O Essencial no Atendimento de Cães com Diarreia Crônica
Como abordar o cão que chega no consultório com queixa de diarreia crônica? Como conduzir o caso? Quais as possibilidades diagnósticas? Será que posso tentar uma terapêutica antes? Uma diarreia crônica é aquela que perdura por mais de 14 dias, ou pelo menos de 3 a 4 semanas de forma intermitente, aí já começa a considerar o quadro como crônico e a diarreia aguda seria aquela então com duração de 7 Até 14 dias de evolução mas é uma definição arbitrária, podendo assim variar, é mais uma maneira que a gente tem de procurar definir para direcionar um pouco mais a abordagem, para onde que a gente vai faz testes que a gente vai escolher. *Muito comum na verdade que o cão ele tenha essa intermitência que ele tenha dias melhores e dias piores que ele tem a fezes normais intercaladas com fezes diarreicas nas mais diferentes causas de diarreia crônica. A primeira coisa a ser feita ao atender um cão com diarreia crônica é definir se essa diarreia ela é do intestino delgado ou se ela é do intestino grosso. Isso é importante pq muda a propedêutica, muda a abordagem, as causas e a prova terapêutica podem ser distintas e tem medicação que se usa para diarreia crônica do IG que a gente não usa para diarreia crônica do ID. Então a gente tem que procurar fazer essa definição clínica. * Não é por exame que se faz essa definição é uma definição clínica. Como diferenciar clinicamente uma diarreia como sendo do intestino grosso ou como sendo do intestino delgado? É mais fácil falar das características do intestino grosso(conhecidas colites) e o delgado vai ser o contrário, as características da diarreia do IG, o animal em geral apresenta ou pode apresentar tenesmo, hematoquesia, mucofecal, a frequência de defecação pode ser muito ampliada mas em quantidades pequenas e em geral ele não tem repercussão sistêmica significativa, exceto em quadros graves, então em geral ele não tem febre, não fica prostrado, pode não diminuir o apetite, dificilmente desidrata, e não perde peso. E caso tenha um câncer de colón ou uma ptiose crônica ele pode ter um quadro sistêmico, mas isso é o geral para a gente se direcionar, então em geral sem repercussão sistêmica(na diarreia de IG) , vômito pode acontecer, mas é mais comum na diarreia do ID. No intestino delgado uma característica principal seria essa repercussão sistêmica, então é comum que o animal vomite não é que ele não pode vomitar na de IG, pode, mas no ID a tendência ao vômito é muito maior, o animal costuma perder peso porque ali que vão ser absorvidos os nutrientes no ID, fundamentalmente ele pode apresentar Melena que, o animal pode estar prostrado, pode ter dor abdominal, febre, o animal não vai ter hematoquezia, não vai ter mucofecal. Porém em alguns casos existe sobreposição de características clínicas, não sendo possível clinicamente diferenciar claramente se a diarreia está em um ou outro segmento, porque o quadro pode ser uma enterocolite. Então você tem um segmento extenso do intestino acometido tanto IG como ID. Nos quadros de enterocolite tem sobreposição de características. *Algumas causas que pode que podem determinar confusão por exemplo seria a giárdiase, a giárdia é um parasito do ID, mas a clínica muitas vezes é uma clínica de IG, pode acontecer então a gente clinicamente tem que ter essa flexibilidade na interpretação das características. Diarreia do Intestino Delgado O ponto número 1 é procurar estabelecer se a diarreia é decorrente de doença do trato digestivo primariamente intestinal ou se ela é de causa extraintestinal e em geral na causa extraintestinal você tende a ter outros componentes clínicos, como uma doença sistêmica, uma doença em outros segmento que está levando a diarreia, então por exemplo uma hepatopatia levando um quadro de diarreia ou uma insuficiência renal cursando com diarreia ou insuficiência pancreática exócrina, percebe-se que o animal tende a ter outras características destas mobilidades. Um exemplo é o hipertireoidismo em gato, tem diarreia, é uma doença endócrina, tem um excesso de produção de hormônios tireoidianos causados em geral por um adenoma, que acaba levando a um quadro diarreico. Doenças fora do tubo digestivo podem cursar com um quadro diarreico, por isso deve avaliar outras características clínicas e fzr exames hematológicos, bioquímicos que vão auxiliar em determinar se existe alguma causa extraintestinal envolvida no processo diarreico ou até atuando como uma comorbidade. A diarreia crônica pode ser devido a um quadro de má digestão, de má absorção, uma enteropatia com perda proteica. A síndrome de má digestão o que que causa má digestão no paciente, temos como exemplo a insuficiência pancreática exócrina, um cão com diarreia crônica, que vem perdendo peso, essa diarreia tem característica do intestino delgado principalmente se esse cão é um pastor alemão, que tem uma predisposição genética, com atrofia pancreática exócrina, é necessário considerar esse diagnóstico e o teste de escolha para diagnóstico da IPE é a imunurreatividade semelhante à tripsina, já a lipase pancreática específica é pra pancreatite. Caso o teste der positivo se tem o diagnóstico de insuficiência pancreática exócrina e o tratamento é com