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CLÍNICA E TERAPÊUTICA

EM PEQUENOS ANIMAIS.

Prof. José Osmar Gonçalves Farias


Fevereiro 2019
Miosite Atrófica dos Músculos Mastigatórios

É uma miopatia inflamatória focal que afeta seletivamente


os músculos da mastigação.
Essa distribuição seletiva pode ser atribuída à diferenças
histoquímicas e bioquímicas entre os músculos
mastigatórios e dos membros. Enfermidade
imunomediada com produção de auto-anticorpos contra
as proteínas citoplasmáticas do sarcolema.
Miosite Atrófica dos Músculos Mastigatórios

■ Sinais Clínicos:
■ Disfunção mastigatória
■ Disfagia
■ Regurgitação
■ Disfônica,
■ Dispneia
■ Músculos masseter e temporal podem estar aumentados de volume e com
sensibilidade dolorosa e dificuldade em abrir a boca.
Miosite Atrófica dos Músculos Mastigatórios

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;
■ Exame Físico;

Tratamento:
■ Corticóide: - Predinisolona: 2,2mg/kg SID;
■ Imunossupressor: -Azatioprina: 50mg/m²/dia;
Acalasia ou Disfunção Cricofaringeana

Incoordenação entre músculos cricofaríngeos e pausa do reflexo de


deglutição.

Sinais Clínicos:
■ Movimentos de mascar
■ Tosse
■ Movimentos aleatórios com a boca
■ Espirros
■ Regurgitação
■ Perda de peso
Acalasia ou Disfunção Cricofaringeana

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;
■ Exame Físico;
■ Exames Complementares:
■ Fluoroscopia com contraste (sulfato de bário);
Acalasia ou Disfunção Cricofaringeana

Tratamento:

Cirúrgico (miotomia do músculo cricofaringeano)


Disfagia Faríngea

■ Definição: incapacidade de formar o bolo alimentar na base da língua geralmente


por lesão nos pares IX e X dos nervos cranianos, também pode ser resultante de
polineuropatias e miastenia gravis
Disfagia Faríngea

Sinais Clínicos:
■ Regurgitação
■ Maior dificuldade em deglutir líquidos do que sólidos
■ Pneumonia aspirativa
■ perda de peso;
Disfagia Faríngea

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;
■ Exame Físico;
■ Exames Complementares:
■ Fluoroscopia com contraste (sulfato de bário);
Disfagia Faríngea

Tratamento:
■ Tratamento da causa primária;
■ Cirurgia;
Megaesôfago

■ É o termo descritivo para o sintoma clínico de dilatação esofágica, um sintoma


comum à um número de entidades nosológicas distintas de causas variadas.
Causas:
■ Congênita:
■ Raças Predispostas: Schnauzer, Dogue Alemão, Pastor Alemão, Setter, Labrador
e Dálmata; (geralmente acima de 7 anos);
■ Adquirida (secundário):
Megaesôfago
Megaesôfago

Causas:
■ Neuromuscular (miastenia gravis, lesão vagal, traumatismo, neoplasia ou acidente
vascular troncoencefálico, botulismo e cinomose);
■ Obstrução Esofágica (neoplasia, anomalia do anel vascular, compressão extra
esofágica, estenose e corpos estranhos);
■ Tóxica (chumbo);
■ Outras (caquexia, hipocortisolismo e hipotireoidismo);
Felinos: secundária à hérnia de hiato e refluxo gastroesofágico frequente
PERSISTÊNCIA DO ARCO AÓRTICO DIREITO EM UM CÃO -
Megaesôfago
Sinais Clínicos:
■ Regurgitação (principal sinal clínico),
■ Sialorréia,
■ Halitose,
■ Dispnéia,
■ Tosse,
■ Corrimento nasal,
■ Febre,
■ Pneumonia por aspiração
■ Traqueíte,
■ Perda de peso
■ Apetite normal.
Megaesôfago

■ Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;
■ Exame Físico;
■ Exames Complementares:
■ Laboratorial: para se diferenciar êmese de um paciente com insuficiência renal crônica
ou de outras causas. Animal com megaesôfago apresenta bioquímica sérica normal.
■ Endoscopia: apenas verificar integridade da mucosa.
■ Radiografia: simples ou esofagograma (contrastado) – verifica esôfago dilatado sem
obstrução.
Megaesôfago

Tratamento:
■ -Tratamento para evitar o agravamento da dilatação e regurgitação, melhorando os
sinais sistêmicos, raramente ocorre recuperação da função esofágica;
■ Antiulcerogênico/anti-ácido:
Omeprazol: 0,7 a 1,5mg/kg SID 20 a 30 dias de uso;

■ Alimentação: fornecimento de comida pastosa, caldos ou dependendo da aceitação


do animal, comida seca à vontade. Fornecer pequenas quantidades, várias vezes ao
dia, mantendo o animal em pé (ação da gravidade) por 5 a 10 minutos após a
alimentação.
Megaesôfago

■ -Tratamento:
■ Em alguns casos é necessário a alimentação via sonda ou parenteral;
■ Não é feita a correção cirúrgica;
■ Animais com problemas congênitos, devem ser retirados da reprodução
COMEDOUROS PREVENTIVOS
Megaesôfago

Prognóstico:
■ Reservado (podendo variar de favorável a desfavorável dependendo da resposta do
animal ao tratamento e do tipo de doença base – congênita ou adquirida);
■ Congênito: pode-se ter uma melhora parcial com tratamento, mas há risco de óbito
devido a pneumonia aspirativa;
ANOMALIA DO ANEL VASCULAR:

■ Enfermidade congênita causada pela persistência do arco aórtico (4º arco aórtico
direito) ou da artéria subclávia, enlaçando o esôfago em um anel de tecido.

■ É mais comum a persistência do arco aórtico direito.


PERSISTÊNCIA DO ARCO AÓRTICO DIREITO EM UM CÃO -
ANOMALIA DO ANEL VASCULAR:

Sinais Clínicos:
■ Geralmente ocorrem no início da alimentação com alimentos sólidos.
DUCTO ARTERIOSO PERSISTENTE
DUCTO ARTERIOSO PERSISTENTE
Esofagite

Etiologia:
■ Refluxo gastroesofágico,
■ Vômito persistente,
■ Lesão térmica (superaquecimento de alimentos)
■ Corpo estranho ou ingestão de substâncias corrosivas (agentes cáusticos).
Esofagite

Sinais Clínicos:
■ Regurgitação;
■ Depressão;
■ Febre;
■ Odinofagia (dor na deglutição);
■ Distensão do pescoço;
■ Sialorréia;
■ Disorexia
Esofagite

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;
■ Exame Físico;
■ Exames Complementares:
■ Radiografia cervical (visualização de hérnia de hiato ou corpos estranhos);
■ Esofagoscopia superior;
Esofagite

Tratamento:
■ Evitar a formação de cicatriz com uso de corticóides;
■ Oferecer alimentos macios ou fazer a sondagem do animal
Esofagite

Tratar causa base;


■ Antiácido:
■ Protetor de Mucosa:
Ranitidina -Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID
-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID ou 3,5mg/kg VO : BID
■ Agente Antiulcerogênico/anti-ácido:
Omeprazol: 0,7 a 1,5mg/kg SID 20 a 30 dias de uso;
-Sucralfato -Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID
-Gatos: 0,25g VO : BID/TID
Esofagite

■ Antibióticos:
■ Amoxicilina: -6,6 – 20mg/kg VO : BID/TID
■ Clindamicina:
-Cães: 11 – 33mg/kg VO : BID ou 10mg/kg EV ou IM : BID
-Gatos: 11 – 33mg/kg VO : SID ou 10mg/kg EV ou IM : BID
■ Corticóide: -Prednisolona: 0,5mg/kg VO : BID;
■ Cirúrgico (em casos de hérnia de hiato);
Obstrução Esofágica

■ Etiologia: anomalias do anel vascular, corpos estranhos, cicatriz esofágica ou


neoplasias.

■ Tipos: obstrução parcial ou completa.

