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Doença inflamatória intestinal

- Enteropatia crônica mais comum em cães (>8 anos)

- Pode acometer parcial ou totalmente o tubo digestório (ID x colite)

- Prognóstico variável (local das lesões, cronicidade, resposta à terapia)

- Comorbidades (DRC, HAC, DM, hepatopatias, neoplasia)

- Raças puras > SRD: York, Spitz, Maltês, Bulldogue, Shih-tzu, Lhasa Apso, Pug, Shar-pei, Pastor, Pitbull,
West

- Vômitos, diarreia com ou sem sangue, perda de peso ou não, apetite seletivo.

- CUSTO: Diagnóstico histopato, exames controle devido a imunossupressão, dieta, risco de efeitos
colaterais.

Sempre diferenciar as diarreias!


ID: Volumosa, melena (fezes mais escuras), alimento, coprofagia, sem tenesmo (dificuldade evacuar/dor),
polifagia, perda de peso.
IG: Crises intermitentes, muco, hematoquezia, tenesmo, muitos episódios, sem perda de peso, pequenas
raças.
*A diarreia pode ser mista!

“Mas é DII mesmo?!” -Triagem para diagnóstico diferencial:

IPE? TLI sérico em JEJUM 12 horas. Nem sempre o quadro será clássico (pastor alemão). RF mínima: 5.
Abaixo de 5 pode ter insuficiência pancreática.

Hipersensibilidade alimentar? Triagem (chance) para dieta hipoalergênica (comercial ou AN balanceada


com nutrólogo e suplementada). SEMPRE com proteína inédita, SEM frango ou carne vermelha).

Hipoadreno (típico ou atípico)? Cortisol basal, sódio, potássio, glicose (teste de estimulação em casos
suspeitos). Abaixo de 1? Hipoadreno.

Parasitismos? Coproparasitológicos (fezes frescas, amostras variadas).

Corpo estranho? Triagem com RX e US abdominal.

Shunt portossistemico? Acidos biliares pré e pós prandial. Perguntar se tem sonolência após alimentação.
Enteropatia é incomum, mas pode acontecer.

Infecções bacterianas e protozoárias? Disbiose? Levar em conta o histórico, clínica, hemograma (tem
desvio? Leucocitose? Neutrófilos tóxicos?), fezes, resposta a atb (existe disbiose primária,onde não há
inflamação e o animal responde a atb).
Hemoparasitoses, DRC, estresse, imprudências alimentares frequentes > Causam quadro parecidos com
DII. Titulação para EAB.

Diagnóstico:

1) Histórico clínico: as manifestações podem ser cíclicas.


2) Hemograma: Pode ocorrer eosinofilia, trombocitose, linfocitose, anemia discreta.
3) Marcadores de absorção intestinal: Albumina, vitamina D, cobalamina, colesterol.
4) USG: Cuidados com achados de crise agudizada e cuidado com o normal. Baixo invasivo. Mas é
só triagem!
5) Histopatológico: Endoscopia, colono, láparo = estadiamento e diferencial neoplásico quase
sempre é viável. IHQ se necessário.

Tratamento:

1) Dieta: Hipoalergênica, hipogordurosa, fibra em alteração de IG... Depende.


2) Antiinflamatórios e imunossupressão (mesalazina para colite, glicocorticoides,
imunomoduladores, quimioterápicos.
3) Simbióticos: Beneflora, Florentero ou manipulações.
4) Adjuvantes: ômega 3, glutamina, procinéticos, antieméticos, gastroprotetores.
5) Antibióticos: Hematoquezia, febre, leucocitose com desvio ou disbiose!
6) Ozonioterapia, enriquecimento e transplante fezes.
7) Castração/genética.

POR FIM...

 Não existe aquele “vômito normal”


 Não existe aquele “vômito por causa do jejum”
 A alergia alimentar existe, mas não é a causa mais comum de gastroenterite em cães.
 Diarreia não é sinônimo de antibiótico (infecção) e nem de giárdia sp.
 US normal significa apenas um US normal.
 Tratar, tratar e tratar = esgotamento emocional e financeiro do tutor SEM diagnóstico do
paciente.
 Controlar os sintomas sempre, exames básicos quase sempre (hemograma, fezes, US) e depois?
Internar? Especialista?
Doença inflamatória intestinal em gatos

Definição: Infiltrado inflamatório TGI na parede intestinal. Pode ocorrer desde o estômago, até o cólon
dos gatos (linfoplasmocítico é o mais comum).

É uma doença imunomediada de etiopatogenia não muito esclarecida.

Uma das principais manifestações clínicas é o vômito crônico (1x por semana por exemplo).