suplementação de enzimas pancreáticas para sempre (pode mandar manipular). Caso não se tenha acesso ao teste, pode suplementar e ver o resultado, se a clínica for bastante consistente pode. Mas o que mais que eu posso ver nesta clínica que me faz achar essa consistência? Uma dica é q o tutor descreve frequentemente que o cão parece que defeca como vaca devido a quantidade, o volume de fezes que ele faz, ele tem uma fome estupenda ele é polifágico e ele perde peso, então essas características levam uma suspeita mais consistente de IPE, que é uma causa de diarreia crônica do intestino delgado causada por má digestão. *O que se perde na IPE? o pâncreas exócrino ele produz a amilases, lipases, proteases que são responsáveis pela digestão de carboidratos gorduras e proteínas respectivamente, na IPE ocorre uma perda desta massa pancreática funcional, diminuindo as substâncias dessas enzimas digestivas, que acabam levando ao quadro clínico de má digestão. A síndrome de má absorção, como a Enteropatia com perda proteica, é um diagnóstico diferencial na diarreia crônica. Caso o cão apresente hipoalbumenemia e já ta fzd efusões, o diagnóstico fica bem mais direcionado, mas nem sempre é muito claro do ponto de vista laboratorial. Quais são as possíveis etiologias das Enteropatias com perda proteica? doença intestinal inflamatória (faz alteração dietética, rações hipoalergênicas, dieta natural)...), linfangiectasia (importante diagnóstico diferencial) e linfoma intestinal (faz quimio), esses três são as principais causas de deficiência e (seus diagnósticos definitivos são por histopatologia, que pode ser coletado no cão por endoscopia ou laparatomia( ou síndrome má absorção e consequentemente Enteropatias com perda proteica. Tem que considerar também parasitos e intuscepção crônica, principalmente em Filhote, pode considerar doenças intestinais fúngicas como histoplasmose ,principalmente pode afetar o intestino delgado, ou ptiose. Essas são as principais causas de Enteropatia com perda proteica. Então como que o caracteriza essa heteropatia com perda proteína? Em termos de exames laboratoriais esperamos que ocorra um decréscimo da Albumina , a gente já tem uma hipoalbumenemia e pode haver quadro efusivo, efusão Abdominal, edema de membros e a diarreia, ela não necessariamente é contínua. Não é obrigatório uma diarreia contínua e quais são os diferenciais, o que eu tenho que considerar toda vez que eu tô suspeitando de uma enteropatia com perda,? eu tenho que considerar como diferencial outras doenças que causam hipovolinemia, quais são elas? síndrome nefrótica, de forma geral a perda da glomerular de proteína e a hepatopatia (insuficiência hepática com diminuição de produção de Albumina) e é mais fácil você descartar essas duas causas e diagnosticar por eliminação porque no quadro hepático você vai ter uma anemia de características clínicas laboratoriais sugestiva de hepatopatia. *Não se pede de primeira hemograma, nem bioquímico, pq no IG não consegue informação relativamente relevante e no ID em geral só trás informação relevante em quadros de etiologia extraintestinais. O US tem limitações de sensibilidade em relação ao diagnóstico da enteropatia com perda proteica, mmas usado em intuMusucepção. *Enterite, causas do ID. *Nem sempre vai ser ter uma enteropatia com perda proteica “florida” *Nunca deixar de fzr o exame croproparasitologico . *Prova terapêutica é quando vc tenta um tratamento sem um diagnóstico definitivo, como antibiótico (tilosina, amoxilina com clovulanato), alteração dietética. Mas diarreias de forma geral, principalmente agudas, não tem indicação de antibiótico como primeira linha de tratamento, vc usa quando suspeita de uma enterite bacteriana depois de descartar várias coisas já, principalmente em casos agudos. *Disbiose, enterite q responde a antibiótico *Giardiose, primeira escolha febendazol
Diarreia do Intestino Grosso
Mucofecal, hematoquezia, tenesmo, não tem repercussão sistêmica na maioria das vezes. Como abordo? O exame fecal é imperativo, sempre considerar Tricuris vupis como principal causa parasitária, mesmo q não haja diagnostico no exame croproparasitologico, trata mesmo assim, não custa everminar o paciente. Em geral nas diarreias crônicas do IG pode usar a citologia, mas sua sensibilidade é ruinzinha, exame pobre, mas com custo mínimo. As vezes é preciso um exame de colonoscopia, que pode ser diagnosticado linfoma do IG, dornça intestinal inflamatória (pode se manifestar apenas como colite), fungo histoplasma pode afetar o intestino grosso. *Principalmente em cães braquiocefalicos tem que considerar a colite histiocítica ulcerativa, tem como agente etiológico Escherichia Coli especifica, vc vai pedir uma coloração especifica, dessa biopsia q vai coletar. Antibiotico com esprectro gram negatico com fluroquinolona. *Colite linfoplasmocitária tratado como doença inflamatória semelhante ao ID, mas com uma diferença, nessa a dieta prioriza a presença de fibras, não usado na do ID. Pode ser usado tbm medicações anti-inflamatórias tópicas como a messalazina, q não usa na do ID *Pode fzr a prova terapêutica tbm *Ptiose, raro, tem um grave espessamento do IG, usa US. *Isospora como trato, sulfametoxazol com trimetoprim por 7 dias.