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ACHADOS ANORMAIS E NORMAIS NO EXAME DE

URINA
Mi Hwa Morais Oliveira
RA: 201851190198

Análise física
➢ Normal
▸ Cor: amarelo-palha; amarelo-citrino; âmbar.
▸ Aspecto: límpido, semi-turva.
▸ Odor: característico (sui generis).

➢ Anormal
▸ Cor: incolor, avermelhada, alaranjada, vinho, verde, verde-azulada, verde-escura,
marrom, marrom-escura.
▸ Aspecto: turvo, leitoso.
▸ Odor: fétido.
Outros: Depósito ou espuma.

➢ Significado clínico
▸ Incolor: uso de diuréticos, Diabetes mellitus ou insípidus, hiper-hidratação,
incapacidade renal secretora.
▸ Avermelhado: hematúria, infecções, alimentos (beterraba).
▸ Alaranjada: uso de antibióticos, alimentos (cenoura),
▸ Verde ou verde-azulado: ingestão de corantes artificiais e/ou medicamentos, uso de
contraste.
▸ Amarelo-escuro ou verde-escuro: presença de bilirrubina.
▸ Marrom-escuro: presença de hemoglobina, melanina.

Análise química
Parâmetro Valor de referência
Glicose negativo
Bilirrubina negativo
Corpos cetônicos negativo
Densidade 1,005 – 1,030
Sangue negativo
pH 5- 6
Proteína negativo
Urobilinogênio traços
Nitrito negativo
Leucócitos negativo - traços
Quadro 1 Dados extraídos da bula do teste uriclin®.

➢ Significado clínico
▸ Glicose: diabetes ou problemas na reabsorção.
▸Bilirrubina: lesão hepática, icterícia.
▸ Corpos cetônicos: diabete mellitus, hipertireoidismo, fármacos (ácido
acetilsalicílico, ácido ascórbico ou ácido valpróico), jejum prolongado, gestação ou
amamentação.
▸ Densidade
· aumentada- diabetes mellitus; hipersecreção de vasopressina.
· diminuída- diabetes insípidus.
▸ Sangue: infecção ou inflamação, traumas ou menstruação na amostra.
▸ pH: · baixo- acidose metabólica
· alto- alcalose metabólica
▸ Proteína: lesão da membrana glomerular, problemas de reabsorção, pré-
eclâmpsia, amiloidose, proteinúria postural, nefropatia diabética, mieloma
múltiplo.
▸ Urobilinogênio: pode indicar comprometimento hepático, porfirias, doenças
hemolíticas.
▸ Nitrito: E. coli, Enterobacter, Citrobacter, Klebsiella.
▸ Leucócito: infecção ou inflamação do trato urinário.

Análise sedimentoscópia
Componente Normal
Células epiteliais ocasionais* ou raras**
Hemácias ocasionais (≤ 2/campo)
Leucócitos raras (< 4/campo)
Filamentos de muco raras (< 4/campo)
Cilindro hialino ocasionais ≤ 2/campo
Cilindro hemático 0
Microbiota bacteriana 0 ou raras
Cristais Cristais indicativo do pH.
Quadro 2 *Um visto em 1 a 3 campos. **Apenas um visto em 5 campos. Para classificar o número total do componente
observado deve ser dividido pelo número de campos observados.

➢ Significado clínico
▸Células epiteliais numerosas podem indicar lesão no trato urinário (rins, ureter, bexiga
ou uretra).
▸Hemácias observadas como várias ou numerosas indicam alguma lesão inflamatória
(glomerulonefrites), infecção (pielonefrites, cistites) ou traumas. Nesta condição pode ou
não ser observadas no exame físico. Pode ser também contaminação da amostra por
sangue menstrual.
▸Leucócitos várias ou numerosas significa processos inflamatórios (glomerulonefrite,
lúpus, tumores), infecção (pielonefrites, cistites, prostatite, uretrite).
▸ Microbiota: infecção.
▸Cilindros hialinos: em grande número aponta para estresse físico ou emocional
intenso, glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica.
▸Cilindros hemáticos: associados à doença renal intrínseca; glomerulonefrite,
nefrite aguda, nefrite lúpica, hipertensão maligna.
▸Cristais (pH):
· Ácido- ácido úrico, uratos amorfos, oxalato de cálcio.
· Neutro- oxalato de cálcio, fosfato amorfo, fosfato de cálcio, fosfato triplo.
· Alcalino- fosfato amorfo, fosfato de cálcio, fosfato triplo, carbonato de
cálcio.
▸Cristais anormais:
· Cistina- reabsorção renal defeituosa. Probabilidade de cálculo renal.
· Leucina- distúrbio metabólico (dano ou doença hepática).
· Tirosina- distúrbio metabólico (dano ou doença hepática).
Colesterol- intensa ruptura tissular, nefrite, síndrome nefrótica. A alta
concentração de colesterol traz um aspecto leitoso (quiluria) à urina.
· Sulfonamida- fármaco a base de sulfa. Probabilidade de formação de
cristais nos néfrons.
▸ Espermatozoides são relatados conforme a política do laboratório.

Referências
1. Laborclin. Bula do teste uriclin®. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/wp-
content/uploads/2019/05/uriclin_10_areas_13032019.pdf. Acesso em: 18/03/2023.
2. ESTRIDGE, B. H.; REYNOLDS, Anna P. Técnicas básicas de laboratório clínico. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
3. Erickson, Rafaella E. A. Quais os valores anormais na sedimentoscópia? Médico
responde. Cidade, 10 de abril. 2020. Disponível em: https://medicoresponde.com.br/quais-os-
valores-anormais-na-sedimentoscopia/. Acesso: 19/03/2023.
4. CÂMARA, B. Uroanálise. Apostila de uroanálise. 08/03/2019. Biomedicina Padrão.
5. BERTGES, Luiz C. O que é EAS? Interpretação clínica do exame de urina simples (EAS).
20/10/2014. Faculdade de Ciências Médicas e da saúde. Disponível em:
https://www.slideserve.com/everly/interpreta-o-cl-nica-do-exame-de-urina-simples-eas. Acesso
em: 18/03/2023.
6. DOMINGUETI, C. P. Análises Clínicas e Toxicológicas. Atlas de urinálise. 2020. Universidade
Federal de São João Del-Rei.

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