■ Localização: os locais afetados mais comumente são a entrada do tórax, base do


coração ou na região cranial ao diafragma.
Obstrução Esofágica

Sinais Clínicos:
■ Regurgitação (geralmente em neoplasias);
■ Traqueíte;
■ Pneumonia por aspiração;
■ Perda de peso;
■ Febre, efusão pleural e pneumotórax (em perfuração esofágica);
CORPOS ESTRANHOS

■ Obstrução parcial ou total por ingestão de corpos estranhos.

Afeta geralmente caninos, pois felinos são mais seletivos.

■ Corpos Estranhos Comuns: ossos, anzol ou corpos não radiopacos


CORPOS ESTRANHOS
CORPOS ESTRANHOS
CORPOS ESTRANHOS
NEOPLASIAS:

Tipos:
■ O carcinoma de células escamosas é o tumor esofágico mais comumente descrito
em gatos;

■ O tumor esofágico benigno mais comum é o leiomioma;


NEOPLASIAS:
Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;

■ Exames Complementares:

■ Esofagoscopia superior;

■ Radiografia Contrastada ;
LEIOMIOSSARCOMA
NEOPLASIAS:
Tratamento:
■ Cirúrgico: retirada por endoscopia ou toracotomia.

■ Esofagoscopia: deve-se reavaliar a mucosa após a retirada do corpo


estranho.

■ Suporte nutricional (enteral ou parenteral);

■ Dependendo da lesão residual pode-se fazer o uso de antibióticos,


antiácidos, corticosteróides e agentes pró-cinéticos.
HÉRNIA DE HIATO

Protrusão do estômago para a cavidade torácica, o esfíncter perde a sua função.

Em casos graves ela facilita a ocorrência de refluxo gastroesofágico.

A condição pode ser congênita ou adquirida.


HERNIA DE HIATO
HÉRNIA DE HIATO

Sinais Clínicos:
■ Pode ser assintomático;

■ Regurgitação é o primeiro sintoma;

■ Cães da raça Sharpei são predispostos;


HÉRNIA DE HIATO

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exames Complementares:

■ Esofagograma (simples ou contrastado);

■ Endoscopia;
HÉRNIA DE HIATO

Tratamento:
■ Cirúrgico (em casos congênitos e sintomáticos);

■ Tratamento para refluxo gastroesofágico com


antiulcerogênico/antiácido em casos de hérnia de hiato adquirida.
Omeprazol 0,7 – 1,5mg/kg VO : SID ou 20mg/animal
GASTRITE AGUDA

Inflamação da mucosa gástrica decorrente


da quebra da barreira protetora da mucosa
gástrica pelo aumento da produção de HCl,
ocorre em episódios intensos e frequentes.
GASTRITE AGUDA
Etiologia:
■ Dietética (mudanças na alimentação e alimentos contaminados);

■ Doenças infecciosas (bacterianas e virais);

■ Tóxica (plantas, agentes químicos ou drogas irritantes);

■ Antiinflamatório não-esteroidal (inibidores COX-1) e


corticosteróides;

■ Doenças metabólicas (insuficiência renal e hepática);


GASTRITE AGUDA
Sinais Clínicos:
■ Anorexia;

■ Crise aguda de vômito (vômito amarelado, composto por alimento e


bile);

■ Pode ou não apresentar quadro sistêmico;


■ Hematemese;

■ Melena;

■ Raramente dor abdominal na palpação e postura antiálgica;


GASTRITE AGUDA

Diagnóstico Diferencial:
■ Pancreatite

■ Abdômen agudo
GASTRITE AGUDA

Diagnóstico:

■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;

■ Terapêutico;
GASTRITE AGUDA

Exames Complementares:

■ Radiografia contrastada;

■ Endoscopia;

■ Ultrassonografia abdominal;

■ Hemograma, função renal e hepática;


GASTRITE AGUDA
Tratamento:
■ Deve-se reestabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico;

■ Jejum alimentar e hídrico por 24 horas;

■ Antieméticos: Metoclopramida: 0,2 – 0,4mg/kg TID : VO, IM ou EV;

