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Úlcera Péptica,

Úlcera Duodenal,
Uso de Oxigênio e
Monitoramento

Discente: Wanessa da Silva Ferreira


Enfermagem V período
• A doença ulcerosa péptica é
uma afecção muito
prevalente, sendo mais
comum em homens;
•É desencadeada pela
secreção de ácido gástrico ou
pepsina;
• Regiões como a pequena
curvatura do estômago e
duodeno proximal;
• O revestimento do intestino normalmente o protege de ser
ferido;
• Se esta camada protetora se quebra, os ácidos do estômago
podem danificar as paredes do intestino e provocar uma úlcera.
• Quando as lesões se limitam a camada mais superficial são
classificadas como erosões.
• As úlceras pépticas afetam 5 a 10% da população em geral.
• A doença do trato gastrointestinal mais predominante, sendo
um problema de saúde mundial.
• A bactéria H. pylori tem papel importante na etiologia da
doença.
• Mecanismo adaptativo, este microrganismo apresenta a
capacidade de síntese da enzima urease.
• Apresenta ação inibitória sobre a produção de somatostatina
pelas células D, o que resulta em um quadro de hipercloridria.
• O uso de AINEs, especialmente os clássicos, atua diretamente
reduzindo as defesas contra a secreção ácida.
• Com o envelhecimento da população o aumento na
prevalência de hipertensão arterial e diabetes mellitus;
• O uso de AINEs é o segundo fator mais relacionado ao
surgimento das úlceras pépticas;
• O seu uso associa-se a maiores complicações do quadro,
como perfuração, hemorragia e obstrução pilórica.
Tipos de Úlceras:
• A úlcera gástrica;
• A úlcera duodenal;
• Úlcera péptica refratária;
• As úlceras marginais;
• As úlceras por estresse;
Classificações das úlceras pépticas:
Classificação de Sakita: avalia em que grau evolutivo/de
atividade a úlcera está. São descritas três fases principais (A, H
e S) e os números 1 e 2 de acordo com a etapa evolutiva.
• A1 (Ativa);
• A2 (Ativa);
• H1 (Em cicatrização);
• H2 (Em cicatrização);
• S1 (Cicatrizada);
• S2 (Cicatrizada).
• Classificação de Forrest: classificação endoscópica para lesões
ulcerosas hemorrágicas, que se correlaciona com o risco de
ressangramento, direcionando o tratamento e avaliando o
prognóstico.
Estigma endoscópico de Prevalência Risco de ressangramento
hemorragia recente

IA: úlcera com sangramento 10% 90%


arterial ativo em jato
IB: sangramento ativo em 10% 10-20%
babação
IIA: coto vascular visível 25% 50%
IIB: coágulo aderente recente 10% 25-30%
IIC: úlcera com fundo 10% 7-10%
hemático
III: sem sangramento 35% 3 – 5%
Classificação de Johnson para doença ulcerosa péptica gástrica:
• Todas as úlceras pépticas duodenais apresentam hipercloridria,
o que não acontece nas gástricas. Isso impacta principalmente
no tratamento, já que não visa anular a produção gástrica, e
sim ressecar a úlcera, ainda mais pela existência de risco de
malignização da úlcera gástrica, e deve ser, no mínimo,
biopsiada.
Tipo 1 (60- Na pequena curvatura baixa, normo ou hipocloridria
70%) (mais comum)
Tipo 2 (15%) No corpo gástrico, associada a úlcera duodenal, em
hipercloridria
Tipo 3 (20%) Pré pilórica até 3 cm do piloro, em hipercloridria
Tipo 4 (<5%) Na pequena curvatura alta, em hipocloridria
Tipo 5 Úlceras múltiplas, associadas a AINES
Fatores de risco
• Tomar regularmente anti-inflamatórios não esteróides (AINEs),
como a aspirina, diclofenaco e naproxeno;
• Tratamentos de radioterapia, comuns para a maioria dos tipos
de câncer;
• Helicobacter pylori (H. Pylori);
• Fatores genéticos;
• Se o seu estômago produz mais ácido do que o normal;

• Álcool, cigarros e tabaco de mascar.


