ritmo do sono
A mudança no ritmo do sono da criança também ocorre nessa fase, uma vez que ela
não precisa mais de um longo período de descanso, no entanto ainda permanece
na necessidade de uma soneca curta para recompor as energias durante o dia ─
até aproximadamente cinco anos. Durante a noite a tranquilidade para ir à cama
tende a diminuir, pois é difícil à criança abrir mão dos estímulos, das atividades e
relacionamentos para dormir. Neste tempo, a dificuldade dos pais em colocar a criança
na cama poderá aumentar; e ainda, novas necessidades ─ por parte da criança ─ podem
surgir para que ela se sinta mais tranquila e segura. É importante que os pais encarem
com naturalidade o fato de a criança pedir para deixar uma luz acesa, ou simplesmente
levar à cama um objeto preferido, o que chamamos objetos transicionais.
Os objetos transicionais são aqueles que ajudam a criança a passar pela fase de
dependência da primeira infância para a independência das fases posteriores da
infância. (PAPALIA; OLDS, 2000, p. 186)
Nessa fase a criança já mostra uma forma peculiar de ver o mundo e participar dele
a partir da interação, utilizando da linguagem cada vez mais sofisticada. De modo
competente a criança interage demonstrando um nível de memória que a torna capaz
de formar conceitos e compartilhar com os adultos. Essa inteligência é aplicada para
resolver os problemas tanto em casa quanto no seu contexto social, na relação com os
pares no jardim de infância, na pré-escola, fazendo com que seu modo de pensar seja
cada vez mais visível, assim como todas as outras características que a diferenciam de
outras crianças de sua idade.
A linguagem
79
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
Em termos de linguagem, a criança é capaz de aprender até nove palavras novas por
dia com um ano e meio de idade, graças a um rápido, mas significativo, mapeamento
de novas palavras que são absorvidas após ouvi-la uma ou duas vezes numa conversa.
O que demonstra que elas são capazes de formar uma compreensão rápida mesmo
que parcial do significado e guardá-las na memória. A criança ainda pode ser bastante
literal na interpretação e no uso de uma palavra, uma vez que a imaturidade cognitiva
é um fato.
A fala privada
Iremos apontar o entendimento, sobre a fala privada, de dois renomados teóricos que
estudaram sobre o desenvolvimento e seus processos de aprendizagem. A fala privada é
uma etapa do desenvolvimento da linguagem em que a criança fala consigo mesma sem
a intenção de se comunicar, geralmente podemos observar no ato de brincar.
Para Piaget a criança conversa sozinha enquanto brinca porque ainda não desenvolveu
totalmente a função simbólica, o que implica dizer que ela não consegue diferenciar as
palavras e as ações representadas pelas palavras, para ele essa era uma ação egocêntrica.
Para Piaget o egocentrismo é quando a criança simplesmente pensa ou supõe que todos
percebem o mundo como ela. (BEE; BOYD, 2011)
A criança pré-operacional
80
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
Iremos descrever algumas habilidades do processo cognitivo, que mesmo tendo início
na primeira infância, tem o seu pico de desenvolvimento na segunda infância e são
totalmente realizadas até a terceira infância.
A capacidade simbólica já está bem avançada, o que significa dizer que a criança é
capaz de detectar símbolos usados para representar palavras, números ou imagens. E
ainda, não é preciso ser estimulada para pensar (ou obter um estímulo sensorial) sobre
alguma coisa, o que significa dizer que a função simbólica já está internalizada. No
entanto, ainda há muitas limitações no que diz respeito à lógica e ao raciocínio.
A compreensão de identidade faz com que a criança perceba que embora possa
haver alterações superficiais nas pessoas e coisas elas têm uma identidade própria que
as fazem ser o que elas são. Por exemplo, embora mudem de cor, tamanho e aparência
devido às diferenças raciais os cães serão cães e não ursos.
81
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
O foco nos estados mais do que nas transformações faz com que a criança no
pré-operatório se concentre mais em estados ou situações num ponto de vista estático,
e não reconheça que possa haver transformação de um estado para o outro. Ou seja,
ela não é capaz de perceber que a quantidade de suco contida no seu copo é a mesma
quantidade de suco derramada em cima da mesa após um esbarrão do seu braço no
copo.