■ *Apenas em cães
■ Citrato de Maropitant (Cerenia®): 1mg/kg (1ml/10kg) SID: SC;
GASTRITE AGUDA
Tratamento:
■ Manejo alimentar após o controle do vômito;

■ Oferecer pequena quantidade de água fria e pequena quantidade de


alimento várias vezes ao dia (alimento pastoso);

■ Antiácidos locais:
Hidróxido de Alumínio -5 – 10ml VO : QID
Hidróxido de Magnésio -Cães: 5 – 10ml VO: QID
-Gatos: 5 – 10ml VO: BID/TID
GASTRITE AGUDA

Tratamento:
■ Antiácido: Ranitidina:
-Cães: 2,0mg/kg VO ou EV : TID
-Gatos: 2,5mg/kg EV ou 3,5mg/kg VO : BID
MUDOU
DE
NOVO
GASTRITE CRÔNICA

■ Doença inflamatória da mucosa gástrica de causa geralmente desconhecida.


É caracterizada por um infiltrado inflamatório e de distribuição nem sempre uniforme.
Pode ocasionar um aumento na produção de lípase na mucosa gástrica, ocasionando
um aumento na lípase sérica.
GASTRITE CRÔNICA
Etiologia:
■ Uso crônico de AINEs;

■ Imunomediada: linfocítica/plasmocitária;

■ Erro de manejo alimentar: gastrite eosinofílica (reação alérgica à


antígenos alimentares);

■ Insuficiência Renal ou Hepática;

■ Neoplasias: linfoma e carcinoma;


GASTRITE CRÔNICA

Etiologia:
Inflamação: Helicobacter (bactéria espiroqueta que acomete principalmente felinos) e
Physaloptera (nematóide com parte do ciclo em baratas, grilos e besouros);

Sinais Clínicos:
■ Êmese esporádica;
GASTRITE CRÔNICA

Diagnóstico:

■Anamnese e História Clínica;


GASTRITE CRÔNICA

Exames Complementares:

■ Hemograma, função renal e hepática;

■ Endoscopia;

■ Biópsia e histopatológico
GASTRITE CRÔNICA

Tratamento:
■ Neoplasias: excisão cirúrgica e quimioterapia;

■ Linfocítica/Plasmocitária: Prednisolona: 2,2mg/kg VO : SID por 2/3


semanas

■ Gastrite Eosinofílica: fornecer dieta de eliminação que consiste em


uma alimentação com proteínas que o animal nunca ingeriu e
corticóide.
Prednisolona: 1,1 - 2,2mg/kg VO : SID
Helicobacter:
■ Tratamento:
GASTRITE CRÔNICA
■ Antiulcerogênico/anti-ácido:
Omeprazol: 0,7 – 1,5mg/kg VO : SID ou 20mg/animal

■ Antibióticos: associação de metronidazol e amoxicilina por 10 dias,


eritromicina ou azitromicina.
Metronidazol -15mg/kg BID EV ou VO;
Amoxicilina -6,6 – 20mg/kg BID/TID : VO
Eritromicina* -10 – 20mg/kg BID/TID : VO
Azitromicina* -Cães: 10mg/kg 1x a cada 5 dias : VO
-Gatos: 10mg/kg 1x a cada 7 dias : VO
■ *Interfere nas enzimas do citocromo P450, inibindo algumas enzimas.
ÚLCERA GÁSTRICA

Caracterizada por lesões na mucosa gástrica que alcançam a camada muscular.