Causas raras
• Síndrome de Zollinger-Ellison;
• Doenças granulomatosas (doença de Crohn, sarcoidose);
• Neoplasias (carcinoma, linfoma, leiomioma, leiomiosarcoma);
• Infecções (tuberculose, sífilis, herpes simples, citomegalovírus);
Sinais e Sintomas da Úlcera gástrica:
• Sensação de algia e/ou pirose;
• Algia característica da úlcera do duodeno que desaparece com
a alimentação reaparecendo depois;
• Hematêmese (vômito com sangue);
• Melena (presença de sangue nas fezes);
• Anemia, cujos sinais e sintomas podem incluir fadiga
inexplicável, dispneia (falta de ar), entre outros;
• Eructação (arroto) com um refluxo ácido;
Os sinais e sintomas de úlcera duodenal:
• Azia ou queimação abdominal no meio da barriga ou na parte
superior;
• A algia pode melhorar quando o indivíduo se alimenta ou toma
antiácidos;
• Algia que pode acordar a pessoa durante a noite;
• Emagrecimento;
• Êmese e enjoo;
• Sensação de inchaço ou de vazio;
• Afagia (impossibilidade de deglutir).
Diagnóstico:
• Teste de sangue para a anemia (que pode ser um sinal de
hemorragia interna);
• Endoscopia digestiva alta;
• Anamnese completa;
Endoscopia digestiva alta:
• O RX EED ou estudo contrastado de esôfago-estômago-
duodeno;
• Teste sorológico
• Teste respiratório com uréia marcada.
• Teste do antígeno fecal.
Tratamento:
O tratamento pode facilmente curar uma úlcera e prevenir
complicações. Também pode evitar a volta da úlcera. Os
tratamentos indicados são:
• antibióticos para tratar o H. pylori;
• medicamentos para reduzir o ácido no estômago;
• medicamentos que revestem a mucosa do estômago e
duodeno para proteger do ácido;
• Inibidores da supressão de ácido;
• Evitar ou reduzir o consumo de analgésicos, anti-inflamatórios
e anti-agregantes plaquetários;
Cirurgia;
Vagotomia: Um procedimento cirúrgico no qual uma parte do
nervo vago é reduzida com o intuito de diminuir a secreção de
ácido clorídrico no estômago.
Existem vários tipos que variam conforme a necessidade do
paciente. Alguns tipos são:
1- Troncular;
2- Seletiva;
3- Altamente seletiva.
• Gastrectomia Total;

• Gastrectomia Parcial;

• Laparotomia;
A cirurgia da úlcera gástrica segue, geralmente, o seguinte
procedimento:
1. Remover toda a úlcera;
2. Cauterizar (queimar) alguma artéria que esteja a sangrar;
3. Eliminar o fornecimento de nervos para o estômago, de
modo a reduzir a produção de ácido pelo órgão.
Complicações de úlcera péptica: Se não forem tratadas
corretamente, úlceras pépticas podem resultar em:

• Hemorragia interna;

• Peritonite;

• Obstrução;
• Perfuração do estômago e intestinos;
• Câncer;
• Penetração;
Cuidados de enfermagem para úlcera:
• Proporcionar ambiente calmo e tranquilo, com conforto e
segurança;
• Orientar quanto à importância da dieta e da mastigação;
• Observar e controlar as eliminações gastrointestinais (êmese e
fezes) em busca de sinais de sangramento;
• Observar características da algia;
• Verificar sinais vitais 4/4 horas para constatar sinais de
hipotensão;
• Preparar o paciente para os testes diagnósticos;
• Realizar a conscientização sobre o uso prudente de AINEs.
• Manter uma ventilação adequada no ambiente;
• Dar apoio psicológico;
• Orientar as visitas e familiares para evitar conversas que
perturbem o paciente;
• Diminuir a atividade motora do estômago oferecendo uma dieta
branda;
• Higiene oral 3 vezes ao dia com uma solução anti-séptica;
• Administrar a medicação prescrita com controle rigoroso do
horário.
Recomendações:
• Não fume;
• Faça refeições menores, mais leves e mais
próximas umas das outras;
• Evite chá, café, refrigerantes e bebidas
alcoólicas;
• Suspenda o uso de aspirina e anti-inflamatórios.
• Procure controlar, na medida do possível, o nível
de estresse a que está exposto;
• Proteger-se contra infecções;
• Descansar bastante e dormir;
• Praticar exercício físico como recomendado;
Advertência:
• Não se automedique. Procure imediatamente assistência
médica:
• Se notar presença de sangue no vômito ou nas fezes;
• Se sentir dor abdominal repentina e incessante, sinal de que a
úlcera pode ter perfurado a parede estomacal ou do duodeno.
Monitoramento
É crucial monitorar de perto os pacientes com úlceras para evitar ou
tratar complicações quando ocorrem.
• Paciente tem mais de 45 anos;
• Qual tipo de úlcera foi identificada nos exames;
• Deve-se interromper o uso simultâneo de agentes anti-agregantes
plaquetários, anti-inflamatórios não esteroidais e anticoagulantes,
que são fatores de risco para sangramento gastroduodenal devido
a UP;
• A suspeita de perfuração de uma UP deve ser considerada em
pacientes com dor abdominal aguda e sinais de irritação
peritoneal.
• Identificar a presença de hematêmese (vômito com sangue) e
melena (fezes escuras e alcatroadas);
• Monitorar sinais de dor repentina, intensa e constante, que se
propaga rapidamente por todo o abdômen;
• Realização de hemostasia endoscópica, que consiste no
tratamento endoscópico da hemorragia digestiva, controlando e
parando o sangramento;
• No caso de hemorragia digestiva deve-se buscar a
necessidade de ressuscitação, estabilização da pressão
sanguínea e restauração do volume intravascular;
• Realizar suplementação com O2 em pacientes que apresentam
saturação < 90%, porém caso o paciente apresente hematêmese
volumosa ou rebaixamento de nível de consciência a intubação
orotraqueal está indicada para o caso de hemorragia digestiva alta.
• Para prevenir complicações em pacientes que fazem uso crônico de
anti-inflamatórios não esteroidais e aspirina, faz-se a coadministração
de AINEs com inibidores de bomba de prótons, antagonistas do
receptor H2 ou misoprostol;
• É necessário realizar uma endoscopia de acompanhamento para
avaliar a eficácia da cicatrização;
Para a infecção por H. Pylori:
• É crucial prevenir e erradicar a infecção de maneira eficaz, por
meio de uma terapia de primeira linha;
• Que inclui um inibidor de bomba de prótons e tratamento
antibiótico com claritromicina e amoxicilina ou metronidazol;
• Por um período de sete a quatorze dias.
Para úlceras de estresse:
• Pacientes críticos têm um alto risco de desenvolver úlceras de
estresse no trato gastrointestinal superior.
• É importante considerar suas necessidades, comorbidades e
possíveis fatores de risco para infecções por Clostridium
difficile (causa mais comum de colite que se desenvolve após
serem tomados antibióticos) e pneumonia;
• O sangramento resultante dessas úlceras está diretamente
relacionado ao aumento do tempo de internação e ao risco
elevado de óbito;
• O uso de medicamentos que reduzem a acidez gástrica pode
estar associado ao aumento das pneumonias relacionadas à
internação hospitalar e ao desenvolvimento de infecções;
• Deve-se observar que, à medida que os fatores de estresse
diminuem, a terapia profilática pode ser descontinuada;
SAE
Diagnóstico de enfermagem: Ansiedade relacionada à doença
gástrica.