DII e linfoma: diagnósticos mais comuns em gatos com enteropatias crônicas (vômitos/diarreias crônicas).

Patofisiologia:

Talvez os indivíduos que tenham DII tenham uma hiperresponsividade/hipersensibilidade imunológica às


substâncias.
Os gatos possuem mais bactérias no seu TGI que os cães e os humanos. Se há um desbalanço nessa
população bacteriana, o sistema imunológico pode reagir de uma forma exacerbada.
Há uma teoria também da cronificação de infecção/parasitismo intestinal como giárdia ou tritrichomonas.

Incidência:

- Sem predisposição sexual ou racial.

- Alguns estudos apontam as raças siamês e abissínio.

- Meia-idade a idosos (70% mais de 9 anos).

Manifestações clínicas (isoladas ou associadas):

- Vômito crônico (semanas, meses, anos).

- Perda de peso pela má absorção de nutrientes.

- Diarreia (IG ou ID).

- Polifagia (em quadros mais avançados): síndrome de má absorção.

- Disorexia (redução do alimento): por náusea, desconforto.

- Letargia

Diagnósticos diferenciais:

- Metabólicas (hipertireoidismo, pancreatite, IPE, DM, DRC)

- Nutricionais (hipersensibilidade alimentar, interolerância)

- Parasitárias (Giardia, tritrichomonas, coccídeos)

- Neoplasia (Linfoma alimentar)


- Infecciosas (virais, fúngicas, bacterianas).

ANAMNESE: Conversar com o tutor do gato.

- Importante

- Cronicidade do processo

- Tipo de alimentação

- Tratamentos anteriores e resposta a cada um deles

Exame físico:

- Baixo ECC

- Perda de peso, desidratação

- Palpação de alças intestinais espessadas, gases, linfonodomegalia abdominal, incômodo

- Perda de massa muscular

- Mucosas pálidas (pela doença crônica, há produção de citocinas como IL-6 que atrapalha o processo de
eritropoiese na medula óssea)

OBS: Ausência de alterações não descarta!

Exames laboratoriais:

- Sem achados específicos. NÃO existe um achado que feche o diagnóstico da doença!

- Importantes para exclusão de outras doenças.

- União de informações para aumentar suspeita.

Hemograma: pode ter leucocitose e anemia pela inflamação.


Bioquímica: azotemia se o gato estiver desidratado. Densidade urinária menor se houver DRC
concomitante. T4 total como triagem de hipertireoidismo.

FIV/FELV: pode favorecer doenças imunomediadas, então é importante saber o status imunológico do
animal.

Spec para pancreatite: não é muito assertivo, mas pode ser usado.

TLI: para suspeita de IPE.

Dosagem de folato e cobalamina: folato baixa indica processo inflamatório/neoplásico em jejuno.

Diarréia crônica: exame de fezes – copropasitológico, pesquisa para giárdia, tritrichimonas e


cryptoposridium. Alguns parasitas precisam de tto específicos, tritri por exemplo só trata com ronidazol.

Biópsia intestinal: HP e IHQ considerados como gold para diagnóstico de DII.

O que podemos encontrar no ultrassom?

1. Espessamento focal ou generalizado


2. Perda de estratificação das camadas (mais comum no linfoma)
3. Maior evidência de camada
4. Alteração e ecogenicidade
5. Alteração de motilidade
6. Alteração em fígado e pâncreas
7. Alteração em fígado e pâncreas
8. Aumento de linfonodos mesentéricos/cólicos/pancreatoduodenais/hepáticos
9. Líquido livre (raro, mas comum no linfoma).
Biópsia intestinal – padrão ouro para diagnóstico.

Por endoscopia:
Mínimo invasivo
Equipamento específico
Não alcança jejuno e íleo (alguns podem chegar em jejuno proximal ou íleo terminal)
Fragmento coletado – pequeno, só pega até submucosa
Não biopsia outros órgãos

Av. histopatológica para avaliar o infiltrado que tem no intestino.

Na DII mais de 70% o infiltrado é linfoplasmocítico, mas às vezes pode confundir com o linfócito que é o
linfoma de pequenas células >> somente IHQ para diferenciar esses 2 diagnósticos. Na DII o infiltrado
também pode ser eosinofílico ou neutrofílico -> histopatológico ajuda a visualizar se há atrofia de
vilosidades, muito comum em quadros crônicos ou graves.

Dietas de alta digestabilidade 49:29


TRATAMENTO

Não há cura, mas há o controle para melhorar a qualidade de vida. Com uso de imunossupressão +
reduzir possíveis antígenos deflagradores. Conseguimos isso através de DIETA:

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