Etiologia:
■ Utilização de AINEs (aspirina, fenilbutazona, ibuprofeno, naproxeno e
piroxicam);

■ Corpos Estranhos;

■ Choque Séptico ou Hipovolêmico;


ÚLCERA GÁSTRICA

Etiologia:
■ Mastocitomas (pela liberação de histamina, a qual induz a secreção gástrica ácida);

■ Insuficiência Renal ou Hepática;

■ Neoplasias Gástricas;

■ Estresse;
ÚLCERA GÁSTRICA
Sinais Clínicos:
■ Anorexia;

■ Vômito;

■ Hematemese;

■ Melena;

■ Dor abdominal;

■ Postura antiálgica;

■ Pode-se ter também peritonite e abdômen agudo em caso de perfuração;


ÚLCERA GÁSTRICA
Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;

■ Exames Complementares:

■ Radiografia simples e contrastada;

■ Ultrassonografia (verifica-se espessamento da parede estomacal ou


defeitos/irregularidades na parede)

■ Endoscopia juntamente com biópsia;

■ Histopatológico;

■ Hemograma e Perfil Bioquímico Sérico;


ÚLCERA GÁSTRICA

Tratamento:
■ Remover a causa base;

■ Manter a perfusão sanguínea da mucosa;

■ Antiácidos locais: Hidróxido de Alumínio -5 – 10ml VO : QID


Hidróxido de Magnésio -Cães: 5 – 10ml VO: QID
-Gatos: 5 – 10ml VO: BID/TID
ÚLCERA GÁSTRICA

Tratamento:
■ Antiulcerogênico/antiácido: Omeprazol: 0,7 a 1,5mg/kg SID 20 a 30
dias de uso;
Ranitidina -Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID
-Gatos: 2,5mg/kg EV : BID ou 3,5mg/kg VO : BID
■ Protetor de Mucosa; -Sucralfato
-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID
■ -Gatos: 0,25g VO : BID/TID
■ Suspensão da alimentação enteral por 24/48 horas;
■ Reposição hídrica e eletrolítica;
■ Nutrição parenteral;
DIARRÉIA AGUDA

Diarréia refere-se a fezes contendo grande quantidade de água.

Etiologia:
■ Dieta (intolerância, alergia, alimentação de baixa qualidade, mudanças
bruscas na dieta e envenenamento alimentar por bactérias);

■ Medicamentosa (AINEs, antibióticos e quimioterápicos);

■ Parasitas (helmintos e protozoários);


DIARRÉIA AGUDA

Etiologia:
■ Infecciosas (virais, bacterianas e riquétsias);

■ Extra intestinal (insuficiência renal, insuficiência hepática, pancreatite e


Hipoadrenocorticismo);

■ Outras (gastroenterite hemorrágica idiopática, intussuscepção, ingestão de toxinas


e
■ substâncias químicas);
GASTROENTERITE
HEMORRÁGICA
PARVOVIROSE

Etiologia:
■ Existem 2 tipos de parvovírus canino:
PVC-1
PVC-2
O PVC-2 é o vírus responsável pela clássica enterite parvoviral.

■ Transmissão: fecal-oral e fômites contaminados. O vírus pode se manter viável no ambiente por
vários meses.
*Cloro diluído (1:32) é capaz de destruir o PVC;
PARVOVIROSE
Patogenia:
Os cães se infectam pela ingestão ou inalação do PVC. O vírus é capturado’ pelos linfonodos regionais
(mesentéricos) onde ocorre a replicação primária.
Então ocorre a viremia com a disseminação primária do PVC até as criptas do intestino delgado, onde
causa destruição destas em divisão.
PVC também é capaz de replicar em outros tecidos como: medula óssea, coração e células endoteliais.

■ -Raças Susceptíveis: Labrador, Rottweiler e Doberman.


PARVOVIROSE

Sinais Clínicos:
■ Diarreia sanguinolenta ou não, com odor fétido;

■ Vômito;

■ Sangramento intestinal;

■ Depressão;

■ Anorexia;

■ Febre;

■ Desidratação;
PARVOVIROSE
Achados Laboratoriais:
■ Hipoalbunemia;
■ Leucopenia: Linfopenia e Neutropenia transitórias;

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;
PARVOVIROSE
Exames Complementares:

■ Hemograma;

■ ELISA: pode ser negativo se for realizado muito cedo e podem ocorrer
falsos-negativos se feito logo após a vacinação.
PARVOVIROSE

Tratamento:
■ Terapia hidroeletrolítica: solução eletrolítica balanceada com 20-30mEq de cloreto de potássio/L e
acrescentar 2,5 – 5% de glicose se o cão estiver hipoglicêmico ou em risco.