Intervenção de Resultados esperados:


enfermagem:
1. Monitorar sinais vitais 1. Melhora no quadro de
de 4/4 horas; (Tec. hipotensão e taquicardia;
Enf/Enf.).
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

2. Dar apoio psicológico, ouvir 2. Melhora no quadro de aflição


com atenção e anotar as do paciente durante sua
queixas do paciente; (Tec. Enf/ permanência internado, e
Enf.). quando tiver alta, para que
volte a realizar suas atividades
normalmente.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

3. Orientar as visitas e 3. Melhora no quadro de


familiares para evitar conversas ansiedade do paciente, fazendo
que perturbem o paciente; (Tec. com que ele se mantenha
Enf/Enf.). calmo, para que ocorra uma
boa aceitação do tratamento
pelo seu organismo.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

4. Administrar a medicação 4. Melhora no quadro de UP,


prescrita com controle rigoroso com o tratamento
do horário, conf. P.M. (Tec. medicamentoso no tempo
Enf/Enf). determinado pelo médico, para
que o paciente não contraia
uma infecção, ou evolua para
uma complicação, aumentando
assim o período de internação
do paciente, diminuindo a
ansiedade do paciente.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

5. Orientar o paciente a realizar 5. A caminhada libera


uma pequena caminhada hormônios, como a endorfina,
diariamente. (Tec. Enf/Enf.). que relaxam e combatem o
estresse, melhorando assim o
quadro de algia ou desconforto
do paciente em até 1 hora.
Diagnóstico de enfermagem: Déficit de Conhecimento
sobre medidas de prevenção e controle da condição.

Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

1. Recomendar ao paciente que 1. Melhora no quadro de


controle na medida do possível estresse para que não evolua o
o nível de estresse a que está quadro para uma complicação
exposto, (Tec. Enf/Enf.). na úlcera.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

2. Orientar ao paciente que 2. Diminuição da atividade


realize refeições pequenas e motora do estômago, reduzindo
leves, (Tec. Enf/Enf.). a algia e a sensação de
queimação.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

3. Orientar o paciente que 3. Melhora no quadro de


suspenda o uso de AINEs, (Tec. complicações da úlcera,
Enf/Enf.). diminuindo os danos à mucosa
estomacal.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

4. Orientar o paciente a não 4. Melhora no quadro da


ingerir substâncias que produção de ácido, levando a
estimulam a produção de diminuição da produção de
ácidos, (Tec. Enf/Enf.). ácido na mucosa estomacal.
Intervenção de enfermagem: Resultados esperados:

5. Orientar o paciente quanto a 5. Ter o tratamento adequado e


observar sinais de sangramento rápido, quanto à perfuração ou
tanto na êmese quanto nas demais complicações que
fezes, e avisar ao seu médico possam vim a ocorrer.
responsável, pois pode ser
sinal de perfuração da úlcera,
(Tec. Enf/Enf.).

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