Raciocínio transdutivo é quando a criança nesse estágio vê uma situação como base
para outra situação, mesmo que as situações não tenham um relacionamento entre si.
Por exemplo, ela pode pensar que o fato de ter se comportado mal fez com que a mãe
ficasse doente.
82
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
É nessa fase, mais ou menos por volta de cinco anos, que a criança desenvolve uma
ideia mais sofisticada de si mesma como indivíduo único, com gostos, dificuldades,
características e ideias próprias. O conhecimento do “eu” ou auto-conceito está
relacionado à forma como se dá a construção da nossa própria imagem, é o que
percebemos de nós mesmos, quem acreditamos que somos; e que se constrói graças
ao conjunto de experiências que nos permitem desenvolver esse chamado senso de
identidade. “O auto-conceito é o conhecimento da pessoa e os pensamentos sobre o
conjunto de qualidades atribuídas ao self ” (BEE; BOYD, 2011, p. 280).
A segunda fase do conceito, que ocorre entre os cinco a seis anos, é do estágio de
mapeamentos representacionais, neste caso as conexões lógicas se paralisam,
ainda no pensamento do “tudo ou nada”, por exemplo, como a qualidade bom e mau.
Vendo esses opostos ela não consegue se imaginar sendo boa em algumas coisas e não
tão boa em outras.
83
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
As emoções
O estado emocional nessa época está aflorado, quanto mais a compreensão do mundo
externo e interno da criança vai se ampliando mais essa rede de emoções complexas e
confusas vai aumentado. Nesta fase as emoções dirigidas ao “eu” se apresentam todos os
dias em diferentes situações do seu contexto, no entanto ainda é de difícil compreensão
para a criança pré-escolar.
A respeito das emoções, as autoras Harter e Whitesell (1987) destacaram que as crianças
adquirem paulatinamente a compreensão de emoções simultâneas, divididas em quatro
níveis que vai desde a idade de quatro anos até de 12 anos. Para as autoras a confusão na
compreensão da criança pequena em relação ao seu sentimento se dá pela incapacidade
de reconhecer que as emoções podem ser experimentadas de modo que mais de uma
reação emocional seja sentida ao mesmo tempo. E então a criança não consegue
fazer essa diferenciação porque a qualidade de sua emoção, seja no aspecto positivo
ou negativo e o alvo ao qual essa emoção é dirigida, ainda não estão suficientemente
compreendidos a nível cognitivo. No nível zero a criança não compreende a existência
de dois sentimentos ao mesmo tempo. No nível um a criança tem a consciência de que
duas emoções podem surgir ao mesmo tempo, no entanto só discernem se estas forem
dirigidas ao mesmo alvo e ambas forem positivas ou negativas. No nível dois a criança
é capaz de reconhecer que tem duas emoções do mesmo tipo dirigidas a diferentes
alvos, portanto não são capazes de reconhecer sentimentos contraditórios. No nível
três a criança pode compreender que tem dois sentimentos opostos simultâneos
apenas se forem dirigidos aos diferentes alvos, mas não é capaz de reconhecer que tem
sentimentos negativos e positivos em relação aos sentimentos. Nível quatro a criança
agora pode descrever seus sentimentos opostos em relação ao mesmo alvo.
O brincar
84
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
A criança pré-escolar brinca de modo diferente e com estilo próprio do brincar anterior.
Brincar nessa idade pode refletir o grau de interação da criança com uma outra criança,
ao que poderíamos chamar de brincar social; ou ainda, o brincar cognitivo que revela
o seu nível no desenvolvimento mental. À medida que vai crescendo a criança tende a
tornar o seu brincar mais social e cooperativo, uma vez que deixa de brincar sozinha
para brincar ao lado de outras crianças e finalmente com outras crianças. O brincar
cognitivo passa pela capacidade da criança de inventar situações, ou seja, criar um jogo
imaginativo em que o seu brincar denota sinais de desenvolvimento, sendo que progride
do brincar simples e repetitivo para o brincar mais complexo que exige além do uso de
um maior número de habilidades, uma maior sofisticação mental. (FELDMAN, 2015;
BEE; BOYD, 2011).
Desenvolvimento de gênero
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UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
Embora cada teoria focalize por meio de sua linha de pensamento no desenvolvimento
de gênero, elas não explicam totalmente o modo como meninos e meninas se tornam
diferentes em determinados aspectos.