■ *Animais com hipoproteinemia, cuidado com terapia hídrica excessiva. Deve-se administrar
plasma ou hetastarch (colóide);
PARVOVIROSE

Tratamento:
■ Antibióticos: em cães febris ou gravemente neutropênicos.
Cefazolina: -20 – 35mg/kg EV ou IM : TID
Ampicilina: 22mg/kg EV ou IM : TID/QID

Antieméticos: Clorpromazina 0,5mg/kg IM ou SC : TID/QID


Ondansentrona -0,1 – 0,2mg/kg EV lento : BID
PARVOVIROSE
Tratamento:
■ Antiinflamatório: em caso de choque séptico
Flunixin-Meglumine 1,1mg/kg EV, IM ou SC : SID

■ Antiácidos: (em casos de vômito);


Ranitidina 2mg/kg EV ou VO : TID

■ Protetores de Mucosa: Sucralfato 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

■ Dieta leve após o vômito cessar por 24 horas;

■ Terapia nutricional enteral ou parenteral;


CORONAVIROSE

Etiologia:
Coronavírus canino (CVC) pertencente à família Coronaviridae.

■ Relacionado com o vírus da PIF e da gastrenterite transmissível dos suínos.

-Transmissão: fecal-oral.
CORONAVIROSE

Patogenia:
■ O CVC, o qual é um vírus epiteliotrófico invade o organismo e destrói células maduras
das vilosidades intestinais.
A destruição, a atrofia e fusa dos vilos resultantes causam diarréia de severidade variável.

■ *A maioria das infecções por CVC é subclínica. É mais grave quando associada ao
parvovírus canino.
CORONAVIROSE
Sinais Clínicos:
■ Geralmente os animais são assintomáticos;

■ Anorexia;

■ Depressão;

■ Êmese;

■ Desidratação e anormalidades eletrolíticas;

■ Diarréia (mole a aquosa ou com muco e sangue);


CORONAVIROSE

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;

■ *Importante: diferenciar de parvovirose, porque ao contrário da infecção pelo parvovírus, a infecção


por CVC não causa febre, leucopenia, hematoquezia e morte.
CORONAVIROSE

Diagnóstico:

■ Exames Complementares:

■ Sorologia;
CORONAVIROSE

Tratamento:
■ Terapia com fluido;

■ Restabelecer equilíbrio eletrolítico;

■ Restrição alimentar até cessar êmese por 24 horas;

■ Antieméticos: (em casos de vômito);


Clorpromazina -Cães: 0,5mg/kg IM ou SC : TID/QID
Ondansetrona -0,1 – 0,2mg/kg EV lento : BID
CORONAVIROSE

■ Tratamento:
■ Antiácidos: (em casos de vômito);
Ranitidina -Cães: 2mg/kg EV ou VO : TID

■ Protetores de Mucosa: Sucralfato


-Cães: 0,5 – 1,0g VO : BID/TID

■ Terapia nutricional enteral ou parenteral;


HELMINTOS
TOXOCARA CANIS

■ Classificação: pertencente à classe Nematoda, ordem Ascaridida e família


Ascarididae, espécie: Toxocara canis.

■ Características:

Localização: intestino delgado

Nutrição: produtos pré-digeridos (aminoácidos, vitaminas e oligoelementos)


TOXOCARA CANIS
TOXOCARA CANIS

Sinais Clínicos:

■ Quando a infecção pré-natal é muito grande, pode haver a morte do animal, pois a migração das
larvas causa lesões hepáticas e focos pneumônicos;

■ Em infecções maciças podem ocorrer obstruções no sistema digestório;

■ Vômitos e diarréia podem ser observadas pela ação irritante dos adultos na mucosa gástrica e
intestinal;
Sinais Clínicos:

■ Adultos podem penetrar nos canais biliares ou pancreáticos, levando à quadros agudos e às
vezes fatais;

■ Competição alimentar ocorre devido à sua ação espoliadora de aminoácidos essenciais,


vitaminas e sais minerais levando ao enfraquecimento;
TOXOCARA CANIS
Sinais Clínicos:
■ Sinais neurológicos vão desde irritação, até crises convulsivas, e estão associadas com as
toxinas parasitárias de vermes vivos ou mortos, irritação das terminações nervosas intestinais e
sensibilização do SNC pelas larvas erráticas;

■ Fezes pastosas ou líquidas;

■ Hematoquezia;

■ Parorexia;
TOXOCARA CANIS

Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;

■ Exames Complementares:

■ Coproparasitológico: método de flutuação (técnica de Willis Mollay).

■ Presença de vermes nas fezes;


Tratamento:
■ Pirantel: Cães: 20-30mg/kg V.O
Gatos15mg/kg (gatos) V.O.

■ Piperazina: 100 – 250 mg/kg V.O.

■ Mebendazole: 20mg/kg V.O. : SID por 3 dias

■ Fembendazole: 50mg/kg V.O : SID por 3 dias

■ Dietilcarbamazina: 25-100mg/kg V.O.


*Benzimidazóis: utilizado para cadelas prenhes, mas não utilizar em


inicio de gestação.
TOXOCARA CANIS

Controle:
■ Recém nascidos: tratar os filhotes com 2/3 semanas (repetir após 21 dias), com princípios ativos
de ação menos potente como o mebendazole e fembendazole, tratar a cadela simultaneamente.
Tratar os filhotes novamente aos 2 meses;

■ Cães recém adquiridos: administrar 2 doses com intervalo de 14 dias;

■ Fêmeas prenhes: tratar 3 semanas antes do parto;


DYPILIDIUM CANINUM
Classificação:
■ Pertencem à classe Cestoda
Ordem Cyclophyllidae
Família Dipelididae
Espécie Dypilidium caninum.

Características:

■ Localização: intestino delgado


DYPILIDIUM CANINUM
DYPILIDIUM CANINUM
Sinais Clínicos:
■ Normalmente cursa de forma assintomática;

■ Diarréia;

■ Cólica;

■ Alterações no apetite;

■ Perda de peso;

■ Alterações de comportamento;

■ Ataques epileptiformes;
DYPILIDIUM CANINUM
Diagnóstico:
■ Anamnese e História Clínica;

■ Exame Físico;

■ Exames Complementares:

■ Coproparasitológico pelo método de sedimentação;

■ Pesquisa de proglótides nas fezes;


DYPILIDIUM CANINUM

Tratamento:
■ Praziquantel: 5 a 10mg/kg

■ Fembendazole: 50mg/kg por 3 dias

■ Nitroscanato*: 50mg/kg

*Para Echinococcus granulosus usar 100mg/kg e repetir a dose em 48 horas.


Ancylostoma caninum

-Classificação: pequeno estrongilídeo, pertencente à classe Nematoda,


ordem
Strongylida e à família Ancylostomidae, espécie Ancylostoma caninum,
Ancylostoma braziliense e
Ancylostoma duodenale.

-Características:
-Localização: intestino delgado de carnívoros (A. caninum e braziliense) e
de
humanos e cães (A. duodenale).
*Ancylostoma caninum e braziliense: larva migrans cutânea (bicho
geográfico).
-Sinais Clínicos:

-Prurido;
-Eritema, principalmente no abdômen;
-Mucosas pálidas;
-Anorexia;
-Diarréia escura;
-Desidratação;
-Emagrecimento;
-Edema e ascite;
Diagnóstico:
-Anamnese e História Clínica;
-Exame Físico;

-Exames Complementares:
-Coproparasitológico: método de flutuação (técnica de Willis
Mollay).
Tratamento:
-Nitroscanato: 50mg/kg V.O. dose única

-Pirantel: 15mg/kg
-Disofenol: 7,5mg/kg : S.C. dose única
-Combinação: Praziquantel (para platelmintos) + Pirantel (para
nematódeos) (Drontal®)
Disofenol:

Utilizado para hematófagos.


- Não é recomendado no final da gestação pode causar aborto.
- Cuidado com animais de pelagem clara, causa manchas na
pelagem.

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