86
CAPÍTULO 3
Desenvolvimento da terceira infância
Aqui estudaremos como ocorre o desenvolvimento das competências infantis nas áreas
física, cognitiva e psicossocial apontando para as diferenciações apropriadas ocorridas
nessa fase da vida.
Veremos ainda que existem alterações nas competências que afetam a autoestima e o
relacionamento entre os pares, e que esse período é marcado, em seu início, pela entrada
na escola regular. Nesse momento a criança entra em um estágio de desenvolvimento
que irá marcar surpreendentemente seu modo de relacionar-se com o mundo.
A terceira infância
Figura 20.
Fonte: <http://vivamelhoronline.com/2013/08/20/exercicios-na-infancia-melhoram-a-saude-dos-ossos-na-terceira-idade/>
Essa fase compreende os 6 aos 12 anos de vida e traz consigo uma variedade de
transformações que irão desde o tamanho da criança até habilidades motoras
coordenadas e desenvolvidas, e o uso da inteligência com progressões visíveis sobre a
lógica.
Embora seja uma fase de crescimento mais lenta, assim como as transformações que
ocorrem nesse estágio do desenvolvimento, é importante destacar que as mudanças
do começo da terceira infância são bastante diferentes do final desta, uma vez que
as crianças aparentam física e comportamentalmente um nível diferenciado de
desenvolvimento.
87
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
O fato de estar aflorada em suas novas habilidades físicas, motoras e intelectuais torna
esse ser único em uma criança diferenciada, quando comparada aos outros estágios do
desenvolvimento. Na medida em que parecem mais altos, mais esbeltos, mais atléticos,
ágeis e enérgicos em sua grande maioria, as crianças entre 6 e 12 anos já não são mais
como no estágio anterior.
Habilidades motoras
Durante essa fase a criança multiplica seu peso corporal médio e cresce até 7,6 cm
a cada ano. Variam de tamanho e peso dependendo do sexo, da cultura, faixa-etária,
raça e herança genética. Conforme estudos, meninas entre 10 e 12 anos crescem mais
rapidamente e ganham mais peso que os meninos, no entanto os meninos as superam
mais adiante dessa fase do desenvolvimento. (DAVIDOFF, 2001). Ainda nessa fase a
criança se torna mais alta, mais fina, mais ágil e forte, estando apta a participar de
brincadeiras e jogos mais elaborados e praticar atividades esportivas mais complexas e
organizadas.
88
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
Além dessas aptidões estudos mostraram por meio de testes de inteligência que
crianças nesta idade deram um salto em várias áreas do conhecimento. Alguns testes de
inteligência tendem a verificar o grau de inteligência e rapidez de uma criança; outros
exploram a linguística, a lógica matemática e a orientação espacial. Embora os testes
tenham sua validade e reconhecimento dentro da área acadêmica é sempre importante
lembrar que os mesmos nem sempre predizem à realidade, portanto nem sempre irão
avaliar corretamente o grau e níveis de aptidão de uma criança de maneira fidedigna,
uma vez que outros fatores poderão contribuir para que essas respostas estejam
enviesadas. Em relação aos testes de coeficiente de inteligência é preciso lembrar que
a inteligência muda e não está paralisada e definida, já que é resultado de processos
89
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
interativos entre criança e ambiente e essa mesma interação está sempre em contínuo
processo evolutivo. (DAVIDOFF, 2001; PAPALIA; OLDS, 2000; BEE; BOYD, 2011).
A linguagem
Para fechar o ciclo de aprendizagem sobre a linguagem iremos abordar a teoria nativista
que percebe o aprendizado da língua como algo inato no organismo. Teóricos nativistas
como Noam Chomsky observavam a complexidade das tarefas que as crianças deveriam
realizar, assim como desempenhavam semelhantes atividades nas determinadas fases
do desenvolvimento da linguagem a fim de obtê-la. No entanto, para eles, esse fenômeno
que atua a partir de princípios operantes inatos que está contido no código genético do
bebê, se dá uma vez que o mesmo está programado a adquirir linguagem. (PAPALIA;
OLDS, 2000).
90
AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
De acordo com Piaget as crianças a partir dos sete anos de idade entram em um novo
estágio do desenvolvimento cognitivo. Aqui elas desenvolvem a capacidade lógica
e deixam de seguir tão predominantemente as informações sensoriais passando a
entender a natureza ou funcionamento do que está ao seu redor, ou seja, adquirem
habilidades para realizar operações mentais de modo silencioso. Aqui elas se apresentam
menos egocêntricas e se utilizam de operações mentais (pensamento) a fim de
resolver problemas reais. Agora, a criança pensa logicamente levando em conta várias
situações e não mais focalizando apenas em um único aspecto, como fazia no estágio
pré-operacional. Sua capacidade está aumentada para compreender as colocações
e ponderações do outro, isso a ajuda tornando a comunicação mais precisa, efetiva e
eficaz. Ela agora é mais flexível quanto aos julgamentos morais aprendidos.
Nessa fase do desenvolvimento cognitivo a criança pode realizar tarefas no nível mais
elevado e tem melhor compreensão da conservação, da diferença entre aparência e
realidade, e dos relacionamentos entre os objetos, o que as tornam capazes de distinguir
a fantasia da realidade.
91
UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
tempo de processamento para tarefas como fazer contas mentais, por exemplo, diminui
consideravelmente.
A criança operacional-concreta
Note que Piaget não afirmava que todas as habilidades operacionais concretas surgiam
no mesmo momento, como se uma lâmpada acendesse na cabeça da criança. Ele usou
o termo decalagem horizontal para referir-se à tendência das crianças de serem
capazes de resolver alguns tipos de problemas operacionais concretos mais cedo que
outras. A palavra francesa de decalage significa ‘movimento’. O movimento para o
pensamento operacional concreto é ‘horizontal’ porque envolve aplicação do mesmo
tipo de pensamento - lógica operacional concreta - a novos tipos de problemas. Uma
decalagem ‘vertical’ seria um movimento de um tipo de pensamento para outro,
como acontece quando as crianças passam do estágio pré-operacional para o estágio
operacional concreto. (BEE; BOYD p. 183, grifo do autor)
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UNIDADE III │ AS INFÂNCIAS
Nessa fase há uma distinta interação em se tratando de família e amigos, pois o aumento
nas construções sociais, em termos qualitativos, mostra a relevância dos aspectos
relacionados à construção da identidade. É nessa fase que há um salto no conhecimento
acerca de si e do outro envolvendo ainda os padrões de comportamento que se tornam
perceptíveis e se estabelecem de modo mais duradouro. O que faz com que elas
percebam a amizade como um relacionamento que aproxima pessoas com atitudes e
valores semelhantes, de tal modo que crescem e se tornam mais íntimos a partir de
trocas e experiências mútuas. Aqui, como podemos comprovar, há uma diminuição no
egocentrismo e uma ampliação da memória e da linguagem, principalmente no que
condiz aos aspectos simbólicos. A autoimagem e a relação com a autoestima também
sofrem mudanças, uma vez que os aspectos sociais se tornam relevantes e os amigos
assumem um importante papel nesse contexto. Há uma notável separação de gênero
entre as amizades femininas que geralmente são mais intensas e íntimas e as masculinas
que fazem amizade em maior número e menor intensidade de afetos.
A autoestima de uma criança nessa idade se caracteriza pelo grau de diferenciação entre
o que a criança pensa ser e o que deseja ser, no que implica dizer que quanto menor
essa diferenciação maior a autoestima dela. Assim como, quanto maior a percepção da
criança em relação à rede de apoio que ela tem, maior a probabilidade de apresentar um
nível de autoestima satisfatório.
Empatia, agressão e depressão são temas já estudados por pesquisadores nessa fase
escolar e os resultados foram que a empatia estava associada aos bons escores em
leitura e ortografia, já a depressão e agressão pareciam interferir no desenvolvimento
de habilidades cognitivas e estavam relacionadas aos aspectos emocionais como falta
de aceitação entre os pares e sentimento de frustração em virtude da falta de aprovação,
por exemplo. Sendo esses mesmos escores mais altos em meninas do que em meninos,
uma vez que a socialização das meninas está voltada na direção de torná-las mais dóceis
e buscar aprovação do outro, ao passo que os meninos são educados para dominar
habilidades por seu próprio valor. (FESHBACH; FESHBACH, 1987 apud PAPALIA;
OLDS, 2000).
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AS INFÂNCIAS │ UNIDADE III
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DESENVOLVIMENTO UNIDADE IV
INFANTIL
CAPÍTULO 1
Questões específicas
Família
A família é um importante modelo de padrões sociais e afetivos na vida de uma
criança, desde bebê os padrões de comportamento e adoção de sentimentos estão
visivelmente ligados aos fatores familiares e ao papel dos pais dentro desse ambiente. As
influências que exerce a família foram sempre pontos estudados para compreensão do
desenvolvimento infantil, assim como as características individuais da própria criança
são fatores de extrema valia quando o assunto é temperamento infantil, por exemplo.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL │ UNIDADE IV
O divórcio na família, cada vez mais comum nos dias atuais, ainda causa grande impacto
não apenas na estrutura familiar, mas no sistema concebido pela criança em termos de
comportamentos dentro das interações familiares. O divórcio dos pais para a maioria
das crianças geralmente afeta na comunicação do sistema familiar e gera conflitos, uma
vez que rompe com os modelos paternais já existentes. Por isso, a prevalência de uma
rede de apoio emocional pode permitir uma abordagem de estruturação de estratégias
efetivas de paternagem nesse momento crítico e de grandes mudanças.
Desenvolvimento social
A psicanálise contemporânea a partir dos estudos realizados por Pichon-Rivière
levanta a necessidade de trabalhar o olhar psicanalítico dentro de questões sociais do
desenvolvimento. Neste sentido voltando seu olhar para as influências psicossociais,
sociodinâmica e institucional no desenvolvimento humano concebe a ideia de homem a
partir de uma dimensão mais humana, que interage em sua totalidade integradora com
as dimensões mente, corpo e mundo exterior. A teoria do vínculo formulada a partir
de um olhar psicanalítico, mas com um viés social, considera o homem um ser individual
resultado de um processo dinâmico mecanicista para além da ação dos extintos e dos
objetos interiorizados ─ resultado das relações estabelecidas entre sujeito e os objetos
internos e externos predominantes em relações de interação dialética. “O vínculo
configura uma estrutura dinâmica em contínuo movimento, que funciona acionada
por motivações psicológicas, resultando daí uma determinada conduta, que tende a
se repetir tanto na relação interna como na relação externa com objeto“. (PICHON-
RIVIÈRE, 2000, p.XIV). Deste modo, podemos compreender que o vínculo é o resultado
de um processo dinâmico e contínuo que envolve sujeito e objeto capazes de estabelecer
características estruturais individuais consideradas normais e ou alteradas ─ que
passam a ser vistas como patológicas. No caso da patologia entenderemos a negação do
vínculo como uma tentativa de perda de si mesmo, essa forma de negar o próprio ser
descompromete o “eu” de estabelecer vínculos e é chamado de despersonalização.
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UNIDADE IV │ DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Embora muitas vezes aja uma tendência de pensarmos o apego da criança escolar
como uma situação com menor intensidade, estudos revelam que mesmo passando
mais tempo longe de casa e compartilhando diversos momentos com os pares, crianças
na idade escolar ainda dependem afetivamente de seus pais e da segurança que o
ambiente familiar lhe proporciona. O apego é visto com menos frequência em termos de
comportamento nesta fase, no entanto se torna perceptível quando a criança atravessa
uma experiência estressante.
Desenvolvimento moral
O pensamento e o comportamento moral vão surgindo de modo sólido nas condutas
diárias do ser humano. A conduta moral surge logo no início do primeiro ano de
idade quando demonstrado sinais de culpa, preocupação e solidariedade. Esse tipo
de desenvolvimento está ligado ao processo de desenvolvimento cognitivo e conforme
elaborou Piaget os julgamentos morais apresentam-se de modo consistente quando a
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL │ UNIDADE IV
No primeiro estágio a criança pensa sobre os conceitos morais de modo rígido, uma
vez que são egocêntricas elas não conseguem supor que haja mais de uma maneira de
considerar questões referentes à moralidade. Nesse estágio a criança acredita que as
regras são únicas e imutáveis, que o comportamento está definido em certo ou errado, e
que qualquer infração à regra merece punição. Já no segundo estágio o conceito moral é
visto com maior flexibilidade, uma vez que a criança amadurece e já consegue interagir
com mais pessoas e compreender mais de um ponto de vista. Com uma variedade maior
de informações devido sua interação com o mundo estar mais ampla, ela compreende
que os aspectos da moralidade não são imutáveis e consegue formular um código
moral próprio, a ponto de conseguir formular os julgamentos morais mais brandos,
considerando a intenção que há por trás do comportamento. (PAPALIA; OLDS, 2000)
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UNIDADE IV │ DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Filhos e moralidade
Desenvolvimento atípico
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Perspectiva biológica
O tratamento está em diagnosticar e tratar como qualquer outro transtorno físico, com
o uso de medicamentos ou outro tratamento físico.
Perspectiva psicodinâmica
Perspectiva da aprendizagem
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Perspectiva cognitiva
Alguns padrões de normalidade aparecem cedo como podemos ver no retardo mental,
distúrbio de déficit de atenção hiperatividade, e até anorexia nervosa e bulimia.
O autismo infantil
A origem da palavra autismo vem do grego e significa “si mesmo”, geralmente ocorre
nos primeiros 30 meses de vida e se caracteriza pela falta de resposta da criança a outras
pessoas; evitação consistente do contato visual; tendência a afastar-se de pessoas,
mesmo sendo os seus cuidadores; dificuldade de comunicação; comportamento de
fala repetida (geralmente a criança repete as palavras tal como papagaio); presença
de comportamentos bizarros; resistência a mudanças; tendência a comportamentos
repetitivos.
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DESENVOLVIMENTO INFANTIL │ UNIDADE IV
adequado e encontrarão trabalho na fase adulta. Cerca de 2/3 dos autistas permanecem
severamente incapacitadas e exigem supervisão durante toda a vida (EGGERS, 1978;
WERRY, 1979 apud DAVIDOFF, 2001).
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Para (não) Finalizar
O desenvolvimento infantil deve ser considerado como uma importante fase do ciclo da
vida, uma vez que o homem, que irá se formar no futuro, está dependendo dos diversos
fatores ocorridos nesse período.
Cabe destacar também que não apenas o desenvolvimento infantil em suas diversas
especificações irá contribuir para o ajustamento social, mas também a maneira individual
como cada um irá pensar, compreender e atuar dentro das perspectivas e expectativas
de seu próprio desenvolvimento. Sendo essas influências igualmente contribuintes
para uma sociedade em que as crianças atuais e futuros adultos aprenderão a interagir
e sobreviver socialmente, seja no âmbito do seu lar, vizinhança, escola, igreja, clube,
trabalho, enfim. Sempre teremos um homem se relacionando com o seu ambiente,
deste modo, as formações de caráter e personalidade no período de desenvolvimento
infantil são fundamentais para o futuro, seja ele individual ou coletivo.
A fim de prolongarmos a nossa reflexão sobre o que estudamos até aqui, poderíamos
pensar: se vimos que a formação do caráter e personalidade ocorre dentro desse
processo cheio de variáveis, chamado desenvolvimento infantil, podemos sugerir que
essa etapa natural da vida nos possibilita a formação de novos homens para a mudança
da sociedade nos aspectos de justiça, moral e ética?
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Referências
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humano: uma perspectiva interdisciplinar (pp. 19-36). Em Dessen Maria. A. & Costa
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atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre: Artmed, 2005.
BOWLBY, John. Perda, tristeza e depressão. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2004.
DANIELS, Harry & org. Uma introdução à Vygotsky. São Paulo: Loyola, 2002.
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REFERÊNCIAS
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OLIVEIRA, Marta Kohl de. História, consciência e educação. Rev. Viver Mente e
Cérebro - Coleção Memória da Pedagogia, São Paulo, v. 2, pp. 6-13, 2005.
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REFERÊNCIAS
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Artmed, 2000.
PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally W.; Feldman, Ruth D. O mundo da criança: da
infância à adolescência. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010.
ROSSETTI-FERREIRA, Maria C.; AMORIM, Kátia. S.; SILVA, Ana Paula S. Rede de
Significações: alguns conceitos básicos (23-34). In: ROSSETTI-FERREIRA, Maria.
C. et al. Rede de Significações e o estudo do desenvolvimento humano. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2004.
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